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0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 PROCESSO Nº: 30355-65.2013.01.3300 AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RÉU: CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS DA 9ª REGIÃO – CRECI/BA SENTENÇA TIPO “A” SENTENÇA I - RELATÓRIO: Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL em face do CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS DA 9ª REGIÃO –CRECI/BA, por intermédio da qual pretende obter comando para compelir a ré a que: a) “proceda à dispensa de todos os servidores ocupantes de cargos públicos que não tenham sido providos mediante a aprovação em concurso público, ressalvados os cargos em comissão de livre provimento, conforme previsto no inciso V, art. 37 da CF/88; b) observe os princípios constitucionais e o disposto na Lei 8.112/90, somente permitindo o ingresso em quadro de pessoal mediante ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 1/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 aprovação em concurso público, ressalvadas as hipóteses de cargos em comissão, conforme previsto no inciso V, art. 37 da CF/88; c) abstenha-se de contratar servidores para o seu quadro sob o regime celetista; d) adote as medidas administrativas necessárias ao reconhecimento dos atuais e futuros servidores, que comprovadamente tenham ingressado mediante aprovação em concurso público, como estatutários, estando submetidos ao quanto disposto na Lei nº 8.112/90, ressalvadas as situações consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da EC nº 19/98. Relatou, em síntese, que: a) em procedimento administrativo, constatou-se que o CRECI da 9ª Região mantém em seu quadro trinta e um servidores, onze dos quais ingressaram no referido conselho sem ter passado pelo crivo de concurso público, afrontando o art. 37, II, da Constituição Federal; b) constatou-se, ainda, que os demais servidores do CRECI se submetem ao regime celetista de trabalho, em contrariedade com o disposto no art. 39, caput ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 2/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 da Constituição Federal; c) os conselhos profissionais são autarquias corporativas, possuindo personalidade jurídica de direito público interno, devendo portanto se submeter às normas que incidem sobre todos os demais entes estatais. Portanto, seus servidores devem se submeter ao regime jurídico administrativo, cujo ingresso deve se dar por intermédio de concurso público. Instruiu a inicial com Procedimento Administrativo nº 1.14.000.001432/2013-10. Este Juízo (cf. fl. 66) determinou a intimação do representante judicial da parte ré para apresentar manifestação preliminar. O demandado apresentou manifestação preliminar às fls. 71/132. Suscitou, preliminarmente, a necessidade de formação de litisconsórcio passivo necessário com todos os servidores não concursados. Aduziu, outrossim, a incompetência da justiça federal para apreciar o pedido referente ao desligamento dos empregados celetistas. No fim, pugnou pelo indeferimento da liminar. Este Juízo deferiu, parcialmente, o pedido liminar ( fls. 134/139). ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 3/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 Às fls. 143/144, a parte ré apresentou comprovante de interposição de agravo de instrumento. Este Juízo determinou a citação dos empregados não concursados ( fls. 187). Regularmente citados, apresentaram contestação ( fls. 344/249. Na oportunidade, pugnaram pela improcedência da ação. O CRECI apresentou contestação às fls. 361/384. Suscitou a preliminar de incompetência. No mérito sustentou a legalidade das contratações e que os Conselhos de Fiscalização não podem ser compelidos a adotar o regime jurídico único para seus empregados. Por fim, pugnou pelo não acolhimento dos pedidos. Este Juízo, às fls. 400/406, proferiu decisão afastando a preliminar suscitada pela ré e firmando a competência da Justiça Federal para apreciação da matéria. O CRECI juntou documentos às fls. 452/644. O Ministério Público Federal apresentou manifestação nos autos às fls. 647/647v. Este Juízo, em despacho proferido às fls. 649, determinou a intimação das partes para apresentação de alegações finais. O Ministério Público Federal, às fls. 651/652, apresentou as suas alegações finais. ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 4/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 O CRECI, às fls. 656/672, colacionou aos autos seus memoriais. Vieram-me os autos conclusos. É o relatório. Decido. II - FUNDAMENTAÇÃO: O caso sob exame se subsume à hipótese de julgamento antecipado da lide, eis que a questão é precipuamente de direito. Em relação aos fatos, as provas produzidas nos autos são suficientes para o deslinde da controvérsia. Inicialmente, cabe destacar que a preliminar de incompetência já fora devidamente apreciada por este Juízo às fls. 400/406. Assim, passo à análise do mérito. O escopo da presente demanda consiste precipuamente em compelir o réu àobrigação de fazer consistente em adotar medidas ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 5/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 administrativas necessárias para o reconhecimento dos atuais e futuros servidores, que comprovadamente tenha ingressado mediante aprovação em concurso público, como estatutários, ressalvadas as situações consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da Emenda Constitucional nº 19/98, bem como à obrigação de não fazer consistente em se abster de contratar servidores para seu quadro de pessoal sob o regime celetista. A Constituição Federal de 1988 estatuiu o regime jurídico único de contratação de pessoal na Administração Pública, conforme dicção do art. 39, em sua redação original: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. A Emenda Constitucional nº 19/98, dentre outras questões, outorgou nova redação ao citado dispositivo legal, afastando a regra do regime jurídico único no âmbito da Administração Pública, que passou a constar com a seguinte redação: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 6/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 designados pelos respectivos Poderes. No plano infraconstitucional, o legislador ordinário editou a Lei 9.649/98, atribuindo o caráter privado aos conselhos profissionais: Art. 58. Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. § 1º A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas serão disciplinados mediante decisão do plenário do conselho federal da respectiva profissão, garantindo-se que na composição deste estejam representados todos seus conselhos regionais. § 2º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade jurídica de direito privado, não manterão com os órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. § 3º Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. 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Pág. 7/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da Administração Pública direta ou indireta. § 4º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas e jurídicas, bem como preços de serviços e multas, que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes § 5º O controle das atividades financeiras e administrativas dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas será realizado pelos seus órgãos internos, devendo os conselhos regionais prestar contas, anualmente, ao conselho federal da respectiva profissão, e estes aos conselhos regionais. § 6º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços. § 7º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas promoverão, até 30 de junho de 1998, a ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 8/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 adaptação de seus estatutos e regimentos ao estabelecido neste artigo. § 8º Compete à Justiça Federal a apreciação das controvérsias que envolvam os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, quando no exercício dos serviços a eles delegados, conforme disposto no caput. § 9º O disposto neste artigo não se aplica à entidade de que trata a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994. (grifos atuais) Entrementes, em sede de julgamento da ADI nº 1.717/DF, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a “indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que concerne ao exercício de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos impugnados” e declarou a inconstitucionalidade do art. 58, caput e §§ 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º da citada lei. Sob outro prisma, o STF julgou parcialmente procedente a Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 2.135 MC/DF, suspendendo-se a redação outorgada pela EC nº 19/98 ao art. 39, caput da Constituição Federal e mantendo-se, por conseguinte, o regime jurídico único de contratação de pessoal na Administração Pública. Confiram-se, neste ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com basena Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 9/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 diapasão, os seguintes julgados: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PODER CONSTITUINTE REFORMADOR. PROCESSO LEGISLATIVO. EMENDA CONSTITUCIONAL 19, DE 04.06.1998. ART. 39, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO, DURANTE A ATIVIDADE CONSTITUINTE DERIVADA, DA FIGURA DO CONTRATO DE EMPREGO PÚBLICO. INOVAÇÃO QUE NÃO OBTEVE A APROVAÇÃO DA MAIORIA DE TRÊS QUINTOS DOS MEMBROS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS QUANDO DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO TURNO, DO DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO (DVS) Nº 9. SUBSTITUIÇÃO, NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEVADA A SEGUNDO TURNO, DA REDAÇÃO ORIGINAL DO CAPUT DO ART. 39 PELO TEXTO INICIALMENTE PREVISTO PARA O PARÁGRAFO 2º DO MESMO DISPOSITIVO, NOS TERMOS DO SUBSTITUTIVO APROVADO. SUPRESSÃO, DO TEXTO CONSTITUCIONAL, DA EXPRESSA MENÇÃO AO SISTEMA DE REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECONHECIMENTO, PELA MAIORIA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA PLAUSIBILIDADE DA ALEGAÇÃO DE VÍCIO FORMAL POR OFENSA AO ART. 60, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RELEVÂNCIA JURÍDICA DAS ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 10/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 DEMAIS ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL REJEITADA POR UNANIMIDADE. 1. A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS nº 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que tratava do regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego público. 2. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39, nos termos do substitutivo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo representou, assim, uma tentativa de superar a não aprovação do DVS nº 9 e evitar a permanência do regime jurídico único previsto na redação original suprimida, circunstância que permitiu a implementação do contrato de emprego público ainda que à revelia da regra constitucional que exige o quorum de três quintos para aprovação de qualquer mudança constitucional. 3. Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma, quanto ao caput do art. 39 da Constituição Federal, ressalvando-se, em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento definitivo da ação, da validade dos atos anteriormente praticados com base em legislações eventualmente editadas durante a vigência do dispositivo ora suspenso. 4. Ação direta julgada prejudicada quanto ao art. 26 da EC 19/98, pelo exaurimento do prazo ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 11/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 estipulado para sua vigência. 5. Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do processo legislativo não alteraram substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que não há direito adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. 6. Pedido de medida cautelar parcialmente deferido. (STF. ADI 2135 MC. Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA. Relator(a) p/ Acórdão: Min. ELLEN GRACIE (ART.38,IV,b, do RISTF). Tribunal Pleno. julgado em 02/08/2007. DJe-041 DIVULG 06- 03-2008 PUBLIC 07-03-2008 EMENT VOL-02310-01 PP- 00081 RTJ VOL-00204-03 PP-01029) AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. PRETENSÃO DE PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. INADMISSIBILIDADE. CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NATUREZA JURÍDICA. AUTARQUIAS CORPORATIVAS. REGIME JURÍDICO DE CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS. CONVERSÃO DO REGIME CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO. INCIDÊNCIA DA LEI Nº 8.112/90. DEMISSÃO IRREGULAR. NECESSIDADE DE ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 12/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 PRÉVIO PROCESSO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE DA LEI Nº 9.649/98. 1. (...) 3. Este Tribunal Superior consagrou o entendimento de que, por força no disposto no Decreto-Lei nº 968/69, o regime dos funcionários dos Conselhos de Fiscalização de Profissões era o celetista. Após a Constituição Federal de 1988 e com o advento da Lei nº 8.112/90, foi instituído o regime jurídico único, sendo os funcionários dessas autarquias alçados à condição de estatutários, situação que perdurou até a Emenda Constitucional nº 19/98 e a entrada em vigor da Lei nº 9.649/98, a qual instituiu novamente o regime celetista. 4. No julgamento da ADI nº 1.717/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 58 e seus §§ 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º, da Lei nº 9.649/98, afirmando que os conselhos de fiscalização profissional possuem natureza de autarquia de regime especial, permanecendo incólume o art. 58, § 3º, que submetia os empregados desses conselhos à legislação trabalhista. 5. Posteriormente, no julgamento da ADI nº 2.135 MC/DF, foi suspensa a vigência do caput do art. 39 da Constituição Federal, com a redação dada pela EC nº 19/98. Dessa forma, subsiste, atualmente, para a Administração Pública direta, autárquica e fundacional, a obrigatoriedade de adoção do regime jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 13/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 na vigência da legislação editada nos termos da aludida emenda declarada suspensa. 6. No caso dos autos, a autora foi admitida pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro por concurso público em 1º/3/1965, pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e, com o advento da Lei nº 8.112/1990, passou à condição de servidora pública federal estatutária, de modo que não poderia ter sido demitida em 6/3/1997 sem a observância das regras estatutárias então vigentes. 7. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ. AgRg no REsp 1164129/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA. Julgado em 05/02/2013, DJe 15/02/2013) (grifos atuais) DIREITO ADMINISTRATIVO. CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NATUREZA JURÍDICA. AUTARQUIAS CORPORATIVAS. REGIME DE CONTRATAÇÃO DE SEUS EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DA LEI N. 8.112/90. 1. A atividade de fiscalização do exercício profissional é estatal, nos termos dos arts. 5º, XIII, 21, XXIV, e 22, XIV, da Constituição Federal, motivo pelo qual as entidades que exercem esse controle têm função tipicamente pública e, por isso, possuem natureza jurídica de autarquia, sujeitando-se ao regime jurídico de direito público. ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 14/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 Precedentes do STJ e do STF. 2. Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, era possível, nos termos do Decreto-Lei 968/69, a contratação de servidores, pelos conselhos de fiscalização profissional, tanto pelo regime estatutário quanto pelo celetista, situação alterada pelo art. 39, caput, em sua redação original. 3. O § 1º do art. 253 da Lei n. 8.112/90 regulamentou o disposto na Constituição, fazendo com que os funcionários celetistas das autarquias federais passassem a servidores estatutários, afastando a possibilidade de contratação em regime privado. 