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BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGEM DE URGÊNCIAS

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BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
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 Sumário 
 
Aula 1– Introdução à Biossegurança. .................................................................................... 3 
1. Biossegurança e a Saúde no Trabalho. .............................................................................. 3 
2. Acidente de Trabalho .......................................................................................................... 4 
3. Risco e Perigo ...................................................................................................................... 7 
4. Doença Profissional e Doença do Trabalho ........................................................................ 9 
Exercícios ..................................................................................................................................... 13 
Aula 2 – A Higiene Durante o Serviço Policial Militar. .......................................................... 14 
1. Higiene Ocupacional. ....................................................................................................... 14 
2. Biossegurança em Abordagens de Urgência..................................................................... 15 
3. Biossegurança em Assepsia de Viaturas e Materiais. ....................................................... 19 
4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) .................................................................... 19 
5. Conclusão .......................................................................................................................... 24 
Exercícios ..................................................................................................................................... 25 
Aula 3 – Avaliação Geral da Vítima. .................................................................................... 26 
1. Análise do Cenário ........................................................................................................... 26 
2. Suporte Básico de Vida ..................................................................................................... 32 
3. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) .................................................. 37 
4. Biossegurança em Procedimentos de Suporte Básico à Vida ........................................... 40 
5. Conclusão .......................................................................................................................... 42 
Exercícios ..................................................................................................................................... 43 
Aula 4– Hemorragias e Estado de Choque ........................................................................... 46 
1. Hemorragia. ..................................................................................................................... 46 
2. Estado de choque .............................................................................................................. 51 
3. Conclusão .......................................................................................................................... 56 
Exercícios ..................................................................................................................................... 57 
Aula 5 – Traumas ............................................................................................................... 58 
1. Tipos de Trauma: .............................................................................................................. 58 
2. Técnicas de Manipulação e Transporte Acidentados ....................................................... 69 
3. Conclusão .......................................................................................................................... 75 
Exercícios ..................................................................................................................................... 76 
Aula 6 – Parto de Emergência. ............................................................................................ 79 
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1. Fases do Trabalho no Parto .............................................................................................. 79 
2. Possíveis Complicações do Parto ...................................................................................... 82 
3. Procedimentos de um Parto de Emergência .................................................................... 82 
4. Conclusão .......................................................................................................................... 85 
Exercícios ..................................................................................................................................... 86 
Aula 7 – Atendimento em Desmaio ou Síncope. .................................................................. 90 
1. Possíveis Causas ................................................................................................................ 91 
2. Técnicas de Socorro ao Desmaiado .................................................................................. 91 
3. Cuidados no Socorro ao Desmaiado ................................................................................. 92 
4. Conclusão .......................................................................................................................... 93 
Exercícios ..........................................................................................Erro! Indicador não definido. 
Aula 8 – Convulsões e Ataque Epilético. ............................................................................. 95 
1. Convulsão .......................................................................................................................... 95 
2. Epilepsia ............................................................................................................................ 96 
3. Conclusão .......................................................................................................................... 99 
Exercícios ..........................................................................................Erro! Indicador não definido. 
Aula 9 – Ferimentos. ........................................................................................................ 102 
1. Tipos de Ferimentos ........................................................................................................ 103 
2. Conclusão ........................................................................................................................ 109 
Exercícios ..........................................................................................Erro! Indicador não definido. 
Aula 10 – Queimaduras. ................................................................................................... 112 
1. Identificação dos Graus de Queimadura ........................................................................ 1132. Extensão da Queimadura ................................................................................................ 113 
3. Gravidade da Queimadura .............................................................................................. 114 
4. Procedimentos de Socorro ............................................................................................. 114 
5. Cuidados Com o Queimado ............................................................................................ 115 
6. Biossegurança em Procedimentos de Queimados ......................................................... 116 
7. Conclusão ........................................................................................................................ 116 
Exercícios ................................................................................................................................... 117 
Bibliografia ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
 
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file:///G:/SSEVP-Comum/Superintendência%20de%20Educação/2016/5_COORD_FORMAÇÃO/ATUALIZAÇÃO%20CURRICULAR/PMERJ/CFSD/Material%20Diagramado/BIOSSEGURANÇA%20-%20LARA.docx%23_Toc450748826
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Aula 1– Introdução à Biossegurança. 
 
 
 
1. Biossegurança e a Saúde no 
Trabalho. 
 
Existem muitas definições para 
Biossegurança. Talvez a mais simples e direta 
seja aquela derivada da própria origem das 
palavras que formam o termo: bio (vida) e 
segurança, isto é, segurança da vida. 
Dessa forma, é o conjunto de ações 
voltadas para a prevenção, minimização ou 
eliminação de riscos inerentes às atividades, 
visando à saúde do homem e à qualidade dos 
que atuam em diversas áreas de risco. 
No entanto, de forma mais restrita, pode-
se definir uma Biossegurança Legal, 
determinada pela Lei nº 11.105 de 2005, a partir 
da qual se estabelecem normas de segurança e 
mecanismos de fiscalização de atividades que 
envolvam organismos geneticamente 
modificados – OGM, e uma Biossegurança 
Praticada, que visa avaliar agentes de risco 
biológico, físico, químico e ergonômico 
 
 
 
 
Apesar de muitos profissionais 
considerarem a biossegurança como 
normas que dificultam a execução de 
seu trabalho, são essas regras que 
garantem a saúde do trabalhador e do 
restante da população. 
O não cumprimento das normas 
básicas de biossegurança pode acarretar 
problemas como transmissão de doenças 
e até mesmo epidemias.ve conhecer os 
conceitos fundamentais e atitudes 
básicas necessárias à prevenção e 
redução dos danos ao cidadão, a si 
próprio e aos companheiros de 
profissão. 
Deve ainda conscientizar-se dos 
riscos aos quais está exposto no 
exercício de sua ação profissional. E, 
através de informações e técnicas 
adquiridas na disciplina, recorrer a 
cuidados e procedimentos que evitarão 
contaminações em um ambiente de 
crime, problemas de ordem psicológica 
ou psiquiátrica, ou até mesmo doenças 
ocupacionais. 
 
 
 
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tradicionais em ambientes de trabalho. 
A compreensão do conceito de Biossegurança, bem como sua relação com a 
atividade Policial Militar está em acordo com as diretrizes estabelecidas pela Secretaria 
Nacional de Segurança Pública/SENASP, através da Matriz Curricular Nacional Para 
Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública. Tal conceito insere-
se na área temática identificada como Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador. 
Conforme proposto pela Matriz, a abordagem desta área temática é urgente e 
determinante quanto à motivação, à eficácia e ao bem-estar do profissional de 
Segurança Pública. Esta área inclui metodologias que valorizam os participantes e lhes 
permitem ter uma positiva imagem de si como sujeito e como membro de uma 
instituição. Tem como objetivo contribuir para a criação de uma cultura efetiva de 
respeito e bem-estar dos profissionais, não se restringindo apenas às questões 
relacionadas à remuneração e planos de carreira, mas também às condições de trabalho, 
assistência, equipamentos disponíveis e acesso às atividades de formação. 
Articulada ao conceito de segurança pública está a noção de segurança pessoal: 
esta deriva do mundo do trabalho e tem um sentido ordenador de direitos. Representa o 
conjunto de normas destinadas a prevenir acidentes, quer eliminando condições 
inseguras do trabalho prevenindo desastres ocupacionais. Esse conceito é importante 
para se pensar e analisar os policiais como trabalhadores, pois, cuidando da segurança 
coletiva são também sujeitos de direito, servidores públicos protegidos pela 
Constituição, que lhes assegura integridade física e mental, no desempenho de suas 
atividades. (CERQUEIRA, C. M. N. A polícia em uma sociedade democrática. In: 
Polícia, violência e direitos humanos. CEDOP, [S.l.]. Série Cadernos de Polícia, n. 20, 
1994). 
2. Acidente de Trabalho 
 
De acordo com a Lei nº 8.213 de 1991, “acidente de trabalho é o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa [...], provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho”. Assim, fica definido que, para se 
determinar um acidente, há a necessidade de dano ao trabalhador. Por outro lado, vários 
incidentes, isto é, acontecimentos não esperados ou desejados que não levam a danos, 
mas reduzem a eficiência da empresa, podem ocorrer durante o trabalho. Dessa forma, a 
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correta notificação de incidentes, identificação e correção das causas é importantíssima 
para se evitar os acidentes. 
 
2.1 Causas do Acidente 
Entre as causas de acidentes, durante a ação policial, podem ser elencados: 
 Fatores sociais; 
 Manutenção falha de equipamentos; 
 Inobservância de regras; 
 Planejamento inadequado; 
 Desqualificação; 
 Falta de higiene pessoal; 
 Jornada excessiva; 
 Projeto inadequado, etc. 
Sendo assim, as causas do acidente podem ser classificadas em ato inseguro, 
condição insegura ou fator pessoal de insegurança. 
 
