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Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) EXPLICAÇÃO: Sobre o artigo 20 e seu parágrafo único, Maria Helena Diniz faz o seguinte comentário: “Prescreve o art. 21 e § único da LINDB que a decisão que, nas esferas administrativas, controladora ou judicial, invalidar ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, deverá indicar, expressamente os seus efeitos futuros, ou seja, suas consequências práticas (jurídicas e administrativas), pois podem: envolver os interessados, causando-lhes prejuízo ou a terceiros de boa fé; gerar custos para os envolvidos; prejudicar a Administração Pública; agravar situações; atingir direitos coletivos etc.. Se assim é, o tomador de decisão deverá, antes de invalidar o ato, não só averiguar a incidência da invalidação no mundo fático, os custos que gerará, as pessoas que afetará, o conjunto de circunstâncias imprescindíveis para a existência do ato, mas também como se dará sua regularização, apontando, mediante exame motivado, o que deverá ser feito ou desfeito, de forma proporcional e equânime, em decorrência daquela nulidade, sem que haja prejuízo aos interesses gerais, visto que não se poderá, conforme as peculiaridades do caso, impor aos atingidos perdas ou ônus anormais ou excessivos”. (Diniz, Maria Helena. Artigos 20 A 30 da LINDB Como Novos Paradigmas Hermenêuticos do Direito Público, Voltados à Segurança Jurídica e à Eficiência Administrativa. Revista Argumentum. p. 309. Disponível em <http://ojs.unimar.br/index.php/ revistaargumentum/article/view/594>. Acesso em 07 de jun. 2019) http://ojs.unimar.br/index.php/revistaargumentum/article/view/594 http://ojs.unimar.br/index.php/revistaargumentum/article/view/594 Nesse diapasão, é possível notar que o art. 21 discorre sobre o que vem logo após a avaliação das circunstâncias de uma decisão tomada, pois o legislador determina aos julgadores quando decidirem invalidar ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, que o façam indicando as consequências práticas do ato a fim de se evitar que tomem decisões irresponsáveis e sem antes refletir a respeito de seus impactos, devendo inclusive indicar expressamente as consequências possíveis de serem previstas, respeitando sobretudo a concretização dos valores constitucionais de forma responsável e racional. Ainda, o parágrafo único impõe que a regularização, ou indenização, deve se dar de modo adequado e equivalente ao caso concreto, garantindo de forma objetiva e sem excessos que todos os afetados pela decisão que invalidar determinado ato tenha preservados seus interesses gerais, afinal, parafraseando José V. S. de Mendonça; “não é admissível, com a alegação de corrigir um ato ilegal, cometer outra ilegalidade”.
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