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CARTILHA - SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (1)

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SAÚDE DA
POPULAÇÃO
EM SITUAÇÃO
DE RUA
Grupo 9 - Med IV
1. Introdução --------------------------------------------- 2 
2. Condições Sanitárias ------------------------------- 4
3. Patologias mais comuns -------------------------- 6
3.1 IST's ------------------------------------------------------ 6
3.1.1 AIDS ---------------------------------------------------- 8
3.1.2 Sífilis --------------------------------------------------- 9
3.1.3 Hepatites ------------------------------------------ 11
3.2 Tuberculose ----------------------------------------- 12
3.3 Escabiose -------------------------------------------- 14
3.4 Doenças de Ordem psíquica, Alcoolismo e
outras drogas -------------------------------------------- 17
3.6 Doenças crônicas mal controladas ------- 21
4. Dados estatísticos --------------------------------- 24
5. Políticas Públicas ----------------------------------- 29
6. Referências -------------------------------------------- 36
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO11
Em um contexto histórico, a saúde da população de
rua passou a ser abordada de maneira mais
específica somente a partir da década de 70, onde,
naquele período, casas de assistência foram
estruturadas pelas igrejas e se tornaram pontos de
atenção à saúde para essas pessoas. 
Observando que a demanda por assistência se
tornava cada vez mais elevada, os gestores
municipais perceberam que a criação de ações com
objetivo de se aproximar dessa população se
tornava necessária. 
Hoje, ainda que essas ações existam, muitas vezes
não são aplicadas ou não abrangem por completo
esse grupo. 
2
De acordo com os dados analisados, mais de 31
mil indivíduos se encontravam nas ruas. 
Destas, mais de 29% apresentava algum
problema relacionado à saúde, como
hipertensão, alterações psiquiátricas, HIV,
hepatites e problemas associados à visão. 
Vale ressaltar que, de acordo com uma pesquisa
realizada pelo Ministério de desenvolvimento social,
ainda em 2008, foi revelado um número elevado de
pessoas em situação de rua. 
Além disso, vale à pena salientar que as condições
sanitárias vivenciadas por esse grupo não são
adequadas. 
Considerando todos os aspectos trazidos, vê-se a
necessidade de conscientizar os acadêmicos de
medicina a conhecerem a realidade de saúde das
pessoas em situação de rua.
Fonte Im
agem
: Veja Saúde
3
22
A população de moradores de rua esta a margem
da sociedade brasileira, tendo aumento significativo
a cada ano no Brasil e vivendo em condições
precárias de saúde, de higiene, moradia,
alimentação e vestimentas.
A forma com que eles levam a vida faz com que
fiquem mais propícios a contrair doenças, devido à
falta de higiene, saneamento básico e acesso a
programas de saúde. 
A exemplo disso é o COVID 19 que atingiu o mundo
todo e apesar de necessitar de um maior cuidado
higiênico, como lavagem das mãos, uso de
máscaras e uso de álcool em gel, a grande maioria
dessa população não foi assistida. 
CONDIÇÕES 
SANITÁRIAS
Fonte Imagem: Tribuna Online.
4
Apesar de existirem políticas públicas destinadas a
população em situação de rua, elas não são
utilizadas pelos órgãos federais e estaduais
tornando-as ineficazes e negligenciando possíveis
ações/soluções. 
Por isso, existem algumas ações totalmente sociais
e voluntárias para tentar amenizar essa
precariedade, exemplo delas: banheiro ambulante,
entrega de kits de higiene, sopões e campanha do
agasalho. 
5
IST'S 
As pessoas que vivem nas ruas se encontram em
condições extremas de vulnerabilidade social,
intensificando a precariedade nas condições de
vida, principalmente na área da saúde. 
As Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST’s) são doenças infecciosas que podem ser
causadas por vírus, bactérias ou outros
microorganismos. 
PATOLOGIAS MAIS 
COMUNS33
3.13.1
6
São transmitidas, principalmente, através das
relações sexuais desprotegidas, e geralmente se
manifestam por meio de feridas, corrimentos,
bolhas ou verrugas. Algumas IST’s podem ficar
incubadas no indivíduo, demorando anos para se
manifestar e quando não descobertas e tratadas a
tempo, podem evoluir para complicações graves,
levando a morte.
