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Finanças e Orçamento Público

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Prévia do material em texto

FINANÇAS E 
ORÇAMENTO 
PÚBLICO 
PROFESSORES
Dr. José Renato de Paula Lamberti
Esp. Heider Jeferson Gonçalves
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/1003
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. LAMBERTI, José Renato de Pau-
la; GONÇALVES, Heider Jeferson.
Finanças e orçamento público. 
José Renato de Paula Lamberti, Heider Jeferson Gonçalves.
Reimpressão - 2021
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
192 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Finanças 2. Orçamento 3. Público. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Éder Rodrigo Gimenes
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Lilian Vespa
Revisão Textual
Ariane Andrade Fabreti 
Meyre Aparecida Pinto Barbosa
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 658.15 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-1997-1
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria 
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso 
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão 
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
DIREÇÃO UNICESUMAR
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Dr. José Renato de Paula Lamberti
Doutor em Finanças pela Mackenzie (2018). Mestrado em Administração/Finanças 
pela PUC-SP (2011). MBA Executivo pela Unicesumar (2010). Graduação em Admi-
nistração de Empresas pela PUC-SP (2006).Graduação em Ciências Contábeis (2018).
Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Especialista em Gestão Ambiental para Municípios pela Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná – UTFPR (2010). Especialista em Gestão de Políticas Públicas pelo 
Instituto ESAP/Faculdades Iguaçu (2005). Graduado em Administração (2008) e em 
Ciências Contábeis (2000) pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de 
Paranavaí-PR – Unespar. Professor da Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte 
do Paraná – Fatecie, onde atua nos cursos de Administração, Tecnologia em Proces-
sos Gerenciais e Tecnologia em Marketing. Professor formador da Unicesumar no 
núcleo EAD (Educação a Distância), nos cursos de Tecnologia em Gestão Pública e 
Logística. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração 
de Empresas, em Educação a Distância – EAD, onde atuou como tutor presencial do 
curso de Especialização em Gestão Pública pela UTFPR, e em Gestão Pública, com 
ênfase em Práticas Legislativas. Vereador por dois mandatos consecutivos (2005-
2008/2009-2012). Servidor público em Cargo Comissionado na Prefeitura Municipal 
de Nova Aliança do Ivaí-PR, no cargo de Chefe de Gabinete do Poder Executivo 
Municipal. Coordenador dos cursos de Administração e Tecnologia em Processos 
Gerenciais da Faculdade Fatecie (2018). Atualmente, coordenador-geral de Extensão 
da Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná – Fatecie, pesquisador 
e membro do Conselho de Pesquisa e Extensão – ConPEx.
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
FINANÇAS E ORÇAMENTO PÚBLICO
Olá, prezado(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) ao livro de Finanças e Orçamento Público.
Agora, proporemos uma pergunta a você: imagine um país sem governo, o que aconteceria? 
Certamente, viveríamos em um caos, pois teríamos um país sem educação, saúde, justiça e 
segurança. Embora exista, em todos nós, um senso de anarquismo, não conseguiríamos viver 
em um mundo assim.
O objetivo inicial do governo é o bem comum e o Estado existe para realizá-lo. O problema 
é que sempre existem interesses divergentes entre quem governa e quem é governado. É 
o que Jensen e Meckling (1976) denominaram problema de agência, ou teoria da agência.
Para coibir esse problema, discutiremos algumas legislações, como a Lei do Orçamento e a Lei 
de Responsabilidade Fiscal, que normatizam os governantes a preverem e a demonstrarem 
os seus gastos públicos, além de apresentarem as fontes de receitas.
O orçamento público, de maneira simplificada, pode ser entendido como um conjunto 
de ferramentas de planejamento da alocação dos recursos públicos, isto é, o conheci-
mento das receitas e despesas que serão realizadas em determinado período (em geral, 
no prazo de um ano).
Como os recursos financeiros são escassos, prever o que pode gastar, dentro do período 
de um ano, minimiza os riscos de endividamento e incerteza sobre como utilizar esse 
recurso. Tal ação potencializa obras que beneficiam a população em geral (saneamento, 
estradas, escolas, hospitais).
Dessa forma, é notória a importância, para a sociedade, em conhecer os conceitos de finanças 
e de orçamento público. Mas são poucos aqueles que buscam esse conhecimento.
Nós, os autores, que participamos de diversas palestras sobre gestão pública, como acadê-
micos quando éramos nos sentimos atônitos com a falta de interesse por parte de diversas 
pessoas. Lembramo-nos, exclusivamente, de uma excelente apresentação sobre a Lei da 
Responsabilidade Fiscal, ministrada em uma universidade federal, em que poucos alunos 
permaneceram até o final. 
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Essa experiência se sustenta em uma frase de Platão: “Não há nada de errado com aqueles 
que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
Agora, para situar o que aprenderemos neste livro, faremos um breve resumo das unidades.
Na primeira unidade, discutiremos as noções básicas de Estado e de governo, a Administração 
Pública, asua estrutura e os seus princípios, a Contabilidade e as finanças públicas serão a 
base para aprofundarmos os nossos conhecimentos a respeito do orçamento e das políticas 
fiscais governamentais.
Na segunda unidade, descreveremos as despesas e as receitas públicas, assim como a base 
de lei de orçamentação. Assim, verificaremos como o governo arrecada as suas receitas e 
realiza as suas operações, as quais resultam em despesas.
Na terceira unidade, falaremos da proposta orçamentária, isto é, transcrevemos os principais 
capítulos da Lei Orçamentária e fizemos comentários, com o intuito de facilitar o aprendizado. 
O objetivo dessa unidade é facilitar a leitura da própria lei e agilizar o seu aprendizado.
Chegamos à quarta unidade, em que será apresentado o conceito de Finanças Públicas. 
Trataremos, basicamente, dos principais termos de finanças, com a intenção de demonstrar 
a sua essência e a sua competência para o gestor público e os cidadãos mais instruídos.
Dessa forma, a quinta unidade fará o encerramento com métodos de avaliação interna e exter-
na, ou seja, os meios de controle dos gastos públicos, e veremos, de maneira mais profunda, 
a Lei de Responsabilidade Fiscal e a governança corporativa aplicada à Administração Pública.
Contaremos sempre com leituras complementares e outros elementos, para que você dina-
mize o seu estudo.
Assim, caro(a) aluno(a), finalizaremos esse livro com o intuito de criar o conhecimento que 
seja aplicado na sua vida profissional. Conte conosco!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando Ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
VISÃO GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO 
E FINANÇAS
PÚBLICAS
10
UMA VISÃO GLOBAL 
DE RECEITA, 
DESPESA PÚBLICA 
E ORÇAMENTO
47
77
DETALHANDO 
O ORÇAMENTO 
PÚBLICO
110
NOÇÕES 
SOBRE 
FINANÇAS 
PÚBLICAS
150
FINANÇAS E 
ORÇAMENTO: 
CONTROLE DOS 
GASTOS PÚBLICOS
178
CONCLUSÃO GERAL
1
VISÃO GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO 
E FINANÇAS
públicas
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos gerais de Administra-
ção Pública • Estrutura e princípios da Administração Pública • Visão geral da Contabilidade Pública • 
Princípios da Contabilidade Pública e dos regimes contábeis • O controle na Administração Pública • 
Introdução à Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Estudar os conceitos gerais de Administração Pública • Entender a estrutura e os princípios da Admi-
nistração Pública • Ter a visão geral da Contabilidade Pública • Estudar os princípios da Contabilidade 
Pública e dos regimes contábeis • Aprender a respeito do controle na Administração Pública • Estudar 
a introdução à Lei de Responsabilidade Fiscal.
