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SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Grupo 9 - Med IV 1. Introdução --------------------------------------------- 2 2. Condições Sanitárias ------------------------------- 4 3. Patologias mais comuns -------------------------- 6 3.1 IST's ------------------------------------------------------ 6 3.1.1 AIDS ---------------------------------------------------- 8 3.1.2 Sífilis --------------------------------------------------- 9 3.1.3 Hepatites ------------------------------------------ 11 3.2 Tuberculose ----------------------------------------- 12 3.3 Escabiose -------------------------------------------- 14 3.4 Doenças de Ordem psíquica, Alcoolismo e outras drogas -------------------------------------------- 17 3.6 Doenças crônicas mal controladas ------- 21 4. Dados estatísticos --------------------------------- 24 5. Políticas Públicas ----------------------------------- 29 6. Referências -------------------------------------------- 36 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO11 Em um contexto histórico, a saúde da população de rua passou a ser abordada de maneira mais específica somente a partir da década de 70, onde, naquele período, casas de assistência foram estruturadas pelas igrejas e se tornaram pontos de atenção à saúde para essas pessoas. Observando que a demanda por assistência se tornava cada vez mais elevada, os gestores municipais perceberam que a criação de ações com objetivo de se aproximar dessa população se tornava necessária. Hoje, ainda que essas ações existam, muitas vezes não são aplicadas ou não abrangem por completo esse grupo. 2 De acordo com os dados analisados, mais de 31 mil indivíduos se encontravam nas ruas. Destas, mais de 29% apresentava algum problema relacionado à saúde, como hipertensão, alterações psiquiátricas, HIV, hepatites e problemas associados à visão. Vale ressaltar que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério de desenvolvimento social, ainda em 2008, foi revelado um número elevado de pessoas em situação de rua. Além disso, vale à pena salientar que as condições sanitárias vivenciadas por esse grupo não são adequadas. Considerando todos os aspectos trazidos, vê-se a necessidade de conscientizar os acadêmicos de medicina a conhecerem a realidade de saúde das pessoas em situação de rua. Fonte Im agem : Veja Saúde 3 22 A população de moradores de rua esta a margem da sociedade brasileira, tendo aumento significativo a cada ano no Brasil e vivendo em condições precárias de saúde, de higiene, moradia, alimentação e vestimentas. A forma com que eles levam a vida faz com que fiquem mais propícios a contrair doenças, devido à falta de higiene, saneamento básico e acesso a programas de saúde. A exemplo disso é o COVID 19 que atingiu o mundo todo e apesar de necessitar de um maior cuidado higiênico, como lavagem das mãos, uso de máscaras e uso de álcool em gel, a grande maioria dessa população não foi assistida. CONDIÇÕES SANITÁRIAS Fonte Imagem: Tribuna Online. 4 Apesar de existirem políticas públicas destinadas a população em situação de rua, elas não são utilizadas pelos órgãos federais e estaduais tornando-as ineficazes e negligenciando possíveis ações/soluções. Por isso, existem algumas ações totalmente sociais e voluntárias para tentar amenizar essa precariedade, exemplo delas: banheiro ambulante, entrega de kits de higiene, sopões e campanha do agasalho. 5 IST'S As pessoas que vivem nas ruas se encontram em condições extremas de vulnerabilidade social, intensificando a precariedade nas condições de vida, principalmente na área da saúde. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) são doenças infecciosas que podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microorganismos. PATOLOGIAS MAIS COMUNS33 3.13.1 6 São transmitidas, principalmente, através das relações sexuais desprotegidas, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. Algumas IST’s podem ficar incubadas no indivíduo, demorando anos para se manifestar e quando não descobertas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, levando a morte. Os principais fatores para o maior impacto de IST’s estão relacionados ao indivíduo e aos contextos social e institucional, sobretudo à não adoção de práticas mais seguras nas relações sexuais e uso de drogas, discriminação, episódios de encarceramento em casas de detenção, falta de documentos oficiais, renda insuficiente para a subsistência, experiência de sofrer violência na rua, desigualdades sociais e dificuldades de acesso aos serviços, os quais caracterizam fortemente a população moradora de rua no Brasil e em outros países. As IST’s mais prevalentes nos moradores de rua são: AIDS, sífilis e hepatites. 