Os principais fatores para o maior impacto de IST’s
estão relacionados ao indivíduo e aos contextos
social e institucional, sobretudo à não adoção de
práticas mais seguras nas relações sexuais e uso de
drogas, discriminação, episódios de
encarceramento em casas de detenção, falta de
documentos oficiais, renda insuficiente para a
subsistência, experiência de sofrer violência na rua,
desigualdades sociais e dificuldades de acesso aos
serviços, os quais caracterizam fortemente a
população moradora de rua no Brasil e em outros
países. As IST’s mais prevalentes nos moradores de
rua são: AIDS, sífilis e hepatites.
7
Estudos realizados em diversas cidades do mundo
mostram que a prevalência do HIV entre
moradores de rua é significativamente maior do
que na população em geral. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), os grupos
mais vulneráveis ao Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (Aids) são homens que fazem sexo
com outros homens, transexuais, dependentes
de drogas injetáveis, profissionais do sexo e
detentos. 
Parte desses grupos de risco vive à beira da
marginalização e encontram-se em situação de rua
devido às circunstâncias em que são colocados e
por encontrarem na rua a única esperança de
sobrevivência. As dificuldades e limitações ao
acesso a serviços públicos são os fatores mais
significativos pela vulnerabilidade da população em
situação de rua em relação ao HIV/Aids. 
3.1.1 AIDS3.1.1 AIDS
8
A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica de
evolução crônica. Fatores relevantes na
transmissibilidade da sífilis podem estar
relacionados a aspectos sociais, biológicos, culturais
e comportamentais que influenciam a ocorrência
da doença na população.
O preconceito sofrido nos serviços é,
predominantemente, o fator que afasta os doentes
dos atendimentos, procurando apenas em
situações emergenciais. 
3.1.23.1.2 SÍFILISSÍFILIS
Fonte Imagem: Prefeitura de Belo Horizonte.
9
No Brasil, existem poucos estudos disponíveis que
analisaram a prevalência de sífilis em pessoas
vivendo em situação de rua. Apesar de possuir
métodos diagnósticos adequados e tratamento
simples, a sífilis permanece como um importante
problema de saúde pública, principalmente para a
população em situação de rua, devido à dificuldade
que estes tenham em procurar serviços de saúde e
por medo de discriminação.
Políticas de rastreamento que não incluam
população em situação de rua (população
caracterizada por difícil acesso), podem acarretar
em perda de oportunidade de redução significativa
de infecção.
Fonte Imagem: Site - Celeiro do Brasil
10
Segundo Brito et al., 2007, os comportamentos
relacionados tanto à prática sexual como ao uso
compartilhado de droga injetável podem
predispor a população de rua à infecção por
hepatite B; assim como, esse grupo também tem
maior risco de adquirir hepatite C se comparado a
população geral. 
Ademais, a transfusão sanguínea, tatuagens,
uso de drogas injetáveis e prática sexual com
múltiplos parceiros têm associação com infecção
pelo vírus da hepatite C em jovens de rua.
3.1.3 HEPATITES3.1.3 HEPATITES
Fonte Imagem: Site - SOL Millennium
11
Se refere a uma condição de caráter infeccioso, que
acomete a região pulmonar e é desencadeada pelo
Mycobacterium tuberculosis. O tratamento da
tuberculose tem duração aproximada de 6 meses e
se baseia na utilização de isoniazida, rifampicina,
etambutol e pirazinamida. 
A transmissão se dá por via aérea e as
manifestações da patologia são: tosse, febre no
período da tarde, sudorese noturna, perda de peso
e fadiga. 
3.23.2 TUBERCULOSE 
Fonte Im
agem
: Fundação Proar
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Im
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an
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om
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r
Sintomas da Tuberculose
12
Considerando as condições de vida das pessoas
que se encontram em situação de rua, a exemplo
do déficit nutricional, alcoolismo, AIDS e falta de
cuidados com a saúde,sendo estes, fatores que
influenciam negativamente o sistema imunológico,
a susceptibilidade no desenvolvimento da
tuberculose se apresenta 48 a 67 vezes mais
elevada nessa população.
