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HIGIENE E PROFILAXIA

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HIGIENE E PROFILAXIA 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. HIGIENE PESSOAL, HIGIENE DA CASA E DO MEIO EM QUE O INDIVÍDUO 
VIVE..................................................………………………................................02 
 
2. MEIO AMBIENTE E OS FATORES DO MACROSSISTEMA: ÁGUA, SOLO, 
AR, TEMPERATURA, MATAS E POLUIÇÃO.............................................…...03 
 
3. CRESCIMENTO DAS GRANDES CIDADES E ÊXODO RURAL....…..............07 
 
4. HIGIENE DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO.........…….......08 
 
5. EXAMES DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO...........…….....11 
 
6. EXAMES PRÉ NUPCIAIS, CUIDADOS NO PRÉ NATAL E PÓS PARTO…....13 
 
7. HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS..........................................……..........15 
 
8. ALCOOLISMO, TABAGISMO E DROGAS NA VIDA DO SUJEITO.....…….....17 
 
9. SANEAMENTO NO MEIO: TRATAMENTO ÁGUA, ESGOTO E 
ELETRICIDADE...........................................................................…..................22 
 
10. TRABALHO E HIGIENE DO TRABALHO: ERGONOMIA, RUÍDO, RITMO 
CICARDIANO, SEGURANÇA OCUPACIONAL...................................…..........28 
 
11. BIOSSEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE TÉCNICO EM 
ENFERMAGEM.................................................................................................31 
 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………...………………………………..34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mais Sistema de Ensino 2 
 
1. HIGIENE PESSOAL, HIGIENE DA CASA E DO MEIO EM QUE O INDIVIDUO VIVE 
 
Higiene Individual/Pessoal 
 
As necessidades mais importantes do corpo são: 
 Sol e ar 
 Água 
 Alimento 
 Exercício 
 Repouso 
 Higiene 
 
A educação e orientação para a saúde, são transmitidas na esfera familiar, 
cultural e das ações governamentais. O indivíduo pode ou não tomar banho todos os 
dias, escovar os dentes, alimentar-se de maneira adequada, fazer exercícios físicos, 
tomar banho de sol ou sair para se divertir com a família na praça da cidade. 
 
 Com as decisões acima citadas são de caráter pessoal e, a princípio, parecem 
depender única e exclusivamente da vontade do indivíduo, podemos fazer a seguinte 
afirmação: toda pessoa que desconhece os riscos existentes que podem comprometer 
sua saúde e não tem consciência deles, considera a higiene pessoal um elemento 
dispensável à saúde. 
 
 Por esse motivo, todos precisam ter acesso a esse conhecimento e ser 
incentivados a aproveitar ao máximo todos os recursos que estão ao seu alcance. 
 
 Técnicas de higiene corporal como a escovação dos dentes, são simples. O 
banho de sol, indispensável para o crescimento e desenvolvimento da criança e para o 
fortalecimento ósseo nos adultos, está disponível para todos. 
 
Essas necessidades do corpo precisam ser atendidas para se ter um corpo 
saudável. Basta uma delas não ser atendida para enfraquecer, diminuir a resistência e 
chegar até adoecer, além de tornar a cura mais difícil. 
 
 A água é o grande fator de limpeza, higiene e desintoxicação, tanto do corpo 
como do ambiente. O nosso corpo é a nossa imagem, por isso é importante mantê-lo 
sempre limpo. 
 
 Lavar as mãos mantê-las limpas, pelo uso de água e sabão, especialmente 
nas horas de alimentação. As unhas devem ser mantidas, sempre, cortadas e limpas. 
O banho, com água e sabão, deve ser diário, para manter o corpo sempre limpo das 
impurezas do meio ambiente e daquelas eliminadas pelo organismo. Evite dormir sem 
tomar banho. O banho da manhã é bom para retirar as impurezas eliminadas pelo 
organismo durante a noite, e se for um banho frio, serve como ótimo estimulante para 
as atividades do dia. 
 
Os cabelos também devem estar bem cuidados e limpos, se possível, com 
xampu. Orelhas e ouvidos devem ser limpos com auxílio dos dedos, durante o banho. 
 
Também fazem parte do que denominamos higiene pessoal todas as ações 
direcionadas à manutenção da saúde mental. 
 
 Nessa perspectiva, o homem deve ser orientado a buscar uma vida equilibrada, 
sendo que a saúde física e mental depende de ações individuais e coletivas. 
Mais Sistema de Ensino 3 
São medidas de controle pessoal, cabendo exclusivamente ao individuo optar 
por elas. Certamente, a decisão por adotar essas medidas exige que as pessoas as 
conheçam, saibam de sua importância e tenham condições de utilizá-las. 
 
Higiene da Casa e do Meio em que o Individuo Vive 
 
Evite colocar excesso de coisas penduradas pelas paredes, especialmente 
papéis velhos, gravuras, pois tudo isso acumula sujeira e dificulta a limpeza. Também 
evite o excesso de móveis, tenha apenas os realmente necessários. É melhor uma 
área livre para circulação das pessoas e uso das crianças do que uma casa 
abarrotada de móveis e objetos. Lembre-se da importância do sol e do ar renovado 
para a limpeza do ambiente. 
 
Limpar móveis, chão, paredes e teto, varrer e passar pano úmido. Não deixe 
objetos velhos, quebrados, caixas, garrafas, acumulados em sua casa. Se não serve 
para uso, elimine ou dê para alguém que possa aproveitar. 
 
O quintal deve ser mantido limpo, sem mato e sem objetos e coisas velhas. 
Especialmente, deve-se ter muito cuidado para não jogar restos de comidas no quintal 
que venha a apodrecer e atrair insetos e provocar mau cheiro, além do risco de 
provocar doença nas pessoas, especialmente nas crianças. 
 
 O conceito de higiene deve, assim, incorporar não apenas a dimensão pessoal, 
mas e, sobretudo – a dimensão social, que nessa perspectiva inclui necessariamente 
os fatores econômicos e políticos, pondo em pauta a questão da responsabilidade 
governamental. 
 
 
 2. MEIO AMBIENTE E OS FATORES MACROSSISTEMA 
 
Florence Nightingale 
 
 Para Florence, o primeiro e mais importante princípio norteador (orientador) 
das ações dos profissionais de enfermagem era: 
 “Conservar o ar que ele (doente) respira tão puro quanto o ar exterior, sem 
deixá-lo sentir frio”. 
 
Ela afirmava também que nada mais teria valor se esse princípio fosse 
desconsiderado. 
 
Florence referia-se não somente ao valor da higiene e da profilaxia, mas à 
necessidade de profissionais de enfermagem observarem regras e princípios que 
melhor preservassem e conservassem a saúde, de modo a evitar o aparecimento de 
doenças. 
 
 Fazendo alusão às condições sanitárias das residências, destacou cinco 
pontos que considerava essências para assegurar a higiene das habitações. 
 
 Ar puro 
 Água pura 
 Rede de esgoto eficiente 
 Limpeza 
 Iluminação 
 
 Considerando os pontos por ela destacados e a atual necessidade de 
manutenção da higiene em residências, podemos dizer que, apesar de se relacionar, 
Mais Sistema de Ensino 4 
em princípio, ao final do século passado, a seleção de Florence é atualizada e 
apropriada à nossa realidade. 
 
Muitas doenças são transmitidas quando um desses cinco pontos não é 
observado ou considerando. 
 
Vejamos algumas considerações de Florence a respeito de água e ar puros. 
 
Ar puro 
Em seus escritos, Florence deixa claro que uma boa ventilação na casa é 
essencial para evitar a transmissão de doenças. Para tanto, é necessário um fluxo 
contínuo de renovação do ar, ou seja, uma permanente troca de ar, do interior da casa 
para o exterior e vice-versa. 
 
Muitas doenças têm o ar como veículo de transmissão. Dentre estas, 
destacamos a tuberculose, a gripe e a meningite, etc. 
 
 Água pura 
 Pela água, muitas doenças podem ser transmitidas ao homem. São as 
chamadas doenças de veiculação hídrica. 
 
 Nesses casos, a água é o meio de transporte para o agente causador da 
doença que, em geral, é eliminado pelo próprio homem, através de seus dejetos 
(fezes, urina, etc.), ou por poluentes químicos. 
 
Existem três formas básicas pelas quais esses agentes podem atingir o 
homem: 
 Pela ingestão direta da água; 
 Pelo contato a água com a pele e mucosas; 
 Pelo uso de irrigação no plantio de alimentos. 
 
 Muitas são as doenças transmitidas pela ingestão de água contaminada. 
Exemplos destas são a hepatite A e E, e a giardíase. Outras podemser adquiridas 
pelo contato do homem com a água contaminada, como a esquistossomose e a 
leptospirose. 
 
Para o técnico de enfermagem, é importante compreender que os programas 
de prevenção de doenças não podem ser destinados apenas às campanhas de 
vacinação e à orientação individual, ou seja, ele deve ser individualizado àquele que 
procura os serviços de saúde com necessidades específicas: a gestante, o hipertenso, 
o asmático. 
 
Hoje já se tornou comum a crítica que se faz ao fato de o Brasil não cuidar 
adequadamente de seu meio ambiente. Critica-se, também, o constante descaso com 
a saúde das pessoas. A maior falta de compromisso tem sido, no entanto, com a 
educação, pois é através dela que o homem pode alcançar a condição de participante 
do processo de construção social, passando a interferir na realidade na qual está 
inserido e a contribuir com ela. 
 
Água, Solo, Ar, Temperatura, Matas, Poluição 
 
Os problemas ambientais enfrentados no Brasil são de toda ordem, 
ocasionados seja pelo crescimento desordenado dos centros urbanos, seja pela 
indústria ou pela agricultura, que para expandirem a capacidade de produção, 
circulação e consumo de seus produtos não privilegiam medidas de contenção a 
danos ambientais, pulverizando a degradação ambiental no solo, água, ar, afetando 
Mais Sistema de Ensino 5 
gravemente a nossa flora e fauna, cujas consequências são sérias e afetam não só o 
equilíbrio ecológico, mas também, diretamente, a vida das pessoas. 
 
