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Contabilidade Pública na Gestão de Finanças

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GESTÃO DE FINANÇAS 
PÚBLICAS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Karla Regina Quintiliano Santos Ribeiro 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Bem-vindo à disciplina de Gestão de Finanças Públicas. 
O Estado, assim como as pessoas físicas ou jurídicas, para desenvolver 
suas atividades, contrai alguns direitos, bem como assume obrigações 
financeiras, visto que, para desenvolver suas atribuições, muitas vezes é 
necessário a realização de compras de produtos e serviços. 
Nesse contexto, verifica-se que o Estado tem um fluxo de recursos 
financeiros que devem ser geridos, por isso é importante a presença de uma 
área financeira, orçamentária e patrimonial oriunda ao Estado. Ressalta-se que 
nessas áreas a contabilidade deverá ser um instrumento de gestão imposto por 
normativa legal. 
Lembre-se de ainda que a contabilidade que norteia a gestão pública está 
conceituada na Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T 16.1/2012 e se 
baseia principalmente na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, e deve ser aplicada 
a todas as organizações (públicas ou privadas) que recebam de forma direta ou 
indireta recursos advindos do Estado. Observa-se ainda que a contabilidade tem 
como finalidade a defesa, o controle e a gestão do patrimônio público. Bom 
estudo! 
 
Vídeos 
Sobre contabilidade pública: CONTABILIDADE pública: conceitos atuais. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wg1VJ65d0Xc>. Acesso 
em: 11 set. 2017. 
CONTEXTUALIZANDO 
A gestão pública é pautada pela utilização da contabilidade aplicada ao 
setor público, que tem como objetivo a coleta, o registro e o controle de todos os 
atos e fatos relacionados ao patrimônio público e suas alterações, bem como 
acompanha a execução do orçamento. 
A contabilidade vem sido aprimorada, principalmente, após a 
promulgação do Código de Contabilidade da União, de 1922. Em seguida, 
verifica-se a Lei n. 4.320/1964, que institui normas gerais de direito financeiro 
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços, seja no âmbito da União, 
ou ainda, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. 
 
 
3 
Reforça-se que a Contabilidade Pública deve registrar todos os atos do 
administrador público, que afetam o patrimônio público, com a finalidade de 
subsidiar, com informações contábeis, o planejamento das ações do 
administrador público. 
TEMA 1 – CONTABILIDADE PÚBLICA 
A pessoa física ou a pessoa jurídica, o Estado (entes públicos ou órgão 
público) podem contrair direitos e assumir atribuições, bem como podem realizar 
atos, como é o caso de compras de bens e serviços, assim como vendas, 
produções, entre outros. Nesse contexto, verifica-se a importância da área 
financeira, orçamentária e patrimonial do Estado, visto que é por meio delas que 
são realizadas tais ações. 
Outro ponto importante é que os órgãos e as entidades públicas têm a 
capacidade de poder efetuar ações que modificam o seu patrimônio no futuro, 
por exemplo, as celebrações de contratos de convênios, concessões de avais, 
entre outros inerentes à administração pública. Ressalta-se que esses atos 
devem estar previstos na Lei Orçamentária, visto que ela é a responsável por 
quase todas as modificações patrimoniais. 
Os recursos financeiros utilizados nos gastos públicos, que estão 
previstos na Lei Orçamentária, advêm da população, ou seja, a sociedade 
proporciona o recurso, e por consequência, o Estado precisa da autorização 
deles para a utilização desses recursos, o que ocorre por meio da aprovação da 
Lei Orçamentária feita pelos representantes do povo – senadores, deputados e 
vereadores – e pelas Casas Legislativas, que são Câmara dos Deputados, 
Assembleia Legislativa e Câmara Municipal. 
Em suma, pode-se entender que, por meio da Lei Orçamentária, os 
cidadãos delegam aos governantes o direito de arrecadar e realizar despesas 
em seu nome. Todavia, os gastos autorizados têm a finalidade de gerar o bem 
social. 
Outro ponto a ser destacado é que o patrimônio público, poucas vezes, 
tem como fonte de renda casos diversos do orçamento. 
Nesse cenário, pode-se entender a Contabilidade Pública como método 
responsável para acompanhar o desenvolvimento do patrimônio público. Ainda, 
a Contabilidade Pública também acompanha a execução da arrecadação de 
receita e a realização de despesas. 
 
 
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Ressalta-se que a Contabilidade Pública é uma subdivisão da 
contabilidade. Nesse sentido, pode-se defini-la como uma ciência que, por meio 
de técnicas, mantém o controle do permanente do patrimônio público. Nesse 
sentido, a Contabilidade Pública pode ser conhecida como uma ramificação da 
Contabilidade como ciência aplicada, que instrumentaliza as informações 
orçamentárias e controla o patrimônio público. 
Figura 1 – Contabilidade Pública 
 
