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Maturação dos Linfócitos e Expressão

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Imunologia 
Maturação dos Linfócitos e Expressão dos Receptores de Antígenos 
 
Maturação dos Linfócitos 
Os linfócitos expressam diferentes receptores específicos de antígenos que são capazes de 
reconhecer uma grande variedade de substâncias estranhas, sendo esta uma diversidade gerada 
durante o desenvolvimento dos linfócitos B e T maduros a partir de células precursoras. Logo, esse 
processo pelo qual os progenitores dos linfócitos no timo e na medula óssea se diferenciam em 
linfócitos maduros é denominado ​maturação de linfócitos​. 
Os linfócitos T e B possuem grande semelhança no processo de maturação inicial através 
dos órgãos linfóides primários, sendo que cada clone de linfócito T e B, reconhecem um antígeno 
diferente. 
O linfócito T vem com um repertório pronto para reconhecer uma infinidade de antígenos. 
Tanto para o TCR, quanto para as imunoglobulinas, existem porções nos genes que sofrem 
RECOMBINAÇÃO SOMÁTICA DO DNA (que vai alterar a sequência de DNA em certo momento 
da maturação dos linfócitos). 
Quando altera essa sequência, cada clone pode reconhecer um tipo de antígeno diferente, 
isso é vantajoso, porque pode fazer vários tipos de recombinações que podem aumentar o poder 
de reconhecimento, além de aumentar a diversidade. 
 
Desenvolvimento dos Linfócitos 
Os linfócitos B e T originam-se de um precursor comum derivado da medula óssea, que se 
compromete com a linhagem linfocitária. A maturação das células B prossegue na medula óssea, 
enquanto os progenitores iniciais das células T migram para o timo, onde completam a sua 
maturação. 
A maturação inicial caracteriza-se por proliferação celular induzida por citocinas, 
principalmente a IL-7, levando a uma expansão do número de linfócitos que acabaram de se 
comprometer com linhagens individuais. Ou seja, a maturação dos linfócitos consiste em 3 tipos de 
processos: 
1. Proliferação das células imaturas (células-tronco e pró-linfócitos); 
2. Expressão de genes dos receptores de antígeno (pré-linfocito); 
3. Seleção de linfócitos que expressam receptores de a nt íge no funcionais (linfócito 
imaturo e se for selecionado linfócito maduro); 
 
***A maturação do linfócito B é na medula óssea, especificamente na bursa de Fabrício (B de 
Bursa de Fabrício) e a maturação de linfócito T acontece no Timo (T de timo); 
 
Classes de linfócitos. 
As diversas classes de 
linfócitos reconhecem 
tipos distintos de 
antígenos, 
diferenciando-se em 
células efetoras, cuja 
função é eliminar os 
antígenos. Os linfócitos 
B reconhecem os 
antígenos solúveis ou 
de superfície, 
diferenciando-se em 
células secretoras de 
anticorpos. Os linfócitos 
T auxiliares 
reconhecem os 
antígenos na superfície 
das células 
apresentadoras de 
antígenos e secretam 
citocinas, que 
estimulam diversos 
mecanismos de 
imunidade e inflamação. Linfócitos T citotóxicos reconhecem antígenos em células infectadas e 
matam essas células. (Note que os linfócitos T reconhecem peptídeos que são apresentados por 
moléculas do MHC). Células T reguladoras limitam a ativação de outros linfócitos, especialmente 
de células T, e previnem a autoimunidade. 
 
