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Relação Família/Escola no Ensino-Aprendizagem

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RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA: UMA PARCERIA IMPORTANTE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
RESUMO
Abordar o tema família/escola no processo de ensino e aprendizagem sempre é muito desafiador. Esta pesquisa retrata a realidade onde a família e as escolas estão inseridas. A pesquisa foi realizada na escola da rede estadual de ensino, com os pais de alunos, e os professores da 2º fase do 2º ciclo, e também com as coordenadoras pedagógicas da escola. Nesse sentido a pesquisa tem como objetivo compreender a importância da relação família-escola no processo de ensino-aprendizagem do educando, sendo essa a principal questão a ser respondida nessa pesquisa. Fora uma produção de cunho qualitativo, sendo estruturada através de métodos investigativos em forma de estudo de caso, utilizando como técnicas de coletas de dados: questionários e entrevistas, fundamentada por diversos autores renomados neste assunto: Zagury (2004), Szvmanzki (2003), Maranhão (2004), Reis (2007), Arribas (2004), Mittler (2003), Bencini (2003), Freire (1997). E esta pesquisa “Relação Família/Escola: Uma parceria importante no processo de ensino e aprendizagem” é uma pequena contribuição para essa temática tão vasta, que a cada dia sofre modificações dependendo da realidade em que está sendo discutida.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Pesquisa. Necessidade.
Introdução
Lembrando que a educação é um assunto muito importante para estar apenas nas mãos da família ou da escola, no entanto são os principais pontos de sustentação do indivíduo, é que me proponho analisar essa relação por vezes conflitante, mas de extrema necessidade para a criança. Portanto, é essa educação partilhada é que constrói o caráter do cidadão consciente que buscamos ter hoje em nossa sociedade, pois a educação passa pela família e depois pela escola mostrando seus reflexos na sociedade. Considerando esta relação tão complexa e importante estarei desenvolvendo esta pesquisa com finalidade de tentar contribuir com esse tema, a fim de ressaltar quais os problemas enfrentados tanta pela família como pela escola e dessa forma sugerir projetos para melhorar a convivência das duas instituições.
Ressaltando os pontos positivos dessa relação, pois é a educação que constrói e orienta a formação do caráter da criança, assim a educação deve ser desenvolvida de acordo com a realidade social em que a criança está inserida.
Desenvolvimento
Cap. I – A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA
Quando falamos em educação de crianças, pode-se salientar duas instituições de extrema importância nesse processo: família e escola, com um objetivo único de conduzir a criança corretamente para que se torne um adulto responsável com futuro próspero. Pois na LDB (2004, p.27) afirma que;
Art.2º. A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Nessa perspectiva a família tem papel de extrema relevância na aprendizagem da criança, pois esta fortemente ligada ao papel da escola. Segundo Zagury (2002 p.175);
Hoje, a aproximação da instituição educativa com a família incita-nos a repensar a especificidade de ambas no desenvolvimento infantil. São ainda muitos os discursos sobre o tema que tratam à família de modo contraditório, considerando – a ora como refugio da criança, ora como uma ameaça ao seu pleno desenvolvimento.
Sendo a família assim é a primeira educadora da criança, responsável pelos primeiros passos dado por ela, segundo Szymanzki (2003 p.22) “é na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos de existir – seu mundo adquire significado e ela começa a constituir-se como sujeito”.
Isso não quer dizer que a escola não possa ensinar valores morais e sociais, mas a escola além desses ensinamentos possui outras especificidades como salienta Szymanzki (2003 p. 99);
A escola, entretanto, tem uma especificidade – a obrigação de ensinar (bem) conteúdos específicos de áreas do saber, escolhidos como sendo fundamentais para a instrução de novas gerações. O problema de as crianças aprenderem fração é da escola. Família nenhuma tem essa obrigação.
Assim percebemos que as duas instituições possuem interesses comuns, mas cada uma com sua forma de educar. Desta maneira a família passa a participar da escola de diferentes maneiras, sendo até bem sutil como diz Szymanzki (2003 p.101);
“As famílias podem desenvolver práticas que venham a facilitar a aprendizagem na escolar (por exemplo: preparar para a alfabetização) e desenvolver hábitos coerentes com os exigidos pela escola (por exemplo: hábitos de conversação) ou não...”.
E é nesse sentido que a família passa a participar da escola, com pequenas intervenções no processo educacional da criança que gera grandes mudanças no seu comportamento e aprendizado.            
