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AVALIAÇÃO 01 PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS

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PERGUNTA 1
1. Valéria, grávida de 20 semanas, estava fazendo o acompanhamento da gravidez com Venâncio, médico experiente e seu obstetra de confiança. Venâncio começou a desconfiar, pelos sinais físicos apresentados por Valéria, que ela estaria correndo risco de morte se continuasse com a gestação, por isso, solicitou a realização de alguns exames para aferir a gravidade do estado clínico de Valéria. Ocorre que os exames demoraram muito, e o médico obstetra decidiu realizar a interrupção da gravidez. Após o procedimento, os resultados dos exames chegaram, atestando que não havia nenhum risco de vida para a mãe ou feto. Você como advogado do médico alegaria que instituto do Direito Penal em tese defensiva? Apresente a resposta de forma fundamentada.     
RESPOSTA
O aborto culposo é atípico. Porém, o terceiro que culposamente der causa ao abortamento responde por lesões corporais. Evidentemente que, na hipótese de aborto necessário, a lei se referiu aos casos em que é possível aguardar a presença do médico. Em caso contrário, caracterizado o estado de necessidade de terceiro, excludente de antijuricidade, qualquer pessoa com conhecimento para tanto poderá provocar o abortamento desde que o perigo seja atual.
É imprescindível que o abortamento seja o único meio (e não melhor) apto a salvar a vida da gestante. O legislador deixou a decisão do aborto exclusivamente a cargo do médico, não havendo necessidade do prévio consentimento da gestante ou de seu representante legal.
Se houver erro de diagnóstico do médico que concluiu pela necessidade de abortamento, que não era absolutamente necessário, o erro excluirá o dolo, ou seja, não estará caracterizado o crime.
Aborto necessário ou terapêutico (artigo 128, inciso I): Não se pune o aborto praticado por médico se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
Neste caso, o agente praticou um erro de proibição indireto, o agente por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a sua ação legítima (Descriminante putativa).
	
PERGUNTA 2
1. Enzo e Carla conheceram-se em uma noite fria de sábado, na boate da cidade. Após algumas horas de conversa regada a muita tequila, os dois decidem ir para um lugar mais reservado. Ao chegar no local privado, decidem manter conjunção carnal. Enzo ofereceu carona para deixar Carla em sua casa. No retorno para casa, Enzo revive os bons momentos com Carla, e não acredita que ficou com uma mulher tão linda. No dia seguinte, o delegado da cidade bate à porta da casa de Enzo e o leva à delegacia para prestar informações por ter mantido conjunção carnal com menor de 14 anos, pois Carla tinha apenas 13 anos de idade. Enzo ficou desesperado, pois para ele, Carla era uma mulher maior de idade que conhecerá na noite anterior, e não teria cometido crime algum. Na posição de advogado de Enzo, que tese defensiva poderia ser utilizada, levando em consideração o fato narrado?
RESPOSTA
Apesar de a crença popular atribuir aos menores de dezoito anos a qualidade de intocáveis sexualmente, em verdade, a partir de quatorze anos, qualquer um pode decidir a respeito de sua vida sexual. Ou seja, a pessoa com quatorze, quinze, dezesseis ou dezessete anos pode consentir com a prática de atos sexuais, ainda que com alguém maior de dezoito anos, e não há nada de ilícito nisso.
Contudo, quanto aos menores de quatorze anos, o Código Penal os coloca em uma redoma. Pela atual redação, advinda da Lei 12.015/09, aquele que mantiver relações sexuais com uma pessoa menor de quatorze anos será responsabilizado penalmente, nos termos do art. 217-A do CP, pouco importando se o adolescente ou criança dedica-se à prostituição ou se já teve uma infinidade de parceiros. Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
 Por erro sobre elemento constitutivo do tipo, praticou um dos fatos típicos previstos no Código Penal. Esta é a essência do erro de tipo: o agente não quer cometer a conduta tida como crime, mas, por falsa percepção da realidade, por erro sobre elemento constitutivo do tipo, acaba praticando conduta.
PERGUNTA 3
Francisca, diagnosticada com esquizofrenia paranóide, é moradora do município de Venha-Ver/RN. Decidida a fabricar cadeiras e mesas para vender nas cidades circunvizinhas, cortou 5 araucárias centenárias que estavam na propriedade de sua família, para a fabricação dos móveis. Ao tomar conhecimento da ação de Francisca, a polícia ambiental a prendeu em flagrante por crime ambiental, por ter cortado vegetação nativa para fins de exploração econômica. Neste momento Francisca começou a gritar dizendo que não cometeu nenhum crime, pois estava fazendo a atividade que seus familiares sempre desenvolveram. Iniciado o processo-crime, os familiares de Francisca lhe contrataram como advogado(a) de defesa. Diante dos fatos, que tese defensiva poderia ser apresentada? Responda fundamentadamente.
RESPOSTA
Hoje, a esquizofrenia tem uma alta relevância na discussão no âmbito penal. Especificamente, quando o indivíduo esquizofrênico será considerado inimputável ou semi-imputável. O Código Penal não especifica o conceito de imputabilidade, mas, de forma indireta, pelas características da inimputabilidade, é possível saber os requisitos necessários para que o agente possa ser considerado imputável. 
Quanto à inimputabilidade e a semi-imputabilidade, o Código Penal menciona as suas hipóteses. Quanto à inimputabilidade, o Código Penal no seu artigo 26 diz que:
Art. 26: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardo era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento;
Percebe-se, portanto, que, pelo Código Penal, o inimputável é o indivíduo que não é capaz de responder por atos penalmente praticados. Se o fato criminoso foi produzido por uma pessoa que não tem condições de entender o caráter ilícito de sua conduta, a consequência natural é a absolvição do agente, eis que falece um dos elementos que compõem a estrutura do tipo penal, qual seja, falta da culpabilidade, sendo considerado inimputável. Porém, quando o crime for punível com reclusão, o juiz determinará sua internação (CP, art. 97, caput, 1.ª parte). Se o crime for punido com detenção, poderá o agente ser submetido a tratamento ambulatorial.
Já a semi-imputabilidade é quando o agente era, à época do delito, parcialmente capaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.:
PERGUNTA 4
Victor, imputável, participava da confraternização de fim de ano do seu trabalho, quando deixava o local, percebeu que seu colega Tobias havia ganhado um relógio dourado de presente na brincadeira do “amigo oculto” do Presidente da empresa, que costumava dar objetos de ouro ao “amigo” sorteado. Acreditando tratar-se de um relógio de ouro, Victor acabou por levar consigo o presente de Tobias. Ao chegar em casa, Victor decide verificar o objeto e constata que o objeto subtraído é um relógio simples de pequeno valor econômico. Após perceber o sumiço do seu presente e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Tobias compareceu à Delegacia para registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas, que afirmaram ter visto Victor sair com aquele objeto, como também o bem foi apreendido no dia seguinte em sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Victor lhe procurou para tirar dúvidas sobre as consequências jurídicas de seus atos, como por exemplo, se mesmo diante dos acontecimentos narrados ele ainda responderia pelo crime de furto. Você, como advogado(a), o que responderia a Victor? Apresente uma resposta fundamentada.
RESPOSTA
Erro de tipo acidental
É aquele que incide sobre dados irrelevantes da figura típica, portanto não traz nenhuma consequência para o fato típico. São modalidades de erro de tipo acidental:
Erro sobre o objetoou coisa: 
Por exemplo: o sujeito quer furtar um saco de feijão e, por engano, furta um saco de arroz. O crime continua sendo de furto, não havendo consequências.

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