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02 - POSSE

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DIREITOS REAIS 
02 – POSSE
Professora Helena Carelli
2020 -2º SEMESTRE
 
 POSSE - Arts. 1.196 a 1.224, CC 
 
Posse é o domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa.
 
Duas grandes escolas ou correntes clássicas procuraram justificar a posse como categoria jurídica:
Teoria subjetiva ou subjetivista Teoria objetiva, objetivista ou simplificada
 Friedrich Carl von Savigny Rudolf von Ihering
 
Animus (intenção de ter a coisa) Corpus (o poder material sobre a coisa)
 +
Corpus (o poder material sobre a coisa)
Teoria subjetiva de Savigny: Possuidor seria aquele que, além ter a intenção de se assenhorar do bem, dispõe do poder material sobre ele.
A posse, para essa teoria, possui dois elementos: 
o corpus: elemento material ou objetivo da posse, constituído pelo poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa
animus domini, elemento subjetivo, caracterizado pela intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o direito de propriedade
Para a teoria objetiva a posse como o poder direto que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção ou agressão de quem quer que seja.
Para essa teoria o locatário, o comodatário, o depositário, entre outros, não são possuidores, pois não há qualquer intenção de tornarem-se proprietários. 
Não foi a teoria adotada pelo CC/2002, porém, em determinados pontos é possível constatar sua influência, por exemplo, nas formas extraordinária e ordinária de usucapião, a depender da boa ou da má-fé, ou seja, do animus do possuidor.
Teoria objetiva de Ihering: Possuidor seria aquele que dispõe fisicamente da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato. 
Esta corrente dispensa a intenção de ser dono, tendo a posse apenas um elemento, o corpus.
o corpus: elemento material ou objetivo da posse, constituído pelo poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa.
O corpus é formado pela atitude externa do possuidor em relação à coisa, agindo este com o intuito de explorá-la economicamente.
Segundo a Teoria objetiva, para a posse, basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato. Não há intenção de ser dono. 
Há apenas um elemento, o corpus. Ele é representado pela intenção de explorar a coisa com fins econômicos. Há uma intenção, mas não a de ser proprietário, mas de explorar economicamente esse bem. 
O CC/2002, adotou parcialmente a teoria objetivista de Ihering, conforme art. 1.196.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Assim, basta o exercício de um dos atributos da propriedade (usar, gozar/fruir, dispor, reivindicar) para que a pessoa seja considerada possuidora.
Dessa forma, o locatário, o usufrutuário, o depositário e o comodatário são possuidores, podendo fazer uso das ações possessórias. 
Todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário.
Pelo conceito objetivo adotado pelo comando legal, a posse pode ser desdobrada em direta e indireta.
No contrato de locação, ambas as partes são possuidoras, mas uma é direta (locatário) possuidor direto , tendo a coisa consigo e a outra é indireta (locador proprietário). 
O proprietário é possuidor indireto pelos direitos que decorrem do domínio.
Pessoas naturais, jurídicas e despersonalizadas podem ser consideradas possuidoras (espólio, massa falida).
Função social da posse: (Saleilles, Hernandez Gil e Perozzi). A posse deve buscar alcançar interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela (Enunciado 492 da V jornada de direito civil).
Principio função social da posse esta implícito no CC, por exemplo, isso é visto através da posse-trabalho: 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Enunciado nº 492 da I Jornada de Direito Civil: A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela.
Hernandez Gil traz o caso do chapéu: Sujeito que anda com um chapéu por uma rua:
Para Savigny, ele é possuidor, pois tem a intenção de ser dono do chapéu e se apresente com o bem.
 
Para Ihering, há posse porque a pessoa se apresenta com o chapéu, tendo o domínio fático da coisa.
 Por fim, para Perozzi e Gil há posse diante do reconhecimento e da aceitação da coletividade de que essa pessoa é possuidora, além da destinação que é dada ao chapéu.
 
