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HIPNOSE James Tripp PNL Influência Estratégica PARA ALÉM DO MITO DO TRANSE “Recomendo que você passe um tempo aprendendo com o James Tripp. Ele sabe muitas coisas, tem a flexibilidade de um ótimo trainer de PNL, a intenção e segurança de um ótimo hipnotista e as maneiras de um verdadeiro cavalheiro. Ele vai dobrá-lo em dois com sua mente.” Anthony Jacquin Linguagem Hipnótica Change Work A informação neste relatório é apresentada para você de maneira gratuita e com as melhores das intenções. Por favor, esteja atento que você é um ser humano responsável e que qualquer experimento com as ideias apresentadas neste relatório é assumido por sua conta e risco. Na maioria dos casos, a hipnose é segura e agradável, desde que você tenha atenção com a segurança e saúde do sujeito, e mais segura ainda quando você fica longe do “transe” (e especialmente de qualquer forma de regressão). Por favor se lembre que você tem o dever de cuidar ambos: seu cliente e qualquer espectador quando estiver hipnotizando. Se você não tiver certeza sobre como cuidar do seu cliente, por favor procure conselhos adicionais antes de prosseguir, e lembre-se, independente do conselho a responsabilidade ainda é sua. Em todas as vezes que praticar hipnose, é sua responsabilidade garantir que você cumpra com as leis, regulamentos e códigos do seu país de origem, região, estado ou território. AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos se dão a muitos, incluindo Mesmer, Braid, Charcot, Bernheim, Milton Erickson, Dave Elman, John Grinder, David Calof, Steven Heller, Freddy Jacquin, Paul McKenna, Stephen Brooks, Derren Brown, The Amazing Kreskin, Major Mark Cunningham, Ross Jeffries, Steve Piccus, Kenrick Cleveland, Ormond MGill, David Grove, James Lawley, Penny Tompkin, Jonathan Chase. Agredecimentos especiais se dão aos meus professores, mentores e colegas – especialmente: Anthony Jacquin, Wendy Sullivan, Judy Rees, Simon Goodlad, Gary Colfer, Lee Smith, Tai Shindo, Darren Altman, Amit Badiani, Nick Davies and Alan Whitton. Texto: James Tripp Tradução: Igor Weilemann - NOX Hipnose Diagramação: Equipe Hi-Brain Institute Revisão: Equipe Hi-Brain Institute i AVISO LEGAL Créditos Estamos v ivendo um período mágico para a hipnose no Brasil. A cada dia, ela se encontra mais e mais popular. Há alguns anos, encontrar um curso de h ipnose era a lgo dificílimo. Atualmente, em todos finais de semana, temos em torno de 150 pessoas aprendendo hipnose no Brasil. Apesar de toda essa popularidade, algo ainda m e i n c omo d a v a : s e alguém quisesse aprender c o m o s g r a n d e s professores de hipnose d o m u n d o , s e r i a necessário o investimento de ao menos R$ 15.000 referentes à passagem aérea (em geral para a Europa) , custos com hospedagem, alimentação e o custo do próprio curso. Percebi que toda essa popularização precisava de dar mais um passo: permitir que os brasileiros também fizessem esses cursos. Para tornar isso possível, criei o Hi-Brain Institute: um instituto que traz para o Brasil os melhores professores do mundo, em um ambiente c i n co e s t r e l a s , c om interpretação simultânea, mater ia l de pr ime i ra qualidade e por um preço acessível. Q u a n d o p e n s e i e m contratar os melhores professores de hipnose do mundo, o nome de James Tripp foi um dos que primeiro surgiu na lista. Seu conhecimento em PNL, Hipnose Clássica, Hipnose Ericksoniana e Psicologia Cognitiva o tornaram um dos mais c o m p l e t o s h i p n o t e r a p e u t a s d o mundo. Esse E-Book foi um dos p r im e i r o s m a t e r i a i s lançados por James Tripp! Nele, Tripp argumenta os motivos pelos quais ele considera a ide ia de “transe” completamente dispensável na hipnose, a lém de introduzir o Prefácio 2 Alberto Dell’Isola Hi-Brain Institute revolucionár io conceito do Loop Hipnótico. Aliás, esse conceito tornou-se extremamente popular no Brasil nos últimos anos. É hora de aprender com quem criou esse conceito e muitos outros. N e s s e c u r s o , v o c ê v a i aprender: Sistema de hipnose sem transe ensinados na prática; M o d e l o s d e linguagem hipnótica para induzir a realidade alterada; Técnicas e conceitos avançados de Hipnoterapia e Mudança; Modelos de Jung e Milton Erickson para comunicação multinível; Aprendizado direto com James Tr i p p c om d u a s c e r t i fic a ç õ e s internacionais; 4 dias de treinamento intensivo e imersão completa; Mais de 40 horas de conteúdos e a t i v idades práticas. E muito mais! Acesse o site do Hipnose Institute e faça agora sua inscrição: http://www.hipnoseinstitute.org 3 James Tripp estará no Brasil nos dias 13 a 16 de Abril, em Belo Horizonte, no Hotel Ouro Minas. Para mais informações, acesse o site do Hipnose Institute e realize já sua matrícula! http://www.hipnoseinstitute.org http://www.hipnoseinstitute.org http://www.hipnoseinstitute.org http://www.hipnoseinstitute.org http://www.hipnoseinstitute.org Cerca de oito anos atrás eu estava sentado no La Concha Wine Bar na cidade de Letchworth Garden (onde eu vivo), conversando com alguns amigos sobre isto e aquilo, quando o assunto de hipnose apareceu. N a q u e l e t e m p o e u e s t a v a praticando como Hipnoterapeuta por mais ou menos um ano, e tinha participado de vários treinamentos e l ido diversos l ivros. Então, naturalmente as pessoas me viam como o especialista da mesa. Introdução 4 CAPÍTULO 1 Eu comecei minha rotina com o sujeito segurando meu cartão de visita entre seu polegar e dedo indicador e então comecei com a rotina propriamente dita (fazendo parecer que eu já tinha a feito mil vezes antes, é claro...) Uma coisa que eu comecei a notar ao longo desse tempo é que hipnose tem muito pouco ou nada relacionado com esse ‘transe’ ou qualquer outro tipo de estado alterado que as pessoas estão ‘dentro’ e ‘fora’ ou ‘sob’ de qualquer maneira. Mas a verdade era que eu era muito novato na hipnose quando se tratava de ir para além dos mitos aos quais fui ensinado, mesmo que esses mitos não me