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ESTRUTURA ATÔMICA Estrutura Atômica Evolução dos conceitos: Conceito Filosófico Experimental: Conservação da massa em reações químicas. Estrutura Atômica Núcleo = Z + N Z = no prótons = no atômico N = Número de nêutrons órbitas discretas (energias específicas) elétrons (e-) (em átomos neutros: número de e = Z) Átomo: consiste em um núcleo composto por prótons e nêutrons, que é circundado por elétrons em movimento. Estrutura Atômica Cargas: Elétrons e Prótons possuem cargas negativas e positivas, respectivamente, ambas de valor igual a 1,6x10-19 Coulombs. Nêutrons são eletricamente neutros. Massas: Prótons e Nêutrons têm mesma massa, 1,67x10-27 kg. A massa de um elétron pode desprezada no cálculo da massa atômica, 9,11 x 10-31 kg Massa atômica (A) = massa de prótons + massa de nêutrons Número atômico (Z) = No de Prótons Modelo Atômico – Modelo de Bohr Modelo atômico de Bohr simplificado: assume-se que os elétrons orbitam ao redor do núcleo atômico em orbitais distintos, a posição de cada elétron é definido em termos de seu orbital. as energias dos elétrons são quantizadas, isto é, os elétrons possuem valores específicos de energia. Modelo Atômico – Modelo de Bohr esta energia só pode mudar através de um salto quântico para uma energia permitida mais elevada através da absorção de energia; ou mais baixa através da emissão de energia essas energias permitidas estão associadas a níveis ou estados energéticos. Modelo Atômico - Modelo Mecânico-Ondulatório No modelo mecânico-ondulatório considera-se que o elétron possui característica tanto de partícula quanto de onda. O elétron não é mais tratado como uma partícula que se move em orbital distinto; mas sua posição é considerada como sendo a probabilidade de um elétron estar em vários locais ao redor do núcleo. Ou seja, a posição é descrita por uma distribuição de probabilidade ou uma nuvem eletrônica. Cada orbital a um nível discreto de energia é determinado pelos números quânticos. Modelo Atômico - Modelo Mecânico-Ondulatório Comparação entre os modelos atômicos de (a) Bohr e (b) mecânico-ondulatório em termos de distribuição eletrônica. Números Quânticos Na mecânica ondulatória, cada elétron é caracterizado por quatro parâmetros chamados números quânticos. Números Quânticos Designação n = principal (camadas energéticas) K, L, M, N, O (1, 2, 3, etc.) l = secundário (orbitais) s, p, d, f (0, 1, 2, 3,…, n -1) ml = magnético 1, 3, 5, 7 (-l to +l) ms = spin ½, -½ Estrutura Atômica – Números Quânticos 1) Número Quântico Principal, n, • assume números inteiros a partir de 1, e é algumas vezes designado por letras, K, L, M, N, O. • está relacionado com a distância de um elétron a partir do núcleo (equivale às camadas do modelo de Bohr) 2) Número Quântico Secundário (ou orbital), l, • especifica os subníveis de energia dentro dos níveis principais. • é identificado por uma letra minúscula, s, p,d, f . • está relacionado à forma da subcamada eletrônica. • a quantidade dessas subcamadas está restrita pela magnitude de n. • os valores permitidos de l são: l = 0, 1, 2, ... n-1. Estrutura Atômica – Números Quânticos 3) Número Quântico Magnético, ml, • número de estados energéticos para cada subcamada. • para uma subcamada s existe apenas um estado energético, enquanto para as camadas p, d e f existem, respectivamente, três, cinco e sete estados ou orbitais. • indica a orientação espacial de um dado orbital. 4) Número Quântico de Spin, ms momento de spin • especifica dois sentidos possíveis de rotação do elétron em torno de seu próprio eixo; • existem dois valores possíveis +1/2 e -1/2 Estrutura Atômica – Números Quânticos Desta forma, o modelo de Bohr foi refinado pela mecânica ondulatória, com a introdução de três novos números quânticos que dá origem a subcamadas eletrônicas dentro de uma camada. 