 A degradação progressiva do meio ambiente, decorrente da destruição de 
nossas florestas, tem modificado o clima e afetado as camadas da atmosfera que nos 
protegem contra as radiações solares. 
 
 Os agricultores brasileiros, que vinham trabalhando há décadas em um solo 
rico e fértil, passaram a conviver com o esgotamento do solo e a necessidade de 
utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas, na busca de bons resultados em suas 
colheitas. 
 
 A televisão, hoje presente em grande parte das residências do meio rural, 
mudou os hábitos e costumes da população. Muitos agricultores, que antes 
acordavam às 4 horas, tomavam o seu café e iam para a roça, hoje assistem a 
novelas e a outros programas até as 21horas ou 22 horas, não conseguindo levantar 
tão cedo no dia seguinte. Essa mudança de hábitos provocou uma modificação dos 
horários de trabalho e de exposição ao sol. 
 
 O fato de muitas pessoas ainda serem analfabetas em nosso país traz 
consequências sérias para todas as áreas da vida humana. Por não saber ler, o 
homem deixa de ter acesso a importantes informações que preservam sua saúde, 
ajudam o desenvolvimento de seu trabalho e de sua vida como um todo. 
 
Até meados do século XIX, a raça humana manteve relativa harmonia com o 
meio ambiente. Com o advento da era industrial e das grandes aglomerações urbanas, 
houve uma quebra nessa harmonia, o que provocou uma crescente queda do nível de 
vida do ambiente, com a morte de rios e o desaparecimento de áreas verdes. A essa 
devastação inconsequente dá-se o nome de poluição. 
 
A água é essencial para sustentar a vida na Terra. 
 71% da superfície terrestre é composta de água. 
 94% da água da terra é água salgada. 
 99% do suprimento de água doce da terra se encontram congelada em 
geleiras, sob as placas de gelo polares ou enterrada no subsolo. 
 Cerca de 1,3 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável. 
 
Enquanto uma nação pode utilizar o suprimento de água disponível para 
descarte de dejetos humanos, seus vizinhos podem utilizar o mesmo curso d'água 
para beber. Cerca de 40% da população mundial conta com fontes de água 
compartilhadas. 
 
Os rios são poluídos por descargas vindas dos esgotos urbanos não-tratados, 
dos complexos industriais, das minerações, etc. Evita-se esse tipo de poluição com o 
tratamento adequado dessas descargas. 
 
Os mares vão sendo aos poucos poluídos por esses rios, devido às descargas 
das indústrias, cidades litorâneas e por naufrágios de grandes petroleiros, que 
destroem toda a vida ao redor do local do acidente. 
 
O solo é prejudicado pelas queimadas e pelo desmatamento. O fogo destrói 
não apenas as plantas que são o alvo dos incêndios, mas também suas raízes e 
microrganismos que vivem na terra, tornando-a estéril, sem as proteínas necessárias 
às plantas. O desmatamento causa também a erosão do solo. 
 
Mais Sistema de Ensino 6 
Os agrotóxicos são substâncias que os agricultores jogam nas plantações. Eles 
impedem que insetos e outros bichos acabem com a produção. São como uma vacina 
contra as doenças das plantas. 
 
Os fertilizantes servem para fazer as plantas crescerem mais fortes. O 
problema é que quando comemos esses alimentos, estamos ingerindo também os 
agrotóxicos e fertilizantes. 
 
Os principais agrotóxicos são os pesticidas e os herbicidas. Cada um mata um 
tipo de praga. 
 
Os principais fertilizantes são os fosfatos e nitratos, que vão se acumulando no 
solo e poluindo cada vez mais. Alguns agricultores não usam fertilizantes nem 
agrotóxicos. 
 
 Eles utilizam soluções naturais para combater as pragas. Isso é chamado de 
"agricultura orgânica". Alguns supermercados vendem alimentos orgânicos. Eles são 
um pouco mais caros do que o normal, mas vale a pena: fazem bem para a saúde e 
para a natureza. 
 
A partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial, aumentou 
muito a poluição do ar. A queima do carvão mineral despejava na atmosfera das 
cidades industriais européias, toneladas de poluentes. A partir deste momento, o ser 
humano teve que conviver com o ar poluído e com todos os prejuízos advindos deste 
"progresso". Atualmente, quase todas as grandes cidades do mundo sofrem os efeitos 
daninhos da poluição do ar. Cidades como São Paulo, Tóquio, Nova Iorque e Cidade 
do México estão na lista das mais poluídas do mundo. 
 
A poluição gerada nas cidades de hoje são resultados, principalmente, da 
queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do 
petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem lançado uma grande 
quantidade de monóxido e dióxido de carbono na atmosfera. Estes dois combustíveis 
são responsáveis pela geração de energia que alimenta os setores industrial, elétrico e 
de transportes de grande parte das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado 
atualmente é extremamente difícil. 
 
Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A 
saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. Doenças 
respiratórias como a bronquite, rinite, alergias e asma levam milhares de pessoas aos 
hospitais todos os anos. 
 
A atmosfera é atingida pelas descargas das chaminés das fábricas, dos 
automóveis, dos aviões, etc. Por fim, o uso de defensivos agrícolas, aos poucos, 
contamina rios e campos. Esta prática representa perigo para os consumidores de 
alimentos tratados com esses defensivos, os quais também comprometem a qualidade 
da água utilizada para o abastecimento. 
 
Os principais poluentes do solo são os agrotóxicos e as montanhas de lixo 
sólido, amontoados em lugares não apropriados, como os depósitos clandestinos. 
 
Apesar das notícias negativas, o homem tem procurado soluções para estes 
problemas. A tecnologia tem avançado no sentido de gerar máquinas e combustíveis 
menos poluentes ou que não gerem poluição. Muitos automóveis já estão utilizando 
gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo, temos milhões de carros 
movidos a álcool, combustível não fóssil, que poluí pouco. Teste com hidrogênio tem 
Mais Sistema de Ensino 7 
mostrado que num futuro bem próximo, os carros poderão andar com um tipo de 
combustível que lança, na atmosfera, apenas vapor de água. 
 
O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa 
está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da seguinte forma: os 
gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, bloqueando a 
dissipação do calor. Desta forma, o calorfica concentrado na atmosfera, provocando 
mudanças climáticas. Futuramente, pesquisadores afirmam que poderemos ter a 
elevação do nível de água dos oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades 
litorâneas. Muitas espécies animais poderão ser extintas e tufões e maremotos 
poderão ocorrer com mais frequência. 
 
À medida que o gelo polar derrete, os níveis cada vez mais altos dos mares 
afetarão as enseadas mais baixas. As monções de verão se intensificarão. Doenças 
transmissíveis por insetos, como malária, migrarão sua habitação para regiões mais 
ao norte. 
 
O termo aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos 
oceanos e do ar perto superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais 
recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Se este 
aumento se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) 
ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e 
climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provados 
que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. 
 
 
3. CRESCIMENTO DAS GRANDES CIDADES e ÊXODO RURAL 
 
 A qualidade de vida dos espaços urbano e rural das cidades, pode ser 
entendida, de forma genérica, como o bem-estar dos seus habitantes, sendo 
influenciada por aspectos sociais, físicos, espaciais, ambientais, educacionais, 
culturais, entre outros. 
 
A pobreza rural não está relacionada apenas com rendimentos ou níveis de 
consumo. Deve ser considerado também o fornecimento inadequado de serviços de 
saúde e de emergência, água, esgoto, escola e transporte. As ligações entre má 
saúde e pobreza são fortes, pois a maioria dos pobres rurais não detêm fácil acesso a 
serviços de saúde, mesmo que enfrentem muitos riscos em seus ambientes 
domésticos e de trabalho. 
 
 A razão deve-se à distância entre os moradores e as instalações fornecedores 
desses serviços. 
 
Dessa forma, a qualidade de vida da população fica bastante debilitada, visto 
que as cidades são caracterizadas pela distribuição desigual da renda entre as classes 
sociais, pela segregação espacial e pela oferta insuficiente e desigual de infraestrutura 
de atividades e serviços. 
 
Atualmente, a área rural enfrenta sérios problemas relacionados às áreas de 
saúde, educação e transportes; principalmente devido ao seu isolamento geográfico, a 
sua baixa densidade populacional e às condições econômicas que juntos, dificultam e 
limitam os serviços de transportes, essenciais para os deslocamentos às cidades. 
 
O crescimento das cidades e dos aglomerados urbanos, geralmente, reforça 
problemas de ordem ambiental. As agressões ao meio ambiente ocorrem devido a um 
somatório de fatores, ligados basicamente ao uso e ocupação desordenada do solo, 
ao crescimento da malha urbana sem o acompanhamento adequado de recursos de 
Mais Sistema de Ensino 8 
infraestrutura e a expansão imobiliária. Assim, áreas inadequadas são ocupadas pela 
população carente, acarretando o comprometimento dos recursos ambientais, com 
prejuízo para a sociedade como um todo, especialmente os que são obrigados a 
conviver dia a dia em situação precária. 
 
A ocupação e o desenvolvimento dos espaços habitáveis sejam eles no campo 
ou na cidade, não podem ocorrer de forma casual, de acordo com os interesses 
privados e da coletividade. São necessários estudos da natureza da ocupação, sua 
finalidade, avaliação da geografia local, da capacidade de comportar essa utilização 
sem danos para o meio ambiente, de maneira a permitir boas condições de vida para 
as pessoas, permitindo o desenvolvimento econômico-social, harmonizando os 
interesses particulares e os da coletividade. 
 
Esses problemas ambientais e socioeconômicos existentes nas periferias 
pobres atingem não só a população local que vive em um meio ambiente degradado e 
não compartilha qualquer qualidade de vida, como também atinge toda a sociedade, 
uma vez que sendo o meio ambiente sistêmico, a degradação local pode interferir em 
uma escala maior. Nesse sentido, a urbanização acelerada que ocorre no país tem 
trazido consequências drásticas ao ambiente urbano, sendo uma das principais, a 
ocupação periférica de baixa renda em áreas de mananciais, onde a infraestrutura é 
precária, refletindo em problemas graves de esgotamento sanitário, o qual polui os 
corpos d’água trazendo riscos à saúde e ao abastecimento, prejudicando as condições 
de vida da população. 
 