Ainda com relação ao tratamento, vale ressaltar que
fatores como baixa autoestima, inadequação na
alimentação, alcoolismo, problemas de caráter
mental e o dia a dia das ruas atuam como
dificultadores da continuidade do tratamento. 
Dentre as ações que podem ser desenvolvidas, aqui
são citadas: intersetorialidade, estabelecimento de
parcerias através das Unidades básicas de saúde,
entre outros.
13
3.33.3 ESCABIOSE 
Se trata de uma condição dermatológica
desencadeada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. A
região superficial da pele funcionará como um local
de fecundação. Com a morte do macho, ocorre
penetração da fêmea através de um túnel escavado
por esta. Finalizado tal processo, ovos são
depositados e, depois de eclodidos, há a liberação
de larvas, que acabam voltando ao sítio superficial a
pele.
14
Medicamentos tópicos são utilizados na região
acometida. Os profissionais também lançam mão
de medicamentos orais. Vale ressaltar que, no
contexto do tratamento, a reexposição dessas
pessoas desencadeada pelo dia a dia é considerada
como um fator de dificuldade. 
Com relação à prevenção e considerando que esta
se baseia no não contato roupas infectadas e
indivíduos que foram acometidos por esta doença
cutânea, as pessoas em situação de rua, devido à
inadequada higiene corporal e de roupas, são
susceptíveis ao desenvolvimento da escabiose.
A manifestação de sinais e sintomas se dá por
meio do movimento do movimento do ácaro nas
escavações. Também podem surgir devido à
sensibilidade gerada. Os principais sinais e
sintomas são: prurido noturno, aparecimento de
vesículas na região das mãos, axilas, genitais, além
do surgimento de escoriações desencadeadas pelo
prurido. 
15
Entre as ações possíveis de serem desenvolvidas,
podem ser citadas: os albergues podem ser
orientados no contexto da higiene das roupas das
pessoas abrigadas, evitando a ocorrência do rodízio
sem que haja a devida higienização, locais
destinados à doação de roupas podem ser
procurados, as UBS’s que estabeleçam atenção a
esses moradores que dispõem de estrutura de
estrutura adequada, podem propiciar higiene.
Fonte alergiasem
dia.com
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16
DOENÇAS DE ORDEM PSÍQUICA,
ALCOOLISMO E OUTRAS DROGAS
Literaturas apontam que uma porcentagem
considerável da população em situação de rua
apresentam sinais de dependência química – álcool,
nicotina e substâncias psicoativas. Além de
ansiedade, retardo mental moderado,
esquizofrenia, depressão e bipolaridade.
Para compreender a relação entre os transtornos
mentais, o uso de substâncias e a população em
situação de rua, deve-se levar em conta tanto o
perfil econômico quanto o social das crianças,
adolescentes e adultos em situação de rua. 
3.43.4
17
A desordem mental em jovens pode estar
intimamente relacionada com o uso abusivo de
drogas. 
Adoecimento psicológico em crianças e
adolescentes
O motivo de tantas crianças e adolescentes
estarem nas ruas se dá pela tentativa de escapar
dos fatores ambientais e psíquicos que se
encontram no meio doméstico e que estão lhe
causando danos físicos e psicológicos, como por
exemplo situações de violência doméstica, sexual e
moral. Além da ausência de carinho e amor,
abandono por parte das figuras parentais. 
Juntando todos esses fatores, vê-se a
predominância de padrões de comportamento
como a fuga de casa e o uso abusivo de drogas,
que são uma forma de reação a esse contexto
familiar caótico e desprovido de afetos/ternura. 
As drogas podem ser tanto motivadoras para a
situação de rua, como consequência e tática de
suportabilidade do contexto. 
