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1 2 3 GERENCIAMENTO DE RISCOS NO TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS 4 Conselho Regional do Rio Grande do Sul Unidade Operacional B87 – Santa Rosa Educação Presencial Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas Material do aluno Maio/2018 Fale conosco 0800 728 2891 www.sestsenat.org.br Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas: material do aluno. – Santa Rosa: SEST/SENAT, 2018. 34 p. : il. 1. – Gerenciamento de risco, Conscientização. 2. Adoção de ações. 3. Identificação dos pontos em veículos. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. http://www.sestsenat.org.br/ 5 6 GERENCIAMENTO DE RISCOS NO TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS 1 – Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas ............. 10 1 Gerenciamento de Riscos ....................................................................................... 12 1.1 Conscientização das ameaças na cadeia logística ............................................... 12 1.2 Conceito de Gerenciamento de risco ................................................................... 15 1.3 Atuação do motorista profissional no transporte de cargas ............................. 18 1.4 Ferramentas aliadas a gestão de riscos ................................................................ 19 2 Adoção de Ações Preventivas e Corretivas .......................................................... 21 2.1 Equipamentos obrigatórios, para o transporte internacional de cargas ......... 22 2.2 Procedimentos gerenciais de riscos .................................................................... 23 2.3 Jornada de trabalho do motorista profissional e locais de parada ................... 23 3 Pontos de Vulnerabilidade na Cadeia Logística .................................................... 29 3.1 Vulnerabilidade nos contêineres e nos veículos terrestres ............................... 30 3.2 Conhecendo os diferentes tipos de lacres .......................................................... 32 Referências ...................................................................................................................38 7 Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional, a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo o Brasil. Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da sociedade e à legislação vigente. Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Bons estudos! 8 APRESENTAÇÃO Desejamos boas-vindas ao Curso Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos e, ao final da unidade, você encontrará exercícios propostos para a consolidação dos conteúdos. O curso Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas contém 1 componente curricular com total de 4 horas-aulas. Conheça abaixo a estrutura do curso: Unidade Carga horária 1. Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas 4 horas-aula Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! 9 10 UNIDADE 1 GERENCIAMENTO DE RISCOS NO TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS 2 Adoção de Ações Preventivas e Corretivas 1 Gerenciamento de Riscos 3 Pontos de Vulnerabilidade na Cadeia Logística 11 UNIDADE 1 – GERENCIAMENTO DE RISCOS NO TRANSPORTE INTERNCIONAL DE CARGAS Fonte: Logística em Questão,2012 Fonte: Observatório de Relações Internacionais,2011 Quais as ameaças que o motorista de veículos de transporte Internacional de cargas está exposto? Quais ações corretivas e preventivas o motorista de veículos de transporte internacional deve adotar? Quais os pontos de vulnerabilidade na cadeia logística do transporte internacional de cargas? O Profissional de transporte internacional de cargas sofre com uma carga adicional, pois precisa agir com presteza e determinação e ao mesmo tempo, manter a calma e a prudência. Isso exige, além do perfil adequado, que ele saiba identificar corretamente os pontos de vulnerabilidade na cadeia logística tendo o conhecimento das ações preventivas e corretivas que deve adotar. Nesta Unidade, apresentaremos o gerenciamento de riscos no transporte internacional de cargas, abordando: gerenciamento de riscos, adoção de ações preventivas e corretivas e pontos de vulnerabilidade na cadeia logística. Fonte: www.logisticaemquestao.blogspot.com.br 12 1 GERENCIAMENTO DE RISCOS 1.1 Conscientização das ameaças na cadeia logística Fonte: www.veja.abril.com.br Abordar sobre a segurança da cadeia logística acarreta necessariamente citar o acontecimento dos atos terroristas de 11 de setembro em Nova York nos Estados Unidos, que tiveram como alvo o World Trade Center, dividindo a história do comércio