 DIFERENÇAS ENTRE A POSSE E A DETENÇÃO
O detentor não pode ser confundido com o possuidor:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Detentor ou fâmulo da posse ou gestor da posse é aquele que tem a coisa apenas em virtude de uma situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação. (ato de mera custodia)
O detentor não exerce uma posse própria, mas uma posse em nome de outrem.
Como não tem posse, não pode invocar ação possessória, só a autotutela.
Ex.1: caseiro em relação ao imóvel que cuida
 
Ex: 2 Você leva seu carro no estacionamento e entrega para o manobrista. O estacionamento é possuidor, por causa do contrato atípico (parecido com depósito) e o manobrista é detentor pois tem o veiculo em nome da empresa, já que é subordinado à empresa.
OBS: A concessionária de veículos incumbida de fazer o reparo de um automóvel é mera detentora, e não possuidora do bem, segundo decisão do STJ. 
Sendo assim, não é o caso de reconhecer o direito de retenção da coisa, diante da falta do pagamento de serviços que foram por ela prestadas, nos termos do que consta do art. 1.219 do Código Civil. 
Ementa Oficial
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. VEÍCULO.
REPARO. SERVIÇO CONTRATADO. PAGAMENTO. RECUSA. DIREITO DE RETENÇÃO.
CONCESSIONÁRIA. BENFEITORIA. IMPOSSIBILIDADE. POSSE DE BOA-FÉ.
AUSÊNCIA. DETENÇÃO DO BEM.
1. A controvérsia a ser dirimida no recurso especial reside em definir se a oficina mecânica que realizou reparos em veículo, com autorização de seu proprietário, pode reter o bem por falta de pagamento do serviço ou se tal ato configura esbulho, ensejador de demanda possessória.
2. O direito de retenção decorrente da realização de benfeitoria no bem, hipótese excepcional de autotutela prevista no ordenamento jurídico pátrio, só pode ser invocado pelo possuidor de boa-fé, por expressa disposição do art. 1.219 do Código Civil de 2002.
3. Nos termos do art. 1.196 do Código Civil de 2002, possuidor é aquele que pode exercer algum dos poderes inerentes à propriedade, circunstância não configurada na espécie.
4. Na hipótese, o veículo foi deixado na concessionária pela proprietária somente para a realização de reparos, sem que isso conferisse à recorrente sua posse. A concessionária teve somente a detenção do bem, que ficou sob sua custódia por determinação e liberalidade da proprietária, em uma espécie de vínculo de subordinação.
5. O direito de retenção, sob a justificativa de realização de benfeitoria no bem, não pode ser invocado por aquele que possui tão somente a detenção do bem.
6. Recurso especial conhecido e não provido.
(REsp 1628385/ES, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔASCUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 29/08/2017)
Possibilidade de conversão da detenção em posse.
Enunciado nº 301 da IV Jornada de Direito Civil: “É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios”
Exemplificando, se desaparecer o vínculo de dependência de um contrato de trabalho, sendo celebrado expressamente um contrato de locação entre ex-patrão e ex-empregado, não haverá mais mera detenção, mas posse, desdobrada em direta e indireta.
 
 CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
1) QUANTO À RELAÇÃO PESSOA-COISA: 
a) POSSE DIRETA: aquela que é exercida por quem tem a coisa materialmente, havendo um poder físico imediato. Como possuidores diretos podem ser citados o locatário, o depositário, o comodatário e o usufrutuário.
b) POSSE INDIRETA: exercida por meio de outra pessoa, havendo exercício de direito, geralmente decorrente da propriedade. Exemplo é o locador, que frui ou goza dos aluguéis, sem que esteja direta e pessoalmente exercendo poder físico ou material sobre o imóvel locado.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
A posse direta e a indireta coexistem. Assim, tanto o possuidor direto quanto o indireto podem invocar a proteção possessória um contra o outro, e também contra terceiros.
Enunciado n. 76, da I Jornada de Direito Civil: “O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil)”. 
2) QUANTO A EXISTÊNCIA DE VÍCIOS OBJETIVOS: existência ou não de vício na posse.
a) POSSE JUSTA: a posse que não for violenta, clandestina ou precária. É uma posse limpa
b) POSSE INJUSTA: apresenta os referidos vícios, pois foi adquirida por meio de ato de violência, ato clandestino ou de precariedade.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse violenta: é a obtida por meio de esbulho, for força física ou violência moral. É assemelhada ao crime de roubo. 
Ex: invasão violenta de uma propriedade, removendo e destruindo obstáculos.
Posse clandestina: é a obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, na calada da noite. É assemelhada ao crime de furto. 
Ex: invasão, à noite e sem violência, de uma propriedade.
Posse precária: é a obtida com abuso de confiança ou de direito. Se assemelha ao crime de estelionato ou à apropriação indébita.
Ex: locatário de um bem móvel que não devolve o veículo ao final do contrato. 
3) QUANTO A BOA-FÉ SUBJETIVA: leva em conta o estado de ânimo do possuidor.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
a) POSSE DE BOA-FÉ: quando o possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa ou quando tem um justo título que fundamente a sua posse.
A boa-fé subjetiva consiste em uma situação psicológica, um estado de ânimo ou de espírito do agente, que realiza determinado ato ou vivencia dada situação, em estado de inocência Em geral, esse estado subjetivo deriva do desconhecimento a respeito de determinado vício que macula a sua posse.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Justo título: Escritura de compra e venda que contenha vício ignorado pelo possuidor; Recibo (pessoas simples); Pessoa na posse de uma fazenda recebida por herança de seu tio, ignorando o vício existente no formal de partilha.
b) POSSE DE MÁ-FÉ: situação em que alguém sabe do vício que acomete a coisa, mas mesmo assim pretende exercer o domínio fático sobre esta. 
Mesmo com má-fé ele pode ajuizar ação possessória para proteger-se de um ataque de terceiro. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Possuidor, que até então ignorava o vício na sua posse, é citado na ação reivindicatória. 
4) QUANTO AO TÍTULO:
a) POSSE COM TÍTULO: quando há uma causa representativa da transmissão da posse, caso de um documento escrito. Ex: contrato de locação ou de comodato.
b) POSSE SEM TÍTULO: quando não há uma causa representativa, pelo menos aparente, da transmissão do domínio fático. 
Exemplo: alguém acha um tesouro, depósito de coisas preciosas, sem a intenção de fazê-lo. 
5) QUANTO AO TEMPO:
a) POSSE NOVA ou de FORÇA NOVA: é a que tem menos de ano e dia.
b) POSSE VELHA ou de FORÇA VELHA: é a que conta com pelo menos um ano e um dia, ou seja, com um ano e um dia ou mais. 
Tal classificação tem efeitos processuais relativos às ações possessórias. 
POSSE NOVA: Segue as regras de procedimento especial (arts. 554 a 568 do CPC)
POSSE VELHA: Segue o procedimento comum (mas é possível a concessão da tutela prevista no art. 300 do CPC)
CPC
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Posse nova: possível usar interdito possessório e requerer o provimento liminar do art. 562, CPC.
