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PROCESSO DO TRABALHO – MINI RESUMO Maria Vitoria Queija Alvar APRESENTAÇÃO O presente estudo tem por objetivo proporcionar de forma resumida e prática os principais aspectos e temas do Direito Processual do Trabalho, considerando a inclusive a Reforma Trabalhista de 2017. Cumpre destacar que os referidos assuntos foram escolhidos em função de sua relevância temática, com o intuito de contribuir na formação do discente e atuação dos profissionais nas relações de trabalho. Ademais, destaca-se que estudos complementares e específicos se fazem necessários para o total aproveitamento da matéria, bem como o acompanhamento da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, que após a Reforma Trabalhista passará por grande e decisiva reformulação. Observe que o texto faz referência não apenas a CLT com a alteração da Lei 13.467 de 13 de julho de 2017, mas também a Resolução 221 de 21 de junho de 2018 que editou a Instrução Normativa 41/2018, que trata da aplicação da Reforma Trabalhista em matéria processual. I - TEORIA GERAL DO PROCESSO TRABALHISTA A teoria geral do processo que identifica os conceitos de jurisdição, ação, defesa, processo, procedimento e etc., como sistema, envolve três subsistemas, quais sejam: processo civil, processo penal e processo do trabalho a partir dos princípios e institutos gerais, sem desconsiderar as diferenças próprias de cada ramo do direito processual e somente assim é possível que os ditames da Constituição Federal de 1988, que revelam o Estado Democrático de Direito, sejam efetivados em prol da Justiça Social. Com o reconhecimento da constitucionalização do Direito a doutrina reconheceu a existência de um direito constitucional processual, o que significa que o Direito Processual do Trabalho também deve ser ordenado e interpretado a partir das normas, princípios e valores da Carta Magna, reconhecendo por óbvio as suas especificidades preconizadas em institutos, princípios e normas próprios, especialmente considerando a Reforma Trabalhista de 2017. 1. FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS. Os conflitos decorrentes da vida em sociedade podem ser solucionados através da autotutela, da autocomposição e da heterocomposição. 1.1. AUTOTUTELA Autotutela significa fazer “Justiça com as próprias mãos”, “ dente por dente, olho por olho”, esta forma de solução de conflitos utilizada nos primórdios da civilização, onde uma das partes do conflito subjugava a outra, foi substituída pelo poder do Estado como solucionador e pacificador dos conflitos, no entanto, o ordenamento jurídico pátrio a autoriza na via excepcional, como por exemplo, no código civil ( direito de retenção, desforço imediato e etc.) e na Constituição Federal ( exercício do Direito de Greve), a doutrina menciona o locaute ( paralisação de empregadores) como forma de autodefesa, no entanto, o ordenamento brasileiro proíbe seu exercício de forma expressa. . A Greve é um direito fundamental exercido coletivamente e tem como antagonista o Direito de propriedade dos empregadores, na realidade do Estado Democrático de Direito, não podemos esquecer que a greve é um instrumento extremo de acesso às formas de autocomposição (convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo), ou heterocomposição (arbitragem ou jurisdição). 1.2. AUTOCOMPOSIÇÃO Na autocomposição as partes conflitantes sem a interferência de terceiro chegam a solução de seu conflito através de concessões reciprocas (transação) ou por desistência ou renúncia de um dos sujeitos, modalidades bilateral e unilateral, respectivamente. Lembre-se que a REFORMA TRABALHISTA no que se refere aos Acordos Coletivos de Trabalho e Convenções Coletivas de Trabalho inseriu os artigos 611 A e 611 B na CLT, o que se traduz em normas de flexibilização, onde o NEGOCIADO PREVALECE SOBRE O LEGISLADO, nas matérias estabelecidas nos incisos do artigo 611 – A da CLT, bem como no artigo 611-B da CLT apresenta de forma taxativa os direitos que não podem ser objeto de negociação coletiva. A Constituição Federal de 1988 privilegia a negociação coletiva, ou seja, a solução de conflitos trabalhistas através dos entes sindicais de representação das partes envolvidas nos conflitos, são instrumentos da negociação coletiva, a convenção coletiva de trabalho e o acordo coletivo de trabalho, disciplinados no artigo 611 da CLT. A convenção coletiva de trabalho é um acordo intersindical fruto de negociação coletiva havida entre sindicatos representativos das categorias econômicas e profissionais, obedecido o princípio da unicidade sindical, que obriga todos os membros das respectivas entidades, independentemente de filiação voluntária em razão de seu caráter normativo. Por exemplo o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre objetivando estipular condições de trabalho de caráter econômico e social negocia coletivamente de forma frutífera com o Sindicato das Empresas Metalúrgicas de Porto Alegre a materialização jurídica da negociação coletiva é a Convenção Coletiva de Trabalho, que obriga empresas e trabalhadores. O acordo coletivo de trabalho é um acordo fruto da negociação coletiva entre sindicatos de categoria profissional de um lado e empresas de outro, sendo sua abrangência normativa restrita exclusivamente as empresas que participaram da negociação coletiva. Exemplo o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre negocia melhores condições com a Empresa Metalúrgica Rio Grande do Sul do que as previstas em convenção coletiva de trabalho, como por exemplo um percentual de 70% de adicional de horas extras, somente farão jus as normas do acordo coletivo os trabalhadores da referida empresa. A REFORMA TRABALHISTA institui a possibilidade de as partes resolverem conflitos individuais trabalhista através de acordo extrajudicial nos termos do artigo 484 - A da CLT, que poderá ser levado a homologação nos termos do artigo 652 IV f da CLT A transação é forma de autocomposição bilateral onde ambas as partes para a solução do conflito sacrificam interesses próprios de outro lado se observa a renúncia quando o sacrifício do interesse é unilateral. Note-se que no processo do trabalho a tentativa de conciliação é parte integrante da audiência trabalhista, sendo certo que o juiz do trabalho pode tem o poder de negar tratativa que viole o direito protetivo do trabalho. As COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA estão positivadas nos artigos 625- A e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho e podem ser constituídas de forma facultativa, por empresas, grupos de empresas e entre sindicatos, devem ser paritariamente constituídas com representação dos empregados e dos empregadores (de 2 a 10 membros) e somente podem ser utilizadas para a solução de conflitos individuais. Os representantes dos trabalhadores serão eleitos pelos trabalhadores com a fiscalização do sindicato profissional, com mandato de um ano, permitida uma reeleição e os representantes dos empregadores são por estes indicados. Note-se que os representantes dos trabalhadores são detentores de estabilidade provisória do momento do registro da candidatura e se eleitos até um ano após o término do mandato. A CLT estabelece que existindo a CCP eventual conflito individual deve ser a ela submetido e somente se as partes não chegarem a conciliação é permitido o ajuizamento de ação trabalhista, desta forma a lei trata a submissão do conflito a CCP como pressuposto processual objetivo, ocorre que tal questão desde a edição da lei acarretou várias celeumas doutrinárias e jurisprudenciais, sendo certo, que o entendimento reiterado dos Tribunais Especializados caminha no sentido que a exigência contraria o dispositivo do artigo 5º XXXV da Constituição Federal que estabelece que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesãoou ameaça a direito. Na hipótese do conflito apresentado a CCP onde as partes atingem a conciliação, será lavrado termo de conciliação que tem natureza de título executivo extrajudicial, com eficácia liberatória geral, exceto em relação aos títulos não ressalvados, no entanto, a interpretação desse dispositivo deve ser feita teleologicamente, para se reconhecer que a eficácia liberatória somente com relação as parcelas que expressamente constem do termo de conciliação. 1.3. HETEROCOMPOSIÇÃO A heterocomposição trata-se de forma onde a solução do conflito é determinada por um terceiro que detém força obrigatória sobre os litigantes, são modalidades: a arbitragem e a jurisdição, embora alguns autores indiquem também a mediação e a conciliação, no entanto, nessas duas últimas formas de solução dos conflitos o terceiro atua exclusivamente na aproximação das partes, sua decisão não vincula as partes. 