Sendo assim, a escola necessita da presença dos pais na escola, para que possam identificar quais as dificuldades que a criança encontra dentro e fora da escola.
A família não deve apenas criticar a escola, nem responsabilizá-la pelo fracasso escolar de seus filhos, ela deve sugerir propostas para a escola para complementar o ensino de seus filhos, deve-se interessar pelos problemas que seu filho possa encontrar nas disciplinas escolares e se precisam de ajuda
Neste contexto Maranhão (2004, p.89-90) enfatiza a importância da relação família-escola afirmando que:               
O que família e escola julgavam suficiente no que tange à educação, já não é. O ideal é que pais, professores e comunidade estreitem seus laços e torne a educação um processo coletivo. Mas não cabe aos professores educar os pais. Seu alvo é o aluno, independente da história familiar que carrega e o influencia.   
Segundo Maranhão, a escola deve priorizar a educação dos filhos, sendo este o seu alvo, mas existem contradições nessa realidade. Muitas vezes os pais não receberam educação quando pequenos e necessitam de ajuda, para desenvolverem atividades juntamente com seus filhos.
Dessa forma, é importante discutir: Qual é a importância da relação família-escola no processo educacional? De que maneira a família interfere no processo de aprendizagem da criança? E como essa relação família-escola pode contribuir para o desenvolvimento da identidade dessa criança. Esse questionamento faz parte de um processo que busca encontrar soluções além de procedimentos que permitam favorecer o desenvolvimento da criança.
As informações mencionadas são os resultados da coleta/análise da pesquisa realizada em campo, na escola estadual já mencionada, com os professores da 2ª fase do 2º ciclo, com as coordenadoras pedagógicas da escola e também com os pais dos alunos.
Primeiramente foi entregue aos pais da 2ª fase do 2º ciclo aleatoriamente um questionário contendo seis questões fechadas. Sendo a primeira pergunta a seguinte: Você participou de atividades realizadas pela escola de seu filho (a), 60% dos pais responderam que participam sempre, enquanto que 40% pais responderam que já participaram.
Com relação à participação ou não dos pais nas atividades da escola Szymanzki (2003, pág. 68) afirma que:
 [...] sua condição de famílias trabalhadoras dificulta um acompanhamento mais próximo do trabalho acadêmico das crianças. Sua baixa escolaridade também dificulta esse acompanhamento. Mas, mesmo assim, muitas demonstram boa vontade e colaboram [...].
Como o autor afirma, existem inúmeras dificuldades que a família enfrenta para colaborar com as atividades da escola, que vão desde baixa escolaridade dos pais quanto às condições financeiras da família, porém toda participação é de extrema importância, pois mostra à criança que a família está preocupada com sua educação, que dá importância na escola onde ele esta a maior parte do tempo, e que apesar de não estar presente sempre, faz o possível para estar.
Já no segundo questionamento perguntei aos pais se eles atendem as convocações de ir à escola, 60% dos pais responderamque às vezes atendem a essa convocação, enquanto que 40% responderam que vão sim.
No processo de aprendizagem da criança é necessário esse acompanhamento escolar, não somente quando a criança apresenta um mau desempenho, mas no decorrer de todo processo educacional. Através da pesquisa e perante as respostas dadas pelos pais, percebo que os mesmos não manifestam o interesse de ir à escola, talvez por não compreenderem como é relevante a participação e acompanhamento escolar de seus filhos. Neste sentido, Reis (2007, p.06) diz que:
Os pais devem tomar consciência de que a escola não é uma entidade estranha, desconhecida e que sua participação ativa nesta é a garantia da boa qualidade da educação escolar. As crianças são filhos e estudantes ao mesmo tempo. Assim, as duas mais importantes instituições da sociedade contemporânea, a família e a escola, devem unir esforços em busca de objetivos comuns.
Desta maneira se os pais tiverem uma participação efetiva na escola, e comparecerem quando solicitados, saberão das dificuldades e do desempenho escolar de seus filhos, dessa forma poderão ajudar as crianças.
No terceiro questionamento, perguntei se acham importante a participação dos pais ou responsáveis no processo de aprendizagem da criança, 100% dos pais responderam que sim. Todavia percebo um contra-senso nas respostas dos mesmos, se acham importante à participação dos pais na escola, como apenas 40% deles atendem as convocações de ir à escola, e outros 60% vamos apenas às vezes à escola quando solicitados.