Estágios gerais da maturação: 
1. Acontece uma proliferação que maximiza o número de células que são capazes de 
expressar receptores de antígenos funcionais e maturarem em linfócitos funcionalmente 
competentes; 
2. A interleucina 7 (IL-7) é quem estimula a proliferação dos progenitores de LT e LB (isso 
antes deles gerarem os receptores de antígenos); 
3. Depois de um grande número de linfócitos serem gerados, os receptores de antígenos 
começam a ser produzidos; 
4. Os receptores são expressos a partir de vários segmentos gênicos na linhagem germinativa 
e se recombinam durante a maturação dos linfócitos e recebem os sinais para mais 
proliferação (dessa vez proliferar clones de linfócitos com receptores e somente receptores 
intactos); 
5. Os linfócitos maduros são selecionados em vários estágios durante esse processo de 
maturação de modo a preservar sua capacidade funcional; 
6. São eventos de seleção que preservam as células que produzem proteínas receptoras de 
antígeno funcionais e eliminam células potencialmente perigosas que reconhecem 
fortemente antígenos próprios (isso não pode acontecer); 
7. Esses pontos de controle durante o desenvolvimento asseguram o amadurecimento dos 
linfócitos que expressam os receptores funcionais com específico da des úteis e sua entrada 
no sistema imune periférico; 
 
Linfócitos T 
Populações funcionalmente distintas expressam diferentes proteínas de membrana: 
marcadores fenotípicos e papel importante nas funções biológicas. 
 
Linfócitos T ​Helper = CD4+: ​capacidade de produzir citocinas em resposta ao estímulo e 
expressar moléculas efetoras que ativa os linfócitos B, células dendríticas e macrófagos; 
Linfócitos Citotóxicos (CTL) = CD8+: ​produzem e liberam moléculas capazes de destruir outras 
células (perforinas, granzimas); 
 
CD (Cluster of Differentiation): molécula reconhecida por um cluster de anticorpos monoclonais 
que pode ser usado para identificar e/ou isolar uma linhagem ou estágio de diferenciação dos 
linfócitos, distinguindo entre classes. 
O linfócito T reconhecem e respondem a antígenos associados à superfície celular, mas não 
antígenos solúveis. Reconhecem apenas antígenos peptídicos ligados a proteínas que são 
codificadas pelo MHC e expressas na superfície de outras células. 
 
Desenvolvimento dos Linfócitos T α-β 
Os linfócitos T originam-se de precursores que surgem no fígado fetal e na medula óssea 
adulta e se alojam no timo por meio da corrente sanguínea. Os linfócitos T em desenvolvimento no 
timo são denominados de ​timócitos​, sendo que o ambiente do timo proporciona estímulos que são 
necessários para a proliferação e maturação desses timócitos. 
Por exemplo, as células do estroma do timo, incluindo células epiteliais, ​secretam IL-7​, 
que é um fator de crescimento linfopoiético crítico. 
Antes de terminar o rearranjo de TCR, a IL-7 do timo estimula a proliferação de progenitores. 
Principais etapas do desenvolvimento dos Linfócitos T α-β: 
1. Opção da célula-tronco por T; 
2. Proliferação; 
3. Rearranjo e expressão do TCR; 
4. Seleção; 
5. Diferenciação em CD4+ ou CD8+; 
6. Recirculação; 
 
As células T α-β amadurecem em células TCD4+ restritas ao MHC classe II ou TCD8+ 
restritas ao MHC classe I à medida que saem do córtex e entram na zona medular. Na medula do 
timo, os timócitos positivos unicamente para CD4+ e CD8+ saem do timo através da circulação. 
 
O ambiente do timo proporciona estímulos que são necessários para a proliferação e maturação 
dos timócitos. 
● Células epiteliais tímicas medulares têm o papel de apresentação de antígenos próprios 
para seleção negativa dos linfócitos T. 
● A migração das células T em desenvolvimento faz elas terem contato com células 
dendríticas e macrófagos, que são indispensáveis para a maturação e seleção dos linfócitos 
T. 
● As células epiteliais e dendríticas apresentam moléculas de MHC I e II que selecionam o 
repertório das células T. 
 
