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FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS DIREITO PENAL: INFRAÇÕES E PROCESSO CRIMINAL RAFAELA XAVIER SUTEMI RA: 1101839 RESENHA DO TEXTO: A FILOSOFIA DE AGAMBEN, O TERRORISMO DE BIN LADEN E O DIREITO PENAL DO INIMIGO: UM ESTUDO DE FRONTEIRAS ENTRE A PROTEÇÃO E A PUNIÇÃO DE FERNANDO ANTÔNIO C. ALVES DE SOUZA E JOSÉ ARLINDO DE AGUIAR FILHO. São Paulo 2023 APS – DIREITO PENAL: INFRAÇÕES E PROCESSO CRIMINAL Resenha do texto: a filosofia de Agamben, o terrorismo de Bin Laden e o direito penal do inimigo: um estudo de fronteiras entre a proteção e a punição de Fernando Antônio C. Alves de Souza e José Arlindo de Aguiar Filho. No dia 02 de maio de 2011 o exército dos Estado Unidos da América matou o terrorista mundialmente conhecido como Osama Bin Laden, esta morte gerou um grande conflito e deu início a um importante debate, debate esses que a Justificativa que o governo dava era o de legitima defesa para que não fossem julgados por tal ato ferindo os direitos humanos por não mais o tratar como uma pessoa detentora de seus direitos e sim como um objeto e não como um ser humano. A forma que Estado Unidos da América lida com o tema terroristas, e até mesmo com estrangeiros, gerou uma grande controvérsia, tratado estes como trataria inimigos de guerra e não mais como seres humanos com seus direitos e garantias individuais como pessoa e colocando acima disso o direito que o próprio Estado na questão de se defender de ameaças a eles declaradas. Tornando-as pessoas seres “juridicamente inominável e inclassificável” que vai contra a máxima do Estado Democrático de Direito, onde todos os cidadãos têm seus direitos fundamentais garantidos a eles, direitos básicos a sobrevivência, dando-os a dignidade da pessoa humana. Os autores partem da conjectura de que, em um contexto de guerra contra o terrorismo, os governos tendem a adotar medidas excepcionais de punição e proteção que colocam em risco as garantias individuais e os direitos humanos fundamentais. Para discutir essa problemática, os autores utilizam a obra de Agamben, que denuncia a criação de um estado de exceção permanente em que os indivíduos são reduzidos a meros objetos de vigilância e controle, com tudo o Estado Democrático de Direito, conceito fundado e construído na luta por direitos civis e sociais, esta discussão trás dificuldade em separar a realidade da teoria. Seguindo neste sentido, os autores analisam como o terrorismo de Bin Laden se tornou uma justificativa para o surgimento do direito penal do inimigo, que propõe a punição antecipada e a supressão das garantias processuais para aqueles que são considerados inimigos do Estado. Segundo os autores, essa abordagem transforma a figura do inimigo em um objeto de exceção que pode ser eliminado sem a necessidade de uma condenação judicial. A dissociação do ser e de sua dignidade, é muito recorrente durante o chamado Estado de Exceção, porém o que realmente acontece quando se consideram em constante guerra (não necessariamente enfrentando uma guerra civil de fato) é que esta escusa medida é tomada como regra e não como exceção. Assim, o jurista alemão Günther Jakobs levantou o conceito de “direito penal do inimigo”, em que aquele considerado uma ameaça ao Estado é tida como inimigo, e deste proíbem os direitos, como a liberdade, o direito a um processo penal e assim o julga sem “resolução do mérito”. Ao retornar a discussão sobre a transformação advinda da globalização, o alemão torna o cerne desta questão, pois para ele quando sobram inimigos não resta outra opção ao Estado Democrática se não adotar esta política de direito penal, posicionamento que vai totalmente em desencontro com o contratualismo moderno resultando em uma teoria puramente antidemocrática. Ao renunciar a os homens serem iguais perante a lei, o referido autor esbarra em uma política totalitarista, regime político onde o Estado detém o controle total da vida pública e privada dos seus cidadãos, ocorre que de certa forma ao associarmos o direito penal do inimigo e a origem deste regime ditatorial – ódio por certa classe social, justificado pelo medo e terror colocado na população, vemos que de fato há uma ligação entre os dois. Por meio dessa análise, os autores procuram estabelecer fronteiras entre a proteção e a punição no contexto da guerra contra o terrorismo. Eles argumentam que é preciso encontrar um equilíbrio entre a necessidade de proteger a sociedade e a garantia dos direitos fundamentais dos indivíduos. Para isso, é necessário superar a lógica do inimigo e da exceção, e promover uma cultura de respeito aos direitos humanos e à legalidade. No Brasil, temos uma grande população, da qual a maioria não é de condenados, mas em teoria todos passaram pelo processo legal e realizado devidamente pelo poder judiciário, mantendo o respeito a dignidade da pessoa e mantendo todos os seus direitos e garantias mesmo sendo criminosos. Desta forma mostra que mesmo sendo extremo e nada cuidadoso em seu estudo Jacobs estava correto, e de fato o direito processual gerou o direito penal do inimigo, ao penalizá-lo sem retirar os seus direitos básicos. Portanto, reduzir um indivíduo a nada vai contra as leis estabelecidos pelo Estado Democrático de Direito, e mesmo que seja um terrorista retirar os seus direitos básicos é uma prática que mostra como os governos, principalmente o dos Estado Unidos da América, negligenciam certas classes sociais e colocam as pessoas como objetos políticos. Um delinquente ou um condenado, não importando a gravidade de seus atos, seja ele quem for, não podem ter seus direitos extraídos de si, na desculpa de estar colocando o bem do Estado em primeiro lugar, é contraditório e inaceitável. Em suma, "A Filosofia de Agamben, o Terrorismo de Bin Laden e o Direito Penal do Inimigo: Um Estudo de Fronteiras entre a Proteção e a Punição" é um texto importante e relevante para entender os desafios e as tensões que surgem no contexto da guerra contra o terrorismo. Os autores apresentam uma análise crítica e reflexiva que aponta para a necessidade de conciliar a segurança e a proteção com a garantia dos direitos fundamentais e da legalidade.
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