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1 UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA ARIANE DA SILVAHONÓRIO FIGUEIREDO JOGOS E BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA Corumbá - MS 2020 2 ARIANE DA SILVAHONÓRIO FIGUEIREDO Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física. Docente supervisor: Prof. Bruno José Frederico Pimenta Corumbá - MS 2020 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................4 1 TEMA....................................................................................................................5 2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 6 3 PARTICIPANTES..................................................................................................7 4 OBJETIVOS......................................................................................................... 8 5 PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................................... 8 6 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 9 7 METODOLOGIA................................................................................................. 14 8 CRONOGRAMA................................................................................................. 15 9 RECURSOS....................................................................................................... 15 10 AVALIAÇÃO........................................................................................................ 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 17 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 18 4 INTRODUÇÃO O presente projeto tem como tema a atividade de Jogos e Brincadeiras na Pré- Escola que visa crianças inseridas no ambiente escolar regular. Objetiva-se conhecer quais são as atividades desenvolvidas por professores de Educação Física com alunos matriculados na pré-escola, bem como compreender o quanto essas atividades são importantes para o desenvolvimento desses alunos. A problemática que norteou esse estudo foi: como os jogos e brincadeiras na pré- escola podem contribuir para promover o desenvolvimento integral dos alunos? Portanto, procurou-se verificar quais os procedimentos adotados no processo de ensino aprendizagem. A abordagem utilizada neste estudo caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica realizada em livros, sites acadêmicos como o SCIELO além de referências de autores renomados como Piaget (1978), Vygotski (1994) e Ramos (2013) buscando o enriquecimento sobre o tema proposto. Os resultados nos mostram que brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo, físico, social além de promover o bem estar emocional dos alunos pré-escolares. Através da brincadeira a criança constrói o seu universo, trazendo-o para sua realidade, possibilita o desenvolvimento não sendo apenas um instrumento didático facilitador para o aprendizado, já que os jogos e as brincadeiras influenciam na motricidade, inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade. Dessa forma, os jogos e brincadeiras contribuem para o aluno exteriorizar seu potencial criativo. Sobre os jogos e brincadeiras como instrumentos pedagógicos BROUGERE (2002) salienta que o jogo não é naturalmente educativo, mas se torna educativo pelo processo metodológico adotado, ou seja, através dos jogos e brincadeiras o professor pode desenvolver metodologias que contribuam com o desenvolvimento dos alunos. 5 1 TEMA O tema que este projeto propõe a desenvolver é sobre jogos e brincadeiras na pré- escola, visando demonstrar sua importância na promoção do desenvolvimento dos pré- escolares. O estudo deste tema se faz no campo da Educação Física. Na esfera educativa muito tem sido pesquisado acerca do ato de brincar no processo educativo, especialmente na educação infantil. O lúdico pode estar presente nos âmbitos da educação infanto-juvenil, desde as disciplinas básicas até a educação física (QUEIROZ, 2006). Estudos apontam a importância de brinquedos e brincadeiras, como essenciais a aprendizagem e ao desenvolvimento. Neste contexto, os jogos e brincadeiras vêm sendo apontados como estratégias para o desenvolvimento sadio, tanto do ponto de vista psicológico, psicomotor, cognitivo quanto sociocultural da criança. Os jogos e as brincadeiras são parte integrante do processo de aprendizagem no desenvolvimento da criança, sendo essencial na educação infantil. Através da atividade lúdica são introduzidos os conceitos básicos de vida, incluindo