 
4. HIGIENE DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO 
 
 Higiene da Criança 
 Os cuidados dispensados as crianças nos primeiros anos de vida e mesmo 
antes do nascimento são decisivos para reduzir significativamente os índices de 
mortalidade infantil e para propiciar crescimento saudável. 
 
A orientação do banho da criança para a mãe ou responsável é imprescindível 
por isso o técnico de enfermagem deve repassar os procedimentos corretos. 
 
 O banho é o principal meio de higiene para os lactentes, não é mais necessário 
utilizar água fervida, nem esterilizar o recipiente. A água será na temperatura de 36 
graus, usar sabonete neutro, segurar a criança com a mão e o braço esquerdo e com 
a mão direita passa-se um pano macio e limpo, ensaboando pelas várias partes do 
corpo, tendo especial cuidado nas pregas. Em tempo frio, é necessário aquecer o 
quarto a temperatura de 20 a 22 graus. 
 
É conveniente ter tudo a mão para não ter que ir buscar coisa depois de pôr no 
banho a criança. Tomando o cuidado de nunca deixar a criança sozinha na água. 
Pode-se banhar a criança no horário mais adequado para a mãe, geralmente de 
manhã. O banho na hora de deitar ajuda passar a noite tranquila. 
 
Deve-se fazer diariamente a limpeza dos órgãos genitais antes do banho para 
evitar a acumulação de uma substância esbranquiçada e cremosa que causam 
irritação e coceira. 
 
 Nos meninos e preciso puxar o prepúcio para trás, no caso que não seja 
possível, levar a criança ao médico que tratara o caso. Nas meninas separar os 
grandes lábios fazendo a limpeza que deve ser feita da frente para trás para evitar 
levar germes do ânus para a vulva. 
 
Mais Sistema de Ensino 9 
Fazer a limpeza do rosto, olho, nariz e ouvidos evitando que vá sabão aos 
olhos. 
 
Se houver secreção ou crostas no nariz, limpar com um cotonete, da mesma 
forma a orelha e o ouvido se forem observados cerume. 
 
 Crianças maiores devem-se ensinar a escovar os dentes com uma escova 
pequena e macia, escolher uma pasta de dente muito suave próprias para a idade. 
Qualquer cárie deve ser tratada. 
 
A mãe pode receber algumas informações como: 
 
 Lavar várias vezes ao dia as mãos, especialmente antes de preparar as 
refeições. 
 Manter as unhas curtas. 
 Segurar a criança com suavidade, mas com segurança, nos primeiros meses o 
lactente é incapaz de suportar o peso da cabeça por isso é necessário sustê-lo 
pela nuca quando levantado. 
 E conveniente deixar a criança sem roupa antes do banho para movimentar-se 
e colocá-lo em várias posições para que utilize diversos grupos de músculos. 
 Deixar as crianças brincar ao ar livre, receber sol a princípio por pouco tempo 
e ir aumentando gradualmente. 
 Ao vestir a criança conversar com ela estimulando o vínculo de amor entre 
mão e filho. 
 Estar atento a temperatura, vento, umidade atual, ter sempre a mão peça fácil 
de vestir ou despir, se a temperatura diminuir ou aumentar. 
 Usar roupas de algodão, não a colocar direto na pele e evitar roupas 
apertadas. 
 No verão usar roupa leve e ventilada. 
 Nos dias frios deve-se evitar o excesso de roupas que a faz transpirarem 
favorecendo resfriados. 
 O calçado deve adaptar-se bem ao pé para evitar deformações. 
 E conveniente imunizar a criança contra diversas enfermidades. Por isso 
devem-se vacinar as crianças nas datas certas, com a idade certa e estar com 
o cartão de vacina em dia. 
 
Alguns bons hábitos que devem ensinar aos filhos: Descansar sem interrupção a noite toda; 
 Obediência; 
 Comer corretamente; 
 Ordem; 
 Domínio sobre a bexiga e o intestino. 
 
Hábitos que devem ser evitados: 
 Chupeta; 
 Chupar dedo; 
 Bater quando contrariada; 
 Ataques de fúria; 
 Chorar para ir ao colo. 
 
 Higiene do Adolescente e Adulto 
A adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 
corresponde à faixa de 10 a 19 anos de idade na vida do indivíduo. É neste período 
que ocorrem importantes transformações no corpo (puberdade), no modo de pensar e 
agir e no desempenho dos papéis sociais. Estas transformações físicas, emocionais e 
sociais, provocam mudanças importantes nas relações do adolescente com sua 
Mais Sistema de Ensino 10
família, amigos e companheiros e ainda na maneira como ele se percebe como ser 
humano. 
 
O corpo do adolescente passa por transformações dramáticas, embora sua 
maturidade varie muito de pessoa para pessoa. 
 
Higiene Feminina 
 Na hora do banho, tenha atenção especial com a parte externa, já que existem 
várias “preguinhas” na pele dessa região que podem acumular o esmegma, um 
resíduo branco formado pela combinação de células epiteliais, óleo e gordura genital; 
Evite usar sabonetes comuns em excesso nessa região. Por serem alcalinos, eles 
podem causar irritações; 
O uso de sabonetes neutros ou de sabonetes íntimos pode auxiliar, principalmente, 
em casos de irritação ou corrimentos de repetição. 
Evite o uso de buchas, cotonetes ou outros materiais que possam machucar a pele 
dessa região: 
Quando for urinar utilize o papel higiênico no sentido da vagina em direção ao ânus, 
para que não haja contaminação com as bactérias provenientes do intestino; 
A duchinha pode ser utilizada, mas é preciso evitar água muito quente, que pode tirar 
a proteção natural da vagina; 
Durante a menstruação, a atenção à higiene deve ser redobrada, já que a presença 
de sangue altera o pH vaginal. Além disso, o sangue por si só é um “meio de cultura”. 
“Os absorventes internos ou externos devem ser trocados de acordo com a 
necessidade, porém o intervalo entre as trocas não deve exceder quatro horas durante 
o dia”. 
 
Higiene Masculina 
 Lavar seu pênis expondo a glande, puxando o prepúcio. O esmegma, 
substância de mal cheiro, que fica entre a base do prepúcio e a glande, 
demonstra falta de higiene; 
 Cortar o excesso de pelos desta região para não ferir a glande quando estes 
ficam enroscados nela evitando ferimentos locais; 
 Enxugar o pênis após urinar com papel higiênico evita que restos de urina fique 
na pele; 
 Lavar a mão antes de urinar é importante e evita doenças, pois o pênis está 
limpo e a mão pode estar contaminada; 
 Evitar calças e cuecas excessivamente apertadas que levam a traumas 
contínuos na pele do escroto e nos testículos; 
 Também é importante o auto-exame dos testículos para detectar qualquer 
anormalidade local; 
 
Higiene do Idoso 
O envelhecimento é um processo universal, que de um termo geral refere-se a 
um fenômeno fisiológico, e de comportamento social, isto é, de idade. É um processo 
em que ocorrem mudanças nas células, nos tecidos e no funcionamento de diversos 
órgãos. 
 
 Na velhice, as estruturas relacionadas a locomoção também são alteradas, os 
ossos ficam mais frágeis e, portanto, com maior risco de fraturas; ocorre perda de 
massa e da força muscular, gerando dificuldade de manter o equilíbrio e, como 
consequência, o idoso pode apresentar o andar lento e arrastado, e ainda diminuição 
da agilidade. Em virtude das alterações das estruturas das juntas (endurecimento), 
Mais Sistema de Ensino 11
artrose, pode haver diminuição da estrutura (altura) e o idoso tende a se inclinar para 
frente (em consequência a acentuação da curvatura do osso). 
 
A maioria dos idosos pertencem à gerações de conduta moral rígida e 
costumes recatados, onde até perante o cônjuge, não ficariam à vontade! Imagine o 
mal-estar e o pânico de um senhor, que sempre manteve seus hábitos e sentimentos 
extremamente conservadores em relação ao pudor; e que está sendo banhado por 
pessoas estranhas, invadindo a sua privacidade, com hábitos contrários aos seus, que 
foram cultivados e mantidos por décadas. 
 
 Outras causas de resistência ao ato de tomar banho: 
 
 Quedas no banheiro. 
 Queimaduras por água quente ou por exposição ao frio extremo. 
 Sabonete nos olhos. 
 Cuidador sem paciência no manejo do banho, palavras bruscas ou hematomas 
causados pela força ao segurar. 
 O idoso pensa que já tomou o seu banho. 
 Fatores climáticos e culturais (origem européia) 
 Ao contrário, também existe idoso que adora tomar banho, sendo por isso um 
ótimo recurso a ser utilizado, quando se encontrar muito agitado. 
 
Higiene 
 A rotina do banho é essencial. Mudanças de horário e da maneira de como 
conduzir o banho, devem ser evitadas. 
 Deixar que o idoso realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar-
se. A melhor maneira de o cuidador agir, é na condição de incentivador e 
auxiliar. 
 Preparar tudo nos mínimos detalhes. A falta de uma preparação adequada 
poderá levar a uma situação tensa e perigosa. Assim, se os objetos 
necessários não estão à mão (sabonete, shampoo, toalha, roupas limpas), 
podem ocorrer quedas. 
 Banho de chuveiro, com água em abundância e temperatura agradável são 
requisitos indispensáveis. Banho de banheira ou no leito é reservado para 
situações especiais. 
 Após o banho, deve-se ter a toalha ao alcance, para que o idoso possa se 
secar, orientá-lo a sentar ao secar principalmente entre os dedos dos pés. 
 Vestir-se se possível em local aquecido para evitar resfriados. 
 O banho também é um ótimo momento para realizar uma revisão sistemática 
da pele, unhas e cabelos, observando assim alguma lesão escondida, 
rachadura na pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma, escaras 
que estão iniciando, micoses e etc. 
 As unhas devem ser cortadas semanalmente. 
 O cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses 
(dentaduras) ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser 
rigorosamente observados, principalmente após as refeições. 
 Os cabelos devem ser lavados regularmente e revisados em busca de 
parasitas. Os cortes do cabelo e da barba devem ser feitos periodicamente. 
 A atitude a tomar em relação ao idoso que não quer fazer a sua higiene, e 
nem deixar o cuidador fazê-lo, é a de manter postura determinada, evitando 
a confrontação e a discussão, conduzindo com firmeza, passo a passo, a 
execução de toda a tarefa! 
 