13 Estados eletrônicos 1s 2s 2p K-shell n = 1 L-shell n = 2 3s 3p M-shell n = 3 3d 4s 4p 4d Energy N-shell n = 4 Elétrons • Tem estados de energia discretos; • Tendem a ocupar o estado de menor energia disponível. Adapted from Fig. 2.4, Callister & Rethwisch 8e. Estrutura Atômica – Números Quânticos Número de estados eletrônicos em algumas camadas e subcamadas eletrônicas (a) Três primeiros estados de energia eletrônicos para o átomo de hidrogênio de Bohr. (b) Estados de energia eletrônicos para as três primeiras camadas do átomo de hidrogênio segundo o modelo mecânico-ondulatório. Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas A configuração eletrônica tem a ver com a forma como os elétrons estão dispostos nos orbitais do átomo, que é definido pelo Princípio de Exclusão de Pauli (conceito quântico-mecânico). Este princípio estipula que cada estado ou orbital eletrônico pode comportar um máximo de 2 elétrons, que devem possuir valores de spin opostos. O número máximo de elétrons por camada é dado então por 2n2 onde n é o número quântico principal. Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas O preenchimento das camadas eletrônicas se dá a partir dos orbitais energéticos mais baixos. Quando todos os elétrons ocupam as menores energias possíveis, o átomo está em seu estado fundamental. Elétrons de Valência – aqueles das camadas não completamente preenchidas. Os elétrons de valência são responsáveis pela ligação química e tendem a controlar as propriedades químicas. Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas 19 ex: Fe – nºatômico = 26 Elétrons de Valência Adapted from Fig. 2.4, Callister & Rethwisch 8e. 1s 2s 2p K-shell n = 1 L-shell n = 2 3s 3p M-shell n = 3 3d 4s 4p 4d Energia N-shell n = 4 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d 6 4s2 Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas Na notação convencional para configuração eletrônica indica-se primeiro o número quântico principal,seguido pela letra designativa do orbital (s, p, d). Um índice superior sobre a letra do orbital indica o número de elétrons que cada orbital contém. A ordem de preenchimento dos orbitais é dada pelo esquema abaixo: 7s 7p 7d 7f 6s 6p 6d 6f 5s 5p 5d 5f 4s 4p 4d 4f 3s 3p 3d 2s 2p 1s Estrutura Atômica – Configurações Eletrônicas A ordem escrita dos orbitais é a ordem crescente do número quântico principal. Exemplo: Configuração eletrônica do Ferro: Z = 26 Usando o esquema abaixo para preenchimento: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 7s 7p 7d 7f 6s 6p 6d 6f 5s 5p 5d 5f 4s 4p 4d 4f 3s 3p 3d 2s 2p 1s Configuração segundo ordem crescente de n: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 4s2 Forças e Energia de ligação Muitas propriedades dos materiais dependem das forças interatômicas que unem os átomos. Dois átomos distantes a força de interação é praticamente nula À medida que eles se aproximam cada átomo exerce uma força sobre o outro Atrativa Repulsiva A magnitude dessas forças dependem da distância entre os átomos Forças e Energia de ligação A força atrativa depende da ligação entre os átomos e varia com a distância segundo gráfico abaixo. Com a aproximação dos átomos começa a haver sobreposição das camadas eletrônicas mais externas e uma força repulsiva surge, também representada no gráfico. RAN FFF onde: FA força de atração FR força de repulsão FN força resultante r0 é a distância de equilíbrio entre os átomos na qual a soma das forças é nula. Forças e Energia de ligação A força resultante entre os dois átomos é a somadas componentes de atração e repulsão Forças e Energia de ligação A energia potencial (E) e a força (F) estão relacionadas através da expressão: r0 = distância de equilíbrio que corresponde à distância de separação entre os átomos para a qual há um mínimo na energia potencial. Eo - energia de ligação energia necessária para separar dois átomos até uma distância infinita Podemos generalizar para os materiais sólidos = interação com muitos átomos Ligações Químicas Primária: A ligação envolve os elétrons de valência e depende das estruturas eletrônicas dos átomos, se origina da tendência dos átomos em adquirir estruturas eletrônicas estáveis. 