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ENGENHARIA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SEÇÃO 2: ABORDAGENS DO PROJETO DE PESQUISA PROFA. FABIANA BIAZETTO OS PARADIGMAS DA CIÊNCIA E A INFLUÊNCIA DAS CIÊNCIAS NATURAIS P ar ad ig m a palavra com origem no grego parádeigma Para = ao lado Deiknynai = mostrar, com o sentido de mostrar por meio de provas PARADIGMA É a mostra de algo, por meio de provas e argumentos, comparado com outro de mesma natureza. Aquilo que é usado como padrão, modelo ou exemplo em meio a um campo amostral. Quando “quebramos um paradigma”, estamos indo contra o padrão adotado, seja por uma sociedade, seja pela ciência, ou qualquer outro padrão. E QUAIS SÃO OS PARADIGMAS DA CIÊNCIA? O homem buscou explicar os fenômenos observados e a padronização da apresentação desses resultados vem da necessidade da organização das ideias, da descoberta de um modelo que enquadre a explicação desses fenômenos da forma mais ampla possível. Os primeiros estágios da ciência têm sua origem na observação e na experimentação, na tentativa de estabelecimento de um método científico que pudesse explicar os fenômenos. E QUAIS SÃO OS PARADIGMAS DA CIÊNCIA? A organização de teoria, metodologia e resultados sempre foi fundamental na ciência. Em qualquer lugar que tal conhecimento chegue, as pessoas podem verificá-lo seguindo tal padrão. E o conhecimento vai sendo transferido, e todos os que acrescentam algo novo, fazem com que ele se aprofunde mais e mais. MAS SERÁ QUE TODO CONHECIMENTO SE DISSIPA? Os paradigmas da ciência somente se solidificam quando ele é verificável para uma comunidade científica, tornando-se o conhecimento e a solução para aquele tipo de problema até que novas condições de contorno sejam criadas e ele não se adapte mais àquele campo amostral, havendo a necessidade de novas descobertas. Como a ciência está longe de se tornar absoluta, ela precisa ser conhecida em função do contexto em que as teorias são criadas. Mas de onde nasce a ideia de paradigma da ciência? Dos estudos do cientista Thomas Kuhn, em especial do livro A estrutura das revoluções científicas (1962), THOMAS KUHN Primeiro cientista a usar a palavra paradigma, e após a divulgação do seu estudo, o termo fluiu na comunidade científica, desde as ciências naturais até as ciências sociais. Kuhn (1998, p. 137-138) define paradigma como “fonte de métodos, áreas problemáticas e padrões de soluções aceitos por qualquer comunidade científica amadurecida, em qualquer época que considerarmos.” ESTUDO DE THOMAS KUHN Quando uma comunidade científica adquire um paradigma, ela está adotando um critério que delimita a escolha de seus problemas, e enquanto esse paradigma é válido, haverá soluções possíveis para resolvê-lo. A aquisição do paradigma e a definição do tipo de pesquisa em determinada área mostra uma maturidade da comunidade científica no campo de estudo. Quando o paradigma ainda não está definido, os cientistas se veem divididos em teorias que suprem a necessidade de uma base para se apoiarem e desenvolverem seus trabalhos. EXEMPLIFICANDO Kuhn (1998, p. 75) exemplifica essa diferença ao citar dois cientistas, um físico e um químico, que, ao serem perguntados se um átomo de Hélio é ou não uma molécula, responderam de forma divergente. O químico disse que é uma molécula, pois o átomo se comporta como tal, analisando de acordo com a teoria cinética dos gases; já o físico disse que não, pois não apresenta um espectro molecular. Assim, apesar de estarem falando da mesma coisa, eles tinham formações e práticas distintas, e seus paradigmas eram diferentes. E QUAL A EFICIÊNCIA DE UM PARADIGMA? O paradigma sempre resolve uma parcela dos problemas, e a parcela que não é resolvida mostra quão eficiente ele é. Até o momento em que ele está suprindo a maioria dos problemas, ele é eficiente para aquele campo da ciência. Quando isso começa a se inverter, a comunidade científica começa a buscar novas soluções. KUHN (1998, P. 122) A transição para um novo paradigma é uma revolução científica, isto é, quando um paradigma novo substitui totalmente ou parcialmente o mais antigo. CICLO DE KUHN PARA REVOLUÇÃO NA CIÊNCIA MUDANÇA DE PARADIGMA DIVIDIDA EM CINCO FASES Pré-ciência Não há um consenso sobre a teoria, sendo todas ainda incompletas, não atendendo à resposta do problema em questão, não sendo maduras para solucionar os principais problemas. Ciência normal O paradigma dominante resolve os principais problemas, sendo o direcionador para os principais estudos sobre o tema. Enquanto há um consenso entre a comunidade científica, o paradigma é dominante. MUDANÇA DE PARADIGMA DIVIDIDA EM CINCO FASES Modelo insuficiente Com a sucessão de problemas que o paradigma não é capaz de responder, suas “fraquezas” são reveladas. Crise do modelo Quando a comunidade científica inicia um