Buscar

Prisão em Segunda Instância e Princípios do Processo Penal

Prévia do material em texto

Docência CESAR EDUARDO LAVOURA ROMAO 
Discente Edson Kleber Queiroz da Silva RA 7365496 
 
 
 
Faculdades Metropolitanas Unidas 
APS__PROCESSO PENAL - RITO COMUM 
Possibilidade de prisão após julgamento em segunda instância com enfoque nos 
princípios do processo penal. 
 
 
 Essa cátedra remete-nos, a uma reflexão sobre a constitucionalidade do entendimento, 
acerca da prisão em segunda instância e as mudanças hermenêuticas promovidas pela 
Corte Constitucional Brasileira, pois o cenário jurídico atual à enfrentar amplos debates 
acerca do assunto. Em que pese a Constituição Federal resguardar a presunção de 
inocência como princípio basilar do direito penal e processual penal, destarte o Supremo 
Tribunal Federal, nos últimos anos, vem debatendo a possibilidade de cumprimento 
provisório da pena após decisão condenatória em segunda instância, ou seja, antes de 
esgotadas todas as vias recursais e o trânsito em julgado do édito condenatório. Nesse 
sentido, foram realizadas pesquisas históricas e documentais com apoio bibliográfico para 
melhor análise qualitativa dos estudos de doutrinadores, votos e entendimentos 
jurisprudenciais, bem como investigando a legislação penal e constitucional acerca do 
assunto, para que se chegue à conclusão acerca da constitucionalidade da aplicação da 
execução provisória da pena antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
O tema em questão causou diversas reflexões. As decisões proferidas pelos ministros do 
Supremo Tribunal Federal nos habeas corpus, nas ações Declaratórias de 
Constitucionalidade, bem como a mudança recorrente no entendimento no que tange a 
aplicação da execução provisória da pena privativa de liberdade antes do trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória, abre espaço para uma revisão ao fundamento do 
Princípio da Presunção de Inocência atrelado ao conceito de culpabilidade. Desse modo, 
é imperioso frisar que não pode o réu ter sua liberdade restringida previamente, exceto 
por força maior ou em casos como prisão preventiva e temporária devidamente 
fundamentada. O princípio da Presunção de Inocência tem como objetivo central evitar 
julgamentos condenatórios antecipados contra o réu, principalmente sem que haja uma 
análise detida das provas dos fatos pelos quais este está sendo acusado, como também 
impõe que a pena que vá ser dada ao réu seja fundamentada em sentença que se encontre 
de acordo com o direito previsto pelo nosso ordenamento jurídico, bem como pela sua 
culpabilidade acerca do fato ilícito cometido. Posto isso, a culpabilidade não é 
necessariamente uma das características do crime, ela é um dos pressupostos para a 
incidência da pena, pois esta passa a ser analisada quando se forma um juízo de valor em 
torno de alguém que preencha os requisitos de tipicidade e antijuricidade. Finalizo essa 
temática com fulcro nos princípios constitucionais e processuais penais discorrendo sobre 
uma maneira ampla, que nos sistemas penais inquisitórios se parte da premissa de que o 
acusado ou investigado é culpado, de modo que a máquina estatal se move no sentido de 
colher elementos probatórios que justifiquem sua condenação. A adoção do princípio da 
presunção de inocência, como dito a cima, são princípios estruturais, basilares, 
constitucionais que por sua vez, inverte o sentido da persecução penal adotada nos 
sistemas inquisitórios, fazendo com que o processo penal tome como premissa a hipótese 
de que o acusado ou investigado é inocente, devendo ser provada, durante o curso do 
processo, a sua culpa, sendo que, por esta razão, não pode haver qualquer atuação estatal 
configuradora de antecipação da pena, e é nesse sentido, creio humildemente seguindo 
as doutrinas majoritárias que deve ser vislumbrado esse tema.

Continue navegando