Em suma, a Contabilidade Pública deriva das Ciências Contábeis e tem 
sua aplicação na administração pública, no que se refere a suas técnicas de 
registro dos atos e fatos administrativos, apurando os resultados e gerando 
relatórios contábeis. 
Nesse contexto, pode-se entender que a finalidade da Contabilidade 
Pública é propiciar aos indivíduos informações de natureza orçamentária, 
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas 
mutações, para que se baseiem no processo decisório, bem como efetuem uma 
prestação de contas adequada; serve, ainda, como instrumento de informação 
social. 
Observa-se também que o campo de atuação da contabilidade, conforme 
as Normas Brasileira de Contabilidade – NB T 16.1/2016, são as entidades do 
setor público, ou ainda as instituições que recebam, guardem, movimentem, 
gerenciem ou apliquem recursos advindos das entidades dos setores públicos 
visando à execução de suas atividades, no tocante aos aspectos contábeis da 
prestação de contas. 
Lembre-se de que as entidades do setor público são as pessoas jurídicas 
de direito público (União, estados, município e Distrito Federal), bem como os 
órgãos, ou ainda, entes públicos que recebem, guardam, movimentam, 
gerenciam ou apliquem dinheiro, bem e valores públicos na execução de suas 
atividades. Coincide, ainda, como entidades do setor público, as pessoas físicas 
 
 
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que recebem subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público. 
A Contabilidade Pública no Brasil tem como diretrizes legais a Lei n. 
4.320/1964, a Lei n. 6.404/1976 e a Lei n. 11.638/2007, entre outras. Sobre 
essas legislações destaca-se a Lei n. 11.638/2007, que modificou a Lei n. 
6.404/1976 principalmente no que diz respeito à convergência da legislação 
contábil, às normas internacionais sobre a contabilidade e à transparência das 
informações oriundas da Contabilidade Pública. Verifica-se ainda outras 
mudanças importantes, que são: 
 Publicação das Demonstrações dos Fluxos de Caixa – DFC. 
 Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do Valor Adicionado – 
DVA para as companhias abertas. 
 Aumentos ou diminuições de valores de saldos de ativos e passivos 
decorrentes de avaliações e preços de mercado registrados na conta de 
Ajuste de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido. 
 Saldos vertidos a valor de mercado nos casos de fusões: cisões ou 
incorporações. 
 Patrimônio Líquido: capital social, reserva de capital, ajuste de avaliação 
patrimonial, reserva de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados. 
Com edição da Medida Provisória 449, que se transformou em Lei n. 
11.941/2009, verificou-se outras mudanças importantes nas leis n. 6.404/1976 e 
11.638/2008. 
Fazendo um retrospecto da legislação contábil pública, verifica-se que a 
Lei n. 4.320/1964instituiu Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração 
e controle dos orçamentos e balanços da União, dos estados, dos municípios e 
do Distrito Federal. Entretanto, somente com a promulgação da Constituição de 
1988 ocorreram novas modificações nas normas relativas ao orçamento, da qual 
se destacam os Instrumentos de Planejamento: Plano Plurianual (PPA), Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamentos Anuais (Art. 165 e seguintes da 
CF/1988). 
Em 1999, constitui-se a Portaria 42/1999 do Ministério do Orçamento e 
Gestão, que estabeleceu a discriminação da despesa por funções conforme a 
Lei n. 4.320/1964. Entretanto, a Lei Complementar n. 101/2000, Lei de 
 
 
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Responsabilidade Fiscal, impactou diretamente na Contabilidade Pública visto 
que a imposição dessa lei trouxe alguns princípios importantes como a 
transparência, o equilíbrio entre a despesas e a receita, entre outros. Em 2001, 
baixou-se a Portaria Interministerial 16 com a finalidade de uniformizar os 
procedimentos da execução orçamentária no âmbito da União, estados, Distrito 
Federal e municípios. Nesse sentido, determinou-se que fosse utilizada a mesma 
classificação de receitas e despesas por todos os entes da Federação. 
Em 2008, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou as Normas 
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, as quais vem sendo 
aprimorada deste então, visto que no ano de 2012 ocorreu uma modificação 
conceitual sobre a contabilidade aplicada ao setor público. 
TEMA 2 – RECEITA PÚBLICA 
A Receita Pública, na maioria das vezes, tem como fonte os tributos, 
sendo denominada o seu total, nas leis de orçamento, como receita prevista ou 
estimada. O Manual de Procedimentos da Receita Pública (MPRP) define 
Receita Pública como sendo: “todos os ingressos de caráter não devolutivo 
auferidas pelo Poder Público, em qualquer esfera governamental, para alocação 
e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário 
constitui uma Receita Pública, pois tem como finalidade atender às despesas 
públicas”. 
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da NBC TSP Estrutura 
Conceitual, de 23 de setembro de 2016, que dispõe sobre a estrutura conceitual 
para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, define que 
receita “corresponde a aumentos na situação patrimonial líquida da entidade não 
oriundos de contribuições dos proprietários.” 
Lei 4.320/1964 Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes 
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. 
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, 
patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as 
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de 
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas 
classificáveis em Despesas Correntes. 
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de 
recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, 
em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas 
classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do 
Orçamento Corrente. 
 