Posse velha: Não será deferida liminar com amparo no art. 562.
CPC
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada..
Em resumo:
Se a ameaça, a turbação e o esbulho forem novos, ou seja, tiverem menos de um ano e um dia, caberá a ação de força nova: o respectivo interdito possessório seguirá o rito especial, cabendo liminar do art. 562, CPC.
Se a ameaça, a turbação e o esbulho forem velhos, com pelo menos um ano e um dia, caberá ação de força velha, que segue procedimento comum, não cabendo a respectiva liminar. Todavia, será possível, no último caso, uma tutela de urgência ou de evidência, nos termos dos arts. 300 a 311 do Novo CPC. Tal enquadramento depende das circunstâncias do caso concreto.
6) QUANTO AOS EFEITOS:
a) POSSE AD INTERDICTA: é a posse que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou interditos possessórios. 
Não conduz à usucapião. 
Ex: locador e locatário podem defender a posse de uma turbação ou esbulho praticado por um terceiro. Essa posse não conduz à usucapião. 
b) POSSE AD USUCAPIONEM: é a que se prolonga por determinado lapso de tempo previsto na lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que obedecidos os parâmetros legais. 
É aquela posse usucapível, pela presença dos seus elementos. 
A posse ad usucapionem deve ser mansa, pacífica, duradoura por lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com intenção de dono. Além disso, em regra, deve ter os requisitos do justo título e da boa-fé
 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO
A composse traduz a ideia de posse em comum. 
A composse ou compossessão é a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa (condomínio de posses), o que pode ter origem inter vivos ou mortis causa.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Tipos de composse:
Pro indiviso ou indivisível: compossuidores tem fração ideal da posse, pois não é possível determinar no plano fático qual a parte de cada um. 
Ex: 2 irmãos tem a posse de uma fazendae ambos exercem-na sobre todo o imóvel, colhendo hortaliças.
Pro diviso ou divisível: cada possuidor sabe qual é a sua parte, que é determinável no plano fático, havendo uma fração real da posse. 
Ex: 2 irmãos possuem uma fazenda, que é dividida ao meio por uma cerca. Numa metade um planta café, na outra, o outro irmão cria gado.
 AQUISIÇÃO DA POSSE
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Em termos conceituais, portanto, o direito de propriedade consiste no direito real de usar, gozar ou fruir, dispor e reivindicar a coisa, nos limites da sua função social. 
Existem formas de aquisição originária, em que há um contato direto entre a pessoa e a coisa. Ex.: achar coisa abandonada ou sem dono.
 E a forma de aquisição derivada, que ocorre quando há uma intermediação pessoal, como no caso da aquisição de propriedade móvel (via tradição).
A tradição tem 3 espécies:
Tradição real: dá-se pela entrega efetiva ou material da coisa, como ocorre na entrega do veículo pela concessionária em uma compra e venda.
Tradição simbólica: há um ato representativo da transferência da coisa como, por exemplo, a entrega das chaves de um apartamento.
Tradição ficta: é aquela que se dá por presunção, em que o possuidor possuía em nome alheio e agora passa a possuir em nome próprio (o exemplo típico é o do locatário que compra o imóvel, passando a ser o proprietário). 
Também há tradição ficta no constituto possessório, em que o possuidor possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio (o caso do proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário).
QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE DE UM BEM?
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
A posse pode ser adquirida pelo próprio sujeito, desde que capaz, por seu representante legal ou convencional (caso do herdeiro e do mandatário) ou até por terceiro que não tenha mandato, desde que haja confirmação posterior, com efeitos ex tunc ou retroativos
 