 
5. EXAMES DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO 
 
Mais Sistema de Ensino 12
 CRIANÇA 
 É indispensável que a criança seja submetida a exames de saúde periódicos, 
para verificação do crescimento e desenvolvimento, prescrições higiênicas, aplicação 
de vacinas e para identificar no início anormalidades físicas e emocionais (violência 
doméstica, maus tratos e abuso sexual). 
 
As crianças devem fazer o rastreio de doenças metabólicas (teste do pezinho), 
audição, visão, estrabismo, displasia da anca e criptorquidia (testículos que não 
desceram para as bolsas). 
 
As crianças de 0 a 2 anos podem ser acompanhadas mensalmente nas 
unidades de saúde onde é realizada a puericultura. 
 
 ADOLESCENTE 
Há problemas que se manifestam na adolescência e que podem ser 
identificados nos exames de vigilância, tais como: 
 
 Depressão e o risco de suicídio; 
 Alterações do comportamento alimentar (anorexia e bulimia); 
 Anemia e infecções (hemograma); 
 Disfunção familiar; 
 Maus tratos e abuso sexual; 
 Dificuldades de aprendizagem. 
 
Todas as adolescentes sexualmente ativas devem fazer rastreio de doenças 
sexualmente transmissíveis, através da realização de exame ginecológico anual e 
colpocitologia. 
Aos adolescentes de ambos os sexos com vida sexual ativa deve ser reforçado 
o aconselhamento sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e 
propostos meios contraceptivos eficazes, para umavivência responsável da sua 
sexualidade. 
 
 ADULTO 
 
Homem e Mulher 
Os principais fatores de risco que o médico deve avaliar e discutir com um paciente 
adulto são as seguintes: 
 
 Abuso de álcool, tabaco e outras drogas; 
 Hábitos alimentares; 
 Vida sedentária; 
 Comportamentos sexuais de risco; 
 Hipertensão arterial; 
 Hipercolesterolemia; 
 Análises de sangue e urina realizadas de forma indiscriminada; 
 Cancro do colo do útero (sexo feminino); 
 Cancro da mama (sexo feminino); 
 
 IDOSO 
 
Os principais fatores de risco que o médico deve avaliar e discutir com um paciente 
idoso são as seguintes: 
 Polimedicação; 
 Hábitos alimentares; 
 Abuso de álcool e tabaco; 
 Hipertensão arterial; 
Mais Sistema de Ensino 13
 Hipercolesterolêmica; 
 Análises de sangue e urina realizadas de forma indiscriminada; 
 Fatores associados a quedas; 
 Ausência de suporte familiar e social; 
 Diminuição da visão e audição; 
 Cancro da próstata; 
 Cancro do cólon e reto; 
 
 
6. EXAMES PRÉ NUPCIAIS, CUIDADOS PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO 
 
Os exames pré-nupciais têm como finalidade avaliar as condições de saúde do 
futuro casal, preparando-o para constituição da futura prole. Inicialmente são 
solicitados os seguintes exames: 
 
Para o Homem 
 
 Espermograma com a finalidade de avaliar as condições dos espermatozóides, 
quanto a volume mobilidade, formas etc. 
 Grupo sanguíneo e fator Rh (de importância quando este é RH positivo e a 
parceira é Rh negativo) 
 VDRL (pesquisar sífilis) 
 Pesquisa de Hepatite B e C 
 HIV (com o consentimento do casal) 
 Glicemia (para descartar Diabetes). 
 Sumário de urina. 
 Parasitológico 
 
Para a Mulher 
 
 Grupo sanguíneo e fator RH (importante se é Rh negativo). 
 VDRL 
 Glicemia 
 Pesquisa e Hepatite B e C 
 Rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus 
 HIV (com consentimento do casal). 
 Citologia Vaginal (tratar fungos, bactérias, etc.) 
 Ultrassonografia Pélvica, ou transvaginal (avaliação do útero, descartar 
miomas e outras patologias pélvicas). 
 Dosagens hormonais. 
 Sumário de urina 
 Parasitológico 
 Ultrassonografia mamária ou Mamografia. 
 Colposcopia (a critério do profissional). 
 
Cuidados Pré Natal 
 
O pré-natal é indicado para todas as mulheres grávidas durante toda a gravidez 
e tem caráter preventivo. 
 
As consultas devem ser mensais, até o sétimo mês de gestação e quinzenais a 
partir daí. 
 
Exames como: 
 
 Papanicolau, para verificar senão há câncer de colo do útero. 
Mais Sistema de Ensino 14
 Um exame sanguíneo também poderá ser pedido para identificar o seu tipo 
sanguíneo e fator Rh. O teste sanguíneo também é para identificar se há 
deficiência de ferro, que pode levar à anemia, identificar doenças sexualmente 
transmissíveis (como sífilis e AIDS) e imunidade à rubéola. 
 Um teste para verificar diabetes também pode ser feito se você estiver 
significantemente acima do peso, tiver pressão sanguínea elevada, tiver um 
histórico de diabetes na família, se sua idade for acima de 35 ou se 
previamente você deu à luz a um bebê muito grande. 
 Testes de urina também são feitos para verificar o nível de açúcar e proteínas 
e também para checar se não nenhuma infecção urinária. 
 Exame de ultrassom, geralmente intravaginal, para verificar idade fetal e 
número de fetos. 
 O cálculo da data provável do parto (DPP) também é feito na primeira visita ao 
médico. O cálculo é geralmente baseado na data de seu último período 
menstrual. 
 
Cuidados Puerpério 
 
Assistência à mulher no puerpério 
O puerpério inicia-se na 1º e 2º hora após o parto a saída da placenta. O 
término é imprevisto, pois enquanto a mulher amamentar ela estará sofrendo 
modificações da gestação. 
 
Divide-se o puerpério em: 
 
 IMEDIATO: 1º ao 10º dia 
 TARDIO: 11º ao 42º dia 
 REMOTO: a partir do 43º dia 
 
A puérpera apresenta um estado de exaustão e relaxamento (principalmente se 
ela ficou longo período sem adequada hidratação). 
 
Cuidados de Enfermagem 
 
Imediato: 
 
 Controlar sangramento vaginal a cada 30 min; 
 Observar coloração das mucosas; 
 Verificar SSVV a cada 30 min; 
 Observar e anotar estado geral da paciente; 
 Estar alerta para a possibilidade de hipotonia ou atonia uterina; 
 Administrar ocitocina, se necessário (conforme orientação OMS); 
 Realizar massagem uterina; 
 Aplicar bolsa de gelo sobre a episiotomia para evitar a ocorrência de 
hematoma; 
 Manter paciente aquecida (sentem frio devido a reação nervosa, fadiga e 
descompressão abdominal); 
 Manter a paciente limpa e confortável (para promover descanso); 
 Estimular deambulação precoce: Parto Normal após 4h; 
 Parto sob analgesia peridural após 6h; 
 Anestesia raquimedular após 6h. 
 
 Deve-se orientar a puérpera a retornar uma nova avaliação entre 30º e o 42º 
dia pós-parto. Nesta ocasião, ouvem-se queixas da mulher e procedem-se novos 
exames físicos. Importante é discutir o aleitamento materno e orientar a mulher para 
problemas que tenham surgido ou que ela tenha ouvido de outras pessoas. 
 
Mais Sistema de Ensino 15
 Nas puérperas que não completaram seus esquemas de vacinação, deve-se 
aproveitar este momento para fazê-lo, em especial da imunização contra o tétano, 
hepatite B e rubéola. 
 
 Nas mulheres que não realizaram exames preventivos para câncer cervical, 
este momento também é oportuno, pois se trata praticamente da liberação da mulher 
às suas atividades normais é importante conversar também qual método de barreira 
será utilizado pela puérpera. 
 
 
7. HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS 
 
 
 Coma quatro ou cinco vezes por dia 
Fazendo quatro ou cinco refeições leves e equilibradas, o organismo leva a 
utilizar mais facilmente o seu combustível de reserva, que são as gorduras, além de 
conseguir controlar melhor seu apetite e vontade de beliscar alimentos 
desnecessários. 
 
 Coma a intervalos regulares 
 O ideal é fazer uma refeição a cada três horas. Se isso não for possível, 
estabeleça intervalos de no máximo 4 horas entre as refeições. Uma vez fixados esses 
horários, há uma tolerância de meia hora, contanto que sejam obedecidos os 
intervalos mínimos e máximos. 
 
 Coma sempre nos mesmos horários 
Programe os horários das refeições de modo que possa cumpri-los e faça todo 
o possível para cumpri-los de fato. Alimentando-se sistematicamente nos mesmos 
horários, seu organismo se acostumará ao novo ritmo e ficará condicionado a esperar 
a comida somente nestes horários. 
 
 Coma devagar e preste atenção ao que come 
Observe primeiro o que irá comer. Mastigue bem, e lentamente, para sentir a 
textura e o sabor de cada alimento, experimentando o prazer de saborear o que come. 
Ao se alimentar dessa forma, seu cérebro receberá maior número de informações, que 
contribuirão para acionar o centro da saciedade, levando sua fome a ser satisfeita com 
menores quantidades de alimento. 
 
 Beba bastante líquido 
 Beba bastante água filtrada, mineral (sem gás) e sucos naturais (sem açúcar) 
para hidratar-se. Evite o consumo de café, refrigerantes e sucos industrializados. 
 
Mais Sistema de Ensino 16
 
 Não adote dietas radicais 
A grande perda de peso em curto período de tempo é prejudicial ao 
metabolismo do organismo, pois a grande perda de massa magra, e consequente 
redução do gasto energético total, leva possivelmente ao aumento de massa 
gordurosa após a dieta restritiva. 
 