 
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Nesse contexto, Receita Pública deve ser entendida como os recursos 
angariados pelo Estado com a finalidade de sanar as despesas públicas. Logo, 
receita são todas as entradas de recursos no cofre público para sanar os gastos 
públicos que são utilizados na aquisição de bens e serviços, que são utilizados 
para o bem comum da sociedade. 
Em suma, Receita Pública é todo e qualquer arrecadação dos cofres 
públicos, sejam valores numéricos ou bens. Observa-se que esses 
recolhimentos são em virtude de lei, contratos, ou ainda, títulos que resultam em 
direitos a favor do Estado. A Receita Pública também pode derivar de cobranças 
e de serviços gerais realizados pelo Estado por meio de impostos, taxas e 
contribuições. 
A regulamentação da Receita Pública está prevista na Lei n. 4.320/1964, 
que dispõe sobre as entradas de todos os recursos financeiros nos entes da 
União, estados, município e Distrito Federal, classificando-os em dois grupos: 
orçamentários e extraorçamentários. 
Esses dois grupos se diferem porque os ingressos orçamentários são 
aqueles arrecadados com a finalidade exclusiva de executar os programas e as 
ações governamentais, sendo também chamados de Receita Pública. 
Entretanto, os ingressos extraorçamentários são aqueles arrecadados por 
exigências de contratos pactuadas e depois são devolvidos a esses terceiros. 
São também denominados recursos de terceiros. 
Sobre as Receitas orçamentárias, destaca-se que devem ser autorizadas 
pelo poder legislativo para serem arrecadas, e por consequência, devem 
configurar no Orçamento Público. Outro ponto importante é que as arrecadações 
das receitas orçamentárias devem estar previstas na Lei Orçamentária Anual – 
LOA. 
Observa-se o art. 11 da Lei n. 4.320/1964, que divide a receita 
orçamentária por categoria econômica, em: 
 receita corrente. 
 receita de capital. 
Essa divisão (em categoria econômica) é importante para analisar as 
ações do governo na política econômica do país, principalmente no controle do 
déficit público, ou ainda, no desenvolvimento nacional, por meio de fomento, 
entre outros. 
 
 
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A Portaria Interministerial STN/SOF n. 338/2006 detalha essas categorias 
econômicas em receitas correntes intraorçamentárias e receitas de capital 
intraorçamentárias. Esse detalhamento ocorreu pela necessidade de evidenciar 
as operações oriundas das receitas de órgãos, fundos ou entidades integrantes 
dos orçamentos fiscal e da seguridade social, bem como as despesas de outros 
órgãos, fundos ou entidades também constantes desses orçamentos no âmbito 
da mesma esfera de governo. 
Além de serem classificadas conforme a categoria econômica, as receitas 
podem também ser classificadas por origem de recursos. Logo, a receita 
corrente e a receita de capital podem ser classificadas conforme a origem de 
entrada nos cofres públicos. Nesse sentido, classifica-se, em conformidade com 
o Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público: 
 Receita tributária é a que tem origem no poder de tributar do Estado, 
conforme a competência tributária instituída pela Constituição Federal. 
 Receita de contribuições é oriunda das contribuições sociais e das 
contribuições de intervenção no domínio econômico. 
 Receita patrimonial é a que deriva da utilização de bens imóveis, ou ainda, 
de ganhos de valores mobiliários. 
 Receita agropecuária é a que tem origem na exploração agropecuária. 
 Receita industrial é a oriunda de atividades industriais, cuja definição está 
prevista pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 
IBGE. 
 Receita de serviços é a advinda das atividades de prestação de serviço. 
 Transferências correntes são os recursos financeiros que são auferidos 
de outra pessoa de direito público ou privado, independentemente de 
contraprestações diretas de bens ou serviços. 
 Outras receitas correntes são as receitas advindas de multas e juros de 
mora, indenizações e restituições, receita da dívida ativa e receitas 
diversas. 
 Receitas correntes intraorçamentárias são receitas correntes de órgãos, 
fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e de 
outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos 
de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o 
fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, 
 
 
9fundação, empresa estatal dependente ou de outra entidade constante 
desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. 
Entretanto, a receita de capital também se classifica por origem de 
recursos, sendo dividida em, conforme o Manual de Contabilidade Aplicada ao 
Setor Público: 
 Operações de crédito, as quais se referem aos recursos advindos da 
colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos de entidades 
estatais ou particulares internos ou externos. 
 Alienação de bens, que são valores advindos da alienação de bens 
imóveis e móveis. 
 Amortização de empréstimos, que advém do retorno de recursos que 
haviam sido emprestados a terceiros. 
 Transferências de capital, que sucedem de transferências correntes, de 
pessoas de direito público ou privado, e destinadas a atender a despesas 
necessariamente de gastos de capitais. 
 Outras receitas de capital, que são as receitas não enquadradas em 
nenhuma das outras classificações. 
 Receitas de capital intraorçamentárias, que são de capital de órgãos, 
fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras 
entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
derivadas da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, 
amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de 
componentes do ativo permanente, quando o fato que originar a receita 
decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa 
estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no 
âmbito da mesma esfera de governo. 
Em suma, a Receita Pública é o montante em dinheiro recolhido pelo 
Estado, incorporado ao patrimônio público, que tem a finalidade de custear as 
despesas públicas. Porém, pode-se entender a despesa pública como um gasto 
ou dispêndio que a administração pública realiza com o objetivo de executar o 
planejamento e metas estabelecidas. Nesse sentido, a despesa faz parte do 
orçamento público. 
 
