Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO GENÉTICA Aula 6 - Alterações cromossômicas numéricas e estruturais Cromossomos Os cromossomos constituem uma longa sequência de DNA contendo diversos genes. Eles são formados por uma fita longa e dupla de DNA, que se trata do material genético, ou seja, ele possui os genes que nos dão as características físicas, cor de olhos, pele e cabelo, por exemplo. Na estrutura dos cromossomos há proteínas chamadas histonas, proteínas estas que se agrupam num número de oito, envolvidas pela molécula do DNA e a estes grupos chamamos de nucleosssomos, podendo existir vários numa única molécula de DNA. Este complexo de proteínas + DNA é chamado de cromatina e encontra-se dentro do núcleo das células eucarióticas. Os cromossomos são identificados pelo seu tamanho, pela posição do centrômero e padrão de bandas. Tipos de cromossomos: Cromossomo Telocêntrico O centrômero encontra-se na extremidade do cromossomo, em sua região terminal, fazendo com que se pareça uma espécie de pinça. Cromossomo Acrocêntrico Aqui o centrômero localiza-se próximo a uma das extremidades do cromossomo, mas não totalmente nela. Este efeito faz com que um braço seja bem maior que o outro. Cromossomo Submetacêntrico Neste caso o centrômero está apenas um pouco afastado do meio do cromossomo. Cromossomo Metacêntrico Nos metacêntricos o centrômero está localizado bem no meio do cromossomo, como o próprio nome sugere em sua metade, deixando-o num formato exato de X. Cromossomos homólogos O corpo humano possui no total 46 cromossomos pareados, contudo 2 destes cromossomos são os chamados “sexuais”, o que irá decidir o sexo durante a formação do feto, enquanto que os outros 44 são os autossomos, isto é, que não estão ligados ao fator sexual. Portanto temos então 23 pares, sendo 22 de autossomos e 1 de sexuais. Os cromossomos homólogos são aqueles que representam cada um destes pares. Mulheres (46, XX) e homens (46, XY). Alterações no número de cromossomos ou em sua estrutura podem gerar doenças. Células haploides e diploides As células que estão aos pares, as que possuem os cromossomos homólogos são chamadas diploides, por isto a representação “2n”, já as células contendo apenas 1 destes representantes são chamadas haploides, ou simplesmente “n”. Estudo dos cromossomos O estudo dos cromossomos, sua estrutura e sua herança denomina-se citogenética. O momento ideal para estudar os cromossomos humanos é quando atingem o máximo de condensação, ou seja, na metáfase. Por isso eles são denominados de cromossomos ‘metafásicos’. Os tecidos mais indicados para isso são: fragmentos de pele, biópsias de tecidos dos diferentes órgãos, ou ainda células em suspensão no líquido amniótico, obtidas por punção do âmnio. Todavia, sempre que possível, o material mais utilizado nestes estudos são os leucócitos, especificamente, os linfócitos T do sangue periférico, pela simplicidade de coleta e facilidade de cultura e multiplicação in vitro, desde que adequadamente estimulados. Bandeamento G As bandas cromossômicas são muito úteis na detecção de alterações cromossômicas ou para localizar precisamente a posição ocupada por genes específicos em um cromossomo. As bandas G evidenciam um padrão de bandas claras e escuras, no qual as faixas escuras correspondem ao DNA rico em bases AT e poucos genes ativos; as bandas G claras têm DNA rico em bases GC e apresentam muitos genes ativos. Nesta técnica, os cromossomos são inicialmente tratados com tripsina, para a desnaturação das proteínas cromossômicas e em seguida são corados com o corante Giemsa (de onde deriva o nome bandas G). Cada par de cromossomos cora-se num padrão típico de bandas claras e escuras. Esta se tornou a técnica mais utilizada nos estudos de citogenética, por utilizar microscópios comuns e possibilitar a detecção de deleções, inversões, translocações e duplicações em humanos. Cariotipagem espectral Também chamada de técnica SKY, o cariótipo espectral é uma técnica de laboratório que permite distinguir os 23 pares de cromossomos humanos ao mesmo