2.1.1 Ato inseguro 
 
É todo comportamento de risco, voluntário ou não, que uma pessoa assume e que 
pode provocar um acidente. 
Exemplos: manuseio irregular de arma de fogo; falta de manutenção nos 
equipamentos de segurança; não utilização de coletes balísticos e capacetes, quando 
necessários. 
Para evitar esse tipo de acidente, o policial militar deve: 
 
 Realizar uma avaliação criteriosa das normas de segurança veicular nas viaturas; 
 Verificar a calibragem de pneus, estepe, extintor de incêndio, funcionamento correto 
do GPS e do rádio transmissor; 
 Cumprir as normas do decálogo do policiamento ostensivo. 
 
2.1.2 Condição insegura 
 
Trata-se de situações existentes no ambiente que podem provocar acidentes. 
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Exemplos: utilizar uma viatura com problemas de freio em um declive, com baixa 
luminosidade em período noturno e em dias chuvosos. Para evitar esse tipo de acidente, 
o policial militar deve: Avaliar criteriosamente a cinemática do tipo de acidente, no momento da abordagem; 
 Observar se há luminosidade suficiente no local da ocorrência para avaliação do 
acidentado; 
 Considerar as condições climáticas e geográficas (aclives ou declives) em relação ao 
tipo de viatura utilizada; 
 Analisar o tipo de ocorrência em relação ao número de componentes da guarnição; 
 Fazer uma observação primária de possíveis locais de abrigo em situações de 
confronto armado. 
 
2.1.3 Fator pessoal de insegurança 
 
Refere-se a problemas pessoais do indivíduo que podem provocar acidentes. 
Exemplo: Policial Militar portador de doenças neurológicas que não busca 
tratamento nas unidades de saúde e continua realizando serviços externos. 
 
2.2 Tipos de Acidentes 
 
Com a implantação das Unidades de Polícia de Pacificação, temos de levar em conta 
que a cinemática do acidente poderá ser de forma doméstica ou externa, podendo 
resultar em acidente de trabalho para um policial. 
 
2.2.1 Acidente doméstico 
 
É todo acidente acontecido no ambiente interior, seja de uma residência ou 
mesmo de um espaço geográfico compreendido intramuros. 
Exemplos: explosões de botijões de gás e de panelas de pressão; na parte elétrica, 
os curtos-circuitos; pisos molhados e ensaboados; utilização de cadeiras ou outros 
pequenos móveis em substituição de escadas. 
 
2.2.2 Acidente externo 
 
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É todo acidente acontecido em vias públicas, campos e praças. Exemplos: 
utilização de linha de pipa com cerol, que podem causar danos graves a pedestres e 
motociclistas; transpor alambrados desgastados. 
 
 
3. Risco e Perigo 
 
Toda condição de trabalho tem seus respectivos perigos, isto é, há sempre fontes 
ou situações com potencial para gerar danos à saúde ou à integridade física, ao 
patrimônio, ao ambiente de trabalho, ou a uma combinação destes. Da mesma forma, a 
probabilidade de o perigo se materializar é considerada o risco inerente a cada função. 
A Lei de Biossegurança no Brasil nº 11.105 de 24 de Março de 2005- enfoca os 
riscos relativos à manipulação de organismos geneticamente modificados e às pesquisas 
científicas com células-tronco embrionárias. Entretanto, o conceito de biossegurança 
engloba atividades em diversos outros cenários, onde há o enfoque à prevenção de 
riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, envolvidos em processos 
nos quais o risco biológico se faz presente ou não. Nestes casos, a ideia de 
biossegurança converge com os objetivos de outras áreas, como a engenharia e a 
medicina do trabalho, a higiene industrial e a engenharia clínica. 
De acordo com o Ministério de Trabalho (Norma Regulamentadora nº 5), os 
riscos são classificados em: físicos, químicos, biológicos, riscos ergonômicos e de 
acidentes. 
 
3.1 Riscos Físicos 
 
São os riscos oriundos das diversas formas de energia a que possam estar expostos 
os trabalhadores. 
Exemplos: ruído, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos e outros. 
 
3.2 Riscos Químicos 
 
Riscos químicos são os resultantes da penetração, no organismo do trabalhador, 
de substâncias, compostos ou produtos químicos pela via respiratória, nas formas de 
poeira, fumo, gases, neblina, névoa ou vapores, ou, dependendo da natureza da 
atividade ou da exposição, por meio da absorção através da pele ou por ingestão. 
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3.3 Riscos Biológicos 
 
As bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros, são agentes de risco biológico. 
Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a 4 
por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: 
 
 Patogenicidade para o homem; 
 Virulência; 
 Modos de transmissão; 
 Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes; 
 Disponibilidade de tratamento eficaz; 
 Endemicidade. 
O risco ocupacional relacionado a materiais biológicos varia de acordo com a 
quantidade e o tipo do material biológico envolvido (sangue, saliva, sêmen etc), forma 
de exposição (contato, injeção de material biológico), a área exposta ao material 
(mucosa, pele, ferida) e as condições clínicas do paciente-fonte. 
 
3.4 Riscos de Acidentes 
 
Quaisquer fatores que coloquem o policial em situação vulnerável e possam afetar 
sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico. 
Exemplos: confronto armado, resgate de vítimas em poder de marginais, trabalho 
com máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio, explosão e 
outros. 
 
3.5. Riscos Ergonômicos 
 
Quaisquer fatores que possam interferir nas características psicofisiológicas do 
trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. 
Exemplos: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de 
trabalho, a monotonia, as atividades repetitivas, a responsabilidade excessiva, a postura 
inadequada de trabalho, o trabalho em turnos e outros. 
A ergonomia é a ciência que se ocupa do estudo dos riscos ergonômicos no 
ambiente de trabalho. Atualmente, a ergonomia é entendida como o estudo científico 
multidisciplinar e a aplicação de tecnologias às relações do homem com seu ambiente 
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de trabalho. Essa noção de ambiente de trabalho não se restringe ao local de atuação, 
mas vai além, alcançando os instrumentos, as metodologias e a própria organização do 
trabalho. Enquadram-se, ainda, no campo da ergonomia, as características psicológicas, 
fisiológicas, antropométricas e biomecânicas do trabalhador. Dessa forma, a ergonomia 
não só avalia e propõe mudanças para reduzir os riscos ergonômicos, mas pretende 
contribuir para satisfazer as necessidades humanas no ambiente de trabalho, 
promovendo saúde e bem-estar ao trabalhador. 
A ergonomia busca prevenir, por exemplo, a LER – Lesão por Esforço Repetitivo 
/ DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. No entanto, deve-se 
ficar atento ao fato de que a propensão a se desenvolver LER/DORT apresenta relação 
com o trabalho, com a carga horária da atividade e também com aspectos da vida diária 
familiar. 
4. Doença Profissional e Doença do Trabalho 
 
Doença Profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar à determinada atividade. Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo 
chumbo) e Silicose (doença pulmonar obstrutiva crônica resultante da inalação de 
partículas de sílica). 
Doença do Trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione. Ex: Disacusia 
(surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso. 
Na atividade Policial Militar a predominância de lesões sobre músculos, ossos e 
pele, está diretamente relacionada ao exercício profissional. O gestor de saúde da 
Polícia Militar refere que a maioria dos pedidos de licença médica se deve a problemas 
de ortopedia porque a natureza da profissão exige que os policiais corram, saltem, deem 
tiro, por isso sofrem frequentes traumas físicos. Em seguida os agravos ortopédicos, as 
intervenções neurocirúrgicas, as enfermidades cardiovasculares e as demandas de 
clínica geral são os principais motivos para afastamento do trabalho (Minayo et al 
2011). 
A tabela abaixo traz um resumo dos problemas de saúde de policiais militares 
comparados aos mesmos problemas de saúde apresentados pelos policiais civis. 
 
 
Tabela 1. Problemas de Saúde de Policiais Civis e Militares Apresentados ou 
Tratados no Último Ano. 
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Problema de Saúde Civil Militar 
Dores nos pescoço, costas ou coluna* 42,0% 38,8% 
Defeito de visão*** 50,2% 36,1% 
Dores de cabeça frequentes, enxaquecas*** 27,6% 31,8% 
Outro problema do aparelho reprodutivo***(mulheres 
somente) 
12,3% 24,9% 
Torção ou luxação de articulação*** 18,3% 23,8% 
Deficiência auditiva em um ou ambos os ouvidos*** 11,2% 23,7% 
Rinite alérgica*** 23,4% 22,4% 
Sinusite 19,6% 20,4% 
Outros problemas de músculos ou tendões 17,0% 18,5% 
Hipertensão arterial 16,1% 17,4% 
Alergia de pele, dermatite alérgica, urticária. 15,1% 16,0% 
Outro problema de audição em um ou ambos os ouvidos*** 4,8% 14,3% 
Problema de saúde Civil Militar 
Outro problema de ossos ou cartilagens** 10,2% 13,4% 
Gastrite crônica 14,2% 12,7% 
Indigestão frequente 10,6% 12,1% 
Dengue*** 18,0% 10,9% 
Outro problema com os olhos* 9,0% 10,8% 
Constipação frequente 11,6% 10,6% 
Outro problema de pele 9,4% 10,3% 
Artrite ou qualquer outro tipo de reumatismo*** 14,8% 9,2% 
Bursite** 11,0% 8,6% 
*p<,05; **p<,005; ***p<,001. 
Fonte: Minayo MCS et al. Ciência & Saúde Coletiva, 16(4):2199-2209, 2011. 
 