PROFESSORES
Dr. José Renato de Paula Lamberti
Esp. Heider Jeferson Gonçalves
INTRODUÇÃO
Para estudarmos o que são finanças e orçamento público e como ambos 
se aplicam no governo, precisaremos conhecer o ambiente em que essas 
teorias atuam: Administração Pública e Contabilidade Governamental. 
Precisamos, também, conhecer alguns termos da Administração Públi-
ca, tais como:
 ■ Estado: conforme Azambuja (1996), o Estado corresponde à 
organização político-jurídica de uma sociedade para realizar 
o bem público, com governo próprio e território determinado. 
 ■ Governo: a origem da palavra vem do grego kubernates e signi-
fica “timoneiro” ou “navegar”. Para Meirelles (1999), é o complexo 
das funções do Estado.
 ■ Administração Pública: é o conjunto coordenado de ações que 
visam à boa gestão da coisa pública (república). De acordo com 
Araújo e Arruda (2006), essa administração deve possibilitar que 
os interesses da sociedade sejam alcançados. 
 ■ Administração Direta: compreende a estrutura administra-
tiva dos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e as 
suas subdivisões (estrutura administrativa da Presidência da 
República e dos ministérios, secretarias estaduais e municipais, 
com seus respectivos departamentos e seções). São as unidades 
administrativas de cada um dos Poderes da União, dos Estados 
e Municípios.
 ■ Administração Indireta: constitui-se em entidades dotadas de 
personalidades jurídicas próprias, isto é, vinculadas aos Poderes 
da União, dos Estados e Municípios. Podemos entender como 
Administração Indireta as autarquias, fundações, empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista.
O conhecimento da Contabilidade Governamental também se faz ne-
cessário para adentrarmos nos assuntos sobre finanças e orçamento 
público.
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O primeiro aspecto que observamos é que a Contabilidade sempre esteve 
presente na história comercial do ser humano. Mesmo antes da escrita, re-
gistros contábeis eram feitos em pedras e peças de argila. O indivíduo dessa 
época gravava figuras daquilo que ele trocava (sistema de escambo). 
Podemos, também, verificar a Contabilidade em várias passagens bíblicas, 
tais como: em uma parábola de Jesus, há a citação de um construtor que faz 
contas para verificar se o que ele dispunha era suficiente para construir uma 
torre (Lc 14, 28-30). 
É importante lembrar do frei e matemático Lucca Pacioli, que desenvol-
veu o método da partilha dobrada, em 1494. Ele separava débito e crédito, 
por conseguinte, o que era passivo e o que era ativo: foi a origem do Balanço 
Patrimonial. 
Conforme Slomski (2007), a Contabilidade Pública aparece no Brasil, de 
fato, com a publicação de um alvará datado de 28 de julho de 1808, quando 
Dom João VI criou o Erário Régio e instituiu o Conselho da Fazenda. Para o 
mesmo autor, a Contabilidade Pública tem o seu maior desenvolvimento com 
a criação da Lei da Responsabilidade Fiscal, de 2000. Ela exige novos padrões 
de controle e de transparência dos atos dos gestores públicos.
Podemos concluir que a Contabilidade Pública evolui, correlatamente, 
com a ética, isto é, em utilizar o dinheiro público, de maneira responsável, a 
favor dos próprios contribuintes. É nesse contexto que as finanças e o orça-
mento público estão presentes.
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CONCEITOS GERAIS DE
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
O conceito de administração pública é, muitas vezes, uma incógnita para mui-
tas pessoas, pois é comum vermos, nos últimos tempos e, até hoje, em nosso 
país, gestores que se confundem ou que misturam o público e o privado, ou 
seja, não sabem distinguir ao certo o que é propriedade vossa e o que é pro-
priedade pública. Lembrando que o público é de todos. Vamos ler o conceito 
de Silva (2006, p.112) para Administração Pública:
 “ Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos, organizados e necessários para executar as decisões políticas. Essa é uma noção simples 
de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que 
é subordinada ao poder político. Em segundo lugar, que é meio 
e, portanto, algo de que serve para atingir fins definidos. Em 
terceiro lugar, denota seus aspectos: um conjunto de órgãos a 
serviço do poder político e as operações realizadas, atividades 
administrativas.
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Conforme Castro (2008), a Administração Públicapode ser entendida em dois 
sentidos básicos:
 ■ Organizacional: escrito em letra maiúscula (Administração Pública) – in-
dica o complexo de órgãos responsáveis por funções administrativas. É o 
conjunto de órgãos instituídos para a consecução concreta dos objetivos 
do governo. A Administração Pública compreende a personalidade jurídi-
ca do conjunto de órgãos e de entidades públicas que exercem atividades 
administrativas.
 ■ Funcional: escrito em letra minúscula (administração pública) signifi-
ca a atividade administrativa propriamente dita. Refere-se, portanto, ao 
conjunto de atividades concretas e imediatas, desenvolvidas pelo Estado, 
na forma da lei.
Desta maneira, a Administração Pública Federal está dividida em duas áreas: 
Administração Direta e Indireta, conforme item a seguir.
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2 
ESTRUTURA E PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
Caro(a) aluno(a), conheceremos os órgãos da Administração Pública: confor-
me Decreto n. 200/1967, a Administração Pública Federal está segmentada em 
Direta e Indireta.
A Administração Direta é composta pelo conjunto de órgãos integrados res-
ponsáveis pela condução da Administração da União, do Executivo, Legislativo 
e Judiciário. A Administração Indireta, conforme Castro (2008), foi concebida 
para possibilitar mais eficiência na gestão governamental. Vejamos, agora, o que 
diz o Decreto-Lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967 (BRASIL, 1967, on-line): 
Este Decreto dispõe sobre a organização da Administração Fede-
ral, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras 
providências.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I- A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II- A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias 
de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista;
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d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração 
Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência 
estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela 
Lei nº 7.596, de 1987)
 Já em seu Art.5º temos:
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I- Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas 
da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funciona-
mento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II- Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, 
criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo 
seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência 
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas 
em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III- Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito 
a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administra-
ção Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV- Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autoriza-
ção legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam 
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de 
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras 
fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime 
de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em 
caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração 
Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7596.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5ii
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5iii
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0900.htm#art5iii
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§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem per-
sonalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua cons-
tituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando 
as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. 
(Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
Para simplificar um pouco, vamos complementar esses conceitos de uma forma 
mais resumida e menos formal, como tratados na referida lei.
