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modulo I Enfermagem 2017 2

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COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
1 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
2 
EQUIPE TÉCNICA: 
Ana Lúcia Alves de Souza 
Ana Valéria Vieira Tibúrcio 
Ivonete Maria Lima Silva 
Jacyra Salucy Antunes Ferreira 
Kharolyne Moreira 
Lilian Ferreira Mota 
Tatiane Castanha 
Yane Ferreira Cardoso 
 
 
COORDENAÇÃO TÉCNICA 
Ana Lúcia Alves de Souza 
 
DIREÇÃO 
Jacyra Salucy Antunes Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olinda, fevereiro de 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
3 
SUMÁRIO 
 
 Página 
Apresentação 04 
Introdução 05 
Unidade I – Problemas de saúde local 07 
Unidade II – História Natural da doença 41 
Unidade III – Vigilância à saúde 63 
Unidade IV- Organização do sistema de saúde brasileiro 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
4 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
O Colégio de Saúde de Pernambuco vem desde 1995 trabalhando um projeto de 
profissionalização na área de saúde, voltada para uma clientela que pretende ingressar no 
mundo do trabalho. 
 Para alcançar seu objetivo, o colégio conta com uma equipe de professores graduados 
e pós-graduados nas áreas de Enfermagem, Psicologia, que vêm desenvolvendo uma proposta 
metodológica centrada no aluno. 
 Desde o ano 2000, estamos trabalhando com o curso Técnico em Enfermagem, 
organizados em módulos trazendo as competências e habilidades necessárias ao exercício da 
profissão. A linha metodológica toma por base, o ritmo próprio do aluno, onde a construção 
do conhecimento dar-se-á a partir do estudo-reflexão/discussão/ação, de forma a confrontar o 
saber anterior dos alunos e o conhecimento científico, através de atividades teórico-prática 
dentro e fora da sala de aula, complementado portextos de apoio que consolidarão o 
aprendizado. A vantagem da utilização deste método é que ele proporciona ao aluno a 
condição de construir seus conhecimentos profissionais passo a passo, observando-se a 
complexidade dos conteúdos. 
 Cada módulo tem sua carga horária teórica/ prática, distribuída de forma a possibilitar 
ao aluno a sistematização e consolidação dos conhecimentos antigos e novos, associando a 
teoria com a aplicação prática no seu cotidiano. Ao final do curso técnico, o aluno tem a opção 
de dar continuidade a seus estudos, optando por um dos cursos Especialização / 
Aperfeiçoamento oferecido por esta instituição. 
 O processo de avaliação é realizado de forma contínua, observando-se as 
competências e habilidades da referida unidade/módulo. Esta forma de trabalhar oportuniza 
ao aluno que a recuperação das habilidades não construídas seja realizada durante o processo 
de aprendizagem. 
 O material que ora se apresenta, elaborado por um esforço coletivo dos que fazem 
esta instituição, a exemplo do curso, também está organizado em módulos, de acordo com 
cada unidade temática, com a finalidade de subsidiar a construção do seu conhecimento, 
contribuindo para uma prática consciente de cidadania e uma assistência mais humanizada. 
Jacyra Salucy Antunes Ferreira 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
5 
INTRODUÇÃO AO MÓDULO I 
Neste primeiro módulo de nosso curso, denominado “Processo saúde-doença”, vamos 
discutir e aprender sobre os principais problemas de saúde que acometem a população; suas 
causas e/ou fatores determinantes; os agentes infecciosos que contribuem para o processo de 
adoecimento, bem como a forma de organização do sistema de saúde brasileiro para atender 
a essa demanda. 
Para isso, temos uma carga horária teórico-prática de 120 horas, e utilizaremos como 
método a discussão e trabalhos de grupo e discussões de experiências vividas por vocês alunos 
nas suas vidas cotidianas. Por isso, sua participação é fundamental para nossa evolução e 
aprendizado. 
Ao final de nossos estudos neste módulo, teremos que ter desenvolvido as seguintes 
competências: 
1. Identificar os principais problemas de saúde de sua comunidade, suas causas e/ou 
fatores determinantes; 
2. Identificar fatores de risco que elevam a incidência de doenças na comunidade; 
3. Compreender o processo saúde-doença; 
4. Conhecer a cadeia de transmissão das doenças e o processo infeccioso; 
5. Descrever o funcionamento do sistema imunológico; 
6. Manter a vigilância das infecções hospitalares; 
7. Realizar ações no controle de riscos à saúde da população; 
8. Compreender o sistema de saúde dentro de um processo histórico e político; 
9. Compreender o Sistema Único de Saúde- SUS, suas diretrizes e normas; 
10. Compreender a estratégia de saúde da família e o programa de agentes comunitários 
de saúde. 
 
Vamos começar?! 
Bom estudo. 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
6 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
7 
UNIDADE 1 – OS PROBLEMAS DE SAÚDE LOCAL 
Para iniciarmos nosso curso, neste primeiro módulo vamos discutir um pouco sobre os 
principais problemas de saúde de sua localidade, como e porque isso acontece, o que 
podemos fazer para evita-los. 
 Quando concluirmos nossos trabalhos nesta unidade algumas competências são 
importantes que vocês consigam aprender. São elas: 
1. Identificar os principais problemas de saúde de sua comunidade, suas causas e/ou fatores 
determinantes. 
2. Identificar fatores de risco que elevam a incidência de doenças na comunidade. 
 
 
TEXTO Nº 1 - SAÚDE E AMBIENTE 
 
 Para chegarmos ao entendimento do processo saúde doença da população é 
importante que possamos entender antes as questões relativas ao meio ambiente e sua 
relação com os problemas de saúde dessa mesma população. 
 Entende-se por meio ambiente o panorama animado ou inanimado onde se desenvolve 
a vida de um organismo. É um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um 
sistema natural, e incluem toda a vegetação, animais, micro-organismos, solo, rochas, 
atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. Meio ambiente também 
compreende recursos e fenômenos físicos como ar, água e clima, assim como energia, 
radiação, descarga elétrica, e magnetismo. 
Para as Nações Unidas, meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, 
biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou 
longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas. 
A preservação do meio ambiente depende muito da sensibilização dos indivíduos de 
uma sociedade. A cidadania deve contemplar atividades e noções que contribuem para a 
prosperidade do meio ambiente. Desta forma, é importante saber instruir os cidadãos de 
várias idades, através de formação nas escolas e em outros locais. 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
8 
 No meio ambiente existem vários fatores externos que têm uma influência no 
organismo. Os efeitos imediatos do meio ambiente físico sobre a saúde humana podem ser 
observados e sentidos por qualquer cidadão em todo planeta. Tanto os efeitos evidentes 
como aqueles que não são percebidos tão diretamente, influem sobre a saúde humana com 
graves consequências para a qualidade de vida e para o desenvolvimento do País. 
 A ausência de saneamento básico, a contaminação ambiental por resíduos derivados da 
atitude humana e o número cada vez maior de substâncias tóxicas com as quais se tem 
contato diário, comprometem a saúde de milhõesde pessoas. Faz-se necessária à solução 
para tais problemas, minimizando o adoecimento e morte por essas causas. 
 
 
 
Pois é, alguns fatores vêm interferindo no meio ambiente e causando danos a saúde da 
população. O processo contínuo de urbanização, associado à expansão industrial, tanto 
urbana quanto rural, tornou-se um problema de saúde pública e requer intervenções, antes 
que se torne insustentável. A ação desses fatores de risco à saúde exige das autoridades 
sanitárias estudos de impacto sobre o meio ambiente e a saúde humana. Muitas pessoas não 
percebem, mas o homem é parte integrante da natureza e, nesta condição, precisa do meio 
ambiente salubre para ter uma vida saudável. Com um pouco de atenção, é fácil descobrir 
inúmeras situações que demonstram a relação entre o meio ambiente e a saúde, senão 
vejamos: 
• O vibrião da cólera, por exemplo, é transmitido pelo contato direto com a água 
contaminada ou pela ingestão de alimentos contaminados; 
• A falta de saneamento básico, os maus hábitos de higiene e as condições precárias de 
vida de determinadas regiões do planeta são fatores que estão intimamente ligados 
com o meioambientee que contribuem para a transmissão da doença. 
Para melhor entender essa relação em saúde e meio ambiente, vamos conhecer agora 
os sistemas ambientais que fazem parte de nossa vida e interferem diretamente na nossa 
qualidade de vida. 
Vamos pensar: Durante sua vida você vem percebendo mudanças no meio 
ambiente? 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
9 
Os Sistemas Ambientais 
1. Saneamento básico 
O saneamento básico é um conjunto de medidas visando preservar ou modificar as condições 
do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde melhorando a 
qualidade de vida da população, da produtividade do indivíduo e facilitando a atividade 
econômica. Ele é composto de: abastecimento de água, disposição do lixo e eliminação do 
esgoto, tendo como outras atividades o controle de animais, insetos; saneamento de 
alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e, habitações. 
Vamos agora conhecer um pouco sobre cada um deles: 
• Abastecimento de água: 
 A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada 
como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela possui substâncias que 
modificam esses padrões (nitrogenados, oxigênio consumido e cloretos), é considerada 
poluída. Para o abastecimento de água a melhor saída é a solução coletiva, exceto as 
comunidades muito afastadas. 
Os sistemas públicos de abastecimento são uma solução coletiva e confiável pela sua 
qualidade. Este sistema tem que cumprir várias etapas antes de chegar à casa dos 
consumidores. As redes de abastecimento funcionam sob o princípio de vasos 
comunicantes, necessitando de tratamento para se adequar ao consumo humano. O método 
de tratamento dessa água pode ser os mais diversos, desde a fervura até a correção de 
dureza e corrosão. As estações de tratamento se utilizam de várias fases de decantação e 
filtração, além da cloração. 
 A água constitui-se um meio de transmissão para muitas doenças, pois pode conter 
germes que são expelidos pelo corpo de pessoas doentes através das dejeções (fezes, urina, 
catarro). A falta de conhecimento do modo adequado de utilizá-la e as condições 
insatisfatórias de destino dos dejetos (esgotos) e do lixo são responsáveis entre outros 
agravos, pela alta incidência de diarreias infecciosas e de outras doenças entéricas (doenças 
do aparelho digestivo), causadores de elevada mortalidade infantil. 
 A água que é fundamental à vida se encontra presente em proporções elevadas na 
constituição de todos os seres vivos, inclusive o homem onde atinge cerca de 75% do seu 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
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peso. O homem sempre se preocupou com o problema da obtenção da qualidade da água e 
em quantidade suficiente ao seu consumo e desde muito cedo soube distinguir uma água 
limpa sem cor e odor, de outra que não possuísse estas propriedades atrativas 
Com o aumento das aglomerações humanas e com a respectiva elevação do 
consumo de água, o homem passou a executar grandes obras destinadas a captação, 
transporte e armazenamento deste líquido. Algumas comunidades captam água subterrânea 
para abastecimento público, mas a maioria delas se aproveita de águas superficiais que após o 
tratamento é distribuída para as residências e indústrias. Como podemos observar o rápido 
crescimento da população e os acelerados avanços no processo de industrialização e 
urbanização das sociedades, tem repercussões sem precedentes sobre o ambiente humano. 
Nas Américas segundo a Organização Pan-americana de Saúde, os principais 
problemas encontrados no setor de abastecimento d’água são: 
• Instalações de abastecimento público ou abastecimento individual em mau estado. 
• Deficiência nos sistemas de desinfecção de água destinada ao consumo humano com 
especial incidência em pequenos povoados. 
• Contaminação crescente das águas superficiais e subterrânea por causa de deficiente 
infraestrutura de sistema de esgotamento sanitário, ausência de sistema de depuração de 
águas residuais, urbanas e industriais e inadequado tratamento dos resíduos sólidos com 
possível repercussão no abastecimento de água, em área para banhos e recreativos, na 
irrigação e outros uso de água que interfira na saúde da população. 
 