 
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TEMA 3 – DESPESA PÚBLICA 
Lembrando, Receita Pública são os bens e direitos que o Estado 
incorporam no Patrimônio Público com a finalidade de custear as despesas 
públicas. Na maioria das vezes, as receitas são derivadas de o poder impositivo 
do Estado cobrar os impostos. 
Nesse contexto, é importante verificar o que significa despesa pública, 
logo, conceitua-se esse tipo de despesa como sendo os gastos ou dispêndios 
que o Estado realiza com o objetivo de promover o bem comum. Observa-se 
ainda que despesa pública são as retiradas de recursos dos cofres públicos para 
o pagamento de dívidas, ou ainda, a devolução de importâncias recebidas a título 
de cação, depósito e consignações. 
Lembre-se, também, de que as despesas estatais são realizadas com 
recursos financeiros que constam no caixa do órgão público, sendo ainda que 
essas ações de pagamento devem levar em conta as receitas previstas. Por 
conseguinte, verifica-se a relevância do Estado em elaborar em conformidade 
com a LOA, estabelecendo de forma precisa as despesas, evitando, assim, erros 
e omissões que poderão comprometer o orçamento. 
Assim como as receitas, as despesas públicas classificam-se em dois 
grupos, que são: 
 Despesa orçamentária. 
 Despesa extraorçamentária. 
Lembre-se de que essa divisão se faz levando em conta a participação da 
despesa no orçamento. 
Despesa extraorçamentária são aquelas que os pagamentos não têm 
vínculo com a autorização legislativa, logo, não estão evidenciadas no 
orçamento público. A execução da despesa extraorçamentária está vinculada às 
receitas extraorçamentárias, ou seja, são as devoluções de cauções, fianças, 
depósitos de terceiros, entre outras. Em suma, pode-se entender a despesa 
extraorçamentária como uma simples devolução de recursos financeiros. 
Entretanto, as despesas orçamentárias se referem aos gastos que 
necessitam de autorização do poder legislativo para poderem ser realizado, logo, 
essas despesas devem estar contidas no orçamento público para serem 
executadas. 
 
 
11 
Observe, ainda, a Lei n. 4.320/1964, que define que a despesa pública 
seja classificada em: 
 Despesa institucional. 
 Despesa funcional. 
 Despesa econômica. 
Ressalta-se ainda que o art. 165, parágrafo 5.º da Constituição Federal 
de 1988, prevê que a classificação seja por esfera orçamentária, no caso da 
União, com o objetivo de demonstrar se o orçamento é fiscal, da seguridade 
social ou de investimento das empresas estatais. 
Sobre a classificação institucional, ressalta-se que tem que ser elaborada 
em conformidade com a Lei de Estrutura Organizacional do órgão ou ente 
estatal, e deve ser elaborada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e 
unidade orçamentária. 
No que se refere à classificação funcional, é importante destacar que a 
atividade, o projeto e a operação especial vinculará a função e a subfunção do 
gasto público à área de ação governamental nas três esferas de governo. 
Constituição Federal, art. 165, § 5.º A lei orçamentária anual 
compreenderá: 
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades 
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem 
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
Nesse sentido, faz-se necessário conceituar projeto, atividade e 
operações estatais. Conforme a Portaria n. 42/1999, do então Ministério do 
Orçamento e Gestão: 
 Projeto é um rol de operações com prazo determinado, do qual resulta um 
produto para a expansão ou aperfeiçoamento de uma ação do governo. 
 Atividade refere-se a um conjunto de ações permanentes que tem a 
função de manutenção da ação estatal. 
 Operações especiais são as despesas que não são de preservação das 
ações estatais, que não resultam um produto nem constituem 
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. 
 
 
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Conforme a Portaria 42/1999, entende-se como função encargos 
especiais as despesas que não se podem vincular com um bem ou serviço 
estatal, ou seja as dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins. 
Essa classificação (funcional) não é rígida no que se refere à sua 
aplicação, visto que informa as realizações pretendidas pelo poder estatal. As 
subfunções podem se vincular, não necessariamente, apenas com as funções 
que estejam vinculadas. Logo, os programas têm uma estrutura flexível, se 
adaptando à solução dos seus problemas, e sua origem ocorre no processo de 
planejamento, mais especificamente no Plano Plurianual – PPA. 
Ressalta-se, ainda, que a ligação entre o Plano Plurianual e do Orçamento 
Anual passa a ser o programa, logo, o orçamento deve começar a ser verificado 
no programa. E, conforme a Portaria n. 42/1999, cada esfera estatal determina, 
por atos próprios, a constituição dos programas, bem como os códigos e a 
identificação, em conformidade com essa Portaria. 
Sobre a natureza da despesa, é importante cerificar os arts. 12 e 13 da 
Lei n. 4.320/1964, que prevê a classificação da despesa por categoria econômica 
e elementos. O art. 8º dessa mesma lei traz que os itens da despesa serão 
identificados por números de código decimal. 
Lembre-se ainda de que o código é um conjunto de informações que 
classificam por natureza a despesa, bem como indicam a categoria econômica, 
o grupo que a despesa pertence, a modalidade de aplicação e o elemento. A 
Portaria interministerial163/2001 classifica a despesa, em conformidade com 
sua natureza, e estabelece: 
I. Categoria econômica. 
II. Grupo de natureza da despesa. 
III. Elemento de despesa. 
Lembre-se, ainda, de que a natureza da despesa deverá conter também 
a “modalidade de aplicação”, ou seja, a finalidade dos recursos. Sendo assim, 
os elementos das despesas têm por objetivo identificar os objetos de gasto, por 
exemplo: vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, entre outros. 
TEMA 4 – ORÇAMENTO PÚBLICO 
A ideia de orçamento na modernidade surge no século XX, sendo 
idealizado para ser um documento que prevê as diretrizes do chefe executivo, 
 
