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A Hemodiálise consiste num tratamento de substituição do rim (rim artificial) que realiza o processo de filtração do sangue, ou seja, remove substâncias tóxicas e os excessos de líquido no sangue

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Orientação Nutricional para paciente renal dialítico
A Hemodiálise consiste num tratamento de substituição do rim (rim artificial) que realiza o processo de filtração do sangue, ou seja, remove substâncias tóxicas e os excessos de líquido no sangue. As principais preocupações para o doente em HD dizem respeito à quantidade de energia, proteína, potássio, fósforo, sódio e água que devem ingerir. De uma forma geral, para doentes clinicamente estáveis em HD, as recomendações energéticas são as mesmas que o individuo saudável terá que ter para manutenção de peso. Doentes com idade acima dos 60 anos apresentam um gasto energético mais baixo, mas também é recomendado um aporte calórico mais baixo em doentes nos quais seja benéfico uma perda de peso.
Quando o doente inicia o tratamento de substituição (Hemodiálise), a dieta torna-se mais liberal, sendo necessário aumentar a ingestão diária de proteínas para compensar as perdas. Nestes casos recomenda-se a ingestão diária de 1,2g/Kg/dia de proteínas. Torna-se então necessário, aumentar o consumo de alimentos ricos em proteínas como: carne, peixe, ovos, leite e derivados.
 
Potássio
O potássio é um mineral existente em muitos alimentos, e que desempenha funções muito importantes no organismo, como a regulação das contrações musculares, incluindo as contrações cardíacas.
Cada grama de proteína geralmente contém 1 mEq de potássio.
Na Insuficiência Renal Crónica (IRC), os rins reduzem a capacidade de excreção de potássio. A concentração de potássio deve variar entre 3,5 a 5,5 mEq/L. Concentrações elevadas deste mineral (hipercalémia), podem ser perigosas para o doente, podendo provocar diminuição da força muscular bem como problemas cardíacos graves. Em geral, os especialistas recomendam uma dieta que contenha, pelo menos, 4700 mg de potássio por dia (pessoa normal). No entanto, a maioria das pessoas com doença renal crónica, ou lesão renal aguda deve ingerir menos de 1500-2700 mg de potássio por dia. Para evitar elevadas concentrações de potássio no sangue, o doente deve conhecer os alimentos com maior teor de potássio, assim como algumas técnicas de redução do teor de potássio nos alimentos. O potássio encontra-se num elevado número de alimentos, principalmente nos de origem vegetal.
 
Os alimentos com maior teor de potássio são:
· cacau, chocolate;
· batata;
· frutos frescos (banana, uvas, melão…);
· legumes (alface, tomate, couve de Bruxelas, espinafre…);
· leguminosas secas (feijão, grão, ervilhas, favas, soja, lentilhas,…);
· frutos secos e gordos (amêndoas, nozes, avelãs, castanhas, figos secos, passas de uva,…).
 
