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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA - IESUR FACULDADE ASSOCIADAS DE ARIQUEMES - FAAr PROTOCOLO DE PUERICULTURA ARIQUEMES - 2020 PROTOCOLO DE PUERICULTURA DISCENTES: CAMILA PEREIRA RIOS, CLARICE CASSIANA COUTINHO, CAROLINE SOUZA SANTOS, CYNTHYA ANDRADE LOPES, DIELE ALMEIDA ALVES, ELZI SILVA SANTOS, FABIANA ERICA FERREIRA LAUBE, FERNANDA GISELE SILVA GRANGEIRO, GABRIELLA ALVES RASSEN,HEIDE BEZERRA DE OLIVEIRA, JANETE SANTOS VIEIRA DE OLIVEIRA, KELY MARIA BARBOSA DE SOUZA, LUANA DA SILVA RODRIGUES, PÂMILA DE JESUS SANTOS, PATRICIA DANIELLE LINS NEVES, RAQUEL GONÇALVES SANTOS, ROSICLÉIA DE AMORIM CHAVES, TÂNIA SILVA SOUZA MENDES . DOCENTE ORIENTADORA: ENFª AMANDA CRISTINA CESAR ARIQUEMES-RO 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 VISITAS DOMICILIARES 4 PRIMEIRA CONSULTA 4 2.1 Anamnese 4 2.2 Exame físico 5 IMUNIZAÇÃO 6 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 6 4.1 Lactar Materno 7 4.2 Alimentos complementares após os 6 meses de vida 9 4.3 Alimentos que podem ser oferecidos para crianças a do primeiro ano de vida 10 4.4 Alimentos que podem ser oferecidos para criança no segundo ano de vida 11 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 14 SUPLEMENTAÇÃO 14 6.1 Vitamina D 14 6.2 Vitamina A 15 5.3 Ferro 15 SAÚDE BUCAL 17 6.1 Alimentação 17 6.2 Higiene bucal 18 PREVENÇÃO A ACIDENTES 19 REFERÊNCIAS 20 INTRODUÇÃO Na atenção básica, a puericultura é um instrumento de maneira oportuna na assistência integral do crescimento e desenvolvimento infantil, inclinando-se para os aspectos de prevenção, proteção e promoção da saúde, de maneira que a criança alcance a vida adulta sem intervenções desfavoráveis carregadas da infância. Através deste nível de acompanhamento, o profissional, ao aplicar a consulta de enfermagem em puericultura, carece buscar o atendimento integral das necessidades da criança, alterando o enfoque centrado somente na doença, sendo apropriado inspecionar, avaliar e intervir no processo de saúde/doença, revelando forte componente interacional e educativo (GAUTERIO, 2012). A puericultura é realizada tanto pelo médico quanto pelo enfermeiro. As atribuições do enfermeiro neste programa são: acompanhar o crescimento e o desenvolvimento; orientar sobre prevenção de acidentes de acordo com a faixa etária; avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor; identificar dúvidas e dificuldades da mãe e de outros membros da família, procurando esclarecê-las; observar a cobertura vacinal; estimular a prática do aleitamento materno; orientar a introdução da alimentação complementar; e prevenir as doenças que mais frequentemente acometem as crianças no primeiro ano de vida, como a diarreia e as infecções respiratórias (DE LIMA VIEIRA, 2012). O acompanhamento do desenvolvimento e crescimento infantil requer dos profissionais enfermeiros o fundamento clínico abrangente, além da capacidade epidemiológica e habilidades para o trabalho em equipe e para o cuidado com a saúde da criança e sua família (GUBERT, 2015). Tendo em vista a diversidade das condições de vida, de trabalho e do panorama epidemiológico que encontramos no Município de Ariquemes, identificamos diferentes características de problemas e necessidades da população infantil para estruturar as ações. Portanto, cabem aos profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde adequar as recomendações apresentadas para o cenário de atuação, identificando prioridades e elaborando um plano de intervenção que alcance as especificidades de cada região. 3 1. VISITAS DOMICILIARES As visitas domiciliares baseiam-se na avaliação do local da habitação, saneamento básico, situação socioeconômica, qualidade de vida, riscos e condições associadas à saúde, obtendo informações sobre as necessidades e colocando em prática medidas educativas (GARCIA et al., 2019) No caso das visitas relacionadas à criança, leva-se em consideração a disponibilidade da alimentação adequada, aleitamento materno, interações da criança e avaliação do risco de violência e/ou negligência infantil (SILVA; CARLOS, 2018). Orientar a família quanto aos riscos de infecções e em quais casos devem procurar atendimento de saúde. Ex: febre continua, hipotermia (temperatura abaixo do ideal), dificuldades para se alimentar ou beber, dificuldade para respirar, respiração ou coração acelerados, vômitos, atividades reduzidas, entre outros (FEDERAL, 2016). 