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HIGIENE E PROFILAXIA SUMÁRIO 1. HIGIENE PESSOAL, HIGIENE DA CASA E DO MEIO EM QUE O INDIVÍDUO VIVE..................................................………………………................................02 2. MEIO AMBIENTE E OS FATORES DO MACROSSISTEMA: ÁGUA, SOLO, AR, TEMPERATURA, MATAS E POLUIÇÃO.............................................…...03 3. CRESCIMENTO DAS GRANDES CIDADES E ÊXODO RURAL....…..............07 4. HIGIENE DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO.........…….......08 5. EXAMES DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO...........…….....11 6. EXAMES PRÉ NUPCIAIS, CUIDADOS NO PRÉ NATAL E PÓS PARTO…....13 7. HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS..........................................……..........15 8. ALCOOLISMO, TABAGISMO E DROGAS NA VIDA DO SUJEITO.....…….....17 9. SANEAMENTO NO MEIO: TRATAMENTO ÁGUA, ESGOTO E ELETRICIDADE...........................................................................…..................22 10. TRABALHO E HIGIENE DO TRABALHO: ERGONOMIA, RUÍDO, RITMO CICARDIANO, SEGURANÇA OCUPACIONAL...................................…..........28 11. BIOSSEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE TÉCNICO EM ENFERMAGEM.................................................................................................31 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………...………………………………..34 Mais Sistema de Ensino 2 1. HIGIENE PESSOAL, HIGIENE DA CASA E DO MEIO EM QUE O INDIVIDUO VIVE Higiene Individual/Pessoal As necessidades mais importantes do corpo são: Sol e ar Água Alimento Exercício Repouso Higiene A educação e orientação para a saúde, são transmitidas na esfera familiar, cultural e das ações governamentais. O indivíduo pode ou não tomar banho todos os dias, escovar os dentes, alimentar-se de maneira adequada, fazer exercícios físicos, tomar banho de sol ou sair para se divertir com a família na praça da cidade. Com as decisões acima citadas são de caráter pessoal e, a princípio, parecem depender única e exclusivamente da vontade do indivíduo, podemos fazer a seguinte afirmação: toda pessoa que desconhece os riscos existentes que podem comprometer sua saúde e não tem consciência deles, considera a higiene pessoal um elemento dispensável à saúde. Por esse motivo, todos precisam ter acesso a esse conhecimento e ser incentivados a aproveitar ao máximo todos os recursos que estão ao seu alcance. Técnicas de higiene corporal como a escovação dos dentes, são simples. O banho de sol, indispensável para o crescimento e desenvolvimento da criança e para o fortalecimento ósseo nos adultos, está disponível para todos. Essas necessidades do corpo precisam ser atendidas para se ter um corpo saudável. Basta uma delas não ser atendida para enfraquecer, diminuir a resistência e chegar até adoecer, além de tornar a cura mais difícil. A água é o grande fator de limpeza, higiene e desintoxicação, tanto do corpo como do ambiente. O nosso corpo é a nossa imagem, por isso é importante mantê-lo sempre limpo. Lavar as mãos mantê-las limpas, pelo uso de água e sabão, especialmente nas horas de alimentação. As unhas devem ser mantidas, sempre, cortadas e limpas. O banho, com água e sabão, deve ser diário, para manter o corpo sempre limpo das impurezas do meio ambiente e daquelas eliminadas pelo organismo. Evite dormir sem tomar banho. O banho da manhã é bom para retirar as impurezas eliminadas pelo organismo durante a noite, e se for um banho frio, serve como ótimo estimulante para as atividades do dia. Os cabelos também devem estar bem cuidados e limpos, se possível, com xampu. Orelhas e ouvidos devem ser limpos com auxílio dos dedos, durante o banho. Também fazem parte do que denominamos higiene pessoal todas as ações direcionadas à manutenção da saúde mental. Nessa perspectiva, o homem deve ser orientado a buscar uma vida equilibrada, sendo que a saúde física e mental depende de ações individuais e coletivas. Mais Sistema de Ensino 3 São medidas de controle pessoal, cabendo exclusivamente ao individuo optar por elas. Certamente, a decisão por adotar essas medidas exige que as pessoas as conheçam, saibam de sua importância e tenham condições de utilizá-las. Higiene da Casa e do Meio em que o Individuo Vive Evite colocar excesso de coisas penduradas pelas paredes, especialmente papéis velhos, gravuras, pois tudo isso acumula sujeira e dificulta a limpeza. Também evite o excesso de móveis, tenha apenas os realmente necessários. É melhor uma área livre para circulação das pessoas e uso das crianças do que uma casa abarrotada de móveis e objetos. Lembre-se da importância do sol e do ar renovado para a limpeza do ambiente. Limpar móveis, chão, paredes e teto, varrer e passar pano úmido. Não deixe objetos velhos, quebrados, caixas, garrafas, acumulados em sua casa. Se não serve para uso, elimine ou dê para alguém que possa aproveitar. O quintal deve ser mantido limpo, sem mato e sem objetos e coisas velhas. Especialmente, deve-se ter muito cuidado para não jogar restos de comidas no quintal que venha a apodrecer e atrair insetos e provocar mau cheiro, além do risco de provocar doença nas pessoas, especialmente nas crianças. O conceito de higiene deve, assim, incorporar não apenas a dimensão pessoal, mas e, sobretudo – a dimensão social, que nessa perspectiva inclui necessariamente os fatores econômicos e políticos, pondo em pauta a questão da responsabilidade governamental. 2. MEIO AMBIENTE E OS FATORES MACROSSISTEMA Florence Nightingale Para Florence, o primeiro e mais importante princípio norteador (orientador) das ações dos profissionais de enfermagem era: “Conservar o ar que ele (doente) respira tão puro quanto o ar exterior, sem deixá-lo sentir frio”. Ela afirmava também que nada mais teria valor se esse princípio fosse desconsiderado. Florence referia-se não somente ao valor da higiene e da profilaxia, mas à necessidade de profissionais de enfermagem observarem regras e princípios que melhor preservassem e conservassem a saúde, de modo a evitar o aparecimento de doenças. Fazendo alusão às condições sanitárias das residências, destacou cinco pontos que considerava essências para assegurar a higiene das habitações. Ar puro Água pura Rede de esgoto eficiente Limpeza Iluminação Considerando os pontos por ela destacados e a atual necessidade de manutenção da higiene em residências, podemos dizer que, apesar de se relacionar, Mais Sistema de Ensino 4 em princípio, ao final do século passado, a seleção de Florence é atualizada e apropriada à nossa realidade. Muitas doenças são transmitidas quando um desses cinco pontos não é observado ou considerando. Vejamos algumas considerações de Florence a respeito de água e ar puros. Ar puro Em seus escritos, Florence deixa claro que uma boa ventilação na casa é essencial para evitar a transmissão de doenças. Para tanto, é necessário um fluxo contínuo de renovação do ar, ou seja, uma permanente troca de ar, do interior da casa para o exterior e vice-versa. Muitas doenças têm o ar como veículo de transmissão. Dentre estas, destacamos a tuberculose, a gripe e a meningite, etc. Água pura Pela água, muitas doenças podem ser transmitidas ao homem. São as chamadas doenças de veiculação hídrica. Nesses casos, a água é o meio de transporte para o agente causador da doença que, em geral, é eliminado pelo próprio homem, através de seus dejetos (fezes, urina, etc.), ou por poluentes químicos. Existem três formas básicas pelas quais esses agentes podem atingir o homem: Pela ingestão direta da água; Pelo contato a água com a pele e mucosas; Pelo uso de irrigação no plantio de alimentos. Muitas são as doenças transmitidas pela ingestão de água contaminada. Exemplos destas são a hepatite A e E, e a giardíase. Outras podemser adquiridas pelo contato do homem com a água contaminada, como a esquistossomose e a leptospirose. Para o técnico de enfermagem, é importante compreender que os programas de prevenção de doenças não podem ser destinados apenas às campanhas de vacinação e à orientação individual, ou seja, ele deve ser individualizado àquele que procura os serviços de saúde com necessidades específicas: a gestante, o hipertenso, o asmático. Hoje já se tornou comum a crítica que se faz ao fato de o Brasil não cuidar adequadamente de seu meio ambiente. Critica-se, também, o constante descaso com a saúde das pessoas. A maior falta de compromisso tem sido, no entanto, com a educação, pois é através dela que o homem pode alcançar a condição de participante do processo de construção social, passando a interferir na realidade na qual está inserido e a contribuir com ela. Água, Solo, Ar, Temperatura, Matas, Poluição Os problemas ambientais enfrentados no Brasil são de toda ordem, ocasionados seja pelo crescimento desordenado dos centros urbanos, seja pela indústria ou pela agricultura, que para expandirem a capacidade de produção, circulação e consumo de seus produtos não privilegiam medidas de contenção a danos ambientais, pulverizando a degradação ambiental no solo, água, ar, afetando Mais Sistema de Ensino 5 gravemente a nossa flora e fauna, cujas consequências são sérias e afetam não só o equilíbrio ecológico, mas também, diretamente, a vida das pessoas. A degradação progressiva do meio ambiente, decorrente da destruição de nossas florestas, tem modificado o clima e afetado as camadas da atmosfera que nos protegem contra as radiações solares. Os agricultores brasileiros, que vinham trabalhando há décadas em um solo rico e fértil, passaram a conviver com o esgotamento do solo e a necessidade de utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas, na busca de bons resultados em suas colheitas. A televisão, hoje presente em grande parte das residências do meio rural, mudou os hábitos e costumes da população. Muitos agricultores, que antes acordavam às 4 horas, tomavam o seu café e iam para a roça, hoje assistem a novelas e a outros programas até as 21horas ou 22 horas, não conseguindo levantar tão cedo no dia seguinte. Essa mudança de hábitos provocou uma modificação dos horários de trabalho e de exposição ao sol. O fato de muitas pessoas ainda serem analfabetas em nosso país traz consequências sérias para todas as áreas da vida humana. Por não saber ler, o homem deixa de ter acesso a importantes informações que preservam sua saúde, ajudam o desenvolvimento de seu trabalho e de sua vida como um todo. Até meados do século XIX, a raça humana manteve relativa harmonia com o meio ambiente. Com o advento da era industrial e das grandes aglomerações urbanas, houve uma quebra nessa harmonia, o que provocou uma crescente queda do nível de vida do ambiente, com a morte de rios e o desaparecimento de áreas verdes. A essa devastação inconsequente dá-se o nome de poluição. A água é essencial para sustentar a vida na Terra. 