 
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principalmente no que se refere às fontes de renda estatais, bem como deve 
prever os gastos públicos que serão realizados para financiar o exercício do 
programa de trabalho do Estado, que tem como objetivo maior a sociedade. 
O Estado tem como finalidade o bem comum da sociedade, e para a 
execução dessa tarefa são necessários recursos. Logo, para satisfazer os 
objetivos elencados na Constituição Federal, no seu art. 3.º, que prevê como 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, entre outras, 
“erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais”, é necessário a obtenção de recursos financeiros. 
Nesse sentido, para que a Administração Pública exerça sua função, ela 
realiza várias ações, que devem ser pautadas por regras legais, envolvendo 
várias pessoas que realizam atos administrativos baseados nos princípios legais; 
entre eles, destaca-se o da publicidade. Entre outros instrumentos para a 
realização das atividades do Estado, destaca-se o orçamento público. 
Antes de falar sobre o orçamento público propriamente dito, é importante 
analisar o que significa orçamento. Nesse sentido, o dicionário descreve a seguir 
(Priberam, 2017): 
1. Conjunto das contas provisionais e anuais das receitas e das 
despesas do Estado, das colectividades e estabelecimentos públicos 
(ex.: orçamento do Estado). 
2. Conjunto das receitas e das despesas de um particular, de uma 
família, de um grupo. 
3. Quantia de que se dispõe (ex.: as obras ficaram abaixo do 
orçamento da família). 
4. Custo estimado de algo (ex.: orçamento de uma obra). (in Dicionário 
Priberam da Língua Portuguesa) 
Saindo dos conceitos anteriores, verifica-se que orçamento se refere à 
uma parte do processo financeiro que comtempla as receitas e despesas de um 
determinado período de tempo. Quando o orçamento se aplica ao setor 
governamental, pode ser definido como um mecanismo que o Poder Público 
dispõe para demonstrar sua atuação, discriminado o montante de recurso obtido, 
bem como utilizado, em determinado período. 
Segundo Lima (2017), o orçamento público tem como finalidade controlar 
as atividades financeiras do governo, sendo esse um dos mais importantes 
sistemas utilizados pela Administração Pública. Saindo desse pressuposto, 
verifica-se que o termo “controle”, que está ligado à ideia de verificação dos atos 
do governo, visa à prestação de contas financeiras à sociedade. Logo, entende-
 
 
14 
se orçamento público como um instrumento primordial para a gestão pública, 
pois, por meio dela, estima-se a receita e fixa-se as despesas. 
Ressalta-se, ainda, que o orçamento tem uma importância proeminente 
pelo fato de o legislador reservar um capítulo inteiro, na Constituição de 1988, 
para sua imposição. Lembrando que, nos arts. 165 a 169 dessa lei, verifica-se a 
obrigatoriedade do plano plurianual, de quatro anos, bem como a Lei de 
Diretrizes Orçamentária e as Lei Orçamentária Anual, que devem constituir um 
sistema de planejamento. 
Em suma, o orçamento público é uma obrigação advinda da lei, pode ser 
entendida como um instrumento gerencial do Estado e tem como objetivo 
atender às necessidades sociais de um período de tempo por meio das ações 
de gestão pública. 
Destaca-se a legislação em que o orçamento público está pautado: 
 Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, nos seus 
arts. 165 a 169, sob o título de “Orçamentos”. 
 Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. 
 Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999. 
 Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. 
 Portaria Interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001. 
No Brasil, o orçamento público é classificado em três legislações, 
conforme o artigo 165 da Carta Magna de 1988: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I – o plano plurianual; 
II – as diretrizes orçamentárias; 
III – orçamentos anuais. 
O orçamento público é elaborado com base em alguns princípios. Entre 
eles, destacam-se: 
 Princípio da Legalidade, ou seja, o orçamento deve seguir os parâmetros 
legais; entre eles, observa-se o artigo 165 da Constituição, que obriga a 
confecção da PPA, LDO e LOA. 
 Princípio da Unidade ou Totalidade, que afirma que o orçamento deve ser 
uno, logo, só pode existir um orçamento para um exercício financeiro. 
 Princípio da Universalidade, logo, o orçamento deve prever todas as 
receitas e despesas, e, por consequência, nenhuma instituição pública 
poderá deixar de elaborar o orçamento. 
 
 
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 Princípio da Anualidade ou Peridiocidade, que prevê que o período do 
orçamento deve ser de um exercício o qual corresponda ao ano fiscal. 
 Princípio de Exclusividade, o qual ressalta que o orçamento deve conter 
apenas matéria orçamentária. 
 Princípio da Especificação, no orçamento, o qual assinala que as 
despesas e receitas devem estar descritas detalhadamente. 
 Princípio da Publicidade, cujo texto aponta que o orçamento deve ser 
divulgado em veículos oficiais de comunicação com a finalidade do 
conhecimento da sociedade. 
 Princípio de Equilíbrio, uma regra também da Lei de Responsabilidade 
Fiscal e prevista no art. 4º da Lei Complementar n. 101/2000. Esse 
equilíbrio orçamentário estabelece, de forma extremamente simplificada, 
que as despesas fixadas não devem ultrapassar as receitas previstas para 
o exercício financeiro. 
 Princípio do Orçamento Bruto, logo, as receitas e despesas devem ser 
lançadas na LOA pelo valor bruto e total, sem qualquer dedução. 
 Princípio da Transparência, que discorre que as informações 
orçamentárias devem ser de fácil entendimento para a sociedade. 
 Princípio da Não Afetação das Receitas, a qual observa que as receitas 
orçamentárias devem ser recolhidas ao Caixa Único do Tesouro. 
 