 Se tiver vontade de comer um doce, coma-o. 
 Mas lembre-se: somente um pedaço ou unidade. Isso é melhor do que devorar 
uma caixa de bombom no final do dia. 
 
 Evite o uso de óleos e temperos industrializados para temperar as 
saladas 
Se quiser pode usar um fio de azeite, mas abuse mesmo dos temperos 
aromáticos como orégano, manjericão, cheiro verde, louro, pois deixarão a salada 
mais saborosa. 
 Dê preferência às carnes magras e sem gorduravisível 
Pois possui menos gordura e menos calorias como peixe, frango (partes 
magras e sem pele), peru, patinho, contrafilé. O modo de prepará-las também é 
importante: cozidas, grelhadas ou assadas. 
 
 Evite enlatados, temperos industrializados, apresuntados e defumados 
 Eles são ricos em sódio e perigosos para pessoas com predisposição a 
pressão alta. 
 
 Cuidado com os produtos light e diet 
 Apesar de apresentarem redução de algum nutriente, nem sempre, esta 
restrição é em calorias ou gorduras. 
 
É bom lembrar que, a maior parte do colesterol é fabricada pelo próprio corpo, 
cerca de 70%, no fígado, enquanto que apenas 30% provêm da alimentação. Existem 
pessoas que já nascem geneticamente destinadas a serem grandes produtoras dessa 
molécula. Se elas conseguissem cortar todo o colesterol da dieta, o que é uma missão 
impossível, ainda não resolveriam seu problema e precisariam de remédios. 
 
Para prevenir as doenças é preciso limitar o consumo de alimentos do reino 
animal, como leite e iogurte integrais, queijos amarelos (prato, mussarela, provolone, 
parmesão), carnes gordas, miúdos (fígado, moela, rim, língua), embutidos (linguiça, 
salsicha, mortadela, salame, presunto). Os alimentos do reino vegetal estão livres de 
colesterol. 
 
Contudo, não basta cortar a gordura, é preciso manter uma dieta de baixa 
caloria, porque todo nutriente em excesso é transformado em gordura dentro do corpo. 
 
Aos alimentos já citados, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda 
que, para combater o aumento do colesterol, deve ser evitada a ingestão de outros 
alimentos como biscoitos amanteigados, croissants, folhados, sorvetes cremosos, 
carne de porco (bacon, torresmos), pele de animais terrestres, animais marinhos 
(camarão, lagosta, sardinha e outros frutos do mar). 
 
Atenção especial deve-se ter com a ingestão da gema de ovo. Não se pode 
esquecer que ela participa, também, do preparo de diversos alimentos (bolos, tortas, 
panquecas, macarrão, etc.) 
 
A Sociedade Brasileira de Cardiologia preparou uma tabela onde mostra os 
alimentos que podem ser consumidos e os que devem ser evitados. 
Mais Sistema de Ensino 17
 
Alimentos Preferir Evitar 
Peixes, carnes, 
aves e frutos do 
mar 
Peixes, frango sem pele, carnes 
magras. Retirar toda a gordura visível. 
Carnes gordurosas, vísceras 
(fígado, coração), embutidos 
Leite e 
derivados 
Leite e iogurte desnatado, queijo 
branco ou ricota. 
Leite e iogurte integrais, queijos 
amarelos, cremosos. 
Ovos Clara de ovo. 
Receitas: 2 claras = 1 ovo Gema de ovo. 
Frutas e 
verduras Frutas e verduras frescas. Verduras na manteiga 
Doces Massas de bolo sem gema de ovo, 
sorvete e doces de frutas. 
Massas de bolo com gema de 
ovo, sorvetes com leite, doces 
com coco, chocolate e chantilly 
Pães, cereais e 
grãos 
Pães pobres em gordura, cereais 
integrais (aveia, trigo, farelo), massas 
sem gema de ovo, grão de bico, feijão, 
ervilha, lentilha, batata, arroz, 
mandioca. 
Pães com recheio, manteiga, 
croissants, bolachas, massas 
com gema de ovo 
Gorduras, óleos 
e molhos 
Margarinas, óleos vegetais (soja, 
milho, canola e azeite de oliva). 
Frituras, manteiga, óleo de coco 
e de dendê, maionese, gordura 
animal (toucinho, banha), molhos 
com creme de leite. 
 
 
 
8. ALCOOLISMO, TABAGISMO E DROGAS NA VIDA DO SUJEITO 
 
ALCOOLISMO 
 
Desde os tempos mais remotos da história do homem, ele abusou do consumo 
do álcool com propósitos eufóricos, para celebrar várias festividades, para dar cunho 
solene a rituais religiosos, no exercício de atividades sociais e para proporcionar alívio 
do seu stress emocional imediato ou contínuo. 
 
Os problemas relacionados ao alcoolismo ocorrem, em média, por volta dos 
quarenta anos. São a consequência do hábito de beber, iniciado muitos anos antes, na 
maioria das vezes durante a adolescência. 
 
Em geral se verifica que o alcoólatra começa a se habituar através do etilismo 
social, no qual ele tanto encontra alívio das tensões usuais da sua vida quanto 
descobre que suas tensões internas podem ser neutralizadas pela ingestão de 
bebidas alcoólicas. Com o decorrer do tempo ele se torna cada vez mais dependente 
da bebida como um meio de reduzir a ansiedade. 
 
O alcoolismo ainda é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. 
Igualmente, o reconhecimento da sua existência como um hábito ou vício gradual tem 
lugar, em média, quase uma década antes nos homens do que nas mulheres, apesar 
de que se nota uma tendência à diminuição deste tempo. 
 
Muitas mulheres casadas começam a beber na meia idade, quando seu papel 
de mãe e esposa é desafiado pela partida de seus filhos, o desafio do "ninho vazio". 
Quando se examinam as famílias e os parentes de alcoólatras em relação ao risco de 
doença psiquiátrica, parece que os distúrbios afetivos primários são descobertos em 
uma considerável proporção de mulheres alcoólatras, nas quais este termo é usado 
para significar um distúrbio presente antes que tenha ocorrido o etilismo excessivo. 
Mais Sistema de Ensino 18
 
A genética, a constituição e as experiências emocionais da mulher, em suas 
transações familiares e sociais, contribuem para predispor ao alcoolismo. As 
influências culturais reforçam os padrões familiares, estabelecendo a predileção pelo 
abuso do álcool como o meio de obter alívio da ansiedade e da depressão (que 
realmente ocorrem muito mais em mulheres que em homens). 
 
Os fatos principais referentes ao metabolismo do álcool podem ser resumidos 
dentro dos itens que se seguem: 
 
 O álcool é absorvido no estômago e no intestino delgado. 
 O álcool absorvido pode aparecer logo no ar expirado e na urina, mas é muito 
pouco eliminado por estas vias. 
 A absorção do álcool é maior quando ingerido com o estômago vazio e se 
retarda quando usado no curso das refeições ou juntamente com leite e com 
alimentos gordurosos. 
 O álcool absorvido fornece ao organismo 7 calorias por grama. 
 A metabolização do álcool se dá quase inteiramente no fígado. 
 O álcool provoca doenças no sistema nervoso, estômago, fígado, pâncreas, 
além de distúrbios nutricionais, alterações da imunidade e sociopatias. 
 
A tolerância ao álcool acontece através do fígado. Este órgão dispõe de 
enzimas capazes de decompor e eliminar o álcool ingerido, transformando-o numa 
primeira etapa em um composto bastante tóxico, o acetaldeído, responsável pelas 
famosas ressacas. Existem pessoas que tem um fígado rico nestas enzimas e por isso 
rápido na decomposição do álcool, que fica pouco tempo na circulação, logo não tendo 
tempo de fazer muito efeito. Essas pessoas bebem bastante e se embriagam pouco, 
um processo que chamamos de tolerância ao álcool. Esses, citados na sociedade 
como pessoas que "sabem beber", são os candidatos a futuros alcoólicos, exatamente 
porque conseguem beber muito. Como também eliminam rapidamente os derivados 
tóxicos, no início da doença têm muito poucas ressacas, o que os estimula a voltar a 
beber. Já aqueles que se embriagam com um copo de cerveja e passam o dia 
seguinte com dor de cabeça e vômitos, não sendo tolerantes ao álcool, dificilmente 
vão conseguir beber a quantidade necessária para detonar a doença. 
 
 Tratando-se de doença crônica, o alcoolismo exige permanente ação de 
recuperação: trata-se de um programa para toda a vida. Frequentemente encontram-
se recuperações apenas parciais, em que alcoólicos apenas param de beber e 
recusam-se a fazer quaisquer mudanças em seu comportamento, atitudes e valores; 
embora abstinentes, ainda estão muito adoecidos emocional e espiritualmente. São 
pessoas que a comunidade de A.A. diz estarem em "porre seco" ou que "só tamparam 
a garrafa". Como a recuperação também é progressiva, estão também mais sujeitos a 
uma recaída. 
 
 Recuperação e recaída são como duas faces da mesma moeda: quem não 
está se recuperando, está recaindo e vice-versa. Esta gangorra das emoções é normal 
e não deve assustar além da justa medida, acontecendotambém com outros doentes 
crônicos, o diabético com sua dieta ou o reumático com seus exercícios. No 
alcoolismo, importante é não deixar qualquer recaída evoluir a ponto de se voltar a 
beber, porque aí entram em ação as poderosas forças da doença primária – a 
dependência química – e aí a situação fica novamente fora do controle do alcoólico. 
 
TABAGISMO 
 
O uso do tabaco surgiu aproximadamente no ano 1000 A.C, nas sociedades 
indígenas da América Central, em rituais mágico-religiosos. A planta, cientificamente 
Mais Sistema de Ensino 19
chamada Nicotina Tabacum, chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos 
tupis-guaranis. Quando os portugueses aqui desembarcaram, tomaram conhecimento 
do tabaco pelo contato com os índios. A partir do século XVI, o seu uso disseminou-se 
pela Europa, introduzido por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal, com 
utilização até para curar as enxaquecas de Catarina de Médici, rainha da França. 
 