mundial em duas partes, antes e depois do lamentável episódio. Após os atos terrorista de 11 de setembro, por meio de acordo voluntário entre a Aduana dos Estados Unidos e as empresas, foi desenvolvido o programa C-TPAT (The Customs-Trade Partnership Against Terrorism) acirrando a preocupação em relação à segurança da cadeia logística internacional, implementando medidas de segurança para coibir a materialização de delitos contra a incolumidade pública, preservando a cadeia logística em todas as suas etapas, pois ficou notório que o comércio exterior funciona como uma importante porta de entrada para o terrorismo global. A C-TPAT serviu de suporte para a Organização Mundial das Aduanas (WCO – World Customs Organization) formar a Estrutura Normativa para a Segurança e a Para saber mais sobr C-TPAT: A Parceria Alfândega - Comércio contra o Terrorismo, acesse: em: https://www.youtube.com/watch?v=419d1Bq0pB0 Fonte: www.cbp.gov 13 Facilitação do Comércio Internacional (Safe Framework of Standards to secure and facilitate global trade). Conforme o Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado os principais objetivos da Estrutura Normativa SAFE são: • Estabelecer normas que garantam a segurança da cadeia logística e que facilitem o comércio em escala mundial; • Permitir uma gestão integrada da cadeia logística em todas as suas fases; • Ampliar o papel, as funções e as capacidades das alfândegas de modo que possam fazer frente aos desafios e aproveitar as oportunidades doséculo XXI; • Reforçar a cooperação entre as administrações aduaneiras a fim de melhorar o gerenciamento de risco; • Reforçar a cooperação entre a alfândega e as outras agências de governo envolvidas no comércio e segurança internacionais; • Fomentar o comércio internacional por meio de cadeias logísticas internacionais seguras. Assim como, o Parlamento Europeu instituiu em sua legislação aduaneira comunitária o programa AEO (Authorized Economic Operator) possibilitando as Aduanas da Comunidade Europeia fornecer benefícios para as empresas que estivessem qualificadas como AEO. Segundo o parágrafo 1º do art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1598/2015, “Entende-se por Operador Econômico Autorizado (OEA) o interveniente em operação de comércio exterior envolvido na movimentação internacional de mercadorias a qualquer título que, mediante o cumprimento voluntário dos critérios de segurança aplicados à cadeia logística ou das obrigações tributárias e aduaneiras, conforme a modalidade de certificação, demonstre atendimento aos níveis de conformidade e confiabilidade exigidos pelo Programa OEA”. 14 Em um mundo onde o intercâmbio comercial está cada vez mais volumoso e dinâmico, no qual o crescente fluxo de pessoas e mercadorias entre os diversos países se torna benéfico para o desenvolvimento da economia mundial, existe paralelamente a toda essa globalização do mercado as ameaças de atentados terroristas, contrabando, sequestros e outros tipos de crimes que se utilizam da principal função logística, que é o transporte, para a materialização de todas essas possíveis ameaças. Fonte: Sest Senat A movimentação de cargas é volumosa, intensa e diversificada, no transporte nacional e internacional sendo que, nesse tipo de transporte, é observado o aumento das situações de risco de avarias, roubos e assaltos de mercadorias, impedindo a chegada ao destino de maneira programada e esperada pelo consumidor. Com isso, os procedimentos gerenciais de riscos devem iniciar-se antes mesmo da viagem, pois quando aplicados com eficiência, eficácia e efetividade são essenciais para reprimir a utilização dos processos da cadeia logística para fins ilícitos. 15 Desta maneira, a conscientização e compreensão da importância do gerenciamento de riscos no transporte internacional de cargas são de suma relevância para que nos crescentes fluxos de comércio entre países, seja concluída a entrega da mercadoria ou serviços ao cliente, no local indicado, no tempo certo e em condições íntegras. 