a linguagem, matemática e interação social. Trabalhar com o lúdico na educação infantil objetiva investigar como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da aprendizagem sendo a educação infantil a base educacional da formação da criança como um todo. Para obter êxito em um aprendizado com crianças, a melhor forma de ensinar é através das brincadeiras lúdicas, pois as brincadeiras ajudam na troca de experiência, auxilia as crianças na coletividade e valoriza a brincadeira como percepção infantil. Segundo Vygotsky “É brincando e jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil e motor. Seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos pessoais, coisas e símbolos”. Negrine (1994, p.19) sustenta que: “As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão vinculadas à: inteligência, afetividade, motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade que contribui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectuale motriz da criança”. No que tange o espaço escolar, as brincadeiras se tornam um veículo para o desenvolvimento desde que haja regras. O professor das fases iniciais do aprendizado 6 deve permitir a brincadeira, porém da mesma forma definir os objetivos aos quais deseja alcançar de forma a mediar o desenvolvimento a fim de promover o crescimento intelectual e cognitivo de seu aluno. É importante ressaltar que o lúdico não é apenas a somatória de atividades e sim uma maneira de ser, estar e pensar do aluno. Portanto, quanto mais espaço lúdico esses alunos são submetidos mais espontâneos e autônomos se tornarão. 2 JUSTIFICATIVA Nos dias atuais as crianças trocam brincadeiras por jogos tecnológicos. Este projeto tem como linha de pesquisa o objetivo de mudar essa cultura que vem se tornado cada vez mais normal, através de atividades que envolvam a criança fazendo com que ela entenda a importância de brincar, correr, criar e interagir no meio onde está inserida. As propostas oferecidas aqui é levar a criança a explorar o ambiente que está inserida e fazer com que ela se socialize com adultos e demais crianças através de brincadeiras livres, dirigidas, manipulação de brinquedos com ajuda de profissionais e sobre tudo manifestar interesse no aprendizado. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01) “O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos”. Ao educador cabe a responsabilidade de elaborar atividades de acordo com a realidade da escola, integradas à realidade da criança. Essas atividades serão desenvolvidas visando sempre uma aceitação para que possa ser desenvolvida com êxito. Em suas pesquisas Kishimoto (1999)observa a importância do jogo na educação infantil, procura discutir o significado atual do jogo na educação, sua função lúdica e pedagógica. O uso do brinquedo e do jogo educativo com fins pedagógicos remete grande importância desse instrumento nas situações de ensino aprendizagem. Kishimoto (1999) faz uma abordagem histórica da construção do termo “jogo educativo”, demonstrando suas benéficas aplicações nos brinquedos e nas brincadeiras desde Roma e Grécia Antiga. Ressalta que: “os jogos foram transmitidos de geração em 7 geração por meio de sua prática, permanecendo na memória infantil” . Para Vygotsky (1984) a brincadeira se relaciona com desenvolvimento e ensino aprendizagem e apresenta as duas como situações importantes na identificação da zona de desenvolvimento proximal. Dessa forma, há uma necessidade de o professor ampliar significativamente as vivências das crianças com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças. Portanto, o profissional de Educação Física terá que viabilizar situações em que a criança explore suas habilidades motoras, físicas além de proporcionar atividades que envolvam partes do corpo para que tenham a percepção de que através da brincadeira elas também desenvolvem cuidados com o corpo. 