parecessem muito certos. Na minha prática de hipnoterapia, eu usava na maioria das vezes técnicas baseadas em PNL e concluía a sessão com um ‘transe’ ‒ e usava sempre as mesmas induções (alternando entre o “acompanhar e conduz i r ”e o relaxamento progressivo). Eu nunca eliciei nenhum fenômeno hipnótico mais forte porque nunca me foi ensinado e não tinha certeza de como fazer. Porém, naquele momento sentado naquele bar eu decidi tentar algo que nunca tinha feito antes e ir um p o u q u i n h o p a r a o g e n u í n o f e n ô m e n o h i p n ó t i c o . E u recentemente estava escutando uma gravação de áudio de um seminár io chamado Técn icas Hipnóticas por um hipnotista chamado David Calof (recomendo escutarem); Bem no início David faz essa coisa que ele escolhe pessoas para segurarem um pedaço de papel e rapidamente os prepara para serem incapazes de soltá-los ‒ seus dedos ficavam hipnoticamente grudados! Sem nenhum tipo de indução óbvia e feito em menos de um minuto. Essa situação tinha fisgado minha imaginação por alguma razão, então eu tive que escutar o áudio de novo e de novo ‒ e agora, pela primeira vez, eu estava indo testar em um ser humano real! Eu comecei minha rotina com o sujeito segurando meu cartão de visita entre seu polegar e dedo indicador e então comecei com a rotina propriamente dita (fazendo parecer que eu já tinha a feito mil vezes antes, é claro...) E funcionou!!! Bem, mais ou menos. Pelos meus padrões na época foi um sucesso estrondoso, porque por cerca de dez segundos a voluntária (a amiga da minha namorada) foi i ncapaz de l a rgar o ca r tão . Nenhuma indução longa de transe, 5 sem sinais óbvios de transe (ela estava falando normalmente no momento), mas o cartão estava grudado em seus dedos - a voluntária era bem cética e alegouque tinha algo relacionado com a posição do pulso, fazendo ser difícil soltar o cartão, mas simplesmente não era isso. Agora, eu ainda faço essa rotina, mas depois de muitos sujeitos, m u i t a s r e p e t i ç õ e s e mu i t o aprendizado eu faço isso bem d i f e r e n t e a g o r a e c o n s i g o resultados mais consistentes. Eu também expandi essa rotina para desenvolver toda uma gama de sugestões hipnóticas ‘livres de induções’, partindo de diversos ‘ g rudados ’ pa ra amnés i as e ocasionalmente uma alucinação ou duas. Uma coisa que comecei a notar ao longo desse tempo é que hipnose t em m u i t o p o u c o o u n a d a relacionado com esse ‘transe’ ou qualquer outro tipo de estado alterado que as pessoas estão ‘dentro’ e ‘fora’ ou ‘sob’ de qualquer maneira. Hipnose é muito mais sobre processos cognitivos diários, que se desenha a partir do que gosto de chamar de loop hipnótico! Agora, com o passar do tempo, eu construí um modelo para esse loop, que serve para sustentar minha compreensão de hipnose e me permitir rotineiramente eliciar fenômenos hipnóticos fortes em sujeitos sem aparentemente fazer nenhum tipo de ‘hipnose’ real! E e s t a r e i c omp a r t i l h a n d o o s fundamentos desse modelo com você nesse relatório. Mas estou me adiantando, porque eu nem me apresentei ainda! Meu nome é James Tripp e estou verdadeiramente satisfeito que você tenha tomado o seu tempo para baixar este relatório e está tomando seu tempo agora para lê-lo. 6 Obviamente eu sou um hipnotista... Levei um tempo experimentando com a hipnose, antes que eu estivesse confortável de dizer isto, mas agora eu posso dizer que eu sou! Eu também sou um PNLista e Mentalista (sem risadinhas por favor, basta pesquisar), e nos ú l t i m o s n o v e a n o s t e n h o experimentado com a hipnose em uma var iedade de contextos diferentes - hipnoterapia formal, demonstrações de mentalismo, demonstrações improvisadas e contextos educacionais. Durante esse tempo eu considero que descobri algumas coisas que considero muito importantes ‒ coisas que você precisa saber se quer realmente entrar na hipnose e chegar ao topo. S im, eu se i que isso é uma afirmação ousada, a qual é parte da razão que eu tenho hesitado em dar esta informação, mas realmente acho que está na hora de começar a compartilhar este material, porque as pessoas têm me perguntado e eu gostaria que eles tivessem a chance de julgar o valor por si mesmas. Eu também não sou um professor universitário nem um gênio com um intelecto tipo Einstein. Mas o que tenho é uma mente curiosa que simplesmente não aceita coisas que não se encaixam, e ao passar dos últimos anos o que descobri é que praticamente tudo que eu já li ou me foi ensinado sobre o que a hipnose é ou como ela funciona, simplesmente não soa verdadeiro! Então, deixei alguns conceitos irem embora e construí novos modelos para explicar a hipnose de uma forma que me ajudasse a fazê-la melhor! Mas é claro que não seria bom pa ra você se somen te funcionasse para mim - então eu tenho compartilhado partes do conhecimento com amigos e colegas para testar a minha abordagem, aqui estão alguns dos comentários que tive até agora: 7 “James, foi um prazer vê-lo trabalhar! Você tem algumas grandes ideias e uma atitude infecciosa para tudo. Na minha opinião, você é um dos poucos hipnotistas trabalhando hoje com uma atitude moderna tanto para o desempenho quanto para teoria por trás dele.” Harry Guiness – Premier Hipnotista de Rua da Irlanda (Dublin, Irlanda) “James tem o talento incomparável para detectar os pontos de alavancagem que criam maior número de opções para seus clientes (com hipnose) com esforço mínimo.” Kader Bensetti – PNL Master Practioner e Trainer (Londres, Reino Unido) “ Eu amo como você pode acompanhar e conduzir com essas técnicas, então você pode colar todas as partes do corpo com qualquer coisa enquanto você desenvolve: Enquanto X vai colando ainda mais, você pode notar que Y está acontecendo! Ótimo material – Felicidades James!!” Darren Altman – Hipnotista (Londres, Reino Unido) (Sobre a sequência ‘Dedos Hipnoticamente Grudados” ) “Eu sabia que a rot ina funcionava bem, mas James me ajudou a entender os pontos mais detalhados e por que ela funciona e como torná-la sólida como