 
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ACONTECEU... 
 
 
Policial de UPP atacado no Alemão conta detalhes de resgate de colegas 
feridos. 
 
Fonte: http://extra.globo.com/casos-de-policia/policial-de-upp-atacado-no-
alemao-conta-detalhes-de-resgate-de-colegas-feridos-
14777151.html#ixzz3NqMlm7bl 
Observe que: Os policiais e os guardas municipais do Rio de Janeiro, atuam sob 
elevado risco, entendendo-se essa noção sob as abordagens epidemiológicas e 
sociais. Ou seja, essa noção diz respeito, ao mesmo tempo, à probabilidade das 
ocorrências de lesões, traumas e mortes e ao significado da escolha profissional 
que traz intrínseca o gosto pelo afrontamento e pela ousadia como opção e não 
como destino (Bernstein, 1997; Castiel, 1999; Giddens, 2002). Seja no sentido de 
perigo ou de escolha, o conceito de risco desempenha um papel estruturante das 
condições laborais, ambientais e relacionais para esse grupo social, uma vez que 
seus corpos estão permanentemente expostos e seus espíritos não descansam 
(Gomes et al., 2003). Eles vivem o que Giddens (2002) denomina de "risco de alta 
consequência". O exercício do trabalho de elevado risco se comprova pelas taxas 
de mortalidade e de morbidade por agressões de que são vítimas, dentro e fora das 
corporações, taxas essas muito mais elevadas que as da população em geral. 
(CERQUEIRA, C. M. N. A polícia em uma sociedade democrática. In: Polícia, 
violência e direitos humanos. CEDOP, [S.l.]. Série Cadernos de Polícia, n. 20, 
1994). 
 
http://extra.globo.com/casos-de-policia/policial-de-upp-atacado-no-alemao-conta-detalhes-de-resgate-de-colegas-feridos-14777151.html#ixzz3NqMlm7bl
http://extra.globo.com/casos-de-policia/policial-de-upp-atacado-no-alemao-conta-detalhes-de-resgate-de-colegas-feridos-14777151.html#ixzz3NqMlm7bl
http://extra.globo.com/casos-de-policia/policial-de-upp-atacado-no-alemao-conta-detalhes-de-resgate-de-colegas-feridos-14777151.html#ixzz3NqMlm7bl
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SAIBA MAIS... 
 
 
Observe que: Policiais, em todo o mundo, constituem uma das categorias de 
trabalhadores com maior risco de vida e de estresse. No caso específico dos 
policiais militares, o nível de estresse tem sido apontado como superior ao de 
outras categorias profissionais, não só pela natureza das atividades que realizam, 
mas também pela sobrecarga de trabalho e pelas relações internas à corporação 
cuja organização se fundamenta em hierarquia rígida e disciplina militar. Tais 
características estruturantes tornam a instituição resistente a mudanças e 
repercutem na saúde física e mental dos servidores. Destacam-se, ainda, como 
fontes geradoras de estresse, as relações, por vezes, tensas e conflituosas dos 
policiais com o Sistema de Justiça e com o público a quem atendem. 
No tocante aos policiais militares do Rio de Janeiro, as condições de saúde 
e de trabalho tendem a ser extremas, pois eles lidam com elevados índices de 
criminalidade de grupos organizados de criminosos armado. Os constantes riscos a 
que o policial militar se expõe em função do exercício da sua profissão levam-no, 
geralmente, a sentir medo, por si mesmo e por sua família, tanto de ser 
reconhecido como agente da segurança nos períodos de folga do trabalho, quando 
aumenta seu risco de vitimização, como de ser agredido e morto no desempenho 
das suas funções. (Souza ER et al. Fatores associados ao sofrimento psíquico de 
policiais militares da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de 
Janeiro, 28(7):1297-1311, jul, 2012.) 
 
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Exercícios 
 
1 Defina Biossegurança com suas palavras e mostre sua importância na PMERJ 
2 Cite 5 causas de acidentes durante uma operação policial militar 
3 Como podem ser classificadas as causas do acidente? 
4 Cite 2 causas de acidente doméstico e externo 
5 Quais são os tipos de risco? 
6 Diferencie doença profissional de doença do trabalho 
hbfvbhf 
 
 
 
 
1- Como a Biossegurança relaciona-se com a saúde do trabalhador? 
2- Quais são os principais tipos de risco? Cite um exemplo para cada tipo. 
3- Como a ergonomia pode ajudar na sua atuação como policial militar? 
4- Como fatores domésticos podem afetar a propensão ao desenvolvimento de 
LER/DORT? 
 
 
 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
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Aula 2 – A Higiene Durante o Serviço Policial Militar. 
 
 
1. Higiene Ocupacional. 
 
A higiene ocupacional é a ciência que se 
dedica à prevenção, reconhecimento, avaliação 
e controle dos riscos e possíveis impactos sobre 
o meio ambiente de trabalho, existentes ou 
originados, nos locais de trabalho, que venha a 
prejudicara a saúde e o bem-estar dos 
trabalhadores. 
Quando aplicamos um conjunto de 
medidas para a proteção da integridade física e 
mental do trabalhador, com o intuito de prevenir 
a exposição desse trabalhador aos riscos 
químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de 
acidente relacionados às funções do cargo e ao 
ambiente no qual são executadas suas 
atividades, estamos falando em higiene no 
trabalho. Essas medidas podem ser técnicas, 
administrativas, educacionais, médicas e 
psicológicas. 
De acordo com a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), dentre os principais objetivos da 
 
 
 
 
O objetivo principal da higiene 
ocupacional é reduzir a exposição de 
médio e longo prazo, visto que, nem 
sempre é possível eliminar totalmente 
o risco do ambiente de trabalho. 
Identificar fatores que possam 
interferir no cotidiano, avaliar 
atitudes profissionais em campo e 
adotar medidas de precauções que 
sirvam de subsídio para a melhoria e 
prevenção de situações de risco a que 
estão expostos, as quais incluem a 
correta utilização dos Equipamentos 
de Proteção Individual (EPI’s), bem 
como a observação dos demais 
princípios básicos de higiene. É 
imprescindível que o Policial Militar 
conheça as medidas de prevenção a 
fim de evitar as principais doenças 
infectocontagiosas, com atenção 
especial àquelas transmissíveis no 
socorro. 
 
 
 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
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Higiene Ocupacional temos: 
 
 Identificar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos, químicos, físicos, 
mecânicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade; 
 Conseguir que os esforços físico e mental, exigidos de cada trabalhador para o 
exercício do trabalho, estejam adaptados às suas necessidades e limitações técnicas, 
anatômicas, fisiológicas e psicológicas; 
 Orientar as empresas e os trabalhadores no cumprimento de suas responsabilidades 
com a proteção e a promoção da saúde. 
1.1 Princípios Básicos de Higiene e Proteção na Atividade Policial Militar: 
 Utilização de equipamento de proteção individual (EPI) apropriado; 
 Lavagem das mãos; 
 Atenção na manipulação de materiais e instrumentos; 
 Cuidado namanipulação de materiais perfuro-cortantes; 
 Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos; 
 Imunização (vacinas). 
2. Biossegurança em Abordagens de Urgência. 
Sabe-se que em inúmeros acidentes o policial é o primeiro a chegar ao local, e sua 
atuação é primordial para o salvamento de vidas. Vale ressaltar, no entanto, que muitas 
vezes, em situações de socorro, os policiais são expostos a material potencialmente 
contaminado, pois em geral desconhece-se a condição clínica do paciente-fonte. Nestes 
casos, é importante a avaliação clínica e laboratorial destes pacientes sempre que 
possível. 
2.1 Doenças Transmissíveis no Socorro: 
Embora tenha sido documentado que pelo menos 60 patógenos podem ser 
transmitidos através da exposição aos fluidos corpóreos, muita ênfase tem sido dada à 
epidemiologia e à prevenção das exposições ao Vírus da Imunodeficiência Humana 
(HIV), Vírus da hepatite B (HBV) e Vírus da hepatite C (HCV), que passaram a 
representar um sério problema de saúde pública. Sobretudo em ocorrências de 
atendimento pré-hospitalar às vítimas de acidentes, o risco de aquisição de infecções 
virais como HIV e hepatites (B e C) é real, podendo variar de 0,09% (em caso de 
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contato de mucosa com sangue HIV positivo) a 60% (no caso de exposição ocupacional 
ao vírus da hepatite B). Por isso, equipamentos de proteção individual, como luvas e 
máscaras devem estar disponíveis e ser utilizados sempre que exista risco de contato 
com materiais biológicos humanos. 
 Hepatites 
Cinco diferentes vírus são reconhecidos como agentes etiológicos da hepatite viral 
humana: o vírus da hepatite A (HAV), o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite 
C (HCV), o vírus da hepatite D ou Delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV). 
As hepatites virais B e C, em especial, representam um grave problema de saúde 
pública tanto no Brasil quanto no mundo. Assim como as demais hepatites virais, são 
doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado, podendo evoluir para a hepatite 
crônica, que tem como principais complicações a cirrose hepática e o carcinoma 
hepatocelular (câncer de fígado). 
 
