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Profa. Dra. Ana Maria Cartaxo de Alencar Doutorado em Ciências da Saúde - USP Doenças Neuromusculares ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA • Esclerose: endurecimento e cicatrização • Lateral: porção lateral da medula espinhal • Amiotrófica: fraqueza que resulta na atrofia muscular • Afeta os neurônios motores superiores e inferiores • Atrofia progressiva dos músculos estriados esqueléticos • MMSS, MMII e músculos respiratórios ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA • Rara / 1 caso para 100.000 pessoas/ano • Preferencialmente sexo masculino / 55 a 65 anos • Etiologia desconhecida / Multifatoriais: componente genético, idade, substâncias neurotóxicas e exercício físico intenso • Sobrevida de 3 a 5 anos após o diagnóstico • Tratamento inespecífico ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA Quadro Clínico Disfunção do Neurônio Motor Superior • Fraqueza muscular e reflexos anormais Disfunção do Neurônio Motor Inferior • Fraqueza, Fasciculações, Atrofia, Atonia e Arreflexia Disfunção dos Neurônios Motores do Tronco Cerebral • Disfagia e Disartria • Função Mental Preservada ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA Diagnóstico • Alteração clínica, eletroneuromiográfica ou anatomopatológica do neurônio motor inferior • ENMG – alterações neurogênicas; velocidade de condução normal; sem bloqueio de condução • Preservação da função sensitiva, autonômica e visual • Fasciculação em uma ou mais regiões • Função Respiratória – Apresentação Bulbar ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA Implicações Respiratórias • Fraqueza muscular respiratória / Restrição pulmonar • Redução da capacidade vital (CV) e do volume corrente (VC) • Insuficiência respiratória crônica • Dispneia aos mínimos esforços / Dispneia em repouso • Dificuldade para dormir em DD, apnéia do sono e cefaléias matinas • Hipersecreção e broncoaspiração ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA ESCLEROSE MÚLTIPLA • Doença desmielinizante do SNC, de mecanismo inflamatório auto- imune, que acomete sob a forma de placas a substância branca do cérebro, tronco encefálico, cerebelo, medula espinhal e nervo óptico. • Prejuízo na neurotransmissão - cérebro, medula espinhal e outras áreas do seu corpo • Lesão irreversível dos nervos ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA • Prevalência geográfica mais elevada no norte da Europa, sul da Austrália, norte dos Estados Unidos e sul do Canadá • No Brasil, os estudos realizados na cidade de São Paulo • Adultos jovens entre 20 e 40 anos • Mais comum em mulheres • 2:1 em indivíduos de cor branca ESCLEROSE MÚLTIPLA • O sistema imunológico agride a bainha de mielina do sistema nervoso central, que é o envoltório de todos os axônios • As placas das áreas comprometidas tornam-se endurecidas esclerosadas, que se localizam em múltiplos locais • As lesões com coloração rósea acinzentada de contornos nítidos, contrastando com a coloração da substância branca • Substância branca, tronco encefálico, cerebelo, medula espinhal e nervo óptico ESCLEROSE MÚLTIPLA Transtornos Visuais • Visão Embaçada, Visão Dupla (Diplopia), Neurite Óptica, Movimentos Oculares Rápidos e Involuntários Problemas de Equilíbrio e Coordenação • Perda de Equilíbrio, Tremores, Instabilidade ao Caminhar (Ataxia), Vertigens e Náuseas, Insensibilidade, Falta de Coordenação, Fraqueza Geral e Espasticidade Transtornos Sensitivos • Parestesia (Sensação Tátil Anormal), Dor Facial (Neuralgia do Trigêmio) e Dores Musculares ESCLEROSE MÚLTIPLA Transtornos da Linguagem • Lenta, Arrastada, Mudanças no Ritmo da Fala Fadiga • Costuma Ser Excessiva, Principalmente no Calor Problemas de Bexiga e Intestinais • Necessidade de Urinar com Frequência e/ou Urgência, Esvaziamento Incompleto e Retenção Fecal Problemas De Sexualidade • Impotência, Excitação Diminuída Maior Sensibilidade Ao Calor ESCLEROSE MÚLTIPLA Diagnóstico • Apresentação Clínica • Exame físico e neurológico • Exames de sangue • Ressonância magnética • Exame de líquor ESCLEROSE MÚLTIPLA Implicações Respiratórias • Redução da força muscular, incluindo os