Autarquias: são entidades com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
própria, exercício de atividades típicas da Administração Pública, que contam 
com gestão administrativa e financeira descentralizada. Possuem autonomia, 
com função pública própria e típica, autorizada pelo Estado. São exemplos: Uni-
versidades Federais, Escolas Técnicas, INSS, Banco Central do Brasil, Agência 
Nacional do Cinema, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Comissão de Va-
lores Mobiliários, Instituto de Açúcar e Álcool entre outras.
 ■ Empresas públicas ou estatais: abrange as entidades com personalida-
de jurídica de direito privado, patrimônio próprio e capital exclusivo da 
União, criados por lei, com o objetivo de explorar uma atividade econô-
mica que o governo compreenda conveniente aos objetivos do Estado. 
Exemplos: Banco Nacional Econômico e Social (BNDES), Caixa Econô-
mica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Serviço Federal 
de Processamento de Dados (SERPRO).
 ■ Fundações públicas: realizam atividades não típicas de Estado, mas 
de interesse coletivo, sendo as mais comuns as que atuam nas áreas 
de educação, cultura e pesquisa. São exemplos: Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq).
 ■ Sociedades de economia mista: pessoa jurídica de direito privado, com 
participação do Poder Público e de particulares em seu capital e em sua 
administração que se destina ao desenvolvimento de atividades econô-
micas ou de serviço de interesse coletivo delegado pelo Estado.
Outras entidades que a Administração Pública pode atribuir competência, mas 
é distinta a estrutura administrativa do Estado. 
Conforme art.175 da Constituição Federal, para que esta possibilidade ocorra, 
tais entidades não podem ter fins lucrativos. Além disso, a delegação precisa ser feita 
por lei ou contrato de concessão, sob controle da Administração Pública. 
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São as chamadas entidades do Terceiro Setor, que podem ser divididas nas se-
guintes organizações:
 ■ Serviços sociais autônomos: entidades instituídas por lei, com personalidade 
jurídica de direito privado, para dar assistência a certas categorias sociais ou 
grupos profissionais, sem fins lucrativos, mantidos por contribuições para-
fiscais. Como exemplo: o SESI, SESC, SENAI e SEBRAE.
 ■ Organizações Sociais (OS): pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lu-
crativos, instituídas por iniciativas de particulares, para desempenhar servi-
ços sociais, não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do Poder 
Público, por vínculo jurídico instituído mediante contrato de gestão. Por 
força do referido contrato de gestão, a Administração Pública repassa recur-
sos do orçamento, mediante controle do resultado.
 ■ Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP): organizações 
privadas, nos moldes das organizações sociais, mas que mantêm vínculo com 
a Administração Pública por meio de “Termo de Parceria”, o qual permite que 
executem atividades autorizadas pelo Estado e são consideradas de utilidade 
pública por força da lei que as criou.
Por fim, as agências reguladoras, que são autarquias e fundações integrantes da Ad-
ministração Pública Federal, criadas mediante decreto do Poder Executivo, o qual 
permite, por sua vez, que as autarquias executem as suas operações por meio de 
contrato de gestão. Nestes são definidos indicadores e metas operacionais, com in-
trodução de princípios da administração gerencial, em substituição aos da adminis-
tração burocrática. São chamadas autarquias especiais, criadas por lei, com o objetivo 
de regular (normatizar, disciplinar e fiscalizar) a prestação de serviços privados de 
acentuado interesse público, inseridos nas atividades econômicas. Como exemplo, 
temos a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Uma questão que, frequentemente, gera muita dúvida é em relação às estatais. O 
que são e como se caracterizam, por exemplo.
A denominação de “empresa estatal” abrange todas aquelas entidades as quais 
o Estado tem o controle acionário: as empresas públicas, a sociedade de economia 
mista, entre outras, cuja personalidade jurídica dessa entidade é de direito privado 
e as suas atividades têm, como fundamento-base, os preceitos comerciais. Ou seja, 
nada mais é do que uma empresa, constituída, organizada e controlada pelo poder 
público. É importante salientar que uma estatal é uma empresa criada por meio de 
lei, que pertence ao governo e é controlada total ou parcialmente por algum nível 
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governamental. Ela pode ser municipal, estadual ou federal e, geralmente, essas em-
presas são criadas para administrar recursos estratégicos do país e garantir que a 
população tenha acesso a esses recursos. 
No Brasil, esse tipo de organização é regulamentado pela Lei das Estatais (n. 
13.303, de 2016). Em seu capítulo terceiro, a lei determina que toda estatal deve res-
peitar uma função social. Vejamos: 
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a 
função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a 
imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autori-
zação legal para a sua criação.
§ 1o A realização do interesse coletivo de que trata este artigo deverá 
ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para a alocação 
socialmente eficiente dos recursos geridos pela empresa pública e pela 
sociedade de economia mista, bem como para o seguinte:
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores 
aos produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade de eco-
nomia mista;
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produ-
ção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade 
de economia mista, sempre de maneira economicamente justificada.
§ 2o A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão, nos 
termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade ambiental e de res-
ponsabilidade social corporativa compatíveis com o mercado em que 
atuam (BRASIL, 2016, on-line).
Vamos lembrar que mesmo que essas organizações pertençam ao Estado, o governo 
não é o dono supremo, ou seja, não é o dono de 100% de suas ações, pois, em muitos 
casos, como neste exemplo, o governo abre as ações da empresa para o interesse 
privado, o qual, ao adquirir esses direitos, passa a exercer algum poder na adminis-
tração dessa empresa e, também, a receber parte dos seus lucros. Daí, destacamos que 
existem dois tipos de estatais:
 ■ Empresa pública: são estatais que pertencem completa e integralmente ao 
Estado, que é dono de 100% de suas ações, com administração totalmente 
pública. Cabe a Justiça Federal ser responsável por julgar todas as irregula-
ridades dessas empresas. Exemplos: Caixa EconômicaFederal e Correios. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm
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Conforme Castro (2008), entende-se contrato de gestão como o instrumento firmado 
entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social ou agência exe-
cutiva, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução das 
atividades relativas a concessões e a permissões de serviços públicos. 
Fonte: os autores. 
explorando Ideias
 ■ Sociedade de economia mista: são empresas estatais cujo Estado não é o 
único dono, pois são totalmente abertas para acionistas da iniciativa privada 
e têm suas ações comercializadas na Bolsa de Valores, em que os acionistas 
exercem direito de voto em decisões da empresa. Estes também possuem 
parte nos seus lucros, mas a parte majoritária de suas ações é do Estado. 
Exemplos: Petrobrás e Banco do Brasil.
Agora trataremos dos Princípios da Administração Pública. Conhecidos como os 
cinco princípios fundamentais da área, todo gestor público deve ficar atento a eles, 
que norteiam o bom desempenho de sua gestão. Esses cinco princípios básicos estão 
presentes no Art. 37 da Constituição Federal de 1988, e são eles: legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Vejamos o que diz exatamente o Art. 37 da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência (BRASIL, 1988, on-line).
