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Atividade I - Histórico do pensamento evolutivo

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Universidade Federal da Bahia Instituto de Biologia
Disciplina: Biologia Evolutiva (BIOC12) – Noturno 2020.1 Profª.: Janaina Lima de Oliveira
Discente: Nicoly Queiroz Pereira de Jesus
Atividade I – Histórico do pensamento evolutivo
Construa uma linha do tempo com as principais contribuições históricas para o desenvolvimento do pensamento evolutivo até a atualidade, indicando: (i) a data; (ii) a contribuição; e (iii) o(s) autor(es). A atividade deve ser entregue e apresentada para a turma na próxima aula (quarta-feira, 11/03), sem possibilidade de reposição.
1. Aristóteles, 384-322 AC Primeiro biólogo cujo trabalho sobreviveu até hoje. Pensamento finalista, órgãos surgiam para ter alguma função específica Classificava os animais de acordo com a chamada Scala Naturae, dividindo-os ainda de acordo com caracteres simples (presença de sangue, ovo)
2. Platão (427-347 a.C.) discípulo de Sócrates, viveu em Atenas, uma das principais marcas da teoria platônica é a busca pela episteme, que poderíamos traduzir por “conhecimento verdadeiro” Filósofo grego dos mais influentes, de formação geometrista, via as coisas do mundo real como registros imperfeitos do mundo ideal, onde tudo seria resultado de combinações de formas geométricas perfeitas.
3. Aristóteles (384-321 a.C.) Discípulo de Platão, considerado um dos fundadores da História natural, imagina a Natureza como uma grande cadeia de complexidade. Formulou o princípio do indutivismo (empirismo). Defendeu a idéia da geração espontânea em certos organismos, idéia que fez parte do senso comum por milhares de anos. Considerava também possível a herança dos caracteres adquiridos.
4. Lucrécio (~99-~55 A.C.) Titus Lucretius Carus, poeta e filósofo romano. Conhecido por seu poema épico filosófico “De Rerum Natura” (“Sobre a natureza das coisas”).
5. Galeno (131-200) Claudius Galenus. Médico nascido em Pergamon, que atuou na corte do império romano, escreveu centenas de livros que influenciaram a Medicina por cerca de 1500 anos.
6. (Santo) Tomás de Aquino (1225-1274) Summa Theologica Matéria decomposta vermes, sapos, cobras
7. Al Jahiz (~776-~868) Abu Uthman Amr Ibn Bakr Al Kinani Al Fuqaimi Al Basri Al Jahiz nasceu em Basra, no atual Iraque, em cerca de 776. Foi um intelectual bastante produtivo em diversas áreas. No seu famoso “Livro dos animais”, Al Jahiz chegou a mencionar a “luta pela sobrevivência”, um dos pilares do princípio de seleção natural.
8. Leonardo da Vinci (1452-1519) Pintor, escultor, cientista e inventor italiano, comentou sobre a impossibilidade de que os fósseis de organismos marinhos encontrados em montanhas terem sido originados a partir do Dilúvio. Entretanto, não formou uma escola com seguidores de suas idéias.
9. Jan Swammerdam (1637-1680) Microscopista holandês, estudou o desenvolvimento de insetos, refutou algumas idéias de geração espontânea, e lançou a base para a teoria preformacionista. Visualizou células vermelhas no sangue
10. Robert Hooke (1635-1703) Inglês, inventou o microscópio composto e escreveu o livro “Micrographia”, com ilustrações muito detalhadas. Contemporâneo de Isaac Newton.
11. Francesco Redi (1626-1697) Médico italiano, mostrou, através de experimentos, que não haveria geração espontânea de insetos conforme acreditado anteriormente.
12. Anton van Leeuwenhoek (1632-1723) Comerciante holandês muito curioso, desconhecedor das teorias vigentes, descobriu as bactérias, protozoários, células do sangue, e muitos outros organismos microscópicos.
13. Malpertuis (1698-1759) Pierre-Louis Moreau de Maupertuis, matemático, filósofo e literato francês, admitido na Academia de Ciências francesa em 1723 acabou tornando-se seu diretor em 1742. Admitiu a herança de caracteres adquiridos e propôs a teoria dos pangenes, corpúsculos espalhados pelo corpo responsáveis pela hereditariedade. Foi crítico da Teologia natural.
14. Lineu (1707-1778) Carolus Linnaeus ou Carl von Linné, naturalista sueco, escreveu a obra “Systema naturae” , lançando um sistema de classificação que é, grosso modo, empregado até hoje.