1.2 Conceito de gerenciamento de risco O Gerenciamento de Risco consiste no planejamento das ações de prevenção de riscos operacionais relacionados à segurança das cargas transportadas, objetivando reduzir e minimizar o índice de sinistros, garantir a qualidade dos serviços prestados e o cumprimento dos prazos de entrega contratados. Segundo a ABNT NBR ISO 31000:2009, gerenciamento de riscos pode ser definido, resumidamente, como o processo por meio do qual riscos são identificados, analisados, avaliados e tratados. Tal processo, de acordo com a norma ABNT NBR ISO 31000:2009, pode ser dividido em etapas, como ilustradas e descritas a seguir (RFB, 2018): 16 Fonte: idg.receita.fazenda.gov De acordo com o Programa OEA, a avaliação compõe a identificação, analise e avaliação dos riscos. A análise com potencial risco identificado, associado a causas e efeitos, logo devem ser incluídos ao controle de gerenciamento de riscos da empresa, definido suas probabilidades de ocorrência e suas consequências sendo comparado o nível de risco verificado com os critérios definidos no programa. Os tratamentos de fontes de risco na cadeia logística, contemplam a verificação e investigação de possíveis incidentes, eliminação de fontes geradoras de ameaças, tomada de decisão para a prevenção de riscos no transporte internacional de cargas pela antecipação as ameaças evidenciadas para o tratamento com eficiência e eficácia no auxílio da tomada de decisão do programa. Deverão receber treinamento especifico referente ao risco de cada atividade, os colaboradores envolvidos nas operações de estiva, segregação, transporte, classificação, codificação, controle e catalogação de materiais. 17 Com isso, segundo Brasiliano, os transportadores e embarcadores que antes tinham apenas a preocupação de escolher a melhor rota, para que a mercadoria chegasse ao seu destino no menor prazo possível, passaram a ter que aumentar a segurança, com investimentos cada vez mais altos e sofisticados para a prevenção e minimização dos riscos (2010, p.11). 1.3 Atuação do motorista profissional no transporte de cargas O gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas engloba desde a fase de recebimento da mercadoria do embarcador até a entrega do produto ao seu destinatário, de forma que o transportador assuma total responsabilidade pela segurança da carga, durante todo esse processo (SOUZA, 2006). O trabalho do motorista profissional abrange não só a condução defensiva e o respeito às normas de transito, mas também é parte importante para o total cumprimento das etapas do processo de gerenciamento de risco, destacando-se alguns procedimentos: • Gestão eficiente do trabalhador em transporte internacional, seguindo os procedimentos relacionados ao gerenciamento de riscos da empresa; • Antes de iniciar viagem realizar o ckekclist de saída; Dentro das orientações operacionais de conferência de documentos entregues ao motorista, deve se realizar a verificação eficazmente. Dentre os documentos estão o CTRC (Conhecimento do Transporte Rodoviário de Cargas), CRT Os prejuízos provocados pelo contrabando e descaminho chegam a R$ 100 bilhões por ano no Brasil. Sem falar nos reflexos sociais e das inúmeras vidas perdidas, pela violência que envolve tais ações. 18 Fonte: Sest Senat (Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário), Romaneio. Assim como: • Tipo da carga: Não DTA, DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro), EADI (Estação Aduaneira Interior); • Fronteira de Cruze: SBJ-RS, URG-RS, FOZ-PR, PORTO MAUA-RS; • Destino final da mercadoria: Cliente, Município/UF; • Comprovante de entrega deverá ser assinado e carimbado pelo cliente, em caso de divergência comunicar a central de atendimento e monitoramento; Fonte: Mercovia S A,2010 1.4 Ferramentas aliadas a gestão de riscos Desde que a tecnologia da geolocalização foi implantada, milhares de pessoas são beneficiadas no mundo todo, pois, qualquer dispositivo conectado à internet pode ser facilmente localizado, com informações do país, estado, cidade, rua, e até o horário onde esse dispositivo se encontra. Seja por IP, identificação de rádio frequência (MAC, RFID), conexão sem fio e coordenadas de GPS, vários dispositivos estão utilizando a geolocalização em algum lugar do mundo nesse momento. 19 Sistemas de rastreamento via GPS: Brasiliano (2010) apresenta algumas ferramentas que são utilizadas para otimizar os resultados do gerenciamento de risco: Rastreamento da frota - utiliza as tecnologias de transmissão de dados via satélite como GPS, radiocomunicação e telefonia celular para comunicação e verificação de posicionamento de veículos; Acompanhamento por meio de telefone - monitoramento efetuado por meio de ligações telefônicas, realizadas pelos motoristas em postos de controle da gestora de risco, para controle e acionamento de planos de contingência, quando necessário; Também podem ser citados o monitoramento da frota via sistema de câmeras embarcadas ou DVR veicular; escolta se preciso e rotograma falado. Não é um processo simples, afinal de contas, diversos pontos devem ser observados, como custos, segurança, monitoramento da equipe e do veículo e atendimento ao cliente. É o caso do computadorde bordo, um dispositivo que concede informações sobre a quantidade de combustível consumida durante o trajeto e o número de freadas, por exemplo. Com esses dados, você pode descobrir se o colaborador seguiu ou não as orientações de direção e entender a razão de tal comportamento, visando a melhoria por meio de treinamentos e descobrindo novas alternativas de prevenção dos riscos. Orientações de Segurança: • Enviar os macros, Via GPS, durante a viagem; • Respeitar as orientações da gerenciadora de Riscos; • Durante a viagem, sempre conferir as condições da carga e dos equipamentos. • Qualquer problema, acionar imediatamente central de monitoramento. 