 EFEITOS DA POSSE
QUANTO AOS FRUTOS: 
São utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância, ou seja, frutos são bens acessórios que saem do principal sem diminuir a sua quantidade.
Naturais: são gerados pelo bem principal sem necessidade da intervenção humana direta. Ex: laranja, soja, crias de um rebanho
Industriais: decorrem da atividade industrial. Ex: bens manufaturados
Civis: São também chamados de rendimentos. Ex: juros, aluguel
 
POSSUIDOR DE BOA-FÉ: 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Ex: aluga uma casa com um pé de laranja nos fundos. Enquanto vigente o contrato, o locatário de boa-fé tem direito às laranjas colhidas. Quando o contrato acabar, as laranjas ainda verdes no pé, não poderão ser colhidas. Se colhidas verdes, devem ser devolvidas.
 
 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Ex: a laranja é tida como colhida quando separada do pé, os juros são percebidos nos exatos vencimentos dos rendimentos, como é comum em cadernetas de poupança. 
 
POSSUIDOR DE MÁ-FÉ: 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Ex: Se um invasor de um imóvel colhe as mangas da mangueira do terreno, deverá indenizá-las, mas será ressarcido pelas despesas realizadas com a colheita. 
Por outra via, se deixaram de ser colhidas e, em razão disso, vierem a apodrecer, o possuidor também será responsabilizado. 
 
 
2) QUANTO AS BENFEITORIAS: 
Benfeitorias são bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora da sua utilidade.
 Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são nele introduzidas.
Classificam-se as benfeitorias em três modalidade:
 
 
Benfeitorias necessárias: realizada para evitar um estrago iminente ou a deterioração da coisa principal.
Ex: reparos realizados em uma viga, parte elétrica danificada, telhado caindo.
Benfeitorias úteis: são aquelas empreendidas com o escopo de facilitar a utilização da coisa.
Ex: a abertura de uma nova entrada que servirá de garagem para a casa, portão elétrico.
Benfeitorias voluptuárias: são aquelas empreendidas para mero deleite ou prazer, sem aumento da utilidade da coisa 
EX: a escultura feita nas rochas de um jardim.
 
POSSUIDOR DE BOA-FÉ: 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
NECESSÁRIAS: direito a ser indenizado e direito de retenção
ÚTEIS: direito a ser indenizado e direito de retenção
VOLUPTUÁRIAS: direito de levantá-las, se não forem pagas, desde que isso não gere prejuízo à coisa.
 O possuidor de boa-fé tem direito à indenização por benfeitorias necessárias e úteis. Se não indenizado tem direito à retenção dessas benfeitorias, que persiste até que receba o que lhe é devido.
Ex: o comodatário terá direito de indenização pela reforma do telhado (benfeitoria necessária) e pela grade da janela (benfeitoria útil). 
Com relação às benfeitorias voluptuárias, o possuidor de boa-fé tem direito ao seu levantamento, se não forem pagas, desde que isso não gere prejuízo à coisa 
Ex: vigente o empréstimo de um imóvel, se o comodatário introduziu um telhado na churrasqueira, que pode ser removido, não sendo essa benfeitoria paga, poderá levá-la embora, pois a retirada não desvaloriza o imóvel. O mesmo raciocínio não vale para uma piscina construída no imóvel, pois a sua retirada gerará um prejuízo ao principal. 
 
POSSUIDOR DE MÁ-FÉ: 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
NECESSÁRIAS: direito a ser ressarcido, mas sem direito a retenção
ÚTEIS: não tem direito
VOLUPTUÁRIAS: não tem direito nem de levantá-las
O possuidor de má-fé não tem qualquer direito de retenção ou de levantamento. 
Com relação à indenização, assiste-lhe somente direito quanto às benfeitorias necessárias. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
Ex: o proprietário que ingressou com a ação de reintegração de posse contra o comodatário (possuidor de boa-fé) indenizará este pelo valor atual das benfeitorias necessárias e úteis. 
Se a ação possessória foi proposta contra o invasor do imóvel (possuidor de má-fé), o autor poderá optar entre pagar o valor atual ou o de custo, aquilo que lhe for mais interessante. 
ATENÇÃO: 
CUIDADO COM A PREVISÃO ESPECÍFICA DA LEI DE LOCAÇÕES – LEI 8.245
Das benfeitorias
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário,ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.
 