processo de busca de respostas para certos problemas não resolvidos, ela entra na crise do paradigma. MUDANÇA DE PARADIGMA DIVIDIDA EM CINCO FASES Revolução científica A ciência entra em uma nova fase com a mudança do paradigma, também chamada de revolução científica. Isso ocorre após uma minuciosa fase de exame do paradigma antigo, assim como do novo para se tornar aceito. Mudança de paradigma O novo paradigma é dominante e aceito pela comunidade científica. Os cientistas, então, retornam à ciência normal cujo paradigma estabelecido é o direcionador para os principais problemas relacionados ao tema. PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS NO ÂMBITO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Enquanto nas ciências naturais o objeto de estudo é a própria natureza, uma realidade dada verificável por técnicas e experimentos exteriores ao homem, nas ciências humanas, o objeto de estudo é o próprio homem e suas relações na sociedade e com a sua própria natureza. Diante disso, é evidente que há diferenças fundamentais no objeto de estudo e dos temas abordados pelas ciências naturais e pelas ciências humanas e a necessidade de desenvolvimento de “métodos apropriados” para a compreensão de fenômenos produzidos por cada uma delas. (MANOEL et al., 2017, p. 3) OS QUATRO PARADIGMAS DA CIÊNCIA OS QUATRO PARADIGMAS DA CIÊNCIA ASSIMILE As teorias no âmbito das ciências sociais são caracterizadas por: • Definição da realidade; • A relação que ocorre entre a realidade e o pesquisador; • Quais as técnicas usadas para descobrir essa realidade. PESQUISA QUALITATIVA Objetivo Descrição completa e detalhada do objeto de estudo para entender suas razões e motivações, bem como o que o torna único. Busca entender o comportamento humano e sua experiência, descrevendo os processos em que as pessoas passam para construir seus significados. Hipóteses e teorias O projeto finaliza com a formulação de hipóteses e teorias a respeito do que foi observado. PESQUISA QUALITATIVA Formulação das questões As questões são formuladas de forma flexíveis e gerais. Tipos de pesquisa Geralmente são estudos de caso, estudos culturais, etnografia. Isso significa que o campo amostral pode ser pequeno. PESQUISA QUALITATIVA Condução da pesquisa Conduzida do ponto de vista de dentro do grupo social, da perspectiva do sujeito, de forma parcial ou com envolvimento pessoal. Dados Semiestruturados, com grande flexibilidade, podendo vir de questionários abertos, documentos, entrevistas e observações de comportamento. PESQUISA QUALITATIVA Ensaio São de observação e buscam retratar a realidade analisada. Método Método indutivo PESQUISA QUALITATIVA Pergunta A pergunta principal é: “por que?” Resultados Exploratórios, complexos em sua análise, não conclusivos e não podem fazer generalizações do grupo estudado, mas sim descrever o comportamento observado. Propósito Entender o contexto e interpretá-lo. EXEMPLIFICANDO Estudos sobre o comportamento humano, que podemos encontrarcom mais frequência nas seguintes áreas: psicologia, pedagogia, filosofia, ciências sociais, etc. PESQUISA QUANTITATIVA Objetivo Classificar, quantificar e gerar modelos estatísticos de características que expliquem o objeto de estudo. Ela busca coletar dados que, depois de acumulados, poderão ser verificados, bem como uma teoria poderá ser criada para explicar as causas do comportamento do objeto estudado. Hipóteses e teorias O projeto se inicia com a formulação de hipóteses e a definição da teoria a ser usada. PESQUISA QUANTITATIVA Formulação das hipóteses As hipóteses são formuladas baseada em predições do comportamento do objeto. Tipos de pesquisa Experimentais, descritivos ou comparativos. Isso significa que o campo amostral deve ser representado pelo número de amostras, segundo métodos estatísticos. PESQUISA QUANTITATIVA Ensaios Feitos de forma controlada, com instrumentos específicos. Método Método dedutivo. PESQUISA QUANTITATIVA Condução da pesquisa A pesquisa é conduzida do ponto de vista externo, da perspectiva do observador, de forma neutra e imparcial. Dados Estruturados, com pouca flexibilidade, podendo vir de questionários fechados, pesquisas, resultados experimentais, no formato de números ou dados estatísticos. Portanto, as variáveis são mensuráveis. PESQUISA QUANTITATIVA Pergunta A pergunta principal é “quantos?” Resultados Baseados em normas, buscando-se um consenso, e podem ser considerados generalizados, quando levados em conta os dados estatísticos. PESQUISA QUANTITATIVA Propósito Prever o resultado e prová-lo ao final. EXEMPLIFICANDO Estudos que podem ser quantificados, isto é, que podem ser traduzidos em valores, e que podemos encontrar com mais frequência nas áreas de engenharia, matemática, física e estatística, por exemplo. AVALIAR VAMOS PRATICAR?
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