O movimento dentro e através do timo é mediado por quimiocinas 
● A entrada de precursores no timo depende das quimiocinas expressas no córtex do timo, 
CCL25, que são reconhecidos pelo receptor CCR9. 
● Os timócitosexpressam CCR7 que reconhecem CCL21 e CCL19, que medeiam o 
movimento das células T em desenvolvimento do córtex para a medula. 
● Os linfócitos T recém formados expressam receptores de esfingosina-1-fosfato (S1PR1) que 
os fazem migrar da medula tímica para a circulação. 
Timócitos Duplo-Negativos 
Os timócitos corticais mais imaturos, recém-chegados da medula 
óssea, contém genes de TCR na sua configuração de linhagem 
germinativa, mas ​NÃO expressam TCR, CD3, cadeias ζ (zeta), CD4 ou 
CD8, logo, estas células são denominadas timócitos duplo-negativos e 
estão no estágio de células pró-T de maturação. A maioria (> 90%) dos 
timócitos duplo-negativos darão origem a linfócitos T CD4+ e CD8+ que 
expressam TCR αβ, e o restante destes timócitos dará origem a 
linfócitos T γδ. 
 
Receptor da Célula Pré-T 
Se um rearranjo produtivo do gene da cadeia β do TCR ocorrer em um 
determinado linfócito T duplo-negativo, a proteína da cadeia β do TCR 
será expressa na superfície celular em associação a uma proteína 
invariante, denominada pré-Tα, e com as proteínas CD3 e ζ, para 
formar o complexo do receptor da célula pré-T (pré-TCR). 
 
Os sinais do pré-TCR medeiam a sobrevivência das células pré-T que tenham rearranjado 
de maneira produtiva o gene da cadeia β do TCR e contribuem para a maior expansão proliferativa 
durante o desenvolvimento dos linfócitos T. 
Além disso, também iniciam a recombinação no lócus da cadeia α do TCR e conduzem a 
transição do estágio duplo-negativo para o duplo-positivo. Estes sinais também inibem a 
continuação do rearranjo do lócus da cadeia β do TCR, limitando, em grande parte, a 
acessibilidade do outro alelo à maquinaria de recombinação. Isto resulta na exclusão alélica da 
cadeia β (isto é, os linfócitos T maduros expressam apenas um dos dois alelos da cadeia β 
herdados). 
 
Timócitos Duplo-Positivos 
Na próxima fase da maturação dos linfócitos T, os timócitos expressam tanto CD4 e CD8 e 
são denominados timócitos duplo-positivos. O rearranjo dos genes da cadeia α do TCR e a 
expressão de αβ do TCR ocorre na população duplo-positiva CD4+ e CD8+, logo após as células 
atravessarem o ponto de controle do pré-TCR. Em contraste com o lócus da cadeia β do TCR, em 
que a produção da proteína e a formação do pré-TCR suprimem o rearranjo adicional, há pouca ou 
nenhuma exclusão alélica no lócus da cadeia α. 
Portanto, rearranjos produtivos de α do TCR podem ocorrer em ambos os cromossomos, 
e, se isso acontecer, o linfócito T expressará duas cadeias α. De fato, até 30% dos linfócitos T 
periféricos maduros expressam dois TCR diferentes, com diferentes cadeias α, mas a mesma 
cadeia β. 
Os timócitos da linhagem de ​linfócitos T αβ que ​NÃO conseguir realizar um rearranjo 
produtivo do gene da cadeia α do TCR morrem por apoptose. A expressão do gene α do TCR no 
estágio duplo-positivo leva à formação do TCR αβ completo, que é expresso na superfície celular 
em associação às proteínas CD3 e ζ. 
O rearranjo do gene α do TCR resulta na deleção do lócus δ do TCR. Como resultado, este 
linfócito T já não é capaz de se tornar um linfócito T γδ e está completamente comprometido com a 
linhagem dos linfócitos T αβ. 
As células duplo-positivas que passam por processos de seleção bem-sucedidos 
continuam a amadurecer em linfócitos T CD4+ ou CD8+, que são denominadas timócitos 
positivos simples. 
Assim, as fases de maturação dos linfócitos T no timo podem ser prontamente distinguidas 
pela expressão de CD4 ou CD8. Esta maturação fenotípica é acompanhada pelo comprometimento 
com diferentes funções após a ativação em órgãos linfóides secundários. Os timócitos positivos 
simples maduros entram na medula do timo e, em seguida, deixam o timo para residir nos tecidos 
linfóides periféricos. 
 