SÚMULA 335 STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
Se a renúncia às benfeitorias necessárias constar em contrato de adesão, a cláusula de renúncia será nula.
Art. 424, CC. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
 
 POSSE E RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
Possuidor de BOA-FÉ: somente responderá se deu causa ao evento danoso.
Responsabilidade do possuidor de boa-fé depende de atuar com dolo ou culpa. 
Ex: se for assaltado a mão armada, não responde
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
Possuidor de MÁ-FÉ: responsabilidade do possuidor é objetiva, salvo se provar que ocorreria mesmo se estivesse na posse do reivindicante.
Ex: Se a coisa for atingida por um objeto em local onde não estaria o reivindicante, ele responde.
Ex: comodatário (possuidor de boa-fé) somente responderá pela perda da coisa havendo dolo ou culpa. 
Não pode responder, por exemplo, pelo assalto do veículo à mão armada, levando o criminoso o bem consigo. 
Já o criminoso que leva a coisa (possuidor de má-fé) responde por ela, se for atingida por um objeto em local onde não estaria o proprietário ou possuidor. 
 
 PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
Diferentes são as possibilidades de tutela no direito material e no direito processual. 
DIREITO PROCESSUAL:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
O possuidor pode propor as ações possessórias diretas para manter-se na posse ou para que esta lhe seja restituída. 
São três são as situações concretas que possibilitam a propositura de três ações correspondentes.
AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO: No caso de ameaça à posse (risco de atentado à posse). A ação visa à proteção do possuidor de perigo iminente.
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE: No caso de turbação (embaraço ou perturbação à posse). A ação visa preservação da posse.
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE: No caso de esbulho (privação ou perda da posse). A ação visa a devolução da posse. 
Fungibilidade entre as demandas:
CPC
 Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados
Uma ação possessória pode ser convertida em outra livremente, se a situação de fato for alterada a situação fática. 
Essa conversão também é possível nos casos em que o autor da ação possessória se engana quanto à medida cabível, havendo um desapego ao rigor formal, em clara aplicação do Princípio da instrumentalidade das formas.
 