 
Transmissão: 
As Hepatites virais B e C possuem via de transmissão parenteral, sexual (esperma 
e secreção vaginal) e vertical, por diversos mecanismos, como o compartilhamento de 
material contaminado, seja para uso de drogas (seringas, agulhas e canudos), seja para 
higiene pessoal (alicates de unha, barbeadores, escova de dente), seja para colocação de 
tatuagens e piercings, entre outras. 
Prevenção: 
 Use preservativos de látex (―camisinha‖) nas relações sexuais; 
 Evite promiscuidade sexual (múltiplos parceiros); 
 Não compartilhe agulhas ou seringas; 
 Use luvas protetoras quando em contato com sangue ou outras secreções corporais; 
 Evite a ingestão de água e alimentos de origem e condições sanitárias desconhecidas. 
Vacinação: 
 É recomendada a vacina contra a hepatite B em três doses (dias 1, 30 e 180); 
 Em caso de exposição à doença, procure um médico imediatamente. 
 
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 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Humana (AIDS) 
É causada pelo ―vírus da imunodeficiência humana‖ (HIV). O vírus entra no 
organismo provocando defeitos no sistema de defesa contra infecções. 
Transmissão: 
 Contato direto do vírus com o sangue (transfusões, uso compartilhado de drogas 
endovenosas); 
 Contato íntimo (sexual) com a membrana mucosa dos olhos, boca, garganta, reto, ou 
vagina; 
 Parto ou amamentação realizada por lactante contaminada. 
Prevenção: 
 Use preservativos de látex (―camisinha‖) em todas as relações sexuais; 
 Não compartilhe agulhas ou seringas; procure ajuda médica para tratamento; 
 Evite a promiscuidade sexual (múltiplos parceiros); 
 Não faça aleitamento materno cruzado (o recém-nascido deve ser amamentado pela 
própria mãe, evitando-se a ―ama de leite‖). 
 
Procedimentos: 
 
 Evite o contato com sangue, sêmen e secreção vaginal dos portadores do vírus; 
 Pessoas com AIDS não precisam e não devem ser afastadas de suas casas, escolas, 
trabalho ou comunidades, já que não oferecem risco de contágio apenas pela 
convivência; 
 Evite o contato direto com a vítima, principalmente se houver sangue e secreções, 
pois podem estar contaminadas pelos vírus da AIDS ou da Hepatite B; 
 De maneira geral, recomenda-se que os cortes abertos sejam cobertos com bandagens 
ou tecidos plásticos, evitando o contato com o sangue da vítima; se não houver 
disponibilidade de conseguir luvas de látex, podem-se utilizar sacos plásticos; 
 Em caso de necessidade de realização do procedimento de respiração boca a boca, 
utilize alguma proteção para evitar o contato direto com a boca da vítima; mas vale 
salientar que não existe qualquer evidência de que a AIDS seja transmissível pela saliva. 
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Principais Meios de Contágio das Doenças Infectocontagiosas na Atividade Policial 
Militar 
 Contaminação das mãos no contato indireto, por rádio de comunicação, maçanetas, 
alça de mochila, puxadores de portas, ou outros objetos contaminados; 
 Exposição direta dos olhos, boca e mãos às secreções eliminadas pela vítima; 
 Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra; 
 Acidente com material perfuro-cortante; 
 Inobservância de normas de biossegurança em atividades de primeiros socorros ou 
durante o próprio processo de descontaminação de superfícies e materiais. 
 
 
 
 
Vale a pena lembrar! 
 
 
1. O vírus não pode penetrar na pele íntegra; 
 
 
2. A saliva não demonstrou transmitir 
HIV; 3. Não se contrai AIDS 
compartilhando o uso de vaso sanitário, copos, pratos ou talheres; 
4. Não se contrai AIDS pelo ar ou por picadas de mosquitos; 
5. AIDS não é doença de homossexuais ou prostitutas; estão expostas à doença 
também pessoas heterossexuais; 
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3. Biossegurança em Assepsia de Viaturas e Materiais. 
 
Quando e porque realizar a assepsia de viaturas e materiais: 
 Em caso de transporte de objetos sujos, contaminados; 
 Em caso de transporte de feridos (infratores, suspeitos e outras pessoas envolvidas 
em ocorrências policiais ou o próprio Policial Militar); 
 Socorro a vítimas de acidentes; 
 Socorro de parturientes; 
O objetivo é inibir a proliferação de agentes infecciosos e evitar a contaminação 
dos profissionais. 
Materiais: luvas de borracha, papel toalha ou lenço de papel descartável, pano de 
chão, rodo, hipoclorito de sódio 1% (solução pronto uso). 
 
Procedimentos: 
 
 Reúna os materiais e produtos necessários para executar a limpeza; 
 Use barreiras de proteção apropriadas para tarefa a ser executada (luvas, óculos de 
proteção); 
 Retire a matéria orgânica (se houver) com pano ou papel e despreze em saco de lixo 
que deverá ser bem vedado; 
 Realize a limpeza utilizando movimentos em um único sentido; 
 Coloque a solução de hipoclorito sódio 1% no local de onde foi retirada a matéria 
orgânica e deixe agir por 15 minutos; 
 Remova o hipoclorito de sódio da área higienizada; 
 Limpe com água e sabão o restante da área conforme técnica de dois baldes: (um 
balde com água e sabão; um balde com água limpa); 
 Descarte o lixo em local apropriado. 
4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) 
 
De acordo com a NR-6 do Ministério do Trabalho, Equipamento de Proteção 
Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo 
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trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde 
no trabalho. 
ATENÇÃO: EPIs não conferem 100% de proteção! 
 
Todo EPI deve apresentar um certificado de aprovação pelo Ministério do 
Trabalho,além dos certificados de conformidade de instituições como o INMETRO. Os 
EPIs devem estar dentro do prazo de validade. 
O empregador deve prover aos trabalhadores os EPIs, ensinar o correto uso e 
exigir sua utilização, responsabilizando-se pela higienização e substituição imediata 
quando danificados ou extraviados. Por outro lado, o empregado deve utilizar os EPIs 
apenas para a finalidade a que se destinam, responsabilizar-se pela guarda e 
conservação deles, comunicar ao empregador qualquer alteração que os torne 
impróprios para uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
4.1 Equipamentos de Proteção Individual na Atividade Policial Militar 
Dentre os diversos equipamentos de proteção utilizados pelas forças policiais, 
destacamos aqui aqueles destinados à proteção do profissional de segurança pública, dos 
quais os mais comuns e mais importantes são: 
 Colete balístico: Destinam-se à proteção, das regiões do tórax e abdome, contra de 
disparos de arma de fogo. Atualmente, o uso do colete à prova de balas como 
equipamento de proteção individual está amplamente difundido tanto no meio 
militar quanto no policial, desde as equipes dos grupos de operações especiais, no 
policiamento motorizado e até mesmo aos que cumprem o policiamento ostensivo a 
pé. 
 Capacetes e Escudos: Destinam-se à proteção do crânio e face em ocorrências onde 
se verificam possibilidades de impactos provenientes de arremesso de pedras e 
similares, golpes com barras metálicas e disparos de arma de fogo, dentre outros. 
 Máscara contra gases: A máscara contra gases é um equipamento de proteção 
individual, que permite a permanência do homem em atmosfera gaseada, sem que 
inspire ar contaminado. É o principal meio de proteção individual, tanto em ambiente 
químico quanto biológico ou nuclear. Na atividade policial é mais usada por grupos de 
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operações especiais e tropas de choque, visto que essas unidades policiais utilizam com 
maior frequência os agentes químicos, que exigem o uso deste importante EPI. 
 Perneiras: As perneiras, mais usadas por tropas de choque e grupos táticos, visam 
proteger os policiais contra objetos arremessados por possíveis agressores e pancadas 
das pernas contra objetos e barricadas durante a entrada em edificações. 
 Luvas e balaclavas: Confeccionados em NOMEX ou ARAMIDA, Esses 
equipamentos têm o objetivo de proteger o usuário de chamuscamento no rosto e nos 
braços, causados pelo lançamento de coquetéis molotov ou outros artefatos incendiários 
que possam vir a ser lançados contra a tropa ou por barreiras incendiárias. 
Figura 1. EPIs utilizados na atividade Policial Militar 
 
 
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Figura 2. EPI’s utilizados pelas forças de operações especiais da Policial Militar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ACONTECEU... 
 