Vejamos cada um desses princípios:
 ■ Legalidade: diferentemente da vida privada, em que tudo é permitido, me-
nos o proibido, na área pública nada é permitido, exceto o regulamentado 
legalmente. Ao assumir o cargo público, a pergunta correta do administrador 
não pode ser onde está escrito que não posso agir dessa ou daquela forma, 
mas como ter segurança de que o ato que ele praticará está definido em nor-
ma clara ou amparado por parecer de especialista em Direito.
 ■ Impessoalidade: esse princípio tem, como característica principal, o fato de 
que a entidade e o nome pelos quais o administrador age é o Estado. Dessa 
maneira, é essa a figura principal, e não a pessoa de seu administrador. 
https://www.politize.com.br/petrobras-conheca-um-pouco-sobre-a-maior-estatal-brasileira/
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O Limpe é uma combinação interessante de letras, formada por alguns princípios encontrados 
na Constituição Federal da República Federativa do Brasil. São, respectivamente, os princípios:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Esses cinco princípios apresentados são referentes à Administração Pública e estão pre-
sentes no Art. 37 da Constituição Federal de 1988. Por meio dele, todas as pessoas que 
fazem parte dessa administração devem se pautar em obediência à Constituição Brasilei-
ra. É importante ressaltar que os princípios citados não são os únicos, mas há referência 
de outros em leis esparsas e específicas. 
Fonte: adaptado de Princípios Constitucionais ([2019], on-line)¹.
explorando Ideias
 ■ Moralidade: sempre que se verificar um comportamento da Administração 
que, mesmo em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as 
regras da boa administração, os princípios de justiça e equidade e a ideia co-
mum de honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
 ■ Publicidade: refere-se à divulgação oficial dos atos administrativos, ressal-
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. A publicidade sempre 
foi considerada um princípio administrativo, porque se entende que o Poder 
Público, por ser público, deve agir com a maior transparência possível, a fim 
de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os ad-
ministradores estão fazendo.
 ■ Eficiência: trata-se de um conceito econômico. Não qualifica normas, mas 
qualifica atividades. Significa fazer com racionalidade. Busca estimular e con-
seguir os melhores resultados com os meios disoníveis ao menor custo. A 
eficiência, para os administradores, é a otimização de meios.
É importante destacar que todo gestor público deve conhecer os princípios que nor-
teiam a gestão pública, e isso é essencial para colocar em prática uma administração 
pública mais transparente, eficaz, efetiva, íntegra e próxima da sociedade, de seus 
anseios e da sua realidade.
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VISÃO GERAL DA
CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
Conforme Sá (1997), foram encontradas, na Suméria, evidências de registros 
contábeis em tábuas de argila. Eram pequenas, de poucos centímetros, nas quais 
eram colocados lançamentos únicos. Depois, surgiu a necessidade de conhecer 
o movimento de todo um dia, então tais fatos eram reproduzidos em uma tábua 
maior e, assim, surgiu o diário contábil. A seguir, para identificar as tábuas pelos 
mesmos fatos, uma corda era amarrada e, desse modo, nasceu a razão. O débito e 
o crédito nasceriam do conceito de “meu e seu”, enquanto que o saldo seria uma 
decorrência natural. Como podemos perceber, a Contabilidade sempre esteve 
presente na história comercial do ser humano.
Segundo Marion (2010), a contabilidade pode ser definida como um sistema 
de informação gerencial, capaz de captar, registrar, reunir, divulgar e interpretar 
os fenômenos monetários que afetam a situação patrimonial da empresa. Já a 
Contabilidade Pública é um ramo da Ciência Contábil voltado para o registro, 
o controle e a demonstração dos fatos financeiros que afetam o patrimônio da 
União, dos Estados e dos Municípios.
Nessa mesma linha, Castro e Garcia (2004) conceituam a Contabilidade 
Governamental como a contabilidade aplicada às entidades públicas. Kohama 
(1989, p. 35) diz que 
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 “ a Contabilidade Governamental deriva da Contabilidade e tem a prin-cipal função de estudar, orientar, controlar e demonstrar a organização e execução da Fazenda Pública, o patrimônio público e suas variações, 
isto é, uma transparência do que se faz com o dinheiro público.
Conforme Araújo e Arruda (2006), as principais funções da Contabilidade Pú-
blica são:
 ■ A sua área compreende os três níveis de governo: Federal, Estadual e Municipal.
 ■ Tem por fim selecionar, estudar, registrar, interpretar, orientar, controlar, 
resumir e demonstrar os fatos que afetam o patrimônio estatal.
 ■ O seu objeto de estudo é a gestão do patrimônio das entidades públicas quan-
to aos aspectos contábil, orçamentário, patrimonial, financeiro e de resultado.
 ■ Constitui um importante instrumento de planejamento e controle da 
gestão governamental.
 ■ No Brasil, as suas normas estão definidas na Lei n. 4320/1964.
Vejamos o que diz uma parte da Lei n 4.320/1964, referente à Contabilidade Pú-
blica, que “estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle 
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito 
Federal” (BRASIL, 1964, on-line).
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elabo-
ração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, 
dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no 
art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.
[...]
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e des-
pesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o pro-
grama de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade 
universalidade e anualidade (BRASIL, 1964, on-line, grifos da lei).
Estes dois artigos anteriores caracterizam, claramente, a importância fundamen-
tal da Lei 4.320/1964 para a Contabilidade Pública.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm#art5xvbhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm#art5xvb
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PRINCÍPIOS DA
CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
e dos regimes contábeis 
Antes de começar esse tópico, vamos entender o que são princípios. Estes são 
normas que servem como guias para os gestores tomarem as suas decisões.
Conforme Castro e Garcia (2004), a expressão Princípio de Contabilidade 
Geralmente Aceitos foi criada nos Estados Unidos da América do Norte, na dé-
cada de 50, com o objetivo de fixar normas contábeis para serem regras ou guias 
de orientações aos contadores, com o propósito de eliminar as divergências nas 
demonstrações contábeis publicadas naquele país. Vamos imaginar que os prin-
cípios são a estrutura da Contabilidade.
Para estudarmos tais princípios, utilizaremos a resolução do CFC n. 750/1993, 
que consagra os Princípios de Contabilidade, os quais são de observância obri-
gatória no exercício da profissão contábil, constituindo condição de legitimidade 
das Normas Brasileiras de Contabilidade (CFC, 1993).
Não devemos nos esquecer da Resolução do CFC n. 1.111/2007 (Apêndice II da 
Resolução CFC n. 750/1993), que informa a adequada interpretação a ser alcançada 
para os Princípios de Contabilidade, sob a perspectiva do setor público (CFC, 2007).
A Resolução CFC n. 1.282/2010, por sua vez, modificou substancialmente a Reso-
lução CFC n. 750/1993, com a inclusão de novo conteúdo para quase todos os Prin-
cípios da Contabilidade, os quais passaram a ser denominados apenas “Princípios de 
Contabilidade” e não mais “Princípios Fundamentais de Contabilidade” (CFC, 2010).
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Queremos destacar que, por muito tempo, a Resolução n. 750/1993 (com 
suas alterações) foi a principal norma a tratar dos Princípios de Contabilidade 
e apresentava, antes de ser revogada, em 2016, a sua lista de princípios. 