Suas folhas foram, comercializadas sob a forma de fumo, rapé, tabaco para 
mascar e charuto, até que, no final do século XIX, iniciou-se a sua industrialização sob 
a forma de cigarro. Seu uso espalhou-se de forma epidêmica por todo o mundo a partir 
de meados do século XX, ajudado pelo desenvolvimento de técnicas avançadas de 
publicidade e marketing. A folha do tabaco, pela importância econômica do produto no 
Brasil, foi incorporada ao brasão da República. 
 
O Consumo de Cigarro no Brasil 
De acordo com o Banco Mundial, o consumo do fumo gera uma perda mundial 
de 200 bilhões de dólares por ano. Esta perda é causada por diversos fatores, como 
sobrecarga do sistema de saúde com tratamento das doenças causadas pelo fumo, 
mortes precoces de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadoria 
precoce, aumento de 33% a 45% no índice de faltas ao trabalho, menor rendimento no 
trabalho, mais gastos com seguros, mais gastos com limpeza, manutenção de 
equipamentos e reposição de mobiliários, maiores perdas com incêndios e redução da 
qualidade de vida do fumante e de sua família. 
 
Mesmo assim, a receita proveniente da taxação do tabaco, a geração de 
empregos e as exportações são argumentos empregados pela indústria fumageira no 
seu lobby econômico para convencer as instâncias governamentais da importância da 
indústria do fumo para a economia do país, o que, é claro, acaba por dificultar as 
ações de controle do tabagismo. 
 
O recolhimento de impostos que incidem sobre o cigarro é muito significativo 
para a economia do país, mas os prejuízos decorrentes do tabagismo superam 
qualquer questionamento puramente econômico. No Brasil a taxa, atualmente, do 
maço de cigarros está em 74%, enquanto nos outros países como a Dinamarca o 
taxam em até 83%. 
 
Outro aspecto importante, que deve ser contabilizado nessas perdas, são as 
agressões ao meio ambiente e à saúde daqueles que lidam com a cultura do tabaco. 
 
Substâncias da Fumaça do Cigarro 
Quando cigarros industrializados ou de fumo-de-rolo, cachimbos e charutos 
são acesos, algumas substâncias são inaladas pelo fumante e outras se difundem 
pelo ambiente. Essas substâncias são nocivas à saúde. 
 
Todas as formas de uso do tabaco, inclusive os cigarros com mentol, filtros 
especiais, com baixos teores (light, extra-light) etc. têm uma composição semelhante, 
não havendo, portanto, cigarros “saudáveis” ou cachimbos e charutos que façam 
menos mal. 
 
Isso ocorre porque, mesmo escolhendo produtos com menores teores de 
alcatrão e nicotina, os fumantes acabam compensando essa redução, fumando mais 
cigarros por dia e tragando mais frequente ou profundamente, ou seja, fazendo outras 
modificações compensatórias em consequência da dependência à nicotina. A fumaça 
do cigarro é uma mistura de cerca de 5 mil elementos diferentes. Ela é formada pelos 
seguintes componentes: 
 
Nicotina: considerada droga pela OMS. Sua atuação no sistema nervoso central é 
como a da cocaína, com uma diferença: chega entre 2 e 4 segundos mais rápido ao 
Mais Sistema de Ensino 20
cérebro que a própria cocaína. A nicotina aumenta a liberação de catecolaminas, 
acelerando a frequência cardíaca, com consequente vasoconstricção e hipertensão 
arterial. Provoca uma maior adesividade plaquetária, e juntamente com o monóxido de 
carbono leva à aterosclerose. Contribui assim para o surgimento de doenças 
cardiovasculares. No aparelho gastrointestinal, a nicotina estimula a produção de 
ácido clorídrico, podendo levar ao aparecimento de úlcera gástrica. Também estimula 
o sistema parassimpático, o que pode causar diarréia. 
 
Monóxido de Carbono (CO): tem afinidade com a hemoglobina (Hb), contida nos 
glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para os tecidos de todos os 
órgãos do corpo. A ligação do monóxido de carbono com a hemoglobina forma o 
composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, 
privando alguns órgãos de oxigênio e causando doenças como a aterosclerose. 
 
Alcatrão: composto de mais de 40 substâncias comprovadamente carcinogênicas que 
incluem o arsênio, níquel, benzopireno e cádmio. Carcinogêneos são substâncias que 
provocam câncer, como os resíduos de agrotóxicos nos produtos agrícolas, como o 
DDT, e até substâncias radioativas, como é o caso do polônio 210 e do carbono 14, 
todos encontrados no tabaco. 
 
Vale ressaltar que as substâncias da fumaça do cigarro têm efeitos sobre a 
saúde do fumante, mas também sobre a saúde do não-fumante, exposto à poluição do 
ambiente causada pelo cigarro. 
 
Doenças associadas ao uso de cigarro 
Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 80 mil pessoas morram precocemente 
devido ao tabagismo, número que vem aumentando ano a ano. Em outras palavras, 
cerca de oito brasileiros morrem por hora por causa do cigarro. 
 
O tabagismo é diretamente responsável por: 
 
 30% das mortes por câncer; 
 90% das mortes por câncer de pulmão; 
 25% das mortes por doença coronariana; 
 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica; 
 25% das mortes por doença cérebro-vascular. 
 
Outras doenças que também estão relacionadas ao uso do cigarro são: 
 
 Aneurismas arteriais; 
 Trombose vascular; 
 Úlcera do trato digestivo; 
 Infecções respiratórias; 
 Impotência sexual no homem. 
 
Um Mundo Livre de Tabaco 
É necessário que todos os grupos sociais se mobilizem, de forma esclarecida, 
contra o tabagismo, para que as gerações futuras possam desfrutar de um mundo 
menos poluído pelo tabaco. Muito importante nessa luta, são as crianças e os 
adolescentes, que atuam como fortes agentes de mudança comportamental e social. 
 
Para isto é fundamental que todos participem, informando, protegendo crianças 
e gestantes da fumaça do cigarro, criando ambientes livres do fumo, incentivando e 
apoiando o trabalho dos órgãos de saúde e de lideranças do governo na busca de 
Mais Sistema de Ensino 21
soluções para o plantio alternativo de tabaco, na elaboração de legislações 
específicas, no desenvolvimento de atividades nas escolas que abordem o tema, etc. 
 
Enfim, todos devem contribuir para que se alcance uma sociedade livre de 
tabaco. 
 
DROGAS 
 
Maconha 
Os efeitos físicos mais frequentes do uso da maconha são: avermelhamento 
dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, 
que sobem de 60 - 80 por minuto para 120 - 140 batidas por minuto). 
 
Com o uso contínuo, alguns órgãos como o pulmão passam a ser afetados 
mais seriamente pela maconha. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da 
droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como 
bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma 
quantidade considerável de alcatrão, presente na fumaça de maconha, os usuários da 
droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão. 
 
O consumo de maconha também diminui a produção de testosterona. A 
testosterona é um hormônio masculino que é responsável, entre outras coisas, pela 
produçãode espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de 
testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma 
capacidade reprodutiva menor. 
 
Os efeitos psíquicos são os mais variados, sendo que a sua manifestação 
depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais 
comuns são um bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir 
angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e 
espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção. 
 
Em um longo prazo, o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de 
aprendizado e memorização além de passar a apresentar uma falta de motivação para 
desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano. 
 
Heroína 
A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, 
obtido de uma planta denominada Papoula. A designação química da heroína é 
diacetilmorfina. A heroína se apresenta no estado sólido. Para ser consumida, ela é 
aquecida, normalmente com o auxílio de uma colher onde a droga se transforma em 
líquido e fica pronta para ser injetada. O consumo da heroína pode ser diretamente 
pela veia, forma mais comum no ocidente, ou inalada, como é, normalmente, 
consumida no oriente. 
 
A heroína é uma das mais prejudiciais drogas de que se tem notícia. Além de 
ser extremamente nociva ao corpo, a heroína causa rapidamente dependência 
química e psíquica. Ela age como um poderoso depressivo do sistema nervoso 
central. 
 
Logo após injetar a droga, o usuário fica em um estado sonolento, fora da 
realidade. Esse estado é conhecido como "cabeceio" ou "cabecear". As pupilas ficam 
muito contraídas e as primeiras sensações são de euforia e conforto. Em seguida, o 
usuário entra em depressão profunda, o que o leva a buscar novas e maiores doses 
para conseguir repetir o efeito. 
 
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Fisicamente, o usuário de heroína pode apresentar diversas complicações 
como surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até a 
morte. No caso de ser consumida por meios injetáveis, pode causar necrose (morte 
dos tecidos) das veias. O corpo perde também a capacidade de controlar sua 
temperatura causando calafrios constantes. O estômago e o intestino ficam 
completamente descontrolados causando constantes vômitos, diarréias e fortes dores 
abdominais. 
 
LSD 
O LSD é um alucinógeno e, portanto, produz distorções no funcionamento do 
cérebro. Os efeitos variam de acordo com o organismo que está ingerindo a droga e 
de acordo com a ambiente em que ela está sendo consumida. O usuário pode sentir 
euforia e excitação ou pânico e ilusões assustadoras. 
 
A droga dá uma sensação de que tudo ao redor do usuário está sendo 
distorcido. As formas, cheiros, cores e situações, para a pessoa que está sob o efeito 
da droga, se alteram, criando ilusões e delírios, como paredes que escorrem, cores 
que podem ser ouvidas e mania de grandeza ou perseguição. Além disso, uma pessoa 
sob o efeito do LSD perde o juízo da realidade e com isso a capacidade de avaliar 
corretamente uma situação qualquer, por mais simples que possa ser. 
 
Por perder a noção da realidade, o usuário de LSD pode se julgar capaz de 
fazer coisas impossíveis como andar sobre as águas, produzir fogo ou mesmo voar. 
No corpo, os efeitos do LSD são relativamente leves, aceleração de batimentos 
cardíacos, pupilas dilatadas e aumento do suor. Casos mais graves como convulsões 
podem ocorrer apesar de serem muito raros. O maior perigo do consumo de LSD não 
é, mesmo em doses mais fortes, de intoxicação física, mas suas consequências 
psíquicas. 
 