4 grupos de Timócitos 
Os timócitos podem ser divididos em 4 grupos durante a maturação: 
1. CD4- e CD8-; 
2. CD4+ e CD8+; 
3. CD4+ e CD8-(Th restritas a MHC classe II); 
4. CD4- e CD8+ (CTLs restritas a MHC classe I); 
 
Os linfócitos, cuja passagem pelo ponto de controle tenha sido bem-sucedida, seguem ao 
rearranjo e expressão de genes que codificam a segunda cadeia do BCR ou TCR e, assim, 
expressam o receptor de antígeno completo enquanto ainda estão imaturos. Neste estágio 
imaturo, as células potencialmente nocivas que reconhecem fortemente estruturas próprias podem 
ser eliminadas ou induzidas a alterar os seus receptores de antígenos, o que é chamado de 
SELEÇÃO NEGATIVA​, e as células que expressam receptores de antígenos úteis podem ser 
preservadas, que é chamado de ​SELEÇÃO POSITIVA​. 
 
● SELEÇÃO POSITIVA: 
○ Preserva as células T que reconhecem peptídeos próprios associados ao MHC 
próprio com baixa afinidade , apresentados por células epiteliais e apresentadoras de 
antígenos. 
○ A ausência de reconhecimento de MHC próprio causa a morte por negligência, uma 
via padrão de apoptose. 
 
● SELEÇÃO NEGATIVA: 
○ Células T imaturas, quando reconhecem fortemente antígenos próprios apresentados 
via MHC por células dendriticas, macrófagos e células epiteliais tímicas medulares, 
são geralmente induzidas à via mitocondrial de apoptose, pela indução de uma 
proteína pró-apoptótica chamada Bim, induzida pelo TCR. 
○ As células epiteliais medulares tímicas expressam a proteína nuclear AIRE (regulador 
autoimune), que induz a expressão de antígenos próprios de vários tecidos 
periféricos, a fim de selecionar positivamente aqueles linfócitos T que os reconhecem 
fracamente. 
 
***A mutação no gene que codifica o AIRE resulta em uma síndrome autoimune 
poliendócrina. 
 
Como nosso genoma consegue conter toda a informação necessária para a geração de 10​10 
TCRs diferentes? 
Genes do TCR funcionais são formados por rearranjo somático de segmentos de genes. No 
timo, os segmentos são arranjados, ocasionando a formação de genes α e β de TCR com V, D, J e 
C próximos. Acontece a adição e remoção aleatória de nucleotídeos na união dos genes, levando a 
um aumento na diversidade. 
 
Rearranjo e Diversidade de TCR 
O sítio de ligação a peptídeo-MHC de um TCR αβ é formado pela regiões VJ e VDJ das 
cadeias. 
O pareamento das cadeias α e β multiplica a diversidade gerada para cada cadeia. 
Estima-se que o repertório de células T imaturas tenha de 10​10 a 10​15 diferentes 
especificidades. 
O rearranjo gênico ocorre em uma população que se divide rapidamente. Uma única célula 
T que entra no timo pode gerar múltiplas células, cada uma com um TCR contendo um sítio de 
ligação ao antígeno diferente. 
 
Processos da Seleção na Maturação dos linfócitos T αβ Restritas ao MHC 
A seleção dos linfócitos T em desenvolvimento é dependente do reconhecimento de 
antígeno no timo e é responsável por preservar as células úteis e eliminar as potencialmente 
nocivas. O repertório de linfócitos T imaturos é composto de células cujos receptores podem 
reconhecer qualquer antígeno peptídico (próprio ou estranho) apresentado por qualquer molécula 
de MHC. 
Quando os timócitos duplo-positivos expressam o TCR αβ pela primeira vez, esses 
receptores encontram peptídeos próprios (os únicos peptídeos normalmente presentes no timo) 
apresentadospor moléculas de MHC próprias (as únicas moléculas de MHC disponíveis para 
apresentar peptídeos). O resultado deste reconhecimento é determinado principalmente pela 
afinidade do encontro entre o TCR e os complexos antígeno-MHC próprios. 
 