Atenção! 
Ciclo orçamentário é diferente de exercício financeiro. 
TEMA 5 – CICLO ORÇAMENTÁRIO 
O ciclo orçamentário é um processo dinâmico, continuo, que elabora, 
aprova, executa, controla e avalia os programas do Estado. Logo, refere-se ao 
período de tempo das atividades do orçamento público. Nesse sentido, pode ser 
entendido o ciclo orçamentário como o intervalo de tempo que se inicia com a 
elaboração do orçamento, que compreende a execução e termina com o 
controle. 
O ciclo orçamentário tem início na elaboração do orçamento, entretanto, 
seu fim ocorre na prestação de contas. Dentro do período orçamentário existem 
quatro fases, que são: 
 
 
16 
1. Elaboração, que corresponde ao planejamento, no qual se fixa as 
diretrizes e as metas a serem executadas, bem como verifica-se o 
montante de recursos a serem utilizados, e termina com a entrega da 
proposta pelo Executivo ao Legislativo. 
2. Estudo e Aprovação, em cuja fase ocorre a discussão no Legislativo da 
proposta com o objetivo de aprová-los e devolver ao Executivo. 
3. Execução, período no qual a proposta já convertida em lei deverá ser 
posta em prática com a finalidade de concretizar todos os objetivos 
estabelecidos. 
4. Avaliação é a etapa que se constataque como foi implantado o 
planejamento, e por consequência, o orçamento. 
A proposta do orçamento começa no órgão central do sistema de 
planejamento e orçamento, quando ocorre a fixação dos parâmetros a serem 
utilizados em cada Unidade Orçamentária. Nesse contexto, após as discussões 
entre as unidades dos Órgãos, bem como entre Órgãos do Estado, ocorre a 
formulação da proposta, que o Presidente da República remete ao Congresso 
Nacional anualmente. 
O projeto do Plano Plurianual – PPA precisa ser encaminhado ao 
Congresso para ser votado até o dia 31 de agosto do primeiro ano do mandato 
de cada presidente, e deve ser analisado e votado até o dia 22 de dezembro do 
mesmo ano pelo Congresso Nacional, em conformidade com a legislação 
constitucional. Lembrando que sua validade é de quatro anos. Esse plano 
estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas, de forma regionalizada, do 
Estado no âmbito federal. 
Entretanto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LOA é elaborada pelo 
Poder Executivo e encaminhada para o Congresso até o dia 15 de cada ano. 
Sua elaboração tem por base a PPA e sua apreciação ocorrerá pelo Congresso 
Nacional até o dia 15 de abril do ano que for elaborada, sendo sancionada após 
sua aprovação pelo Presidente da República. A Constituição prevê que a LOA 
seja encaminhado para o Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada 
ano, e o Congresso tem até o dia 22 de dezembro para analisar e votar a Lei do 
Orçamento Anual. 
Em contrapartida, o projeto do PPA deve ser enviado pelo Poder 
Executivo ao Congresso Nacional até 31 de agosto do ano que começar o 
mandato presidencial. A tramitação do PPA começa na Comissão Mista de 
 
 
17 
Orçamento, que realiza audiências públicas com integrantes do governo para 
obter informações. Nesse momento, pode ocorrer apresentações de emendas 
ao projeto. Após, o relator da comissão deve produzir um parecer sobre o projeto 
em pauta, que será examinado, discutido e votado na comissão. Até o dia 22 de 
dezembro, o plenário tem que aprovar o projeto do PPA e, caso seja aceito, 
remeter ao presidente que o sancionará. 
A LDO tem prazo de validade de um ano e representa a ligação entre o 
PPA e a LOA. Essa lei define metas e prioridades do Estado no âmbito federal e 
será base para a elaboração da LOA do ano seguinte. 
O Congresso Nacional receberá a LDO do Poder Executivo até o dia 15 
de abril de cada ano. A tramitação começará na Comissão Mista de Orçamento, 
em audiências públicas com governistas, para obter informações. Nesse 
momento, pode ocorrer emendas ao projeto. Após, o relator confeccionará um 
parecer que será verificado, discutido e votado na comissão. O prazo para o 
plenário do Congresso Nacional analisar e votar a LDO é até o dia 17 de julho. 
O projeto da LOA tem por base o texto da LDO aprovado tanto pelo Poder 
Legislativo quanto pelo Poder Executivo, sendo que esse projeto deverá ser 
entregue até 31 de agosto para ser aprovado. Sua tramitação começa na 
comissão Mista de Orçamento, por meio de audiências públicas. Nesse 
momento, o relator-geral da comissão emite o parecer preliminar sobre o projeto, 
que pode receber emendas antes de ser votado. Em seguida à votação do 
parecer preliminar, as emendas devem ser encaminhadas para o projeto da Lei 
Orçamentária. Os relatores, que são em número de dez, devem elaborar seus 
pareceres, que serão discutidos e votados. Após a aprovação dos pareceres 
setoriais, ocorrerá uma análise geral das ementas, que será feita pelo relator 
geral e será apresentado, discutido e votado. A data máxima para a votação do 
Plenário do Congresso Nacional será o dia 22 de dezembro. 
Em seguida ocorrerá o encaminhamento da Lei Orçamentária ao Poder 
Executivo para sanção ou veto do presidente que pode ser parcial ou total. E, 
por fim será promulgado e publicado no Diário Oficial da União. 
TROCANDO IDEIAS 
 Assista aos vídeos a seguir: 
 