uma rocha e confiável. Ele a tornou em uma rotina flexível que pode ser usada em qualquer estagio de um processo hipnótico.” Anthony Jacquin - Hipnotista Profissional, Instrutor de Hipnose, autor de Reality is Plastic (Realidade é Plástica) e criador da Abordagem Manchurian (DVD e Treinamento Presencial) Espero que através deste relatório e do meu blog (http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com) você seja capaz de aprender o suficiente sobre minha abordagem e experimentar um pouco. Espero transformar sua própria abordagem na a hipnose para melhor! ( Se você fizer isso, por favor, deixe-me saber como o relatório ajudou você!) 8 http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ Se você já faz hipnose tão bem quanto deseja, está feliz com o que você faz e com o que acredita, então não há realmente nenhuma necessidade de se preocupar. Porém se você está procurando aprofundar seu entendimento e se tornar um hipnotista mais eficiente, as ideias contidas nesse material vão realmente ajudá-lo a fazer isto. Eu acredito que para se tornar o Hipnotista mais eficiente que você pode ser, você precisa somente fazer o que funciona e tirar o que não funciona. Por todos os tipos de razões o mundo da hipnose aparenta estar repleto de mitos e confusões sobre o que é hipnose e como ela realmente funciona ‒ mitos que foram originados dos pioneiros da hipnose do século 19 e 20 e foram O QUE RAIOS É A HIPNOSE? 9 CAPÍTULO 2 “A visão libertadora do passado é a atual prisão do pensamento obsoleto de hoje!” É sobre isso que é esse relatório – os primeiros passos em direção a uma abordagem moderna e simplificada para a hipnose que corta toda a “hipnoteologia” que pode segurar o seu desenvolvimento. passados para nós através de gerações de professores de hipnose e autores. Todos esses m i tos t i ve ram seu momento, mas as vezes é hora de seguir em frente, porque, parafraseando Brad Blanton: “A visão libertadora do passado é a atual prisão do pensamento obsoleto de hoje!” Eu acho que chegou a hora de desafiar os antigos hipno-mitos e trazer a hipnose completamente para o século 21. Eu não estou afirmando estar fazendo isso sozinho, mas é uma parte da minha agenda pessoal e acho que você vai se beneficiar com ela se ela também se tornar parte da sua. Quando você fizer isso e s impl ificar seu pensamento e abordagem, fará uma diferença real para a sua eficácia como um hipnotista. É sobre isso que é esse relatório ‒ os primeiros passos em direção a uma abordagem moderna e simplificada para a h i p n o s e q u e c o r t a t o d a a “hipnoteologia” que pode segurar o seu desenvolvimento. O que raios é a hipnose? Eu não faço ideia de quantas pessoas tem neste planeta que são proficientes na hipnose ‘formal’, mas sei que nenhuma delas sabe o que a hipnose realmente é! Alguns podem pensar que sabem e muitos deles têm ótimos ‘modelos’ e explicações de hipnose que são úteis, mas nenhum realmente sabe da ‘verdade’. E isso vale para mim também. Eu também sei que você não precisa saber disto ‒ mas para ser o seu melhor como hipnotista você precisa trabalhar com um conjunto de suposições e modelos que libertam e guiam você a tomar a ação mais eficaz. Para mim, hipnose é uma maneira de alterar a experiência subjetiva de uma pessoa por meio de comunicação verbal e não-verbal. Então você pode ter tido alguém que experimentou a mão dele ficar colada numa mesa, ou o nome dele ter sumido da mente, ou uma poderosa experiência 10 emocional, ou o alívio do desejo do cigarro.... outanto faz. Então essa é minha definição mais básica do que hipnose é: A alteração da experiência subjetiva de uma pessoa através de meios de comunicação verbal e não-verbal Esta definição é OK, mas é limitada porque não diz nada sobre como a comunicação pode alterar a experiência. Eu acredito que existam 2 elementos chaves aqui: 1)Engajamento e modificação de crenças. 2)A captura e a condução da imaginação. Destes dois, o primeiro é primário ‒ é a modificação das crenças que é a chave para alterar a percepção. Crenças são poderosas porque moldam nossa percepção e experiência. Esta área é muito grande para estar por inteira nestas páginas, mas considere por um momento o poder do efeito placebo ‒ as pessoas experimentam mudanças fisiológicas poderosas e positivas simplesmente porque acreditam estar r e c ebendo t r a t amen t o e f e t i v o . Pessoalmente, eu considero placebo como uma forma de hipnose, ou hipnose como uma forma mais dinâmica de placebo (eu ainda não me decidi, e posso ficar nessa dúvida por algum tempo) O s e g u n d o e l em e n t o c h a v e é imaginação! Imaginação é fácil de ser evocada e a experiência pode ser mudada através da simples aplicação da imaginação. Aqui vai um exercício rápido: 11 Vá em frente e imagine que você tem uma coceira no final do seu nariz, e note como você sentiria se você estivesse com a coceira... Mesmo que não esteja totalmente com a coceira agora, você já consegue notar uma diferença na sensação, não pode? Quanto tempo você teria que se c o n c e n t r a r n i s s o a t é s e n t i r a necessidade de coçar seu nariz? Agora que você já leu isto e talvez tenha até tentado, faça novamente com foco total (sem ler). Assim, essencialmente a hipnose é um processo de envolver crenças e imaginação das pessoas na criação de uma nova realidade subjetiva. Deixe-me dizer novamente: A hipnose é o engajamento das crenças e da imaginação de uma pessoa ao criar para elas uma realidade subjetiva alterada. E as hab i l i dades e técn icas de comunicação efetiva são ferramentas para permitir o hipnotista fazê-lo. Você pode notar que não houve menção de ‘transe’ aqui, ou que hipnose é algo que você pode estar ‘em’ ou ‘sob’. O que nós temos aqui é uma pura definição do processo ‒ sem que seja necessário qualquer estado diferente da mente! Vamos lidar com o ‘transe’ agora. 