4. Com a Lei n. 9.649/98, o legislador buscou afastar a sujeição das autarquias corporativas ao regime jurídico de direito público. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, na ADI n. 1.717/DF, julgou inconstitucional o dispositivo que tratava da matéria. O exame do § 3º do art. 58 ficou prejudicado, na medida em que a superveniente Emenda Constitucional n. 19/98 extinguiu a obrigatoriedade do Regime Jurídico Único. 5. Posteriormente, no julgamento da medida liminar na ADI n. 2.135/DF, foi suspensa a vigência do caput do art. 39 da Constituição Federal, com a redação atribuída pela EC n. 19/98. Dessa forma, após todas as mudanças sofridas, subsiste, para a administração pública direta, autárquica e ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 15/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 fundacional, a obrigatoriedade de adoção do regime jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da emenda declarada suspensa. 6. As autarquias corporativas devem adotar o regime jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da Emenda Constitucional n. 19/97. 7. Esse entendimento não se aplica a OAB, pois no julgamento da ADI n. 3.026/DF, ao examinar a constitucionalidade do art. 79, § 1º, da Lei n. 8.906/96, o Excelso Pretório afastou a natureza autarquica dessa entidade, para afirmar que seus contratos de trabalho são regidos pela CLT. 8. Recurso especial provido para conceder a segurança e determinar que os impetrados, com exceção da OAB, tomem as providências cabíveis para a implantação do regime jurídico único no âmbito dos conselhos de fiscalização profissional, incidindo no caso a ressalva contida no julgamento da ADI n. 2.135 MC/DF. (STJ. REsp 507.536/DF. Rel. Ministro JORGE MUSSI. QUINTA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe 06/12/2010) (destaques atuais) Nesta senda e em consonância com os julgamentos da ADI nº 1.717/DF e da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 16/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 nº 2.135 MC/DF, os conselhos profissionais devem observar a regra de obrigatoriedade de adoção do regime jurídico único (estatutário) após concurso público para contratação de pessoal, aplicando-se o disposto na redação originária do art. 39 da CF e os consectários de tal regramento. Gize-se, por oportuno, que restam ressalvadas as situações jurídicas consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da Emenda Constitucional nº 19/98, em face da modulação dos efeitos do julgamento proferido na Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 2.135 MC/DF. No caso especifico dos autos, restou demonstrado pelos documentos de fls. 62 que os empregados, ora réus na presente ação foram contratados antes de 2007 e também anteriormente à 18.05.2001, data em que o C. STF reconheceu a natureza jurídica autárquica dos conselhos de fiscalização profissional ( MS nº 21.797-9). Assim, não cabe acolhimento do pedido de dispensa de tais empregados. A aplicação dos princípios da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais justifica a conservação de tais situações de acordo com o quadro normativo da época e autorizao discrímen (juridicamente válido) em relação aos demais contratados (pósteros ao multicitado julgamento). Não se cogita, neste toar, de qualquer ofensa ao princípio da isonomia sob tal aspecto. III – DISPOSITIVO: ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 17/19 0 0 3 0 3 5 5 6 5 2 0 1 3 4 0 1 3 3 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA Processo N° 0030355-65.2013.4.01.3300 - 12ª VARA - SALVADOR Nº de registro e-CVD 00257.2019.00123300.1.00142/00128 Sob os fundamentos esposados: Sob os fundamentos esposados supra, JULGO PROCEDENTE, em parte os pedidos formulados na petição inicial para condenar o réu: 1. à obrigação de fazer consistente em adotar medidas administrativas necessárias para o reconhecimento dos atuais e futuros servidores, que comprovadamente tenham ingressado mediante aprovação em concurso público, como estatutários, estando submetidos ao quanto disposto na Lei nº 8.112/90, ressalvadas as situações consolidadas na vigência da legislação editada nos termos da Emenda Constitucional nº 19/98; 2. à obrigação de não fazer consistente em se abster de contratar servidores para seu quadro de pessoal sob o regime celetista, sob pena de arbitramento de multa diária. Por conseguinte, extingo o feito com resolução de mérito, com fulcro no art. 487 inciso I do CPC. Oficie-se ao DD. Relator do agravo de instrumento interposto no curso processual, comunicando-lhe o inteiro teor desta sentença. Custas processuais pelo réu. ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. 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Castro Meira, DJe 19.5.2010; REsp 1.038.024/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 24.9.2009; EREsp 895.530/PR, 1ª Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 18.12.2009. 2. Agravo regimental não provido. (STJ. AgRg no REsp 1386342/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 02/04/2014) (grifos atuais) ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ÁVIO MOZAR JOSÉ FERRAZ DE NOVAES em 14/10/2019, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 60244823300236. Pág. 19/19 AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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