15. Lazzaro Spallanzani (1729-1799) Italiano, padre e professor universitário inicialmente de lógica, metafísica e grego, ministrou História Natural por muito tempo. Reconhecido por ter refutado parcialmente a geração espontânea de micróbios, estudou a fecundação e realizou a primeira inseminação artificial em cães. Vitalismo e Fixismo
16. Buffon (1707-1788) Georges-Louis Leclerc, Comte de Buffon, naturalista francês. Escreveu 44 volumes da obra “Histoire naturelle”. Notou a extrema semelhança estrutural de homens e dos grandes macacos e chegou a postular a existência de um ancestral comum. Considerou a modificação das espécies ao longo do tempo, por degenerações.
17. Erasmus Darwin (1731-1802) Avô de Charles Darwin e de Francis Galton, Erasmus Darwin foi médico, filósofo, poeta e naturalista, um dos intelectuais ingleses mais influentes de sua época.
18. Lamarck (1744-1829) Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck, originariamente militar, estudou Botânica e Medicina. Inicialmente protegido de Buffon, propôs a evolução dos organismos através de uma série de mecanismos, entre eles a herança de caracteres adquiridos. Foi depois perseguido por Buffon. Cunhou o termo “Biologia”. Grandes mudanças nas circunstâncias levam os animais a grandes mudanças nas suas necessidades e estas, por sua vez, implicam mudanças em suas atitudes. Ora, se as novas necessidades tornam-se constantes ou muito duráveis, os animais adquirem portanto novos hábitos, que são tão duráveis quanto as necessidades que os fizeram nascer. As quatro leis da evolução de Lamarck: 1. A tendência para o aumento da complexidade (como aquela que produz um organismo a partir de um ovo) 2. Surgimento de novos órgãos por movimentos de fluidos corpóreos. 3. Uso e desuso (Hipertrofia de órgãos muito usados e atrofia daqueles pouco usados) 4. Herança de caracteres adquiridos (Modificações ocorridas nos pais são transmitidas aos filhos)
19. Charles Lyell (1797-1875) Sir Charles Lyell, advogado e geólogo escocês. Filho de um advogado com interesse em Botânica, foi cedo influenciado pelo pai para o estudo das Ciências naturais. Entre outras obras, escreveu “Princípios de Geologia” em 1833, onde propôs a doutrina do uniformitarismo, de acordo aom a qual as mudanças geológicas ocorreriam de forma gradual durante todo o tempo, ao contrário do catastrofismo.
20. Thomas Malthus (1766-1834) Economista político inglês, preocupado com a degradação das condições de vida da Europa, escreveu “Essay on the principle of population” , onde observava que o potencial reprodutivo é sempre muito maior do que o realizado nos organismos e tecia considerações sobre organização das sociedades humanas que não poderiam eliminar a pobreza.
21. Alfred Russell Wallace (1823-1913) Naturalista e antropólogo inglês, teve uma vida atribulada, repleta de percalços financeiros. De 1848 a 1852, viajou para a Amazônia e, de 1854 a 1862 para o arquipélago malaio. Correspondeu-se com Darwin e, foi co-autor de uma apresentação feita por Darwin dos princípios de evolução por seleção natural na Linnean Society de Londres em 1858, oito meses antes da publicação de “A origem das espécies”. Fundou a moderna Biogeografia.
22. Charles Robert Darwin (1809-1882) Naturalista inglês, desistiu dos estudos de medicina para se dedicar às Ciências naturais. Baseado nas suas observações “in loco” de populações naturais de animais, propôs, com Wallace, a teoria da evolução por seleção natural, uma das teorias científicas mais revolucionárias de todos os tempos. Escreveu “A origem das espécies” um dos mais influentes livros de todos os tempos.
23. Gregor Mendel (1822-1884) - Contemporâneo de Darwin, jamais se encontraram. Monge austríaco. Publicou “Experimentos sobre a hibridi-zação de plantas” em 1865 e foi citado apenas 3 vezes nos 35 anos que se seguiram. Morreu sem ser reconhecido. As características hereditárias são condicionadas por pares de “fatores” hereditários. Plantas puras são portadoras de apenasum tipo de fator (homozigoto) enquanto plantas híbridas são portadoras de dois tipos (heterozigoto).
Cada gameta é portador de apenas um fator para cada característica.
Leis de Mendel: Os dois alelos de cada gene presente em um indivíduo segregam-se (separam-se) na formação dos gametas. Os alelos de dois ou mais genes de um indivíduo segregam-se independentemente, combinando-se ao acaso nos gametas.