2. PRIMEIRA CONSULTA Segundo o Ministério da Saúde (2006), a época ideal para a consulta inicial é a primeira semana de vida do recém-nascido, auxiliando as famílias nos cuidados, orientando e realizando imunizações, estimulando e amparando nas dificuldades no aleitamento materno, e realizando a triagem neonatal (teste do pezinho), reforçando a rede de apoio à família. Porém recomenda-se que esse bebê venha ser assistido desde o pré-natal, onde é possível identificar patologias em consonância orientar a mulher sobre os cuidados na maternidade (BRASIL, 2016). 2.1 Anamnese No processo de avaliação da criança é realizado a anamnese da qual é extraído informações familiares e histórico do nascimento do neonato (PORTO ALEGRE, 2004). A avaliação do método Apgar tem como finalidade avaliar a conjuntura das condições de nascimento do recém-nascido e averiguar a necessidade de assistência (CORRÊA et al., 2006). 4 TABELA DE APGAR Bom 7-10 Intermediário 4-5 Fonte: American Academy of Pediatrics 2.2 Exame físico Deve-se realizar o exame físico completo na primeira consulta, onde é compartilhado com os responsáveis informações sobre o puerpério (BRASIL, 2004). 5 Ruim 0-3 Peso, comprimento e perímetro cefálico Avaliar perímetro cefálico; avaliar peso e comprimento. Desenvolvimento social e psicoafetivo Observar e avaliar o comportamento dos responsáveis com a criança. Estado geral Avaliar a postura e o estado de vigília do recém-nascido; observar padrão respiratório; identificar possíveis sinais de desidratação ou hipoglicemia; medir temperatura axilar. Face Observar assimetria ou malformações, deformidades ou aparência sindrômica. Pele Observar presença de: edema, palidez, cianose ou icterícia. Crânio Examinar as fontanelas. Olhos Examinar reflexo fotomotor; teste do reflexo vermelho ou bruckner test e conjuntivites. Orelha e audição Orientar sobre a importância e realização da triagem auditiva neonatal universal (Tanu) ou teste da orelhinha; observar tamanho e simetria das orelhas. Nariz Avaliar forma do nariz e possível presença de secreções. Boca Observar a úvula, macroglossia, palato, freio lingual e coloração dos lábios. Pescoço Avaliar assimetria da face e a posição viciosa da cabeça. Toráx Avaliar assimetria; apalpar clavícula Fonte: Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento, cadernos de atenção básica n° 33. 3. IMUNIZAÇÃO 4. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Os primeiros anos de vida (principalmente nos dois primeiros anos) de uma criança são caracterizados por um crescimento acelerado e com enormes aquisições no processo de desenvolvimento, principalmente habilidades para receber, para mastigar, ingerir outros alimentos além do leite materno. A criança acaba contendo um autocontrole do processo de ingestãoalimentar para atingir o padrão alimentar cultural adulto. (BRASIL, 2015) 6 para avaliar possíveis fraturas;observar sinais de sofrimento respiratório. Abdome Observar respiração; forma do abdome; presença de hérnias inguinal e umbilical; presença de diástase dos retos abdominais e agenesia da musculatura abdominal; verificar presença de granuloma umbilical (após queda do coto). Genitália Apalpar bolsa escrotal para verificação da presença dos testículos. Anus e reto Verificar permeabilidade anal; posição do orificio e presença de fissuras. Sistema osteoarticular Examinar membros superiores e inferiores; realizar exame da flexibilidade do pé; verificar presença de displasia evolutiva do quadril. Coluna vertebral Examinar toda coluna, percorrendo a linha média. Avaliação neurológica Observar reflexos arcaicos; observar postura de flexão generalizada e lateralização da cabeça; observar presença de movimentos normais, anormais e espontâneos de extensão dos membros. Segundo PARANÁ (2015), o crescimento saudável de uma criança depende de múltiplos fatores referentes à alimentação adequada para a idade e para a ausência de doenças orgânicas. 