Existem algumas medidas práticas de redução do teor de potássio nos alimentos, tais como: a fervura, a imersão (colocar de molho) e ainda o tamanho do corte dos alimentos.
Os legumes, à semelhança das batatas, são dos alimentos que devem sofrer algumas modificações pelo processo de fervura.
Na cozedura, devem utilizar-se em simultâneo dois recipientes de água, de forma a que, no primeiro recipiente, os primeiros cinco a sete minutos de fervura, sejam para eliminar a maior quantidade possível de potássio (branqueamento), devendo-se de seguida, mudar os alimentos para o segundo recipiente, onde acabam de cozer. Deve utilizar recipientes grandes que levem bastante água.
Para a confeção da sopa só deve ser utilizada a segunda água, pois é a que tem menor quantidade de potássio.
As batatas para fritar ou assar no forno, devem estar em imersão e já partidas, cerca de duas horas antes de serem cozinhadas.
Cálcio e fósforo
O fósforo é um mineral que, em conjunto com o cálcio, garante a formação e manutenção dos ossos e dentes. Na insuficiência renal, os níveis de fósforo no sangue sobem devido à incapacidade dos rins o filtrarem. Como consequência, o cálcio é removido dos ossos, tornando-os mais frágeis. Neste caso, é essencial a manutenção de valores adequados destes minerais.
O fósforo encontra-se distribuído em muitos alimentos, de entre os quais podemos destacar:
· leite e derivados (queijo, iogurtes, leite em pó), 2 dL de leite meio gordo podem ser substituídos
por 1 iogurte aromas;
· carne, peixe, marisco e ovos;
· leguminosas secas e verdes (grão, feijão, favas, ervilhas, soja, lentilhas);
· frutos secos (nozes, amêndoas, pinhões,…);
· conservas e produtos fumados;
· órgãos e vísceras animais;
· cereais integrais.
Sódio e líquidos
O sódio encontra-se distribuído nos alimentos, principalmente nos de origem animal.
Em termos práticos deve-se limitar a ingestão de alguns produtos alimentares, entre os quais:
· batatas fritas de pacote;
· aperitivos salgados;
· queijos;
· produtos de charcutaria e fumados;
· enlatados e conservas;
· alimentos pré-confecionados;
· molhos.
 
A recomendação da ingestão de sódio é individualizada, dependendo do volume e das perdas urinárias. Num doente em HD, a função renal residual tende a diminuir, tornando-se o doente oligúrico ou anúrico, facto que vai dificultando o controlo do balanço de sódio, como tal, a necessidade de restrição deste mineral é preponderante. A recomendação diária de sódio varia entre 1 – 2 g/dia. O excesso de ingestão de sódio pode provocar um maior ganho de peso interdialitico, edema, HTA e insuficiência cardíaca. A ingestão excessiva de líquido, com consequente ganho de peso interdialitico, torna o programa de HD mais complicado, com risco de hipotensão, cãibras musculares, náuseas, cefaleia e edema agudo do pulmão.
Demasiado sal provoca demasiada sede, dificuldade em cumprir a restrição de líquidos, risco de líquidos em excesso, hipertensão e aumento do esforço do sistema cardiovascular. A restrição de sódio depende do tipo de doença renal, da tensão arterial, do estado de volemia e da produção de urina, assim como a situação cardíaca do doente. No entanto, o sódio deve ser restringido e não removido da dieta. aconselhadas! O aumento excessivo de peso entre sessões de Hemodiálise é muito prejudicial à saúde do doente.
Orientação Nutricional paciente renal conservador
A fase que antecede a diálise é chamada de tratamento conservador e o seu tratamento consiste em acompanhamento com o nefrologista e com o nutricionista.
Pacientes com taxa de filtração glomerular > 60 ml/minuto, geralmente não necessitam de orientações específicas quanto à alimentação, salvo àquelas que são preconizadas para se ter uma vida saudável.
A dieta para esse tratamento é baseada na restrição de proteínas da alimentação e existem dois tipos desse regime. O primeiro trata-se de uma dieta convencional restrita em proteínas onde se reduz pela metade o consumo principalmente de leite, seus derivados e carnes. O segundo regime é uma dieta muito restrita em proteínas suplementada com aminoácidos essenciais e cetoácidos e praticamente se elimina os alimentos de origem animal como carnes em geral (vermelha e branca), ovos e laticínios. Outros alimentos que não são de origem animal, mas que contém proteínas e devem ter ingestão reduzida são os pães, biscoitos, massas e o arroz. Em troca da ingestão de proteínas de origem animal o paciente ingere os comprimidos dos aminoácidos e cetoácidos que o nutricionista calculou. A cetodieta, como é chamada, reduz as toxinas do sangue onde os rins não conseguem mais eliminar e retarda a progressão da doença renal e consequentemente a entrada em diálise.

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