Cocaína 
A cocaína pode ser consumida de várias formas, mas o modo mais comum é 
"aspirando" a droga, que normalmente se apresenta sob forma de um pó. 
Consumidores mais inconsequentes chegam a injetar a droga diretamente na corrente 
sanguínea, o que eleva consideravelmente o risco de uma parada cardíaca 
irreversível, a chamada "overdose fatal". 
 
Os efeitos da cocaína: euforia, excitação, sensação de onipotência, falta de 
apetite, insônia e aumento ilusório de energia são as primeiras sensações que o 
consumidor de cocaína tem. Esse efeito inicial dura cerca de meia hora e logo a seguir 
vem uma forte depressão que leva o usuário a consumir nova dose da droga para 
renovar as sensações. Meia hora depois da segunda dose, a depressão volta e o 
usuário busca uma terceira dose, que, com certeza, vai ser seguida por uma nova 
depressão e assim o consumidor entra em um perigoso ciclo que o transforma em um 
dependente químico da droga. 
 
O consumo de cocaína traz sérios danos ao organismo do usuário. Os 
problemas começam nas vias de entrada da droga, como a necrose (morte dos 
tecidos) da mucosa nasal ou das veias, dependendo da forma como é consumida. A 
quinina, uma substância que pode estar misturada à cocaína, pode levar à cegueira 
irreversível. Infecção sanguínea, pulmonar e coronária também está na lista de 
consequências do uso contínuo da cocaína. 
 
 
9. SANEAMENTO NO MEIO: TRATAMENTO DE ÁGUA, ESGOTO E 
ELETRICIDADE 
 
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 De acordo com a Lei 11.445/07, podemos definir como saneamento básico o 
conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de 
água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e 
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. 
 Grande parte dos brasileiros não tem acesso à rede de esgoto. Faz suas 
necessidades à beira dos rios ou em sanitários improvisados, cujo esgoto corre a céu 
aberto. 
 
As camadas sociais pobres e a população rural carente são as mais afetadas 
com os desequilíbrios ambientais e com a carência de serviços de saneamento 
ambiental. Os serviços de saneamento são instrumentos fundamentais para a 
promoção da saúde e esta, por sua vez, é parte essencial do desenvolvimento 
humano sustentável. O direito a viver em um ambiente digno e saudável exige o 
acesso aos serviços de saneamento. 
 
 Na atualidade, porém, existem alguns riscos para a sustentabilidade da vida no 
Planeta, como por exemplo: bolsões de pobreza em diversas regiões do mundo e do 
Brasil; guerras nacionais e entre países; fome ou necessidades alimentares 
insatisfeitas; elevada mortalidade infantil em diversos países; diversas formas de 
violência com a pessoa e coletividade; deterioração ética, corrupção dos governantes 
e de grupos humanos; relações econômicas protecionistas e relações internacionais 
intervencionistas; baixa expectativa de vida; carência de água potável e dos serviços 
de saneamento em diversas regiões; serviços de saúde deficientes; carência de 
moradias e moradias insalubres ou em áreas de riscos; desigualdades e discriminação 
social entre homens e mulheres, entre as minorias sociais, entre as raças humanas; 
ausência ou deficiência da participação da sociedade ou de certos segmentos sociais 
no processo de tomada de decisões políticas e governamentais; extinção ou 
destruição dos recursos naturais e ambientais. 
 
 TRATAMENTO DA ÁGUA 
Na maioria das vezes a água necessita sofrer um tratamento antes de ser 
utilizada pela população. Este tratamento pode ser feito nas residências, quando o 
volume a ser utilizado é pequeno, mas geralmente é realizado por técnicos 
especializados nas Estações de Tratamento de Água (E.T.A.s). São inúmeras as 
finalidades do tratamento da água, como por exemplo: 
 
 Finalidade higiênico-sanitária: com o objetivo de remover microorganismos, 
substâncias tóxicas ou nocivas à saúde, mineralização excessiva, elevados 
teores de compostos orgânicos; 
 Finalidade econômica: para reduzir a corrosividade (que pode danificar 
equipamentos industriais, por exemplo), a dureza, modificar a cor da água, etc.; 
 Finalidade estética: para que seja aceita e consumida pela população a água 
deve atender a um padrão já estabelecido. A água potável é inodora, cristalina, 
sem sabores característicos.Assim, muitas vezes torna-se necessário realizar 
a correção de cor, turbidez, sabor e odor, para adequar a água ao padrão de 
potabilidade e estética. 
 
Processos utilizados 
 Existem vários métodos que podem ser empregados para que se realize o 
tratamento da água. A escolha do método vai depender da quantidade de água a ser 
tratada, da finalidade a que ela se destina e do tipo de correção ou tratamento que é 
necessário que se faça. Podemos dividir os processos utilizados para o tratamento da 
água em físicos, mecânicos e químicos. 
 
 Processos físicos: baseiam-se na utilização do calor e de raios ultravioletas. 
O calor é utilizado como forma de tratamento para pequenas quantidades de 
água. Geralmente, ferve-se a água por 10 a 15 minutos, com o objetivo de 
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destruir microrganismos. Este procedimento, no entanto, não é suficiente para 
destruição de esporos (a ebulição deve ser mais prolongada, atingindo uma 
temperatura de 110 a 120ºC). 
 
 Processos mecânicos: estão incluídas nesta categoria a aeração, decantação 
e filtração. A finalidade da aeração é aumentar a quantidade de oxigênio 
dissolvido na água. O oxigênio é importante para o processo da degradação da 
matéria orgânica e auxilia na eliminação de ácido sulfídrico e de outros odores 
produzidos pela matéria orgânica em decomposição. Também é empregada 
com a finalidade de eliminar o anidrido carbônico, ferro e manganês existentes 
na água. A filtração consiste em forçar a passagem da água através de filtros, 
que podem ser lentos ou rápidos. 
 
 Processos químicos: estão catalogadas nesta classificação a coagulação e a 
esterilização. A coagulação é a adição de produtos químicos (denominados 
coagulantes) à água com a finalidade de promover a formação de coágulos ou 
flósculos pesados, que se depositam no fundo e arrastam consigo impurezas e 
micro-organismos presentes na água. A esterilização da água normalmente é a 
etapa final de um tratamento. Existem processos físicos, como o emprego do 
calor ou de raios ultravioletas, que esterilizam a água, porém o mais usado é o 
processo químico. A substância química empregada geralmente é o cloro, na 
forma de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio (que é a cal clorada ou 
cloreto de cal). O cloro reage com a água, formando ácido clorídrico e ácido 
hipocloroso, que é uma substância tóxica. 
 
 ESGOTO 
 Os resíduos líquidos recebem a denominação de esgoto. São constituídos 
pelas águas servidas, ou seja, as águas utilizadas pelo homem em sua residência, nas 
atividades de lavagem (de alimentos, utensílios, roupas, etc.), e, principalmente, as 
provenientes das instalações sanitárias. 
 
Devem-se diferenciar as águas pluviais (também denominadas águas de 
drenagem), provenientes da chuva, das águas servidas: a coleta e destino para estes 
diferentes tipos de resíduos devem ser realizados de forma distintas. 
 
Tratamento de esgoto 
 
 Existem vários motivos para que se realize o tratamento de esgotos: 
 
 Razões higiênicas: evitar contaminação direta ou indireta; 
 Razões econômicas: valor das propriedades, pesca, etc.; 
 Razões estéticas; 
 Razões legais. 
 
O grau de impurezas presente na água servida é o parâmetro que determina o 
nível de tratamento que o esgoto deverá receber. Ele pode ser mensurado, 
basicamente, por meio de dois critérios: 
 
 A quantidade de sólidos suspensos; 
 A demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O). 
 A quantidade de sólidos pode ser visivelmente quantificada. Já a demanda 
bioquímica de oxigênio (D.B.O) é a quantidade de oxigênio necessária para 
que os microrganismos presentes na água consigam degradar (oxidar) 
determinada matéria orgânica. 
 
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Pode-se dizer que o objetivo do tratamento de esgoto é reduzir a percentagem 
de D.B.O. 
 
Existem diferentes níveis de tratamento de esgoto: preliminar ou primário, 
secundário e terciário. 
 
Os métodos preliminares são físicos: grades, tamises, caixa de areia e caixas 
de gordura. 
 
 Gradeamento: retenção mecânica de materiais grosseiros entre as barras de 
uma grade, instalada na chegada do esgoto; 
 Tamisação: o tamis nada mais é do que uma peneira, usada para separar os 
sólidos contidos no esgoto. Existem tamises fixos, vibratórios e rotatórios, de 
diversos tamanhos. 
 Caixas de areia: canais ou tanques onde os esgotos escoam com velocidade 
conveniente, de modo a obter-se a deposição de partículas minerais pesadas 
(areia) sem, contudo, visar à deposição de matéria orgânica menos densa. 
 Caixas de gordura (desengorduradores): tanques onde o esgoto escoa 
lentamente, permitindo a ascensão de óleos, gorduras e outras impurezas 
menos densas que a água. Dependendo do tipo de tratamento que o esgoto 
será submetido a seguir, a gordura deve ou não ser retirada, porque ela forma 
um “filme” que pode dificultar o processo biológico aeróbio, por exemplo; 
entretanto, no caso de processos anaeróbios, o filme de gordura é desejado. 
 
Lixo 
 De maneira geral, todas as atividades desenvolvidas pelo homem geram algum 
tipo de resíduo, que pode ser gasoso, líquido ou sólido, sendo este último também 
denominado “lixo”. 
 
 O desenvolvimento industrial e o crescimento desordenado das cidades 
causaram aumento considerável na quantidade de resíduos sólidos formados e, isto 
gerou problemas ainda não solucionados. Assim, sabe-se que aproximadamente 
240.000 toneladas de resíduos são produzidas pela população brasileira, diariamente, 
e 95% desse lixo recebem destinação inadequada, ou seja, fica a céu aberto. 
 