Considerando o Art. 3º da Resolução CFC n. 1.282/10, são Princípios de 
Contabilidade: 
 ■ Princípio da Entidade.
 ■ Princípio da Continuidade.
 ■ Princípio da Oportunidade.
 ■ Princípio do Registro pelo Valor Original.
 ■ Princípio da Atualização Monetária (revogado pela Resolução CFC 
n. 1.282/2010).
 ■ Princípio da Competência.
 ■ Princípio da Prudência.
Princípio da entidade
O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabili-
dade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independente-
mente de pertencer a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade 
ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. 
Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles 
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A 
soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova 
entidade, mas em uma unidade de natureza econômico-contábil.
Perspectivas do setor público: o Princípio da Entidade se afirma, para o 
ente público, pela autonomia e responsabilização do patrimônio a ele perten-
cente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patri-
mônio e a responsabilização da obrigatoriedade de prestação de contas pelos 
agentes públicos.
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Princípio da continuidade
A continuidade ou não da entidade, bem como a sua vida definida ou provável, 
deve ser considerada quando da classificação e da avaliação das mutações pa-
trimoniais, quantitativas e qualitativas. A continuidade influencia o valor eco-
nômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, 
especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto 
ou previsível. Conforme a legislação citada: 
Art. 5º A CONTINUIDADE, ou não, da ENTIDADE, bem como a 
sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da 
classificação e da avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas 
e qualitativas.
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos 
e, em muitos casos, o valor de vencimento dos passivos, especial-
mente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, 
previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispen-
sável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por 
efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componen-
tes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado 
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado 
(CFC, 1993, p. 12). 
Perspectivas do setor público: de acordo com a CFC n. 1.111/2007, “no âmbito 
da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da 
destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá 
enquanto perdurar sua finalidade” (CFC, 2007, p. 42). 
Princípio da oportunidade
O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à 
integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que 
esses sejam feitos de imediato e com a extensão correta, independentemente 
das causas que os originaram. Como resultado da observância do Princípio da 
Oportunidade:
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I - Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimo-
niais deve ser feito, mesmo na hipótese de somente existir razoável 
certeza de sua ocorrência.
II - O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, con-
templando os aspectos físicos e monetários.
III - O registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas 
no patrimônio da entidade em um período de tempo determinado, base 
necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.
Perspectivas do setor público: segundo a CFC n. 1.111/2007: 
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à 
fidedignidade dos registros contábeis dos atos e dos fatos que afetam 
ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as 
Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. A 
integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as va-
riações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do 
cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao 
completo atendimento da essência sobre a forma (CFC, 2007, p. 43). 
Princípio do registro pelo valor original
Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das 
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país, 
que serão mantidos na avaliações patrimoniais, inclusive, quando configurarem 
agregações ou decomposições no interior da entidade. Do princípio do Registro 
pelo Valor Original, resulta:
I - A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos 
valores de entrada, considerando como tais os resultantes do consensocom os agentes externos, ou da imposição desses.
II - Uma vez integrado o patrimônio, o bem, o direito ou as obrigações não 
poderão ter alterados os seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão so-
mente, a sua decomposição em elementos e/ou a sua agregação, parcial 
ou integral, a outros elementos patrimoniais.
III - O valor original será mantido enquanto o componente permanecer 
como parte do patrimônio, inclusive, quando da saída desse.
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IV - Os princípios da Atualização Monetária e do Registro pelo Valor Ori-
ginal são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro 
apenas atualiza e mantém atualizado o valor da entrada.
V - O uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais 
constitui imperativo de homogeneização quantitativa desses componentes.
Perspectivas do setor público: a CFC 1.111/2007, aponta que 
Nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor ori-
ginal dos componentes patrimoniais. Valor Original, que ao longo 
do tempo não se confunde com o custo histórico, corresponde ao 
valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos ou 
externos, com base em valores de entrada – a exemplo de custo histó-
rico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída – a 
exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do 
fluxo de benefício do ativo e valor justo (CFC, 2007, p. 43-44).
Princípio da competência
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do pe-
ríodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem, 
independentemente de recebimento ou pagamento.
O Princípio da Competência determina quando as alterações no ativo ou no 
passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, e estabelece 
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observân-
cia do princípio da Oportunidade.
Quanto ao período em que ocorrer a sua geração, o reconhecimento simul-
tâneo das receitas e despesas, no caso, quando forem correlatas, é consequência 
natural do respeito a esse período. As receitas consideram-se realizadas:
I - Nas transações com terceiros, quando eles efetuarem o pagamento ou 
assumirem firmemente efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade 
de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de 
serviços por ela prestados.
II - Quando da extinção, parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o moti-
vo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.
III - Pela geração natural de novos ativos, independentemente da interven-
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ção de terceiros.
IV - No recebimento efetivo de doações e subvenções.
Consideram-se incorridas as despesas:
I - Quando deixar de existir o correspondente valor ativo por transferên-
cia de sua propriedade para terceiros.
II - Pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo.
III - Pelo surgimento de um passivo sem o correspondente ativo.
Perspectivas do setor público: segundo a CFC 1.111/2007,
O Princípio da Competência é aquele que reconhece as 
transações e os eventos na ocorrência dos respectivos fa-
tos geradores, independentemente do seu pagamento ou re-
cebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público. 
Os atos e os fatos que afetam o patrimônio público devem ser 
contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evi-
denciados nas Demonstrações Contábeis do exercício financeiro 
com o qual se relacionam, complementarmente ao registro orça-
mentário das receitas e das despesas públicas (CFC, 2007, p. 45). 
Princípio da prudência
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os compo-
nentes do ativo e, do maior valor, para os do passivo, sempre que apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais 
que alterem o patrimônio líquido.
Este princípio impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimô-
nio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos 
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Observando o disposto no Art. 7, o Princípio da Prudência somente se 
aplica às mutações posteriores e constitui ordenamento indispensável à correta 
aplicação do Princípio da Competência.
A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição 
dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que 
envolvem incertezas de graus variáveis.
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Revogação da Resolução n. 750/1993: contexto e considerações
Instrumento fundamental do processo de convergência das Normas Brasileiras de Conta-
bilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP) ao padrão internacional, editado pela Fede-
ração Internacional de Contadores (Ifac, na sigla em inglês), a Estrutura Conceitual (NBC 
TSP EC) foi publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade no dia 04 de outubro de 
2016. Em resumo, revogou as resoluções do CFC que aprovaram as normas aplicáveis ao 
setor público, a Resolução n. 750/1993, que dispõe sobre os Princípios de Contabilidade, e 
a 1.111/2007, que trata da interpretação dos princípios sob a perspectiva da área pública.
Fonte: adaptado de Girotto (2016, on-line)².
explorando Ideias
Perspectivas do setor público: ainda segundo a CFC 1.111/2007,
As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir 
a aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram mon-
tantes, menores para ativos, entre alternativas igualmente válidas, 
e valores maiores para passivos. A prudência deve ser observada 
quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturado por deter-
minados valores, segundo os Princípios do Valor Original e da Atua-
lização Monetária, surgirem possibilidades de novas mensurações. 