DIREITO MATERIAL:
O Código Civil prevê duas formas de autotutela da posse, que deverão ser exercidas com prudência e proporcionalidade: a legítima defesa e o desforço imediato:
Art. 1.210, § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
A legítima defesa da posse e o desforço imediato constituem formas de autotutela, autodefesa ou de defesa direta, independentemente de ação judicial, cabíveis ao possuidor direto ou indireto contra as agressões de terceiro. 
LEGÍTIMA DEFESA: é cabível nos casos de ameaça e turbação (perturbação ou embaraço da posse), em que o atentado à posse não foi definitivo.
DESFORÇO IMEDIATO: é cabível caso haja esbulho (privação da posse), visando à retomada do bem esbulhado.
Requisitos que devem ser atendidos:
a) A defesa deve ser imediata. A reação deverá ser concomitante ou imediatamente posterior à agressão à posse.
Interpretação razoável no caso concreto.
 Sobre tal requisito do imediatismo, foi aprovado enunciado na V Jornada de Direito Civil, em 2011, propondo uma interpretação restritiva do preceito: “No desforço possessório, a expressão ‘contanto que o faça logo’ deve ser entendida restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses”. (Enunciado n. 495 do CJF/STJ).
b) O possuidor que toma as medidas de autotutela não pode ir além do indispensável para a recuperação de sua posse. 
Deve agir nos limites do exercício regular desse direito.
Segundo Flávio Tartuce:
“Devem ser evitados ao máximo os abusos cometidos, sob pena de sacrifício dos institutos, o que, aliás, ocorre nas violentas invasões de terra que são praticadas no Brasil e as violentas (mais ainda) reprimendas por parte dos proprietários e possuidores, o que tem tornado o meio rural brasileiro um verdadeiro campo de batalha, habitado por inúmeras milícias armadas.”
 PERDA DA POSSE
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Se opera a perda da posse se se extingue o exercício, de fato, sobre o bem, dos poderes inerentes à propriedade (usar, gozar/fruir, dispor, reivindicar), mesmo contra a vontade do possuidor.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
O dispositivo prevê a perda da posse para quem não esteve presente quando da prática do esbulho, em caso de omissão ou falta de êxito na prática dos atos legítimos de defesa. 
Se o possuidor não presenciou o momento em que foi esbulhado, somente haverá a perda da posse se, informado do atentado à posse, não toma as devidas medidas necessárias ou se sofrer violência ao tentar fazê-lo, não procurando outros caminhos após essa violência
01) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase
Ricardo realizou diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um vazamento existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas disponíveis; e trocou o portão manual da garagem por um eletrônico.
Quando Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as benfeitorias realizadas, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as obras.
Somente pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito ao ressarcimento
a) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico.
b) a ampliação do número de tomadas
c) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento de divisória na área de serviço.
d) o reparo do vazamento na cozinha.
a) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico.
b) a ampliação do número de tomadas
c) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento de divisória na área de serviço.
d) o reparo do vazamento na cozinha. –Art. 96, CC
02) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase
Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe vendeu o imóvel a preço demercado. A escritura e o registro foram realizados de maneira usual. Em 05/09/2005, o imóvel foi alugado, e Aloísio passou a receber mensalmente o valor de R$ 3.000,00 pela locação, por um período de 6 anos. Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação reinvindicatória movida por Elisabeth, que pleiteia a retomada do imóvel e a devolução de todos os valores recebidos por Aloísio a título de locação, desde o momento da sua celebração.
Uma vez que Elisabeth é judicialmente reconhecida como a verdadeira proprietária do imóvel em 10/10/2011, pergunta-se: é correta a pretensão da autora ao recebimento de todos os aluguéis recebidos por Aloísio?
a) Sim. Independentemente da sentença de mérito, a própria contestação automaticamente transforma a posse de Aloísio em posse de má-fé desde o seu nascedouro, razão pela qual todos os valores recebidos pelo possuidor devem ser ressarcidos
b) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, somente após uma sentença favorável ao pedido de Elisabeth, na reivindicatória, é que seus argumentos poderiam ser considerados verdadeiros, o que caracterizaria a transformação da posse de boa-fé em posse de má-fé. Como o possuidor de má-fé tem direito aos frutos, Aloísio não é obrigado a devolver os valores que recebeu pela locação.
c) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth foi vitoriosa em seu pleito, a posse de Aloísio passa a ser qualificada como de má-fé desde a sua citação no processo – momento em que Aloísio tomou conhecimento dos fatos ao final reputados como verdadeiros –, exigindo, em tais condições, a devolução dos frutos recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do contrato de locação.
d) Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento judicial que pretendia, Aloísio não lhe deve qualquer valor, pois, sendo possuidor com justo título, tem, em seu favor, a presunção absoluta de veracidade quanto a sua boa-fé.
c) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth foi vitoriosa em seu pleito, a posse de Aloísio passa a ser qualificada como de má-fé desde a sua citação no processo – momento em que Aloísio tomou conhecimento dos fatos ao final reputados como verdadeiros –, exigindo, em tais condições, a devolução dos frutos recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do contrato de locação. – Art. 1.216, CC
03) Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Andradina - SP Prova: VUNESP - 2017 - Prefeitura de Andradina - SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico
Alice é possuidora de boa-fé de uma fazenda. Acerca dos frutos e benfeitorias, é correto afirmar que Alice
a) tem direito aos frutos percebidos, porém responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que não tenha dado causa
b) responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante
c) responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu a posse
d) poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis, somente
e) será ressarcida apenas pelas benfeitorias necessárias
a) tem direito aos frutos percebidos, porém responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que não tenha dado causa – Art. 1.214 c/c 1.217, CC
b) responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante
Art. 1.218, CC
c) responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu a posse – Art. 1.216, CC
d) poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis, somente – Art. 1.219, CC
e) será ressarcida apenas pelas benfeitorias necessárias – Art. 1.220, CC
04) Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: CESGRANRIO - 2010 - BR Distribuidora – Advogado
Segundo a Teoria Objetiva de Ihering sobre a posse, exerce o fâmulo da posse o
artesão em relação aos seus meios de produção.
comodante em relação ao comodatário
c) policial em relação à sua arma funcional.
d) posseiro em relação ao bem usucapido
e) usufrutuário em relação ao nu-proprietário
c) policial em relação à sua arma funcional.
Outros exemplos de detenção são citados por PONTES DE MIRANDA: 
a situação do soldado em relação às armas e à cama do quartel; 
a dos funcionários públicos quanto aos móveis da repartição; 
a do preso em relação às ferramentas da prisão com que trabalha; 
a dos domésticos quanto às coisas do empregador.
05) Ano: 2016 Banca: FAU Órgão: Câmara Municipal de Ibiporã - PR Prova: FAU - 2016 - Câmara Municipal de Ibiporã - PR – Advogado
No que diz respeito aos efeitos da posse, assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o Código Civil
a) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho, restituído no de turbação, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
b) O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos pendentes
c) O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante
d) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor de custo
a) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho, restituído no de turbação, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Art. 1.210, CC
b) O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos pendentes
Art. 1.214, CC
c) O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante – Art. 1.218, CC
d) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor de custo – Art. 1.222, CC
06) Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-AM Prova: CESPE / CEBRASPE - 2018 - PGM - Manaus - AM - Procurador do Município
A respeito da propriedade, da posse e das preferências e privilégios creditórios, julgue o item subsequente.
O ordenamento jurídico ora vigente admite a possibilidade de conversão da detenção em posse, a depender da modificação nas circunstâncias de fato que vinculem determinada pessoa à coisa
( ) CERTO
( ) ERRADO
06) Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-AM Prova: CESPE / CEBRASPE - 2018 - PGM - Manaus - AM - Procurador do Município
A respeito da propriedade, da posse e das preferências e privilégios creditórios, julgue o item subsequente.
O ordenamento jurídico ora vigente admite a possibilidade de conversão da detenção em posse, a depender da modificação nas circunstâncias de fato que vinculem determinada pessoa à coisa
( X ) CERTO
Enunciado nº 301 da IV Jornada de Direito Civil: “É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios”
07) Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 - DPE-AL - Defensor Público
João, ciente de que seu vizinho Luciano estava realizando uma longa viagem, invadiu a casa que era de propriedade de Luciano e passou a residir no imóvel com seus familiares, sem o consentimento do proprietário. Luciano cultivava em seu terreno inúmeras hortaliças, as quais João passou a comercializar. Com o lucro auferido em razão da venda das hortaliças, João instalou uma piscina no quintal de Luciano e uma rampa para cadeirantes próxima à porta de entrada da residência, já que ele sabia que Luciano tinha uma filha usuária de cadeira de rodas.Ainda durante o período em que João residiu na casa, houve uma tempestade que danificou o telhado da casa de Luciano. Luciano retornou ao imóvel e retomou sua posse por ação judicial.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que João
a) poderá retirar a piscina, desde que repare os eventuais danos provocados pela sua instalação.
b) não responderá pelas hortaliças colhidas para consumo próprio.
c) responderá pela danificação do telhado da casa de Luciano.
d) deverá ser ressarcido pela construção da rampa, assistindo-lhe o direito de retenção.
e) terá direito às despesas de manutenção do cultivo das hortaliças.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que João
a) poderá retirar a piscina, desde que repare os eventuais danos provocados pela sua instalação. – Art. 1.220,CC
b) não responderá pelas hortaliças colhidas para consumo próprio – Art. 1.216 CC
c) responderá pela danificação do telhado da casa de Luciano. – Art. 1.218, CC
d) deverá ser ressarcido pela construção da rampa, assistindo-lhe o direito de retenção. – Art. 1.220,CC
e) terá direito às despesas de manutenção do cultivo das hortaliças. –Art. 1.216, CC

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