 Existem vários tipos de resíduos sólidos, cada qual com características 
próprias. Os resíduos sólidos comuns são aqueles provenientes dos estabelecimentos 
comerciais e dos domicílios. Cada morador de área urbana produzia, em média, meio 
quilo de lixo por dia, em 1982; em 1996, a média foi 750 gramas per capita. No Japão, 
cada habitante produz 2kg de lixo ao dia. 
 
 A outra categoria de resíduos sólidos é a dos especiais ou perigosos, na qual 
se incluem também os resíduos industriais, radioativos e hospitalares, também 
denominados contaminados ou sépticos. 
 
Outros resíduos são os provenientes da varrição de ruas, entulhos gerados 
pela construção civil, podas de árvores e produtos de jardinagem e, ainda, carcaças 
de animais mortos encontrados em vias públicas. 
 
 A composição qualitativa e quantitativa de lixo varia de acordo com a 
comunidade que o produz. Conhecendo-se as características do lixo de uma cidade, 
pode-se escolher a melhor solução para seu destino final. Podemos citar como 
exemplo de Porto Alegre (RS), cujo lixo é rico em matéria orgânica, altamente 
degradável, enquanto que o do Rio de Janeiro (RJ) é rico em vidro e terra, que são 
materiais não degradáveis. 
 
Acondicionamento, coleta e transporte 
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 Existem vários tipos de recipientes para acondicionamento dos resíduos 
sólidos, como saco plástico, caixa, lata, container, etc., cada um deles apresentando 
vantagens e desvantagens. O importante no acondicionamento é impedir o acesso de 
insetos, roedores e animais domésticos. 
 
Os recipientes devem ficar expostos na rua em horário próximo à coleta; as 
latas devem estar sempre tampadas e os sacos devem ser colocados em suportes 
elevados do chão, a fim de evitar-se a ação de animais. 
 
 A programação da coleta deve estar baseada no volume de lixo diário 
produzido em cada região da cidade, entre outros fatores. Quando a coleta do lixo 
urbano não atende às necessidades da comunidade, ocorre o lançamento de lixo em 
terrenos baldios, o que proporciona condições favoráveis para a criação de insetos e 
roedores nesses locais. 
 
 Um aspecto importante da coleta é o risco que ela representa para os 
coletores. Inadequadas condições de acondicionamento e a falta de equipamento de 
proteção predispõem à ocorrência de cortes nas mãos dos trabalhadores. A poeira 
que se forma causa distúrbios oculares e doenças respiratórias. As infecções de 
maneirageral, enfermidades dermatológicas, atropelamentos durante a coleta e 
problemas como hérnias e dores nas costas, em consequência do esforço realizado 
para levantar os recipientes, também são muito frequentes. 
 
Destinação final do lixo 
 Na maioria das cidades brasileiras o lixo é depositado sobre o solo, a céu 
aberto, sem nenhum critério científico e ecológico. O lixo urbano contém grande parte 
de matéria orgânica, que entra rapidamente em decomposição em contato com o ar 
livre. A falta de revolvimento periódico dessa massa faz com que o oxigênio em seu 
interior seja rapidamente consumido pela ação bacteriana, dando lugar à 
decomposição anaeróbica, com desprendimento de gases e formação de “chorume” 
(fração líquida escura de odor desagradável). Este líquido infiltra-se no solo ou 
também é lixiviado, podendo poluir e contaminar as águas superficiais e subterrâneas. 
 
 Além disso, os depósitos a céu aberto permitem a atuação dos “catadores” de 
lixo, grupos de crianças, idosos, adultos desempregados em busca de alimentos e 
materiais que possam ser vendidos. Além de ser um grave problema social, esta 
prática é também um problema sanitário, pois algumas vezes estes materiais são 
reaproveitados, sem qualquer higienização prévia. 
 
Existem várias formas em depósitos de lixo no solo, elaborados de acordo com 
os princípios de engenharia, de modo a não causar prejuízos à saúde, à segurança e 
ao meio ambiente. 
 
Para isso, o terreno escolhido deve ser adequado, longe de fontes de 
abastecimento de água, acima do lençol freático, nunca à beira de estradas e, de 
preferência, deve ser um terreno que necessite ser recuperado (valas, erosões, areias, 
etc.), deve-se cercar o local para evitar a ação de catadores e animais e devem-se 
instalar drenos para captação dos líquidos percolados (chorume), que posteriormente 
são tratados. 
 
 O lixo deve ser disposto no aterro, compactado e coberto com uma camada de 
terra de aproximadamente 30 cm, com a finalidade de impedir a propagação de 
insetos, ratos, urubus, ficando assim constituída uma célula sanitária. Todo o lixo 
disposto no aterro deve ser trabalhado da mesma maneira, formando novas células, 
que devem cobrir todo terreno disponível. No final, o aterro deve ser selado com uma 
cobertura de pelo menos 60 cm de terra, bem compactada. 
 
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Incineração do lixo 
 É o processo de queima dos resíduos em altas temperaturas, próximas a 
1.000ºC. Os resíduos desse procedimento, as cinzas, devem ser dispostos em aterros 
apropriados. 
 
O lixo e a Saúde pública 
 O pior problema para a Saúde Pública está relacionado com a disposição 
inadequada dos resíduos hospitalares contaminados, ou seja, aqueles provenientes 
das salas de cirurgia, ambulatórios, instalações dos pacientes, etc. O destino 
adequado para este tipo de resíduo é a incineração, a fim de que, por meio das altas 
temperaturas atingidas no processo, os germes patogênicos sejam destruídos. 
 
 A importância dos resíduos sólidos como causa direta de doenças não está 
bem comprovada. Contudo, é mais um elemento na estrutura epidemiológica da 
comunidade, exercendo sua ação sobre a incidência de determinadas doenças, 
acompanhado de outros fatores e principalmente por vias indiretas. 
 
 Vários vetores de enfermidades como moscas, mosquitos e baratas encontram 
nos depósitos de lixo as condições ideais para a sua proliferação. O problema dos 
vetores está relacionado com as condições de acondicionamento, coleta e destino dos 
resíduos sólidos. 
 
 Outro grave problema de Saúde Pública, relacionado com o lixo e muito 
frequente no Brasil, consiste em sua utilização na alimentação de animais, 
principalmente porcos. Os animais se contaminam e, posteriormente, servem como 
fonte de contaminação para quem consumir carne crua ou mal cozida. Para que seja 
fornecido como alimento aos animais, o lixo deve sofrer tratamento prévio, em 
equipamentos próprios, a uma temperatura de 100ºC, durante 30 minutos. 
 
 A utilização de materiais mal compostados ou crus para adubação também 
podem ocasionar problemas sanitários, como a contaminação de produtos agrícolas, 
pois o lixo urbano mal fermentado é uma fonte potencial de microrganismos 
patogênicos. 
 
Reciclagem do lixo – muito mais que uma solução 
Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao 
ciclo produtivo o que jogamos fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário 
internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de 
petróleo e outras matérias-primas não renováveis estão se esgotando. Mesmo assim, 
o assunto parece não interessar grande parte da população, o que é lamentável. 
 
Para compreendermos a reciclagem é importante "reciclarmos" o conceito que 
temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. 
Grande parte dos materiais que vão para o lixo pode (e deveriam) ser reciclados. 
Tendo em vista o tempo de decomposição natural de alguns materiais como o plástico 
(450 anos), o vidro (5.000 anos), a lata (100 anos), o alumínio (de 200 a 500 anos), 
faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista para uma 
melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à 
vida das futuras gerações. 
 
 ELETRICIDADE 
A energia é uma entidade onipresente no cotidiano de todos os seres vivos. 
Sem sua presença a vida seria difícil. É a essência da própria vida, o fator 
preponderante no desenvolvimento dos povos e sua obtenção, ao longo da história 
das civilizações, sempre representou aumento na utilização dos recursos naturais: 
lenha, petróleo, carvão, quedas d’água, etc., produzindo alterações no meio ambiente, 
na maioria das vezes, negativas, sob a ótica ambiental. A energia, nas suas diversas 
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formas, é indispensável à sobrevivência da espécie humana e o homem, na sua 
constante evolução, sempre descobriu fontes e formas alternativas de adaptação ao 
meio ambiente em que vive, para atendimento de suas necessidades, de modo que, 
para cada estágio de sua evolução, sempre existiu uma fonte básica de suprimento 
energético. Entre essas fontes de suprimento energético, a eletricidade tornou-se uma 
das formas mais versáteis e convenientes de energia, passando a ser recurso 
indispensável e estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de muitos países 
e regiões. 
 
Das fontes principais de geração de energia elétrica, a energia hidráulica se 
firma no Brasil, ao longo de anos, como a fonte primária mais importante de energia, 
não só pelo montante de potencial disponível, dada a imensa quantidade de rios que 
cobrem o país, mas também a sua atratividade econômica. 
 
Apesar de enorme potencial, estimado com 260.000 MW, a última crise 
energética deu-se em decorrência da falta de compasso entre os investimentos em 
grandes hidrelétricas e a demanda de energia, estimulado pelo Plano Real. Com a 
crise, houve uma flexibilização das regras do Estado para a obtenção da outorga para 
novos empreendimentos para aproveitamento dos potenciais hidráulicos, muitas vezes 
sem necessidade de licitação, da isenção de taxa de compensação financeira a 
Estados e seus municípios onde as usinas se instalarem, e da isenção de pagamento 
por uso das redes de distribuição para usinas que entrarem em operação em certo 
espaço de tempo. Essa nova configuração despertou interesses de empresas para o 
aproveitamento de pequenos potenciais energéticos, antes totalmente desperdiçados 
e dissipados, inclusive empresas de saneamento. 
 
Hoje, essas empresas têm uma preocupação não só no uso racional de 
energia como também no aproveitamento de pequenos potenciais energéticos que 
ocorrem principalmente ao longo do sistema de abastecimento de água e do sistema 
de coleta, afastamento e tratamento de esgotos. 
 
 
10. TRABALHO E HIGIENE DO TRABALHO 
 
 Trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a 
transformação da natureza através

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