71% da superfície terrestre é composta de água. 94% da água da terra é água salgada. 99% do suprimento de água doce da terra se encontram congelada em geleiras, sob as placas de gelo polares ou enterrada no subsolo. Cerca de 1,3 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável. Enquanto uma nação pode utilizar o suprimento de água disponível para descarte de dejetos humanos, seus vizinhos podem utilizar o mesmo curso d'água para beber. Cerca de 40% da população mundial conta com fontes de água compartilhadas. Os rios são poluídos por descargas vindas dos esgotos urbanos não-tratados, dos complexos industriais, das minerações, etc. Evita-se esse tipo de poluição com o tratamento adequado dessas descargas. Os mares vão sendo aos poucos poluídos por esses rios, devido às descargas das indústrias, cidades litorâneas e por naufrágios de grandes petroleiros, que destroem toda a vida ao redor do local do acidente. O solo é prejudicado pelas queimadas e pelo desmatamento. O fogo destrói não apenas as plantas que são o alvo dos incêndios, mas também suas raízes e microrganismos que vivem na terra, tornando-a estéril, sem as proteínas necessárias às plantas. O desmatamento causa também a erosão do solo. Mais Sistema de Ensino 6 Os agrotóxicos são substâncias que os agricultores jogam nas plantações. Eles impedem que insetos e outros bichos acabem com a produção. São como uma vacina contra as doenças das plantas. Os fertilizantes servem para fazer as plantas crescerem mais fortes. O problema é que quando comemos esses alimentos, estamos ingerindo também os agrotóxicos e fertilizantes. Os principais agrotóxicos são os pesticidas e os herbicidas. Cada um mata um tipo de praga. Os principais fertilizantes são os fosfatos e nitratos, que vão se acumulando no solo e poluindo cada vez mais. Alguns agricultores não usam fertilizantes nem agrotóxicos. Eles utilizam soluções naturais para combater as pragas. Isso é chamado de "agricultura orgânica". Alguns supermercados vendem alimentos orgânicos. Eles são um pouco mais caros do que o normal, mas vale a pena: fazem bem para a saúde e para a natureza. A partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial, aumentou muito a poluição do ar. A queima do carvão mineral despejava na atmosfera das cidades industriais européias, toneladas de poluentes. A partir deste momento, o ser humano teve que conviver com o ar poluído e com todos os prejuízos advindos deste "progresso". Atualmente, quase todas as grandes cidades do mundo sofrem os efeitos daninhos da poluição do ar. Cidades como São Paulo, Tóquio, Nova Iorque e Cidade do México estão na lista das mais poluídas do mundo. A poluição gerada nas cidades de hoje são resultados, principalmente, da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem lançado uma grande quantidade de monóxido e dióxido de carbono na atmosfera. Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia que alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado atualmente é extremamente difícil. Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos. A atmosfera é atingida pelas descargas das chaminés das fábricas, dos automóveis, dos aviões, etc. Por fim, o uso de defensivos agrícolas, aos poucos, contamina rios e campos. Esta prática representa perigo para os consumidores de alimentos tratados com esses defensivos, os quais também comprometem a qualidade da água utilizada para o abastecimento. Os principais poluentes do solo são os agrotóxicos e as montanhas de lixo sólido, amontoados em lugares não apropriados, como os depósitos clandestinos. Apesar das notícias negativas, o homem tem procurado soluções para estes problemas. A tecnologia tem avançado no sentido de gerar máquinas e combustíveis menos poluentes ou que não gerem poluição. Muitos automóveis já estão utilizando gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo, temos milhões de carros movidos a álcool, combustível não fóssil, que poluí pouco. Teste com hidrogênio tem Mais Sistema de Ensino 7 mostrado que num futuro bem próximo, os carros poderão andar com um tipo de combustível que lança, na atmosfera, apenas vapor de água. O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calorfica concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas. Futuramente, pesquisadores afirmam que poderemos ter a elevação do nível de água dos oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas espécies animais poderão ser extintas e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais frequência. À medida que o gelo polar derrete, os níveis cada vez mais altos dos mares afetarão as enseadas mais baixas. As monções de verão se intensificarão. Doenças transmissíveis por insetos, como malária, migrarão sua habitação para regiões mais ao norte. O termo aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Se este aumento se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provados que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. 3. CRESCIMENTO DAS GRANDES CIDADES e ÊXODO RURAL A qualidade de vida dos espaços urbano e rural das cidades, pode ser entendida, de forma genérica, como o bem-estar dos seus habitantes, sendo influenciada por aspectos sociais, físicos, espaciais, ambientais, educacionais, culturais, entre outros. A pobreza rural não está relacionada apenas com rendimentos ou níveis de consumo. Deve ser considerado também o fornecimento inadequado de serviços de saúde e de emergência, água, esgoto, escola e transporte. As ligações entre má saúde e pobreza são fortes, pois a maioria dos pobres rurais não detêm fácil acesso a serviços de saúde, mesmo que enfrentem muitos riscos em seus ambientes domésticos e de trabalho. A razão deve-se à distância entre os moradores e as instalações fornecedores desses serviços. Dessa forma, a qualidade de vida da população fica bastante debilitada, visto que as cidades são caracterizadas pela distribuição desigual da renda entre as classes sociais, pela segregação espacial e pela oferta insuficiente e desigual de infraestrutura de atividades e serviços. Atualmente, a área rural enfrenta sérios problemas relacionados às áreas de saúde, educação e transportes; principalmente devido ao seu isolamento geográfico, a sua baixa densidade populacional e às condições econômicas que juntos, dificultam e limitam os serviços de transportes, essenciais para os deslocamentos às cidades. O crescimento das cidades e dos aglomerados urbanos, geralmente, reforça problemas de ordem ambiental. As agressões ao meio ambiente ocorrem devido a um somatório de fatores, ligados basicamente ao uso e ocupação desordenada do solo, ao crescimento da malha urbana sem o acompanhamento adequado de recursos de Mais Sistema de Ensino 8 infraestrutura e a expansão imobiliária. Assim, áreas inadequadas são ocupadas pela população carente, acarretando o comprometimento dos recursos ambientais, com prejuízo para a sociedade como um todo, especialmente os que são obrigados a conviver dia a dia em situação precária. A ocupação e o desenvolvimento dos espaços habitáveis sejam eles no campo ou na cidade, não podem ocorrer de forma casual, de acordo com os interesses privados e da coletividade. São necessários estudos da natureza da ocupação, sua finalidade, avaliação da geografia local, da capacidade de comportar essa utilização sem danos para o meio ambiente, de maneira a permitir boas condições de vida para as pessoas, permitindo o desenvolvimento econômico-social, harmonizando os interesses particulares e os da coletividade. Esses problemas ambientais e socioeconômicos existentes nas periferias pobres atingem não só a população local que vive em um meio ambiente degradado e não compartilha qualquer qualidade de vida, como também atinge toda a sociedade, uma vez que sendo o meio ambiente sistêmico, a degradação local pode interferir em uma escala maior. Nesse sentido, a urbanização acelerada que ocorre no país tem trazido consequências drásticas ao ambiente urbano, sendo uma das principais, a ocupação periférica de baixa renda em áreas de mananciais, onde a infraestrutura é precária, refletindo em problemas graves de esgotamento sanitário, o qual polui os corpos d’água trazendo riscos à saúde e ao abastecimento, prejudicando as condições de vida da população. 