20 A utilização de ferramentas de geolocalização, aliadas a gestão de riscos na segurança do motorista e da integridade da carga, com sistemas de bloqueio, localização e rastreamento são imprescindíveis para que diante de um intenso fluxo logístico onde ameaças a esta cadeia estão presentes, tenha como auxilio a prevenção e correção de possíveis desvios. 2 ADOÇÃO DE AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS Fonte: Revista Mundo Logistica,2014 Conforme a Resolução nº 444 da ANATEL, de 28 de setembro de 2006, que regulamenta o uso do Serviço de Rádio do Cidadão, conhecido como PX, o canal 19 é restrito ao uso em rodovias do território nacional. O canal 9 é restrito ao fluxo de mensagens referentes a situações de emergência em todo país. Para usufruir deste serviço o motorista profissional deve se Para ampliar seu conhecimento sugerimos que assista ao vídeo: Operações Oceano Branco e Contentor no combate ao tráfico de drogas, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M7a6EimiPBY 21 O Profissional do transporte internacional deve sempre buscar a prevenção como sua aliada com a relação à sua segurança e integridade física da carga, devendo realizar inspeções nos equipamentos obrigatórios e documentação, devendo saber o correto procedimento em casos de divergências. segurança e integridade física da carga, devendo realizar 2.1 Equipamentos obrigatórios, para o transporte internacional de cargas O transporte internacional de cargas é utilizado em larga escala para efetivar as operações de importação e exportação de produtos entre Brasil e demais países da América do sul. Por meio do Decreto nº 99.704/90 é regulamentado os procedimentos a serem aplicados às empresas que efetuam transporte internacional, assim como seus colaboradores, veículos e serviços que prestem no território de cada país signatário, não excluindo que seja observada a legislação interna de cada país onde se inclui legislação de transito, normas de circulação e conduta e procedimentos de ingresso no recinto alfandegário e liberação no recinto alfandegário. Assim como o referido Decreto estabelece que os veículos e seus equipamentos devam sair do país no qual ingressaram dentro dos prazos que bilateralmente se acordem, conservando as mesmas características e condições que possuam ao ingressar, que serão controladas pelas autoridades aduaneiras e as aduanas pelas quais se admitam temporariamente os veículos sob amparo do presente acordo e seus anexos procederão à verificação dos equipamentos normais dos mesmos para sua correta identificação no momento do ingresso, saída ou reingresso, oportunidade nas quais se levará em conta o desgaste natural provocado pelo uso. Posteriormente, o Tratado de Integração do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) absorveu o referido acordo e estabeleceu para os países normas técnicas vinculadas, principalmente entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O serviço de gerenciamento de risco e investigação é uma atividade preventiva e corretiva que tem por objetivo a Fonte: www.todamateria.com.br 22 interceptação ou identificação dos envolvidos na prática criminosa. Estas ferramentas, muitas vezes, são utilizadas em conjunto, combinando as tecnologias disponíveis com normas e procedimentos adotados para cada operação. Levando em consideração a estrutura disponível na empresa embarcadora, pela gestora de risco contratada e pela empresa transportadora de carga. 