Com relação à participação dos pais na escola, Arribas (2004, pgs. 393-394) destaca que “[...] a escola deverá fomentar e organizar sua tarefa de forma que pais e professores se envolvam em um objetivo comum: colaborar de forma ativa e responsável na educação das crianças”. Assim tanto a escola como pais devem estar preparados para trabalhar em conjunto no desenvolvimento do aprendizado da criança. Arribas (2004, p.394) afirma ainda que:
O contato dos educadores com a família é um imprescindível para obter uma visão completa e não escolar do aluno. Esse contato também é necessário para estabelecer um clima de confiança entre ambos, o que, sem duvida, resultará em beneficio da educação da criança.
Então verifica – se a necessidade da presença dos pais na escola, pois tanto um como outro poderão desempenhar suas atividades de forma que a criança seja a principal beneficiada.
No quarto questionamento perguntei aos pais se de fato conhecem a escola de seus filhos, 40% dos pais responderam que não conhecem, outros 40% que conhecem sim e 20% dos pais preferiram não opinar.
Perante as respostas coletadas dos pais, percebo que apesar de acharem importante sua participação na educação de seus filhos, muitos não conhecem a instituição que seu filho estuda. Desta forma como cobrar empenho de professores e de uma maneira geral da escola, sendo que nem ao menos conhecem a escola. Szymanzki (2003, p.75) reforça essa convivência dos pais na escola quando diz que:
Uma condição importante nas relações entre família e escola é a criação de um clima de respeito mútuo – favorecendo sentimentos de confiança e competência -, tendo claramente delimitados os âmbitos de atuação de cada uma. [...] A intermediação da comunidade, com a participação de seus representantes, também abre perspectivas de uma parceria, na qual a troca de saberes substitua a imposição e o respeito mútuo possa fazer emergir novos modelos educativos, abertos à contínua mudança.
Desta forma não há como contribuir com e educação da criança sem que pelo menos conheça a escola, instituição em que as crianças passam grande parte de seu tempo, na execução e elaboração de atividades. No quinto questionamento perguntei o que acham das atividades que a escola proporciona para a inclusão da família na escola, 80% dos pais responderam que são necessárias, porém não tem tempo para participar e 20% dos pais responderam que mostra o interesse da escola de ter os pais presente na educação das crianças. Sobre a importância dessa relação, e do trabalho conjunto com os pais Mittler (2003, p.205) afirma:
[...] Inventar modos novos de trazer os professores e os pais para uma relação de trabalho melhor é valida para a própria causa e também beneficia todas as crianças, os pais e professores. Além disso, pode provocar um impacto sobre a aprendizagem das crianças e promover a inclusão social, assim como a inclusão escolar [...].
No entanto, de acordo com os resultados obtidos na pesquisa observei que embora os pais acreditem que a participação da família seja importante, encontram diversos motivos para não se envolverem nos trabalhos escolares. Como o autor afirma acima, essa participação é válida, pois integra os pais na escola de forma que aconteça a inclusão da criança no ambiente escolar.
 Já no sexto questionamento perguntei se eles colaboram com seus filhos na realização das tarefas e atividades escolares que são levadas para casa, 80% dos pais responderam que sim, e 20% disseram que não colabora com seu filho(a). Desta forma percebemos como os pais notam que as tarefas escolares e o seu acompanhamento são importantes para o desenvolvimento da criança. De acordo com Bencini (2003, p. 38), “a participação da família é muito importante no desempenho escolar do aluno, e todo educador deseja que os pais acompanhem as lições de casa, participem das reuniões escolares e sejam cooperativos e atentos no desempenho escolar dos filhos na medida certa”. Assim ambos estarão atentos no desempenho da criança e poderão ajudar quando necessário.
Com os professores utilizei o questionário aberto, contendo cinco questões, onde os professores puderam expressar o que pensam sobre o tema abordado. O presente questionário foi respondido por duas professoras da 2ª fase do 2º ciclo, que nesta pesquisa serão chamadas de professora F e G.
Todos os questionamentos foram elaborados a fim de saber como os professores observam a participação da família na escola. Sendo a primeira pergunta a seguinte; “A participação dos pais ou responsáveis no processo de aprendizagem da criança se dá de que forma na instituição que você atua?”.
