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1. Bannach
Esse é Juvenil Araújo, uma das várias vítimas der violência em Bannach.
Nas década de 1960 e 1960 a Amazônia de intocada, eram cerca de 4 milhões de metros quadrados, quase metade do Brasil. O governo militar temia que as terras fossem invadidas e tomada pelos norte-americanos. As região era há irada em sua maior parte por feras é índios selvagens. Para convencer os habitantes das outras partes do Brasil a migrarem para a Amazônia, o governo criou o slogan “uma terra sem homens para homens sem terra" e “ integrar para não entregar”. O preço que o governo estava cobrando para pelas terras era pouco mais do que hoje seria 1 real, se comprava uma área de um hectare. Rondônia, Mato Grosso e Pará eram os estados que mais receberam colonizadores. Eles vinham em sua maioria do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A mão de obra vinho dos nordestinos principalmente baianos e Maranhenses, que iam para a região com o sonho de conquistar o próprio pedaço de chão. Donos das terras e patrões de todos que moravam no lugar, os fazendeiros se transformavam senhores do engenho, respondendo violentamente a quem contrariada suas ordens, era assim nas décadas de 1960 e 1970 e é assim até hoje. Dos 1373 assassinatos por questões agrárias registrados no Brasil de 1985 a 2003 somente 122 foram levados a julgamento. Apenas nove mandantes desses crimes foram condenados, e nenhum deles está preso. Em 1970 Otacílio Bannach teve a ideia de com a ajuda dos seus 6 filhos, José, Iolandes, Ediones, Luiz, Selvino e Alquirino, de adquirir uma área no Pará, no meio da selva amazônica. Seu plano era comprar uma terra dez vezes maior do que a cidade de Curitiba e lá montar uma madeireira e ganhar muito dinheiro. Em 1971 compraram a área e foram construir uma pista de pouso no meio da Mata, eles contrataram um mateiro conhecido como cabeça seca e o Sr. Nelson Silva para abrir uma trilha no meio da selva. Na margem da Pa-150 a principal rodovia da região, onde seria construída a sede da Fazenda, Nelson contratou mais oito mateiros é entraram na floresta. Confrontos com indígenas selvagens eram constantes durante a caminhada, Nelson se ganhava de ter matado mais de 20 índios. Um de seus trabalhadores se banhava no Rio quando um jacaré de mais de 4 metros de comprimento arrancou seu pé esquerdo, Nelson não queria voltar para que a vítima fosse tratada, pois perderiam muito tempo. O homem passou dois dias sofrendo com hemorragia e febre alta até que morreu e foi enterrado na selva. O trabalho durou 58 dias, quando a trilha já estava aberta os irmãos Bannach foram conhecer as terras que seu pai havia comprado. Os primeiros barracos foram construídos com a madeira arrancada da terra, em julho de 1971 cerca de 80 homens já moravam no lugar. Nessa época surgiram as plantações de arroz, milho, feijão, e mandioca. Em 1972 mais de 200 pessoas viviam na área, em maio de 1978 já eram quase 2 mil moradores no início do ano seguinte já funcionavam três serrarias, uma patinadora e uma fábrica de compensados, a vila dos Bannach começou a receber gente de outras cidades e até de outros Estados. O tocantinense Valter Ribeiro foi um desses, ele abriu a primeira farmácia do lugar, Valter tratava de todos os doentes da Vila. Até que em 1983 uma epidemia de malária assolou o povoado, matando mais de trinta pessoas na Vila. Porém os negócios da filha Bannach estavam indo muito bem, mais da metade da produção era exportada para os Estados Unidos e para a Europa. O faturamento dos últimos meses havia sido superior há 1,5 milhão de dólares. Agora tinha na vila dois restaurantes, um armazém de ferramentas, uma oficina para carros e bicicletas, duas lojas de confecções e mais uma farmácia. A vila continuava crescendo e em 1991 já tinha mais de 3500 habitantes foi quando Joaquim Vieira de Almeida, gerente da empresas Bannach no local, convenceu os chefes a lutar para que a