 
18 
 CONCURSOS PÚBLICOS. Despesa Pública: classificação por natureza. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Yo1XpMSY1CI>. 
Acesso em: 11 set. 2017. 
 CONCURSOS PÚBLICOS. Receita Pública: classificação por natureza. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kTQTHyO5jDQ>. 
Acesso em: 11 set. 2017. 
 UNIVERSO ESTUDANTIL. Orçamento Público: introdução e PPA. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WuV0zDElBYU>. 
Acesso em: 11 set. 2017. 
NA PRÁTICA 
Questão 1 – Concurso INAZ do Pará – Ano 2017: Supõe-se que o prédio da 
Defensoria Pública do Estado do Paraná possui um espaço que aluga para 
eventos e feiras, na qual a receita auferida é classificada, segundo sua origem, 
como: 
a. Receita de serviços. 
b. Receita industrial. 
c. Receita agropecuária. 
d. Receita de contribuições. 
e. Receita patrimonial. 
 
Questão 2 – Concurso CESPE – Ano 2017: Com relação à Receita Pública, 
assinale a opção correta. 
a. São receitas de capital os recursos financeiros recebidos por ente público para 
custear despesas com pessoal, com serviços de terceiros ou com material de 
consumo. 
b. Um dos estágios da Receita Pública é o recolhimento, que consiste na entrega 
dos recursos devidos pelos contribuintes ou devedores ao Tesouro Nacional. 
c. A classificação da Receita Pública por fonte de recursos indica a origem do 
recurso segundo o seu fato gerador, quer seja recurso do Tesouro Nacional, quer 
de outras fontes. 
d. As dívidas da União dividem-se em dívidas ativas e dívidas passivas, 
conforme a etapa da execução orçamentária em que se encontre o pagamento 
da obrigação da União. 
 
 
19 
e. A Receita Pública origina-se tanto da exploração de patrimônio de pessoa 
jurídica de direito público quanto do poder do Estado de exigir prestações 
pecuniárias dos cidadãos. 
 
Questão 3 – Banca Inaz do Pará – 2017: Segundo a ONU (1959), o Orçamento 
Programa é um sistema em que se presta particular atenção às coisas que um 
governo realiza mais do que às coisas que adquire. São características do 
Orçamento Programa, exceto: 
a. Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição de trabalho e de 
resultados. 
b. A alocação de recursos que visam à consecução de objetivos e metas. 
c. Controle visando avaliar a eficiência e eficácia das ações governamentais. 
d. Na elaboração do orçamento são consideradas as necessidades financeiras 
das unidades organizacionais. 
e. As decisões orçamentarias são tomadas com base em avaliações técnicas 
das alternativas possíveis. 
 
Questão 4 – Banca Inaz do Pará – 2017: As etapas da receita orçamentária 
seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em 
consideração o modelo de orçamento existente no país e a tecnologia utilizada. 
Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com: 
a. Planejamento, previsão, lançamento e recolhimento. 
b. Previsão, arrecadação, lançamento e recolhimento. 
c. Previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. 
d. Previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação. 
e. Lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação. 
 
Questão 5 – Banca UFPA – 2017: O princípio orçamentário que veda a 
vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções 
estabelecidas na Constituição Federal, é intitulado princípio da: 
a. Legalidade 
b. não afetação da receita. 
c. Exclusividade 
d. especificação. 
e. desvinculação. 
 
 
20 
SÍNTESE 
O Estado também pode contrair direitos e assumir atribuições com a 
finalidade de realizar suas funções estatais. Nesse sentido, verifica-se a 
importância da área financeira, orçamentária e patrimonial do Estado, visto que 
é por meio deles que são realizadas tais ações. 
A Contabilidade Públicaé necessária como método responsável para 
acompanhar o desenvolvimento do patrimônio público. Lembre-se, ainda, de que 
Contabilidade Pública é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo 
gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis 
direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. Além disso, 
a finalidade da contabilidade é fornecer aos usuários informações sobre os 
resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, 
financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, 
em apoio ao processo de tomada de decisão; adequada prestação de contas; e 
o necessário suporte para a instrumentalização do controle social. 
Sobre a Receita Pública, é importante destacar que ela, na maioria das 
vezes, tem como fonte os tributos, sendo denominada o seu total, nas leis de 
orçamento, como receita prevista ou estimada. 
Lembrando, a Receita Pública são os bens e direitos que o Estado 
incorporam no Patrimônio Público com a finalidade de custear as despesas 
públicas; na maioria das vezes, as receitas são derivados de o poder impositivo 
do Estado cobrar os impostos. Em contrapartida, despesa pública conceitua-se 
esse tipo de despesa como sendo os gastos ou os dispêndios que o Estado 
realiza com o objetivo de promover o bem comum. Observa-se ainda que 
despesa pública é a retirada de recursos dos cofres públicos para o pagamento 
de dívidas, ou também a devolução de importâncias recebidas a título de cação, 
depósito e consignações. 
O orçamento se refere a uma parte do processo financeiro que 
comtemplam as receitas e despesas de um determinado período de tempo. 
Quando o orçamento se aplica ao setor governamental, pode ser definido como 
um mecanismo que o Poder Público dispõe para demonstrar sua atuação, 
discriminado o montante de recurso a obtido, bem como utilizado, em 
determinado período. 
 