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou 
a situações classificáveis como manipulação do resultado, oculta-
ção de passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em 
consonância com os Princípios Constitucionais da Administração 
Pública, deve constituir garantia de inexistência de valores fictícios, 
de interesses de grupos ou pessoas, especialmente gestores, ordena-
dores e controladores (CFC, 2007, p. 46).
Devem ser considerados, no processo de revisão das resoluções contábeis, as 
mudanças do contexto socioeconômico do Brasil, o que evidenciou a necessidade 
de alguns ajustes, como a avaliação da aplicabilidade do Princípio da Atualização 
Monetária no contexto da estabilidade financeira. Nesse processo de revisão, 
surgiu a Resolução n. 1.282/2010, alterando a Resolução n. 750/1993.
Para melhor compreender esses princípios e a sua vigência, devemos nos 
aprofundar nos artigos e parágrafos da Resolução n. 1.282/2010.
http://boletim.tuxon.com.br/phplist/lists/lt.php?id=cBhXAAJPBAcNGAY
http://boletim.tuxon.com.br/phplist/lists/lt.php?id=cBhXAAJPBAcNGAY
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Abordaremos, agora, os Regimes Contábeis na Administração Pública. Conforme 
Marion (2010), são dois os tipos de regimes contábeis aceitos pela contabilidade:
 ■ Regime de caixa: modalidade que considera, na apuração do resultado 
do exercício, apenas os pagamentos efetivamente ocorridos no exercício. 
Neste regime, a receita é reconhecida no exercício em que é arrecadada; 
já a despesa, quando paga. 
 ■ Regime de competência: modalidade que considera os fatos contábeis 
ocorridos durante o exercício para fins de apuração dos seus resultados. 
Neste regime, as receitas e as despesas são atribuídas ao exercício de acor-
do com a real ocorrência. Toda receita realizada e toda despesa incorrida 
pertencem ao próprio exercício. 
De forma mais resumida, podemos dizer que o regime de caixa refere-se ao re-
gistro das receitas e das despesas quando ocorrem, respectivamente, os recebi-
mentose os pagamentos. Já no regime de competência, as receitas merecidas e 
não arrecadadas passam a constituir as “contas a receber” no ativo.
É o regime misto, portanto, o utilizado na Administração Pública, regime 
contábil esse que mescla o regime de caixa e o regime de competência, que, no 
Brasil, é definido na Lei n. 4.320, a qual estatui normas de finanças e contabilidade 
pública, além de adotar o regime da competência para a despesa, e o regime de 
caixa para as receitas. 
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5 
O CONTROLE NA
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
De forma didática, podemos entender o controle como um conjunto de me-
didas necessárias para o perfeito funcionamento de um sistema simples ou 
complexo.
Vejamos a conceituação por Oliveira (2010): ele nos ensina que controle é 
um tema da Administração Estratégica, e ocorre mediante a comparação com 
padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e 
o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de de-
cisões, de forma que esses possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou 
interferir em funções do processo administrativo para, assim, assegurar que 
os resultados satisfaçam as metas e os objetivos estabelecidos.
Se olharmos no dicionário Houaiss (2010), a palavra controle origina-se 
do latim contra rotulum, que significa ato ou efeito de controlar, monitorar, 
fiscalizar, ou fazer um exame minucioso, que obedece a determinadas expec-
tativas, normas e convenções.
Segundo Oliveira (2010), as principais funções de controle e avaliação que 
podemos adaptar para as instituições públicas, são:
1. Estabelecimento de padrões de medida e avaliação: esses padrões 
são decorrentes de objetivos, metas, estratégias, políticas, projetos e ações, 
bem como de normas e procedimentos. 
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2. Medida dos desempenhos apresentados: o processo de medir e avaliar 
o desempenho significa estabelecer o que medir e selecionar, bem como 
medir, junto a critérios de quantidade, a qualidade e o tempo.
3. Comparação do realizado com o esperado: desvios dentro da fronteira 
daquilo que é esperado não devem preocupar; desvios que excedem um 
pouco a fronteira do esperado devem ser ajustados; e desvios que exce-
dem muito essa fronteira deverão interromper as ações até que as causas 
sejam identificadas e eliminadas.
4. Ação corretiva: esta ação corresponde às medidas ou às providências, 
que são: eliminar os desvios significativos que o executivo detectou, ou 
forçar os aspectos positivos que a situação apresenta.
Dessa forma, prezado(a) aluno(a), na administração pública, o controle exercido 
deve ter as mesmas funções do controle privado, isto é, no acompanhamento, na 
vigilância, na verificação, na orientação e correção que um poder, órgão ou agente 
público exerce sobre a atuação de outro ou sobre a sua própria atuação.
Vamos observar a frase de Rui Barbosa (apud SANTOS, 1998, p. 63-64) acerca 
do controle do Estado:
Não basta julgar a administração, denunciar o excesso cometido, 
colher a exorbitância ou prevaricação para as punir. Circunscrita 
a esses limites, essa função tutelar dos dinheiros públicos será 
muitas vezes inútil, por omissa, tardia ou impotente. Convém 
levantar entre o poder que autoriza periodicamente a despesa e 
o poder que quotidianamente a executa, um mediador indepen-
dente, auxiliar de um e de outro, que, comunicando com a legis-
latura e intervindo na administração, seja não só o vigia, como a 
mão forte da primeira sobre a segunda, obstando a perpetuação 
das infrações orçamentárias por um veto oportuno aos atos do 
executivo, que direta ou indireta, próxima ou remotamente, dis-
crepem da linha rigorosa das leis de finanças.
Essa frase do nosso glorioso Águia de Haia, apelido recebido por Rui Barbosa na 
Conferência da Paz em Haia, demonstra, para nós, como o controle é de suma 
importância para o bem-estar da Administração Pública.
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A literatura jurídica apresenta o sistema de freios e contrapesos da Constituição Federal. 
De acordo com Silveira (1991), em seu artigo “STF -tempo de mudança e de fortalecimen-
to”, esse termo significa que “um poder deve frear o outro poder”. Para saber mais, aces-
se: https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf. 
Fonte: os autores. 
explorando Ideias
O controle na Administração Pública é objeto de muitas leis, ou seja, a legis-
lação a seu respeito é vasta. Temos vários exemplos disso, como a própria Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF), a Lei Complementar n. 101, de 2000, que estabe-
lece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, 
e que traz, em seu arcabouço, várias referências ao controle dos gastos públicos. 
Essa lei é, inclusive, a mais relevante para essas questões. 
Além da LRF, podemos destacar as outras leis que fazem referência ao con-
trole dos gastos públicos e a sua efetiva publicidade, como a Lei da Transparência 
(Lei Complementar n. 131, de 27 de maio de 2009) e a Lei de Acesso à Informa-
ção – LAI (Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011), as quais abordaremos em 
outro momento de nossos estudos.