Operação conjunta retira 102 usuários da cracolândia do Jacarezinho 
 
Fonte: http://extra.globo.com/noticias/rio/operacao-conjunta-retira-102-usuarios-
da-cracolandia-do-jacarezinho-1790796.html#ixzz3NSZtSY2W 
Observe que: Os usuários de drogas, injetáveis ou não, representam uma 
população bastante vulnerável à infecção pelo HIV. Isso ocorre pois, além do 
compartilhamento de aparatos para uso de droga injetável, outros comportamentos 
de risco comuns nesta população representam risco ampliado à infecção por HIV, 
como a troca de sexo por droga ou dinheiro, no contexto de uso infrequente ou 
não-uso de preservativos. 
As hepatites virais transmitidas por via parental e sexual, como a hepatite B 
(HBV) e a hepatite C (HCV), também apresentam taxas mais elevadas de infecção 
na população usuária de drogas. 
De posse destas informações, o Policial Militar deve sempre estar atento 
nas operações com populações de rua e usuários de drogas, em especial na 
realização de revistas, a fim de evitar acidentes com materiais perfuro-cortantes. 
 
http://extra.globo.com/noticias/rio/operacao-conjunta-retira-102-usuarios-da-cracolandia-do-jacarezinho-1790796.html#ixzz3NSZtSY2W
http://extra.globo.com/noticias/rio/operacao-conjunta-retira-102-usuarios-da-cracolandia-do-jacarezinho-1790796.html#ixzz3NSZtSY2W
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5. Conclusão 
 
O ser humano passa um grande número de horas em seu local de trabalho, que se 
não for favorável à sua saúde, pode levar ao desenvolvimento de doenças, agudas ou 
crônicas (por exemplo, ambientes contaminados e fechados, podem causar doenças do 
aparelho respiratório, dermatites e alergias). 
Os objetivos da higiene ocupacional são: 
 
 Eliminar as causas das doenças profissionais; 
 Reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho; 
 Manter a saúde dos trabalhadores e aumentar a produtividade por meio de controle 
do ambiente de trabalho. 
No caso do policial militar as implicações da higiene ocupacional são ainda 
maiores, uma vez que o mesmo trabalha em atividades variadas, quase sempre em 
ambientes impróprios. Assim, é fundamental observar as normas gerais de higiene, de 
prevenção de doenças e acidentes, para minimizar o efeito negativo sobre a saúde, 
causado pela exposição contínua a este tipo de meio ambiente. 
O uso dos EPIs consiste no artifício fundamental contra as possíveis injúrias 
físicas e aquisição doenças infectocontagiosas inerentes à atividade Policial Militar. 
Entretanto, o uso incorreto deste material determina proteção insuficiente e até mesmo 
eleva os riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
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SAIBA MAIS... 
CurRecomendações para atendimento e acompanhamento de exposição 
ocupacional a material Biológico: HIV e Hepatites B e C. Brasília: Ministério 
da Saúde; 2004. 
 
A higiene ocupacional aplica as normas gerais de higiene para proteção do 
indivíduo em seu ambiente de trabalho. 
Exercícios 
 
1 O que é higiene ocupacional e quais seus principais objetivos? 
2 Cite 3 princípios básicos de higiene e proteção na atividade policial militar 
3 Dentre as inúmeras doenças que podem ser adquiridas nas abordagens de urgência, 
quais são as que oferecem maior risco para saúde pública? 
4 Faça um pequeno resumo sobre a hepatite 
5 Faça um breve resumo sobre AIDS 
6 Cite 2 momentos em que se deve realizar a assepsia de viaturas e materiais, indicandi o 
motivo. 
7 O que são EPI’s 
8 Enumere os EPI’s da atividade policial 
 
 
 
 
1- Qual a relação entre a Higiene Ocupacional e a saúde do trabalhador? 
2- Quais são os principais meios de contágio das doenças infectocontagiosas na 
atividade Policial Militar? 
3- Quais são as principais doenças transmissíveis no socorro? Descreva as medidas 
de biossegurança na abordagem das vítimas de acidentes ou ocorrências policiais. 
4- Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são dispositivos ou produtos de 
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinados à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Enumere os principais 
Equipamentos de Proteção Individual destinados à atividade Policial Militar. 
 
 
 
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Aula 3 – Avaliação Geral da Vítima. 
 
 
1. Análise do Cenário 
 
Ao se deparar com o local de acidente ou 
desastre, o policial militar, antes de atender à(s) 
vítima(s), deve observar alguns fatores de 
extrema importância que preservarão sua 
segurança e de sua guarnição e auxiliarão no 
diagnóstico das lesões sofridas pela(s) vítima(s). 
Tais fatores são os seguintes: 
 Cinemática do trauma; 
 Neutralização do perigo; 
 Observação inicial do acidentado. 
Portanto, é necessário seguir uma rotina 
no atendimento, desde o deslocamento para o 
local do acidente ou desastre, passando pela 
chegada àárea de socorro, remoção e condução 
da ocorrência. Vejamos cada tópico 
separadamente. 
 
 
 
 
Postura do socorrista 
Quem presta o socorro deve ser ágil e se 
encontrar hábil a tomar rápidas decisões. É 
importante observar se existem perigos para o 
acidentado e para o socorrista, protegendo o 
acidentado de riscos. Pessoas envolvidas em 
acidentes podem perder o autocontrole, é 
importante cuidar dessas pessoas e afastá-las 
daquelas que apresentem ferimentos físicos. 
Exemplos de objetos que apresentam perigo são: 
fios desencapados, tráfego de veículos, 
andaimes, vazamento de combustíveis, 
máquinas em atividade e objetos perfurantes. 
A avaliação do acidentado deve ser feita na 
posição em que ele for encontrado, a 
mobilização só deve ser feita com segurança. 
Em alguns casos pode ser necessário 
movimentar o acidentado. Caso a vítima esteja 
em risco de afogamento ou em áreas de risco 
eminente de explosão ou desmoronamento, o 
socorrista deve retirá-la da maneira menos 
danosa possível.O acidentado deve ser mantido 
deitado de costas, até que sejam identificados os 
danos sofridos. Mobilizações só devem ser 
realizadas após o estudo da situação, devido a 
situações de emergência, ou no caso do 
acidentado estar inconsciente para posicionar 
sua cabeça lateralmente.erar de que na maioria 
das ocorrências envolvendo situações de 
emergência e acidentes, ele é o primeiro a 
chegar até a(s) vítima(s), tornando-se 
responsável, sobretudo, pelos primeiros socorros 
prestados e muitas vezes pela garantia de 
sobrevivência da(s) mesma(s). Desse modo, o 
policial militar deve estar preparado para agir 
com rapidez e segurança, de acordo com suas 
possibilidades e limitações, até a 
chegada do pessoal treinado em e Socorro de 
Emergência, bem como realizar corretamente o 
acionamento de apoio dos mesmos. 
 
 
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1.1 Cinemática Do Trauma 
Observação do local onde aconteceu o acidente, 
dos problemas apresentados e avaliação do local em 
relação ao risco para o policial militar e sua equipe. 
1.2 Neutralização do Perigo 
Deparando-se com o local de acidente ou 
desastre, é dever da guarnição analisar a área como 
um todo. Quando identificada uma situação de risco 
pela equipe, o policial militar deve procurar 
imediatamente neutralizá-la ou removê-la, manter a 
calma, afastar os curiosos, isolar e proteger o 
ambiente, autorizar a atuação de outras pessoas 
somente se estas forem qualificadas e identificadas. 
As situações de risco mais comumente encontradas são: 
 
 Emboscada; 
 Proximidade de curiosos; 
 Ataque de animais; 
 Incêndio; 
 Cabos elétricos energizados; 
 Desabamento; 
 Curto-circuito; 
 Vazamento de combustível. 
 
 
1.3 Exame Geral da Vítima (Avaliação Primária) 
A observação inicial da vítima é conhecida como Avaliação Primária, e quando 
bem feita, concorre de maneira decisiva no sucesso do socorro. 
Seu objetivo é identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a 
curto prazo. Assim, na avaliação primária o socorrista analisa o nível de consciência, a 
presença de pulso palpável (indicativo da presença ou ausência de circulação), a 
 
 
 
 
Em uma 
situação de emergência onde o 
policial militar assume o papel 
de socorrista, sua atitude deve 
ser de responsabilidade. 
Portanto, é imprescindível 
atuar com atenção e 
segurança, buscando proteger-
se de qualquer contaminação, 
minimizando os riscos de 
exposição, fazendo uso das 
precauções universais do 
socorro. 
 
 
 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
28 | P á g i n a 
 
presença de respiração e a qualidade da ventilação e sinais de hemorragia externa ou 
interna, intervindo sempre que necessário. 
 
1.3.1 Avaliação do nível de consciência 
Estando o ambiente seguro, o cidadão socorrista, de posse das barreiras de 
proteção, deve aproximar-se da vítima posicionando-se com os dois joelhos ao solo e, 
então, verificar o estado de consciência, fazendo uso da técnica AVDI: 
A – Alerta: vítima alerta, acordada; 
V – Estímulo Verbal: responsivo a estímulos verbais; 
D – Estímulo Doloroso: responsiva a estímulos dolorosos, através da técnica de 
esfregaço do meio do osso externo, evitando ao máximo utilizar a torção do mamilo, 
embora ainda permaneça no protocolo da OMS; 
I – Inconsciente: não responsiva. 
Em vítimas inconscientes, deve-se avaliar as funções vitais do organismo 
(batimentos cardíacos, respiração, temperatura, etc). 
Independente do estado da vítima deve-se acionar o serviço de atendimento 
móvel de urgência (SAMU), a fim de garantir assistência adequada e sua remoção, 
caso necessário. 
1.3.2 Avaliação da circulação 
Deve ser feita deve através da palpação do pulso carotídeo, que não deve demorar 
mais que 10 segundos, e na ausência deste iniciar as compressões torácicas. 
Em bebês deve ser utilizada a artéria braquial, palpável 
na face interna do braço, entre o cotovelo e o ombro. 
Ainda nesta fase da avaliação, caso seja constatada a 
presença de grandes hemorragias, deve-se providenciar sua 
contenção. Pulso fraco, inconsciência, pele fria e pegajosa, de 
coloração acinzentada ou pálida são indicativos de uma rápida diminuição do volume 
sanguíneo resultante de presença de hemorragia. Logo, o socorrista deve também 
atentar para uma avaliação rápida destes sinais vitais nesta fase da avaliação. 
 