4.1 Lactar Materno Segundo a Organização Mundial de Saúde o aleitamento materno deve ser incentivado as mãe desde da primeira consulta de pré-natal, na qual a mãe deve oferecer o leite materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida, pois a introdução de outros alimentos pode levar a desnutrição do RN (CAPUCHO,et al, 2017, p. 2). Orientações para mãe que desejam amamentar: ● Oferecer ao RN após o nascimento o seio, evitando a oferta de fórmulas e chás; ● Ofertar ao RN somente o leite materno durante os seis primeiros meses de vida; ● Não oferecer outro tipo de bebidas ou comidas ao RN; ● Ofertar o leite materno todas as vezes e o bebê desejar, não limitando o número e a duração das mamadas; ● Ofertar alimentação complementar somente após os seis meses; ● Evitar a oferta de mamadeiras chuquinhas chupetas ou bico artificiais. Benefícios do aleitamento materno: ● Composto de anticorpos essenciais para o RN; ● Fornece ao RN proteínas essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento; ● Protege contra vírus, bactérias e alergias; ● Essencial para o desenvolvimento psicomotor, mental, social e emocional; ● Reduz o índice de doenças inflamatórias; ● Protege a mulher contra o câncer de mama; ● Redução de gastos; ● Facilidade na oferta noturna e viagem; ● Protege contra gravidez. 7 O aleitamento materno será suficiente quando: ● Amamentar no mínimo 8 vezes durante 24 horas; ● Não houve mudança de sucção durante a mamada; ● Ouvir over a deglutição; ● Tons musculares ativo e pele hidratada; ● Satisfação após a mamada; ● Defecar três ou mais vezes durante 24 horas; Ganhar 18 ou 30g por dia; ● Sentir as mamas enrijecidas e a descida do leite causando o extravasamento. Contra indicação do aleitamento materno: ● Galactosemia; ● Uso de drogas como: psiquiátricos, anticonvulsivantes, diuréticos paradisíacos, antibiótico, anti-tuberculose, anti-malárico, anti-fúngicos, broncodilatadores e anti-câncer. ● Primeira semana de tratamento de tuberculose; ● Fase de contágio da hanseníase; ● AIDS; ● 6 dias antes ou dois dias depois do diagnóstico de varicela; ● Segunda fase da doença de Chagas; ● Adquirir citomegalovírus durante o período da amamentação ; ● ATLV 1. Sinais de peso inadequado do RN: ● Ganho de 20 gramas por dia; ● Não recuperação de peso menos que duas semanas ao nascer; ● Letargia, choro fraco ou agudo; ● Passa maior parte do tempo dormindo; ● Redução da diurese; ● Defecação reduzida ou ausente; ● Fase enrijecida com sobras de pele pelo corpo; ● Amamentação constantemente. 8 4.2 Alimentos complementares após os 6 meses de vida A partir dos seis meses de vida a criança pode ter a introdução dos alimentos complementares, pois seu organismo se encontra a preparado para receber de forma lenta e gradativa, sendo de suma importância e as mães continue amamentando a criança até os dois anos de vida ou mais, isso irá ajudar proteger o organismo contra várias patologias, na qual água devem ser oferecidas nos intervalos para mantê-la hidratada ( SILVEIRA, LAMOUNIER, 2004, p.3). Alimentos complementares que podem ser oferecidas à criança após os 6 meses: ● Cereais; ● Tubérculos; ● Carnes; ● Leguminosos; ● Legumes; ● Frutas. Observação: Oferecer o aleitamento materno três vezes ao dia, em caso de desmame oferecer o leite 5 vezes ao dia. Desconfortos que podem ser confundidos com a fome: ● Sono; ● Frio; ● Calor; ● Excesso de diurese; ● Dor; ● Defecação ( fralda suja por um longo período). Observação: As mães devem estar atentas, para não exceder a quantidade de alimentos ofertados a criança. Sugestões de períodos para alimentação as crianças que amamentam: ● Manhã; ● Almoço; 9 ● Tarde ou anoitecer. Sugestões de alimentações a criança desmamada: ● Manhã; ● lanche; ● Almoço; ● Lanche; ● Jantar. Observação: As alimentações complementares devem ser iniciadas as pastosas, ou seja papas ou purês, aumentando gradativamente até chegar a uniformidade da família. Os alimentos oferecidas a crianças a partir de 8 meses devem ser: ● Amassados, desfiados, picados ou cortados no tamanho ideal que eles possam ingerir; ● Sopas ou comidas com aspecto suculento para facilitar a deglutição. Observação: Os alimentos devem ser oferecidos em pratos e colher para o consumo da mesma, já o suco vitaminas e água devem ser oferecidos em copos de plástico com alça para que eles possam ter autonomia. 