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
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https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
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https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20090428-01.pdf
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp 131-2009?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lcp 131-2009?OpenDocument
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INTRODUÇÃO À LEI DA
RESPONSABILIDADE 
FISCAL (LRF) 
A atividade financeira do Estado era regida pela Lei n. 4.320, de 17 de fevereiro 
de 1964 e, em 05 de outubro de 1988, a Constituição Federal determinou que a 
nova lei dispusesse sobre finanças públicas (BRASIL, 1988, Art. 163, on-line).
Conforme Fabretti e Fabretti (2009), essa legislação só foi atendida com a 
Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei Complementar n. 101, de 2000, que 
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão 
fiscal. As normas da LRF dispõem sobre:
a) Orçamento público.
b) Receita pública.
c) Despesa pública.
d) Endividamento.
e) Gestão patrimonial.
f) Transparência na gestão fiscal.
Veja o que Barros (2001, p. 24, grifos do autor) nos fala:
Obter, representa a RECEITA PÚBLICA; despender, a DESPESA 
PÚBLICA; gerir, o ORÇAMENTO PÚBLICO, e criar, o CRÉDITO 
PÚBLICO. Neste diapasão, a atividade financeira do Estado volta-se 
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Qual é a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal para a gestão pública, nesse mo-
mento que vivemos no Brasil? Verifique, por meio de matérias em revistas e jornais, em 
notícias na TV e na Internet, e faça uma reflexão.
pensando juntos
para obter a soma de dinheiro indispensável para a sua manutenção, 
revertendo-a em despesas, para seus gastos, gerindo, administrando, 
cuidando da receita e despesa, através de uma peça chamada Orça-
mento, ao mesmo tempo em que, diante de certas conjunturas, ele cria 
novas fontes de receitas, utilizando de seu Crédito, quer para suprir 
uma deficiência de caixa, ou para atender um programa de governo.
Em resumo, a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é, oficialmente, a Lei Com-
plementar n. 101, de 04 de maio de 2000, é uma lei brasileira que visa a regu-
lamentar o controle dos gastos públicos, tanto da União quanto dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, condicionando-os à capacidade de ar-
recadação de tributos (BRASIL, 2000, on-line).
A LRF assim como outras leis e formas de controles na Administração 
Pública ainda serão objetos de estudo em 
outras unidades de nosso material. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade, tratamos dos aspectos introdutórios de Adminis-
tração Pública e da sua contribuição para áreas de Contabilidade Pública, de 
Direito Tributário, de Orçamento Público e Finanças Públicas. 
Vimos o que são finanças e orçamento público e como eles se aplicam no 
governo. Conhecemos os ambientes em que essas teorias atuam, os quais são: 
Administração Pública e Contabilidade Governamental. Também estuda-
mos alguns termos importantes da Administração Pública, como: Estado, que 
corresponde à organização político-jurídica de uma sociedade para realizar 
o bem público, com governo próprio e território determinado, e Governo, 
que nada mais é do que o complexo das funções do Estado. Por fim, vimos 
que a Administração Pública é o conjunto coordenado de ações que visam 
à boa gestão da coisa pública, que deve possibilitar o alcance dos interesses 
da sociedade. 
Vimos as diferenças entre a Administração Direta, que compreende a es-
trutura administrativa dos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) 
e as suas subdivisões (estrutura administrativa da Presidência da República e 
dos ministérios, secretarias estaduais e municipais com seus departamentos 
e seções). São as unidades administrativas de cada um dos Poderes da União, 
dos Estados e Municípios; e a Administração Indireta, que se constitui em 
entidades dotadas de personalidade jurídicas próprias, isto é, vinculadas aos 
Poderes da União, dos Estados e Municípios. Podemos entender como Admi-
nistração Indireta as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades 
de economia mista.
O conceito de Administração Pública nos ensina qual é a função do gestor 
público, que é tomar decisões orientadas ao bem-estar dos cidadãos. Ele deve 
apresentar interesses, propostas e atividades coincidentes àquilo que a popula-
ção considera necessária, que espera como possíveis soluções para problemas 
e necessidades comunitários, como saúde, educação, saneamento, segurança.
Podemos dizer que esses conceitos nos proporcionam o conhecimento do 
que é a Lei de Responsabilidade Fiscal: a transparência dos governantes em 
relação à arrecadação e aos gastos públicos.
38
na prática
1. Segundo Silva (2006) a “Administração Pública é o conjunto de meios institucio-
nais, materiais, financeiros e humanos, organizados e necessários para executar 
as decisões políticas”. Desse modo, qual a diferença entre Administração Pública 
Direta e Indireta?
2. De acordo com o Art. 37 (BRASIL, 1988, on-line), “a administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
dade, publicidade e eficiência”. Assim, explique, com suas palavras, os princípios 
citados.
3. Conforme Marion (2010), são dois os tipos de regimes contábeis aceitos pela 
Contabilidade. Quais são esses dois tipos de regimes? Explique-os.
4. Dentre os princípios da Contabilidade Pública, a que se refere o chamado Princí-
pio da Entidade? E qual a sua perspectiva no setor público? Explique. 
39
na prática
5. Leia a matéria publicada no jornal Tribuna do Norte, em 18 de outubro de 2011:
Cerca de 25 mil aposentados e 9 mil pensionistas do Rio Grande do Norte 
poderão ter os benefícios revistos nos próximos anos. Como parte da política 
de redução de custos que objetiva equilibrar as contas estaduais e mantê-las 
abaixo do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o secretário de Admi-
nistração e dos Recursos Humanos (Searh), José Anselmo de Carvalho, afirmou 
que irá propor uma mudança na Lei que dispõe sobre o Regime Jurídico Único 
dos Servidores do RN. 
A intenção é criar um dispositivo jurídico que obrigue os servidores inativos 
passarem por vistorias médicas em determinado tempo. “A legislação previ-
denciária estadual não é clara com relação aos benefícios”. O projeto ainda é 
embrionário e vai percorrer um longo caminho até que seja posto em prática. 
Como trata-se de uma emenda à Constituição Estadual, é necessário votação 
e aprovação dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa. A minuta da 
proposta, segundo Anselmo, será encaminhada pela Casa Civil, nos próximos 
dias, à Consultoria Geral do Estado.
a) Com base na unidade estudada e na matéria, qual o objetivo da Lei da Res-
ponsabilidade Fiscal?
b) De que maneira essa lei pode beneficiar o Estado e o gestor público?
40
aprimore-se
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL PODE SER ALTERADA PARA EQUILI-
BRAR CONTAS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS
Apontada como um marco para a administração pública, a Lei de Responsabi-
lidade Fiscal (LRF), que completou 18 anos em maio, pode ser alterada. A LRF 
(Lei Complementar 101/2000) estabelece, em regime nacional, parâmetros para 
gasto público de cada ente federativo e tem como premissas básicas o plane-
jamento, o controle, a transparência e a responsabilização. A legislação trou-
xe avanços e também desafios para sua aplicação. O Senado analisa diversos 
projetos para aperfeiçoar e atualizar a norma de quase duas décadas. Um dos 
pontos de maior debate entre os parlamentares refere-se ao limite de gastos 
com pessoal previsto na lei.