músculos respiratórios • Função pulmonar afetada nos estágios avançados da doença, os músculos respiratórios são afetados nos estágios iniciais • Redução dos volumes e capacidades pulmonares, • Insuficiência respiratória • Complicações respiratórias • Óbito ESCLEROSE MÚLTIPLA MIASTENIA GRAVIS • Doença auto imune • Ação de anticorpos contra os receptores nicotínicos pós- sinápticos de acetilcolina (Ach) na junção neuromuscular • Fraqueza muscular decorrente de distúrbios nos receptores de acetilcolina (anti AChR) • Prejudica a transmissão do impulso nervoso • Enfraquecimento dos músculos estriados esqueléticos MIASTENIA GRAVIS • Rara • Causa Desconhecida • Auto Imune • Predisposição Genética • Pico de incidência entre 20 e 30 anos nas mulheres • Pico de incidência entre 60 e 70 anos para os homens MIASTENIA GRAVIS • Lesão na JNM em nível pós-sináptico • Redução do número de AChR • ↓ do comprimento da membrana pós-sináptica • ↓ do comprimento das pregas sinápticas, devido à destruição das expansões terminais • Alargamento das fendas sinápticas, causado pela ↓ do comprimento das pregas MIASTENIA GRAVIS • Enfraquecimento dos músculos oculares cuja • Ptose palpebral e a diplopia • Paraparesia (paralisia incompleta – motora e sensitiva – dos membros superiores ou inferiores) • Disparesia (comprometimento maior dos MMII) • Disartria (distúrbio da fala) • Dispnéia (desconforto respiratório) • Disfagia (distúrbio da deglutição) • Fraqueza generalizada MIASTENIA GRAVIS MIASTENIA GRAVIS Fraqueza muscular Ptose Palpebral MIASTENIA GRAVIS Diagnóstico • Clínico • Eletroneuromiografia • Teste Farmacológico • Teste Imunológico • Tomografia do Tórax • Avaliação Tireoidiana MIASTENIA GRAVIS Tratamento • Inibidores da acetilcolinesterase • Corticosteróides • Imunossupressores • Plasmaférese • Imunoglobulina intravenosa • Timectomia MIASTENIA GRAVIS Implicações Respiratórias • Redução da expansibilidade torácica • Redução da complacência pulmonar • Atelectasias • Dispnéia • Fadiga • Disfagia MIASTENIA GRAVIS DUCHENNE • Doença genética hereditária • Fraqueza muscular progressiva, substituição do tecido muscular por tecido fibroso, conjuntivo e adiposo • Não compromete os sistemas nervoso central ou periférico • Ausência da proteína distrofina, importante na formação da membrana da célula muscular DUCHENNE • Doença degenerativa • Geralmente acomete crianças do sexo masculino • Distúrbio genético de caráter recessivo, ligado ao cromossomo X • Deleção do gene que codifica a proteína distrofina DUCHENNE • Distrofina: Proteína alargada em forma de filamentos, localizada na superfície interna do sarcolema • Protege a integridade da membrana durante a contração e relaxamento DUCHENNE Ausência da Distrofina Instabilidade da membrana da célula muscular e alteração na homeostase intracelular Degeneração e regeneração das fibras musculares Capacidade para reparo insuficiente Degeneração irreversível das fibras musculares esqueléticas Substituição por tecido gorduroso ou conjuntivo Ausência da Distrofina Diminuição da permeabilidade muscular Acúmulo de grande quantidade de cálcio no interior da célula. Causando supercontratura miofibrilar, degradação das fibrilas e distúrbios metabólicos Morte da fibra muscular • A maioria dos casos de DMD são herdados da mãe, chamada de portadora assintomática • No restante dos casos, ocorre uma mutação • Nesses casos, não há risco de recorrência para futuros filhos • Acomete os músculos lisos, esqueléticos e cardíacos DUCHENNE • Mulheres portadoras podem ser assintomáticas ou sintomáticas em diferentes graus • Hipertrofia de panturrilha, cardiomiopatia ou miopatia leve DUCHENNE • Os meninos raramente são sintomáticos ao nascimento,embora alguns já sejam levemente hipotônicos • As habilidades motoras grosseiras iniciais: rolar, sentar e levantar, geralmente são obtidas nas idades apropriadas ou podem ser levemente retardadas DUCHENNE • Cerca de 50% dos pacientes não iniciam marcha aos 18 meses • Primeiras manifestações aparecem entre 3 e 5 anos • Dificuldade de sentar-se, ficar em pé e andar • Quedas com frequência • Atrofia muscular, principalmente nos músculos antigravitacionais DUCHENNE