4. HIGIENE DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO Higiene da Criança Os cuidados dispensados as crianças nos primeiros anos de vida e mesmo antes do nascimento são decisivos para reduzir significativamente os índices de mortalidade infantil e para propiciar crescimento saudável. A orientação do banho da criança para a mãe ou responsável é imprescindível por isso o técnico de enfermagem deve repassar os procedimentos corretos. O banho é o principal meio de higiene para os lactentes, não é mais necessário utilizar água fervida, nem esterilizar o recipiente. A água será na temperatura de 36 graus, usar sabonete neutro, segurar a criança com a mão e o braço esquerdo e com a mão direita passa-se um pano macio e limpo, ensaboando pelas várias partes do corpo, tendo especial cuidado nas pregas. Em tempo frio, é necessário aquecer o quarto a temperatura de 20 a 22 graus. É conveniente ter tudo a mão para não ter que ir buscar coisa depois de pôr no banho a criança. Tomando o cuidado de nunca deixar a criança sozinha na água. Pode-se banhar a criança no horário mais adequado para a mãe, geralmente de manhã. O banho na hora de deitar ajuda passar a noite tranquila. Deve-se fazer diariamente a limpeza dos órgãos genitais antes do banho para evitar a acumulação de uma substância esbranquiçada e cremosa que causam irritação e coceira. Nos meninos e preciso puxar o prepúcio para trás, no caso que não seja possível, levar a criança ao médico que tratara o caso. Nas meninas separar os grandes lábios fazendo a limpeza que deve ser feita da frente para trás para evitar levar germes do ânus para a vulva. Mais Sistema de Ensino 9 Fazer a limpeza do rosto, olho, nariz e ouvidos evitando que vá sabão aos olhos. Se houver secreção ou crostas no nariz, limpar com um cotonete, da mesma forma a orelha e o ouvido se forem observados cerume. Crianças maiores devem-se ensinar a escovar os dentes com uma escova pequena e macia, escolher uma pasta de dente muito suave próprias para a idade. Qualquer cárie deve ser tratada. A mãe pode receber algumas informações como: Lavar várias vezes ao dia as mãos, especialmente antes de preparar as refeições. Manter as unhas curtas. Segurar a criança com suavidade, mas com segurança, nos primeiros meses o lactente é incapaz de suportar o peso da cabeça por isso é necessário sustê-lo pela nuca quando levantado. E conveniente deixar a criança sem roupa antes do banho para movimentar-se e colocá-lo em várias posições para que utilize diversos grupos de músculos. Deixar as crianças brincar ao ar livre, receber sol a princípio por pouco tempo e ir aumentando gradualmente. Ao vestir a criança conversar com ela estimulando o vínculo de amor entre mão e filho. Estar atento a temperatura, vento, umidade atual, ter sempre a mão peça fácil de vestir ou despir, se a temperatura diminuir ou aumentar. Usar roupas de algodão, não a colocar direto na pele e evitar roupas apertadas. No verão usar roupa leve e ventilada. Nos dias frios deve-se evitar o excesso de roupas que a faz transpirarem favorecendo resfriados. O calçado deve adaptar-se bem ao pé para evitar deformações. E conveniente imunizar a criança contra diversas enfermidades. Por isso devem-se vacinar as crianças nas datas certas, com a idade certa e estar com o cartão de vacina em dia. Alguns bons hábitos que devem ensinar aos filhos: Descansar sem interrupção a noite toda; Obediência; Comer corretamente; Ordem; Domínio sobre a bexiga e o intestino. Hábitos que devem ser evitados: Chupeta; Chupar dedo; Bater quando contrariada; Ataques de fúria; Chorar para ir ao colo. Higiene do Adolescente e Adulto A adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), corresponde à faixa de 10 a 19 anos de idade na vida do indivíduo. É neste período que ocorrem importantes transformações no corpo (puberdade), no modo de pensar e agir e no desempenho dos papéis sociais. Estas transformações físicas, emocionais e sociais, provocam mudanças importantes nas relações do adolescente com sua Mais Sistema de Ensino 10 família, amigos e companheiros e ainda na maneira como ele se percebe como ser humano. O corpo do adolescente passa por transformações dramáticas, embora sua maturidade varie muito de pessoa para pessoa. Higiene Feminina Na hora do banho, tenha atenção especial com a parte externa, já que existem várias “preguinhas” na pele dessa região que podem acumular o esmegma, um resíduo branco formado pela combinação de células epiteliais, óleo e gordura genital; Evite usar sabonetes comuns em excesso nessa região. Por serem alcalinos, eles podem causar irritações; O uso de sabonetes neutros ou de sabonetes íntimos pode auxiliar, principalmente, em casos de irritação ou corrimentos de repetição. Evite o uso de buchas, cotonetes ou outros materiais que possam machucar a pele dessa região: Quando for urinar utilize o papel higiênico no sentido da vagina em direção ao ânus, para que não haja contaminação com as bactérias provenientes do intestino; A duchinha pode ser utilizada, mas é preciso evitar água muito quente, que pode tirar a proteção natural da vagina; Durante a menstruação, a atenção à higiene deve ser redobrada, já que a presença de sangue altera o pH vaginal. Além disso, o sangue por si só é um “meio de cultura”. “Os absorventes internos ou externos devem ser trocados de acordo com a necessidade, porém o intervalo entre as trocas não deve exceder quatro horas durante o dia”. Higiene Masculina Lavar seu pênis expondo a glande, puxando o prepúcio. O esmegma, substância de mal cheiro, que fica entre a base do prepúcio e a glande, demonstra falta de higiene; Cortar o excesso de pelos desta região para não ferir a glande quando estes ficam enroscados nela evitando ferimentos locais; Enxugar o pênis após urinar com papel higiênico evita que restos de urina fique na pele; Lavar a mão antes de urinar é importante e evita doenças, pois o pênis está limpo e a mão pode estar contaminada; Evitar calças e cuecas excessivamente apertadas que levam a traumas contínuos na pele do escroto e nos testículos; Também é importante o auto-exame dos testículos para detectar qualquer anormalidade local; Higiene do Idoso O envelhecimento é um processo universal, que de um termo geral refere-se a um fenômeno fisiológico, e de comportamento social, isto é, de idade. É um processo em que ocorrem mudanças nas células, nos tecidos e no funcionamento de diversos órgãos. Na velhice, as estruturas relacionadas a locomoção também são alteradas, os ossos ficam mais frágeis e, portanto, com maior risco de fraturas; ocorre perda de massa e da força muscular, gerando dificuldade de manter o equilíbrio e, como consequência, o idoso pode apresentar o andar lento e arrastado, e ainda diminuição da agilidade. Em virtude das alterações das estruturas das juntas (endurecimento), Mais Sistema de Ensino 11 artrose, pode haver diminuição da estrutura (altura) e o idoso tende a se inclinar para frente (em consequência a acentuação da curvatura do osso). A maioria dos idosos pertencem à gerações de conduta moral rígida e costumes recatados, onde até perante o cônjuge, não ficariam à vontade! Imagine o mal-estar e o pânico de um senhor, que sempre manteve seus hábitos e sentimentos extremamente conservadores em relação ao pudor; e que está sendo banhado por pessoas estranhas, invadindo a sua privacidade, com hábitos contrários aos seus, que foram cultivados e mantidos por décadas. Outras causas de resistência ao ato de tomar banho: Quedas no banheiro. Queimaduras por água quente ou por exposição ao frio extremo. Sabonete nos olhos. Cuidador sem paciência no manejo do banho, palavras bruscas ou hematomas causados pela força ao segurar. O idoso pensa que já tomou o seu banho. Fatores climáticos e culturais (origem européia) Ao contrário, também existe idoso que adora tomar banho, sendo por isso um ótimo recurso a ser utilizado, quando se encontrar muito agitado. Higiene A rotina do banho é essencial. Mudanças de horário e da maneira de como conduzir o banho, devem ser evitadas. Deixar que o idoso realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar- se. A melhor maneira de o cuidador agir, é na condição de incentivador e auxiliar. Preparar tudo nos mínimos detalhes. A falta de uma preparação adequada poderá levar a uma situação tensa e perigosa. Assim, se os objetos necessários não estão à mão (sabonete, shampoo, toalha, roupas limpas), podem ocorrer quedas. Banho de chuveiro, com água em abundância e temperatura agradável são requisitos indispensáveis. Banho de banheira ou no leito é reservado para situações especiais. Após o banho, deve-se ter a toalha ao alcance, para que o idoso possa se secar, orientá-lo a sentar ao secar principalmente entre os dedos dos pés. Vestir-se se possível em local aquecido para evitar resfriados. O banho também é um ótimo momento para realizar uma revisão sistemática da pele, unhas e cabelos, observando assim alguma lesão escondida, rachadura na pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma, escaras que estão iniciando, micoses e etc. As unhas devem ser cortadas semanalmente. O cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses (dentaduras) ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser rigorosamente observados, principalmente após as refeições. Os cabelos devem ser lavados regularmente e revisados em busca de parasitas. Os cortes do cabelo e da barba devem ser feitos periodicamente. A atitude a tomar em relação ao idoso que não quer fazer a sua higiene, e nem deixar o cuidador fazê-lo, é a de manter postura determinada, evitando a confrontação e a discussão, conduzindo com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa! 5. EXAMES DA CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO Mais Sistema de Ensino 12 CRIANÇA É indispensável que a criança seja submetida a exames de saúde periódicos, para verificação do crescimento e desenvolvimento, prescrições higiênicas, aplicação de vacinas e para identificar no início anormalidades físicas e emocionais (violência doméstica, maus tratos e abuso sexual). As crianças devem fazer o rastreio de doenças metabólicas (teste do pezinho), audição, visão, estrabismo, displasia da anca e criptorquidia (testículos que não desceram para as bolsas). As crianças de 0 a 2 anos podem ser acompanhadas mensalmente nas unidades de saúde onde é realizada a puericultura. ADOLESCENTE Há problemas que se manifestam na adolescência e que podem ser identificados nos exames de vigilância, tais como: Depressão e o risco de suicídio; Alterações do comportamento alimentar (anorexia e bulimia); Anemia e infecções (hemograma); Disfunção familiar; Maus tratos e abuso sexual; Dificuldades de aprendizagem. Todas as adolescentes sexualmente ativas devem fazer rastreio de doenças sexualmente transmissíveis, através da realização de exame ginecológico anual e colpocitologia. Aos adolescentes de ambos os sexos com vida sexual ativa deve ser reforçado o aconselhamento sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e propostos meios contraceptivos eficazes, para umavivência responsável da sua sexualidade. ADULTO Homem e Mulher Os principais fatores de risco que o médico deve avaliar e discutir com um paciente adulto são as seguintes: Abuso de álcool, tabaco e outras drogas; Hábitos alimentares; Vida sedentária; Comportamentos sexuais de risco; Hipertensão arterial; Hipercolesterolemia; Análises de sangue e urina realizadas de forma indiscriminada; Cancro do colo do útero (sexo feminino); Cancro da mama (sexo feminino); IDOSO Os principais fatores de risco que o médico deve avaliar e discutir com um paciente idoso são as seguintes: Polimedicação; Hábitos alimentares; Abuso de álcool e tabaco; Hipertensão arterial; Mais Sistema de Ensino 13 Hipercolesterolêmica; Análises de sangue e urina realizadas de forma indiscriminada; Fatores associados a quedas; Ausência de suporte familiar e social; Diminuição da visão e audição; Cancro da próstata; Cancro do cólon e reto; 6. EXAMES PRÉ NUPCIAIS, CUIDADOS PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO Os exames pré-nupciais têm como finalidade avaliar as condições de saúde do futuro casal, preparando-o para constituição da futura prole. Inicialmente são solicitados os seguintes exames: Para o Homem Espermograma com a finalidade de avaliar as condições dos espermatozóides, quanto a volume mobilidade, formas etc. Grupo sanguíneo e fator Rh (de importância quando este é RH positivo e a parceira é Rh negativo) VDRL (pesquisar sífilis) Pesquisa de Hepatite B e C HIV (com o consentimento do casal) Glicemia (para descartar Diabetes). Sumário de urina. Parasitológico Para a Mulher Grupo sanguíneo e fator RH (importante se é Rh negativo). VDRL Glicemia Pesquisa e Hepatite B e C Rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus HIV (com consentimento do casal). Citologia Vaginal (tratar fungos, bactérias, etc.) Ultrassonografia Pélvica, ou transvaginal (avaliação do útero, descartar miomas e outras patologias pélvicas). Dosagens hormonais. Sumário de urina Parasitológico Ultrassonografia mamária ou Mamografia. Colposcopia (a critério do profissional). Cuidados Pré Natal O pré-natal é indicado para todas as mulheres grávidas durante toda a gravidez e tem caráter preventivo. As consultas devem ser mensais, até o sétimo mês de gestação e quinzenais a partir daí. Exames como: Papanicolau, para verificar senão há câncer de colo do útero. Mais Sistema de Ensino 14 Um exame sanguíneo também poderá ser pedido para identificar o seu tipo sanguíneo e fator Rh. O teste sanguíneo também é para identificar se há deficiência de ferro, que pode levar à anemia, identificar doenças sexualmente transmissíveis (como sífilis e AIDS) e imunidade à rubéola. Um teste para verificar diabetes também pode ser feito se você estiver significantemente acima do peso, tiver pressão sanguínea elevada, tiver um histórico de diabetes na família, se sua idade for acima de 35 ou se previamente você deu à luz a um bebê muito grande. Testes de urina também são feitos para verificar o nível de açúcar e proteínas e também para checar se não nenhuma infecção urinária. Exame de ultrassom, geralmente intravaginal, para verificar idade fetal e número de fetos. O cálculo da data provável do parto (DPP) também é feito na primeira visita ao médico. O cálculo é geralmente baseado na data de seu último período menstrual. Cuidados Puerpério Assistência à mulher no puerpério O puerpério inicia-se na 1º e 2º hora após o parto a saída da placenta. O término é imprevisto, pois enquanto a mulher amamentar ela estará sofrendo modificações da gestação. Divide-se o puerpério em: IMEDIATO: 1º ao 10º dia TARDIO: 11º ao 42º dia REMOTO: a partir do 43º dia A puérpera apresenta um estado de exaustão e relaxamento (principalmente se ela ficou longo período sem adequada hidratação). Cuidados de Enfermagem Imediato: Controlar sangramento vaginal a cada 30 min; Observar coloração das mucosas; Verificar SSVV a cada 30 min; Observar e anotar estado geral da paciente; Estar alerta para a possibilidade de hipotonia ou atonia uterina; Administrar ocitocina, se necessário (conforme orientação OMS); Realizar massagem uterina; Aplicar bolsa de gelo sobre a episiotomia para evitar a ocorrência de hematoma; Manter paciente aquecida (sentem frio devido a reação nervosa, fadiga e descompressão abdominal); Manter a paciente limpa e confortável (para promover descanso); Estimular deambulação precoce: Parto Normal após 4h; Parto sob analgesia peridural após 6h; Anestesia raquimedular após 6h. Deve-se orientar a puérpera a retornar uma nova avaliação entre 30º e o 42º dia pós-parto. Nesta ocasião, ouvem-se queixas da mulher e procedem-se novos exames físicos. Importante é discutir o aleitamento materno e orientar a mulher para problemas que tenham surgido ou que ela tenha ouvido de outras pessoas. Mais Sistema de Ensino 15 Nas puérperas que não completaram seus esquemas de vacinação, deve-se aproveitar este momento para fazê-lo, em especial da imunização contra o tétano, hepatite B e rubéola. Nas mulheres que não realizaram exames preventivos para câncer cervical, este momento também é oportuno, pois se trata praticamente da liberação da mulher às suas atividades normais é importante conversar também qual método de barreira será utilizado pela puérpera. 7. HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS Coma quatro ou cinco vezes por dia Fazendo quatro ou cinco refeições leves e equilibradas, o organismo leva a utilizar mais facilmente o seu combustível de reserva, que são as gorduras, além de conseguir controlar melhor seu apetite e vontade de beliscar alimentos desnecessários. Coma a intervalos regulares O ideal é fazer uma refeição a cada três horas. Se isso não for possível, estabeleça intervalos de no máximo 4 horas entre as refeições. Uma vez fixados esses horários, há uma tolerância de meia hora, contanto que sejam obedecidos os intervalos mínimos e máximos. Coma sempre nos mesmos horários Programe os horários das refeições de modo que possa cumpri-los e faça todo o possível para cumpri-los de fato. Alimentando-se sistematicamente nos mesmos horários, seu organismo se acostumará ao novo ritmo e ficará condicionado a esperar a comida somente nestes horários. Coma devagar e preste atenção ao que come Observe primeiro o que irá comer. Mastigue bem, e lentamente, para sentir a textura e o sabor de cada alimento, experimentando o prazer de saborear o que come. Ao se alimentar dessa forma, seu cérebro receberá maior número de informações, que contribuirão para acionar o centro da saciedade, levando sua fome a ser satisfeita com menores quantidades de alimento. Beba bastante líquido Beba bastante água filtrada, mineral (sem gás) e sucos naturais (sem açúcar) para hidratar-se. Evite o consumo de café, refrigerantes e sucos industrializados. Mais Sistema de Ensino 16 Não adote dietas radicais A grande perda de peso em curto período de tempo é prejudicial ao metabolismo do organismo, pois a grande perda de massa magra, e consequente redução do gasto energético total, leva possivelmente ao aumento de massa gordurosa após a dieta restritiva. Se tiver vontade de comer um doce, coma-o. Mas lembre-se: somente um pedaço ou unidade. Isso é melhor do que devorar uma caixa de bombom no final do dia. Evite o uso de óleos e temperos industrializados para temperar as saladas Se quiser pode usar um fio de azeite, mas abuse mesmo dos temperos aromáticos como orégano, manjericão, cheiro verde, louro, pois deixarão a salada mais saborosa. Dê preferência às carnes magras e sem gorduravisível Pois possui menos gordura e menos calorias