12 Há uma longa história, datada na época do pioneiro da hipnose James Braid (1795-1860), de pensar que hipnose era um tipo de ‘estado especial’ muitas vezes referido como ‘transe’ (ou simplesmente ‘hipnose’). A crença de que quando uma pessoa está nesse estado ela se torna ‘sugestionável’ e quanto mais profundo ela se encontra nesse estado mais ela é capaz de manifestar vários fenômenos hipnóticos sob demanda. Esta teoria ainda é de longe a mais difundida no mundo da hipnoterapia ‒ dê uma olhada na definição da Wikipédia (no momento da escrita): “Hipnose é um estado mental ou conjunto de atitudes geralmente induzidas por um procedimento conhecido como indução hipnótica, que é comumente composto de uma série de instruções preliminares e sugestões. ” O Mito Do Transe 13 CAPÍTULO 3 Hipnose e transe não são a mesma coisa O transe não é necessário para hipnose Nesse momento , essa defin ição contrasta radicalmente com a definição que eu ofereci na seção anterior: A hipnose é o engajamento das crenças e da imaginação de uma pessoa ao criar para elas uma realidade subjetiva alterada. A distinção mais básica é que a definição da Wikipedia descreve a hipnose como um “estado ou conjunto de atitudes” enquanto a minha definição descreve um processo. E daí? Bem, para responder esta questão você precisa considerar o que é que você quer alcançar com a hipnose. Se tudo que você quer alcançar é um ‘transe’ de relaxamento, então o modelo de estado serve bem. Mas se você quer alcançar fenômenos hipnóticos (o que eu chamo de ‘nova realidade subjetiva’), então o modelo de estado se torna mais um obstáculo que uma ajuda... ... porque o fenômeno hipnótico não tem nada a ver com transe!!! A g o r a , e s p e r o q u e e s t e j a s e perguntando como é que eu sei disso e posso te dizer com convicção! Bem, é simplesmente porque eu regularmente elicio fenômenos hipnóticos em pessoas sem usar ‘induções hipnóticas’ ou alterando seu estado de qualquer maneira. Os sujeitos não apresentam ‘análogos de transe’ (mudanças na fisiologia que ajudam a indicar o transe ‒ ex: ritmo de respiração, tônus muscular, pulsação, mudanças na cor da pele, movimento ocular etc.), e são capazes de conversar e rir. Se você está lendo isto então você provavelmente já deve ter visto o vídeo de hipnose com a garota no festival de 14 música ‒ ela está rindo e interagindo comigo como se tivesse no estado normal, acordada, como qualquer dia, porque é isso que ela está! Você talvez tenha visto o vídeo de um rapaz preso na cadeira em um pub, eu perguntei para ele “você parece perfeitamente acordado para mim” e ele respondeu rapidamente como um flash “Sim estou” ‒ sua resposta é genuína (eu não o hipnotizei para falar isso). Então, porque o mito de transe é tão universal no mundo da hipnose? Eu acredito que a maior razão é que as pessoas precisam de uma explicação para o que está acontecendo, porque parece tão estranho e até mesmo mágico e um estado mental/neurológico especial se encaixa perfeitamente ‒ afinal de contas, algo deve estar fazendo todas estas coisas estranhas possíveis! Mas a verdade é que hipnose acontece todo dia sem percebermos ‒ nós simplesmente não notamos porque aceitamos os efeitos como nossa realidade do cotidiano. Somente quando seus efeitos nos tiram da realidade do dia a dia que notamos que está acontecendo e que temos que explicar isto de alguma maneira. E podemos explicar isso, sem qualquer recurso para o conceito de transe ser necessário! Embora antes de fazer isso, há uma última coisa que eu gostaria de dizer sobre o transe.... O Transe é Legal! Antes de irmos para minha explicação de como acredito que hipnose realmente funciona (é um modelo, não uma verdade), eu quero deixar claro que eu não estou dizendo que não existe o ‘transe’ ou que o transe é errado. O que es tou s imp l esmen te d i z endo é : 15 Hipnose e transe não são a mesma coisa O transe não é necessário para hipnose Por transe eu estou falando sobre um estado de se voltar para dentro de si (o que em PNL seria chamado de transe de inatividade) caracterizado por um relaxamento e provável alteração na atividade de ondas cerebrais (talvez para alpha ou theta). Esse tipo de transe que é t i p i c amen t e ( a p e s a r d e n ã o necessar iamente) marcado pelos t rad ic iona is aná logos do t ranse (mudanças na fisiologia ‒ ex. frequência respiratória, tônus muscular, pulsação, mudanças tom da pele, movimento ocular etc.) Agora eu uso esse tipo de transe em conjunto com a hipnose e valorizo-o a ltamente como uma ferramenta terapêutica / transformacional. O transe é ótimo para transformar padrões cognitivos habituais e facilitar o acesso p a r a d i f e r e n t e s n í v e i s d e ‘autoconhecimento’ do cliente, mas isso não o faz hipnose. Na verdade, o transe profundo é realmente um obstáculo para a hipnose ‒ hipnoterapeutas que utilizam fenômenos hipnóticos (ao invés do que Jon Chase chama de relaxoterapeutas) já tiveram experimentado isso (Alguma vez os sinais ideomotores dos dedos desapareceram quando o transe foi muito profundo?). Então, só para clarificar, eu não estou sugerindo que hipnoterapeutas parem de usar o transe onde é útil para fazê-lo. Somente para desistir dele como uma explicação para hipnose e fenômenos hipnóticos. E fazendo isso você terá um benefício surpreendente: Largando o mito do transe e aprendendo a hipnose ‘sem transe’ ira na realidade fazer você um melhor eliciadorde transe! É verdade! A razão para isso é que o transe é mais facilmente gerado e gerenciado pela hipnose. Você nota que 16 tem sido ao contrário esse tempo todo - hipnose gerando transe, em vez de transe gerando (ou sendo) hipnose! Quando você aprende o modelo de processo da hipnose ‘sem transe’ que eu irei compartilhar com você, você irá perceber que o transe é somente um fenômeno hipnótico (realidade subjetiva alterada) como qualquer outra. Novas Realidades Eu quero salientar mais uma vez que a hipnose é sobre o engajamento e condução dos processos cognitivos, a fim de alterar a realidade de uma pessoa. É importante entender isso porque sem uma mudança quantificável na real idade a hipnose não está acontecendo. A única maneira de saber se o processo está