GASTROCNÊMIO E SÓLEO Pseudo hipertrofia EXTENSORES DE QUADRIL E DO JOELHO fraqueza que resulta no clássico sinal de Gowers Criança escala suas pernas para levantar-se do chão REFLEXOS TENDINOSOS São perdidos Não há perda sensorial DUCHENNE SINAL DE GOWERS RETRAÇÕES DE TENDÕES (POSTERIOR) DA COXA E TORNOZELO Pé equino Dificulta ainda mais a marcha FRAQUEZA DOS DORSIFLEXORES Pé equino Encurtamento e futura deambulação sobre os artelhos FRAQUEZA DOS MÚSCULOS GLÚTEOS E EXTENSORES DE TRONCO Fraqueza dos músculos abdominais. Hiperlordose lombar e sinal de Trendelemburg DUCHENNE • Fraqueza da cintura pélvica pode ser observada de forma branda aos 2 anos de vida DUCHENNE • Bilateral e simétrica • MMII são mais afetados que MMSS e os proximais mais que os distais • As contraturas se tornam fixas • Escoliose progressiva DUCHENNE • Perda da marcha por volta dos 8 aos 12 anos de idade • Dependência da cadeira de rodas DUCHENNE • A idade do óbito está relacionada com a idade de dependência da cadeira de rodas • Complicações respiratórias ou cardiomiopatias • 55 a 90% dos pacientes morrem por falência respiratória • 16 e 19 anos e raramente após os 25 anos de idade • A infecção pulmonar e/ou insuficiência respiratória são as causas mais frequentes de óbito, ocorrendo em 75% dos casos DUCHENNE LESÃO DO NERVO FRÊNICO • O nervo frênico origina-se do plexo cervical profundo, nos ramos ventrais dos nervos cervicais C3, C4 e C5 • Próximo do plexo braquial no pescoço, na frente do músculo escaleno anterior • Origem na medula espinhal • Quarta vértebra cervical • Do pescoço ao tórax até sua inserção no diafragma • Divide-se nos ramos esquerdo e direito LESÃO DO NERVO FRÊNICO LESÃO DO NERVO FRÊNICO LESÃO DO NERVO FRÊNICO • A paralisia de uma hemicúpula frênica, pelo comprometimento de sua inervação, pode ser parcial ou total, resultando na elevação e alteração de sua mobilidade. LESÃO DO NERVO FRÊNICO Relaxamento muscular máximo Hemicúpula Pressão negativa intratorácica Pressão positiva abdominal LESÃO DO NERVO FRÊNICO Nível medular Fraturas ou luxações da coluna cervical e transfixações por projéteis de arma de fogo Nível do plexo braquial Desinserções por tracionamento do plexo Nível do nervo Lesões por arma branca, projéteis de arma de fogo, ressecção cirúrgica acidental ou eletiva Nível das ramificações Resultantes de ferimentos e rupturas frênicas LESÃO DO NERVO FRÊNICO Lesões discretas • Pouco sintomáticas Lesões graves • Cianose • Taquipnéia • Atelectasias • Insuficiencia respiratória • Dificuldade de desmame da ventilação mecânica LESÃO DO NERVO FRÊNICO • História clínica • Exames radiológicos • Radioscopia • Ultrassom do diafragma • Tomografia computadorizada de tórax • Teste eletrofisiológico LESÃO DO NERVO FRÊNICO Figura 1 – Radiografia de tórax normal Figura 2 – Radiografia de tórax mostrando elevação da cúpula diafragmática direita até o 5º espaço intercostal TRATAMENTO Diafragma e músculos da parede torácica enfraquecem Tosse ineficaz Respiração superficial (hipoventilação) Reduz a oxigenação do sangue (hipoxemia) Eleva as concentrações sanguíneas de gás carbônico (hipercapnia) Fraqueza Muscular respiratória Ventilação prejudicada Pulmões e as paredes do tórax tornam-se pouco Aumento do trabalho respiratório Microatelectasias e diminuição de reserva respiratória Fraqueza Muscular respiratória Sono • O déficit muscular se agrava, principalmente em decúbito dorsal ou ventral, onde a musculatura respiratória se encontra em desvantagem biomecânica Fraqueza Muscular Respiratória Tratamento • Minimizar os sintomas • Avaliação frequente da função respiratória durante a vigília e o sono • Promover adequada higiene brônquica • Melhorar a força e resistência da musculatura respiratória e corrigir as anormalidades nas trocas gasosas • Melhorar a qualidade de vida • Reeducação postural Tratamento • Insuficiência ventilatória • Ventilação Mecânica Não Invasiva • Ventilação Mecânica Invasiva • Traqueostomia para fase tardia ou acometimentos bulbares • Para independência de alguns pacientes na residência: uso de cadeira de rodas elétrica e um ventilador portátil
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