fazenda recebesse o título de cidade. Luiz Bannach mandou fazer 500 camisetas escritas “ queremos o município de Bannach" e as distribuiu para mais de 400 pessoas para participarem da audiência para parecerem moradores de Bannach, a farsa deu certo a emancipação de Bannach foi aprovada no auditório da assembléia legislativa. Assim no dia 15 de outubro de 1993 a vila de Bannach passou a ser município. Depois os seis irmãos decidiram que o próximo passo a ser dado seria fazer uma eleição municipal, para que fosse escolhido o prefeito do município. Joaquim de Almeida foi escolhido pelos irmãos por ser o mais devotados dos seus empregados e jamais tomaria alguma decisão sem consultar os patrões. Em outubro de 1996 aconteceram as primeira eleições, a influência dos Bannach era tanta que os outros candidatos entraram sabendo que o vencedor seria Joaquim Almeida, da coligação Unidos por Bannach (PSDB E PSB). Ele foi eleito por mais de 40% dos votos, que significavam 538 votos, um vereador foi eleito com apenas 24 votos. Quatro anos se passaram e Joaquim não fez nada pela cidade, apesar de tudo os Bannach ainda queria sua reeleição, sabendo que a comunidade não apoiava Joaquim, os irmãos Bannach marcaram uma reunião com os 573 empregados da família para dizer que quem não votasse no candidato da família seria demitido. O prefeito eleito foi Geraldo Fernandes, da oposição aos Bannach com 44% dos votos, indignados com a derrota os Bannach cumpriram a promessa e demitiram 350 funcionários. Os irmãos Bannach deixaram algo bem claro, que de agora em diante mais iriam dar mais nada a ninguém, quem quisesse morar ou construir teria de pagar pela terra, já que eles tinham a escritura da cidade em seus nomes. Eles pensavam em expulsar da cidade todos que fossem contrários à suas ideias. Os moradores começaram a invadir as terras da Fazenda dos Bannach e construir seus barracos, e logo depois da Polícia Militar ter retirado os intrusos da Fazenda, os Bannach contrataram uma empresa de segurança MARCA. Em 2001 os homens da Marca chegaram e agiam como policiais, andando pelas ruas com armas, faziam blitz pela cidade, fechavam os bares quando bem entendiam e estabeleceram um toque de recolher. Quem desobedecesse seria acusado de perturbar a paz pública, e seria devidamente castigado. Os moradores estavam vivendo sob uma ideologia ditatorial. Mas os protestos continuavam e o homem que estava a frente deles Carlos Teles foi assassinado com três tiros pelos homens da Marca. Os protestos esfriaram por algumas semanas mas logo voltaram a incomodar os Bannach. A Marca voltou a agir e assassinou o cearense Sérgio Pinheiro com um tiro na cabeça e queimado na praça da cidade. O prefeito preocupado com a situação é com a própria vida entrou em contato com a polícia federal em Belém e informou o que estava acontecendo na cidade, uma equipe de policiais passou oito dias na cidade investigando os casos, mas nenhum morador teve coragem de falar. O único resultado da operação foi a apreensão do armamento utilizado pelos homens da Marca. Numa declaração a imprensa o prefeito observou que “ num país o de milhões de pessoas lutam por um pedaço de chão, é no mínimo estranho que todas essas terras pertençam a uma única família”. Em dezembro de 2003 porca coisa mudou em Bannach, os irmãos continuam reclamando que as pessoas não reconhecem tudo o que eles fizeram pelo município e quem quisesse comprar um terreno na cidade um lote de quinze metros de frente por trinta de fundo custa 1 mim reais. A prefeitura ainda precisa pedir terras para construir obras públicas, os agricultores não tem onde plantar, e muitas famílias já deixaram o município para viver em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Por tudo isso a cidade que em 2000 tinha quase 6 mil habitantes, hoje tem menos de 4 mil moradores. Nenhum dos assassinatos ocorridos em Bannach foi investigado pela Polícia.

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