Comprometimento com a linhagem CD+ ou CD8+ 
A visão mais aceita é que o comprometimento com a linhagem é determinado por sinais 
que instruem a célula a se diferenciar em CD4+ ou CD8+. 
Sabe-se que células duplamente positivas passam por um momento de baixa expressão de 
CD8 e alta expressão de CD4. Quando o TCR do linfócito T for restrito ao MHC de classe I, e ele 
identificar um MHC de classe I, seu co-receptor CD8 receberá sinais fracos, tanto por ele ser 
expresso em menor quantidade quanto pela menor afinidade à tiroquinase Lck, em relação ao 
co-receptor CD4. Esses sinais fracos ativam fatores de transcrição, como o Runx3, que mantém o 
fenótipo da célula em T CD8+ por meio da expressão de co-receptores CD8 e comprometem a 
célula para se tornar um linfócito citotóxico após a maturação completa e ativação do antígeno. 
Quando o TCR do linfócito for restrito ao MHC Classe II, seu co-receptor CD4 receberá 
fortes sinais ativarão o fator de transcrição GATA-3, que compromete as células a se tornarem T 
CD4+ e a expressarem um repressor (ThPok) que impede a expressão de genes relacionados a T 
CD8+. 
 
 
 
Linfócitos B 
É um tipo de linfócito que constitui o sistema imunológico. Ele tem um importante papel na 
imunidade humoral e é um essencial componente do sistema imune adaptativo. A principal função 
das células B é a produção de anticorpos contra antígenos. 
 
Desenvolvimento dos Linfócitos B 
A ​maturação dos linfócitos B a partir dos progenitores ocorre principalmente na ​medula 
óssea e, antes do nascimento, no fígado fetal sendo que essas células pró-B podem diferenciar-se 
em linfócitos B foliculares (FO), linfócitos B da zona marginal (ZM) e linfócitos B-1. 
Os progenitores comprometidos com a linhagem de células B proliferam, dando origem a um 
grande número de precursores de linfócitos B, chamados de células ​pró-B​. ​As células pró-B não 
produzem Ig, mas podem ser distinguidas de outras células imaturas pela expressão de moléculas 
de superfície restritas à linhagem B, como CD19 e CD10. 
Depois estas células começam a rearranjar genes de Ig (imunoglobulina), inicialmente no 
lócus de cadeia pesada (primeira recombinação), a partir das ​Rag-1 e Rag-2 (gene ativador da 
recombinação presente somente em células linfóides B e T em desenvolvimento) que estão 
presentes. Essa recombinação aproxima um segmento D e um J, com deleção do DNA intercalado 
entre eles. 
As células que fazem rearranjos VDJ produtivos no lócus de cadeia pesada de Ig 
desenvolvem células ​pré-B​, definidas pela presença da proteína de cadeia pesada de Ig ​μ (Mi)​, 
principalmente o citoplasma. Algumas das proteínas ​μ são expressas na superfície das células 
associadas a duas outras proteínas invariáveis, denominadas cadeia leve sub-rogada, pois são 
semelhantes às cadeias leves e estão associadas a uma cadeia pesada. 
Lembrando que apenas células que fazem rearranjos produtivos sobrevivem e se 
diferenciam. ​Uma vez realizado um rearranjo produtivo de μ da Ig, a célula deixa de ser 
chamada de célula pró-B e já está diferenciada no estágio pré-B. 
Esses linfócitos pré-B são células que expressam a proteína μ da Ig, em associação a 
outras proteínas, formando um complexo denominado receptor da célula pré-B, mas que ainda 
devem rearranjar a cadeia leve. 
 