Figura 2. Pulso da artéria carótida 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
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1.3.3 Avaliação e manutenção de vias aéreas 
Estando a vítima inconsciente, deve ser feita a abertura das vias aéreas através da 
inclinação da cabeça e elevação do queixo. 
Em caso de suspeita de trauma medular, deve-se fazer somente a elevação da 
mandíbula, tomando-se o cuidado para que as manobras realizadas sejam feitas com a 
proteção da coluna cervical, isto é, de sem hiperextensão da cabeça. 
A seguir abre-se a boca da vítima à procura de objetos estranhos que possam 
obstruir a passagem de ar para os pulmões, como: prótese dentária deslocada, dentes 
quebrados, balas, etc. 
Deve-se fazer a lateralização da cabeça em caso de vômito ou secreções 
abundantes na região oral, a fim de evitar a aspiração e manter desobstruídas as vias 
aéreas superiores. Entretanto, A principal causa de asfixia em vítimas inconscientes é a 
obstrução pela própria língua devido à falta de tônus muscular. Assim, evitar a queda da 
língua e manter a permeabilidade das vias aéreas, pode salvar muitas vidas. 
 
 
1.3.4 Avaliação da respiração 
A abertura das vias aéreas por si só não significa respiração adequada, estando a 
vítima inconsciente é preciso avaliar sua respiração, para tanto, pode-se apoiar a mão 
sobre o peito ou costas da vítima, o que irá permitir visualizar e sentir os movimentos 
respiratórios. Outro modo seguro é aproximar o ouvido das vias aéreas da vítima de 
modo a ouvir o som oriundo da passagem de ar, bem como verificar a presença de 
ruídos que denotem alguma dificuldade respiratória. 
 
 
Figura 3 - Manobra da 
inclinação da cabeça e 
elevação do queixo. 
Figura 4 - Manobra 
de elevação do 
ângulo da mandíbula. 
Figura 5 – Inspeção e 
desobstrução de vias 
aéreas. 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
30 | P á g i n a 
 
É possível avaliar a respiração e circulação simultaneamente, posicionando dois 
dedos sobre a artéria carótida e aproximando seu ouvido do nariz e boca da 
vítima. Assim, você terá uma noção mais rápida da respiração e circulação, 
poupando tempo. 
 
1.3.5 Exame físico 
O exame físico deve ser feito através da inspeção e palpação do corpo da vítima, 
no sentido céfalo - caudal, isto é, da cabeça até os pés. Ao examinar devemos saber o 
que estamos procurando, pois do contrário os sinais aparecerão e passarão 
despercebidos podendo levar a complicações diversas ou até mesmo ao óbito. 
 Cabeça e pescoço: Observar a coloração da face; 
 Verificar a existência de corpos estranhos nas vias aéreas; 
 Pesquisar hemorragias, ferimentos ou queimaduras no nariz e nos olhos; 
 Verificar se a vítima consegue abrir os olhos e se enxerga bem; 
 Observar os ouvidos; 
 Apalpar delicadamente todo o crânio, verificando se há depressões nos ossos; 
 Apalpar o pescoço e checar o pulso carotídeo; 
 Apalpar a coluna vertebral da nuca até os ombros, procurando por deformidades. 
 Coluna vertebral 
 Correr a mão pela coluna desde os ombros até a região sacra, procurando 
irregularidades ou sensações dolorosas; 
 Se suspeitar de fratura de coluna, toda movimentação deverá ser evitada. 
 Tórax e membros superiores 
 Pesquisar ferimentos no peito, dor ao respirar ou ao comprimir o tórax; 
 Tentar localizar dores nos ombros, cotovelos, punhos ou entre essas regiões, 
procurando luxações ou edemas (inchaços); 
 Estando a vítima inconsciente, fazer esta avaliação com mais cuidado, pois os 
parâmetros de dor e incapacidade funcional não podem ser pesquisados. 
 
 
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31 | P á g i n a 
 
 Abdômen e membros inferiores 
 
 Procurar ferimentos, rigidez muscular ou dores abdominais; 
 Pesquisar dor e incapacidade funcional nos membros inferiores, deformações e 
edemas; 
 Observar quanto à possibilidade de ter havido fratura do osso da pelve e hemorragia 
interna. 
Atenção! É importante procurar nos documentos qualquer informação sobre 
possíveis doenças de que a vítima seja portadora. 
 
 
 
 
SAIBA MAIS... 
 
 
Observe que: Quando se está prestando socorro a uma pessoa, não se deve dizer 
que ela está bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer 
para a pessoa não se preocupar quando, na verdade, percebe-se claramente que 
existe algo de errado. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo 
com o que se preocupar. 
A pessoa que presta socorro deve acalmar a vítima, transmitir-lhe 
segurança e conforto. Precisa observar sua linguagem a fim de jamais fazer 
comentários sobre a gravidade do acidente diante da vítima, ou dizer 
qualquer coisa que possa piorar o estado da mesma. 
O diálogo com a vítima pode ser essencial para tranquiliza-la, entretanto, é 
primordial ter discernimento quanto ao que será comunicado à mesma, durante o 
atendimento de emergência. Lembre-se: a finalidade principal dos primeiros 
socorros consiste de evitar o agravamento do estado da vítima (quer seja físico ou 
emocional), até a chegada da ajuda especializada. 
 
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32 | P á g i n a 
 
2. Suporte Básico de Vida 
 
É um conjunto de procedimentos encadeados em sequência fixa, caso a vítima 
apresente para respiratória ou cardiorrespiratória, que visa manter as funções vitais 
mínimas (circulação e respiração) até a chegada de auxílio especializado. Os passos 
básicos do Suporte Básico de Vida são chamados de ―ABC da Reanimação‖, na 
verdade, CAB de acordo com o novo protocolo preconizado pela Associação 
Americana do Coração em 2010. 
C = Manter funcionando a circulação e controlar grandes hemorragias; 
A = Manter a permeabilidade das vias aéreas com estabilização da coluna cervical; 
B = Assegurar uma boa respiração. 
Assim, a sequência de procedimentos do suporte básico de vida é: 
 Reconhecimento rápido da parada cardíaca e início imediato das compressões 
torácicas com vistas à reanimação cardiopulmonar e manutenção da circulação; 
 Ação rápida diante de qualquer vítima que se torne inconsciente com atenção à 
abertura de vias aéreas e manutenção de sua permeabilidade, procedendo a respiração 
de resgate para vítimas em parada respiratória; 
 Reconhecimento e tratamento da obstrução das vias aéreas por corpo estranho. 
 
2.1 Parada Cardíaca 
A parada cardíaca representa uma situação de emergência muito grave e requer 
tratamento imediato. A falta de circulação sanguínea no organismo decorre da falta de 
bombeamento por parte do coração, leva à falência sucessiva de vários órgãos do nosso 
corpo, iniciando-se pelo cérebro, pois os neurônios não suportam mais que cinco 
minutos sem oxigênio para realizar seu metabolismo. Da mesma forma, há a falência 
dos outros órgãos, determinando, em poucos minutos, a morte do indivíduo. 
 Ausência de batimentos cardíacos e pulsação; 
 Ausência de respiração; 
 Inconsciência; 
 Lábios, unhas e língua com coloração azulada ou arroxeada (cianóticos); 
 Palidez excessiva; 
 Pupilas dilatadas. 
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33 | P á g i n a 
 
2.1.1 Reanimação Cardiopulmonar (RCP) em adultos 
Procedimentos: 
 Para que os procedimentos de RCP sejam eficazes, a vítima deve ser posicionada 
sobre uma superfície plana e rígida em decúbito dorsal (ditada de costas no solo). A 
cabeça não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo sanguíneo 
cerebral; 
 Apoie a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno; 
 Coloque a outra mão sobre a primeira. Os dedos podem ficar estendidos ou 
entrelaçados, mas não devem ficar em contato com o esterno; 
 A compressão deve ser feita diretamente sobre o esterno, na frequência de, no 
mínimo, 100 compressões/min, profundidade igual ou maior que 5cm, sempre 
permitindo o retorno do tórax após cada compressão; 
 A força da compressão deve ser provida pelo peso do seu tronco e não pela força de 
seus braços; 
 Efetue 30 compressões sobre o esterno seguidas de 2 ventilações; 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço médico de urgência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se: 
São 30 compressões para duas ventilações sobre o esterno 
 