4.3 Alimentos que podem ser oferecidos para crianças a do primeiro ano de vida Fazer 3 refeições e amamentar-se 3 vezes ao dia. A partir de 12 meses de vida a criança já pode ser incluída nas refeições básicas da família, iniciando a oferta de cereais e tubérculos. Observação: A partir dos 12 meses da criança, mesmo ela já recebendo outros alimentos a criança deve continuar a mamar no peito até os 2 anos se possível, pois o leite materno ainda continua alimentando a criança como complemento e protegendo-a contra doenças. Com a alimentação complementar é de suma importância que a criança receba água nos intervalos, sempre oferecendo-a de maneira mais limpa possível. 10 Fonte: Adaptação da Sociedade Brasileira de Pediatria (2006) 4.4 Alimentos que podem ser oferecidos para criança no segundo ano de vida ● Fazer 3 refeições, dois Lanches e mamar três vezes por dia, se a criança não estiver amamentando realizar cinco refeições ao dia. Observação: As crianças devem ingerir os alimentos livremente, sem ser obrigados, e nem ter horários definidos, respeitando sempre à vontade da criança, para que os alimentos possam ser bem absorvidos proporcionando benefícios ao organismo. O Ministério da Saúde vem informando que à dez passos a ser seguido para que uma criança cresça de maneira saudável sem complicações futuras, veja a seguir: 11 Esquema para introdução dos alimentos complementares Idade Tipo de alimento Até completar 6 meses Aleitamento materno exclusivo Ao completar 6 meses Leite Materno, papa de fruta*, papa salgada* Ao completar 7 meses Segunda papa salgada* Ao completar 8 meses Gradativamente passar para a alimentação da família Ao completar 12 meses Comida da família 10 passos para uma alimentação saudável para uma criança menor de 2anos 12 Passos Definição Lembrete 1° passo Dar somente leite materno até os 4 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. Antes dos 6 meses, ela não deve oferecer complementos ao leite materno. O leite materno é tudo que a criança precisa. 2° passo Ao completar seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais. Para que o bebê continue crescendo bem, a partir dos seis meses, ele necessita receber outros alimentos além do leite materno. 3° passo Ao completar seis meses, dar alimentos complementares, três vezes ao dia se a criança estiver em aleitamento materno. A alimentação oferecida ao bebê, depois dos seis meses, deve ser composta de grãos (cereais e feijões), carnes, frutas e verduras. 4° passo A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeições da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. O bebê deve receber alimentos quando demonstrar fome. Horários rígidos para a oferta de alimentos prejudicam a capacidade da criança de distinguir a sensação de fome e de estar satisfeita após a refeição. No entanto, é importante que o intervalo entre as refeições seja regular (2 a 3 horas). 5° passo A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Iniciar com a consistência pastosa e gradativamente, aumentar a A consistência da alimentação complementar é importante Fonte:Ministério da Saúde, 2015. 13 consistência até chegar à alimentação da família. 6° passo Oferecer às crianças diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. Procure oferecer às crianças uma alimentação colorida. 7° passo Estimular o consumo diário de frutas, verduras, e legumes nas refeições. A criança que desde cedo come frutas, verduras e legumes variados, recebe maiores quantidades de vitaminas, ferro e fibras, além de adquirir hábitos alimentares saudáveis. 