18
Adoecimento psicológico em adultos
Por outro lado, o motivo que leva os adultos a
estarem nas ruas são múltiplos, como o uso
abusivo de álcool e outras drogas, o desemprego e
conflitos familiares. 
Os mais vividos não diferem de crianças e
adolescentes em relação ao sentimento familiar,
estes também sentem a necessidade de serem
cuidados e amados, na falta disso e de perspectiva
de vida, os índices de depressão tendem a subir
nessa parcela populacional. 
Dessa forma é normal que essas pessoas possam
vir a desencadear transtornos mentais como
consequência de estresse, seja pelo fato do
sofrimento mental, ou pelo próprio fato de estar
morando na rua. 
A partir disso, nasce a necessidade de acabar com
todo sofrimento, seja por meio do uso de
substâncias psicoativas ou por álcool, que por seus
efeitos psicotrópicos causam no organismo
sensações agradáveis. 
19
Ademais, o álcool e as drogas não são utilizados
apenas para minimizar o sofrimento, estes passam
a ser utilizados também com a finalidade de
minimizar a fome e o frio, além de ser um meio de
socialização/inclusão dos membros de grupos de
rua.
Assim pode-se compreender como se dá a
dinâmica desse adoecimento mental, e se
compreende o que leva os moradores de rua a se
expor ao uso do álcool e outras drogas. 
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Im
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Ép
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a
20
Hipertensão, Diabetes mellitus e doença
pulmonar obstrutiva crônica, entre outras, são
agravos comuns de ocorrerem na população de
rua. Em virtude dos hábitos de vida, com elevada
prevalência de tabagismo, alimentação inadequada
etc., tais doenças podem se apresentar em idade
mais precoce que na população em geral. O ótimo
controle desses problemas pode ser bem difícil,
pela ausência de abrigamento estável,
impossibilidade de selecionar própria dieta e
dificuldades para armazenarem e tomarem
medicamentos em horários certos.
3.53.5 DOENÇAS CRÔNICASMAL CONTROLADAS
Fonte Pinterest
21
Esquemas terapêuticos simplificados, mesmo
que não ideais, podem surtir melhor efeito que
esquemas completos tecnicamente, mas
impossíveis de serem compreendidos e usados
por moradores de rua com pouca alfabetização
e sem condições de armazenamento; 
O tabagismo é frequente na população de rua e
responde pelo agravamento de uma série de
condições que impactam diretamente na
capacidade de sobreviverem na rua; 
Ações que podem ser realizadas: 
Fonte Jornal O
donto
22
A lista de usuários estratificada por risco é
chave na condução daqueles com condições
crônicas. 
Em geral, a população em situação de rua acumula
diversas patologias e condições crônicas,
necessitando de projeto terapêutico com
participação de vários pontos da rede. 
A atenção básica deve ser a coordenadora do
cuidado desses pacientes, auxiliando-os a circular
pela rede de atenção, organizando as ações,
auxiliando os usuários para completar as lacunas
existentes nas redes.
23
DADOS ESTATÍSTICOS44
Esses são alguns dos diversos perfis das
pessoas que se utilizam da rua como abrigo ou
moradia. 
Pessoas com transtornos mentais, abandonados
pela família, imigrantes, desempregados,
dependentes químicos, ex-presidiários, e até
trabalhadores. 
Apesar de serem vistos como um grupo
homogêneo, os moradores de rua são pessoas de
realidades variadas. Até mesmo a pobreza, que
comumente é associada ao grupo, não está
presente em todos os casos.
24
O levantamento constatou que os principais
motivos que levam as pessoas a viver e morar
na rua estão relacionados a problemas de
alcoolismo ou drogas (35,5%), de
desemprego (29,8%) e de desavenças com
parentes (29,1%). 
Dos entrevistados, 71,3% citaram pelo menos
um desses três motivos.
Uma das poucas pesquisas existentes sobre essa
população foi realizada em 2007 pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate a Fome. 
O perfil do morador de rua mudou muito. Até anos
atrás, chegava gente de Minas Gerais, do Rio
Grande do Sul, da Bahia, de Pernambuco, todo
mundo em busca de emprego. Hoje em dia, o
morador de rua não tem qualificação para
conseguir um emprego, disse Robson César Correia
de Mendonça, presidente do Movimento Estadual
da População em Situação de Rua em São Paulo.