tempo, com cada par de cromossomos pintados em uma cor fluorescente diferente. Muitas doenças estão associadas a mutações ou anormalidades cromossômicas, por isso, esta técnica é muito útil na questão de comparar e identificar mutações ou anormalidades nos cromossomos e a coloração fluorescente permite a identificação dos cromossomos, se estão separados ou translocados. Diagnóstico de alterações de número de cópias (ex: monossomias, trissomias). Hibridização fluorescente in situ (FISH) é uma técnica citogenética usada para detectar e localizar a presença ou a ausência de determinadas sequências de DNA em cromossomos. A técnica é muitas vezes usada para encontrar características específicas no DNA para uso em aconselhamento genético, medicina e na identificação das espécies. Esta técnica é usada para detectar sequencias específicas de ácidos nucleicos, como regiões de microdeleções e rearranjos cromossomais. Ela pode ser usada para estudar os cromossomos de células em metáfase, mas sua principal aplicação é nas células em interfase, quando anormalidades numéricas e algumas estruturais podem ser detectadas. Alterações cromossômicas numéricas: Heteroploidia São alterações no número de cromossomos. A heteroploidia pode atingir conjuntos inteiros de cromossomos (euploidia) ou perda ou adição de cromossomos inteiros isolados (aneuploidia). Todas essas alterações têm um importante efeito sobre o desenvolvimento, pois ao alterar a estrutura nuclear normal podem produzir alterações fenotípicas. Euploidias As euploidias são alterações de todo genoma; quanto a esse aspecto os indivíduos podem ser haplóides (n), diplóides (2n), triplóides (3n), tetraplóides (4n), enfim, poliplóides (quando há vários genomas em excesso). Euploidias são raras em animais, mas bastante comuns e importantes mecanismos evolutivos nas plantas. Na espécie humana, a ocorrência das euploidias é incompatível com o desenvolvimento do embrião, determinando a ocorrência do aborto. Geralmente ocorre devido à fecundação de um óvulo por mais de um espermatozoide. Aneuploidias Aneuploidias são alterações cromossômicas em que ocorre aumento ou diminuição de um tipo de cromossomo. Se um indivíduo é diploide (2n) e apresenta um cromossomo a mais, pode ser representado como 2n +1. Quando ele apresenta um cromossomo a menos, é representado por 2n-1. As aneuploidias diferem-se das euploidias porque, nessa última, ocorre alteração numérica em todo o conjunto de cromossomos, ou seja, a alteração ocorre no genoma. Nas aneuploidias, as alterações no número de cromossomos ocorrem, mas não em todo o genoma. Ocorrência de aneuploidias As aneuploidias acontecem por causa de processos de não disjunção. Isso significa que, em algum momento da divisão celular, a distribuição dos cromossomos ou das cromátides ocorreu de maneira incorreta. Quando ocorre na meiose I, observa-se que os cromossomos homólogos não se separam corretamente. Já a não disjunção na meiose II ocorre porque não houve a separação das cromátides. Vale frisar que pode ocorrer ainda não disjunção na mitose após formação do zigoto. Não disjunção As não disjunções levam à formação de células com número incorreto de cromossomos. Quando ocorre, por exemplo, uma não disjunção do cromossomo X, um óvulo apresentará dois cromossomos X, enquanto outro não apresentará nenhum cromossomo X. Quando fecundado, esse ovulo se tornará um zigoto com aneuploidia. Tipos de aneuploidias: Nulissomias (2n-2) Indivíduo não apresenta nenhum cromossomo de determinado par. Monossomias (2n-1) Indivíduo apresenta apenas um cromossomo de um determinado par. Trissomia (2n+1) Indivíduo apresenta um cromossomo a mais que o normal em um determinado par, ou seja, apresenta três cromossomos de um mesmo tipo. Exemplos de aneuplodias: Síndrome de Down(47, XX + 21 ou 47, XY +21) observa-se um indivíduo com 47 cromossomos, com um cromossomo de número 21 a mais. Como o portador apresenta três cromossomos 21, a síndrome é também chamada de trissomia do 21. A síndrome de Down leva ao surgimento de características muito marcantes, como