Como é esse Receptor da Célula Pré- B? 
O receptor da célula pré-B é composto da cadeia pesada μ e uma cadeia leve substituta 
invariável. A cadeia leve substituta é composta de duas proteínas, a proteína pré-B V e u ma 
proteína λ5. O receptor da célula pré-B ainda está associado às moléculas sinalizadoras Igα e Igβ, 
que fazem parte do complexo BCR nos linfócitos B maduros. 
A cadeia μ e a cadeia leve sub-rogada associam-se a moléculas de sinalização Igα e Igβ 
para formar o complexo receptor da célula pré-B (pré-BCR). 
O pré-BCR montado fornece sinais que promovem a sobrevivência e a proliferação das 
células da linhagem B que realizam um rearranjo produtivo no locus Ig da cadeia H. Este é o 
primeiro ponto de controle do desenvolvimento das células B, onde todas as células pré-B que 
expressam uma cadeia pesada μ funcional são selecionadas e expandidas (um componente 
essencial para o pré-BCR e BCR). 
As pré-células B que realizam rearranjos fora da estrutura (não produtivos) no lócus de 
cadeia pesada não conseguem criar a proteína μ, não podem expressar um pré-BCR ou receber 
sinais de pré-BCR e morrem por morte celular programada (apoptose). 
 
O pré-BCR regula o rearranjo adicional dos genes da Ig de 2 maneiras: 
1. O complexo pré-BCR também sinaliza o processo de fechamento da recombinação dos 
genes da cadeia pesada da Ig no segundo cromossomo, pois cada célula B pode expressar 
uma cadeia pesada Ig de somente um dos alelos parentais herdados. Esse processo é 
chamado de exclusão alélica, e assegura que cada célula possa expressar receptores de 
uma única especificidade. 
2. O pré-BCR também desencadeia a recombinação do locus da cadeia leve de Ig κ e a cadeia 
leve l é produzida somente se o locus da cadeia κ recombinado falhar em expressar uma 
proteína funcional ou se a cadeia κ gerar um receptor autorreativo potencialmente prejudicial 
e que deve ser eliminado, pelo processo chamado de edição do receptor. 
 
Após o estágio de linfócitos pré-B, cada linfócito B em desenvolvimento rearranja, 
inicialmente, um gene da cadeia leve κ. 
❏ Se o rearranjo for produtivo, produzirá uma proteína d a cadeia leve κ, que se associa à 
cadeia μ sintetizada anteriormente para produzir uma proteína de IgM completa. 
❏ Se o lócus κ não for rearranjado de maneira produtiva, a célula p od e rearranjar o lócus λ e, 
novamente, produzir uma molécula de IgM completa. 
 
O linfócito B expressando IgM é uma célula imatura B​. Posteriormente, a maturação 
pode ocorrer na medula óssea ou após a célula deixar a medula óssea e entrar no baço. O estágio 
de maturação final envolve a coexpressão da IgD juntamente com a IgM, que ocorre porque em 
qualquer célula B, o gene éxon VDJ recombinado da cadeia pesada pode ser editado em éxons Cμ 
ou éxons Cδ, dando origem a um mRNA μ ou δ, respectivamente. 
A ​célula IgM+ IgD+ é a célula B madura​, capaz de responder aos antígenos nos tecidos 
linfóides periféricos. Quando a transição ao estágio de linfócito B maduro IgM+ IgD+ é realizado, o 
reconhecimento do antígeno leva à proliferação e à diferenciação. Como resultado, os linfócitos B 
maduros que reconhecem antígenos com alta afinidade em tecidos linfóides periféricos são 
ativados, e este processo leva às respostas imunes humorais. 
 
Seleção Positiva 
A seleção positiva serve para a identificação de linfócitos que tenham completado seu 
rearranjo do gene do receptor de antígeno com sucesso recebendo sinais do BCR para manter os 
linfócitos B imaturos vivos, deixando a medula óssea para migrar para outros órgãos linfoides 
periféricos. 
 