8° passo Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. Esses alimentos não devem ser dados para criança pequena porque não são saudáveis, além de tirar o apetite da criança e competir com os alimentos nutritivos. 9° passo Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequada. Os cuidados de higiene na preparação e na oferta dos alimentos evitam a contaminação e doenças como diarréias. 10° passo Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos respeitando a sua aceitação. A criança doente precisa comer mais para não perder peso e recuperar-se mais rápido. Por isso, é importante manter a amamentação e oferecer os alimentos saudáveis de sua preferência. 5. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO O crescimento e desenvolvimento da criança é um indicador essencial sobre a qualidade de vida e de saúde, pois possui total relação com o estilo de vida, respaldando a condição socioeconômica, ambiental e cultural, assim apontando a situação em que a mesma se encontra. O acompanhamento deste desenvolvimento faz parte das políticas públicas de saúde da criança. Durante a consulta de enfermagem deve-se avaliar o estado de saúde física, mental e social, visando a promoção da saúde, orientando sobre alimentação, vacinas, atenção a doenças comuns na infância, higiene corporal e bucal (APARECIDA et al., 2018). Em toda consulta são realizadas as medidas para avaliar o crescimento, como peso, altura e perímetro cefálico, definindo o Índice de Massa Corporal (IMC) avaliando o baixo ou sobrepeso (NETO et al., 2020). Avalia-se o desenvolvimento conforme a idade, atentando-se ao início das falas, andar e realização de atividades simples sozinho (CARVALHO; SARINHO, 2016). As orientações para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança são para uma boa alimentação rica em fibras e outros nutrientes, estimular atividades físicas, estimular falas, andar e interagir (GOES; DA SILVA LEITE, 2017). 6. SUPLEMENTAÇÃO Para atender às necessidades nutricionais de minerais da criança, é preciso oferecer uma variedade de alimentos complementares com alta densidade de nutrientes, assim como a suplementação de vitaminas (BRASIL,2019). 6.1 Vitamina D A Sociedade Brasileira de Pediatria-SBP (2019), preconiza que não há necessidade de suplementação de vitamina D nas seguintes condições: ● Lactentes em aleitamento materno com exposição regular ao sol. Recomenda-se a exposição direta da pele à luz solar a partir da segunda semana de vida, com a cota semanal de 30 minutos se a criança estiver apenas de fraldas (6 a 8 minutos por dia, três vezes por semana) ou de 2 horas (17 minutos por dia) se apenas a face e as mãos estiverem expostas ao sol. 14 ● Lactentes que recebem ao menos 500 mL/dia de fórmula infantil. Observação: Nas demais situações, recomenda-se a suplementação de 400 UI/dia de vitamina D até os 18 meses. 6.2 Vitamina A A suplementação com vitamina A reduz o risco de morte em crianças em 24%, sendo o risco de mortalidade por diarreia reduzido em 28%, já crianças HIV positivo têm a mortalidade reduzida, por todas as causas, em 45%. A deficiência de vitamina A, quando severa, provoca deficiência visual (cegueira noturna), aumenta o risco de morbidades e mortalidade e também aumenta o risco das crianças desenvolverem anemia (BRASIL, 2019). Sendo assim, a adaptação do consumo de vitamina A é essencial para o crescimento e desenvolvimento saudável de crianças da primeira infância. A partir do 6º até o 59º mês de idade, as crianças que residem nos municípios contemplados pelo Programa Nacional de Suplementação de vitamina A deverão receber o medicamento por via oral ( BRASIL, 2013). ● Crianças de 6 a 11 meses, 100.000 UI (Uma dose) ● Crianças de 12 a 59 meses, 200.000 UI ( Uma vez a cada seis meses) . Observação: A data da administração do suplemento de vitamina A deverá ser anotada na Carteira de Saúde da Criança. 