24. William Bateson (1861-1926) foi um biólogo inglês que ficou conhecido como o "Pai da Genética". Um ano antes de usar o termo genética pela primeira vez na história da humanidade, ele tornou-se pai do pensador ciberneticista Gregory Bateson, igualmente brilhante.
Bateson efetuou seus estudos no St. John College da Universidade de Cambridge. Trabalhou como assistente da cátedra de zoologia e pesquisou no jardim botânico, onde se dedicou ao estudo dos problemas da variação e da herança, assuntos que lhe haviam interessado desde o início da sua vida científica. Em 1908 ocupou a cátedra de biologia e, em 1910, assumiu a direção do Instituto de Horticultura John Innes, em Merton.Sua relação com o mendelismo se manifestou no seu primeiro trabalho, intitulado Hibridação e cruzamento como método de investigação científica, que apresentou na I Conferência Internacional sobre Hibridação, realizada em Londres em 1899. Bateson foi o primeiro a divulgar na Inglaterra as investigações de Mendel, tendo sido com seus trabalhos e publicações um grande defensor deste. Em 1902 publicou "Os princípios mendelianos da herança: uma defesa", com a tradução dos trabalhos originais de Mendel sobre hibridação, publicados em 1866. Sugeriu pela primeira vez o termo genética para a ciência da herança e da variação. Também criou os termos homozigoto, heterozigoto, alelomorfo (mais tarde abreviado para alelo ) e epistático
25. Thomas Hunt Morgan (1866 –1945) - Teoria cromossômica da herança. Genética de drosófila Mostrou que pequenas mutações poderiam gerar modificações perenes em populações. Retorno a Darwin.
26. Ronald Fisher (1890 –1962) ligação gênica, frequências gênicas
27. Jbs Haldane (1892 –1964) - uma teoria mate- mática para a seleção natural e artificial
28. Sewall Wright (1889 –1988) endocruzamentos, sistemas reprodutivos e deriva genética
29. Theodosius Hryhorovych Dobzhansky (1900 1975)  síntese evolutiva moderna e foi essencial para o desenvolvimento da teoria evolutiva no século XX. Seu trabalho de 1937, Genetics and the Origin of Species tornou-se a maior influência para o estabelecimento da síntese evolutiva moderna e por conta dele Dobzhansky foi agraciado com a Medalha Nacional de Ciências, em 1964 e a Medalha Franklin, em 1973.
30. Ernst Mayr (1904-2005) Junto com Dobzhansky, Julian Huxley, Simpson e Stebbins foi um dos arquitetos da nova síntese. O maior biólogo evolucionista do século XX Sistemática e a origem das espécies (1942) Conceito biológico de espécie
31. Wili Hennig (1950-1966) Pai da sistemática filogenética. Formalizou os métodos matemáticos e estatísticos de análise filogenética.
32. Watson e Crick (1953-~1970) A revolução da biologia molecular. A universalidade do código genético. Estudos de genômica comparativa O dogma central refuta, finalmente, a herança das características adquiridas
33. Motoo Kimura (1924-1994) Primeira grande teoria derivada do estudo evolutivo em escala molecular. Neutralismo: A maioria das substituições de nucleotídeos no DNA não tem impacto no fenótipo
34. Stephen Jay Gould (1941-2002) Crítica ao programa adaptacionista: Exaptação: órgão surge para uma função mas é utilizado depois em outra função. Equilíbrio pontuado
35. Richard Dawkins  (1941-2020) O ultra-darwinista Reducionismo/Genecentrismo Teoria do investimento parental Abriu as portas para a psicologia evolucionista Memética: evolução das idéias  ganhou destaque com o seu livro O Gene Egoísta, de 1976, que popularizou a visão da evolução centrada nos genes e introduziu o termo meme. Em 1982, ele introduziu, na biologia evolutiva, a ideia de fenótipo estendido - segundo a qual, os efeitos fenotípicos de um gene não são necessariamente limitados ao corpo de um organismo, mas podem ampliar-se também ao meio ambiente, incluindo os corpos de outros organismos. Esse conceito é apresentado em seu livro O Fenótipo Estendido.
Bibliografia
· Mayr, E. O desenvolvimento do pensamento biológico. Editora da UnB, 1998. 
· Meyer, D. & El-Hani, C.N. Evolução: o sentido da Biologia. Editora da Unesp, 2005. 
· Prestes, M.E.B. & Caldeira, A.M.A. Introdução: A importância da história da ciência na educação científica. Filosofia e História da Biologia, v. 4, p. 1-16, 2009.

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