funcionando e se você está recebendo o resultado que está almejando (que, aliás, pode muito bem ser o transe se você tiver um uso para ele!). Como um precursor para discutir o Loop Hipnótico, eu gostaria de introduzir a você a ideia de Ideodinâmica. Pelo meu entendimento o termo ideodinâmica foi primeiramente introduzido por Ernest Rossi e David Cheek em seu livro Mind- Body Therapy: Methods of Ideodynamic Healing in Hypnosis. Rossi e Cheek usam o termo somente para se referir ao fenômeno associado com o que é classicamente chamado de efe i to ideomotor, um fenômeno psicológico em que a atividade motora física é gerada inconscientemente em resposta a ideias e emoções. O termo foi usado primeiro por Wiilliam Benjamin Carpenter em seu artigo de 1852 que discutia os meios pelos quais o tabuleiro Ouija produzia resultados. Neste artigo, Carpenter propôs uma teoria de que o movimento muscular pode ser independente de desejos ou emoções conscientes. Na hipnose, nós vemos o movimento ideomotor na geração de muitos fenômenos hipnóticos clássicos. A levitação do braço é um ótimo exemplo ‒ em resposta a ideia de levitação, os músculos se engajam para fazer acontecer fora da consciência. Ou a ideia que a mão está colada numa mesa envolve a ação muscular apropriada para torná-lo fora da consciência. 17 Mas a a ç ão i d eomo to r a n ão é responsável pela toda a gama de ‘fenômenos hipnóticos’, razão pela qual eu uso um modelo mais amplo de ideodinâmica quando penso sobre respostas hipnóticas. Na minha mente, fenômenos hipnóticos são categorizados em quatro: Ideomotor ‒ Respostas do sistema motor (ex. Catalepsias, colado/grudado, movimentos). Ideosensor ‒ Respostas do sistema sensorial (ex. Anestesia, calor, cocégas etc.). Ideoemocional ‒ Repostas emocionais (ex. sentindo-se feliz, calmo, triste etc.). Ideocognitivo ‒ Repostas de processos mentais (ex. amnésia, confusão, rotinas baseadas em cenários etc.). Então eu uso o termo ideodinâmica para cobrir essa gama toda. Lembre-se de que , embora a lgumas respostas hipnóticas claramente se enquadrem em uma ou outra destas categorias, muitas serão na verdade uma junção dessas categorias. E como esta ideia é útil? Bem, quando você sai para hipnotizar muitas pessoas, você vai começar a notar que diferentes pessoas manifestam alguns ‘fenômenos hipnóticos’ mais prontamente que outros. Então você pode ter o ‘braço enrigecido’ mas não amnésia ‒ por exemplo. Então qual é a diferença? Aqueles que ainda seguem o modelo de transe podem concluir que o sujeito não esta profundo o suficiente, e fazem uma tentativa de levá-los a um transe mais profundo… e as vezes essa jogada funciona, e outras vezes não. Então vamos tirar o transe (novamente) fora da equação. Eu acredito que parte é que as pessoas são simplesmente diferentes nos seus ‘estilos cognitivos’, e por essa razão qualquer indivíduo irá encontrar algumas classes de fenômenos mais fáceis de manifestar do que outras. Então eles podem notar que ideomotor é mais fácil que ideocognitivo. 18 Isto vale a pena estar ciente, porque você pode muitas vezes ‘sobrepor’ de uma classe que o sujeito ache mais fácil, para uma classe que ele ache mais desafiadora. Imagine que você está tentando obter uma levitação de braço. Com alguém que responda bem ao ideomotor, você pode simplesmente sugerir que seu braço começará a levitar todo por ele mesmo, e ele vai. Mas se ele não responde bem ao ideomotor, mas o ideosensor é mais fácil, você pode sugerir uma sensação de leveza, ou convide-o a sentir onde a mente inconsciente começará o movimento. Você pode até mesmo aplicar de um para outro, por exemplo evocar uma forte emoção e sobrepor para uma resposta ideomotora. ( A primeira pessoa que eu vi fazer isso foi o exímio Freddy Jacquin ‒ ele fez o sujeito imaginar alguém que ele amava e o fez sentir as emoções associadas, então ligou isso com as mãos colando. Excelente técnica!). Tudo isso é útil no desenvolvimento da sua flexibilidade ‒ se você tem somente uma maneira de abordar as coisas, você irá limitar seriamente seu sucesso. Enquanto estou no assunto de pessoas respondendo diferentemente devido aos seus es t i l os cogn i t i vos , eu i r e i brevemente mencionar o conceito que pessoas processam através de cinco c a n a i s ( c h a m a d o ‘ s i s t e m a s representativos’ em PNL) Visual 19 Auditivo Cinestésico Olfativo Gustativo Eu não vou falar muita coisa sobre isso porque existe tanta coisa escrita sobre isso na literatura de PNL (Programação Neuro Linguística) que uma breve busca no google irá aparecer mais que você necessita saber (procure por VACOG, e não acredite em tudo que você lê). Tudo que eu estou dizendo agora é que você pode aumentar massivamente sua flexib i l idade como um hipnot ista aprendedo a adaptar suas sugestões para que correspondam aos canais preferidos das pessoas (VAC sendo o mais importante). Pode haver um mundo inteiro de diferença na resposta entre “sinta esse braço se levantando” e “veja esse braço levantando”. Eu não vou dizer mais sobre isso agora. Gostaria que você carregasse este conceito mais amplo de ideodinâmica na mente quando o lharmos o Loop Hipnótico, porque parte desse loop é uma resposta fisiológica, e é isso que produz o efeito motor, sensorial, emotivo e cognitivo. Mudanças nessa área são mudanças na fisiologia (embora talvez eu deva usar o termo neurofisiologia, de modo a descartar a confusão ao considerar as áreas cognit ivas e emotivas). Vejamos o loop! 20 Antes de prosseguirmos, por favor, tome um momento para relembrar nossa d e fin i ç ã o b á s i c a d e h i p n o s e : A hipnose é o engajamento das crenças e da imaginação de uma pessoa ao criar para elas uma realidade subjetiva alterada. Nós f a l amos b revemen te sob re ideodinâmica, mas falando de forma prática, como tudo funciona? Acredito que o mecanismo mais fundamental da hipnose é o que eu chamo de Loop Hipnótico. Eu também acredito que, embora a maioria dos h i p n o t i s t a s n ã o p e n s e m conscientemente sobre o loop hipnótico nos termos que