5.3 Ferro A deficiência de ferro é a mais frequente dentre as carências nutricionais das crianças em todo o mundo, constituindo um grave problema de saúde pública. A deficiência de Ferro causa repercussões negativas para o desenvolvimento mental e motor das crianças, ocasionando uma redução do rendimento escolar ( SÃO PAULO, 2016). A prevenção da anemia por deficiência de ferro deve ser planejada com a priorização da suplementação de ferro medicamentosa; com ações de educação alimentar; com a fortificação de alimentos; com o controle de infecções e 15 parasitoses; e com o acesso à água e esgoto sanitariamente adequado (PARANÁ, 2015). As estratégias de prevenção da deficiência de ferro na infância preconizadas são: Primeiros seis meses de vida 1. Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. 2. Suplementação profilática de ferropara crianças prematuras ou com baixo peso no nascimento. A partir dos seis meses até dois anos de idade 1. Alimentação complementar saudável e adequada em biodisponibilidade de ferro. 2. Suplementação de ferro profilático. 3. Fortificação dos alimentos para as crianças com micronutrientes em pó. O quadro a seguir descreve a suplementação de vitaminas e minerais até os 24 meses: 16 IDADE POSOLOGIA OBSERVAÇÕES VITAMINA A De 6 a 11 meses De 12 a 59 meses Dose de vitamina A de 100.000 UI (dose única). Dose de vitamina A de 200.000 UI (1 dose a cada 6 meses). Apresentação em cápsula, a qual deverá ser aberta e administrada diretamente na boca da criança. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 7. SAÚDE BUCAL Segundo o Ministério da Saúde (2008), as ações de cuidados da saúde bucal devem ser realizadas no primeiro ano de vida no contexto da equipe de saúde multidisciplinar como um todo. No período da erupção dos dentes são comuns aparecer sintomas como salivação abundante, diarreia, hipertermia, alteração de sono, não necessariamente são decorrentes deste processo. 6.1 Alimentação O estímulo do aleitamento materno se ressalta pela sua importância para o desenvolvimento facial. Além da importância afetiva e nutricional, ele serve também para exercício muscular durante a amamentação favorecendo a respiração nasal, a obtenção de tônus muscular orofacial adequado, que irá interferir positivamente na 17 SULFATO FERROSO De 03 aos 24 meses Do 30º dia até os 12 meses (prétermo ou com peso menor de 1500g). Do 30º dia até os 12 meses (pré termo com peso entre 1000g e 1500g). Do 30º dia até os 12 meses (pré termo com peso <1000g). 1 mg de ferro elementar/kg/ dia. 2 mg de ferro elementar/ kg/dia. 3 mg de ferro elementar/ kg/ dia. 4 mg de ferro elementar/kg/dia Recomendação vigente da Sociedade Brasileira de Pediatria, independentement e do regime de aleitamento. mastigação, deglutição e fonação, e também prevenindo grande parte dos problemas durante o desenvolvimento das arcadas e dos posicionamento dos dentes. (Brasil, 2012). Segundo o Ministério da saúde (2012), crianças que amamentam possuem uma menor probabilidade de lesões por cáries, do que aquelas que utilizam o aleitamento artificial. Quando não for possível a amamentação adequada, faça-se uso de mamadeiras, sempre alimentando a criança sentada no colo. Evite que a criança durma com a mamadeira, pois isso ocasiona o desenvolvimento de cáries precoce na infância. Deve-se sempre reforçar a importância do controle de ingestão do açúcar, evitando seu uso contínuo entre as refeições, o que fortalece a ocorrência de lesões de cáries (TINANOFF; PALMER, 2000). 6.2 Higiene bucal A higiene bucal é de responsabilidade dos pais, com isso é deles a responsabilidade de estimular e ensinar que as crianças escovem seus dentes, sempre observando o seu desenvolvimento, assim elas estarão desenvolvendo suas capacidades motoras. Segundo o ministério da saúde (2006), é indicado que a escovação noturna seja feita pelos pais. ● Em bebês sem dentes:A limpeza é feita na cavidade bucal do RN, com gases ou uma fralda limpa, umedecida com água potável, passando delicadamente nas gengiva e mucosa bucal do RN, com a finalidade de remover todo o leite estagnado em sua mucosa e gengivas. Realizando esse processo uma vez por dia. ● Para bebês com erupção de incisivos (6 a 18 meses): gaze ou fralda umedecida em água potável, duas vezes ao dia (PROTOCOLO, 2004). ● Para bebês com erupção de molares (18 a 36 meses): Por volta dos 18 meses de vida acontece a erupção dos molares nos bebês, a partir desse processo deve-se aderir as escovas de dentes macias duas vezes ao dia, quando os dentes começam a ficarem mais pertos sem espaço entre eles adere-se ao uso do fio dental uma vez ao dia. O uso do creme dental deve ser o mínimo possível pois ocorre deglutição da parte da criança. 