2.2 Procedimentos gerenciais de riscos O transporte internacional de cargas engloba procedimentos relacionados ao gerenciamento de riscos in loco, fabricante, expedidor, transportador e destinatário. A seguir serão apresentados alguns procedimentos relacionados a gerenciadora de riscos. Operação presença - É a instalação de uma célula da gestora de risco que presta serviço dentro das instalações da contratante; Treinamento in loco - Atividade sistêmica de treinamento de toda equipe envolvida com o processo de logística. São treinamentos realizados, principalmente com motoristas e ajudantes, antes do início de cada viagem. São denominados “Briefing com o Motorista e Ajudantes”; Endomarketing - Técnica que tem como objetivo principal a sensibilização do público interno do embarcador e transportador para a importância do gerenciamento de risco como ferramenta para garantir a manutenção e sobrevivência do seu negócio, em um mercado altamente competitivo; Normas e procedimentos - Documentação que regula a atividade de Gerenciamento de Risco. Contém todas as exigências impostas pela seguradora, servindo também para regular o processo de auditoria e controle da execução do projeto de gerenciamento de risco e no transporte rodoviário internacional de cargas. 2.3 Jornada de trabalho do motorista profissional e locais de parada 23 Fonte: www.tradeshift.com O controle da jornada de trabalho do motorista profissional antes disciplinada pela Lei nº 12.619/2012, hoje tratada pela Lei nº 13.103/2015, que provocou várias mudanças nesta atividade inclusive no transporte rodoviário de cargas. A referida lei dispõe sobre o exercício da profissão do motorista profissional, disciplinando a jornada de trabalho e o tempo de direção, assim como determinando a responsabilidade pelo controle e registro do tempo de condução respeitando a legislação de trânsito vigente. Aos pontos de parada, por meio de portaria do ministério do trabalho e emprego, também são estabelecidas condições mínimas sanitárias, de segurança, e conforto nos locais de espera, de repouso e descanso dos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas. O art. 2º, da Portaria nº 944, MTE, estabelece que: Art. 2º As instalações sanitárias devem: a) ser localizadas a uma distância máxima de 250 (duzentos e cinquenta) metros do local de estacionamento do veículo g) ser providos de rede de iluminação; e h) ser mantidas em adequadas condições de higiene, conservação, funcionamento e organização. Assim com o art. 10 da referida norma indica que: Art. 10 Todo local de espera, de repouso e de descanso deve possuir sistema de vigilância e/ou monitoramento eletrônico. Portanto o respeito aos horários de viagens e locais de parada por parte do motorista profissional, somando-se aos processos de gerenciamento de riscos compactuam para a segurança da cadeia logística do modal rodoviário. 24 Fonte: Receita Federal do Brasil O respeito aos horários de viagens e locais de parada por parte do motorista profissional, somando-se aos processos de gerenciamento de riscos compactuam para a segurança da cadeia logística. 3 PONTOS DE VULNERABILIDADE NA CADEIA LOGÍSTICA Alguns dos pontos de vulnerabilidade da cadeia logística em que o motorista profissional atua, tem relação direta a sua ferramenta de trabalho, pois no meio de transporte utilizado existem vários pontos de vulnerabilidade seja no veículo terrestre ou contêineres. 3.1 Vulnerabilidade nos contêineres e nos veículos terrestres A identificação dos pontos de vulnerabilidade tem como principais objetivos evitar a utilização de unidades de carga ou compartimentos de carga adulterados e violação de unidades de carga e de veículos de carga.Deste modo, segundo o Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 1785/2018, podem ser determinados cinco requisitos para serem aplicados na segurança da carga: • Inspeção das unidades de carga e veículos: as inspeções de unidades de carga e veículos devem ser submetidas por meio de procedimento formal. • Emprego de dispositivos de segurança: a utilização de lacres de alta segurança e demais dispositivos devem seguir procedimentos formais atendendo o disposto na ISO 17712 ou superior. Respeitando as regras Para o detalhamento da Lei do Motorista Profissional, acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13103.htmd 25 de aquisição, guarda, distribuição e afixação dos lacres de alta segurança e dos demais dispositivos. • Verificação da integridade da unidade de carga: a verificação da integridade da unidade de carga ao longo da cadeia logística deve estabelecer que suspeitas de violações de integridade da unidade de carga sejam reportadas e tratadas internamente e, quando for o caso, comunicadas às autoridades competentes. • Transporte da carga: o controle do transporte da carga ao longo da cadeia logística deve dispor sobre as rotas utilizadas para o transporte, devendo serem previamente conhecidas e conterem regras de parada do veículo transportador da carga. • Armazenamento de unidades de carga: o local indicado para armazenamento, estiva e segregação das unidades de carga, devem restringir o acesso indesejado. O procedimento deve conter regras de tratamento de ocorrências relacionadas com acesso não autorizado a unidades de carga, incluindo