Uma das propostas sobre esse aspecto está pronta para ser votada em Plená-
rio. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 15/2016, do senador Otto Alencar (PSD-BA), 
retira dos limites a gasto de pessoal impostospela LRF as despesas com conse-
lhos tutelares e programas especiais de saúde e assistência social, como os de 
Saúde da Família e de atenção psicossocial.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a despesa total com pessoal 
nos municípios não pode ultrapassar 54% para o Executivo. Nos estados, esse 
limite é de 49%.
O autor do projeto lembra que programas como o Saúde da Família trouxe-
ram novas despesas para as cidades, mas as transferências da União não acom-
panharam esses custos. Além disso, segundo o senador, houve perdas de arre-
cadação que prejudicaram os gestores.
— Fui conselheiro do Tribunal de Contas do estado da Bahia. Conheço bem 
a Lei de Responsabilidade Fiscal. O que acontece com os municípios: a União 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/124684
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aprimore-se
diminui o IPI da linha branca dos automóveis, cancela a Cide. Os prefeitos estão 
com essas receitas previstas para o orçamento de 2018, de repente isso sai do 
orçamento por decisão da União e eles perdem arrecadação, sobretudo ao final 
do ano. Aí eles não têm como cumprir o artigo 42 da LRF. Resultado: além de ter 
contas rejeitadas por isso, eles são denunciados pelo Ministério Público, com 
base na Lei da Ficha Limpa — explicou o parlamentar.
Para Otto Alencar, houve um engessamento na legislação, que “feriu frontal-
mente a autonomia administrativa e financeira dos municípios”. Ele cita ainda 
que políticos mal-intencionados podem, em final de mandato, dar posse a fun-
cionários públicos de concursos promovidos por eles para quebrar as contas do 
próximo prefeito, se for adversário político.
— Tem município na Bahia, hoje, em que toda a arrecadação é quase só para 
pagar pessoal. A Bahia, como Minas Gerais e São Paulo também, tem municípios 
com menos de 8 mil habitantes. A arrecadação própria de alguns deles não dá 
para pagar o salário do prefeito. Resultado: tudo depende de transferência da 
União — afirmou o senador, enfatizando que no estado dele há 73 municípios 
nessa condição.
Preocupação semelhante teve o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que 
apresentou um projeto para tornar a apuração da despesa total com pessoal 
mais clara e vedar o aumento excessivo, justamente para evitar que manobras 
políticas semelhantes às citadas por Otto aconteçam no país, aproveitando bre-
chas da LRF.
Entre outras ações, o projeto de Ferraço (PLS 362/2018) declara a nulidade 
do ato que concede aumentos ou vantagens cujos impactos sobre as despesas 
com pessoal ocorrerão após o final do mandato do titular do respectivo Poder 
ou órgão.
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/134064
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/134064
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aprimore-se
“Salvo os decorrentes de sentença judicial ou de revisão geral anual assegu-
rada pela Constituição Federal, a atual vedação de elevação das despesas com 
pessoal nos últimos 180 dias do mandato do titular do Poder abrange os atos de 
nomeação de cargo público ou contratação de pessoal a qualquer título, exceto 
a reposição em consequência de aposentadoria ou falecimento de servidor e a 
contratação em período de calamidade pública”, justifica o parlamentar.
A proposta, que aguarda designação de relator na Comissão de Assuntos Eco-
nômicos (CAE), também estende às medidas de controle de gastos com pessoal 
para outros Poderes.
“A proposição torna explícita a conduta de não determinar a adoção das me-
didas necessárias para a redução do montante da despesa total com pessoal que 
tiver excedido os limites máximos estabelecidos na LRF como crime de responsa-
bilidade dos prefeitos, dos governadores, do Presidente da República, dos presi-
dentes dos tribunais do Poder Judiciário, dos chefes do Ministério Público e dos 
presidentes dos tribunais de contas. Essa medida objetiva dar maior efetividade à 
recondução das despesas com pessoal aos seus correspondentes limites”, observa 
Ferraço no texto inicial do projeto, ainda sem data para ser votado na comissão.
Fonte: Senado Federal (2018, on-line)3. 
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eu recomendo!
Introdução à Gestão Pública
Autor: Clezio Saldanha dos Santos
Editora: Saraiva
Sinopse: de natureza introdutória, este livro tem como objeti-
vo central reunir as principais características, as definições e os 
processos da gestão pública, descrevendo os aspectos diferen-
ciadores entre setores público e privado, administração e gestão, 
forma, função e organização. Nesta segunda edição, há equilíbrio entre definições 
clássicas e concepções contemporâneas que fundamentam a gestão pública e 
que fazem desta obra uma fonte atual e completa, que leva ao leitor noções bási-
cas das principais áreas da gestão, como: a administração, o marketing, a logística 
de materiais, a gestão de pessoas, os processos e os sistemas de informação. A 
partir da leitura desta obra, será possível confrontar fatos e teorias que contribui-
rão para o entendimento particular e atualizado da realidade das organizações 
públicas brasileiras. As reflexões aqui presentes contribuirão não apenas para a 
formação acadêmica inicial, como também fornecerão bases sólidas para o co-
nhecimento de profissionais e interessados no assunto.
livro
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eu recomendo!
O Quinto Poder
Ano: 2014
Sinopse: este drama, baseado em fatos reais, revela a busca das 
importantes figuras da Internet para expor a trapaça e a corrup-
ção do poder, transformando-as na organização mais ferozmen-
te debatida do século 21. Depois que Julian Assange (Benedict 
Cumberbatch), fundador do site WikiLeaks, e o seu colega Daniel 
Domscheit-Berg (Daniel Brühl) se unem para jogar luz sobre as 
trevas de segredos governamentais e de crimes corporativos, eles se veem lu-
tando entre si sobre o custo de expor a verdade para o público ser muito alto. 
Inteligente e instigante, O Quinto Poder provoca a polêmica pergunta: “herói ou 
traidor?”.
filme
Gestão pública de resultados, por Michael Barber, fundador e presidente da con-
sultoria governamental Delivery Associates. A entrevista é uma parceria do Um 
Brasil com o Insper, a Fundação Lemann e a Delivery Associates.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=cSFhtqpHdAw.
conecte-se
https://www.youtube.com/watch?v=cSFhtqpHdAw
https://www.youtube.com/watch?v=cSFhtqpHdAw
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anotações
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UMA VISÃO GLOBAL 
DE RECEITA, 
DESPESA PÚBLICA 
e orçamento
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: Receita Pública e contas de 
Receita Pública • Estágios da Receita Pública • Despesa Pública e contas de Despesa Pública • Estágios 
da Despesa Pública • Introdução ao Orçamento Público.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Estudar a teoria de Receita Pública e as contas que integram as receitas públicas • Compreender os 
estágios da Receita Pública • Estudar a teoria de Despesa Pública e as contas que integram as despesas 
públicas • Compreender os estágios da Despesa Pública • Apresentar a introdução ao Orçamento Público.
PROFESSORES
Dr. José Renato de Paula Lamberti
Esp. Heider Jeferson Gonçalves
INTRODUÇÃO
Chegamos a mais uma unidade da nossa disciplina, em que abordaremos 
receita

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