• Esgoto 
O sistema de esgoto (águas servidas) existe para afastar a possibilidade de contato de 
despejos, esgotos e dejetos humanos com a população, águas de abastecimento, vetores de 
doenças e alimentos, colaborando com a redução de despesas com tratamento de água de 
abastecimento e tratamento de doenças provocadas pelo contato humano com os dejetos, 
além de controlar a poluição das praias. Podem ser de vários tipos: 
a) Sanitário (água usada para fins higiênicos e industriais); 
b) Sépticos (em fase de putrefação); 
c) Pluviais (águas pluviais); 
d) Combinado (sanitário + pluvial); 
e) Cru (sem tratamento); fresco (recente, ainda com oxigênio livre). 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
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Os sistemas de esgoto propõem soluções que podem retirar os dejetos mesmo sem água 
encanada. Esses sistemas classificam em três: 
• Sistema unitário – é a coleta de esgotos pluviais, domésticos e industriais em um único 
coletor. Tem custo de implantação elevado, assim como, o tratamento é caro; 
• Sistema reparador – onde o esgoto doméstico e industrial ficaseparado do esgoto 
pluvial. É o usado no Brasil, sendo seu custo de implantação menor, pois as águas pluviais 
não são tão prejudiciais quanto o esgoto doméstico, que tem prioridade por necessitar 
tratamento. Assim como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário 
sem tratamento especial prévio; 
• Sistema misto – no qual a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte das águas pluviais. 
 
• Disposição do lixo 
 O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é 
constituído de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. O saneamento do 
lixo tem objetivos comuns a outras medidas, acrescidos do de ordem psicológica: o efeito da 
limpeza da comunidade para o povo. Ele tem que ser bem acondicionando para facilitar sua 
remoção. Às vezes, a parte orgânica dele é triturada e jogada na rede de esgoto, facilitando 
sua remoção e possível coleta seletiva, o que sobrecarrega o sistema de esgoto. 
 O tratamento adequado de o lixo domiciliar é um recurso da comunidade que auxilia 
no combate a insetos transportadores de micróbios que causam doenças. Seu 
acondicionamento deve ser em depósito com tampa, evitando sua exposição e a proliferação 
de insetos. Quando não existir coleta pública no local, este deve ser queimadoe, a sobra que 
não queima, deve ser enterrado. 
• Resíduos sólidos 
São materiais heterogêneos (inertes, minerais e orgânicos) resultante das atividades 
humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando entre outros 
aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Esses resíduos 
constituem problemas sanitário, econômico e principalmente estético. São constituídos de 
substâncias facilmente degradáveis (F.D-, restos de comida, folhas, capim, cascas de frutas, 
animais mortos e excremento); moderadamente degradáveis (M.D.- papel, papelão e outros 
produtos celulósicos); dificilmente degradáveis (D.D. -trapo, couro, pano, madeira, borracha, 
cabelo, pena de galinha, osso, plástico) e não degradáveis (N.D.- metal não ferroso, vidro, 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
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pedras, cinzas, terra, areia, cerâmica). Sua composição varia de comunidade para comunidade 
de acordo com os hábitos e costumes da população, número de habitantes do local, poder 
aquisitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional; variando para uma 
mesma comunidade de acordo com as estações do ano. 
 Os resíduos sólidos estão classificados quanto a sua origem em: domiciliar, comercial, 
industrial, serviço de saúde, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, agrícola, 
construção civil, limpeza pública (logradouros, praias, feiras, eventos), abatedores de aves, 
matadouro, estábulos. 
 Na massa dos resíduos sólidos encontram-se agentes patogênicos e micro-organismos 
prejudiciais à saúde humana, constituindo-se em importante problema quando não recebe 
cuidados convenientes que previnam o aparecimento de doenças relacionadas a eles. 
Obviamente os resíduos sólidos facilitam a proliferação de insetos como moscas e baratas, 
responsáveis pela transmissão de várias doenças como as helmintíases, diarreias, amebíase, 
parasitoses, salmoneloses e outras, através da contaminação mecânica dos alimentos. 
 
 
 
 
 
 
TEXTO Nº 2 - OS AGENTES INFECCIOSOS 
 
 Após conhecer os sistemas ambientais e sabermos que eles possuem uma relação 
direta com a condição de saúde da população a partir de uma contaminação, vamos agora 
conhecer os agentes infecciosos que pode contaminar esses sistemas e serem os responsáveis 
pelo adoecimento e morte da população. 
 Vamos começar definindo doença como sendo um desajustamento ou uma falha 
nos mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
Após conhecermos os sistemas ambientais, vamos agora: 
1. Listar os principais problemas ambientais que conhecemos; 
2. Listar as principais doenças ligadas à precariedade do saneamento ambiental; 
3. De que forma a população pode ajudar na melhoria desses sistemas reduzindo a 
chance de adoecimento; 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
13 
ação está exposta. O processo conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um 
órgão, ou de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais. 
 
 
 
 
 
 As doenças que ocorrem numa comunidade podem ser separadas em dois grupos: as 
doenças transmissíveis e as doenças não transmissíveis. As doenças transmissíveis são 
capazes de “passar” (transmitir) de um homem para o outro homem ou de um animal para o 
homem, pois seu agente etiológico (micro-organismo) é vivo e é transmissível. Portanto, são 
doenças que as pessoas “pegam” de outras pessoas ou por causa de um animal ou inseto. Ao 
contrario disso temos as doenças não transmissíveis que não pegam. 
O sarampo, a tuberculose, a esquistossomose, a sífilis, o tétano são doenças 
transmissíveis. O reumatismo, o câncer, a asma, a desnutrição, o bócio são doenças não 
transmissíveis (não se transmite de uma pessoa para outra). 
 Às vezes, uma doença tanto pode ser transmissível como não transmissível, porque 
tem mais de uma causa. É o que acontece com a diarreia, a hepatite e a pneumonia. 
 Para ocorrer uma doença transmissível, é necessário que um agente infeccioso 
penetre no corpo de um indivíduo e se desenvolva nos seus tecidos. Esses agentes são seres 
vivos e muito deles são tão pequenos que não podem ser vistos nem com ajuda de um 
microscópio. Popularmente são chamados de micróbios ou germes. Mais existem também os 
germes que são animais maiores e facilmente reconhecíveis. 
Na evolução de qualquer doença, seja qual for sua origem, deve-se considerar o 
agente infeccioso como um ser vivo que, através de uma das formas que assume no seu ciclo 
reprodutivo (adulto, larva, cisto, ovos, esporos, etc.), pode ser introduzido em outro ser vivo, 
onde é capaz de se desenvolver ou de se multiplicar e, dependendo das condições do 
hospedeiro, pode ou não gerar uma doença infecciosa. 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
 Nós já sabemos os problemas ambientais mais comuns em nossas áreas, agora nós 
vamos fazer uma pesquisa em nossa comunidade para conhecer: 
 