De acordo com as respostas dadas das professoras percebe-se um descontentamento em relação à participação dos pais na escola, a professora F diz que;
Durante o ano os pais pouco vêm para conversar com o professor e nas reuniões pedagógicas muitos deles ate vem, mas não esperam terminar e também não procura o professor de seu filho.
E a professora G, sobre o mesmo questionamento respondeu que “Quando convocamos para reunião, quando isso ocorre os pais vem com rapidez, e se não foi convocado não comparecem a escola. Assim percebemos que o interesse dos pais em participar das atividades e da vida escolar de seus filhos é pouca, só vão à escola quando seus filhos tem problemas. 
Segundo Reis (2007), a escola surgiu para complementar a educação familiar, por isso a necessidade dos pais sempre estarem buscando acompanhar o desempenho educacional de seus filhos.
Quando pergunto às professoras a que se deve a ausência dos pais, muitos são os argumentos utilizados pelos pais, assim como afirma a professora F, “muitos dizem que é falta de tempo. Mas acredito que não porque mesmo quando ela é convocada não aparece e o filho diz que ela não vai vir”. São inúmeras as “desculpas”, utilizadas pelos pais, a professora G diz que, “falta de tempo, trabalha no horário de aula”, esses são uns dos principais motivos alegados pelos pais para não comparecerem na escola.
Portanto, como os pais poderão acompanhar o desenvolvimento da criança se nem ao menos vão à escola pra saber como a criança está, se está de fato indo à escola, qual seu comportamento, etc?
Essa dificuldade encontrada por muitos pais pode na verdade ser oriundas de más recordações da sua vida escolar como afirma Mittler (2003 p.205-2006);
Os professores e os pais podem ser amigáveis, úteis e corteses mutuamente, mas há uma tensão subjacente inevitável que surge a partir do desequilíbrio de poder entre eles. Muitos pais sentem-seapreensivos e ansiosos quanto a irem ás escolas porque carregam consigo suas próprias histórias de experiência com os professores e com a escolarização.
Contudo, as professoras observam que quando a criança tem a participação dos pais na escola seu rendimento escolar é bem mais satisfatório, como menciona a professora F e G. A professora F responde que;
O aprendizado da criança que tem o acompanhamento em casa é muito melhor, a criança tem interesse de estudar. E aquela que não tem auxilio em casa ela é totalmente desmotivada.
Já a professora G quando questionada sobre esse dilema afirma que, “bem melhor, quando a criança tem ajuda em casa e ou orientação dos pais o processo de ensino aprendizagem é bem mais elevado”.
Por isso é necessária a presença da família na escola, sabemos que os pais possuem alguma dificuldade nos conteúdos propostos para seus filhos, mas não é necessário que saibam tudo. O seu interesse em acompanhar os estudos dos seus filhos, as atividades e as dificuldades encontradas por eles é maneira de estimular e participar da vida escolar das crianças. Segundo Mittler (2003, p.210):
Pais e mães são os primeiros, os principais e os mais duradouros educadores de suas crianças. Quando pais e profissionais trabalham juntos durante a infância, os resultados têm um impacto positivo no desenvolvimento da criança e na sua aprendizagem. Então, cada etapa do desenvolvimento deve buscar uma parceria efetiva com os pais.
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Assim, quando questionei as professoras sobre as atividades que a escola propõe aos pais ou responsáveis para que tenham uma participação efetiva na escola se é suficiente, a professora F respondeu que “sim, durante o ano letivo são feitos vários eventos, mas são poucos que participam e são sempre os mesmos”. Já a professora G diz “não, os pais não precisam de uma proposta para ajudarem e acompanharem seus filhos”.
Desta forma percebo que as opiniões das professoras divergem uma da outra, mesmo sendo profissionais da mesma instituição.
Todas as atividades que são propostas à família sempre são bem vindas, pois o que a escola e a família querem são momentos em que ambas possam trabalhar, e ajudar-se mutuamente.
Talvez seja essa relação de companheirismo que pais e professores sintam falta, porque pensam estar trabalhando sozinhos, isolados uns dos outros, acredito que querem que esta relação seja uma relação que ambas possam apontar falhas e juntos possam solucionar eventuais dificuldades que surjam no decorrer do aprendizado da criança.
Portanto, Szymanzki (2003, p.98) ressalta o objetivo da família e da escola mencionando que:
O que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas possuem um papel importante na formação do individuo e do futuro cidadão.