7 Estudos realizados em diversas cidades do mundo mostram que a prevalência do HIV entre moradores de rua é significativamente maior do que na população em geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os grupos mais vulneráveis ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) são homens que fazem sexo com outros homens, transexuais, dependentes de drogas injetáveis, profissionais do sexo e detentos. Parte desses grupos de risco vive à beira da marginalização e encontram-se em situação de rua devido às circunstâncias em que são colocados e por encontrarem na rua a única esperança de sobrevivência. As dificuldades e limitações ao acesso a serviços públicos são os fatores mais significativos pela vulnerabilidade da população em situação de rua em relação ao HIV/Aids. 3.1.1 AIDS3.1.1 AIDS 8 A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica de evolução crônica. Fatores relevantes na transmissibilidade da sífilis podem estar relacionados a aspectos sociais, biológicos, culturais e comportamentais que influenciam a ocorrência da doença na população. O preconceito sofrido nos serviços é, predominantemente, o fator que afasta os doentes dos atendimentos, procurando apenas em situações emergenciais. 3.1.23.1.2 SÍFILISSÍFILIS Fonte Imagem: Prefeitura de Belo Horizonte. 9 No Brasil, existem poucos estudos disponíveis que analisaram a prevalência de sífilis em pessoas vivendo em situação de rua. Apesar de possuir métodos diagnósticos adequados e tratamento simples, a sífilis permanece como um importante problema de saúde pública, principalmente para a população em situação de rua, devido à dificuldade que estes tenham em procurar serviços de saúde e por medo de discriminação. Políticas de rastreamento que não incluam população em situação de rua (população caracterizada por difícil acesso), podem acarretar em perda de oportunidade de redução significativa de infecção. Fonte Imagem: Site - Celeiro do Brasil 10 Segundo Brito et al., 2007, os comportamentos relacionados tanto à prática sexual como ao uso compartilhado de droga injetável podem predispor a população de rua à infecção por hepatite B; assim como, esse grupo também tem maior risco de adquirir hepatite C se comparado a população geral. Ademais, a transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas injetáveis e prática sexual com múltiplos parceiros têm associação com infecção pelo vírus da hepatite C em jovens de rua. 3.1.3 HEPATITES3.1.3 HEPATITES Fonte Imagem: Site - SOL Millennium 11 Se refere a uma condição de caráter infeccioso, que acomete a região pulmonar e é desencadeada pelo Mycobacterium tuberculosis. O tratamento da tuberculose tem duração aproximada de 6 meses e se baseia na utilização de isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida. A transmissão se dá por via aérea e as manifestações da patologia são: tosse, febre no período da tarde, sudorese noturna, perda de peso e fadiga. 3.23.2 TUBERCULOSE Fonte Im agem : Fundação Proar Fo nt e Im ag em : Fe rn an do br ag an ca .c om .b r Sintomas da Tuberculose 12 Considerando as condições de vida das pessoas que se encontram em situação de rua, a exemplo do déficit nutricional, alcoolismo, AIDS e falta de cuidados com a saúde,sendo estes, fatores que influenciam negativamente o sistema imunológico, a susceptibilidade no desenvolvimento da tuberculose se apresenta 48 a 67 vezes mais elevada nessa população. Ainda com relação ao tratamento, vale ressaltar que fatores como baixa autoestima, inadequação na alimentação, alcoolismo, problemas de caráter mental e o dia a dia das ruas atuam como dificultadores da continuidade do tratamento. Dentre as ações que podem ser desenvolvidas, aqui são citadas: intersetorialidade, estabelecimento de parcerias através das Unidades básicas de saúde, entre outros. 13 3.33.3 ESCABIOSE Se trata de uma condição dermatológica desencadeada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. A região superficial da pele funcionará como um local de fecundação. Com a morte do macho, ocorre penetração da fêmea através de um túnel escavado por esta. Finalizado tal processo, ovos são depositados e, depois de eclodidos, há a liberação de larvas, que acabam voltando ao sítio superficial a pele. 14 Medicamentos tópicos são utilizados na região acometida. Os profissionais também lançam mão de medicamentos orais. Vale ressaltar que, no contexto do tratamento, a reexposição dessas pessoas desencadeada pelo dia a dia é considerada como um fator de dificuldade. Com relação à prevenção e considerando que esta se baseia no não contato roupas infectadas e indivíduos que foram acometidos por esta doença cutânea, as pessoas em situação de rua, devido à inadequada higiene corporal e de roupas, são susceptíveis ao desenvolvimento da escabiose. A manifestação de sinais e sintomas se dá por meio do movimento do movimento do ácaro nas escavações. Também podem surgir devido à sensibilidade gerada. Os principais sinais e sintomas são: prurido noturno, aparecimento de vesículas na região das mãos, axilas, genitais, além do surgimento de escoriações desencadeadas pelo prurido. 