como peixe, frango (partes magras e sem pele), peru, patinho, contrafilé. O modo de prepará-las também é importante: cozidas, grelhadas ou assadas. Evite enlatados, temperos industrializados, apresuntados e defumados Eles são ricos em sódio e perigosos para pessoas com predisposição a pressão alta. Cuidado com os produtos light e diet Apesar de apresentarem redução de algum nutriente, nem sempre, esta restrição é em calorias ou gorduras. É bom lembrar que, a maior parte do colesterol é fabricada pelo próprio corpo, cerca de 70%, no fígado, enquanto que apenas 30% provêm da alimentação. Existem pessoas que já nascem geneticamente destinadas a serem grandes produtoras dessa molécula. Se elas conseguissem cortar todo o colesterol da dieta, o que é uma missão impossível, ainda não resolveriam seu problema e precisariam de remédios. Para prevenir as doenças é preciso limitar o consumo de alimentos do reino animal, como leite e iogurte integrais, queijos amarelos (prato, mussarela, provolone, parmesão), carnes gordas, miúdos (fígado, moela, rim, língua), embutidos (linguiça, salsicha, mortadela, salame, presunto). Os alimentos do reino vegetal estão livres de colesterol. Contudo, não basta cortar a gordura, é preciso manter uma dieta de baixa caloria, porque todo nutriente em excesso é transformado em gordura dentro do corpo. Aos alimentos já citados, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que, para combater o aumento do colesterol, deve ser evitada a ingestão de outros alimentos como biscoitos amanteigados, croissants, folhados, sorvetes cremosos, carne de porco (bacon, torresmos), pele de animais terrestres, animais marinhos (camarão, lagosta, sardinha e outros frutos do mar). Atenção especial deve-se ter com a ingestão da gema de ovo. Não se pode esquecer que ela participa, também, do preparo de diversos alimentos (bolos, tortas, panquecas, macarrão, etc.) A Sociedade Brasileira de Cardiologia preparou uma tabela onde mostra os alimentos que podem ser consumidos e os que devem ser evitados. Mais Sistema de Ensino 17 Alimentos Preferir Evitar Peixes, carnes, aves e frutos do mar Peixes, frango sem pele, carnes magras. Retirar toda a gordura visível. Carnes gordurosas, vísceras (fígado, coração), embutidos Leite e derivados Leite e iogurte desnatado, queijo branco ou ricota. Leite e iogurte integrais, queijos amarelos, cremosos. Ovos Clara de ovo. Receitas: 2 claras = 1 ovo Gema de ovo. Frutas e verduras Frutas e verduras frescas. Verduras na manteiga Doces Massas de bolo sem gema de ovo, sorvete e doces de frutas. Massas de bolo com gema de ovo, sorvetes com leite, doces com coco, chocolate e chantilly Pães, cereais e grãos Pães pobres em gordura, cereais integrais (aveia, trigo, farelo), massas sem gema de ovo, grão de bico, feijão, ervilha, lentilha, batata, arroz, mandioca. Pães com recheio, manteiga, croissants, bolachas, massas com gema de ovo Gorduras, óleos e molhos Margarinas, óleos vegetais (soja, milho, canola e azeite de oliva). Frituras, manteiga, óleo de coco e de dendê, maionese, gordura animal (toucinho, banha), molhos com creme de leite. 8. ALCOOLISMO, TABAGISMO E DROGAS NA VIDA DO SUJEITO ALCOOLISMO Desde os tempos mais remotos da história do homem, ele abusou do consumo do álcool com propósitos eufóricos, para celebrar várias festividades, para dar cunho solene a rituais religiosos, no exercício de atividades sociais e para proporcionar alívio do seu stress emocional imediato ou contínuo. Os problemas relacionados ao alcoolismo ocorrem, em média, por volta dos quarenta anos. São a consequência do hábito de beber, iniciado muitos anos antes, na maioria das vezes durante a adolescência. Em geral se verifica que o alcoólatra começa a se habituar através do etilismo social, no qual ele tanto encontra alívio das tensões usuais da sua vida quanto descobre que suas tensões internas podem ser neutralizadas pela ingestão de bebidas alcoólicas. Com o decorrer do tempo ele se torna cada vez mais dependente da bebida como um meio de reduzir a ansiedade. O alcoolismo ainda é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Igualmente, o reconhecimento da sua existência como um hábito ou vício gradual tem lugar, em média, quase uma década antes nos homens do que nas mulheres, apesar de que se nota uma tendência à diminuição deste tempo. Muitas mulheres casadas começam a beber na meia idade, quando seu papel de mãe e esposa é desafiado pela partida de seus filhos, o desafio do "ninho vazio". Quando se examinam as famílias e os parentes de alcoólatras em relação ao risco de doença psiquiátrica, parece que os distúrbios afetivos primários são descobertos em uma considerável proporção de mulheres alcoólatras, nas quais este termo é usado para significar um distúrbio presente antes que tenha ocorrido o etilismo excessivo. Mais Sistema de Ensino 18 A genética, a constituição e as experiências emocionais da mulher, em suas transações familiares e sociais, contribuem para predispor ao alcoolismo. As influências culturais reforçam os padrões familiares, estabelecendo a predileção pelo abuso do álcool como o meio de obter alívio da ansiedade e da depressão (que realmente ocorrem muito mais em mulheres que em homens). Os fatos principais referentes ao metabolismo do álcool podem ser resumidos dentro dos itens que se seguem: O álcool é absorvido no estômago e no intestino delgado. O álcool absorvido pode aparecer logo no ar expirado e na urina, mas é muito pouco eliminado por estas vias. A absorção do álcool é maior quando ingerido com o estômago vazio e se retarda quando usado no curso das refeições ou juntamente com leite e com alimentos gordurosos. O álcool absorvido fornece ao organismo 7 calorias por grama. A metabolização do álcool se dá quase inteiramente no fígado. O álcool provoca doenças no sistema nervoso, estômago, fígado, pâncreas, além de distúrbios nutricionais, alterações da imunidade e sociopatias. A tolerância ao álcool acontece através do fígado. Este órgão dispõe de enzimas capazes de decompor e eliminar o álcool ingerido, transformando-o numa primeira etapa em um composto bastante tóxico, o acetaldeído, responsável pelas famosas ressacas. Existem pessoas que tem um fígado rico nestas enzimas e por isso rápido na decomposição do álcool, que fica pouco tempo na circulação, logo não tendo tempo de fazer muito efeito. Essas pessoas bebem bastante e se embriagam pouco, um processo que chamamos de tolerância ao álcool. Esses, citados na sociedade como pessoas que "sabem beber", são os candidatos a futuros alcoólicos, exatamente porque conseguem beber muito. Como também eliminam rapidamente os derivados tóxicos, no início da doença têm muito poucas ressacas, o que os estimula a voltar a beber. Já aqueles que se embriagam com um copo de cerveja e passam o dia seguinte com dor de cabeça e vômitos, não sendo tolerantes ao álcool, dificilmente vão conseguir beber a quantidade necessária para detonar a doença. Tratando-se de doença crônica, o alcoolismo exige permanente ação de recuperação: trata-se de um programa para toda a vida. Frequentemente encontram- se recuperações apenas parciais, em que alcoólicos apenas param de beber e recusam-se a fazer quaisquer mudanças em seu comportamento, atitudes e valores; embora abstinentes, ainda estão muito adoecidos emocional e espiritualmente. São pessoas que a comunidade de A.A. diz estarem em "porre seco" ou que "só tamparam a garrafa". Como a recuperação também é progressiva, estão também mais sujeitos a uma recaída. Recuperação e recaída são como duas faces da mesma moeda: quem não está se recuperando, está recaindo e vice-versa. Esta gangorra das emoções é normal e não deve assustar além da justa medida, acontecendotambém com outros doentes crônicos, o diabético com sua dieta ou o reumático com seus exercícios. No alcoolismo, importante é não deixar qualquer recaída evoluir a ponto de se voltar a beber, porque aí entram em ação as poderosas forças da doença primária – a dependência química – e aí a situação fica novamente fora do controle do alcoólico. TABAGISMO O uso do tabaco surgiu aproximadamente no ano 1000 A.C, nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico-religiosos. A planta, cientificamente Mais Sistema de Ensino 19 chamada Nicotina Tabacum, chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis. Quando os portugueses aqui desembarcaram, tomaram conhecimento do tabaco pelo contato com os índios. A partir do século XVI, o seu uso disseminou-se pela Europa, introduzido por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal, com utilização até para curar as enxaquecas de Catarina de Médici, rainha da França. Suas folhas foram, comercializadas sob a forma de fumo, rapé, tabaco para mascar e charuto, até que, no final do século XIX, iniciou-se a sua industrialização sob a forma de cigarro. Seu uso espalhou-se de forma epidêmica por todo o mundo a partir de meados do século XX, ajudado pelo desenvolvimento de técnicas avançadas de publicidade e marketing. A folha do tabaco, pela importância econômica do produto no Brasil, foi incorporada ao brasão da República. O Consumo de Cigarro no Brasil De acordo com o Banco Mundial, o consumo do fumo gera uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano. Esta perda é causada por diversos fatores, como sobrecarga do sistema de saúde com tratamento das doenças causadas pelo fumo, mortes precoces de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadoria precoce, aumento de 33% a 45% no índice de faltas ao trabalho, menor rendimento no trabalho, mais gastos com seguros, mais gastos com limpeza, manutenção de equipamentos e reposição de mobiliários, maiores perdas com incêndios e redução da qualidade de vida do fumante e de sua família. Mesmo assim, a receita proveniente da taxação do tabaco, a geração de empregos e as exportações são argumentos empregados pela indústria fumageira no seu lobby econômico para convencer as instâncias governamentais da importância da indústria do fumo para a economia do país, o que, é claro, acaba por dificultar as ações de controle do tabagismo. O recolhimento de impostos que incidem sobre o cigarro é muito significativo para a economia do país, mas os prejuízos decorrentes do tabagismo superam qualquer questionamento puramente econômico. No Brasil a taxa, atualmente, do maço de cigarros está em 74%, enquanto nos outros países como a Dinamarca o taxam em até 83%. Outro aspecto importante, que deve ser contabilizado nessas perdas, são as agressões ao meio ambiente e à saúde daqueles que lidam com a cultura do tabaco. Substâncias da Fumaça do Cigarro Quando cigarros industrializados ou de fumo-de-rolo, cachimbos e charutos são acesos, algumas substâncias são inaladas pelo fumante e outras se difundem pelo ambiente. Essas substâncias são nocivas à saúde. Todas as formas de uso do tabaco, inclusive os cigarros com mentol, filtros especiais, com baixos teores (light, extra-light) etc. têm uma composição semelhante, não havendo, portanto, cigarros “saudáveis” ou cachimbos e charutos que façam menos mal. Isso ocorre porque, mesmo escolhendo produtos com menores teores de alcatrão e nicotina, os fumantes acabam compensando essa redução, fumando mais cigarros por dia e tragando mais frequente ou profundamente, ou seja, fazendo outras modificações compensatórias em consequência da dependência à nicotina. A fumaça do cigarro é uma mistura de cerca de 5 mil elementos diferentes. Ela é formada pelos seguintes componentes: Nicotina: considerada droga pela OMS. Sua atuação no sistema nervoso central é como a da cocaína, com uma diferença: chega entre 2 e 4 segundos mais rápido ao Mais Sistema de Ensino 20 cérebro que a própria cocaína. A nicotina aumenta a liberação de catecolaminas, acelerando a frequência cardíaca, com consequente vasoconstricção e hipertensão arterial. Provoca uma maior adesividade plaquetária, e juntamente com o monóxido de carbono leva à aterosclerose. Contribui assim para o surgimento de doenças cardiovasculares. No aparelho gastrointestinal, a nicotina estimula a produção de ácido clorídrico, podendo levar ao aparecimento de úlcera gástrica. Também estimula o sistema parassimpático, o que pode causar diarréia. Monóxido de Carbono (CO): tem afinidade com a hemoglobina (Hb), contida nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para os tecidos de todos os órgãos do corpo. A ligação do monóxido de carbono com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos de oxigênio e causando doenças como a aterosclerose. Alcatrão: composto de mais de 40 substâncias comprovadamente carcinogênicas que incluem o arsênio, níquel, benzopireno e cádmio. Carcinogêneos são substâncias que provocam câncer, como os resíduos de agrotóxicos nos produtos agrícolas, como o DDT, e até substâncias radioativas, como é o caso do polônio 210 e do carbono 14, todos encontrados no tabaco. Vale ressaltar que as substâncias da fumaça do cigarro têm efeitos sobre a saúde do fumante, mas também sobre a saúde do não-fumante, exposto à poluição do ambiente causada pelo cigarro. Doenças associadas ao uso de cigarro Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 80 mil pessoas morram precocemente devido ao tabagismo, número que vem aumentando ano a ano. Em outras palavras, cerca de oito brasileiros morrem por hora por causa do cigarro. O tabagismo é diretamente responsável por: 30% das mortes por câncer; 90% das mortes por câncer de pulmão; 25% das mortes por doença coronariana; 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica; 25% das mortes por doença cérebro-vascular. Outras doenças que também estão relacionadas ao uso do cigarro são: Aneurismas arteriais; Trombose vascular; Úlcera do trato digestivo; Infecções respiratórias; Impotência sexual no homem. Um Mundo Livre de Tabaco É necessário que todos os grupos sociais se mobilizem, de forma esclarecida, contra o tabagismo, para que as gerações futuras possam desfrutar de um mundo menos poluído pelo tabaco. Muito importante nessa luta, são as crianças e os adolescentes, que atuam como fortes agentes de mudança comportamental e social. Para isto é fundamental que todos participem, informando, protegendo crianças e gestantes da fumaça do cigarro, criando ambientes livres do fumo, incentivando e apoiando o trabalho dos órgãos de saúde e de lideranças do governo na busca de Mais Sistema de Ensino 21 soluções para o plantio alternativo de tabaco, na elaboração de legislações específicas, no desenvolvimento de atividades nas escolas que abordem o tema, etc. Enfim, todos devem contribuir para que se alcance uma sociedade livre de tabaco. DROGAS Maconha Os efeitos físicos mais frequentes do uso da maconha são: avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 por minuto para 120 - 140 batidas por minuto). Com o uso contínuo, alguns órgãos como o pulmão passam a ser afetados mais seriamente pela maconha. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão, presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão. O consumo de maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino que é responsável, entre outras coisas, pela produçãode espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor. Os efeitos psíquicos são os mais variados, sendo que a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são um bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção. Em um longo prazo, o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano. Heroína A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, obtido de uma planta denominada Papoula. A designação química da heroína é diacetilmorfina. A heroína se apresenta no estado sólido. Para ser consumida, ela é aquecida, normalmente com o auxílio de uma colher onde a droga se transforma em líquido e fica pronta para ser injetada. O consumo da heroína pode ser diretamente pela veia, forma mais comum no ocidente, ou inalada, como é, normalmente, consumida no oriente. A heroína é uma das mais prejudiciais drogas de que se tem notícia. Além de ser extremamente nociva ao corpo, a heroína causa rapidamente dependência química e psíquica. Ela age como um poderoso depressivo do sistema nervoso central. Logo após injetar a droga, o usuário fica em um estado sonolento, fora da realidade. Esse estado é conhecido como "cabeceio" ou "cabecear". As pupilas ficam muito contraídas e as primeiras sensações são de euforia e conforto. Em seguida, o usuário entra em depressão profunda, o que o leva a buscar novas e maiores doses para conseguir repetir o efeito. Mais Sistema de Ensino 22 Fisicamente, o usuário de heroína pode apresentar diversas complicações como surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até a morte. No caso de ser consumida por meios injetáveis, pode causar necrose (morte dos tecidos) das veias. O corpo perde também a capacidade de controlar sua temperatura causando calafrios constantes. O estômago e o intestino ficam completamente descontrolados causando constantes vômitos, diarréias e fortes dores abdominais. LSD O LSD é um alucinógeno e, portanto, produz distorções no funcionamento do cérebro. Os efeitos variam de acordo com o organismo que está ingerindo a droga e de acordo com a ambiente em que ela está sendo consumida. O usuário pode sentir euforia e excitação ou pânico e ilusões assustadoras. A droga dá uma sensação de que tudo ao redor do usuário está sendo distorcido. As formas, cheiros, cores e situações, para a pessoa que está sob o efeito da droga, se alteram, criando ilusões e delírios, como paredes que escorrem, cores que podem ser ouvidas e mania de grandeza ou perseguição. Além disso, uma pessoa sob o efeito do LSD perde o juízo da realidade e com isso a capacidade de avaliar corretamente uma situação qualquer, por mais simples que possa ser. Por perder a noção da realidade, o usuário de LSD pode se julgar capaz de fazer coisas impossíveis como andar sobre as águas, produzir fogo ou mesmo voar. No corpo, os efeitos do LSD são relativamente leves, aceleração de batimentos cardíacos, pupilas dilatadas e aumento do suor. Casos mais graves como convulsões podem ocorrer apesar de serem muito raros. O maior perigo do consumo de LSD não é, mesmo em doses mais fortes, de intoxicação física, mas suas consequências psíquicas. Cocaína A cocaína pode ser consumida de várias formas, mas o modo mais comum é "aspirando" a droga, que normalmente se apresenta sob forma de um pó. Consumidores mais inconsequentes chegam a injetar a droga diretamente na corrente sanguínea, o que eleva consideravelmente o risco de uma parada cardíaca irreversível, a chamada "overdose fatal". Os efeitos da cocaína: euforia, excitação, sensação de onipotência, falta de apetite, insônia e aumento ilusório de energia são as primeiras sensações que o consumidor de cocaína tem. Esse efeito inicial dura cerca de meia hora e logo a seguir vem uma forte depressão que leva o usuário a consumir nova dose da droga para renovar as sensações. Meia hora depois da segunda dose, a depressão volta e o usuário busca uma terceira dose, que, com certeza, vai ser seguida por uma nova depressão e assim o consumidor entra em um perigoso ciclo que o transforma em um dependente químico da droga. O consumo de cocaína traz sérios danos ao organismo do usuário. Os problemas começam nas vias de entrada da droga, como a necrose (morte dos tecidos) da mucosa nasal ou das veias, dependendo da forma como é consumida. A quinina, uma substância que pode estar misturada à cocaína, pode levar à cegueira irreversível. Infecção sanguínea, pulmonar e coronária também está na lista de consequências do uso contínuo da cocaína. 