1.3.1. Arbitragem O artigo 114 §§ 1º e 2º da Constituição Federal prevê a arbitragem como forma de solução de conflitos trabalhistas de natureza coletiva, não restando assim qualquer dúvida acerca de sua utilização. Note-se que no processo do trabalho a sentença arbitral, diferentemente do que ocorre no civil não permite execução direta e sim ação de cumprimento prevista no artigo 872 da CLT. A lei 9307/96 com as alterações da lei 13.129/2015, dispõe sobre o procedimento da arbitragem de forma genérica e as leis 7783/88, 10101/00, 12815/13 referem-se a situações de cunho trabalhista, greve, Participação em Lucros e Resultados e Portos e instalações Portuárias. 1.3.2. Jurisdição A jurisdição é forma de solução de conflito através da atividade – função – poder estatal decorrente da própria soberania, que se traduz em linhas gerais no poder em dizer o direito. A jurisdição tem como características: a substitutividade, definitividade, exclusividade, imparcialidade, monopólio do Estado, unidade e inércia. 2. AS FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. A doutrina não é uniforme com relação a classificação das fontes do direito, por questões didáticas será adotada aqui a classificação de Bezerra Leite, que divide as fontes em materiais e formais, sendo a primeira o próprio direito material do trabalho e a última são as positivadas no ordenamento com caráter instrumental. São fontes do Direito Processual do trabalho: a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa do Consumidor e com relação a legislação esparsa: a lei 5584/70, lei 6830/80, 7701/88, 7347/85, 8069/90 e 7853/89. Com a edição do Código de Processo Civil de 2015, foi editada a Instrução Normativa nº 39/16, que apresenta o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho acerca da aplicabilidade de dispositivos desse novo código ao processo do trabalho, a partir da inteligência do artigo 769 da CLT. A Reforma Trabalhista através do art. 507-A da CLT admite a arbitragem nos contratos individuais de trabalho, desde que pactuada entre empregador e empregado, cláusula compromissória e, que a remuneração do empregado seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social, o que representa em 2018 valor superior a R$ 11.291,60.A pactuação da cláusula compromissória para arbitragem deverá ser de iniciativa do empregado ou através de concordância expressa. 3. PRINCIPIOS Os princípios possuem função interpretativa, informativa e normativa e são de importância fundamental para a compreensão de todo o sistema, no direito processual do trabalho deve- se levar em conta os princípios constitucionais de processo e princípios gerais com sede no CPC, que juntos são denominados princípios fundamentais e os princípios próprios de processo do trabalho. 3.1. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS Princípio do Devido Processo Legal: como garantia constitucionalmente assegurada no artigo 5º LIV CF esse princípio é regra base do direito processual onde ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Esse princípio é um dos pilares do regime democrático e de direito e dele derivam outros princípios, fundamentando a estrutura de um processo constitucionalmente legítimo, em outras palavras a CF/88 estabelecem a base de um modelo constitucional de processo que deve ser observado de forma obrigatória. Não é possível que se conceba nenhuma lei de caráter processual, ou a interpretação de seus dispositivos, sem que se tenha como fundamento de validade e legitimidade a Constituição Federal, o que significa dizer que só o processo será legítimo. Os princípios que garantem o due process, que garantem o modelo constitucional de processo, ou seja, que o processo levará a resultados legítimos, alguns deles são: Princípio da Igualdade e isonomia: consagrado no caput e inciso I do artigo 5º da CF, ou seja, segunda o qual todos são iguais perante a lei, ocorre considerando-se para a sua aplicabilidade o princípio da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho e os demais fundamentos da Constituição Federal de forma que seja possível a sua mitigação especialmente nas searas do Direito do Trabalho e do Processo do Trabalho, em razão da hipossuficiência dos trabalhadores em relação ao tomador de serviço. A garantia a isonomia é uma garantia de igualdade substancial e não meramente formal, o que significa que todos são tratados igualmente observadas as suas desigualdades, assim é necessário que se compreenda esse princípio como forma de se garantir o equilíbrio entre as partes, desta forma o sistema cria formas de criar esse equilíbrio. Esse princípio permite que se compreenda uma série de regras no processo, inclusive no processo do trabalho, como por exemplo o jus postulandi, que faculta ao trabalhador demandar o seu tomador de serviços pessoais sem a presença de advogado. IMPORTANTE para a nova teoria do processo a ampla defesa não é garantida apenas ao réu, mas também ao autor da demanda. Princípios do Contraditório e da Ampla defesa: também consagrados no artigo 5º da CF, o primeiro implica no reconhecimento da bilateralidade do processo (autor, réu e terceiros, partes que participam do processo) e o segundo que garante das partes o exercício através dos existentes no ordenamento jurídico de se defender. Princípio da imparcialidade do juiz: O juiz presta um serviço público e deve agir na direção do processo com imparcialidade e isso significa que o conflito levado a análise deve ser solucionado através do devido processo legal. Princípio do juiz natural: Ninguém será processado nem sentenciado, são por autoridade competente, o que impede a criação de juízos de exceção e não bastasse isso pela dicção do artigo 286 do CPC a distribuição de processos deve ser realizada considerando-se critérios aleatórios e objetivos. Princípio da fundamentação das decisões: garante aos jurisdicionados que as decisões não serão arbitrarias e sim fundamentadas, sob pena de nulidade, encontra-se consagrado nos artigos 93XI da CF, 832 da CLT e 489II, § 1º do CPC, vide também o artigo 15 da IN 39/16 do Tribunal Superior do Trabalho. Princípio da Razoável Duração do Processo: estabelece que a todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a sua tramitação, ou seja esse princípio busca a real efetivação da tutela jurisdicional e está consagrado no artigo 5º LXXVIII da CF, sendo que alguns meios para sua efetivação estão inseridos no artigo 93 da CF. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: não é apresentado de forma explicita na Constituição Federal, o que causa divergência doutrinária e jurisprudencial em relação ao seu status constitucional, no entanto, sé cediço que se trata de princípio processual que indicaa possibilidade de revisão das decisões proferidas por órgãos superiores do Poder Judiciário. 3.2. PRINCIPIOS INFRACONSTITUCIONAIS Princípio dispositivo e Princípio do Impulso Oficial: também denominado de princípio da inércia ou da demanda segundo o princípio dispositivo o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, (onde o juiz tem o dever de prestar a jurisdição), salvo nas exceções previstas em lei. No Direito Processual do Trabalho existem exceções ao princípio dispositivo expressas nos artigos 39 e 878 da CLT. Princípio da Instrumentalidade: O processo é instrumento de Justiça, e está a serviço do direito material e não vice e versa, está consagrado nos artigos 180 e 277 da CPC. Princípio da Impugnação Especifica: Tem fundamento no princípio do contraditório, cabendo ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes na petição inicial, sob pena de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, encontra-se positivado no artigo 341 do CPC. Princípio da Estabilidade da Lide: estabelece que o autor após a citação do réu não pode mais modificar os termos do pedido sem a anuência do réu e após o oferecimento da defesa, não poderá o autor apresentar aditamento nem mesmo com consentimento, conforme preconizado pelos artigos 108 e 329 do CPC. Note-se que no processo do trabalho não existe o momento de saneamento do processo e ainda que a defesa é apresentada em audiência, após infrutífera a tentativa de conciliação, desta forma a sua aplicabilidade na seara laboral deve considerar os eventos processuais estabelecidos na CLT, por razão de lógica e coerência, desta forma perfeitamente cabível a apresentação de aditamento após a citação. Princípio da Preclusão: tem por fundamento que o processo é o desencadear lógico de eventos processuais que devem ser praticados nos momentos definidos em lei, encontra-se definido no artigo 278 do CPC, note-se que o parágrafo único apresenta como exceções que as nulidades que devam ser declaradas de oficio, não