15 Entre as ações possíveis de serem desenvolvidas, podem ser citadas: os albergues podem ser orientados no contexto da higiene das roupas das pessoas abrigadas, evitando a ocorrência do rodízio sem que haja a devida higienização, locais destinados à doação de roupas podem ser procurados, as UBS’s que estabeleçam atenção a esses moradores que dispõem de estrutura de estrutura adequada, podem propiciar higiene. Fonte alergiasem dia.com .br Fo nt e Im ag em : m in ito sa ud av el .c om .b r 16 DOENÇAS DE ORDEM PSÍQUICA, ALCOOLISMO E OUTRAS DROGAS Literaturas apontam que uma porcentagem considerável da população em situação de rua apresentam sinais de dependência química – álcool, nicotina e substâncias psicoativas. Além de ansiedade, retardo mental moderado, esquizofrenia, depressão e bipolaridade. Para compreender a relação entre os transtornos mentais, o uso de substâncias e a população em situação de rua, deve-se levar em conta tanto o perfil econômico quanto o social das crianças, adolescentes e adultos em situação de rua. 3.43.4 17 A desordem mental em jovens pode estar intimamente relacionada com o uso abusivo de drogas. Adoecimento psicológico em crianças e adolescentes O motivo de tantas crianças e adolescentes estarem nas ruas se dá pela tentativa de escapar dos fatores ambientais e psíquicos que se encontram no meio doméstico e que estão lhe causando danos físicos e psicológicos, como por exemplo situações de violência doméstica, sexual e moral. Além da ausência de carinho e amor, abandono por parte das figuras parentais. Juntando todos esses fatores, vê-se a predominância de padrões de comportamento como a fuga de casa e o uso abusivo de drogas, que são uma forma de reação a esse contexto familiar caótico e desprovido de afetos/ternura. As drogas podem ser tanto motivadoras para a situação de rua, como consequência e tática de suportabilidade do contexto. 18 Adoecimento psicológico em adultos Por outro lado, o motivo que leva os adultos a estarem nas ruas são múltiplos, como o uso abusivo de álcool e outras drogas, o desemprego e conflitos familiares. Os mais vividos não diferem de crianças e adolescentes em relação ao sentimento familiar, estes também sentem a necessidade de serem cuidados e amados, na falta disso e de perspectiva de vida, os índices de depressão tendem a subir nessa parcela populacional. Dessa forma é normal que essas pessoas possam vir a desencadear transtornos mentais como consequência de estresse, seja pelo fato do sofrimento mental, ou pelo próprio fato de estar morando na rua. A partir disso, nasce a necessidade de acabar com todo sofrimento, seja por meio do uso de substâncias psicoativas ou por álcool, que por seus efeitos psicotrópicos causam no organismo sensações agradáveis. 19 Ademais, o álcool e as drogas não são utilizados apenas para minimizar o sofrimento, estes passam a ser utilizados também com a finalidade de minimizar a fome e o frio, além de ser um meio de socialização/inclusão dos membros de grupos de rua. Assim pode-se compreender como se dá a dinâmica desse adoecimento mental, e se compreende o que leva os moradores de rua a se expor ao uso do álcool e outras drogas. Fo nt e Im ag em : Re vi st a Ép oc a 20 Hipertensão, Diabetes mellitus e doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras, são agravos comuns de ocorrerem na população de rua. Em virtude dos hábitos de vida, com elevada prevalência de tabagismo, alimentação inadequada etc., tais doenças podem se apresentar em idade mais precoce que na população em geral. O ótimo controle desses problemas pode ser bem difícil, pela ausência de abrigamento estável, impossibilidade de selecionar própria dieta e dificuldades para armazenarem e tomarem medicamentos em horários certos. 3.53.5 DOENÇAS CRÔNICASMAL CONTROLADAS Fonte Pinterest 21 Esquemas terapêuticos simplificados, mesmo que não ideais, podem surtir melhor efeito que esquemas completos tecnicamente, mas impossíveis de serem compreendidos e usados por moradores de rua com pouca alfabetização e sem condições de armazenamento; O tabagismo é frequente na população de rua e responde pelo agravamento de uma série de condições que impactam diretamente na capacidade de sobreviverem na rua; Ações que podem ser realizadas: Fonte Jornal O donto 22 A lista de usuários estratificada por risco é chave na condução daqueles com condições crônicas. Em geral, a população em situação de rua acumula diversas patologias e condições crônicas, necessitando de projeto terapêutico com participação de vários pontos da rede. A atenção básica deve ser a coordenadora do cuidado desses pacientes, auxiliando-os a circular pela rede de atenção, organizando as ações, auxiliando os usuários para completar as lacunas existentes nas redes. 