 
21 
No Brasil, o orçamento público é classificado em três legislações, 
conforme o artigo 165 da Carta Magna de 1988: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I – o plano plurianual; 
II – as diretrizes orçamentárias; 
III – orçamentos anuais. (CF 1988) 
O ciclo orçamentário é um processo dinâmico, continuo, que elabora, 
aprova, executa, controla e avalia os programas do Estado, logo, refere-se ao 
período de tempo que as atividades do orçamento público. Nesse sentido, pode 
ser entendido o ciclo orçamentário como o intervalo de tempo que se inicia com 
a elaboração do orçamento, compreende a execução e termina com o controle. 
O ciclo orçamentário tem início na elaboração do orçamento, entretanto, 
seu fim ocorre na prestação de contas. Dentro do período orçamentário existem 
quatro fases, que são: Elaboração, Estudo e Aprovação, Execução, Avaliação 
 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
BEHR, A. Contabilidade aplicada ao setor público estudos e práticas. Rio 
de Janeiro: Atlas, 2016. 
BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade aplicada ao setor público: abordagem 
simples e objetiva. 2. São Paulo: Atlas, 2015. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de 
contabilidade: contabilidade aplicada ao setor público: NBCs T 16.1 a 16.11/. 
Brasília, 2012. 
COUTINHO, A. D. Manual de Direito Administrativo: volume único. Rio de 
Janeiro: Método, 2015. 
DI PIETRO, M. S. Z. Parcerias na Administração Pública: concessão, 
permissão, franquia, terceirização, parceria público-privada e outras formas. 10. 
ed. São Paulo: Atlas, 2015 
FÓRUM DESENVOLVE LONDRINA. Gestão pública: um passo para mudanças 
históricas – republicanismo, meritocracia, governança. Londrina: Imaginacom, 
2016. 104 p. 
FURTADO, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4. ed. rev. e atual. Belo 
Horizonte: Fórum, 2013. 
MARQUES, M. C. Improbidade administrativa temas atuais e 
controvertidos. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 
MATIAS-PEREIRA, J. Manual de gestão pública contemporânea. 5. ed. Rio 
de Janeiro: Atlas, 2016. 
MENDES, G. F. Linha administração e políticas públicas gestão pública e 
direito municipal: tendências e desafios. São Paulo: Saraiva Educação, 2016. 
 
 
 
23 
RESPOSTAS 
1. e. 
Comentários: 
Patrimoniais: receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do 
próprio Estado (mobiliário e imobiliário). Ex.: receitas de aluguéis, receitas 
decorrentes das vendas de bens e as operações de crédito. Incluem-se também 
as decorrentes de pagamento de royalties pela exploração do seu patrimônio por 
concessionários e permissionários de serviços públicos. 
 
2. e 
Comentários: 
a. Trata-se de receita corrente. 
b. Quem recolhe o valor das receitas pro Tesouro Nacional são os bancos (esse 
estágio é chamado de recolhimento). Agora, quando o contribuinte paga seu 
carnê do IPTU, por exemplo, no banco, a esse estágio da receita chamamos de 
arrecadação. 
c. A classificação da Receita por fonte de recurso indica a destinação e não a 
origem do recurso. 
d. A Dívida da União se divide em fundada e flutuante. 
e. Certa. 
 
3. d 
Comentários: 
Orçamento Moderno ou Orçamento-Programa: 
1. O orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da 
organização. 
2. A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas. 
3. As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e 
análises técnicas das alternativas possíveis. 
4. A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e 
de planejamento. 
5. Principal critério de classificação: funcional-programático. 
6. Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e 
dos resultados. 
 
 
24 
7. O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a 
economicidade das ações governamentais. 
 
Orçamento Tradicional ou Clássico 
1. O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e 
programação. 
2. A alocação dos recursos visa à aquisição de meios. 
3. As decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades 
das unidades organizacionais. 
4. A estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão. 
5. Principais critérios classificatórios: unidades administrativas e elementos. 
6. Inexistem sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim 
como dos resultados. 
7. O controle visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a 
legalidade no cumprimento do orçamento. 
 
4. c 
Estágios: 
 da receita – PLAR (previsão, lançamento, arrecadação, recolhimento). 
 da despesa – FELP (fixação, empenho, liquidação, pagamento). 
 
5. b 
O princípio da não afetação das despesas, também chamado de princípio da não 
vinculação, estabelece que receitas de impostos (não de tributos, atenção!), em 
regra, não podem ser vinculadas a órgãos determinados, fundos e despesas. 
Para serem criadas novas exceções, além das já existentes nesse princípio, é 
necessária aprovação de Emenda Constitucional. Tal princípio encontra 
positivação na própria Constituição Federal: 
Art 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a 
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as 
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e 
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da 
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos 
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações 
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem 
como o disposto no § 4º deste artigo.

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