1) Iônica 2) Covalente 3) Metálica Secundária (Físicas): São mais fracas que as primárias, mas ainda influenciam nas propriedades físicas dos materiais Ligação iônica Envolve a transferência de elétrons de um átomo para outro Resulta da interação eletrostática entre um íon positivo e um íon negativo Exemplo: NaCl Na: Z = 11 Cl: Z = 17 Para o cloreto de sódio, tanto o cátion Na+ quanto o ânion Cl- ficam com seus orbitais externos completos. Na (metal) instável Cl (não metal) instável elétron + - Coulombiana Atração Na (cátion) estável Cl (ânion) estável Ligação iônica Requer grande diferença de eletronegatividade Metal (esquerdo TP) + Não-metal (direito TP) Ligação iônica – metal + não metal Doa elétrons Aceita elétrons 30 • Ligação predominante nas Cerâmicas Adapted from Fig. 2.7, Callister & Rethwisch 8e. (Fig. 2.7 is adapted from Linus Pauling, The Nature of the Chemical Bond, 3rd edition, Copyright 1939 and 1940, 3rd edition. Copyright 1960 by Cornell University. Examplos: Ligação Iônica Doa elétrons Adquire elétrons NaCl MgO CaF 2 CsCl Ligação iônica A ligação é não-direcional Energias de ligação variam de 3 a 8 eV/átomo É a ligação predominante nos materiais cerâmicos Os materiais são duros e quebradiços Bons isolantes térmicos e elétricos Ligação Iônica As forças de ligação atrativas são de Coulomb, isto é íons positivos e negativos, devido às suas cargas elétricas atraem uns aos outros. Para dois átomos isolados, a energia atrativa EA é uma função da distância interatômica de acordo com a relação: EA = - A/r ))(( 4 1 21 0 eZeZ Uma equação análoga para a energia de repulsão: ER = B/r n Onde A, B e n são constantes que dependem do sistema iônico específico. A constante A é dada por: 0 = permissividade do vácuo = 8,85 x 10 -12 C/Nm2 Z1 e Z2 = valências dos íons e = carga do elétron = 1,602 x 10-19 C 33 Ligação Iônica Energia – mínimo energia – mais estável Balanço de energia entre os termos atrativo e repulsivo Attractive energy EA Net energy EN Repulsive energy ER Interatomic separation r r A n r B EN = EA + ER = - Adapted from Fig. 2.8(b), Callister & Rethwisch 8e. Ligação Covalente 34 C: tem 4 e- de valência, precisa de mais 4 H: tem 1 e- de valência, precisa de mais 1 Eletronegatividades são comparáveis. Adapted from Fig. 2.10, Callister & Rethwisch 8e. • Eletronegatividade similar compartilhamento de elétrons • Ligações determinadas pela valência – orbitais s e p dominam a ligação • Exemplo: CH4 Compartilhamento de elétrons dos átomos de Carbono Compartilhamento de elétrons dos átomos de Hidrogênio H H H H C CH 4 A configuração estável é obtida pelo compartilhamento dos elétrons de valência de dois átomos adjacentes A ligação resultante é direcional, isto é, ela ocorre entre átomos específicos e pode existir somente na direção entre um átomo e o outro que participa no compartilhamento de elétrons. É a ligação predominante em compostos orgânicos e em polímeros. Também é encontrada em sólidos elementares como diamante (carbono), silício e germânio e compostos como GaAs, InSn, SiC (elementos do lado direito da tabela periódica) Ligação Covalente Ligação Covalente O número de ligações covalentes que um átomo pode realizar é determinado pelo número de elétrons de valência. Para n elétrons de valência um átomo pode se ligar a no máximo 8 – n átomos. Ex: para o Cl, n = 7 , então um átomo de Cl só pode se ligar a apenas um outro átomo como ocorre no Cl2 As ligações covalentes podem ser muito fortes, como no diamante, que é muito duro e possuí alto ponto de fusão (>3550°C) Mas podem ser muito fracas como no bismuto que funde a 270°C. Ligação Covalente É possível a existência de ligações interatômicas parcialmente iônicas e parcialmente covalentes. Em geral quanto maior for a diferença entre as eletronegatividades dos átomos envolvidos na ligação mais iônica será a ligação. O percentual de caráter iônico é dado por : % caráter iônico = onde XA e XB são eletronegatividades 1-e - (XA-XB) 2 4 %) 100 ( x 38 iônico 73.4% (100%) x e1 iônicocaráter % 4 )2.15.3( 2 - - - Ex: MgO XMg = 1.2 XO = 3.5 Elementos metálicos possuem de um a três elétrons de valência