9. SANEAMENTO NO MEIO: TRATAMENTO DE ÁGUA, ESGOTO E ELETRICIDADE Mais Sistema de Ensino 23 De acordo com a Lei 11.445/07, podemos definir como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Grande parte dos brasileiros não tem acesso à rede de esgoto. Faz suas necessidades à beira dos rios ou em sanitários improvisados, cujo esgoto corre a céu aberto. As camadas sociais pobres e a população rural carente são as mais afetadas com os desequilíbrios ambientais e com a carência de serviços de saneamento ambiental. Os serviços de saneamento são instrumentos fundamentais para a promoção da saúde e esta, por sua vez, é parte essencial do desenvolvimento humano sustentável. O direito a viver em um ambiente digno e saudável exige o acesso aos serviços de saneamento. Na atualidade, porém, existem alguns riscos para a sustentabilidade da vida no Planeta, como por exemplo: bolsões de pobreza em diversas regiões do mundo e do Brasil; guerras nacionais e entre países; fome ou necessidades alimentares insatisfeitas; elevada mortalidade infantil em diversos países; diversas formas de violência com a pessoa e coletividade; deterioração ética, corrupção dos governantes e de grupos humanos; relações econômicas protecionistas e relações internacionais intervencionistas; baixa expectativa de vida; carência de água potável e dos serviços de saneamento em diversas regiões; serviços de saúde deficientes; carência de moradias e moradias insalubres ou em áreas de riscos; desigualdades e discriminação social entre homens e mulheres, entre as minorias sociais, entre as raças humanas; ausência ou deficiência da participação da sociedade ou de certos segmentos sociais no processo de tomada de decisões políticas e governamentais; extinção ou destruição dos recursos naturais e ambientais. TRATAMENTO DA ÁGUA Na maioria das vezes a água necessita sofrer um tratamento antes de ser utilizada pela população. Este tratamento pode ser feito nas residências, quando o volume a ser utilizado é pequeno, mas geralmente é realizado por técnicos especializados nas Estações de Tratamento de Água (E.T.A.s). São inúmeras as finalidades do tratamento da água, como por exemplo: Finalidade higiênico-sanitária: com o objetivo de remover microorganismos, substâncias tóxicas ou nocivas à saúde, mineralização excessiva, elevados teores de compostos orgânicos; Finalidade econômica: para reduzir a corrosividade (que pode danificar equipamentos industriais, por exemplo), a dureza, modificar a cor da água, etc.; Finalidade estética: para que seja aceita e consumida pela população a água deve atender a um padrão já estabelecido. A água potável é inodora, cristalina, sem sabores característicos.Assim, muitas vezes torna-se necessário realizar a correção de cor, turbidez, sabor e odor, para adequar a água ao padrão de potabilidade e estética. Processos utilizados Existem vários métodos que podem ser empregados para que se realize o tratamento da água. A escolha do método vai depender da quantidade de água a ser tratada, da finalidade a que ela se destina e do tipo de correção ou tratamento que é necessário que se faça. Podemos dividir os processos utilizados para o tratamento da água em físicos, mecânicos e químicos. Processos físicos: baseiam-se na utilização do calor e de raios ultravioletas. O calor é utilizado como forma de tratamento para pequenas quantidades de água. Geralmente, ferve-se a água por 10 a 15 minutos, com o objetivo de Mais Sistema de Ensino 24 destruir microrganismos. Este procedimento, no entanto, não é suficiente para destruição de esporos (a ebulição deve ser mais prolongada, atingindo uma temperatura de 110 a 120ºC). Processos mecânicos: estão incluídas nesta categoria a aeração, decantação e filtração. A finalidade da aeração é aumentar a quantidade de oxigênio dissolvido na água. O oxigênio é importante para o processo da degradação da matéria orgânica e auxilia na eliminação de ácido sulfídrico e de outros odores produzidos pela matéria orgânica em decomposição. Também é empregada com a finalidade de eliminar o anidrido carbônico, ferro e manganês existentes na água. A filtração consiste em forçar a passagem da água através de filtros, que podem ser lentos ou rápidos. Processos químicos: estão catalogadas nesta classificação a coagulação e a esterilização. A coagulação é a adição de produtos químicos (denominados coagulantes) à água com a finalidade de promover a formação de coágulos ou flósculos pesados, que se depositam no fundo e arrastam consigo impurezas e micro-organismos presentes na água. A esterilização da água normalmente é a etapa final de um tratamento. Existem processos físicos, como o emprego do calor ou de raios ultravioletas, que esterilizam a água, porém o mais usado é o processo químico. A substância química empregada geralmente é o cloro, na forma de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio (que é a cal clorada ou cloreto de cal). O cloro reage com a água, formando ácido clorídrico e ácido hipocloroso, que é uma substância tóxica. ESGOTO Os resíduos líquidos recebem a denominação de esgoto. São constituídos pelas águas servidas, ou seja, as águas utilizadas pelo homem em sua residência, nas atividades de lavagem (de alimentos, utensílios, roupas, etc.), e, principalmente, as provenientes das instalações sanitárias. Devem-se diferenciar as águas pluviais (também denominadas águas de drenagem), provenientes da chuva, das águas servidas: a coleta e destino para estes diferentes tipos de resíduos devem ser realizados de forma distintas. Tratamento de esgoto Existem vários motivos para que se realize o tratamento de esgotos: Razões higiênicas: evitar contaminação direta ou indireta; Razões econômicas: valor das propriedades, pesca, etc.; Razões estéticas; Razões legais. O grau de impurezas presente na água servida é o parâmetro que determina o nível de tratamento que o esgoto deverá receber. Ele pode ser mensurado, basicamente, por meio de dois critérios: A quantidade de sólidos suspensos; A demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O). A quantidade de sólidos pode ser visivelmente quantificada. Já a demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O) é a quantidade de oxigênio necessária para que os microrganismos presentes na água consigam degradar (oxidar) determinada matéria orgânica. Mais Sistema de Ensino 25 Pode-se dizer que o objetivo do tratamento de esgoto é reduzir a percentagem de D.B.O. Existem diferentes níveis de tratamento de esgoto: preliminar ou primário, secundário e terciário. Os métodos preliminares são físicos: grades, tamises, caixa de areia e caixas de gordura. Gradeamento: retenção mecânica de materiais grosseiros entre as barras de uma grade, instalada na chegada do esgoto; Tamisação: o tamis nada mais é do que uma peneira, usada para separar os sólidos contidos no esgoto. Existem tamises fixos, vibratórios e rotatórios, de diversos tamanhos. Caixas de areia: canais ou tanques onde os esgotos escoam com velocidade conveniente, de modo a obter-se a deposição de partículas minerais pesadas (areia) sem, contudo, visar à deposição de matéria orgânica menos densa. Caixas de gordura (desengorduradores): tanques onde o esgoto escoa lentamente, permitindo a ascensão de óleos, gorduras e outras impurezas menos densas que a água. Dependendo do tipo de tratamento que o esgoto será submetido a seguir, a gordura deve ou não ser retirada, porque ela forma um “filme” que pode dificultar o processo biológico aeróbio, por exemplo; entretanto, no caso de processos anaeróbios, o filme de gordura é desejado. Lixo De maneira geral, todas as atividades desenvolvidas pelo homem geram algum tipo de resíduo, que pode ser gasoso, líquido ou sólido, sendo este último também denominado “lixo”. O desenvolvimento industrial e o crescimento desordenado das cidades causaram aumento considerável na quantidade de resíduos sólidos formados e, isto gerou problemas ainda não solucionados. Assim, sabe-se que aproximadamente 240.000 toneladas de resíduos são produzidas pela população brasileira, diariamente, e 95% desse lixo recebem destinação inadequada, ou seja, fica a céu aberto. Existem vários tipos de resíduos sólidos, cada qual com características próprias. Os resíduos sólidos comuns são aqueles provenientes dos estabelecimentos comerciais e dos domicílios. Cada morador de área urbana produzia, em média, meio quilo de lixo por dia, em 1982; em 1996, a média foi 750 gramas per capita. No Japão, cada habitante produz 2kg de lixo ao dia. A outra categoria de resíduos sólidos é a dos especiais ou perigosos, na qual se incluem também os resíduos industriais, radioativos e hospitalares, também denominados contaminados ou