3 PARTICIPANTES Este projeto destina-se a crianças matriculadas em uma instituição de ensino básico regular na Pré-Escola com idade entre quatro e cinco anos. É por meio das interações que os alunos procuram se adaptar ao que se dá o desenvolvimento da inteligência. É inquestionável a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento infantil e estão inseridos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Portanto, é uma parte fundamental da aprendizagem e desenvolvimento da criança, momento em que ela exercita todos os seus direitos e estabelece contato com os campos de experiência, como protagonista de seu desenvolvimento. Para que este projeto seja de grande relevância para os alunos, o espaço é organizado pelo professor de modo a estimular as brincadeiras, sua seleção, as atitudes de cooperação entre as crianças, instigando a socialização do espaço lúdico, respeitando as capacidades de cada aluno. As práticas devem então serem trabalhadas no sentido de esclarecer a importância dos jogos e brincadeiras no processo de interação com o outro. Isso é especialmente importante na educação infantil, já que é o momento inicial do contato da criança com o mundo externo, fora do ambiente familiar. 8 4 OBJETIVOS Objetivo Geral Possibilitar aos alunos uma vivência lúdica e criativa priorizando o lazer, pois brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança. Objetivos específicos Abordar aspectos da educação infantil; Examinar o conceito de jogos e brincadeiras; Discorrer sobre a inter-relação entre desenvolvimento infantil e ludicidade; Apresentar sugestões de jogos e brincadeiras que podem ser aplicados na pré-escola. 5 PROBLEMATIZAÇÕES A atividade lúdica é uma forma vital de a criança acercar-se do mundo real, comunicar-se, aprender e se expressar num processo contínuo. À medida que está inserida no mundo dos jogos e brincadeiras a criança desenvolve novas competências que levam à maior confiança que precisarão para enfrentar a realidade. Em meio a esta realidade o presente projeto apresenta como problema o seguinte questionamento: como os jogos e brincadeiras na pré-escola podem contribuir para promover o desenvolvimento integral dos alunos? Visando um ensino aprendizagem transmitido de forma adequada, faz-se necessário que o Professor de Educação física seja qualificado, pois sua formação e conhecimento sobre a Cultura Corporal do Movimento é muito importante para um bom aproveitamento de suas aulas. Existe uma relação muito importante entre a criança, os jogos e as brincadeiras instrumentos utilizados para trabalhar a ludicidade, estes fazem parte do universo das crianças. De acordo com QUEIROZ (2006): “brincar é uma atividade prática, na qual a criança constrói e transforma seu mundo, conjuntamente, renegociando e redefinindo a 9 realidade.” Para que a criança na pré-escola inicie sua educação física e desenvolva uma boa formação psicomotora e integral, se faz necessário que o professor trabalhe a partir de metodologias, recursos didáticos e planos de aulas com abordagens adequadas para esta fase. Tendo a Educação Física como espaço mais adequado para deixar a imaginação, expressividade, fantasias e criatividade serem afloradas, o professor deve buscar meios que façam os alunos movimentarem corpo e mente, trabalhando a socialização, habilidades motoras e aptidões físicas de forma que este aprendizado se faça de maneira prazerosa. [...] através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade (FANTACHOLI, 2011). Dessa forma, para que os jogos e brincadeiras possam contribuir para promover o desenvolvimento dos alunos da pré-escola, o professor de Educação Física deve estar reparado para desenvolver atividades adequadas e coerentes para cada fase do aluno, contribuindo assim para um resultado positivo no processo de ensino aprendizado. 6 REFERENCIAIS TEÓRICO A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica que tem por finalidade promover o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (LDBEN, Art. 29, 1996). O brincar não pode ser considerado apenas como brincadeiras sem valor, pois o brincar desperta fantasias que por sua vez tem uma ação direta na formação e estruturação do pensamento da criança. Dessa forma, VYGOTSKY (1991) nos evidencia as características infantis, ao apontar a importância da linguagem e da percepção que envolve o sentido e significado do mundo, visto pelas crianças. De acordo com HUIZINGA (2001), o jogo para a criança não é igual ao jogo para os adultos, pois é preciso pensar que para a criança trata-se de um momento em que, em geral, ocorre aprendizagem e, para o adulto é recreação. O jogo para os adultos não tem o mesmo significado, enquanto que, para as crianças tem muita importância, pois dali ela 10 pode perceber que a brincadeira é uma ótima ideia para se aprender. A Educação Infantil na contemporaneidade é prioridade na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), por isso, deve se constituir numa preocupação em cada entidade e/ou escola que ofereça essa modalidade de ensino. É considerada de suma importância para o