1. As doenças mais comuns na sua comunidade; 
2. Realizar um censo na comunidade: numero de pessoas, por sexo, idade, etc. 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
14 
Quando o indivíduo é exposto a um agente pode ser que haja doença. Para que isso 
aconteça: (a) O agente deve estar presente numa concentração suficiente e durante um 
tempo determinado; (b) deve haver interação com outros fatores que contribuem (genéticos 
e/ou ambientais) para aumentar a capacidade do agente (maior dose ou maior contato) de 
causar doença ou de diminuir a resistência do hospedeiro (má nutrição, stress, 
consanguinidade). 
O homem no qual penetrou um dos agentes infecciosos é chamado de hospedeiro. O 
hospedeiro é uma planta ou um animal ou ainda um artrópode que é capaz de ser infectado 
pelo agente infeccioso onde geralmente ocorre sua replicação ou desenvolvimento. Quando o 
agente chega ao hospedeiro desenvolve-se e multiplica-se em seus tecidos, ocorrendo uma 
infecção. Por isso, as doenças transmissíveis são também denominadas de infecciosas. 
A doença ocorre quando há perturbação funcional dos processos fisiológicos a nível 
celular (unidades básicas do corpo), devido a uma exposição do indivíduo a condições 
ambientais desfavoráveis, a agentes e/ou a fatores genéticos que levam a essas alterações que 
são exteriorizadas em sintomas e/ou sinais de doença. 
Essas doenças fazem com que as pessoas sintam sintomase apresentem sinais de 
adoecimento. Os sintomas são os efeitos das alterações fisiológicas que são detectáveis 
somente pelo próprio indivíduo (dor, vertigem, náusea), são descritos pelos homens. Os 
sinais(clínicos) são os efeitos das alterações fisiológicas que podem ser observados ou medidos 
por outros indivíduos (ex. médicos). São exemplos a febre, inapetência, o vômito, alteração da 
locomoção etc. Outros sinais são mais obscuros e podem necessitar de instrumentos 
sofisticados (alterações dos valores bioquímicos) ou períodos de observação longos (ex. 
fertilidade baixa, perda de peso, perda de pelo). 
 
 
 
 
 
 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
 
 Retomando aquela lista de doenças que você pesquisou na sua comunidade, 
vamos agora separar as doenças que são transmissíveis e as não transmissíveis e vamos 
pensar: 
 
1. Como se pega a doença? 
2. Qual o caminho que o agente infeccioso faz no organismo? 
3. Onde o agente infeccioso se instala? 
4. Por onde o agente infeccioso sai do organismo e passa para outra pessoa? 
 
 
 
 
 COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
15 
Existem vários tipos de agentes infecciosos que possuem diferentes formas e suas 
ações também podem ser diferentes. Vamos agora conhecer alguns desses tipos. 
a) Bactérias - são seres minúsculos, pertencentes ao reino vegetal e que transmitem as 
doençaspor invasão direta dos tecidos ou pelas toxinas que eles excretam. 
� Doenças causadas por BACTÉRIAS: botulismo; bronquite; cólera; coqueluche; disenterias 
bacterianas; difteria; febre tifoide; leptospirose; faringite; escarlatina; gardenerella; meningite 
meningocócica; pneumonia; salmonelose; sífilis; tétano; tuberculose. 
b) Espiroquetas - situam-se entre a bactéria e o protozoário. Exemplo: Sífilis. 
c) Vírus - são os menores seres vivos capazes de ocasionar doenças infecciosas. 
� Doenças causadas por VÍRUS: AIDS; bronquite; catapora (varicela); caxumba; dengue; febre 
amarela; gripe; hepatite; HPV; pneumonia; poliomielite; raiva; rubéola; sarampo; rotavírus; 
resfriado comum. 
d) Rickettsias - situam-se entre a bactéria e o vírus, é transmitido por intermédio de um 
vetor. Causam a Febre Tifoides. 
e) Protozoários - pertencem ao reino animal, são unicelulares. 
� Doenças causadas por PROTOZOÁRIOS: doença de chagas; giardíase; leishmaniose; malária; 
toxoplasmose. 
f) Fungos- são parasitos vegetais (cogumelos), invadem certas regiões superficiais do corpo, 
como cabelos, a pele e as unhas. Causam a Impigem, Ptiríase (pano branco), a Micose (de 
unha), etc. 
g) Vermes- organismos multicelulares. 
� Doenças causadas por VERMES: ascaridíase; ancilostomose; cisticercose; enterobíose; 
esquistossomose; filariose; oxiurose; teníase. 
 Os agentes infecciosos penetram no corpo humano através de uma porta de entrada 
e localiza-se em determinados órgãos até serem eliminados através de uma porta de saída. As 
principais portas de entrada dos agentes infecciosos são as seguintes: 
a) Via digestiva – os agentes penetram através da boca com os alimentos e a água: ovos de 
lombrigas, ovos de tênia (solitária), bactérias da diarreia infecciosa, vírus da hepatite, cistos de 
amebas e outros; 
 
 
 
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Curso Técnico em Enfermagem - Modulo I 
16 
b) Via respiratória – os agentes são inalados através do nariz, penetrando no corpo, portanto, 
através do processo de respiração: bactéria da tuberculose pulmonar, vírus da gripe, vírus do 
sarampo e da catapora, bactéria da coqueluche e da difteria (crupe), e outros; 
c) Pele – os agentes infecciosos penetram também devido ao contato da pele com o solo ou a 
água que os contenham, através da picada de insetos, de injeções e transfusão de sangue ou 
do contato direto com a pele de outra pessoa doente; larvas de ancilóstomos e de 
esquistossomo, o carrapato da escabiose (sarna), o vírus da hepatite, os protozoários da 
malária e da doença de chagas e outros; 
d) Vias genital e urinária – os agentes infecciosos penetram através dos órgãos sexuais: 
bactérias da sífilis e da gonorreia e de outras infecções geniturinárias. 
Em geral, os agentes infecciosos que penetram pela boca acabam por se localizar na 
faringe e nos diversos órgãos do aparelho digestivo, especialmente os intestinos; e os que 
penetram através da respiração irão localizar-se na laringe, nos brônquios e pulmões. 
Os agentes que infectam os pulmões e a parte superior das vias respiratórias são 
expelidos através das pequenas gotas produzidas pelos mecanismos de tosse e espirro, como 
também são impulsos através da expectoração. 
A porta de saída é, portanto, a própria via respiratória. Os que se alojam no tubo 
digestivo saem, em geral, através das fezes. Os que circulam pelo sangue saem quando se 
realiza uma punção (por uma agulha de injeção ou picada de inseto). Os que se localizam na 
pele, são expelidos devido a lesões (feridas abertas) ou contato direto com objetos e a pele de 
outra pessoa. Finalmente, os que se encontram nas vias genitais e urinárias são eliminados 
mediante o contato sexual ou pela urina. 
 Os agentes infecciosos ao saírem para o meio ambiente através das diferentes portas 
de saída passam a se localizar em diversos elementos; podem ficar suspensos no ar, envoltos 
em pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro; podem se misturar com a água e o solo; 
podem, ainda, permanecer nos objetos e utensílios que usam no local de trabalho e na 
habitação. A existência do agente infeccioso vivo (na superfície do corpo, no vestuário, na 
roupa de cama, água, ar, solo, objetos e utensílios, alimentos), e capaz de infectar outro 
indivíduo é denominado contaminação. Portanto, contaminação é presença de agentes 
infecciosos sobre elementos inanimados e sobre a superfície do corpo. As coisas 
contaminadas acabam por contaminar outras. Ou seja, a contaminação se propaga, se 
 
 
 
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espalha. Ex. a água de irrigação com microrganismo, contamina as verduras e legumes que 
quando ingeridos contaminam o homem. 
 O homem, através de suas fezes, pode contaminar a água ou outros objetos e 
substâncias, e assim, sucessivamente. Alguns exemplos são: 
a) Os cistos de giárdia, procedentes de uma latrina contaminam a água de um riacho; 
b) Os ovos de ancilóstomos de alguém que defeca sobre o chão contaminam o solo; 
c) A tosse de um paciente com meningite contamina o ar de seu quarto. 
 
 Em resumo, são os seguintes os principais modos de contaminação: 
a) Do solo e das terras – pela eliminação direta das fezes no solo; pela irrigação com água 
procedente de fontes contaminadas; 
b) Da água – pelas fezes e urina eliminadas nas proximidades de poços, riachos, açudes, 
lagoas, etc. ou transportadas a partir das fossas e esgotos até esses locais, através das chuvas 
e declividade do terreno; 
c) Dos alimentos – durante a fase de produção pelo contato com solo e a água já 
contaminados, durante o transporte e armazenamento (por condições inadequadas de 
refrigeração), durante a manipulação no comércio e em casa (mãos e utensílios sujos); 
d) Do ar – através da eliminação de pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro dos 
pacientes, que permanecem flutuando no ar durante algum tempo. 
 
 Os meios mais comuns de transmissão do agente infeccioso são: 
• Direta – por contato direto, organismo doente com organismo sadio. Ex. beijo, aperto de 
mão, espirro no rosto de indivíduo sadio; 
• Indireta – através de objetos como pratos, talheres, toalhas, agulhas utilizadas e tocadas 
por pessoas doentes. 
• Específica – quando o microrganismo patogênico atinge o homem através de outro 
organismo. Ex. mosquitos, moscas. 
As bactérias, os vírus, os fungos, e outros micro-organismos estão em todas as partes: 
sobre a roupa, sobre a pele humana, no intestino, nas plantas, na água, no solo; não há um só 
lugar onde eles não estejam presentes. Felizmente, para o homem, a grande maioria desses 
micro-organismos é inofensiva e, às vezes, muito úteis. 
 