reportá-las à área competente. A inspeção primária do carregamento é essencial para verificação da integridade da unidade de carga coibindo o risco de transporte simultâneo, não autorizado, de outros produtos. Possibilita a detecção, por exemplo, de paredes falsas em contêineres ou carrocerias. A avaliação previa do gerenciamento de risco nas bases operacionais da empresa deve contemplar: • A inspeção de sete pontos para contêineres compreende: 1. Chassi 2. Porta 3. Lateral direita 4. Lateral esquerda 5. Parede frontal 6. Teto 26 7. Piso Fonte: Receita Federal do Brasil • A inspeção de dezessete pontos para veículos de carga compreende: 1. Para-choque 2. Motor 3. Pneus 4. Piso da unidade tratora 5. Tanques de combustível 6. Cabine 7. Reservatório de ar 8. Eixo de transmissão 9. Quinta roda 10. Sistema de exaustão 11. Chassi 12. Portas 13. Lateral direita 14. Lateral esquerda 15. Parede frontal 16. Teto 17. Piso do compartimento de carga 27 Fonte: Receita Federal do Brasil Fonte: Receita Federal do Brasil 3.2 Conhecendo os diferentes tipos de lacres O Artigo 8 do Protocolo Adicional ao Acordo De Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai - Paraná (Porto de Cáceres - Porto de Nueva Palmira) mostra em seu texto que: 1. Os lacres aduaneiros utilizados em uma operação do trânsito aduaneiro internacional efetuada ao amparo do presente Anexo devem corresponder às condições mínimas prescritas no Apêndice 1 do presente Anexo. Para ter clareza das informações contidas no Apêndice 1, do Anexo mencionado, do Protocolo Adicional ao Acordo De Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai - Paraná (Porto de Cáceres - Porto de Nueva Palmira, acesse: http://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/ssta/legisla cao/hidrovia/protocolo/acordotr1.pdf Para aprimorar seu conhecimento dos pontos de verificação do caminhão, sugerimos que assista o vídeo 17 pontos para verificar caminhões, padrão C-TPAT. Para tanto acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ekRsbcq47-A 28 Fonte: Sest Senat 2. Na medida do possível, os países aceitarão os lacres aduaneiros que correspondam às condições mínimas prescritas no parágrafo 1, quando tenham sido colocados pelas Autoridades Aduaneiras de outro país. No entanto, cada país terá o direito de colocar seus próprios lacres quando os que tenham sido empregados não sejam considerados suficientes ou não ofereçam a segurança requerida. 3. Quando os lacres aduaneiros colocados no território de um país forem aceitos pelo outro país, gozarão, no território deste, da mesma proteção jurídica que os lacres nacionais. Os lacres dos armadores são os mais importantes nas unidades. Nenhuma unidade embarca ou desembarca em seu destino sem o devido lacre do Armador. Lacres da receita federal Principais Armadores e Prefixos: MAERSK – BR / SA CSAV – AT / JT / KT / JL (TANKS) MOL – (MOL) 29 Os lacres da receita federal possuem o prefixo “H” ou “A”, antes de sua numeração. Estes lacres são colocados pelos fiscais da receita federal, após conferências e processos de contêineres em regime de conclusão de trânsito. Fonte: Sest Senat Lacres exportadores Fonte: Sest Senat Os lacres dos Exportadores podem estar presentes nos contêineres, as vezes apresentando mais de um lacre na mesma unidade. 30 Lacres sif. Fonte: Sest Senat Os lacres SIFs, são de origem do Ministério da Agricultura e estão presentes somente em contêineres de produtos comestíveis da área animal. Ex: Frango congelado, Miúdos, Carnes, Leites e derivados, etc. Origem é referente a localização onde a unidade foi lacrada, chamada de EADI, por isso contêineres do mesmo lote possuem números de lacres SIFs diferentes, porém o mesmo número de SIF origem. Quando SIF + SIF origem possuírem mais de 10 dígitos, deve-se colocar apenas o número do lacre SIF ignorando o SIF origem, com todos os zeros à esquerda Fonte: Sest Senat 31 RESUMINDO O motorista de veículo de transporte de cargas está exposto, a vários tipos ameaças, dentre elas a utilização do transporte, por organizações criminosas, para a materialização de seus crimes; O trabalho do motorista profissional abrange não só a condução defensiva e o respeito às normas de trânsito, ele é importante para o total cumprimento das etapas do processo de gerenciamento de risco; Vários são os pontos de vulnerabilidade na cadeia logística a identificação destes tem como principal objetivo evitar a utilização de unidades de carga ou compartimentos de carga adulterados e violação de unidades de carga e de veículos de carga; Outros lacres que são importantes para seu conhecimento: Lacre eletrônico usado para monitorar contêineres: Disponível