desenvolvimento infantil, tendo em vista que, nesta fase, o organismo infantil está capacitado para realizar atividades que exigem a utilização de funções mais complexas como a linguagem e a coordenação motora. Nesta etapa a criança será conduzida em seu desenvolvimento físico, psíquico, social, cognitivo, afetivo e motor, pois, as atividades são elaboradas em conformidade com a faixa etária das crianças, variando de 0 a 7 anos (CAMARGO, BOSA, 2012). Neste período a criança será capaz de desenvolver habilidades sociais, pois, estarão em contínua relação com seus colegas, com a professora e demais membros da escola. Isto favorece a aprendizagem de regras, que futuramente serão imprescindíveis para a sua adaptação social. O jogo favorece a autoestima dos alunos, pois a brincadeira faz a criança adquirir mais confiança e isso faz toda diferença na aprendizagem. KISHIMOTO (1998) ressalta que o jogo, os brinquedos e as brincadeiras terminam se misturando. As diversas brincadeiras e jogos, faz-de-conta, jogos simbólicos, sensório motores intelectuais, individuais e coletivos, mostram as multiplicidades das categorias de jogos. O autor afirma que: Os jogos têm diversas origens e culturas que sãotransmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem a função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porquê enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social. KISHIMOTO ainda ressalta que o brinquedo é outro termo indispensável para compreender este campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que organiza sua utilização. O desenvolvimento de habilidades motoras é essencial neste período, pois, partindo dessas, a criança irá amadurecer seu organismo e poderá adquirir habilidades mais complexas nas séries posteriores. Além disto, nesta fase do desenvolvimento, por meio de atividades físicas, as crianças podem se sentir estimulado a gostarem de 11 esportes (ARRUDA; SILVA, 2014). Para Ramos et al (2013, p.5): A fase pré-escolar é a época da aquisição de habilidades motoras básicas, os movimentos fundamentais são considerados verdadeiros núcleos cinéticos. Esta capacidade para mover-se cada vez de forma mais autônoma está relacionada com diversos fatores: maturação neurológica que permite movimentos mais completos; Crescimento corporal, que ao final deste período vai permitir maior possibilidade de domínio corporal, facilitando o movimento e disponibilidade em realizar atividades motoras, etc. Ao ingressar na Educação Infantil, a criança irá vivenciar um momento de socialização e adaptação. No ambiente escolar a criança terá que se adaptar ao espaço escolar, às regras e às normas do convívio social, tendo que respeitar horários e os colegas (KAPPEL, 1997). O brincar é essencial para o desenvolvimento, pois promove o desenvolvimento cognitivo, físico, social e bem-estar emocional das crianças. A brincadeira permite às crianças desenvolver tais aspectos. É por meio do brincar que crianças em uma idade muito precoce interagem com o mundo ao seu redor (CORDAZZO; VIEIRA, 2007). É na interação com os próprios brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus conhecimentos, ou, seja, através das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e reelaborando. Segundo OLIVEIRA (2002): Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal. VYGOTSKY (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na construção do pensamento infantil. É brincando e jogando que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. A brincadeira permite às crianças criar e explorar um mundo que pode dominar, vencendo seus medos enquanto pratica os papéis de adultos, por vezes em conjugação com outras crianças ou adultos. Conforme Kishimoto (2002, p.24): A brincadeira é a fase mais alta do desenvolvimento da criança, do desenvolvimento humano neste período; pois ela é a representação auto ativa do interno, representação do interno, da necessidade e do impulso internos. A 12 brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana como um todo, da vida natural interna escondida no homem e me todas as coisas. Por isso ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso interno e externo, paz com o mundo. (...) As brincadeiras devem estar inseridas no ambiente escolar, a fim de garantir o desenvolvimento emocional, social, cognitivo e motor da criança. Desta forma, pode-se observar que as brincadeiras podem ser usadas como meio de estimulação para desenvolver habilidades para a leitura e