 
 
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Dos milhares de espécies de bactérias fungos e protozoários, somente algumas são 
patogênicas, isto é, provocam infecções sérias. Só algumas, portanto, são parasitas. 
Os parasitas prejudicam o homem através de diferentes mecanismos de ação. 
a) Ação tóxica – produzindo substâncias que prejudicam os tecidos do hospedeiro (bactérias 
do tétano e da difteria). 
b) Ação espoliativa – absorvendo elementos nutritivos e mesmo o sangue do hospedeiro (o 
ancilóstomo, por exemplo, que produz anemia do hospedeiro ao sugar o sangue da parede do 
intestino). 
c) Ação inflamatória local – irritando o local parasitado e lesando diretamente os tecidos em 
que se alojam (amebas e lombrigas no intestino). 
 Em relação aos microrganismos, não há uma separação total entre os que são 
maléficos ao homem e os que lhe são inofensivos. Existem inúmeros microrganismos 
patogênicos que habitam normalmente a boca, a faringe e o tubo digestivo. Eles não chegam 
a prejudicar o organismo humano porque seu número é pequeno e também porque existem 
formas de defesa e de barreira que protegem o corpo contra sua agressão. 
Porém, muitas das bactérias que vivem normalmenteno intestino humano, numa 
situação de comensalismo, podem provocar uma infecção bastante prejudicial se chegam a 
atingir as vias urinárias. Em outras circunstâncias, as amebas do tipo coli, que são geralmente 
inofensivas vivendo no intestino do homem normalmente, podem tornar-se causadoras de 
doença em pessoas debilitadas e sem resistência. 
 Estes são os elementos básicos da cadeia de transmissão das doenças infecciosas: 
indivíduo doente, indivíduo sadio, agente infeccioso e ambiente. São eles determinados, 
influenciados e ativados por fatores geográficos, ecológicos e sociais. 
 A simples presença de um patógeno não significa que esteja ocorrendo uma infecção. O 
desenvolvimento de uma infecção ocorre em um processo cíclico que depende de seis 
elementos: (1) O agente infeccioso ou patógeno; (2) Reservatório para o desenvolvimento do 
patógeno; (3) Porta de saída do reservatório; (4) Meios ou veículos de transmissão; (5) Porta 
de entrada para o hospedeiro e (6) Hospedeiro suscetível. Uma infecção irá se desenvolver se 
essa cadeia não for interrompida. Os esforços do profissional para controlar a infecção devem 
ser dirigidos à quebra da cadeia de transmissão da doença. 
 
 
 
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O agente infeccioso pode ser demonstrado pelos seguintes exames: 
• Sangue – A hemocultura é o exame mais útil e realizado para detectar a infecção sistêmica 
por bactérias, temos também os exames simples. 
• Urina – O exame bacteriológico da urina é realizado quando os sinais e sintomas indicam 
infecção urinária, renais, hipertensão, febre. É recomendável sua realização em todas as 
mulheres no 1º trimestre de gestação. Pode ser realizado através de sumário e urocultura. 
• LCR – É a punção do líquido cefalorraquidiano, pode ser lombar ou occipital, podendo ser 
realizado o exame microscópico ou cultura, geralmente usados para diagnóstico de meningite. 
• Culturas de secreções – O material é escolhido de acordo com a localização. 
a. Garganta – é retirado material da parede posterior da faringe. 
b. Nasofaringe – São raramente solicitados, devido às técnicas especiais. 
c. Ouvido – Raramente coletado, porque é necessária a perfuração da membrana do 
tímpano. 
d. Vias aéreas inferiores – As secreções brônquicas são colhidas através do escarro. 
e. Aspirado traqueal – Aspiração através de sonda estéril do conteúdo traqueal. 
f. Gastrintestinal – Através de fezes ou lavado gástrico. 
g. Exsudatos – Obtidos dos espaços pleurais, peritoneal e sinovial. São aspirados através 
da punção direta do local. 
h. Lesões– São obtidos através de “raspagem”. 
i. Tecidos, órgãos – São obtidos através de biópsia dos respectivos tecidos suspeitos, 
corte pequeno dos tecidos para exames. 
j. Vaginal – São coletadas secreções do colo do útero. 
 
 
 
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• Intradermarreações - Sob o estímulo de um agente infeccioso, isto é, inoculação de 
quantidades mínimas no indivíduo que desenvolverá ou não hipersensibilidade. Aparecerá um 
eritema (área vermelha, rósea) + enduração, essa reação geralmente é lida (medidas) entre 48 
e 72 horas. O resultado positivo indica que o indivíduo foi em alguma ocasião do passado 
infectado pelo agente infeccioso. 
 
 
 
 
 
TEXTO Nº 3 – A MICROBIOLOGIA E A PARASITOLOGIA 
 
Agora que nós já sabemos um pouco sobre os agentes infecciosos que podem nos 
causar doenças, vamos agora conhecê-los um pouco mais de perto, pois suas formas de vida 
influem no processo de adoecimento. Para isso, vamos conhecer um pouco sobre a 
microbiologia e a parasitologia. 
Para iniciarmos nossa conversa é importante entender Micro-organismos como sendo 
uma forma de vida microscópica que vive em toda a natureza, no ar, na poeira, na água, em 
outros seres vivos e no solo. Os micro-organismos que produzem doenças no indivíduo são 
chamados de micro-organismos patogênicos. Apenas estes são perigosos e devem ser 
combatidos. 
 Também existem micróbios úteis ao homem como, por exemplo, as bactérias que 
vivem no intestino e fabricam vitamina K, os cogumelos microscópicos que produzem a 
fermentação alcoólica, de grande importância na fabricação de bebidas como cerveja e vinho. 
 Podemos definir então a microbiologia como a ciência que estuda a vida nas formas 
microscópicas, chamadas de micro-organismos ou germes. Divide-se em bacteriologia (estudo 
das bactérias); micologia (estudo dos fungos e cogumelos); virologia (estudo dos vírus) e 
rickettsiologia (estudo das formas intermediárias entre bactérias e vírus). 
Vamos conhecer agora um pouco sobre cada uma delas. 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
 
1. Realize pesquisa em livros, e outros materiais sobre as doenças 
transmissíveis; 
2. Identifique as que são causadas por bactérias, vírus, fungos e protozoários; 
3. Como se pega a doença? 
4. Qual o caminho que o agente infeccioso faz no organismo? 
5. Onde o agente infeccioso se instala? 
6. Por onde o agente infeccioso sai do organismo e passa para outra pessoa? 
 
 
 
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1. Bacteriologia - é a parte da microbiologia que estuda as bactérias. 
 Bactérias são seres vegetais constituídos por uma célula que pode estar isolada ou 
reunida a outras semelhantes, formando colônias. Podem ser móveis ou imóveis. As bactérias 
móveis são dotadas de flagelos, que passam de fibrilas simples de dimensões moleculares. 
 Sob a forma de esporos, certas bactérias podem resistir à fervura por várias horas ou 
sobreviver às mais baixas temperaturas. Classificam-se em: 
• Saprófitos- são bactérias que vivem em matéria orgânica, como leite e a carne e que não 
nos causam mal, sendo até benéficas ao organismo, como as da flora intestinal. 
• Patogênicas- são as bactérias que causam doenças. 
 
Uma bactéria, regra geral, apresenta a seguinte organização celular, de fora para dentro: 
• Parede celular- constituída de material rígido e que faz com que a bactéria conserve sua 
forma; 
• Membrana plasmática- aderente à parede celular, separando-a do citoplasma; 
• Citoplasma- com ribossomos evidenciados pelo microscópio eletrônico e sem núcleo 
diferenciado, ou seja, desprovido de membrana nuclear. 
 
 
 
 
Quase todas as bactérias não produzem seu alimento e, portanto, precisam obtê-lo no 
ambiente onde vivem. Algumas espécies possuem um tipo especial de clorofila e podem 
realizar a fotossíntese, produzindo seu próprio alimento. Com relação à produção de 
alimentos elas podem ser classificadas em: 
• Autotróficos: são os seres que produzem sua própria matéria orgânica (alimento) 
utilizando para a síntese energia luminosa (fotossíntese) ou energia química 
(quimiosíntese). 
• Heterotróficos: são os seres que não produzem matéria orgânica (alimento) por 
fotossíntese e, portanto dependem dos autotróficos para sua nutrição. 
 Os grupos de bactérias heterotróficas podem viver de acordo com os seguintes tipos: 
 
 
 
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• Como saprófitos- são bactérias que vivem em matéria orgânica, como leite e a carne e que 
não nos causam mal, sendo até benéficas ao organismo, como as da flora intestinal. 
Encontram o alimento na matéria orgânica em decomposição (são as bactérias fermentadas); 
• Como parasitas- encontram o alimento em animais e vegetais vivos aos quais causam 
doenças (bactérias patogênicas); 
• Como simbiônticas- vivem associadas a outros organismos, sem causar doenças. 
 
 Algumas bactérias necessitam do oxigênio presente no ar para fazer sua respiração. 
Portanto, essas bactérias são aeróbicas. Outras não necessitam do oxigênio e realiza um tipo 
de respiração chamada fermentação. Essas bactérias são anaeróbicas, facultativas ou estritas. 
• As anaeróbicas estritas só sobrevivemem ausência de oxigênio. 
• As anaeróbicas facultativas podem viver na presença ou ausência de oxigênio. 
• As microaerófilas são as que conseguem viver em baixas tensões de oxigênio. 
 As cercas de 1.600 espécies conhecidas de bactérias apresentam formas variadas, 
podendo ser arredondadas, em forma de bastão, vírgula e outros. Algumas possuem 
filamentos que auxiliam na locomoção. 
As bactérias, de maneira geral, classificam-se quanto à forma de sua célula em: 
• Cocos- bactérias arredondadas; 
• Bacilos- bactérias em forma de bastão; 
• Espirilos- bactérias espiraladas: 
• Vibriões- bactérias em forma de vírgula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quando ocorrem agrupamentos de cocos, temos colônias bacterianas que, 
dependendo da sua agregação, são classificadas em: 
• Diplococos- cocos agrupados dois a dois; 
• Estafilococos- cocos agrupados em forma de cacho de uva; 
• Estreptococos- cocos agrupados em cadeias. 
 