Seleção Negativa 
O repertóriode células B também é formado pela seleção negativa. Neste processo, se uma 
célula imatura B liga-se um antígeno multivalente na medula óssea com elevada afinidade, pode 
reativar a enzima recombinase VDJ, submetendo-se a uma recombinação V-J da cadeia leve 
adicional, gerando uma cadeia leve diferente, e, assim, alterando a especificidade do receptor de 
antígenos, um processo chamado de edição do receptor. 
Os antígenos mais comumente encontrados na medula óssea são antígenos próprios que 
são abundantemente expressos por todo o corpo, como as proteínas do sangue e as moléculas de 
membrana comuns a todas as células. A seleção negativa também pode envolver a eliminação de 
células B autorreativas. A seleção negativa elimina as células potencialmente perigosas que podem 
reconhecer e reagir contra antígenos próprios. 
 
A maioria das células B maduras é chamada de células B foliculares, porque são 
encontradas dentro de linfonodos e folículos do baço. As células da zona marginal B, que são 
encontradas nas margens dos folículos do baço, desenvolvem-se a partir dos mesmos progenitores 
(pró-células B) como as células B foliculares. Os linfócitos B-1, uma população distinta encontrada 
em órgãos linfóides e na cavidade peritoneal, podem-se desenvolver mais cedo e a partir de 
diferentes precursores. 
 
● Células B foliculares 
São a maioria das células B maduras. Expressam IgM e IgD. Essa coexpressão 
ocorre por meio de um splicing alternativo do RNA, em que o éxon dos transcritos C 𝜇 e Cα 
se expressa simultaneamente. A coexpressão de IgM e IgD é acompanhada pela 
capacidade de circular e pela aquisição da competência funcional. 
As células B foliculares também são chamadas de células B recirculantes, pois 
migram de um órgão linfóide ao próximo, residindo em nichos especializados chamados de 
folículos de células B. As células B são mantidas nesse nicho devido a sinais de 
sobrevivência entregues por uma citocina da família TNF, denominada BAFF. Essas células 
maduras são responsivas ao antígeno, e, ao menos que reconheçam algum, irão morrer em 
alguns meses. 
● Células da zona B-1 
São derivadas das CTH do fígado fetal que expressam diversidade limitada de 
receptores (poucos genes V; menor diversidade funcional). Grandes números de B-1 são 
encontrados como uma população auto renovável no peritônio e nas mucosas. 
Expressam, espontaneamente, anticorpos IgM que reconhecem lipídeos e 
polissacarídeos microbianos, além de lipídios oxidados. Seus anticorpos às vezes são 
chamados de anticorpos naturais por estarem presentes mesmo sem imunização evidente. 
Nas mucosas, metade das células secretoras de IgA podem ser derivadas de células B-1. 
 
● Células B da zona marginal 
Estão localizadas principalmente nas proximidades do seio marginal do baço e 
também têm diversidade limitada quanto ao reconhecimento de epítopos. Assim como as 
células B-1, também tem capacidade de responder a polissacarídeos e gerar anticorpos 
naturais. 
Expressam IgM e o co-receptor CD21 (CR2), e também são encontrados nos 
linfonodos. Respondem rapidamente a microrganismos transportados pelo sangue e se 
diferenciam em plasmócitos secretores de IgM de vida curta. 
Processos de Seleção que moldam o repertório de linfócito B e T 
Pontos de controle: 
1. Produção bem sucedida de uma das cadeias polipeptídicas da proteína do receptor de 
antígeno da célula B e célula T. (Pré BCR = cadeia pesada 𝜇) (Pré TCR = cadeia 𝛽 ). Se as 
células não expressarem os pré-receptores, deixam de receber sinais necessários para a 
sobrevivência e morrem. 
2. As células selecionadas no primeiro ponto de controle devem seguir o rearranjo e 
expressam os genes que codificam a segunda cadeia do BCR ou TCR, e expressam o 
receptor de antígeno completo enquanto ainda são imaturos. As células T que reconhecem 
antígenos próprios são destruídas, e as células B podem ser induzidas a alterar seus 
receptores de antígeno ou sofrer apoptose. 
 
A seleção positiva preserva as células úteis. A seleção negativa elimina ou altera linfócitos cujos 
receptores se ligam fortemente a antígeno próprio.

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