escrita. Segundo VYGOTSKY (1984, p. 54): A brincadeira tem um papel fundamental no desenvolvimento do próprio pensamento da criança. É por meio dela que a criança aprende a operar com o significado das coisas e dá um passo importante em direção ao pensamento conceitual que se baseia nos significados das coisas e não dos objetos. A criança não realiza a transformação de significados de uma hora para outra. Oliveira (1986) diz que, por intermédio do brinquedo, a criança vivencia situações conflitantes, apresentadas em seu mundo real, mas as quais não possuem formas para solucioná-las. A pesquisa realizada por Siqueira, Neto e Florêncio (2007, p. 1) sobre o brincar no desenvolvimento infantil, revelou que: O brincar natural temexpressivo efeito terapêutico por si só, além de auxiliador no desenvolvimento infantil, nas esferas emocional, intelectiva, social, volitiva e física, demonstrando a sua fundamental importância neste período riquíssimo do ser humano, ou seja, a sua própria estruturação, a base construtiva do que tenderemos a chegar ao desencadear de nossas vidas, dando-nos o asseguramento necessário para a progressão natural do ciclo vital humano. Para KISHIMOTO (1999), as práticas lúdicas proporcionam subsídios para a compreensão da brincadeira com ação livre da criança e do uso dos objetos. Dessa forma o jogo é importante instrumento pedagógico que contribui para o desenvolvimento de funções cognitivas e sociais das crianças e está diretamente relacionado ao processo de aprendizagem. Embora a brincadeira tenha feito parte da história da humanidade às crianças na atualidade estão desprovidas de situações que favoreçam o brincar (ALVES; BIANCHIN, 2010). Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o objetivo principal não é o de permitir que a educação infantil tenha caráter assistencialista, o que se pretende é: 13 Apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. Visa também, contribuir para que possa realizar, nas instituições o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998). HERMIDA (2009) considera que por meio do brincar “a criança põe em jogo seu amplo mundo de experiências motoras, sua afetividade, suas fantasias, seu mundo simbólico e sua personalidade”. Dessa forma, a criança manipula ideias por meio das palavras, símbolos e outros. Para VELASCO (1996), as brincadeiras bordam o desenvolvimento, a socialização bem como a aprendizagem e é nesse momento que a criança tem prazer em realiza-las, pois permite a ela o desenvolvimento sem esforço. Independente da época e da cultura, as crianças sempre brincaram e brinca, ou seja, elas vão brincar e aprender da forma que mais gostam. O brincar é visto por PIAGET (2003) como uma atividade formativa que pressupõe o desenvolvimento integral do sujeito, quer seja, na sua capacidade física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a formação do caráter e da personalidade de cada um. Para este autor, é por meio das interações que as pessoas procuram se adaptar o meio que se dá ao desenvolvimento da inteligência. Dentro desse referencial, tendo como base a Educação Física na pré-escola o professor deve levar os jogos e brincadeiras como forte aliados na interação do aluno ao ensino aprendizagem, visando suas qualidades e benefícios como instrumentos para o desenvolvimento integral. Para ROLIM (2008) “a brincadeira facilitao aprendizado e ativa a criatividade, ou seja, contribui diretamente para a construção do conhecimento”. De acordo com SANTOS (2014): A utilização de procedimentos metodológicos que envolvem brincadeiras, jogos e brinquedos tende a contribuir com mais facilidade para o processo de ensino aprendizagem da criança na formação de atitudes como: cooperação, socialização, respeito mútuo, interação, liderança, criatividade, personalidade e autonomia, que favorecem a construção do conhecimento do educando (SANTOS, 2014, apud REIS et. al.). Através dos jogos e brincadeiras orientadas pelo professor de Educação Física dentro da escola, é possível identificar as dificuldades de cada aluno, dessa forma, ao utilizar esta metodologia o professor se aproxima do aluno, levando conhecimento e vivência do sentir e do relacionar-se. 14 7 METODOLOGIAS A metodologia utilizada para a execução do Projeto de Pesquisa, foi a pesquisa bibliográfica, através de resenhas, artigos, citações, entrevistas e teses publicadas. Em tempos de pandemia, infelizmente não podemos fazer o estágio presencial para observarmos como acontece as aulas de