 
 
 
 
Muitos procedimentos matam as bactérias. Outros impedem que bactérias cheguem a 
locais propícios à sua multiplicação. Vejamos alguns: 
• Cozimento dos alimentos. 
• Fervura do leite. 
• Esterilização de instrumentos cirúrgicos 
• Fervura da água. 
• Uso de antibióticos. 
• Uso de desinfetantes. 
• Conservação de alimentos em geladeira. 
• Salgamento de alimentos. 
• Proteção e limpeza de ferimentos. 
• Filtração da água. 
• Vedação de recipientes com alimento industrializado. 
 
2. Virologia -é a parte da microbiologia que estuda os vírus. Há cerca de cem anos, a 
palavra vírus designava todos os tipos de agentes nocivos ou venenosos, com o avanço da 
ciência essa denominação torna-se mais restrita. 
 Os cientistas descobriram agentes que, ao penetrar em um hospedeiro susceptível, 
provocam e se reproduzem com facilidade. Verificaram tratar-se de elementos que só eram 
 
 
 
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ativos quando no estado de parasitismo. A essa classe de agentes patogênicos ficou reservado 
o nome de vírus. 
 Embora sem classificação, os vírus são considerados seres vivos porque são capazes de 
se reproduzirem dentro das células de outros organismos. Por isso, todos os vírus são 
obrigatoriamente considerados parasitas. Seu tamanho é reduzido, sendo menores que as 
bactérias. 
 Os vírus são sempre parasitas de células, e é delas que obtêm os materiais necessários 
para a formação de novos vírus. A retirada desses materiais provoca a destruição e a morte da 
célula. 
As etapas da infecção e replicação do vírus são, resumidamente, as seguintes: 
1. Aproximação do vírus de uma célula; 
2. Fixação do vírus na membrana celular; 
3. Infecção do material genético; 
4. Comando do metabolismo da célula infectada pelo material genético; 
5. Formação de novos vírus; 
6. Rompimento da célula pelos novos vírus formados, que ficam livres de infectar novas 
células. 
Em função de seu tipo de multiplicação, os vírus são sempre parasitas e, geralmente, 
destroem as células de seus hospedeiros, o que acaba provocando doenças muitas vezes 
graves. 
 Varíola, catapora, sarampo, dengue, rubéola, caxumba, gripe, resfriado, hepatite 
infecciosa, febre amarela, poliomielite e raiva, são doenças provocadas por vírus quando se 
instalam em células da espécie humana. 
As características de um vírus são: 
• É um organismo sub-microscópico de natureza macromolecular (observação no 
microscópio eletrônico); 
• Reproduz-se dentro da célula; 
• Não possui metabolismo próprio; 
• É insensível aos antibióticos; 
• É insensível aos quimioterápicos; 
• É insensível aos anticorpos; 
 
 
 
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3. Micologia- é a parte da microbiologia que estuda os fungos e cogumelos. A não ser 
por sua etiologia (causa) as infecções por fungos e cogumelos pouco diferem das bacterianas. 
Sob a designação de fungos ou cogumelos estão reunidos nos vegetais aclorofilados formados 
por um talo unicelular ou filamentoso. Alguns deles são microscópicos e outros chegam a 
alguns centímetros. 
 Os fungos existem em toda natureza e participam dela, às vezes num sentido 
construtivo, outras vezes destrutivo. Quando a matéria orgânica é a aproveitada de seres 
vivos (animais e vegetais), ocasionando danos para estes, os fungos são considerados 
parasitas. Os danos causados por esses parasitas são conhecidos como micoses. 
4. Rickettsiologia – é a parte da microbiologia que estuda as rickettsias, ou seja, as 
formas intermediárias entre bactérias e vírus. 
 As rickettsioses constituem um grupo de doenças causadas por microrganismos da 
família Rickettisiacae. As rickttsias são parasitas obrigatoriamente intracelulares do tamanho 
das bactérias. Quando observadas ao microscópio, apresentam-se como cocobacilos de formas 
variadas. 
 A maioria das rickttsias é mantida na natureza por um ciclo que envolve um inseto 
transmissor (geralmente pulga, carrapato e piolho) e um animal reservatório (geralmente os 
roedores). Os carrapatos e percevejos, por exemplo, transmitem a febre maculosa e o tifo 
Isitsugamushi, inoculando as rickettsias diretamente na derme enquanto se alimentam; os 
piolhos e as pulgas transmitem o tifo epidêmico e o murino, depositando fezes infectadas na 
pele, o que faz com que o microrganismo penetre pela lesão puntiforme feita por estes 
insetos. Já no caso da febre Q. a rickettsia podem exercer efeito tóxico sobre as células 
endoteliais. 
Ao invadir o organismo, as rickettisias proliferam nas células endoteliais, nos 
pequenos vasos sanguíneos. A destruição dessas células ocorre pela proliferação dos 
organismos por eventual ruptura. As rickettsias podem exercer efeito tóxico sobre as células 
endoteliais. 
Os indivíduos que albergam rickettsias são propensos a apresentar febre, erupções e 
cutâneas e distúrbios do sistema nervoso central. A causa básica do estado tóxico-febril que 
caracteriza as rickttsias, como a maioria das doenças infecciosas, permanece desconhecida. 
 
 
 
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 Parasitologia é o estudo científico dos parasitas.Parasitismo é o inter-relacionamento 
desarmônico entre um ou mais seres vivos, onde um dos organismos (hospedeiro) é 
prejudicado pelo outro (parasito), pois fornece abrigo e alimento para este. Neste tipo de 
inter-relacionamento um dos organismos é sempre prejudicado. 
 Os parasitos, muitos dos quais são conhecidos por nomes vulgares (solitária, lombriga) 
e as doenças provocadas por parasitos se multiplicam com grande rapidez no organismo 
humano e nos animais, e constituem o flagelo da maioria da população brasileira, tanto no 
interior como nas cidades. Transmitidas por insetos infectados ou pela contaminação da água 
e dos alimentos requerem, principalmente, para sua erradicação, medidas 
profiláticas,preventivas que incluem, desde a exterminação dos vetores, como programas que 
visem à melhoria das condições de habitação e saneamento. 
 O parasita para infectar realiza 03 ações: 
1. Ação mecânica – os parasitas, sem lesar diretamente os tecidos podem perturbar as 
funções mecânicas dos órgãos. Ex. Áscaris oclui o intestino. 
2. Ação espoliadora – os parasitas retiram as suas substâncias nutritivas do organismo 
hospedeiro. Ex. Mosquito sugar outro animal. 
3. Ação irritativa – a presença do parasita acarreta uma reação inflamatória nos tecidos do 
hospedeiro. Ex. Larva penetra na pele ocasionando prurido. 
 
 Fatores necessários para o sucesso do parasitismo: 
1. O parasita deve entrar em contato com o hospedeiro; 
2. Após a penetração, o parasita deve encontrar em todos os seus estados evolutivos, um 
habitat adequado, isto é, condições fisiológicas para o desenvolvimento. 
3. Para o êxitoda infestação é indispensável que a reação do hospedeiro à presença do 
parasita não interfira no metabolismo normal do parasita. 
 
Os fatores que influenciam a implantação dos parasitas são: a ação de suco digestivo; pele; 
fagocitose, idade, dieta e constituição genética. 
 
Vamos conhecer agora a Parasitologia 
 
 
 
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Os ambientes dos parasitas podem ser: 
a) Aparelho digestivo - Penetra pela boca e se alojam nas membranas, tecidos ou órgãos 
dependendo das condições favoráveis de oferecer habitat adequado para a grande maioria 
dos parasitas devido à disponibilidade e oxigênio, atuação de enzimas, pH, muito rico em 
materiais nutritivos e assimiláveis, peristalse demorado etc. 
 Principais localizações: 
• Trypanosoma Cruzis – Esôfago. 
• Taenias, Giardia, Áscaris – Intestino delgado. 
• Schistossoma, ameba – Intestino grosso. 
 
b) Fígado – Por ser rico em elementos de excreção, pH alcalino, alto teor de oxigenação, rico 
em ferro, em vitaminas acumulam-se os parasitas na sua forma de cistos e larvas. Sendo os 
principais: Ameba, Giardia, Leishmanias. 
 
c) Sangue e linfa – Devido as suas funções importantes como: transportar os alimentos 
digeridos pelos intestinos, gases respiratórios, hormônios; regular a temperatura reações de 
defesa; ser fundamentalmente líquido, os parasitas podem viver nadando ou no interior das 
células (hemácias, leucócitos). Entre os principais temos: Microfilária, Trypanossoma, Malária. 
 Os protozoários são organismos microscópicos e unicelulares (constituídos por uma 
única célula) que vivem em ambientes aquáticos. Algumas espécies de protozoários são 
parasitas humanos ou animais e podem causar doenças, como malária, leishmaniose e doença 
de Chagas. 
 Os helmintos designam um grupo muito grande de seres, pois englobam todos os 
vermes. Possuem tamanhos variados e formas diversas, podendo ser achatados (platelmintos), 
arredondados (nematelmintos), arredondados e apresentando uma cabeça armada de 
ganchos (acantocéfalos), em forma de fita (cestóides). 
 