Sabendo dessa importância da participação dos pais na vida escolar das crianças, perguntei às professoras se os pais auxiliam as crianças nas atividades propostas pela escola, as respostas das professoras não divergiram uma da outra. A professora F disse que “os pais auxiliam pouco nas atividades das crianças, muitos falam que não tem tempo. Na minha sala só oito alunos que as mães auxiliam nas tarefas, pesquisas etc.” Já professora G afirmou que “á vezes, os pais que acompanham o desenvolvimento do filho sempre auxiliam na sua aprendizagem”.
Assim sendo noto que geralmente os mesmo pais que participam de reuniões na escola, são os mesmos que participam e ajudam os filhos nas atividades escolares, ressaltando que é a minoria dos pais que colaboram.
Com relação à integração da família na escola, destacando os projetos que a escola pesquisada faz para que haja a participação da família na escola.
Em entrevista com a coordenadora aqui denominada de H, esta nos disse;
Uma das principais coisas que a gente faz, após principalmente, apos o conselho de classe nós fazemos bilhetes com assinatura do professor responsável e da coordenação, pros pais faz a convocação pra que eles vem para escola, pra gente ta colocando a dificuldade dos filhos, e também a gente aproveita as datas comemorativas pra fazer s reuniões, por exemplo, dia das mães, dia dos pais, festa junina, questão nos fizemos festa junina interna então a gente convida os pais nesses momentos, com a culminância de projetos, mais recente nosso foi o mãos a arte, que a gente faz um trabalho todo voltado durante o ano pra aquilo, e faz um momento de culminância desse projeto convida todos os pais para prestigiar seus filhos na apresentações, é a forma mais usada que a gente faz para chamar os pais pra escola.
Já a coordenadora I apontou que;
 A integração da família na escola se dá através das reuniões que a gente faz pra resolver algumas situações que vem do estado que a gente tem que resolver então a gente faz reuniões, faz apresentações de atividades da escola, teremos outra reunião este ano no encerramento do ano que vai falar sobre a diversidade cultural, e assim através dessas atividades nas formaturas dos alunos na final do ano, e engloba todas as atividades dos alunos e faz apresentação nessas reuniões. 
Percebo então que ambas coordenadoras utilizam de datas comemorativas, finalizações de projetos que foram desenvolvidos durante o ano letivo como estratégia para conseguirem ter algum contato com os pais ou responsáveis das crianças, e também assim obter uma aproximação dos pais nas atividades e do cotidiano escolar. A escola então busca dessa forma estabelecer uma parceria com a família. Neste sentido Mittler (2003, p. 213) observa que;
Uma verdadeira parceria, como em qualquer relação próxima, implica respeito mútuo baseado em uma vontade para aprender com o outro, uma sensação de propósito comum, um compartilhamento de sentimentos. Esses princípios e valores são relevantes para serem trabalhados com todos os pais e mães, mas eles representam somente a pedra fundamental de uma relação de trabalho com as famílias, as quais são diferentes entre si e têm necessidades distintas.
Mittler informa que embora tenham que estabelecer essa parceria, as famílias são diferentes umas das outras, algumas participam mais da escola, outros não, alguns pais vão à escola, outros sequer sabem o nome dos professores de seus filhos. E por isso devemos saber como tratar cada família e conhecê-las bem, pois cada uma possui uma história diferente da outra.
Por muito tempo as instituições família e escola trabalharam de maneira separada, considerada territórios diferentes. Mas com o passar dos anos tanto a escola como a família perceberam a necessidade de trabalharem em um senso comum, com a finalidade de contribuir para o aprendizado da criança.
Desta forma a LDB (2004, p.23) sobre a educação afirma;
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Desse modo à educação é dever da escola e da família, por isso se faz necessária a participação da família nos assuntos relacionados à escola. Quando entrevistei as coordenadoras da respectiva escola, sobre a participação da família as duas tiverem respostas semelhantes, como pode notar – se a seguir.