Figura 6 – Localização do ponto para realização das compressões torácicas 
 
Figura 7 - Posicionamento para 
realização das compressões torácicas 
Figura 8 - Realização de compressões 
e ventilações. 
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34 | P á g i n a 
 
2.1.2 Reanimação Cardiopulmonar (RCP) em crianças de 1 a 8 anos 
Procedimentos: 
 A vítima deve ser posicionada sobre uma superfície plana e rígida em decúbito 
dorsal; 
 As compressões devem ser realizadas na metade inferior do esterno, sempre evitando 
o apêndice xifoide, com 1 ou 2 mãos, o que determina se será necessária a utilização de 
1 ou 2 mãos é o diâmetro anteroposterior (AP) da vítima; 
 A frequência das compressões deve ser, no mínimo, de 100/min e no máximo de 
120/min, se for realizar apenas compressões, com profundidade de no mínimo 1/3 do 
diâmetro torácico, cerca de 5 cm, sempre permitindo o retorno total do tórax à sua 
posição inicial, após cada compressão; 
 Assim como na RCP em adultos, a relação de compressões/ventilações deve ser de 
30 compressões para 2 ventilações; 
 A cada 30 compressões e 2 ventilações é denominado 1 ciclo; 
 Deve-se minimizar as interrupções nas compressões, não demorar mais de 10 
segundos entre a última compressão de um ciclo e a primeira compressão do ciclo 
seguinte; 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço médico de urgência. 
 
 
Figura 9 - Compressões torácicas em crianças com 1 ou 2 mãos. 
 
2.1.3 Reanimação Cardiopulmonar (RCP) em bebês de 0 a 1 ano de vida 
Procedimentos: 
 Deitar a criança sobre uma superfície firme; 
 Traçar uma linha imaginária nos mamilos, colocar 2 dedos logo abaixo da linha 
intermamilar e comprimir o tórax no esterno, em linha reta, numa profundidade de 1/3 
da altura anteroposterior do tórax, cerca de 4cm; 
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35 | P á g i n a 
 
 A frequência das compressões deve ser, no mínimo, de no mínimo 100 compressões 
por minuto. O tórax deve retornar à sua posição normal após cada compressão. 
 No atendimento com apenas um socorrista, realizar 30 compressões e 2 ventilações; 
 Na existência de dois socorristas, um profissional deve realizar compressões 
torácicas, enquanto o outro mantém a viaaérea aberta e executa ventilações a uma razão 
de 15 compressões e 2 ventilações, com interrupções mínimas nas compressões 
torácicas. 
 O procedimento deve ser repetido até a chegada do serviço médico de urgência. 
 
Figura 10 - Compressões torácicas realizadas por 1 socorrista em lactente. 
2.2 Parada Respiratória 
A parada respiratória é a suspensão súbita dos movimentos respiratórios que pode 
ou não se acompanhada de parada cardíaca. Em geral, o fluxo sanguíneo cerebral 
inadequado, resultante de acidente vascular cerebral, choque ou parada cardíaca pode 
afetar gravemente o centro respiratório encefálico, responsável pelo controle da 
respiração, provocando então a parada respiratória. Entretanto, uma parada respiratória 
pode ser provocada também quando a oxigenação do sangue for muito reduzida, mesmo 
que a quantidade de sangue que circula pelo encéfalo seja normal. Nesses casos, a 
vítima pode apresentar uma parada respiratória completa ou realizar esforços 
respiratórios ineficazes – respirações ―agônicas‖, geralmente associados à contrações de 
músculos de braços e pernas. 
Sinais: 
 O peito da vítima não se mexe quando ocorre parada dos movimentos respiratórios; 
 Os lábios, língua e unhas ficam azulados (cianótico). 
Causas: 
 Gases venenosos, vapores químicos ou falta de oxigênio; 
 Envenenamento com ingestão de sedativos ou produtos químicos; 
 Abalos violentos resultantes de explosão; 
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36 | P á g i n a 
 
 Pancada na cabeça ou no abdômen; 
 Choque elétrico; 
 Soterramento; 
 Afogamento. 
Tão logo seja evidenciada a parada respiratória ou respiração anormal em uma 
vítima, deve ser realizada a reanimação pulmonar através das respirações de resgate. 
2.2.1 Método de respiração boca a boca (para adultos) 
Procedimentos: 
 Coloque-a deitada de costas, levante seu pescoço com uma das mãos e incline a 
cabeça dela para trás, mantendo-a nesta posição; 
 Verifique se há qualquer objeto obstruindo a boca ou a garganta da vítima; 
 Use a mão que levantou o pescoço para puxar o queixo da vítima para cima, de 
forma que a língua não impeça a passagem do ar; 
 Feche bem as narinas da vítima usando o polegar e o indicador; 
 Coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima; 
 Sopre para dentro de sua boca até notar que o peito está se levantando; 
 Deixe-a expirar livremente; 
 Repita o movimento 12 a 18 vezes por minuto. 
 
 Figura 11 – Método de respiração boa a boca. 
2.2.2 Método boca a boca/nariz (para crianças e bebês) 
Procedimentos: 
 Deite a criança com o rosto para cima e a cabeça inclinada para trás; 
 Levante seu queixo de modo que fique projetado para fora; 
 Conserve a criança nessa posição de forma que a língua não obstrua a passagem de 
ar; 
 Coloque a boca sobre a boca e o nariz da criança, soprando suavemente até notar que 
seu peito se levanta; 
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37 | P á g i n a 
 
 Deixe-a expirar livremente; 
 Tão logo a criança expire, repita o método; 
 Mantenha um ritmo de 12 a 18 ventilações por minuto; 
 Sempre que possível, pressione levemente o estômago da criança para evitar que este 
se encha de ar. 
 
Figura 12 – Método de respiração boca a boca/nariz 
3. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) 
 
 
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou 
parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e 
manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e 
devem ser feitas de maneira rápida e prioritária, podendo resultar em morte dentro de 
minutos se não tratadas. 
Uma vítima pode desenvolver obstrução de vias aéreas devido a causas intrínsecas 
(obstrução das vias aéreas por relaxamento da língua) ou extrínsecas (aspiração de 
corpo estranho). 
 
3.1 Classificação da Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho 
(OVACE): 
 Obstrução leve (parcial): A vítima apesenta sibilos e respiração ruidosa. No 
entanto, é capaz de tossir e ainda consegue manter uma troca gasosa satisfatória. Neste 
caso, o socorrista não realiza as manobras para expelir o corpo estranho. Deve encorajar 
a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, até a chegada do 
serviço médico de urgência. 
 Obstrução Grave (total): A vítima apesenta aumento na dificuldade respiratória e 
incapacidade de tossir ou falar. Pode ainda demonstrar o sinal clássico, universal de 
asfixia, agarrando o próprio pescoço, apresentando ansiedade e cianose. Neste caso, a 
pronta ação do socorrista é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está 
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38 | P á g i n a 
 
consciente. A intervenção precoce é fundamental para que o atendimento seja o mais 
eficaz possível. 
3.2 Desobstrução das Vias Aéreas 
Em caso de obstrução grave das vias aéreas em vítima consciente, deve-se utilizar 
a Manobra de Heimlich. Esta técnica foi descrita, em 1974, pelo médico americano 
Henry Heimlich. Consiste em um impulso abdominal, o qual eleva o diafragma e 
aumenta a pressão na via aérea, forçando o ar residual dos pulmões. O que pode ser 
suficiente para criar uma tosse artificial e expelir o corpo estranho da via aérea. 
 
Procedimentos: 
 Em adultos 
 Posicione-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome. Estando a vítima em 
pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma perna entre 
as pernas da vítima (para evitar que ela caia, caso venha perder a consciência); 
 Localizar o umbigo; 
 Colocar a mão fechada 1 dedo acima do umbigo. A mão do socorrista em contato 
com o abdome da vítima está com o punho fechado e o polegar voltado para dentro. A 
outra mão é colocada sobre a primeira; 
 Aplicar 5 compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima. 
 Conferir se a vítima voltou a respirar expelindo o objeto; 
 Se necessário, reposicionar e repetir os ciclos de 5 compressões, até que o objeto 
desobstrua as vias aéreas, ou a vítima perca a consciência; 
 Se a vítima ficou inconsciente, apoiá-la cuidadosamente até o solo e iniciar manobras 
de reanimação cardiopulmonar (30 compressões torácicas e 2 ventilações). Reavaliar a 
cada 2 minutos (5 ciclos) ou se a vítima mostrar sinais de desobstrução, respiração 
espontânea e circulação); 
 Se a vítima for menor que o socorrista, o mesmo poderá posicionar-se de joelhos 
atrás da mesma para a realização da manobra de Heimlich; 
 Se a vítima estiver grávida ou for obesa, compressões torácicas devem substituir as 
compressões abdominais. 
 
 
. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1974
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Heimlich
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39 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção! 
A manobra de Heimlich é perigosa e poderá provocar lesões internas graves. As 
principais complicações são lesões de vísceras abdominais como o fígado e o baço e 
a regurgitação de material do estômago com bronco aspiração. Sendo, portanto, 
recomendada apenas para crianças maiores de 1 ano e adultos. 
Sempre encaminhe a vítima ao médico após a aplicação da Manobra. 
 