a prega palpebral, a língua fissurada e a prega transversal contínua na palma da mão. Além disso, pessoas com essa síndrome podem ter certo atraso no desenvolvimento e estão mais sujeitas a problemas cardíacos. Síndrome de Turner (45, X0) observa-se a presença de apenas um cromossomo sexual X, sendo, portanto, uma monossomia. Nesse caso, verifica- se um indivíduo do sexo feminino com pouco desenvolvimento das mamas, ovários rudimentares, tórax largo, baixa estatura e pescoço alargado. Geralmente não causa atraso mental e, quando este se apresenta, é leve. É a única monossomia viável em seres humanos. Síndrome de Klinefelter (47, XXY) há, geralmente, três cromossomos sexuais (XXY), ou seja, é uma trissomia. Indivíduos com essa síndrome são do sexo masculino, possuem órgãos genitais pouco desenvolvidos, não produzem espermatozoides, podem apresentar crescimento das mamas e possuem diminuição do nível intelectual. Rearranjos cromossômicos Os rearranjos cromossômicos fazem parte das chamadas mutações cromossômicas, e ocorre na estrutura dos cromossomos durante a interfase quando os cromossomos estão mais distendidos e metabolicamente ativos, com isso eles acabam sendo mais vulneráveis a variações do ambiente causando assim rupturas em sua estrutura. As aberrações estruturais dos cromossomos resultam de quebra cromossômica seguida de reconstituição em uma combinação anormal. Rearranjos balanceados: Inversões A inversão é quando em uma parte do cromossomo ocorrem duas fraturas, e que logo em seguida os fragmentos são restaurados, porém em posição inversa, ou seja, há uma modificação na ordem dos nucleotídeos. Translocações A translocação ocorre quando há uma deslocação de um fragmento de um cromossomo para outro cromossomo não-homólogo. A translocação prejudicará a expressão dos genes ocasionando a leitura errada da informação genética Inserções A inserção ocorre quando surge um par de bases que é inserido na cadeia, entre dois pares que já estavam na cadeia. Rearranjos não-balanceados: Deleções Um pedaço de cromossomo é perdido neste tipo de anomalia, que implica a perda de muitos genes. Deficiências são percebidas durante o pareamento de cromossomos na meiose. Duplicação Duplicação é quando há um fragmento duplicado no cromossomo, fazendo com que ocorra a repetição dos genes. A duplicação ocorre quando a troca de fragmentos entre os cromossomos e seu homólogo é errada. Quando se introduz, em um cromossomo, o fragmento de seu homólogo, é originada a duplicação. Este homólogo apresentará uma deficiência que será compensada pela duplicação de um dos cromossomos. Porém, com a separação dos homólogos no momento da meiose, seus gametas vão ter a quantidade de material genético alterada para mais ou para menos. Isocromossomos Os isocrossomos são cromossomos que se formam a partir de um erro que ocorre durante a meiose ou mitose. Este erro acontece quando o centrômero se divide longitudinalmente e não transversalmente, o que leva a separação dos braços, causando uma deficiência em um e duplicação no outro. Cromossomos em anel As deleções terminais nos braços de um cromossomo podem dar origem a um cromossomo em formato de anel, se as extremidades livres se juntarem. Os cromossomos em anel podem dividir-se durante a mitose ou meiose, mas estão sujeitos à degeneração. Síndromes associadas à microdeleções ou duplicações Aspectos específicos dessas síndromes apresentam padrões clássicos de doenças monogênicas, ou seja, quando ocorre alguma mutação na sequencia de DNA de um único gene, o que causa uma espécie de anomalia gênica permanente e que é transmitida geneticamente. Microdeleções refere-se à perda de uma pequena parte do DNA de um cromossomo, não detectável na cariotipagem usual. Para a sua detecção são necessárias outras técnicas, tais como cariótipo com bandas em alta resolução, FISH ou PCR. Exemplos de doenças onde ocorrem microdeleções são a síndrome de Angelman, síndrome de DiGeorge e síndrome de Prader-Willi. Microdeleções do cromossomo Y podem estar associadas à infertilidade
Compartilhar