vamos usar aqui, todos LOOP HIPNÓTICO 21 CAPÍTULO 4 Loop Hipnótico é um processo circular (loop de feedback) que consiste em um loop de autoperpetuação de crença, imaginação, fisiologia e experiência. Nada que você oferece como um grande motivo é uma mentira, é simplesmente uma maneira de pensar sobre as coisas (uma metáfora, se preferir)! bons hipnotistas o entendem pelo menos intuitivamente ‒ porque você provavelmente o precisa entender para ser um hipnotista verdadeiramente efetivo. Então vamos lá... Como você se lembra, nosso objetivo com a hipnose é engajar e manipular a imaginação e crença do sujeito para criar para eles uma nova realidade temporár ia ou permanente. Para fazermos isso nós precisamos gerar no nosso su je i to o loop h ipnót ico : Loop Hipnótico é um processo circular (loop de feedback) que consiste em um loop de autoperpetuação de crença, imaginação, fisiologia e experiência. Todos fenômenos hipnóticos são gerados por loops hipnóticos! O objetivodo loop hipnótico é modelar o processo ideodinâmico da hipnose de tal forma que praticamente nos ajude a fazer coisas legais acontecerem. Então para começar, vamos ver como o modelo de loop hipnótico se relaciona com um exemplo prático: Imagine que queremos que alguém experimente uma realidade subjetiva alterada ‒ nós queremos colar a mão d e l e n u m a m e s a ! Para isso, precisamos envolver seus processos cognitivos de tal maneira que eles passam acreditar que sua mão está colada. Uma vez que eles têm essa crença, sua imaginação gera uma resposta fisiológica que simula o “colado”. Essa experiência de colado se torna sua nova realidade subjetiva, que confirma ou até mesmo reforça a crença inicial ‒ e então o loop volta ao início. Os q u a t r o e l emen t o s c h a v e s s ã o : 22 Crença Imaginação Fisiologia Experiência A crença impulsiona a imaginação, que modifica a fisiologia, para criar uma experiência que confirma/reforça a crença. Sem entrar em muitos detalhes, você consegue ver como este modelo poderia ser útil para você como hipnotizador? Para começar, o loop apresenta quatro pontos através dos quais você pode entrar nele. Embora a crença seja o motor principal, nós não precisamos sempre entrar nesse ponto, então nós podemos começar com a imaginação, estimulando uma experiência fisiológica, ou conduzindo a experiência com direcionamento de foco. Também podemos começar a ficar cientes do loop quando ele começa a ocorrer ‒ através dessa consciência, podemos direcionar os loops para os resultados que (incluindo o sujeito) desejamos, garantido que prestemos atenção a todos os elementos. Este é o primeiro olhar sobre o loop hipnótico. Nós iremos voltar a ele novamente mais tarde, mas antes disso eu gostaria de falar um pouco mais sobre crenças e compartilhar com vocês outro modelo simples, que eu acredito que pode ajudar nosso pensamento. 23 Crenças, Realidades e o Grande Motivo Com o loop hipnótico, a crença é nosso motor principal ‒ nosso objetivo primário como hipnotista é o engajamento e a modificação da crença. A razão é que as p e s s o a s s e m p r e i m a g i n a m reflexivamente (ou percebem, se você preferir) o que eles realmente acreditam ser verdade (embora eles também podem imaginar o que e las não acreditam, e isso pode ser um ponto de entrada útil no loop). Outra maneira de pensar sobre isso é usando o modelo do Pensador e do Provador. Como o Dr. Leonard Orr notou, a mente humana se comporta como se fosse dividida em duas partes, o Pensador e o Provador. “ O Pensador pode pensar em praticamente qualquer coisa. A história mostra que se pode pensar que a Terra está suspensa nas costas de tartarugas infinitas ou que a Terra é oca, ou que a terra está flutuando no espaço. A religião e a filosofia mostram que o Pensador pode considerar-se como mortal, como imortal, como mortal e imortal (o modelo de reencarnação), ou até mesmo como inexistente (Budismo). Ele pode pensar nele mesmo vivendo num universo Cristão, em um universo Marxista, num universo cientifico- relativista, ou um universo nazista – entre muitas possibilidades. Como psiquiatras e psicólogos têm observado muitas vezes (para grande desgosto de seus colegas médicos), o Pensador pode pensar-se doente, e até mesmo pensar-se bem novamente. O Provador é um mecanismo muito mais simples. Ele opera com apenas uma lei: o que o Pensador pensa, o Provador prova. (Robert Anton Wilson, Prometheus Rising – 2005 New Falcon Press, P25) O que Wilson está falando aqui é como os seres humanos provam suas crenças como verdades - chegando até mesmo a alterar sua fisiologia para isto. Como um hipnotista é essencial compreender isto e desenvolver a habilidade chave de ser capaz de engajar crenças do sujeito em muitos níveis. Agora entenda isso: se você está indo fazer alguém acreditar numa realidade subjetiva alternativa que você deseja leva-lo para ela... eles precisam ter uma razão plausível para o que está acontecendo seja realmente possível... 24 porque eles acham que não é possível, e seu Provador fará questão de provar para eles que não é. Essencialmente as pessoas precisam de um por quê ‒ isto é possível porque o hipnotista tem poderes, devido a energia Chi, devido ao poder de Cristo, por causa do vodu, ou por causa de um ‘estado especial da mente’. Seja qual for a razão que você escolher a partir de uma perspectiva prática (embora não necessariamente ética),, realmente não importa, desde que seja plausível para o sujeito. Muitas vezes me refiro a esta razão (seja ela qual for) como o grande motivo ‒ a razão abrangente que torna tudo possível. Aliás, é aqui que o mito do transe pode ser realmente útil! Agora, muitos hipnotistas necessitarão continuar acreditando no mito do transe, porque eles ficarão desconfortáveis dizendo ‘mentiras’ para seus sujeitos, mas considere isso: Nada que você oferece como um grande motivo é uma mentira, é simplesmente uma maneira de pensar sobre as coisas (uma metáfora, se preferir)! E eu não estou sendo”bonitinho” aqui, isso é algo que eu realmente acredito (você pode querer pesquisar no google “o mapa não é território”). Quando estiver fazendo hipnose, por favor se lembre da importância de estabelecer o grande motivo, porque ele define o quadro de toda a ‘interação hipnótica’ (seja declarada ou encoberta). Você está procurando fazer os sujeitos ‘comprarem a ideia’, porque sem isso você não tem nada. E esteja ciente que esse ‘comprar a ideia’ opera em 2 níveis: 1.Crença no processo (‘hipnose’ ou qualquer nome que você o chamou). 