em: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias- detalhe/porto%26mar/lacre-e-usado-para-monitorar-conteineres-de- forma-eletronica/?cHash=48bb156073aa53d50e9459a391bb4948 Lacre eletrônico usado para monitorar contêineres: Disponível em: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias- detalhe/porto%26mar/lacre-e-usado-para-monitorar-conteineres-de- forma-eletronica/?cHash=48bb156073aa53d50e9459a391bb4948 http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/porto%26mar/lacre-e-usado-para-monitorar-conteineres-de-forma-eletronica/?cHash=48bb156073aa53d50e9459a391bb4948 http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/porto%26mar/lacre-e-usado-para-monitorar-conteineres-de-forma-eletronica/?cHash=48bb156073aa53d50e9459a391bb4948 http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/porto%26mar/lacre-e-usado-para-monitorar-conteineres-de-forma-eletronica/?cHash=48bb156073aa53d50e9459a391bb4948 32 1) Orientações de segurança para uma eficaz gestão de risco ( ) Enviar todas as macros, via GPS, somente no final da viagem; ( ) Qualquer inconformidade, acionar imediatamente a central de monitoramento; ( ) Respeitaras orientações da gerenciadora de riscos quando achar conveniente ( ) Todas estão incorretas 2) O Decreto nº 99.704/90 regulamenta os procedimentos a serem aplicados às empresas que efetuam transporte internacional. ( ) Certo ( )Errado As ações preventivas do motorista profissional nos locais de parada consequentemente com a sua jornada de trabalho, andam juntas com a segurança da cadeia logística. Levando em consideração a estrutura disponível da empresa e os procedimentos de gerenciamento de riscos, o motorista profissional deve sempre buscar a prevenção como sua aliada com relação à segurança dele e da integridade da carga. 33 REFERÊNCIAS ANTT. Resolução nº 3826 de 29 de maio de 2012. Disponível em: http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/16366/Resolucao_n__3826.htm l Acessado em: 17 jan., 2018. ABNT. ABNT NBR ISO 31000:2009 – Gestão de Riscos – Princípios e diretrizes. Rio de Janeiro, 2009. ______. ABNT NBR ISO 28000:2009 – Especificação para sistemas de gestão de segurança para a cadeia logística. Rio de Janeiro, 2009. 3) Coloque Verdadeiro ( V) ou Falso ( F ): ( ) As inspeções de unidades de carga e veículos devem ser submetidos por meio de procedimento formal; ( ) O controle do transporte da carga ao longo da cadeia logística deve dispor sobre as rotas utilizadas para o transporte, devendo serem previamente conhecidas e conterem regras de parada do veículo transportador da carga.; ( ) O transporte internacional de cargas engloba procedimentos relacionados ao gerenciamento de riscos in loco, fabricante, expedidor, transportador e destinatário; ( ) A identificação dos pontos de vulnerabilidade tem como principais objetivos evitar a utilização de unidades de carga ou compartimentos de carga adulterados e violação de unidades de carga e de veículos de carga; ( ) As ações preventivas do motorista profissional, nos locais de parada e com sua jornada de trabalho, andam juntas com a segurança da cadeia logística; ( ) Os lacres da Receita Federal são colocados pelos fiscais, antes das conferências e processos de contêineres em regime de conclusão de trânsito. http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/16366/Resolucao_n__3826.html http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/16366/Resolucao_n__3826.html 34 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 944 de 08 de julho de 2015. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=286714 Acessado em: 10 jan., 2018. BRASIL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA. Decreto nº 99.704 de 20 de novembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990- 994/d99704.htm Acessado em: 15 jan., 2018. CNT. Segurança e prevenção ao roubo de cargas. Brasília: Sest Senat, 2017. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1598, DE 09 DE DEZEMBRO DE 2015. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70204&vi sao=anotado Acessado em: 30 jan., 2018. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1785, DE 24 DE JANEIRO DE 2018. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=89673&vi sao=anotado Acessado em: 30 jan., 2018. https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=286714 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-994/d99704.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-994/d99704.htm Conselho Regional do Rio Grande do Sul Unidade Operacional B87 – Santa Rosa Educação Presencial Material do aluno 1 – Gerenciamento de Riscos no Transporte Internacional de Cargas 10 APRESENTAÇÃO