18 Uso de chupetas e bicos: Deve-se desestimular este hábito, pois a sucção da chupeta ou da mamadeira pode ocorrer alterações bucais em crianças, como más oclusões e alterações no padrão de deglutição. (Brasil, 2012). Uso do fluoretos: Segundo o Ministério da Saúde (2008), para o uso do mesmo deve haver um cuidado particularmente importante pois a frequência do uso de cremes dentais que contêm o fluoreto, e acontece a ingestão na idade menor de 2 anos pode ocorrer fluorose dentária muito cedo. O dentifrício deve ser mantido fora do alcance da criança e a higienização deve ser realizada somente pelos pais ou responsáveis. 8. PREVENÇÃO A ACIDENTES De acordo com Ministério da Saúde, o bebe e a criança são dependentes e vulneráveis em relação ao ambiente em que vivem. Além dos recursos materiais e institucionais com que a criança pode contar, como a alimentação, moradia, serviços de saúde e creches, os cuidados primários, como, a atenção, o afeto materno e paterno, a família e a comunidade define a qualidade do cuidado infantil. (BRASIL, 2012). Define-se por acidente todo aquele evento imprevisível que causou ou poderia ter causado lesão. Deste modo, olhando a criança percebe-se sua maior exposição a este risco e sua vulnerabilidade para lesões maiores, pois a mesma apresenta a falta de entendimento sobre perigos, coordenação motora em desenvolvimento, capacidade de reação rápida limitada, imaturidade física e mental, curiosidade, entre outros. Além de possuírem o corpo mais frágil, assim intensificando a gravidade do acidente. Contribuindo desta forma para aumento da taxa de morbimortalidade. (DOS SANTOS ROMA et al., 2018) É necessário a implantação de ações socioeducativas para toda comunidade sobre as medidas de prevenção de acidentes, uma vez que a maior taxa de internação de crianças são por acidentes domésticos, uma vez que essas intercorrências podem causar sequelas irreversíveis físicas e emocionais. (MOITA et al., 2018) Orienta-se aos pais sobre: ● Monitoramento constante da criança; ● Manter o bebe ou criança em local seguro e com proteção; 19 ● Não dormir na mesma cama; ● Implantação de grades de segurança nas beiras de escadas e telas em sacadas; ● Transportar o bebê ou criança na cadeirinha adequada dentro do automóvel; ● Manter tomadas com proteção e fios elétricos em local adequado; ● Evitar brinquedos pequenos que possam ser ingeridos; ● Manter longe de focos de fogo; ● Manter distância de animais; ● Manter fora de alcance materiais cortantes; ● Manter fora de alcance produtos de pele e de limpeza doméstica; ● Manter longe de piscinas, ou local possível de afogamento; REFERÊNCIAS AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Committee on Fetus and Newborn; AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. Committee on Obstetric Practice. The apgar score. Pediatrics, Evanston, v. 117, n. 4, p. 1444-1447, apr. 2006. Disponível em:<https://pediatrics.aappublications.org/content/117/4/1444>. Acesso em: 26 de novembro de 2020. APARECIDA MUNHOZ GAÍVA, Maria et al. Avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil na consulta de enfermagem. Avances en Enfermería, v. 36, n. 1, p. 9-21, 2018. Disponivel em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0121-45002018000100009&script=sci_abs tract&tlng=en. Acesso em: 02 de dezembro de 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e redução da mortalidade infantil. Brasília, 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/agenda_compro_crianca.pdf>.Acesso em: 26 de novembro de 2020. BRASIL. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: manual de condutas gerais / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. 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