25
27
Fonte Jornal do Senado
28
POLÍTICAS PÚBLICAS55Assegurar o acesso amplo, simplificado e
seguro aos serviços e programas que integram
as políticas públicas de saúde, educação,
previdência, assistência social, moradia,
segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e
renda; 
Garantir a formação e capacitação permanente
de profissionais e gestores para atuação no
desenvolvimento de políticas públicas
intersetoriais, transversais e
intergovernamentais direcionadas às pessoas
em situação de rua; 
Implantar centros de defesa dos direitos
humanos para a população em situação de rua; 
Implementar ações de segurança alimentar e
nutricional suficientes para proporcionar acesso
permanente à alimentação pela população em
situação de rua à alimentação, com qualidade.
POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
Essa política foi instituída com os objetivos de: 
29
Acompanhar e monitorar o desenvolvimento da
Política Nacional para a População em Situação
de Rua; 
Propor medidas que assegurem a articulação
intersetorial das políticas públicas federais para
o atendimento da População em Situação de
Rua; 
Propor formas e mecanismos para a divulgação
da Política Nacional para a População em
Situação de Rua; 
Acompanhar os estados, o Distrito Federal e os
municípios na implementação da Política
Nacional da População em Situação de Rua, em
âmbito local; 
E elaborar planos de ação periódicos com o
detalhamento das estratégias de
implementação da Política Nacional para a
População em Situação de Rua, especialmente
quanto a metas, objetivos e responsabilidades.
COMITÊ INTERSETORIAL DE
ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DA
POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
Principais objetivos: 
30
CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS
HUMANOS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA E DE CATADORES DE MATERIAL
RECICLÁVEL – CNDDH
Constitui-se como um espaço de ação política
direcionada a assegurar a promoção e defesa dos
direitos humanos dessa população. O Centro foi
implantado visando atender a um dos objetivos da
Política Nacional para a População de Rua, previstos
no Decreto Presidencial nº 7053, de 2009, artigos 7º
e 15º.
31
O “1° Ato pela Vida” que ocorreu no centro da
cidade de São Paulo no dia 22 de agosto de
2004;
 E o “III Festival Lixo e Cidadania” que aconteceu
em Belo Horizonte em setembro de 2004. 
O MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
A formação do Movimento Nacional da População
de Rua (MNPR) foi fruto da crescente indignação
com a violência e a negação de direitos a que esse
público está submetido. Seu surgimento ocorreu no
início dos anos 2000 como resposta a diversos
episódios de violência contra a População em
Situação de Rua. Dentre eles, destaca-se o
“Massacre da Sé” que aconteceu nos dias 19 a 22
de agosto de 2004 quando 16 pessoas em situação
de rua foram agredidas e sete foram assassinadas
na cidade de São Paulo. 
Esses episódios geraram diversas manifestações na
busca de justiça. Dentre essas manifestações,
ressalta-se:
Esses acontecimentos fizeram a População em
Situação de Rua se unir e lançar as sementes do
MNPR. Foi criada a bandeira e definidos os seus
princípios.
32
COMITÊ TÉCNICO DE SAÚDE PARA POPULAÇÃO
EM SITUAÇÃO DE RUA
No mesmo ano em que foi publicado o Decreto que
instituiu a Política Nacional para a População em
Situação de Rua, foi constituído também o Comitê
Técnico de Saúde para essa população por meio da
Portaria MS/GM n° 3.305, de 24 de dezembro de
2009. 
Esse foi um passo importante para possibilitar
avanços na área da Saúde para esse público. Esse
Comitê é composto por representantes de algumas
Secretarias do Ministério da Saúde e da Fundação
Oswaldo Cruz e por representantes de Entidades
da Sociedade Civil organizada. Desse modo, as
conquistas na área da Saúde foram obtidas com a
efetiva participação da sociedade civil.