2.Crença que você é O ‘Hipnotista’ – isto é, crença em suas habilidades e competência. Não basta que alguém acredite no seu grande motivo, se eles não acreditam em você! A maneira mais fácil para lidar com a segunda parte é acreditar em você mesmo - acreditar que você é O Hipnotista! Este é um ponto muito 25 e n f a t i z a d o p e l o s p r i n c i p a i s hipnotizadores contemporâneos como Jonathan Chase e Anthony Jacquin (Eu recomendo suas obras ‒ ver leitura recomendada no final). Quando você aprende a construir o grande motivo com sutileza e finesse (embora es tes não são sempre necessários), você estará com um bom caminho andado para se tornar um exce l en te h i pno t i s t a . Sem es ta habilidade você estará perto de lugar nenhum! E MAIS UMA COISA Ao fazer hipnose, você vai notar várias vezes que com o mesmo sujeito você pode-se obter certos fenômenos, mas outros não, e muitas vezes parece não haver razão para isso. Mas existe! Às vezes o motivo será apenas porque você gerenciou mal os loops, mas muitas vezes é devido ao sistema de crença do sujeito, algumas das realidades alteradas são plausíveis (críveis) e outras não. Muitas vezes você só precisa fazer algum pequeno ajuste, de modo a envolver suas crenças para o resultado. Às vezes você tem que introduzir novas crenças no sistema para fazer as coisas funcionarem. Eu tenho um processo de c onec t a r e e s c a l a r f e nômenos hipnóticos que eu chamo de escada hipnótica. Não há espaço para entrar neste assunto aqui, mas vou me esforçar para ensinar, pelo menos alguns deles no blog. http:// hypnosiswithouttrance.wordpress.co m/ OK, vamos voltar ao loop hipnótico! 26 http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com Um Olhar Prático ao Loop Hipnótico Assim como discutimos, a crença é a chave ‒ nós queremos que o Pensador pense o que queremos que ele pense! Enquanto o modelo de Loop Hipnótico é essencialmente a modelagem do mesmo processo que o Pensador/Provador, ele tem mais detalhes que nos são úteis como h ipnot i zadores . Aqu i es tá novamente: A crença dispara e molda aimaginação, que por sua vez desencadeia a resposta fisiológica, que cria uma nova experiência – e a coisa toda é o que cria e mantém a realidade subjetiva alterada. E a coisa realmente legal é que a experiência recém-criada alimenta de volta para o sistema de crenças (porque fornece evidências para apoiar a crença ou modificá-la), gerando, fortalecendo e perpetuando o ciclo. Para entender melhor esse Loop Hipnótico, vamos ir além do teórico e irmos para o prático. Nós usaremos o exemplo de colarmos a mão do sujeito em uma mesa. Este é apenas um esboço descritivo, para o tutorial completo da ‘mão colada’, por favor visite o vídeo abaixo: http://bit.ly/maocolada Grande motivo: Nós temos que dar ao sujeito uma razão do por que isto vai acontecer (apesar de não termos falado ainda o que vai acontecer). Os três porquês que eu mais uso são ‘hipnose’ (o que eles acreditam que é), ‘energia’ e ‘o poder da mente’. Quando estou montando o grande motivo, eu muita das vezes faço de mane i ra su t i l e i nd i re ta (posso mencionar que eu sou um hipnotista, então faço uns pequenos e simples ‘truques da mente’ que funcionam por si só). Nesse ponto, estou engajando a 27 http://www.hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://www.hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ jcn3761 Realce crença deles em o que eu posso fazer. Uma vez que vejo que eles são ‘crédulos’ eu digo algo do tipo “deixe-me mostrar algo realmente interessante... isso não é necessariamente hipnose mas vai te dar uma boa ideia de como a hipnose funciona...” Através das minhas ações (truques da mente) e sugestões indiretas (não posso abordar linguagem aqui, porque é além do meu objetivo neste relatório) eu defini o quadro para o trabalho hipnótico específico. Crença – Loop 1. O quadro é definido, de modo que o hipnotizador faça com que o sujeito coloque sua mão na mesa e define as condições para que o sujeito hipnotizado comece a entreter a crença de que sua mão pode estar começando a colar (isto é feito com um mini loop usando a linguagem de acompanhar e conduzir ‒ veja o tutorial completo para detalhes) Imaginação ‒ Loop 1. A mente do sujeito imagina como seria se a mão estivesse colando de modo a confirmar ou negar a possibilidade Fisiologia – Loop 1. Sua fisiologia responde disparando os caminhos neura is apropr iados e alterando o tônus muscular de tal forma que simula o que é imaginado. Experiência – Loop 1. O sujeito experimenta uma pequena sensação de cola. Crença – Loop 2. A experiência de colado aumenta a crença na possibilidade e começa a transformá-lo e m u m a c r e n ç a d e q u e e s t á acontecendo. Imaginação – Loop 2. A imaginação está mais envolvida. Fisiologia – Loop 2. A fisiologia responde mais fortemente Experiência – Loop 2. A experiência de colado se torna mais completa E assim o Loop continua enquanto não acontece nada para quebrá-lo. Aqui está uma das principais chaves para a compreensão da hipnose: Como um Hipnotista é seu trabalho estabelecer, manter e conduzir Loops Hipnóticos para o sujeito. Você não tem poderes mágicos e não cria diretamente a realidade alterada dos sujeitos; o sujeito faz isso para eles mesmos ‒ você somente executa o processo que estabelece e mantém os loops. 