se aplica preclusão, assim como, para atos que não foram praticados desde que provado legítimo impedimento da parte. A doutrina adota a classificação da preclusão em: Preclusão consumativa, preclusão lógica, preclusão ordinatória, preclusão pro judicato e preclusão máxima. IMPORTANTE: No processo do trabalho as ações no rito sumário (valor da causa até dois salários mínimos, lei 5584/70) somente admitem recurso extraordinário a teor da súmula 356 do TST, bem como não há de se falar em obrigatoriedade de remessa de ofício em sentenças desfavoráveis as pessoas jurídicas de direito público quando o valor da condenação não ultrapassa 60 salários mínimos, a teor da súmula 303 do TST. Note-se que em razão do predomínio do princípio da oralidade no processo do trabalho também se aplica o princípio da imediação, segundo o qual as partes e testemunhas são inquiridas pelo juiz a teor do artigo 820 da CLT Princípio da Oralidade: Não existe previsão expressa, no entanto, no processo do trabalho vários dispositivos conduzem a supremacia de atos processuais realizados através da oralidade, como por exemplo a reclamação verbal, o prazo de vinte minutos para apresentação da defesa e de dez minutos para as razões finais. Princípio da Concentração: encontra-se explicito nos artigos 849 e 852-C da CLT, que estabelecem a utilização da audiência una. Note-se que em razão do predomínio do princípio da oralidade no processo do trabalho também se aplica o princípio da imediação, segundo o qual as partes e testemunhas são inquiridas pelo juiz a teor do artigo 820 da CLT Princípio da Irrecorribilidade de Decisões Interlocutórias: O CPC de 2015 permite a recorribilidade das decisões interlocutórias expressamente previstas conforme dicção dos artigos 995 e 1015, assim não há de se falar em sua aplicabilidade em razão da previsão taxativa do artigo 893 § 1º da CLT. Princípios da boa-fé processual, da cooperação: Expressos no CPC nos artigos 5º e 6º, e nos artigos 793 A,793 B e 793 C da CLT respectivamente, decorrem do Estado Democrático de Direito e o princípio da dignidade da pessoa humana, vinculando todos não somente as partes. Mas também o juiz e terceiros. Princípio da Vedação da Decisão Surpresa: Extraído do artigo 10 do CPC, onde o juiz não pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. A Instrução Normativa 39/16 artigos 4º § 1º, estabelece que não se considera decisão surpresa a que à luz do ordenamento e dos princípios que informam o direito processual do trabalho, as partes tinham a obrigação de prever (condições da ação, pressupostos processuais, pressupostos de admissibilidade de recursos), salvo disposição legal expressa Ocorre que a Reforma Trabalhista trouxe em relação a esse aspecto grande discussão, desta forma o Tribunal Superior do Trabalho editou a Resolução 221 de 21 de junho de 2018, instituindo a Instrução Normativa 41 de 20018 reforçando o entendimento acima em relação ao direito processual, como forma de reforçar o direito processual adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, note que em relação ao Direito Material do Trabalho o entendimento da Instrução do TST é no sentido que como se trata de disposições que comportam o enfrentamento jurisdicional , será necessária a construção jurisprudencial para que seja definida a aplicação da lei nova aos casos concretos Princípio da Supremacia da Decisão de Mérito: Informa que somente em situações excepcionais e quando não for possível a correção de irregularidades ou vícios, poderá o processo ser extinto sem julgamento de mérito. Princípio da Conciliação: O artigo 764 da CLT estabelece a obrigatoriedade de sujeição dos dissídios trabalhistas à tentativa de conciliação, sob pena de nulidade absoluta. 4. EFICACIA DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO A eficácia das normas, refere-se a sua aplicação no tempo e espaço. Com relação as normas processuais trabalhistas no tempo a aplicação imediata, no entanto, não podem prejudicar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, desta forma uma nova lei processual passa a vigorar no prazo de 45 dias (vacatio legis), desde que não haja previsão em contrário. A norma processual trabalhista tem aplicação em todo o território nacional, havendo, no entanto, de se considerar a exceção à regra da territorialidade, consagrada no artigo 651 § 2º da CLT. 4.1. DIREITO INTERTEMPORAL – TEORIA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS. Com relação a aplicação do Direito Processual do Trabalho no tempo (DIREITO INTERTEMPORAL) se aplica ao processo do trabalho o artigo 14 do Código de Processo Civil, ou seja, a nova norma processual não retroagirá e será aplicável aos processos já em andamento, respeitando-se os atos que já foram praticados quando da vigência da lei revogada. O Artigo 8º da CLT foi alterado pela REFORMA TRABALHISTA, através da inserção dos parágrafos 1º, 2º e 3º, que reduz a relevância da jurisprudência, ao contrário do que se observa no Código de Processo Civil de 2015 5. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. As normas processuais trabalhistas são interpretadas buscando a determinação do seu conteúdo, através dos métodos: gramatical, lógico-sistemático, histórico, teleológico e o método conforme a Constituição. 6. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO A estrutura do Poder Judiciário está prevista no artigo 92 da Constituição Federal , que inclui: Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados, Distrito Federal e Territórios, que exercem jurisdição e ainda o Conselho Nacional de Justiça que não exerce atos de jurisdição , com atribuições administrativas, financeiras e disciplinar, nos termos do artigo 103-B da CF. A Emenda Constitucional 24/99 estabeleceu que a Justiça do Trabalho é integrada pelos seguintes órgãos: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho, Juízes do Trabalho. O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST é composto por 27 Ministros, escolhidos entre os brasileiros com mais de 35 anos e menos de sessenta e cinco, nomeados pelo Presidente da República, respeitado o quinto constitucional, nos termos do artigo 94 da CF. Da mesma maneira o artigo 702 da f da CLT criou barreiras para a criação alteração e supressão de Súmulas, Orientações Jurisprudenciais e teses vinculantes do TST ou dos TRTs, observe-se que esse dispositivo atualmente é objeto de discussão sobre a sua constitucionalidade Junto ao TST funcionam o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho. São órgãos do TST: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídio Coletivo, Seção Especializada em Dissídio Individual (dividida em duas subseções) e Turmas. O Tribunal Pleno é constituído por todos os Ministros e para o seu funcionamento é necessária a presença de no mínimo 14 Ministros, para indicação de nomes que comporão lista para vaga de Ministro; aprovação de Emenda Regimental, eleição de cargos de direção do Tribunal e aprovação ou cancelamento de Súmula, Precedente, ou declaração de lei ou ato normativo do poder público. O Órgão Especial é constituído pelo Presidente, Vice-Presidente, Corregedor, os sete Ministros mais antigos e mais sete Ministros eleitos pelo Pleno e para o seu funcionamento exige quórum mínimo de 08 Ministros, no entanto, se o tema a ser deliberado for disponibilidade ou aposentadoria de Magistrado é exigida a maioria absoluta. A Seção Especializada em Dissídios Coletivos é constituída pelo Presidente, Vice- Presidente, Corregedor e mais seis Ministros, sendo o quórum mínimo de funcionamento cinco Ministros. A Seção Especializada em Dissídios Individuais é constituída pelo Presidente, Vice- Presidente Corregedor e mais 18 Ministros, pode funcionar na forma (plena com quórum de 11 Ministros, mas as deliberações somente com maioria absoluta) ou dividida em duas subseções. A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais – SDI-1 é integrada por quatorze Ministros incluindo o Presidente, Vice-Presidente e Corregedor e preferencialmente os Presidentes das Turmas, note-se que cada Turma somente poderá ter representação da SDI-1 de até dois Ministros. A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais é composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e mais sete Ministros e para funcionamento exige quórum de seis Ministros. As Turmas são constituídas por três Ministros, para os julgamentos é necessária a presença dos três Ministros que a compõe ou Ministro de outra Turma. Os Tribunais Regionais do Trabalho, são organizados por Região, atualmente existem 24 TRTs, embora a redação original da CF determinasse a existência de pelo menos um TRT por Estado e no Distrito Federal a Emenda Constitucional 45/04, supriu a obrigatoriedade, mas nada impede que lei federal determine a criação de Tribunais Regionais do Trabalho, nos Estados do Acre, Amapá, Roraima e Tocantins e são compostos por no mínimo sete Desembargadores do Trabalho. Os Desembargadores do Trabalho são nomeados pelo Presidente da República, respeitado o quinto constitucional. As Varas do Trabalho são juízos monocráticos compostos (por um Juiz do Trabalho Titular fixo e um Juiz do Trabalho substituto) e sua competência é estabelecida territorialmente por lei. Nas comarcas onde não existir Vara do Trabalho, o artigo 668 estabelece competência para os Juízes de direito, que deverá observar o procedimento previsto na CLT para o processamento e julgamento das demandas. A CF estabelece que compete aos tribunais a organização das secretarias e serviços auxiliares expressos nos artigos 710 a 721 da CLT. 6.1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: O MPT tem a incumbência de defender a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos …” (art. 129 da CF). O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral do Trabalho. É um dos ramos do Ministério Público da União. O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira. A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais. Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas. Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria. 7. COMPETÊNCIA 7.1. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO Conferiu o inciso I, do artigo 114 da Constituição Federal, que "as ações oriundas da relação de trabalho", e o inciso IX" outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho" são competência da Justiça do Trabalho. Diferente da relação de emprego, por força do dispositivo constitucional, consta a expressão relação de trabalho, o que é mais ampla e genérica, não se restringindo, apenas, aos julgamentos dos conflitos empregado/ empregador. Relação de trabalho é conceito mais amplo que relação de emprego e abrange todas as relações jurídicas em que há prestação de trabalho por pessoa natural, tanto no âmbito de contrato de trabalho (artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho), como de prestação de serviços (arts. 593 e seguintes do Código Civil), e, também, outros tipos de contratos de trabalho como a empreitada, mandato, transporte e demais. Assim um dos critérios determinantes para a delimitação da expressão relação de trabalho é a pessoalidade na prestação de serviços, a compreensão desse critério é fundamental, inclusive para a compreensão de todas as demais hipóteses expressas no artigo 114 da CF. O artigo 114 da CF , também apresenta os demais critérios determinantes da competência Material da Justiça do Trabalho, tais como as ações que envolvam o exercício do direito de greve, representação sindical, mandado de segurança, habeas corpus, habeas data quando o ato questionado envolver matéria trabalhista, conflitos de competência entre os órgãos de jurisdição trabalhista, ações de indenização por dano moral e patrimonial decorrentes da relação trabalho , ações decorrentes das penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho, execução de ofício das contribuições da previdência social ( vide Súmula Vinculante 53 STF), além de outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho da forma da lei. . 7.2. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO A competência das VARAS DO TRABALHO é definida pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador (ou tomador do serviço), ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro (CLT, art. 651), como regra geral. Se tratar de empregado agente ou viajante será competente a Vara do Trabalho ou Juiz da localidade onde o empregador tiver seu domicílio, salvo se o empregado estiver subordinado à agência ou filial, quando será competente a Vara em---1 cuja jurisdição estiver situada a mesma agência ou filial (CLT, art. 651, § 1º); É competente a Justiça do Trabalho do Brasil para decidir dissídio trabalhista entre empregado brasileiro e agência ou filial de empresa, no estrangeiro, se não houver convenção internacional dispondo em contrário. (CLT, art., 651 § 2º)Súmula Vinculante 53 do STF: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. A incompetência territorial a partir da REFORMA TRABALHISTA deve ser arguida no prazo de cinco dias úteis após o recebimento pelo réu da notificação, sob pena de preclusão, nos termos do artigo 800 da CLT e a Instrução 41/2018 do TST estabeleceu que o referido dispositivo deve ser imediatamente aplicado aos processos em andamento desde que a notificação seja posterior a 11 de novembro de 2017.A nomenclatura também foi alterada de exceção de incompetência para exceção de incompetência territorial. A exceção de incompetência territorial através de petição no prazo de cinco dias uteis do recebimento da notificação. Protocolizada a petição de exceção o processo será suspenso e não será realizada a audiência, sendo que o juiz determinará a intimação do reclamante e eventuais litisconsortes no prazo comum de cinco dias úteis, sendo que se o juiz entender pela necessidade de produção de prova oral será designada audiência, sendo garantido ao excipiente o direito de suas testemunhas serem ouvidas através de carta precatória no juízo declinado como competente. Após será decidida a exceção e o processo retornará o seu curso no juízo competente. Qualquer que seja a regra em contrário, constante do direito estrangeiro, será competente a autoridade judiciária brasileira, em razão do lugar, quando: a) o réu for domiciliado no Brasil. b) aqui tiver de ser cumprida a obrigação. c) a empresa estrangeira não-domiciliada no Brasil aqui possuir agência ou filial (porque a obrigação deverá ser cumprida aqui). d) a ação se originar de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil. Se o empregador prestar serviços fora do lugar da contratação o empregado pode reclamar no foro da celebração do contrato ou no da prestação do serviço (CLT, art. 651, § 3º). Leia a Súmula 214 do TST sobre a recorribilidade ou não da decisão da exceção de incompetência territorial, que continua em vigor mesmo após a reforma: A reforma trabalhista inseriu na CLT o Processo de Jurisdição Voluntária para a Homologação de Acordos Extrajudiciais, nos termos dos artigos 855-B a 855 E, note- se que a competência para homologação de acordos extrajudiciais é da Vara do Trabalho nos termos do artigo 652 f da CLT. A reforma trabalhista inseriu na CLT o Processo de Jurisdição Voluntária para a Homologação de Acordos Extrajudiciais, nos termos dos artigos 855-B a 855 E, note-se que a competência para homologação de acordos extrajudiciais é da Vara do Trabalho nos termos do artigo 652 f da CLT Ou seja, somente será possível recurso se o processo for encaminhado para outro TRT, ocorrendo acolhimento de exceção que transfere o processo para outra Vara do Trabalho do mesmo TRT por exemplo, não há de se falar em recurso imediato, em razão da natureza interlocutória dessa decisão. 7.3. COMPETÊNCIA – JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. 8. CONTAGEM DE PRAZOS DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT As custas nas ações e procedimentos trabalhistas, são estabelecidas no artigo 789 da CLT, na base de 2% para o processo de conhecimento, a Reforma Trabalhista alterou esse dispositivo para que seja observado o mínimo de R$ 10,64 e máximo de quatro vezes o teto dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social A gratuidade envolve isenção de custas, honorários advocatícios e periciais e a reforma trabalhista alterou de forma certeira todo o procedimento e hipóteses de cabimento para a concessão fixando vários parâmetros para a sua concessão, leia com atenção inicialmente o artigo 790 da CLT, especialmente o parágrafo 3º 9. RECOLHIMENTO DE CUSTAS – TETO MÁXIMO. As custas trabalhistas são pagas pelo vencido após o trânsito em julgado. No caso de recurso as custas devem ser pagas com a comprovação do recolhimento dentro do prazo recursal. A Instrução Normativa 41/2018 do TST estabeleceu em seu artigo 4º que a nova redação do artigo 789 da CLT somente se aplica as custas fixadas através de decisões proferidas após o dia 11 de novembro de 2017 quando a reforma trabalhista entrou em vigor. 10. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. A- O benefício pode ser concedido (a pedido ou de ofício) a quem receba salário inferior ou igual ao valor correspondente a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social. B - Não basta o mero requerimento sendo necessária a prova da condição de miserabilidade jurídica. O ARTIGO 790 A da CLT estabelece ainda que além dos beneficiários da justiça gratuita, são isentos de custas: a União Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações que não explorem atividade econômica, no entanto essa isenção não se refere a eventual reembolso de despesas processuais efetuadas pela parte vencedora. A OAB ou qualquer outra entidade de fiscalização profissional não direito a isenção de custas. A temática acerca dos honorários periciais foi tratada pela reforma trabalhista através da inclusão do artigo 790- B da CLT, sendo que o referido dispositivo certamente é mais rigoroso que o dispositivo similar encontrado no Código de Processo Civil, e atualmente é objeto de discussão de constitucionalidade no STF através da ADI 5766. O Artigo 5º da Instrução Normativa 41 /2018, estabeleceu que o artigo 790-B da CLT, somente se aplica aos processos distribuídos após o dia 11 de novembro de 2018 O artigo 791- B da CLT trata dos honorários sucumbenciais que devem ser fixados entre 5% e 15%, sobre o valor da condenação, do proveito econômico ou sobre o valor da causa, este último na hipótese de impossibilidade de mensuração. 11. HONORÁRIOS PERICIAIS O dispositivo inserido pela reforma trabalhista estabelece: - Que a responsabilidade pelo pagamento da perícia deve ser suportada pela parte que é sucumbente no objeto da perícia, ainda que beneficiária da tutela jurisdicional gratuita; - Que o teto máximo do valor dos honorários periciais a ser fixado pelo juiz deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Nacional da Justiça do Trabalho; - Que o juiz poderá deferir parcelamento dos honorários, mas não poderá exigir o seu pagamento ne forma adiantada; - Que o beneficiário da tutela jurisdicional gratuita que sucumbe no objeto da perícia realizada será responsabilizado pelo pagamento dos honorários de perito através do crédito que eventualmente seja credor na própria ação ou em outro processo, antes do encargo ser passado para a União. 12. DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS DE SUCUMBÊNCIA Observe que a Instrução Normativa 41 do TST no artigo 6º estabeleceu que os honorários de sucumbência somente serão aplicáveis às ações propostas após o dia 11 de novembro de 2017, nas ações propostas anteriormente serão aplicadas ainda as diretrizes anteriores previstas na lei 5584/70 e Súmulas do TST 219 e 329. Os honorários também são devidos nas ações contra a Fazenda Pública ou na hipótese de a parte ser assistida ou substituídapor sindicato. Os honorários periciais serão devidos ao advogado, mesmo para aqueles que atuem em causa própria. O parágrafo 2º do artigo 791 da CLT estabelece os critérios que devem ser utilizados pelo juiz para fixação dos honorários. A redação do artigo introduzido pela reforma, estabeleceu que na hipótese de procedência parcial dos pedidos serão arbitrados honorários de sucumbência recíproca e ainda que são devidos honorários na reconvenção. IMPORTANTE: Se o sucumbente total ou parcial for beneficiário da gratuidade e não tenha obtido qualquer crédito na ação ou em outra em tramite, as obrigações decorrentes da sucumbência ficarão sob condição de exigibilidade suspensiva e somente poderão ser executadas nos dois anos subsequentes ao transito em julgado, se o credor demonstrar que cessou a condição de miserabilidade jurídica, passado esse prazo a obrigação se extinta. 13. DA RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL. Dano processual se refere a prática de ilícito por abuso de direito, a referida temática encontrava-se disciplinada no Código Civil e no Código de Processo Civil, o que permitia a utilização subsidiária em sede trabalhista, ocorre que a reforma trabalhista inseriu na CLT os artigos 793 A, 763 B e 793 C, que dispõem sobre a matéria da litigância de má-fé e as suas hipóteses para caracterização. A multa por litigância de má-fé pode ser aplicada de oficio ou a requerimento, em face do autor (reclamante), réu (reclamado) ou interveniente, no percentual superior a 1% e inferior a 10% O artigo 793- C caput e os parágrafos 2º e 3º da Clt somente podem ser aplicados em ações ajuizadas após o dia 11 de novembro de 2017 de acordo com a Instrução Normativa 41/2018 artigos 8º e 9º) A instrução normativa 41 de 2018 (artigo 7º), estabelece em seu artigo 6º que os artigos 793-A, 793-B e 793-C parágrafo têm aplicação imediata. do valor corrigido da causa. Se o valor da causa for irrisório a multa poderá ser fixada utilizando o parâmetro de cálculo de até duas vezes o limite máximo de benefícios do Regime Geral da Previdência Social. Além da multa o litigante de má fé deverá indenizar a parte contraria a arcar com que esta sofreu, além de honorários advocatícios e demais despesas efetuadas, essa indenização poderá ser fixada de plano pelo juiz, se isso não for possível será determinada a liquidação por arbitramento pelo procedimento comum, nos próprios autos. A multa acima referenciada e descrita no artigo 793 C da CLT será também aplicada a testemunha que de forma intencional alterar a verdade dos fatos por ação ou omissão. II - AÇÃO TRABALHISTA O Estado não admite a justiça privada (tutela dos direitos subjetivos pelos próprios sujeitos interessados), chamando a si o monopólio da solução dos conflitos. A essa função estatal de dizer o direito chama-se jurisdição, lembre-se que a jurisdição é forma de solução de conflitos por heterocomposição. O exercício da jurisdição é feito por meio do processo. A função jurisdicional é inerte (sem iniciativa própria) e só atua por meio de provocação, que se dá pela instauração do processo. Não há jurisdição sem processo nem processo sem ação. A lide provoca a ação; a ação provoca o processo; o processo provoca a jurisdição; e a jurisdição compõe ou elimina a lide. Ação é direito abstrato de agir. Pretensão é o direito de exigir; ação é a pretensão e mais a atividade; direito subjetivo é o poder jurídico de ter a faculdade de agir. Exercer a pretensão é exigir a prestação; propor ação é requerer a tutela do Estado, deduzindo o que se requer. O juiz, ao julgar a lide, enfrenta três ordens de matérias: matéria processual, matéria de ação e matéria de mérito. Embora a ação seja um direito subjetivo público processual, um direito abstrato de provocar a jurisdição, há condições legalmente exigíveis para que ela nasça; há, também, requisitos para que o processo se desenvolva validamente de modo a permitir uma decisão sobre o mérito. Os requisitos necessários para o nascimento de uma ação são chamados condições da ação; os requisitos necessários ao desenvolvimento regular do processo, de modo a permitir uma decisão sobre o mérito, são chamados pressupostos processuais. Leia com atenção o artigo 17 do CPC de 2015, que estabelece que para postular em juízo é necessário interesse e legitimidade, a possibilidade jurídica do pedido não é considerada condição da ação. 1. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA/ AÇÃO TRABALHISTA/ DISSÍDIO Chama-se reclamação trabalhista a ação do empregado em face do empregador ou do trabalhador em face do tomador dos serviços (a ação nunca é movida contra o réu, mas contra o Estado, que detém o monopólio da jurisdição, em face do réu). Os dissídios trabalhistas são de três ordens: de conhecimento; de execução; cautelares. O dissídio de conhecimento classifica-se segundo os sujeitos e a natureza da tutela jurisdicional pretendida. Subdivide-se em: a) individuais (o objeto da investigação cognitiva é um interesse individual de um ou mais de um empregado (litisconsórcio ativo) e de um ou mais de um empregador (litisconsórcio passivo); b) coletivos (o objeto da cognição será o interesse de natureza jurídica ou econômica de um grupo, ideal e abstratamente considerado (categoria econômica e categoria profissional). Segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida, classifica-se em: a) declaratórios (reclamam sentença de mérito que declare a existência ou a inexistência de uma relação jurídica ou de uma situação jurídica). b) constitutivos (reclamam sentença que crie, modifique ou extinga relação jurídica). c) condenatórios (reclamam sentença que imponha condenação na obrigação de dar, fazer ou de não-fazer). Por dissídio de execução se deve entender toda controvérsia trazida ao processo após a prolação da sentença de mérito, na fase de acertamento do título executivo judicial oriundo da sentença (cálculos ou artigos de liquidação, perícia, arbitramento etc.) ou na de expropriação forçada de bens integrantes do patrimônio do devedor (execução, avaliação, penhora, praças e leilões, arrematação, remição, adjudicação, embargos do devedor, agravo de petição etc.), bem assim às referentes à intervenção de terceiros (embargos do arrematante, embargos de terceiro etc.) não abrangidos pela sentença condenatória. Note-se que após a edição do novo CPC, muito se discute sobre a fim da execução de título judicial também na Justiça do Trabalho, por uma questão legal adotaremos a posição legalista da CLT, ou seja como existe definição expressa não há de se falar em aplicabilidade subsidiária das novas disposições do CPC nesse particular. Por dissídios cautelares se deve entender toda controvérsia trazida ao processo cautelar, isto é, "àquela nova face da jurisdição e como um tertium genus, contendo, a um só tempo as funções do processo de conhecimento e de execução, e tendo por elemento específico a prevenção". No processo cautelar não há, propriamente, composição da lide, "mas outorga de uma situação provisória de segurança para os interesses dos litigantes". O processo cautelar visa salvaguardar a utilidade do processo ou a eficácia da decisão de mérito. 