Os elétrons de valência não estão ligados a um único átomo, mas estão mais ou menos livres para se movimentar por todo o metal - nuvem eletrônica Não direcional Bons condutores elétricos e térmicos A ligação metálica pode ser forte ou fraca. As energias variam de 0,7 eV/átomo para o mercúrio (Tf = -38°C) a 8,8 eV/átomo para o tungstênio (Tf = 3410°C) . Ilustração esquemática da ligação metálica Ligação Metálica Ligações secundárias ou de Van der Waals São fracas quando comparadas às ligações primárias Energia da ordem de 0,1 eV/átomo Originam-se da interação entre dipolos atômicos ou moleculares Ocorrem atrações entre dipolos gerados pela assimetria de cargas. O mecanismo dessas ligações é similar ao das ligações iônicas, porém não existem elétrons transferidos. As interações de dipolo ocorrem entre dipolos induzidos, entre dipolos induzidos e moléculas polares e entre moléculas polares. Representação esquemática da ligação de Van der Waals entre dois dipolos. Ligações secundárias Ligação de Dipolo Induzido Flutuante Um dipolo pode ser criado em um átomo ou molécula simétrica devido aos constantes movimentos vibracionais que podem causar distorções instantâneas e de curta duração na simetria elétrica. Esses dipolos por sua vez podem induzir um deslocamento eletrônico em uma molécula ou átomo adjacente, induzindo-a a formar um dipolo. Esse tipo de interação de van der Waals é conhecida como forças de London Nuvens de elétrons assimétricas + - + - Ligação secundária H H H H H 2 H 2 ex: H2 líquido Ligação secundária Ligação entre Moléculas Polares e Dipolos Induzidos Algumas moléculas possuem dipolos permanentes devido ao arranjo assimétrico das cargas negativas e positivas (moléculas polares) Essas moléculas polares podem induzir a formação de dipolos em moléculas apolares adjacentes. A magnitude dessa ligação é maior que aquela dos dipolos induzidos flutuantes. A interação de van der Waals entre um dipolo induzido e um permanente é chamado de interação de Debye; enquanto entre dipolos permanentes, interação de Keesom. Ligações secundárias 42 - Caso geral: -ex: HCl líquido -ex: polímero Adapted from Fig. 2.15, Callister & Rethwisch 8e. H Cl H Cl Ligação secundária + - + - Ligação secundária Ligação secndária 43 Tipo Iônica Covalente Metálica Secundária Energia da Ligação Grande! Variável grande-Diamante pequena-Bismuto Variável grande-Tungstêniopequena-Mercúrio Pequena Comentários Não direcional (cerâmicas) Direcional (semicondutores, cerâmicas polímeros) Não direcional (metais) Direcional inter-cadeias (polímeros) inter-molecular Resumo: Ligação Propriedades x Força de Ligação Módulo elástico ou rigidez : depende da forma da curva da força em função da distância. A inclinação da curva na posição de equilíbrio está relacionada ao módulo. Quanto maior a inclinação maior a rigidez. A magnitude da energia de ligação e a forma da curva de energia variam de material para material e dependem da ligação atômica. Várias propriedades dos materiais dependem de E0 e da forma da curva. Propriedades x Força de Ligação Pontos de fusão e de ebulição: aumentam com a profundidade do poço da curva de energia de ligação. Coeficiente de expansão térmica: diminui com a profundidade do poço da curva de energia de ligação. 46 • Energia de Ligação, Eo • Temperatura de Fusão, Tm Tm é maior se Eo é maior. r o r Energia maior Tm menor Tm Eo = “energia da ligação” Energia r o r unstretched length Ponto de Fusão 47 Coeficiente de expansão térmica, a a é maior se Eo é menor. = a ( T 2 - T 1 ) D L L o coef. expansão térmica D L comprimento, L o Não aquecido, T1 Aquecido T 2 r o r menor a maior a Energia unstretched length Eo Eo Exemplos 49 Cerâmicas Ligação Iônica e covalente : Grande energia de ligação alta Tm alto E pequeno a Metais Ligação Metálica: Energia de ligação variável moderado Tm moderado E moderado a Resumo: LigaçõesPrimárias Polímeros Covalente e Secundária: Propriedades Direcionais Ligações Secundárias predominam menor Tm pequeno E grande a
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