Educação Física, através do brincar e das brincadeiras. Mas as pesquisas bibliográficas, artigos, citações, entrevistas e teses publicadas nós mostra que o brincar e as brincadeiras é uma realidade nas salas de aula pelo Mundo como um todo e se faz necessário, porque os educandos, interagem muito mais quando lúdico é levado paras as aulas de educação física. Partindo da ideia de que brincar é essencial para o desenvolvimento social e cognitivo da criança, as atividades acontecerão nas aulas de Educação Física. Serão realizadas brincadeiras livres e dirigidas que acontecerão no pátio interno da instituição e na sala de aula. Brincar não é perda de tempo como também não é uma forma de preenchimento de tempo, mas uma maneira de se colocar a criança de frente com o objeto, muito embora nem sempre a brincadeira envolva um objeto. Sendo assim, o brincar é uma das formas de linguagem que a criança usa para entender e interagir consigo mesma e com os outros. Em relação à organização do ambiente educativo, o RCNEI ressalta que é necessário que o professor considere “a interação com crianças da mesma idade e de idades diferentes e situações diversas como fator de promoção da aprendizagem, do desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se”. Serão ofertados às crianças bonecas, carrinhos, bolas que a instituição possui e brinquedos trazidos de casa a pedido dos professores. As brincadeiras se limitarão em um tempo de 40 minutos diários e será organizada pelo professor de Educação Física. Segundo VELASCO (1996) Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais e intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular e até mesmo de desenvolver as capacidades inatas, podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca à vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso. As brincadeiras lúdicas desenvolvidas terão a finalidade de promover a 15 socialização das crianças entre si. Essa etapa será desenvolvida em sala de aula e também no pátio interno da instituição. Teremos um cantinho com livros e fantoches, cantinho da beleza e o cantinho da fantasia em cada sala da pré-escola para serem utilizados em dias de chuva. ATIVIDADE 1 CAIXINHA DE SENSAÇÕES: encapar uma caixa de sapato, fazendo um furo em formato de círculo. Deve-se organizar materiais como retalhos de tecidos, flocos de algodão, pedaços de lixa, tampinhas de garrafa e ir colocando por uma das extremidades, a fim de que o aluno, com a mão do outro lado, identifique o material; ATIVIDADE 2 CAMINHO COLORIDO: com folhas de papel pardo, faça um caminho para que as crianças carimbem os pés, com tintas coloridas; ATIVIDADE 3 TOCA DO COELHO: dispor bambolês no pátio da escola de forma que fiquem dois alunos em cada um de forma que sobre um fora do bambolê. Ao sinal do professor, os alunos deverão trocar de toca, entrando duas em cada bambolê. Sempre sobrará um aluno fora da toca; ATIVIDADE 4 DE ONDE VEM O CHEIRO: passar perfume em um paninho e esconder este na sala, num lugar fácil, onde os alunos deverão descobrir de onde vem o cheiro; ATIVIDADE 5 DENTRO E FORA: desenhar uma figura geométrica bem grande no chão e pedir que os alunos entrem na delimitação desse espaço. Se quiser, pode-se fazer outra forma dentro da que já fez onde irá pedir para que os alunos adentrem também. Em seguida alternar comandos como: andar com as mãos na cabeça, andar agachado, andar de costas, andar com os joelhos no chão, sem sair de dentro do espaço; ATIVIDADE 6 ARREMESSOS: com auxílio de uma fita crepe, fazer uma linha no chão onde os alunos deverão arremessar garrafinhas plásticas cheias de areia. O professor irá medir as distâncias e verificar quem conseguiu arremessar mais longe; ATIVIDADE 7 PNEUS: esses podem ser usados para várias brincadeiras, como pular dentro e fora, se equilibrar andando sobre a parte de sua lateral ou ainda quem conseguir, rolar o pneu de um determinado lugar até outro sem deixa-lo cair; ATIVIDADE 8 QUE SOM É ESSE: com faixas de TNT, vendar os olhos dos alunos e fazer diferentes barulhos usando latas, brinquedos, pedaços de madeira e sacos plásticos; 16 ATIVIDADE 9 CAIXAS SURPRESAS: com uma caixa de papelão encapada, o professor irá mandar para a casa de um aluno a fim de que os pais enviem algum material que possa ser descoberto pelos alunos. O professor vai fazendo descrição do material, até que os alunos descubram o que é; ATIVIDADE 10 PEGA-PEGA DIFERENTE: dividir a turma em dois grupos e identifica-los com fitas de cores