Coordenadora H:          
 É nos temos assim na questão do acompanhamento da aprendizagem ainda é uma participação muito pequena, a gente sente muito descrédito da família pra quanto a aprendizagem do filho, parece ainda que não tem consciência de que a criança ela precisa do apoio do pai, da mãe, ali diretamente, acha que a responsabilidade é só da escola, principalmente no 1º ciclo que nos temos o programa de acompanhamento da aprendizagem no 1 º ciclo os alunos precisam do acompanhamento desde a tarefa de casa, a presença, a justificação da falta, que não se deve faltar, e a gente vê que os pais parece que acham que não tem importância nenhuma queos alunos pode faltar, que o aluno pode fazer a tarefa do jeito que quiser, que não tem muito participação, nois fizemos reuniões que apareceram 4 pais, de uma turma de 18 alunos ..19 alunos, vem 4 pais para a reunião isso que é feito... nossa quando a gente fez essa reunião fizemos com bilhete pro pai assina que realmente ele recebeu aquele bilhete, que foi avisado, mas mesmo assim ele não comparece, a participação é muito pequena, assim eles vem quando, mas quando a gente convida pra culminância de um projeto de uma comemoração, reunião pra fala sobre a parte dos projetos pedagógicos da escola, o pessoal vem bastante, agora o acompanhamento direto na aprendizagem é muito pequena. 
Coordenadora I:
Bom esse ano a gente mudo a forma de trabalha com os pais, fazia reuniões com os pais, mas eles não participavam, participavam muito pouco, então que nos fizemos no começamos a chamar dependendo da dificuldade do aluno, a gente chamava o pai mandava bilhete, quando não atentava, não via pelo bilhete, a gente ligava, e foi assim que a gente trabalho,teve bons resultados crianças que saiam da casa e não tavam vindo pra escola também, desviando o caminho, e a gente conseguiu não 100%, mas eu acredito que uns 90% a gente conseguiu chega.
Conforme respostas de ambas as coordenadoras constata – se o esforço e a preocupação que a escola tem de trazer os pais para o cotidiano escolar. Porém também é presenciado que a maioria dos pais não atende essas convocações, pois como menciona a própria coordenadora, “de uma sala de dezenove alunos, quatro pais participaram o e atenderam as convocações da escola”.
Penso que os pais ainda não entendem como é fundamental o acompanhamento do aprendizado de seu filho, de como esse “cuidado”, pode contribuir para os laços de confiança entre eles. Sem mencionar como seria maior o rendimento dessas crianças quando falamos em ensino e aprendizagem.
Pois segundo Mittler (2003, p. 237);
Nenhuma escola é uma ilha e nenhuma escola pode ter sucesso sem desenvolver redes de parcerias com sua comunidade local, com pais de alunos passados, presentes e futuros, com outras escolas e outras agências.
Desta maneira é comprovada a necessidade da interação dos pais com a escola, pois como salienta o autor “a escola não é uma ilha”, e não sendo uma ilha não caminha sozinha precisa do apoio de todos para que juntos possam melhorar o ensino e aprendizagem de milhares de crianças.
Sabemos que a construção do conhecimento do ser humano é uma tarefa muito longa e que se inicia desde que nasce, principalmente nos anos iniciais onde acontece à construção do caráter do individuo. A família é o primeiro universo que a criança tem contato, logo após é a escola, por isso ambas as instituições devem ter uma relação de confiança, pois é isso que a criança necessita para melhorar seu processo de aprendizagem.
Quando questiono as coordenadoras sobre como a participação da família pode colaborar para o aprendizado da criança, as duas enfatizam bem que estas participações contribuem de inúmeras maneiras para melhorar o desempenho da criança na escola.
A coordenadora H diz que;
Olha eu acredito que a participação da família ela é fundamental, ate o carinho fato de você senta com o filho e ter um tempo de conversa com filho, elogia, cobra pra ele senti que é importante pro pai, que lê faz merece ser elogiado, merece ser cobrado, também a gente vê que as crianças que falam meu pai fica pegando no meu pé, sabe que as crianças que a família pega no pé, como diz eles a família participa efetiva eles vão bem na escola, agora aqueles que os pais não estão nem ai, eles também não estão nem ai, é isso que a gente percebe bastante em relação.
Já a coordenadora I:
Eu creio assim que muito que a criança que tem a maior participação dos pais na escola tem maior desenvolvimento, e aquelas crianças que os pais não participavam o rendimento é bem menor, a gente tem notado isso e inclusive a partir do momento que essas crianças que tinham o desenvolvimento baixo desenvolveram mais, nossa não foi 100% mas chegou o objetivo que a escola tava esperando, eu acho que foi bom a participação dos pais esse ano na escola.