TEXTO Nº 3 – A HIGIENE 
 
Após conhecermos as doenças mais comuns existentes nas comunidades, e suas 
possíveis causas como, por exemplo, as doenças infecciosas, vamos agora discutir um pouco 
sobre uma das medidas de prevenção de doenças – A higiene. 
 
 
 
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O termo higiene provém do nome da deusa Higea que, na mitologia grega, ajudava o 
pai, Esculápio a ensinar o povo a manter a saúde. Ele empregava as ervas medicinais como 
forma de cura no exercício de sua arte. Higea era reverenciada como protetora da saúde e do 
bem estar orgânico. Desta forma, a higiene pode ser entendida como o conjunto de medidas 
preventivas empregadas com a finalidade de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a 
saúde física e mental, através de cada indivíduo pela ação da comunidade, processo 
educativo. A profilaxia é a aplicação de técnicas e métodos científicos em nível de grupos ou 
indivíduos, para promover, manter e restaurar a saúde e, para preservá-la devemos prevenir 
as doenças e não somente tratá-las quando aparecem. 
 A higiene divide-se em individual, geral e social. A primeira ocupa-se apenas do 
indivíduo (asseio corporal, no nascimento, no crescimento e na nutrição); a segunda trata das 
condições ambientais que vive o indivíduo, sendo a última responsável pela coletividade ou 
saúde pública (prevenção das doenças). 
 No contexto geral, a higiene empenha-se em ensinar a executar os princípios da 
pureza e da puericultura, isto é, da formação e criação dos filhos nas melhores condições, 
educar as crianças nos cuidados consigo mesmas; descobrir o mais cedo possível os defeitos 
individuais; acompanhar, proteger e melhorar os seres humanos nas diversas fases da sua vida 
e nas diferentes atividades e profissão; combater as doenças transmissíveis e os males 
degenerativos. Em geral, os problemas de saúde acarretados pelo envelhecimento e tantos 
outros estão na dependência imediata da formação de hábitos e atitudes necessárias à 
manutenção e defesa da saúde. 
 A higiene estende sua ação a toda atividade física intelectual e mental do homem, 
prevenindo os agravos à sua saúde, oferecendo-lhe boas condições de trabalho, poupando-o 
do desgaste orgânico. Embora se preocupe com a melhoria da média de vida humana, a 
higiene não visa propriamente prolongá-la, mas conservá-la enquanto dure, de forma 
saudável. 
 A higiene é de grande importância na prevenção de muitas infecções. A higiene (limpeza 
pessoal) e o saneamento (limpeza da localidade em que vivemos) são muito importantes. 
 Muitas infecções comuns do intestino são transmitidas de uma pessoa para outra pela 
falta de higiene e saneamento. Micróbios e vermes (ou seus ovos) são transmitidos, em 
grande quantidade, através das fezes de pessoas infectadas. Os micróbios e os ovos são 
levados das fezes de uma pessoa para a boca de outra pessoa, através das mãos sujas ou 
 
 
 
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através de alimento ou água contaminados. As doenças transmitidas das fezes para boca 
incluem: 
• Verminose de vários tipos; 
• Diarreia e desinteria (causados por amebas e bactérias); 
• Hepatite, febre tifoide e cólera; 
• Poliomielite (paralisia infantil). 
 
 
 
 
 
 Hoje podemos dividir a higiene sob vários aspectos: higiene pessoal; ocupacional; 
mental;alimentar e ambiental. Vejamos agora alguns aspectos importantes de cada uma delas. 
1. Higiene pessoal: 
A higiene pessoal é importante para todas as pessoas e deve ser ensinado às crianças o 
mais cedo possível. As mudanças dos hábitos de higiene pessoal durante todo o processo 
evolutivo da humanidade são um dos fatores mais significativos para que o Homem de hoje 
tenha uma maior longevidade e vida mais confortável. 
Com as mudanças de atitude, o Homem adquiriu aprendizagens relacionadas com os seus 
padrões nutritivos e a cuidar melhor da higiene pessoal e do seu próprio corpo. Por isso, várias 
doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados e a falta de higiene pessoal 
diminuíram sensivelmente, levando a uma melhora da sua qualidade de vida e longevidade. 
A influência que as condições de saneamento básico têm sobre a saúde da população é 
notória. Em relação às crianças, essas condições estão diretamente ligadas aos índices de 
mortalidade e mobilidade infantil. 
A higiene pessoal dos filhos é uma tarefa que deve ser ensinada pelos pais. Só aos 6 anos é 
que a crianças estão suficiente maduras para cuidar de sua própria higiene pessoal. Os pais 
não devem passar a responsabilidade antes que elas estejam preparadas para tratar da sua 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
 
 - Vamos agora retomar a lista de doenças de sua comunidade e identificar 
aquelas que poderiam ter sido prevenidas por hábitos de higiene. Que tipos de higiene você 
conhece? 
 
 
 
 
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própria higiene pessoal. Para que a criança seja bem educada em higienização e desenvolva 
bons hábitos é necessário que ela receba informações e exemplos. 
A higiene pessoal tem várias componentes, a higiene infantil, a higiene bucal, a higiene 
alimentar e muitas mais. 
1.1 Higiene bucal: 
Hálito puro e sorriso saudável são o resultado de uma boa higiene bucal. Isso significa que, 
com uma higiene bucal adequada: 
• Seus dentes ficam limpos e livres de resíduos alimentares; 
• A gengiva não sangra nem dói durante a escovação e o uso do fio dental; 
• O mau hálito deixa de ser um problema permanente. 
Caso as suas gengivas doam ou sangrem quando você escova os dentes ou usa fio dental, e 
principalmente se estiver experimentando um problema de mau hálito. Essas manifestações 
podemser a indicação da existência de um problema mais grave e você deve procurar um 
dentista. 
Como garantir uma boa higiene bucal? 
Uma boa higiene bucal é uma das medidas mais importantes que você pode adotar 
para manter de seus dentes e gengivas em ordem. Dentes saudáveis não só contribuem para 
que você tenha uma boa aparência, mas são também importantes para que você possa falar 
bem e mastigar corretamente os alimentos. Manter uma boca saudável é importante para o 
bem-estar geral das pessoas. Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa escovação e 
o uso correto do fio dental, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais 
graves. Devemos ter em mente que a prevenção é a maneira mais econômica, menos dolorida 
e menos preocupante de se cuidar da saúde bucal e que ao se fazer prevenção estamos 
evitando o tratamento de problemas que se tornariam grave. Existem algumas medidas muito 
simples que cada um de nós pode tomar para diminuir significativamente o risco do 
desenvolvimento de cáries, gengivite e outros problemas bucais. 
• Escovar bem os dentes e usar o fio dental diariamente. 
• Ingerir alimentos balanceados e evitar comer entre as principais refeições. 
• Usar produtos de higiene bucal, inclusive creme dental, que contenham flúor. 
 
 
 
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• Usar enxaguante bucal com flúor, se seu dentista recomendar. 
• Garantir que as crianças abaixo de 12 anos tomem água potável fluoretada ou 
suplementos de flúor, se habitarem regiões onde não haja flúor na água. 
1.2. Higiene corporal 
A pele tem milhões de glândulas especiais que produzem suor, e outras que produzem 
uma substância parecida com o sebo. A falta de banho provoca o acumulo progressivo dessas 
substâncias, que se somam às sujeiras exteriores (poeiras, terra, areia, etc.). A consequência de 
um banho mal tomado é o aparecimento de vermelhidão na pele, além do odor desagradável, o 
risco de aparecimento de piolhos e sarna, micoses, seborreia, infecções urinárias e corrimento 
vaginal nas meninas. 
 O banho é importantíssimo e é indispensável à saúde do corpo. O banho de duche é o 
mais econômico, o mais prático e o mais higiênico. Depois do banho, certifiquem-se que 
estejam bem limpos e secos os espaços entre os dedos, virilhas e outras dobras 
 
2. Higiene ocupacional 
A higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas preventivas 
relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais. A higiene do trabalho consiste em combater as doenças profissionais. 
Uma das atividades da higiene do trabalho é a análise ergonômica do ambiente de 
trabalho, não apenas para identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e 
no pagamento de adicional de insalubridade/periculosidade, mas para eliminação ou controlar 
esses riscos, e para a redução do absenteísmo (doença). A capacidade analítica desenvolvida 
nesse esforço permite ir além, na forma de identificação e proposição de mudanças no 
ambiente e organização do trabalho que resultem também no aumento da produtividade, e da 
motivação e satisfação do trabalhador que resultem na redução de outros tipos de 
absenteísmo que não relacionado às doenças. 
3. Higiene mental 
A higiene mental é o conjunto de atividades que permitem que uma pessoa esteja em 
equilíbrio com o seu ambiente sociocultural. Estas acções tentam prevenir o surgimento de 
 
 
 