diferentes. Ao sinal do apito, os grupos deverão pegar uns aos outros e os alunos pegos deverão ficar em um espaço delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais alunos que não foram pegos. Desenvolver atividades com alunos da pré-escola requer atenção e cuidado em razão dos alunos serem muito pequenos e ainda por não corresponderem de forma motora muitas atividades. Dessa forma, as atividades desenvolvidas serão articuladas de acordo com a capacidade individual de cada aluno. Finalizar o projeto com uma socialização sobre a importância do brincar na educação infantil, na sequência aplicar o vídeo sobre todas as atividades desenvolvidas no decorrer do projeto. 8 CRONOGRAMAS Etapas do Projeto Período 1. Planejamento De 10/08 à 17/08/2020 2. Execução De 18/08 à 08/09/2020 3. Avaliação De 09/09 à 17/09/2020 9 RECURSOS Recursos humanos: equipe pedagógica. Recursos materiais: sala de aula, pátio interno da instituição de ensino, brinquedos pedagógicos, caixinha de música, pen-drive, CDs com músicas infantis, livros com histórias infantis, bolas, bambolês, papel crepom, corda, livros, fantoches, garrafas de plástico, areia, papel crepom, TNT, pneu, giz, pedaços de cabo de vassoura, sacos plásticos, lata de leite vazia, lencinho, perfume de criança, caixa de sapato, retalhos de tecido, flocos de algodão, tampinhas de garrafa, pedaços de lixa, papel pardo, caixa de papelão, tintas coloridas, apito, fita adesiva, pincéis e demais materiais pedagógicos. 17 10 AVALIAÇÕES A avaliação na Pré-Escola requer formas alternativas de avaliação que venham a aproveitar as habilidades e as competências de cada aluno. De acordo com HOFFMAM (2000) a avaliação na Educação Infantil deve partir de dois pressupostos básicos: “a observação atenta e curiosa sobre as manifestações de cada criança e a reflexão sobre o significado dessas manifestações em tempos de seu desenvolvimento”. Listam-se aspectos subjetivos ou complexos nos registros de avaliação na tentativa de mostrar a família o alcance de resultados pela criança de significativa importância. O que se percebe é uma prática desvinculada da realidade, que não considera verdadeiramente a criança em suas necessidades concretas, mais privilegia o registro endereçados aos pais. (HOFFMAM 200).Dessa forma, a avaliação da aprendizagem dos alunos da pré-escola, deve ser vista como um processo amplo e contínuo, envolvendo aspectos físicos, sociais, intelectuais e afetivos em constante aperfeiçoamento. A observação atenta e curiosa dos alunos possibilita a constatação de qual é o nível de desenvolvimento que o aluno se encontra, permitindo assim, a elaboração de estratégias adequadas para a promoção da aprendizagem e do desenvolvimento integral dos mesmos. Portanto, o papel do professor quanto a avaliação é de observar e elaborar registros daquilo que o aluno mostrou durante o brincar, observando as diferentes linguagens sociais, afetivas e emocionais de cada aluno. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo cujo tema Jogos e Brincadeiras na Pré-Escola proporcionou entendimento quanto à relevância de se empregar atividades lúdicas em sala de aula, porém, com metas estabelecidas. Dessa forma, conclui-se que os jogos e brincadeiras são atividades fundamentais para o desenvolvimento social e cognitivo de uma criança, é importante ressaltar que a boa interação com as crianças me possibilitou uma rica e alegre experiência. Ao profissional de Educação Física cabe a importante tarefa como mediador do processo de ensino-aprendizagem no que se refere ao jogo, destacando os pontos positivos, no agir perante as aplicações das atividades no pátio ou em sala de aula. Ficou a certeza da importância da atualização continua e constante aprimoramento profissional, pois para promover um ensino de qualidade o professor de Educação Física deve sempre buscar o conhecimento na área de atuação e conhecimento das necessidades da clientela escolar assistida. 19 REFERÊNCIAS ALVES, Luciana; BIANCHIN, Maysa Alahmar. O jogo como recurso de aprendizagem. Revista Psicopedagogia. V.27. São Paulo. 2010. ARRUDA, Kleiton Marcelo Ferreira de; SILVA. Eduardo Adrião Araujo. Desenvolvimento motor na educação infantil através da ludicidade. 2014. Revista Eletrônica CONNCTIONLINE. BROUGÈRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. BRASIL, LDEN, N° 9394/96. Disponível em: www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis. BRASIL. 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