2. PROCESSO E PROCEDIMENTO Para Carlos Henrique Bezerra Leite, processo e procedimento não se confundem, o primeiro é um conjunto de atos que se desenvolvem sucessivamente dentro de uma relação jurídico processual até atingir a coisa julgada e procedimento é a forma como esses atos processuais se desenvolvem. Em apartada síntese a Constituição Federal de 1988, a despeito de alguns doutrinadores entenderem que não há distinção entre processo e procedimento, nos leva a considerar a distinção a partir da leitura do artigo 22, I referente a competência privativa da União com relação ao direito processual e o artigo 24 XI, que trata da competênciaconcorrente para legislarem sobre procedimento da União, Estados e Municípios. 3. ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO. O procedimento comum trabalhista se divide em ordinário, sumário e sumaríssimo e o procedimento especial envolve as ações especiais contidas na CLT, como o inquérito de apuração de falta grave, a ação de cumprimento e o dissídio coletivo. 3.1. Procedimento Comum Ordinário Estão submetidas a esse procedimento comum as ações cujo valor da causa exceda a 40 salário mínimos. A reclamação pode ser verbal ou escrita, admite-se a citação por edital e na fase instrutória pode cada parte apresentar até três testemunhas. 3.2. Procedimento Comum Sumário Também denominado de rito de alçada, é regulado pela lei 5584/70 abrangendo as causas de pequeno valor que não excedam a dois salários mínimos. Tem como caraterística principal: as sentenças não permitem recursos, salvo se houve violação a constituição federal, portanto, fica limitado as questões constitucionais. O número de testemunhas por parte é de três. 3.3. Procedimento Comum Sumaríssimo. O procedimento sumaríssimo foi estabelecido e incluído na CLT (arts. 852-A/852-I) pela Lei 9.957/00, sendo aplicável exclusivamente aos dissídios individuais com o objetivo de tornar o processo trabalhista mais célere. O procedimento sumaríssimo será aplicável às causas cujo valor seja superior a dois salários mínimos até quarenta vezes o salário mínimo vigente no momento do ajuizamento da demanda, conforme estabelece o art. 852-A da CLT, incluído pela referida lei: São suas características principais: Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional - Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado, sob pena de arquivamento; - A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial. - As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. - Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. - O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. - Na ata de audiência serão resumidamente registrados apenas os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. - De acordo com a Consolidação, todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Também aqui prevalece o princípio da concentração dos atos processuais, em consonância com o objetivo de atender a celeridade processual. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, ressalvados os casos de absoluta impossibilidade, a critério do juiz diante do caso concreto. - No procedimento sumaríssimo, o adiamento da audiência para que a parte se pronuncie sobre documentos somente deve ser deferido quando for absolutamente impossível a sua manifestação imediata (na mesma sessão) de acordo com o juízo da autoridade judicial. - A prova pericial somente será produzida quando houver necessidade, por força das circunstâncias fáticas ou por imposição legal. Neste caso, o juiz deve, desde logo, nomear o perito, fixar o prazo para a realização do exame técnico e entrega do laudo e, ainda, estabelecer o objeto da perícia. Podem as partes formular quesitos e indicar assistentes técnicos, para assegurar-lhes o direito de ampla defesa, no prazo assinado pelo juiz. - As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. - A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. - As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. Contudo, as partes serão intimadas da sentença através de nova intimação nos seguintes casos: revelia da parte reclamada (parte final do art. 852, da CLT); se a ata de audiência de julgamento não for juntada no prazo de 48 horas (art. 851, § 2º, da CLT); ou se a parte não estiver presente na data de encerramento da instrução, quando for designada a publicação da sentença. No tocante a esta matéria, o art. 895, §1º, da Consolidação, cuida da interposição de recurso ordinário no rito sumaríssimo e assim dispõe: - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. - Quanto ao cabimento do recurso de revista no procedimento sumaríssimo, é certo que o referido recurso somente será admitido quando a decisão recorrida for contrária à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição Federal, conforme estabelece o art. 896, § 9º consolidado: somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, Súmula Vinculante do STF e violação direta da Constituição da República. 4. ATOS JURÍDICOS PROCESSUAIS Relembrando teoria geral do processo: Fato jurídico é o acontecimento os direitos nascem, se modificam ou se extinguem; Ato jurídico é um acontecimento voluntário que produz efeito jurídico; Fato processual é um acontecimento involuntário que ocorre no curso de um processo. Atos jurídicos processuais ocorrem voluntariamente e dependem da manifestação dos sujeitos do processo, em razão disso podem ser unilaterais (como por exemplo a petição inicial) ou bilaterais (petição conjunta de acordo), desta forma um ato processual tem por objetivo a constituição, desenvolvimento, conservação, modificação ou extinção de uma relação processual. Os atos jurídicos processuais considerando a teoriasubjetiva adotada pelo CPC podem ser classificados em pronunciamentos do juiz, da parte ou atos do chefe de secretaria. Os atos jurídicos processuais são comunicados através da citação e da intimação. Citação é o ato pelo qual o réu ou interessados são convocados para integrar a relação processual; Intimação é o ato processual através do qual se dá ciência de um outro ato processual ou termo do processo. No processo do trabalho conforme expresso na CLT o termo NOTIFICAÇÃO é utilizado para qualquer comunicação de atos processuais (seja citação ou intimação), exceção feita a fase de execução onde se utiliza a expressão CITAÇÂO DO EXECUTADO para pagamento ou nomeação de bens à penhora. 4.1. NOTIFICAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO No processo do trabalho conforme expresso na CLT o termo NOTIFICAÇÃO é utilizado para qualquer comunicação de atos processuais (seja citação ou intimação), exceção feita a fase de execução onde se utiliza a expressão CITAÇÂO DO EXECUTADO para pagamento ou nomeação de bens à penhora, no entanto na prática, na Justiça do Trabalho, o termo Notificação é utilizado no sentido de citação na fase de conhecimento e intimação para comunicação dos demais atos. SÚMULA Nº 16 - NOTIFICAÇÃO Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. Rês. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A NOTIFICAÇÃO ato que trazer o réu para integrar a relação processual para que compareça em audiência e se querendo ofereça defesa, é feita pelo correio através de Aviso de Recebimento, diretamente após o recebimento da petição inicial, diferentemente do que ocorre na Justiça Comum, não existe despacho de recebimento da petição inicial pelo juiz, antes da citação. A Súmula 16 do TST estabelece a presunção de recebimento da notificação no prazo de 48 horas após a postagem, sendo ônus da prova do réu eventual alegação de não recebimento Note-se que no processo do trabalho a Notificação (citação) não é pessoal, sendo válida a entrega para qualquer pessoa ou preposto no endereço do réu. Se o réu não for localizado ou criar embaraços para o recebimento da notificação o artigo 841 § 1º da CLT estabelece a citação por edital, no entanto, na prática, nessa hipótese antes da expedição do edital os juízes determinam a citação através de oficial de justiça, como forma de privilegiar os princípios da economia e celeridade processual. Entre o recebimento da NOTIFICAÇÃO e a data da realização da audiência é necessário a existência de pelo menos cinco dias. 4.2. INTIMAÇÃO. A intimação pela regra do artigo 52 da CLT, devem ser feitas em audiência, somente na hipótese de revelia decretada, a sentença deverá ser enviada através dos correios. A intimação também pode ser feita para os advogados através do Diário Oficial Eletrônico, no entanto, deve o advogado ficar atento na hipótese de constar em ata de audiência que a sentença será publicada na forma da Súmula 197 do TST: Súmula nº 30 do TST INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003-Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença Se na procuração ad judicia constarem mais de um advogado e a intimação for realizada em nome de advogado não indicado para recebimento das intimações, essa intimação será nula, sala a inexistência de prejuízo Os atos processuais devem ser praticados de forma pública, salvo interesse social e direitos da personalidade das partes ou terceiros em jogo, das 6:00 às 20 horas. Havendo autorização expressa do juiz (e isso deve constar do mandado) a penhora pode ser realizada em domingos e feriados. IMPORTANTE Os atos processuais trabalhistas também podem ser praticados através de cartas precatórias, cartas rogatórias e cartas de ordem, aplicando-se para tanto as disposições dos artigos 260 a 268 do CPC de forma subsidiária por força do artigo 769 da CLT. 4.3. TERMOS Os termos são a exteriorização gráfica do ato (ex: termo de audiência) a CLT regulamenta a forma dos termos nos artigos 771 a 773 da CLT. Súmula nº 197 do TST.PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação 4.4. PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO O processo eletrônico foi instalado na Justiça do Trabalho pela lei 11.419/2006, se caracteriza pela utilização, transmissão e assinatura através de meios eletrônicos em Plataforma da Justiça do Trabalho. Os juízes, servidores e advogados têm acesso ao sistema através de credenciamento, mas para atuação do advogado nos processos é indispensável também a juntada da procuração ad judicia. (Acesso a plataforma PJe – Justiça do Trabalho através de certificado digital) Em razão do Jus postulandi que vigora na Justiça do Trabalho, deve ser disponibilizado aos jurisdicionados que proponham ou se defendam em ações trabalhista meios (disponibilização de equipamentos e auxiliares) para utilização do sistema, como forma de evitar embaço ao acesso à jurisdição, o mesmo se aplica aos jurisdicionados com deficiência, ou maiores de 60 anos, e por fim aos advogados com deficiência física impeditiva para uso do sistema. Em relação aos advogados a Justiça do Trabalho pode celebrar convênios com a OAB e associações de advogados. (Na plataforma do PJe acesso ao acervo de processos e demais comandos) A sistemática do PJE tem relação direta com a efetivação do princípio constitucional da duração razoável do processo expresso no inciso LXXVIII do artigo 5º da CF. Todos os atos processuais no PJe segundo Bezerra Leite são atos processuais jurídicos complexos, na medida em que envolvem a transmissão de um documento e o aperfeiçoamento do ato se dá com a emissão do protocolo eletrônico. Os prazos processuais previstos em lei são ampliados no PJE em relação aos processos físicos para as vinte e quatro horas do último dia do prazo, desta forma por exemplo se o último dia do prazo para a interposição do Recurso Ordinário recair do dia 21 de maio segunda-feira, pouco importa que o expediente forense se encerrou as 18:00, o recurso em questão será considerado tempestivo desde que transmitido até as 23:59:59 segundos do dia 21 de maio. 4.5. NULIDADES As nulidades processuais somente podem ser assim consideradas se efetivamente declaradas judicialmente, diferentemente do que ocorre quando se trata de nulidades no direito material, lembre-se processualmente não existem nulidades de pleno direito. As nulidades se traduzem em vícios do ato processual, e esses vícios podem gerar nulidades absolutas, relativas. A nulidade absoluta pode ser declarada de ofício ou a requerimento das partes e tem por fundamento a violação de uma norma de ordem pública, não se submete a preclusão, podendo ser declarada em qualquer momento processual e inclusive objeto de fundamento de ação rescisória, como por exemplo, uma sentença prolatada por juiz materialmente incompetente (artigo 114 da CF). A nulidade relativa somente pode ser declarada por requerimento da parte prejudicada, tem por fundamento a violação de uma norma de caráter dispositivo, está sujeita a preclusão, como por exemplo, a incompetência relativa, que deve ser objeto de requerimento no prazo de cinco dias após o recebimento da notificação pelo réu. O regramento das nulidades está previsto nos artigos 794 a 798 da CLT, onde resta claro que a nulidade somente será declarada se resultar em manifesto prejuízo às partes, cabendo a parte prejudicada arguir a nulidade na primeira oportunidade emque tiver na audiência ou for se manifestar nos autos. Reflita sobre este exemplo, em audiência o advogado do autor pretende que uma determinada testemunha seja ouvida, e o juiz indefere a oitiva, em razão da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias no processo do trabalho, cabe ao advogado protestar verbalmente e requerer que seu protesto seja consignado na ata de audiência, para evitar a preclusão, caso a sentença lhe seja desfavorável em razão da não oitiva da testemunha no recurso deverá ser arguida preliminar de nulidade da sentença por ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa. 5. PARTES E PROCURADORES Parte é todo aquele que pede ou contra quem se pede no processo. Podem ser partes as pessoas físicas, ou naturais, as jurídicas e as formais (espólio, massa falida, herança jacente e herança vacante), o condomínio, as sociedades de benemerência e todos os que contratarem empregados sob subordinação e onerosidade, para trabalho de natureza não- eventual e intuiti personae. Exceto se na condição de aprendiz, o menor de 16 anos não pode trabalhar (CF/88, art. 7º, XXXIII). O maior de 16 anos e menor de 18 é relativamente capaz e pode celebrar contrato de trabalho com assistência do pai, tutor, curador ou responsável legal, pode assinar recibos de pagamento de salário sem qualquer assistência, mas não pode firmar o recibo de rescisão final. O menor entre 14 e 18 anos é, pois, assistido na Justiça do Trabalho. O assistente do menor não o substitui e não pode, pois, fazer acordo em nome do assistido. Se não houver pai, mãe ou tutor cabe à Procuradoria do Trabalho oficiar como assistente do menor. Os incapazes serão representados em juízo por seus representantes (CPC 2015, art. 71). O empregador pode ser representado por gerente ou qualquer outro preposto. Não há na lei exigência para que o preposto seja empregado e a reforma trabalhista no artigo 843§ 3º da CLT, estabelece que não se exige a condição de empregado para o preposto, desta forma não há de se falar em aplicabilidade do enunciado da Súmula 377 do TST IMPORTANTE O empregado pode ser representado pelo sindicato (CLT, art. 791, § 1º). A massa falida é representada pelo síndico; o condomínio, pelo síndico ou preposto credenciado por ele; o espólio, por seu representante, independentemente de inventário. 5.1. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL O sindicato pode atuar na Justiça do Trabalho na condição de assistente (representante) ou de substituto processual. Na condição de assistente ou representante será necessária à juntada de mandato. Substituto processual, para que seja aceito no processo, nessa condição (de substituto processual), tem de ser, tanto quanto o substituído, titular do mesmo direito material em discussão, e tem de provar, no processo, que está agindo em seu nome, mas no lugar do substituído, para evitar que a inércia do substituído prejudique o seu (do substituído) direito, que é o mesmo direito dele, substituto. Não se pode confundir substituição processual com sucessão processual, esta última decorre de ato inter vivos ou causa mortis, como por exemplo morte da parte pessoa jurídica 5.2. LITISCONSÓRCIO A caracterização do litisconsórcio ocorre pela existência de mais de um litigante em um dos polos da relação processual. Denomina-se litisconsórcio ativo na hipótese de mais de um autor, litisconsórcio passivo na hipótese de mais de um réu e litisconsórcio misto na hipótese de multiplicidade de autores e de réus na mesma ação processual. O litisconsórcio pode ser classificado em inicial ou ulterior, conforme o momento de sua formação, ou também facultativo ou necessário, no que se refere a sua obrigatoriedade. O litisconsórcio necessário também pode ser classificado com relação a exigência ou não de uniformidade da decisão em unitário o simples. A temática do litisconsórcio é tratada no Código de Processo Civil e desta forma se aplica de forma subsidiária por força do artigo 769 considerando-se algumas especificidades, como forma de compatibilização desse instituto com os princípios e sistemática do direito adjetivo laboral. O artigo 842 da CLT faz referência ao dissídio individual plúrimo, onde se observa que somente é admitido na hipótese de todos os demandantes serem empregados da empresa e ou grupo econômico arrolados no pólo passivo, ocorre que a doutrina tem entendido de outro lado, que com a ampliação da competência da justiça do trabalho para outras modalidades de relação de trabalho, não apenas as decorrentes do vínculo de emprego, o instituto do litisconsórcio deve ser aplicado nos moldes do artigo 113 a 118 do TST. Outra especificidade a ser considerada refere-se ao litisconsórcio ativo facultativo multitudinário expresso nos parágrafos 1º e 2º do artigo 113 do CPC, eis que a jurisprudência dominante do TST, ao contrário da previsão do dispositivo mencionado tem entendido que em LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015. ART. 191 DO CPC de 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04. 2016.Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. Súmula nº 406 do TST AÇÃO RESCISÓRIA. LITISCONSÓRCIO. NECESSÁRIO NO PÓLO PASSIVO E FACULTATIVO NO ATIVO. INEXISTENTE QUANTO AOS SUBSTITUÍDOS PELO SINDICATO (conversão das Orientações Jurisprudenciais n. º 82 e 110 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao pólo passivo da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao pólo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para retomar a lide. (ex-OJ nº 82 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002) II - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário. (ex-OJ nº 110 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) se tratando de matéria de direito, o juiz não pode limitar o número de litisconsortes, a partir da invocação do artigo 842 da CLT. Lembre-se que a OJ nº 310 da SDI1 do TST estabelece que diferentemente do que ocorre no processo comum, não se aplica o prazo em dobro para litisconsortes com procuradores distintos: Não esqueça que na hipótese de Mandado de Segurança em relação a ato coator de juiz em determinada relação processual, o mesmo deve ser impetrado contra a autoridade coatora e deve ser arrolada como litisconsorte necessário a parte ex-adversa do impetrante. Lembre-se também que em ação rescisória que tem por objetivo desconstituir sentença proferida em ação coletiva, onde o sindicato atuou como substituto, os trabalhadores substituídos não são litisconsortes a teor da Súmula 406 do TST. Na hipótese de litisconsortes no pólo passivo, o depósito recursal efetivado por um dos litisconsortes desde que o objeto do recurso, não seja a exclusão da lide, beneficia o outro litisconsorte, a teor da sumula 128 do TST. 5.3. JUS POSTULANDI DAS PARTES. Jus postulandi (direito de postular em juízo) é a faculdade outorgada pela lei no processo do trabalho à parte (CLT, arts. 791e 843, § 1º) para exercer a sua capacidade postulatória. Ou seja, para propor ação na Justiça do Trabalho, ou para defender-se, a parte não precisa estar, necessariamente, assistida por advogado. No entanto, o jus postulandi conferido as partes não é absoluto, limita-se as Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, somente na instância ordinária, não alcançando procedimentos técnicos, ou recursos de competência do TST do STF, nos termos da Súmula 425 do TST: A doutrina analisando a Instrução Normativa 27/2005, que trata da ampliação da competência material da Justiça do Trabalho após a edição da Emenda Constitucional 45/04, entende que para as demandas oriundas de outras relações de trabalho, não há de se falar em jus postulandi a ser exercício diretamente pela parte. Súmula nº 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex- OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Súmula nº 395 do TST MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (nova redação dos itens I e II e acrescido o item V em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016. I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda (§ 4º do art. 105 do CPC de 2015). (ex -OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) II – Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) 5.4. REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO POR ADVOGADO Não é permitido ao advogado postular em juízo sem procuração, salvo para atos de urgência, ou para evitar, preclusão, prescrição ou decadência, no processo do trabalho. No processo do trabalho são admitidos o mandato tácito e o apud acta. Mandato tácito se verifica pelo conjunto de atos que foram praticados pelo advogado no processo em nome da parte, sem a apresentação de mandado de procuração ad judicia. Apud acta tem definição legal no parágrafo 3º do artigo 791 da CLT, onde o advogado é constituído com poderes para foro geral por simples registro de seu nome em ata de audiência, a requerimento do advogado com anuência da parte. Note-se que com relação ao mandato tácito ou apud acta, os podres são exclusivamente para foro geral e não para poderes especiais. O Orientação Jurisprudencial 319 SBDI-1 do TST entende por regular a representação de estagiário na hipótese de habilitação posterior: “são considerados validos os atos praticados por estagiário se entre o substabelecimento e a interposição do recurso sobreveio habilitação, do então estagiário, para a atuar como advogado. ” Importante conhecer também os enunciados das Súmulas 395 456 do TST: 5.5. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO DO TRABALHO O processo do trabalho é movido pelos princípios da simplicidade, da celeridade e da economia processual e a CLT é omissa em relação ao cabimento da intervenção de terceiros, havendo especialmente depois da ampliação da competência material da Justiça do Trabalho, discussão sobre a aplicação do instituto, no entanto, ainda majoritariamente o entendimento é pela inaplicabilidade de forma geral, restando tão somente situações muito específicas. O Código de Processo Civil prevê as seguintes modalidades de intervenção de terceiros: assistência, oposição denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae. 5.5.1. ASSISTÊNCIA A assistência simples ou adesiva somente é admissível no processo do trabalho a partir da demonstração de interesse jurídico e não meramente econômico a teor da Súmula 82 do TST.O assistente simples atua como um auxiliar da parte principal, exercendo os mesmos poderes e sujeitando-se aos mesmos ônus. 5.5.2. OPOSIÇÃO A oposição tem como obstáculo para a sua aplicação no processo do trabalho o regramento da competência material no que se refere ao dissídio individual, já no dissídio coletivo é possível por exemplo que um sindicato que se julgue representante de determinada categoria Súmula nº 456 do TST REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. (Inseridos os itens II e III em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016.I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam. II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015). III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015 profissional apresente oposição em demanda em que litigam dois outros sindicatos (um representativo dos empregados e outros dos empregadores), avocando para si a representatividade da categoria profissional. 5.5.3. DENUNCIAÇÃO DA LIDE A denunciação da Lide tem por finalidade no processo civil a concentração em um único processo de duas lides (a lide originária e a lide que decorre da denunciação), existe grande discussão sobre a sua aplicabilidade no processo do trabalho, em razão da competência material da Justiça do Trabalho. 5.5.4. CHAMAMENTO AO PROCESSO O chamamento ao processo tem por finalidade trazer ao processo outros responsáveis pelo débito, no processo do trabalho o chamamento se admite, na hipótese de grupo de empresas, condomínio residencial, consorcio de empregadores e sociedades não constituídas de forma regular. 5.5.5. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA O incidente de desconsideração da Personalidade Jurídica no Código de Processo Civil de 2015 trata-se de uma das hipóteses de intervenção de terceiros, no entanto a muito tempo era aplicado ao processo do trabalho a partir de construção jurisprudencial e doutrinária. A reforma trabalhista inseriu
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