33
Garantir o acesso da PSR às ações e aos
serviços de saúde; 
Reduzir os riscos à saúde decorrentes dos
processos de trabalho na rua e das condições
de vida; 
E melhorar os indicadores de saúde e da
qualidade de vida da PSR.
PLANO OPERATIVO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE
AÇÕES EM SAÚDE DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
Outro passo importante foi a publicação do Plano
Operativo para Implementação de Ações em Saúde
da População em Situação de Rua por meio da
Resolução n° 2, de 27 de fevereiro de 2013. 
Esta Resolução define as diretrizes e estratégias de
orientação para o processo de enfrentamento das
iniquidades e desigualdades em saúde com foco na
População em Situação de Rua (PSR) no âmbito do
SUS.
Os objetivos gerais definidos no Plano são: 
34
Elas devem realizar suas atividades de forma
itinerante e, quando necessário, desenvolver
ações em parceria com as equipes das
Unidades Básicas de Saúde do território.
ESTRATÉGIA CONSULTÓRIO NA RUA
A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela
Política Nacional de Atenção Básica, em 2011, e visa
ampliar o acesso da população em situação de rua
aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais
oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo
populacional, o qual se encontra em condições de
vulnerabilidade e com os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados. 
Chamamos de Consultório na Rua equipes
multiprofissionais que desenvolvem ações integrais
de saúde frente às necessidades dessa população. 
35
REFERÊNCIAS
PAIVA, Irismar Karla Sarmento de et al. Direito à saúde da população em situação de rua:
reflexões sobre a problemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 2595-2606, 2016.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v21n8/1413-8123-csc-21-08-2595.pdf . Acesso
em: 24 nov. 2020.
GRANGUEIRO, Alexandre. Prevalência e vulnerabilidade à infecção pelo HIV de moradores de
rua em São Paulo, SP. Rev Saúde Pública, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 674-684, março, 2012.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v46n4/4111. Acesso em 22 nov. 2020.
PINTO, Valdir Monteiro. Prevalência de sífilis e fatores associados a população em situação de
rua de São Paulo, Brasil, com utilização de teste rápido. Rev Brasileira de Epidemiologia, São
Paulo, p. 341-354, abr./jun. 2014. Disponível em:
https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2014.v17n2/341-354/pt. Acesso em: 23 nov. 2020.
BRITO, V. O. C. et al. Infecção pelo HIV, hepatites B e C e sífilis em moradores de rua, São
Paulo. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 47-56, jun./2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v41s2/5951.pdf . Acesso em: 19 nov. 2020.
HINO, Paula et al. O controle da tuberculose na ótica de profissionais do Consultório na Rua.
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 26, 2018.
Brasil. Ministério da saúde. Departamento de doenças de condições crônicas e infecções
sexualmente transmissíveis. Como é feito o tratamento da tuberculose?. Brasília.
Saúde da população em situação de rua: um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria
de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Escabiose. Disponível em:
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/escabiose-ou-sarna/5/ .
Acesso em: 23 nov. 2020.
Saúde da população em situação de rua: um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria
de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
36
Lisboa, Milena Silva. O Louco, a Rua, Comunidade: as relações da cidade com a loucura em
situação de rua. Tese de Doutorado, São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
2013. Disponível em:
https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/17023/1/Milena%20Silva%20Lisboa.pdf. Acesso em:
23 nov. 2020. 
Dos Santos, Alan Ferreira. A relação entre os transtornos mentais e a população em situação
de rua. Psicologia.pt – O Portal dos Psicólogos, São Paulo, set./2019. Disponível em: 
 https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1333.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
 Manual sobre o cuidado à saúdejunto a população em situação de rua / Ministério da
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2012.
Saúde da população em situação de rua : um direito humano / Ministério da Saúde,
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão
Participativa. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Disponivel em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_situacao_rua.pdf . Acesso em:
21 nov. 2020
Secretária de Atenção Primária à Saúde. *Consultório na Rua*. Ministério da Saúde.
Disponível em: http://aps.saude.gov.br/ape/consultoriorua/ . Acesso em: 21 nov. 2020.
37

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