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comportamentos que não se adaptem ao funcionamento social e garantir o equilíbrio 
psicológico imprescindível para que o sujeito goze de uma boa saúde mental. 
A sociedade deve preocupar-se em criar um ambiente propício para que todas as 
pessoas se encontrem em equilíbrio com o meio envolvente. A família, o sistema educativo, o 
Estado e a religião, por exemplo, contribuem para a higiene mental e influenciam-na. 
A autonomia, o bem-estar subjetivo, o potencial emocional e a competitividade fazem 
parte dos factores que deve cuidar a higiene mental. É importante ter em conta que a ausência 
de distúrbios mentais reconhecidos (como a esquizofrenia ou a psicose) não significa 
obrigatoriamente que a pessoa em questão tenha bem-estar mental. 
A saúde mental de um indivíduo reflete-se no seu comportamento diário e está 
associada à capacidade para gerir os seus receios e as suas angústias, controlar a ansiedade, 
enfrentar as dificuldades e aliviar as tensões. Todas as pessoas deveriam poder andar com a 
sua vida para frente de forma independente sem que as relações interpessoais afectassem o 
seu poder de decisão e resolução. 
Assim como seu corpo, sua mente também precisa se refazer das atividades realizadas 
diariamente. Você e todas as pessoas precisam dormir para repousar e precisam ter um tempo 
para o lazer. As horas de lazer devem ser aproveitadas para realizarmos as atividades que mais 
gostamos. Desse modo, nossa mente se distrai e descansa. Nossa mente se distrai quando: 
lemos livros, revistas, jornais, etc; escutamos música; meditamos; assistimos a um programa, 
enfim, quando fizemos algo que gostamos. 
4. Higiene Alimentar 
A higiene alimentar é a melhor maneira de evitar a contaminação por micróbios como 
a Salmonela e salvar seu organismo de infecções gastrointestinais muitas vezes difíceis de 
controlar. Além dos cuidados mais básicos como lavar muito bem as mãos e qualquer alimento 
que se coma cru, algumas outras orientações são lavar as cascas dos ovos antes de parti-los e 
não deixar a carne descongelando fora da geladeira. 
A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) chama à atenção de pessoas que 
costumam comer fora de casa a observarem a higiene do local antes de comerem algo feito lá. 
 
 
 
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Essas devem dar preferência ao consumo de alimentos que estejam muito quente ou muito 
frio, o que impede a proliferação de bactérias. 
Assim sendo, podemos definir a higiene alimentar como um conjunto de regras, 
medidas e condições que permitem garantir a segurança e salubridade dos alimentos, em 
todas as etapas da cadeia alimentar, produção, preparação, embalagem, transporte, 
distribuição e venda, permitindo assim, preservar a saúde do consumidor. 
Regras de higiene pessoal: 
1. Sempre lave as mãos com sabão quando você levanta de manhã, após Ter evacuado e 
antes de comer; 
2. Tome banho todos os dias, de, pois de trabalhar ou ter suado. Banhos frequentes ajudam a 
prevenir doenças da pele, coceira, caspas, espinhas e erupções. Pessoas doentes, mesmo os 
bebês, devem tomar banho todos os dias; 
3. Escove os dentes todos os dias, após cada refeição e cada vez que comer doce. Se você não 
tem pasta e escova os dentes, esfregue os dentes com sal e bicarbonato de sódio; 
4. Em lugares em que o amarelão é comum, não ande descalço e não deixe as crianças 
descalças. A infecção pelos vermes do amarelão causa grave anemia. As larvas destes vermes 
penetram no corpo através da sola dos pés; 
5. Tire os piolhos de toda a família. Pulgas e piolhos transmitem muitas doenças. Cachorros e 
outros animais que têm pulga não devem entrar em casa; 
6. Dê banho nas crianças, troque sua roupa todos os dias e corte suas unhas com frequência. 
Debaixo das unhas compridas podem ficar micróbios e ovos de vermes. 
 
Regras de higiene da casa 
1. Não deixe porcos e outros animais entrar na casa ou nos lugares onde as crianças 
brincam; 
2. Não deixe cachorros e gatos lamber as crianças ou subir nas camas; eles também 
podem transmitir doenças; 
 
 
 
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3. Se a criança ou animais evacuam perto da casa, limpe imediatamente. Ensine as 
crianças a usar a privada; 
4. Coloque os lençóis e cobertores no sol muitas vezes; 
5. Não cuspanem escarre no chão. O cuspe e o escarro podem transmitir doenças; 
6. Quando você tossir ou espirrar, cubra a boca com a mão, um lenço ou um pano. 
Depois lave a mão. Troque e lave os lenços com frequência; 
7. Limpe a casa sempre. Esfregue e lave o chão, paredes e debaixo dos móveis. Tape os 
buracos e brechas do chão ou parede, onde os percevejos, escorpiões e barbeiros 
podem se esconder. 
 
Regras de higiene ao comer e ao beber: 
1. Se a água não vem de uma fonte limpa é melhor fervê-la antes de beber. Isto é muito 
importante para as crianças pequenas e principalmente quando há muitos casos de diarreia, 
febre tifoide, hepatite ou cólera na região. Quando a água vem de um rio, mesmo parecendo 
limpa, pode transmitir doenças se não for fervida. 
2. Não deixe moscas, baratas e outros insetos pousarem e andar sobre os alimentos. Estes 
insetos carregam micróbios e transmitem doenças. Não deixe restos de comida em pratos 
sujos espalhados, porque isto atrai moscas e mosquitos e faz crescer micróbios. Proteja os 
alimentos, mantendo-os cobertos em latas ou em armários com tela. 
3. Antes de comer, lave cuidadosamente as frutas e as hortaliças cruas. Não deixe as crianças 
comerem nenhum alimento que caiu no chão, antes de lavá-lo bem. 
4. Cuidado com carne mal passada, principalmente de porco. A carne de porco pode 
transmitir doenças e vermes perigosos, como a triquinose e a solitária. 
5. Não coma alimento velho ou que cheira mal. Pode ser venenoso. Não coma alimento 
enlatado se a lata estiver estufada ou esguichar líquido quando você abrir a lata. As 
conservas de carne e peixe são as mais perigosas. 
6. Tome cuidado com frangos. Muitos transmitem germes que causam diarreia. Lave bem o 
frango antes de cozinhar e também lave as mãos antes de tocar em outros alimentos. 
7. Não dê comida requentada para as crianças, os idosos e para a pessoa doente. 
 
 
 
 
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Evitando que a doença se espalhe? 
1. A criança doente deve dormir em cama separada das outras crianças. 
2. Trate as crianças que têm doença contagiosa o mais cedo possível, para que a doença não 
passe para as outras. 
3. Para proteger as crianças das doenças contagiosas mais graves da infância, é preciso vaciná-
las. 
5. Tenha a certeza de que as crianças se alimentam bem. A boa alimentação ajuda a 
proteger o corpo contra infecções. 
 Já vimos à higiene como um fator importante para o adoecimento das pessoas, 
vamos agora conhecer outro fator que também interfere nesse processo – A DEMOGRAFIA. 
 
TEXTO Nº 4 – A DEMOGRAFIA 
 
Quando vamos trabalhar numa determinada área é importante que se conheça um pouco 
dessa população para sabermos do que ela mais precisa e como ela se comporta no seu dia-a-
dia. Essa população será o nosso alvo, e podemos começar sabendo quantas pessoas moram 
nesse área e algumas características dela como: sexo, idade, ocupação, estado civil, 
escolaridade, religião, costumes e etc. Essas características nós chamamos de variáveis. 
Outro aspecto essencial das populações é seu dinamismo, pois há nascimentos, óbitos, 
imigrações e emigrações constantes. Ou seja, toda hora nascem e morrem pessoas e elas 
também podem se mudar de uma comunidade, cidade, estado e paíspara outro e isto é muito 
importante para a saúde, pois algumas doenças chegam a outros locais através dessa 
mobilidade das pessoas. 
 Bem, mas para saber quantos somos é importante fazermos uma pesquisa na área, casa-a-
casa e com isso contarmos essas pessoas. Então, precisamos medir essa população e para isso, 
se a área for pequena, podemos fazer uma pesquisa como a que você fez na sua comunidade. 
Porém, se a área for muito grande temos que lançar mão de uma pesquisa maior chamada de 
recenciamento, é o censo demográfico que nós passamos em nossas casas quando uma 
pessoa vai lá e pega essas informações tanto com ralação a quantidade de pessoas como 
também sobre as nossas qualidades como sexo, idade, o que temos em casa. 
 
 
 
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A finalidade do censo é política, administrativa e técnica. Seus resultados servem de 
ponto básico para elaboração dos planos de desenvolvimento social e econômico do país, bem 
como para algumas atividades na área científica. 
Como já vimos não se pode estudar populações sem se delimitar a sua área geográfica 
(alvo). Desta forma, se faz uma relação entre o número de habitantes e a área geográfica 
(Km2) que ocupa. Esta relação é denominada de densidade demográfica epode variar dentro 
de um mesmo município ou bairro, de acordo com o processo migratório, sendo calculado 
através da seguinte operação: 
Número de habitantes 
_________________________ 
Número de Km que ocupam 
 
 Apesar de o recenciamento ser importante, como ele requer muito trabalho e envolve 
muitas pessoas em todo país, ele é realizado a cada 10 anos e oresultado é obtido em forma 
de relatórios, disponíveis nos escritórios dos órgãos censitários. As secretarias Estaduais e 
Municipais de saúde dispõem de dados de interesse local para realizarem seus planejamentos 
com relação à moradia, educação, saúde, transporte e toda infraestrutura necessária à sua 
população.Ele possui algumas limitações como: 
• Alto custo; 
• Demora na publicação dos resultados; 
• Tendência do indivíduo a dar uma maior ou menor idade do que realmente tem; 
• Pouca confiabilidade nos dados sobre o estado civil; 
• Nem todos os que se declaram alfabetizados sabem ler ou escrever; 
• O fato de se ter mais de uma ocupação faz com que não se defina a principal e a 
secundária. 
 