23 DADOS ESTATÍSTICOS44 Esses são alguns dos diversos perfis das pessoas que se utilizam da rua como abrigo ou moradia. Pessoas com transtornos mentais, abandonados pela família, imigrantes, desempregados, dependentes químicos, ex-presidiários, e até trabalhadores. Apesar de serem vistos como um grupo homogêneo, os moradores de rua são pessoas de realidades variadas. Até mesmo a pobreza, que comumente é associada ao grupo, não está presente em todos os casos. 24 O levantamento constatou que os principais motivos que levam as pessoas a viver e morar na rua estão relacionados a problemas de alcoolismo ou drogas (35,5%), de desemprego (29,8%) e de desavenças com parentes (29,1%). Dos entrevistados, 71,3% citaram pelo menos um desses três motivos. Uma das poucas pesquisas existentes sobre essa população foi realizada em 2007 pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. O perfil do morador de rua mudou muito. Até anos atrás, chegava gente de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, da Bahia, de Pernambuco, todo mundo em busca de emprego. Hoje em dia, o morador de rua não tem qualificação para conseguir um emprego, disse Robson César Correia de Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua em São Paulo. 25 27 Fonte Jornal do Senado 28 POLÍTICAS PÚBLICAS55Assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; Garantir a formação e capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais direcionadas às pessoas em situação de rua; Implantar centros de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua; Implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade. POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Essa política foi instituída com os objetivos de: 29 Acompanhar e monitorar o desenvolvimento da Política Nacional para a População em Situação de Rua; Propor medidas que assegurem a articulação intersetorial das políticas públicas federais para o atendimento da População em Situação de Rua; Propor formas e mecanismos para a divulgação da Política Nacional para a População em Situação de Rua; Acompanhar os estados, o Distrito Federal e os municípios na implementação da Política Nacional da População em Situação de Rua, em âmbito local; E elaborar planos de ação periódicos com o detalhamento das estratégias de implementação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, especialmente quanto a metas, objetivos e responsabilidades. COMITÊ INTERSETORIAL DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DA POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Principais objetivos: 30 CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E DE CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL – CNDDH Constitui-se como um espaço de ação política direcionada a assegurar a promoção e defesa dos direitos humanos dessa população. O Centro foi implantado visando atender a um dos objetivos da Política Nacional para a População de Rua, previstos no Decreto Presidencial nº 7053, de 2009, artigos 7º e 15º. 31 O “1° Ato pela Vida” que ocorreu no centro da cidade de São Paulo no dia 22 de agosto de 2004; E o “III Festival Lixo e Cidadania” que aconteceu em Belo Horizonte em setembro de 2004. O MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA A formação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) foi fruto da crescente indignação com a violência e a negação de direitos a que esse público está submetido. Seu surgimento ocorreu no início dos anos 2000 como resposta a diversos episódios de violência contra a População em Situação de Rua. Dentre eles, destaca-se o “Massacre da Sé” que aconteceu nos dias 19 a 22 de agosto de 2004 quando 16 pessoas em situação de rua foram agredidas e sete foram assassinadas na cidade de São Paulo. Esses episódios geraram diversas manifestações na busca de justiça. Dentre essas manifestações, ressalta-se: Esses acontecimentos fizeram a População em Situação de Rua se unir e lançar as sementes do MNPR. Foi criada a bandeira e definidos os seus princípios. 