28 (Incidentemente, mesmo você não possuindo poderes especiais, pode ser muito útil se o sujeito acredita que você possui. Eu nunca vou forçar isso abertamente, mas nem sempre eu desencorajo o sujeito a pensar assim, somente depois, aonde eu deixo claro que tudo o que aconteceu foi devido aos poderes da ‘mente interior’ do sujeito. Este é um presente poderoso para dar para alguém ‒ faça coisas boas com sua hipnose sempre.) O Poder de Compreender o Loop Quando você começa a entender os Loops Hipnóticos, como gerá-los e mantê-los, você pode se tornar um hipnotista muito mais preciso e efetivo porque você pode monitorar estes loops para saber quando e onde você precisa fazer a justes para forta lece- los , p e r p e t u a - l o s o u m o d i fic á - l o s : Cuide do Loop e a hipnose cuida de si mesma! Mas se em vez disso você está confiando no ‘transe’, então você vai perder todos os detalhes enquanto estiver focado se eles estão exibindo ‘sinais de transe’ ou não (ou confiar em torcer para o melhor). E há uma boa chance de que você obtenha o transe, mas as respostas do que é suposto para te facilitar simplesmente não acontecem (porque os loops para estas respostas não foram estabelecidos devidamente). Como um hipnotista, eu recomendo que você estude este conceito de loops hipnóticos e descubra onde te leva ‒ preste atenção para cuidar de todos os elementos! Para fazer isso, você p r ec i s a r á de senvo l v e r a l gumas habilidades para o estabelecimento, mon i t o r amen t o , m anu t e n ç ã o e modificação dos loops de forma eficaz e eficiente. Eu estarei ensinando o máximo que puder sobre isso no blog: h t t p : / / hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ Pensando nisso agora, já pode imaginar como isso fará a diferença para você e p a r a s u a h i p n o s e ? 29 http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ Habilidades Chaves para Gerenciar os Loops Para gerenciar loops efetivamente, você precisa ser capaz de fazer quatro coisas básicas: Estabelecer Loops Monitorar e manter Loops Transição entre Loops Fechar Loops Ao fazer essas coisas, há uma série de habilidades que são necessárias e/ou dese j á ve i s de possu i r, e e ssas habilidades podem ser aprendidas por todos. Está fora do âmbito do presente relatório abordar essas quatro áreas individualmente ou ensinar essas habilidades, mas eu vou ensinar muito sobre isso no blog por vários meios e maneiras. Por enquanto, para lhe dar uma ideia de algumas das habilidades mais importantes, estou falando de coisas como: * Estabelecer e Manter Autoridade e Conexão * Acuidade Sensorial * Pensando e Percebendo o Loop * Hab i l i d ades L i ngu í s t i c a s de Acompanhar e Conduzir * Habilidades Linguísticas de Vínculo * Semeando Ideias * Dando Direções e Sugestões (diretamente e indiretamente) * Segurando e Dirigindo a Atenção Se você já é um hipnotista eficaz, possui todas estas habilidades em algum nível, embora você provavelmente está ciente d e á r e a s o n d e v o c ê p o d e t e r dificuldades. Se você está começando agora, comece a adquirir conhecimento e praticar. Onde quer que você esteja, o blog está lá para ser um recurso para o seu desenvolvimento. O Que Mais? E Agora? Eu espero que você tenha entendido o valor deste pequeno relatório, e que ele tenha feito você pensar em tomar uma 30 abordagem moderna para a hipnose, fazendo novos pensamentos para sua mente e levando sua compreensão e prática da hipnose para um novo nível. Muito do que tratamos aqui é teórico, mas não é apenas uma teoria pela teoria em si. Espero que tenha aguçado o seu apetite para saber mais como este material funciona na prática ‒ se sim, p o r f a v o r v i s i t e h t t p : / / hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ onde eu vou entrar em muito mais detalhes práticos nos vídeos tutoriais, não só do material abordado neste relatório, mas também abrangendo áreas adic ionais como a Escada Hipnótica e o Foco Hipnótico. Também irei fazer um tutorial completo para demonstrar mais p lenamente os princípios de trabalhar com loops hipnóticos. Se você tiver algum feedback ou perguntas para mim sobre qualquer coisa neste relatório, por favor me mande um e -ma i l o u de i x e um comentár io no blog. E eu estou especialmente interessado em saber como este matéria está funcionando para você! Muito obrigado por lê-lo! James Tripp Hypnosis Without Trance™ james@hypnosiswithouttrance.com h t t p : / / hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ Se você recebeu esterelatório por qualquer meio diferente sem ser se inscrevendo no website, para garantir que você obtenha todas as atualizações futuras, por favor visite: http://www.hypnosiswithouttrance.com ... e certifique-se de se inscrever formalmente! 31 http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ mailto:james@hypnosiswithouttrance.com mailto:james@hypnosiswithouttrance.com http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://hypnosiswithouttrance.wordpress.com/ http://www.hypnosiswithouttrance.com http://www.hypnosiswithouttrance.com L e i t u r a / Á u d i o s Recomendados Os seguintes livros têm sido altamente influentes (exceto dois) para mim no desenvolvimento da minha habilidade e abordagem como um hipnotista, e é por essa razão que eu os recomendo. Os dois que não foram são Teach Yourself NLP por Steve Bavister e Amanda Vickers, e Clean Language por Wendy Sullivan e Judy Rees. A razão pela qual incluí estes é que ambos PNL e Linguagem Limpa são duas disciplinas que moldaram minha abordagem massivamente, e estes eu acredito que são as melhores introduções para os dois campos, respectivamente. Por favor esteja ciente que não há necessidade de ler qualquer destas co isas para compreender minha abordagem, mas todos estes são ótimas le i turas e che ios de exce lentes informações (tenha em mente que não concordo com tudo que está escrito!) Time for a Change - Richard Bandler Guide to Trance-formation - Richard Bandler Teach Yourself NLP - Bavister and Vickers Hypnotic Techniques (Audio) - David Calof Don’t Look in His Eyes! - Jonathan Chase Hypnotherapy - Dave Elman Monsters & Magical Sticks - Stephen Heller A Realidade é Plástica - Anthony Jacquin Clean Language - Sullivan & Rees APOIO 32