 Em Crianças 
As técnicas utilizadas caso a vítima seja uma criança são semelhantes às efetuadas 
em um adulto, variando apenas a força com que são aplicadas. Sendo assim: 
 Estimule a criança a tossir; 
 Se a tosse for ineficaz, aplique 5 pancadas interescapulares; 
 Se a criança continuar com obstrução, deve-se iniciar a Manobra de Heimlich (5 
compressões abdominais); 
 Repita sucessivamente séries de 5 pancadas interescapulares e 5 compressões 
abdominais, até o objeto sair. 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Compressões abdominais 
em adultos 
Figura 15 - Compressões torácicas em 
vítimas grávidas ou obesas 
Figura 16 - Compressões abdominais 
em criança. 
Figura 17 – Compressões abdominais podem ser 
realizadas com acriança sentada 
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 Em bebês 
 Coloque a vítima em decúbito ventral com a cabeça mais baixa do que o resto do 
corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax sobre o antebraço e/ou 
coxa; 
 Aplique 5 pancadas interescapulares (entre as omoplatas, com a mão em forma de 
concha) para remover o objeto; 
 Se não surtir efeito, inicie 5 compressões torácicas (em vez das 5 compressões 
abdominais que se efetuam caso a vítima seja um adulto), com a finalidade de deslocar 
o objeto; 
 Continue a executar 5 pancadas interescapulares, alternando com 5 compressões 
torácicas, até o objeto sair. 
 
 
 
 
 
4. Biossegurança em Procedimentos de Suporte Básico à Vida 
 
Durante os primeiros socorros e procedimentos de suporte básico à vida o 
policial militar esta exposto a riscos de contato com sangue ou secreções da vítima, 
inalação de partículas de risco biológico e de exposição a doenças transmitidas por 
contato. 
Existe sempre a preocupação da exposição ao sangue durante um atendimento de 
primeiros socorros, que em geral pode ocorrer de três formas: 
 
 Por perfuração de pele intacta (agulhas ou outros objetos cortantes); 
 Por contato direto com mucosas (boca, olhos); 
 Por contato com pele não intacta (dermatite, lesão traumática não cicatrizada). 
Entretanto, merece também atenção à exposição a diversas outras secreções da 
vítima, tais como, urina, fezes, vômito, saliva, muco, secreções vaginais, sêmen, líquor, 
líquido sinovial e pericárdico, líquido pleural e ascético, líquido amniótico. Toda e 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
41 | P á g i n a 
 
qualquer secreção deve ser considerada potencialmente capaz de transmitir uma doença 
infectocontagiosa 
De maneira geral recomenda-se que: 
 O socorrista deve evitar o contato direto com a vítima, principalmente se houver 
sangue e secreções; 
 Os cortes abertos devem ser cobertos com bandagem, tecidos plásticos, evitando o 
contato com o sangue da vítima; 
 Se não houver disponibilidade de conseguir luvas de látex, podem-se improvisar 
sacos plásticos a fim de evitar o contato com as secreções da vítima; 
 Se necessário, aplicar a respiração boca a boca, utilize mecanismos de barreira para 
evitar o contato direto com a boca da vítima, embora as evidências de contaminação 
com a realização de ventilação boca a boca sejam mínimas. 
 O uso de barreiras de proteção demonstra respeito também pela vítima, visto que o 
contágio inverso poderá também ocorrer. 
 
A maioria das emergências ocorre dentro ou perto de seu domicílio, portanto é 
maior a possibilidade de você prestar atendimento a um familiar ou a um amigo. Em 
todo o caso, ainda que a vítima seja uma pessoa conhecida por você, todos os cuidados 
de biossegurança devem ser adotados durante o socorro. 
Lembre-se: 
O uso de barreiras de proteção adequadas demostra respeito pela vítima e por si 
mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS... 
American Heart Association - Destaques das Diretrizes da American Heart 
Association 2010 para RCP e ACE. [versão em Português]. Disponível em: 
http://www.heart.org/idc/groups/heart-public/@wcm/@ecc/documents/ 
downloadable / ucm_317343.pdf 
http://www.heart.org/idc/groups/heart-public/@wcm/@ecc/documents/%20downloadable%20/%20ucm_317343.pdf
http://www.heart.org/idc/groups/heart-public/@wcm/@ecc/documents/%20downloadable%20/%20ucm_317343.pdf
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42 | P á g i n a 
 
5. Conclusão 
 
Toda a avaliação individual da vítima inicia-se com a observação da cena onde 
ocorreu o fato. Dessa observação, será possível ter alguma ideia das lesões que a pessoa 
sofreu, especialmente quando estas não são externas e abertas. 
Primeiramente, deve-se verificar se a vítima está ou não consciente, através de 
três chamadas repetidas, e contatar a equipe de socorro. Em vítimas inconscientes, deve-
se avaliar a circulação, hemorragia, vias aéreas, respiração e pulsação. O estado 
circulatório deve ser avaliado pela pulsação em grandes vasos e as vias aéreas devem 
ser mantidas desobstruídas, garantindo a boa respiração da vítima. Grandes hemorragias 
devem ser contidas tão logo sejam identificadas a fim de prevenir o agravamento do 
estado da vítima com evolução para uma parada cardiorrespiratória. 
Quando se reconhecer a falência do sistema respiratório ou cardiovascular, deve-
se estabelecer o suporte básico de vida. Na parada cardíaca, inicia-se de imediato a 
técnica de massagem cardíaca externa. Já na parada respiratória, a técnica de respiração 
boca a boca é o método mais eficiente de prover respiração artificial à vítima. Podem 
ser estabelecidas ao mesmo tempo, constituindo etapas imprescindíveis do suporte 
básico de vida. 
No caso de obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, inicia-se de imediato a 
manobra de Heimlich, em adultos ou crianças maiores de 1 ano. 
Em caso de bebês, são frequentes as ocorrências de obstrução de vias aéreas, 
principalmente durante a amamentação. O procedimento de desobstrução deve ser 
imediato e realizado com cuidado através de pancadas interescapulares com a cabeça da 
vítima inclinada para baixo. 
A fim de garantir a biossegurança no socorro, o policial militar deve-se evitar o 
contato direto com as secreções da vítima, utilizando barreiras de proteção, sendo as 
luvas de látex o principal EPI a ser usado. O uso de barreiras de proteção demonstra 
responsabilidade do profissional e respeito também pela vítima, visto que o contágio 
inverso também pode ocorrer em um atendimento de urgência. 
 
 
BIOSSEGURANÇA EM ABORDAGENS DE URGÊNCIA 
 
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Exercícios 
1 Em que consiste a análise do cenário? 
2 Discorra sobre os 3 fatores de preservação da segurança em um cenário de acidente 
3 Quais são as etapas de avaliação primária ou exame geral da vítima? 
4 O que é AVDI? 
5 Indique o local de palpação para verificar a pulsação cardíaca em adultos e bebês? 
6 Como deve ser feita a desobstrução das vias aéreas? 
7 Como se avalia a respiração das vítimas? 
8 No exame físico, devemos fazer a avaliação no sentido céfalo-caudal, procurando sinais 
de lesão, sendo assim, cite 2 sinais de cada parte do corpo respectivamente. 
9 O que é um suporte básico de vida? 
10 Cite 4 sintomas de parada cardíaca 
11 Discorra sobre a RCP em adultos, criança e bebês 
12 O que se entende por 1 ciclo de RCP? 
13 Cite 2 sinais e 5 causas da parada respiratória 
14 Resuma o movimento de respiração boca a boca e boca a boca/nariz 
14 O que é OVACE? Qual sua classificação? 
15 Em que consiste a manobra de Heimlich? 
16 Quais recomendações o policial militar deve seguir para evitar o contato com as 
secreções da vítima? 
 
 
 
 
1- Descreva os passos básicos do Suporte Básico de Vida de acordo com o novo 
protocolo preconizado pela Associação Americana do Coração em 2010. 
2- Qual o número preconizado de compressões e de ventilações sobre o esterno por 
minuto em uma manobra de reanimação cardiopulmonar em adultos? 
3- Em caso de obstrução de vias aéreas por corpo estranho, quais procedimentos 
devem ser adotados na obstrução parcial e na obstrução total da via aérea? 
4- Divida a turma em grupos, realize uma demonstração prática das etapas de 
avaliação geral da vítima. 
 
 
 
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Exercícios 
 
Policiais de UPPs recebem instrução para atendimentos básicos de 
emergência 
Fonte: UPP RJ 
Observe que: Na rotina de uma Unidade de Polícia Pacificadora, muitas vezes os 
policiais se veem diante de situações que fogem da atividade regular de 
patrulhamento. O apoio a uma mãe em trabalho de parto ou mesmo a uma pessoa 
vítima de mal súbito, por exemplo, exigem do policial rapidez e o domínio de 
conhecimentos básicos para prestar um pronto atendimento. Foi com o objetivo de 
dotar os policiais de UPPs com essas técnicas que oficiais

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