32 COMITÊ TÉCNICO DE SAÚDE PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA No mesmo ano em que foi publicado o Decreto que instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua, foi constituído também o Comitê Técnico de Saúde para essa população por meio da Portaria MS/GM n° 3.305, de 24 de dezembro de 2009. Esse foi um passo importante para possibilitar avanços na área da Saúde para esse público. Esse Comitê é composto por representantes de algumas Secretarias do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz e por representantes de Entidades da Sociedade Civil organizada. Desse modo, as conquistas na área da Saúde foram obtidas com a efetiva participação da sociedade civil. 33 Garantir o acesso da PSR às ações e aos serviços de saúde; Reduzir os riscos à saúde decorrentes dos processos de trabalho na rua e das condições de vida; E melhorar os indicadores de saúde e da qualidade de vida da PSR. PLANO OPERATIVO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES EM SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Outro passo importante foi a publicação do Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua por meio da Resolução n° 2, de 27 de fevereiro de 2013. Esta Resolução define as diretrizes e estratégias de orientação para o processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em saúde com foco na População em Situação de Rua (PSR) no âmbito do SUS. Os objetivos gerais definidos no Plano são: 34 Elas devem realizar suas atividades de forma itinerante e, quando necessário, desenvolver ações em parceria com as equipes das Unidades Básicas de Saúde do território. ESTRATÉGIA CONSULTÓRIO NA RUA A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela Política Nacional de Atenção Básica, em 2011, e visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo populacional, o qual se encontra em condições de vulnerabilidade e com os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados. Chamamos de Consultório na Rua equipes multiprofissionais que desenvolvem ações integrais de saúde frente às necessidades dessa população. 35 REFERÊNCIAS PAIVA, Irismar Karla Sarmento de et al. Direito à saúde da população em situação de rua: reflexões sobre a problemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 2595-2606, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v21n8/1413-8123-csc-21-08-2595.pdf . Acesso em: 24 nov. 2020. GRANGUEIRO, Alexandre. Prevalência e vulnerabilidade à infecção pelo HIV de moradores de rua em São Paulo, SP. Rev Saúde Pública, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 674-684, março, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v46n4/4111. Acesso em 22 nov. 2020. PINTO, Valdir Monteiro. Prevalência de sífilis e fatores associados a população em situação de rua de São Paulo, Brasil, com utilização de teste rápido. Rev Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, p. 341-354, abr./jun. 2014. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2014.v17n2/341-354/pt. Acesso em: 23 nov. 2020. BRITO, V. O. C. et al. Infecção pelo HIV, hepatites B e C e sífilis em moradores de rua, São Paulo. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 47-56, jun./2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v41s2/5951.pdf . Acesso em: 19 nov. 2020. HINO, Paula et al. O controle da tuberculose na ótica de profissionais do Consultório na Rua. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 26, 2018. Brasil. Ministério da saúde. Departamento de doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis. Como é feito o tratamento da tuberculose?. Brasília. Saúde da população em situação de rua: um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Escabiose. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/escabiose-ou-sarna/5/ . Acesso em: 23 nov. 2020. Saúde da população em situação de rua: um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 36 Lisboa, Milena Silva. O Louco, a Rua, Comunidade: as relações da cidade com a loucura em situação de rua. Tese de Doutorado, São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2013. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/17023/1/Milena%20Silva%20Lisboa.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020. Dos Santos, Alan Ferreira. A relação entre os transtornos mentais e a população em situação de rua. Psicologia.pt – O Portal dos Psicólogos, São Paulo, set./2019. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1333.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual sobre o cuidado à saúdejunto a população em situação de rua / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. Saúde da população em situação de rua : um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Disponivel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_situacao_rua.pdf . Acesso em: 21 nov. 2020 Secretária de Atenção Primária à Saúde. *Consultório na Rua*. Ministério da Saúde. Disponível em: http://aps.saude.gov.br/ape/consultoriorua/ . Acesso em: 21 nov. 2020. 37
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