 
 
 
 
 
Vamos trabalhar um pouco em grupo? 
 
 - Lembra que você já realizou uma pesquisa em sua comunidade e pegou dados 
sobre a quantidade da população? Pois bem vamos agora trabalhar esses dados fazendo um 
perfil demográfico dessa área para conhecermos ela um pouco melhor. 
 
 
 
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Para continuar nossa discussão sobre os fatores que pode interferir no processo de 
adoecimento, vamos agora conhecer um pouco sobre a nutrição e a conservação dos 
alimentos. 
 
TEXTO Nº 5 – NUTRIÇÃO E SAÚDE 
 
Os cuidados nutricionais são de extrema importância para a manutenção da saúde e a 
prevenção de doenças. Nesse sentido, é fundamental um esforço por parte do grupo médico e 
do nutricionista. Mas, a equipe de enfermagem também desempenha um papel considerável 
nessa tarefa, fornecendo os serviços diretos ao paciente e com ele estabelecendo um bom 
relacionamento. 
Uma boa nutrição é importante para a promoção da saúde; prevenção às doenças; 
aceleração do processo de recuperação e melhoria do desempenho físico. A importância da 
nutrição para a preservação da saúde tornou-se um fato indiscutível pela sua influenciatanto 
na saúde física de uma pessoa quanto os tipos e a quantidade de alimentos ingeridos. 
Ouvimos algumas vezes a expressão “você é o que você come” e, na verdade, o corpo 
é o produto de sua nutrição. Alguns aspectos influenciam na seleção de alimentos como 
hábitos; fator social; fator psicológico; fator econômico; fator educacional; fatores culturais e 
religiosos e condições orgânicas. 
 Para uma boa nutrição é importante escolher bem os alimentos que são produtos 
obtidos na natureza de origem animal ou vegetal, utilizados para manter e formar os 
tecidos do corpo, regular processo corporal e fornecer calor, mantendo a vida e dessa 
forma consumidos para atender as necessidades orgânicas manifestadas pela fome sendo 
um veículo de nutrientes. 
 Esses alimentos produzem substânciasquímicas que o nosso organismo retira e 
aproveita dos alimentos chamado de nutrientes. Todo alimento é formado por 
nutrientes, de qualidades diversas e em quantidades diferentes. Quando ausentes causam 
carências ou enfermidades.COLÉGIO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO 
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 Os alimentos que ingerimos passam, no nosso organismo, por processos 
como:ingestão, digestão, absorção, transporte, metabolismo e eliminaçãoque vamos 
conhecer agora. 
• A ingestão é o ato de deglutir o alimento, após ter sido colocado na boca. 
• A digestãoé um processo de simplificação, ou seja, é uma série de modificações físicas 
e químicas através das quais os alimentos levados ao organismo são hidrolisados (inicia 
com a mastigação) para serem absorvidos no trato gastrointestinal para a corrente 
sanguínea.Ao identificarmos e separarmos cada componente, simplificamos a sua 
estrutura. E é exatamente isto que ocorre na digestão. Os componentes do bolo alimentar 
são discriminados, e os seus resultantes, chamados de nutrientes. 
• A absorção é a “passagem” dos produtos da digestão (nutrientes) do tubo intestinal 
para a corrente circulatória, através de processos altamente seletivos da membrana 
celular. 
• O transporte é feito através de associações pré-estabelecidas. Cada substância, ou 
grupos similares, tem o seu condutor (motorista). A grande maioria dos 
transportadores de nutrientes tem em sua estrutura vitaminas. 
• O metabolismo do nutriente na intimidade das células é o ápice da Nutrição, a 
Nutrição celular. 
• A eliminação é o conjunto de processos de excreção. A excreção garante a 
desintoxicação do nosso organismo. 
A escolha de nossos alimentos é importante para nossa nutrição e consequentemente 
para nossa saúde por isso devemos conhecê-lo melhor. Com relação a sua origem eles 
podem ser: 
• De origem animal – Carnes e vísceras, aves e ovos, peixes, moluscos e crustáceos, leite 
e derivados, mel de abelhas, gordura animal. 
• De origem vegetal – Leguminosa, cereal e derivado, raízes, hortaliças (vegetais e 
legumes), frutas, gorduras vegetais, açúcares e produtos açucarados (mel, melaço, 
rapadura). 
• De Origem mineral – Embora muitos elementos minerais sejam essenciais à vida como 
o oxigênio, o cloro, o flúor, o sódio, o potássio etc., apenas a água e o sal são 
usualmente considerados alimentos. 
 
Com relação a sua composição eles podem ser: Carboidratos(função energética- Grãos 
 
 
 
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e raízes); Proteínas(função plástica- Produtos animais); Lipídios; Vitaminas e 
Minerais(função reguladora- Verduras e frutas).Esses são muito importante na 
composição de uma alimentação saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para termos uma alimentação saudável devemos obedecer às leis da alimentação 
descritas abaixo: 
• Lei da quantidade: A quantidade dos alimentos deve ser suficiente para cobrir as 
exigências calóricas do organismo e manter o equilíbrio do balanço nutritivo. 
• Lei da qualidade: A dieta deve conter alimentos completos em sua composição, ou 
seja, possuir todos os componentes ou unidades nutricionais (nutrientes). 
• Lei da harmonia: As quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação 
devem guardar entre si uma relação de proporção. 
• Lei da adequação: A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação as 
diferentes fases da vida e condições orgânicas. 
A nutrição se utiliza da figura da pirâmide alimentar para apresentar o que se deve 
comer no dia-a-dia; é um guia geral, e não uma prescrição rígida, e tem como objetivo orientar 
uma escolha de alimentos saudável e equilibrada. Ela está dividida em quatro níveis, 
destacando que nenhum dos níveis é mais importante que o outro. Na verdade, como cada um 
dos grupos é composto por alimentos que fornecem alguns, mas não todos os nutrientes, 
todos os níveis devem ser utilizados diariamente. 
 
 
 
 
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* Os açúcares e gorduras devem ser consumidos com moderação. 
 
Quando achamos que estamos acima de nosso peso usual sempre reduzimos a ingestão de 
alimentos e costumamos dizer que estamos fazendo dieta. Pois bem, quando estamos com 
determinadas patologias usualmente o médico suspende alguns alimentos como, por exemplo, 
o sal para quem esta com hipertensão arterial e a isso também podemos chamar de dieta. 
Pois bem a dietoterapia é a parte da nutrição que estuda essas dietas especiais. Ela é 
essencial para controlar algumas patologias que temos ou para nosso restabelecimento 
quando estamos doentes. 
Há doenças que podem, no entanto ser tratadas com o auxílio de uma alimentação 
apropriada. Poe exemplo: a gastrite, a pancreatite, o diabetes mellitus, a anemia e a 
constipação intestinal. A parte da nutrição que estuda as dietas para o tratamento de doenças 
se chama dietoterapia. A dietoterapia pode, algumas vezes, ser o único método de tratamento 
de doenças. 
 Existem vários tipos de dieta de acordo com as necessidade das pessoas e que nós 
vamos conhecer a medida que formos conhecendo as patologias. 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 – HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
 
 Na unidade anterior estudamos sobre a saúde ambiental, e os fatores de risco para 
nossa saúde como: os agentes infecciosos, a demografia; a higiene e a nutrição. 
 Agora vamos estudar como esse processo de adoecimento acontece, suas 
consequências para nossa saúde e como podemos preveni-las. 
 Quando concluirmos nossos trabalhos nesta unidade algumas competências são 
importantes que vocês consigam aprender. São elas: 
1. Compreender o processo saúde- doença. 
2. Conhecer a cadeia de transmissão das doenças e o processo infeccioso. 
3. Descrever o funcionamento do sistema imunológico. 
4. Manter a vigilância das infecções hospitalares. 
 
 
 
TEXTO Nº 6–SAÚDE E DOENÇA 
 
Para compreendermos sobre o processo saúde doença é importante entendermos 
mais sobre a saúde e a doença. 
 
 
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a “saúde é um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de moléstia ou enfermidade”. Por 
esta definição, é difícil medir o nível de saúde da população porque as pessoas não 
permanecem constantemente em completo bem-estar. Também, porque os níveis de bem-
estar dependem de inúmeras variáveis existentes no ambiente físico, mental e social do 
indivíduo. 
Vamos pensar: Você já pensou sobre o que é saúde para você? 
Discuta com seu colega do lado o que ele entende por saúde. 
 
 
 
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 De forma errada, tenta-se definir saúde como sendo a não doença, pois os sistemas 
de saúde, em sua maioria, baseiam-se no conceito de que se obtém saúde erradicando-se as 
doenças. 
Porém se formos pensar em tudo que pode nos proporcionar saúde, vemos que ela é 
resultante da influência dos fatores sócio-econômico-cultural: alimentação, habitação, 
educação, renda, meio ambiente, trabalho, transportes, emprego, lazer, liberdade, acesso e 
posse da terra e acesso a serviços de saúde. Esses fatores podem gerar grandes desigualdades 
nos níveis de vida, que irão interferir na saúde individual e coletiva. 
 Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum grau 
de saúde: em excelentes condições, razoavelmente bem, com alguma perturbação e 
enfermos. 
 Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que 
tendem a alterar seu equilíbrio; o complexo processo de redução da saúde não é provocado 
por fatores simples ou específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre causas e 
efeitos. 
Uma das definições de saúde atualmente aceita é aquela apresentada por Perkins: 
“saúde é um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu 
ajustamento dinâmico satisfatório as forças que tendem a perturbá-lo.

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