sépticos. Outros resíduos são os provenientes da varrição de ruas, entulhos gerados pela construção civil, podas de árvores e produtos de jardinagem e, ainda, carcaças de animais mortos encontrados em vias públicas. A composição qualitativa e quantitativa de lixo varia de acordo com a comunidade que o produz. Conhecendo-se as características do lixo de uma cidade, pode-se escolher a melhor solução para seu destino final. Podemos citar como exemplo de Porto Alegre (RS), cujo lixo é rico em matéria orgânica, altamente degradável, enquanto que o do Rio de Janeiro (RJ) é rico em vidro e terra, que são materiais não degradáveis. Acondicionamento, coleta e transporte Mais Sistema de Ensino 26 Existem vários tipos de recipientes para acondicionamento dos resíduos sólidos, como saco plástico, caixa, lata, container, etc., cada um deles apresentando vantagens e desvantagens. O importante no acondicionamento é impedir o acesso de insetos, roedores e animais domésticos. Os recipientes devem ficar expostos na rua em horário próximo à coleta; as latas devem estar sempre tampadas e os sacos devem ser colocados em suportes elevados do chão, a fim de evitar-se a ação de animais. A programação da coleta deve estar baseada no volume de lixo diário produzido em cada região da cidade, entre outros fatores. Quando a coleta do lixo urbano não atende às necessidades da comunidade, ocorre o lançamento de lixo em terrenos baldios, o que proporciona condições favoráveis para a criação de insetos e roedores nesses locais. Um aspecto importante da coleta é o risco que ela representa para os coletores. Inadequadas condições de acondicionamento e a falta de equipamento de proteção predispõem à ocorrência de cortes nas mãos dos trabalhadores. A poeira que se forma causa distúrbios oculares e doenças respiratórias. As infecções de maneirageral, enfermidades dermatológicas, atropelamentos durante a coleta e problemas como hérnias e dores nas costas, em consequência do esforço realizado para levantar os recipientes, também são muito frequentes. Destinação final do lixo Na maioria das cidades brasileiras o lixo é depositado sobre o solo, a céu aberto, sem nenhum critério científico e ecológico. O lixo urbano contém grande parte de matéria orgânica, que entra rapidamente em decomposição em contato com o ar livre. A falta de revolvimento periódico dessa massa faz com que o oxigênio em seu interior seja rapidamente consumido pela ação bacteriana, dando lugar à decomposição anaeróbica, com desprendimento de gases e formação de “chorume” (fração líquida escura de odor desagradável). Este líquido infiltra-se no solo ou também é lixiviado, podendo poluir e contaminar as águas superficiais e subterrâneas. Além disso, os depósitos a céu aberto permitem a atuação dos “catadores” de lixo, grupos de crianças, idosos, adultos desempregados em busca de alimentos e materiais que possam ser vendidos. Além de ser um grave problema social, esta prática é também um problema sanitário, pois algumas vezes estes materiais são reaproveitados, sem qualquer higienização prévia. Existem várias formas em depósitos de lixo no solo, elaborados de acordo com os princípios de engenharia, de modo a não causar prejuízos à saúde, à segurança e ao meio ambiente. Para isso, o terreno escolhido deve ser adequado, longe de fontes de abastecimento de água, acima do lençol freático, nunca à beira de estradas e, de preferência, deve ser um terreno que necessite ser recuperado (valas, erosões, areias, etc.), deve-se cercar o local para evitar a ação de catadores e animais e devem-se instalar drenos para captação dos líquidos percolados (chorume), que posteriormente são tratados. O lixo deve ser disposto no aterro, compactado e coberto com uma camada de terra de aproximadamente 30 cm, com a finalidade de impedir a propagação de insetos, ratos, urubus, ficando assim constituída uma célula sanitária. Todo o lixo disposto no aterro deve ser trabalhado da mesma maneira, formando novas células, que devem cobrir todo terreno disponível. No final, o aterro deve ser selado com uma cobertura de pelo menos 60 cm de terra, bem compactada. Mais Sistema de Ensino 27 Incineração do lixo É o processo de queima dos resíduos em altas temperaturas, próximas a 1.000ºC. Os resíduos desse procedimento, as cinzas, devem ser dispostos em aterros apropriados. O lixo e a Saúde pública O pior problema para a Saúde Pública está relacionado com a disposição inadequada dos resíduos hospitalares contaminados, ou seja, aqueles provenientes das salas de cirurgia, ambulatórios, instalações dos pacientes, etc. O destino adequado para este tipo de resíduo é a incineração, a fim de que, por meio das altas temperaturas atingidas no processo, os germes patogênicos sejam destruídos. A importância dos resíduos sólidos como causa direta de doenças não está bem comprovada. Contudo, é mais um elemento na estrutura epidemiológica da comunidade, exercendo sua ação sobre a incidência de determinadas doenças, acompanhado de outros fatores e principalmente por vias indiretas. Vários vetores de enfermidades como moscas, mosquitos e baratas encontram nos depósitos de lixo as condições ideais para a sua proliferação. O problema dos vetores está relacionado com as condições de acondicionamento, coleta e destino dos resíduos sólidos. Outro grave problema de Saúde Pública, relacionado com o lixo e muito frequente no Brasil, consiste em sua utilização na alimentação de animais, principalmente porcos. Os animais se contaminam e, posteriormente, servem como fonte de contaminação para quem consumir carne crua ou mal cozida. Para que seja fornecido como alimento aos animais, o lixo deve sofrer tratamento prévio, em equipamentos próprios, a uma temperatura de 100ºC, durante 30 minutos. A utilização de materiais mal compostados ou crus para adubação também podem ocasionar problemas sanitários, como a contaminação de produtos agrícolas, pois o lixo urbano mal fermentado é uma fonte potencial de microrganismos patogênicos. Reciclagem do lixo – muito mais que uma solução Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que jogamos fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estão se esgotando. Mesmo assim, o assunto parece não interessar grande parte da população, o que é lamentável. Para compreendermos a reciclagem é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. Grande parte dos materiais que vão para o lixo pode (e deveriam) ser reciclados. Tendo em vista o tempo de decomposição natural de alguns materiais como o plástico (450 anos), o vidro (5.000 anos), a lata (100 anos), o alumínio (de 200 a 500 anos), faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista para uma melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à vida das futuras gerações. ELETRICIDADE A energia é uma entidade onipresente no cotidiano de todos os seres vivos. Sem sua presença a vida seria difícil. É a essência da própria vida, o fator preponderante no desenvolvimento dos povos e sua obtenção, ao longo da história das civilizações, sempre representou aumento na utilização dos recursos naturais: lenha, petróleo, carvão, quedas d’água, etc., produzindo alterações no meio ambiente, na maioria das vezes, negativas, sob a ótica ambiental. A energia, nas suas diversas Mais Sistema de Ensino 28 formas, é indispensável à sobrevivência da espécie humana e o homem, na sua constante evolução, sempre descobriu fontes e formas alternativas de adaptação ao meio ambiente em que vive, para atendimento de suas necessidades, de modo que, para cada estágio de sua evolução, sempre existiu uma fonte básica de suprimento energético. Entre essas fontes de suprimento energético, a eletricidade tornou-se uma das formas mais versáteis e convenientes de energia, passando a ser recurso indispensável e estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de muitos países e regiões. Das fontes principais de geração de energia elétrica, a energia hidráulica se firma no Brasil, ao longo de anos, como a fonte primária mais importante de energia, não só pelo montante de potencial disponível, dada a imensa quantidade de rios que cobrem o país, mas também a sua atratividade econômica. Apesar de enorme potencial, estimado com 260.000 MW, a última crise energética deu-se em decorrência da falta de compasso entre os investimentos em grandes hidrelétricas e a demanda de energia, estimulado pelo Plano Real. Com a crise, houve uma flexibilização das regras do Estado para a obtenção da outorga para novos empreendimentos para aproveitamento dos potenciais hidráulicos, muitas vezes sem necessidade de licitação, da isenção de taxa de compensação financeira a Estados e seus municípios onde as usinas se instalarem, e da isenção de pagamento por uso das redes de distribuição para usinas que entrarem em operação em certo espaço de tempo. Essa nova configuração despertou interesses de empresas para o aproveitamento de pequenos potenciais energéticos, antes totalmente desperdiçados e dissipados, inclusive empresas de saneamento. Hoje, essas empresas têm uma preocupação não só no uso racional de energia como também no aproveitamento de pequenos potenciais energéticos que ocorrem principalmente ao longo do sistema de abastecimento de água e do sistema de coleta, afastamento e tratamento de esgotos. 10. TRABALHO E HIGIENE DO TRABALHO Trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através
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