 Notamos que as duas concordam quando dizem que a presença familiar no ambiente escolar aumenta o rendimento escolar, assim verificamos que a escola e os professores participaram dessa formação do conhecimento da criança quando têm uma relação próxima e aberta com seus alunos. Pois segundo Freire (1997, p.67);
[...] a escola democrática não apenas deve estar permanentemente aberta à realidade contextual de seus alunos, para melhor compreendê-los, para melhor exercer sua atividade docente, mas também disposta a aprender de suas relações com o contexto concreto. Daí, a necessidade de, professando-se democrática, ser realmente humilde para poder reconhecer-se aprendendo muitas vezes com quem sequer se escolarizou.
A escola democrática de que precisamos não é aquela em que só o professor ensina, em que só o aluno aprende e o diretor é o mandante todo-poderoso.
Desta forma percebemos na fala de Freire a constatação, não somente a família deve estar pronta para receber a escola, mas esta por sua vez também. Ter professores instruídos que possam através da realidade da criança elencar suas qualidades e capacidades e saber trabalhá-las em sala, para que assim todo o processo educativo dentro e fora da escola possa contribuir com o aprendizado da criança.
Conclusão  
Ao longo de minha pesquisa percebo que são várias as dificuldades citadas pela família e pela escola em relação a sua convivência, que por hora podemos dizer conflituosa, pois principalmente os pais não conseguem ver de que forma poderiam participar da vida escolar dos filhos. A escola por sua vez conforme a pesquisa acima relatada realiza atividades extracurriculares a fim de que os pais venham conhecer e participar da escola, para que seus filhos entendam que estão preocupados com sua educação e como isso é fundamental para a construção do conhecimento.
Contudo, os pais apresentam inúmeras respostas para sua ausência na escola, como reuniões no horário de trabalho, baixa escolaridade, não tem tempo para participar, assim fica impossibilitado a comunicação e principalmente a relação entre família e escola.
Penso que isso já é uma cultura das famílias de não participarem da vida escolar, pois são realizados projetos para que os pais participem; reuniões em diversos horários, então qual seria a justificativa dos pais ausentes, difícil resposta, a escola por sua vez não sabe mais como trazer estes pais ausentes para a convivência escolar. Nesta pesquisa ressalto como o desempenho da criança que possui o acompanhamento dos pais no que se refere à educação escolar é bem melhor do que a criança que não tem este acompanhamento, através dessa pesquisa gostaria de sensibilizar de como é de essencial importância que a família esteja presente na escola, como contribui para o ensino e a aprendizagem da criança, e como esta parceria entre família e escola é válida para a criança.
As crianças que não têm a família presente na escola, ou que os pais só vão à escola quando são chamados insistentemente porque seus filhos já se tornaram um problema na escola, essas crianças não têm um desempenho satisfatório na escola, segundo as coordenadoras da respectiva instituição onde foi realizada a pesquisa, estas crianças se sentem desamparadas e desmotivadas em relação a sua educação, pois seus pais não conhecem sua escola, muito menos o seu professor, então se acomodam e não se sentem estimuladas em aprender.
Acredito que está relação exige ainda muitos estudos a serem desenvolvidos, porque são inúmeras as dificuldades na relação família/escola que necessitam de repostas. Gostaria de salientar que desde o inicio desta pesquisa existiu inúmeras dificuldades de entendimento e finalização desta pesquisa, e neste momento quero apresentar algumas das propostas que penso que se realizadas tanto pela família, como pela escola pode melhorar esta relação.
Escola: a escola pesquisada oferece oportunidadespara a participação dos pais na escola, mas acredito que novos projetos são sempre bem vindos para que os pais possam colaborar com a escola, proporcionar socializações fora do ambiente escolar, assim os pais não sentiriam pressionados em falar a respeito de seus e filhos e principalmente de como vêem a escola.
Família: acredito que a família deve, no caso de não ter tempo, encontrar este tempo para estar e acompanhar seus filhos na escola, porque dessa forma a família estará juntamente com a escola fazendo o papel de formadores do conhecimento da criança.
Assim ela se sentirá motivada em participar das atividades escolares, e seu desempenho melhorará com certeza. Se por ventura os pais encontrarem dificuldades em tarefas escolares, ou atividades similares, penso que existe outras formas de estar presente na escola, como ajudar em organização de trabalhos extracurriculares, limpeza e merenda escolar, atividades que os pais possam fazer de tal modo que se sintam participantes da escola, estabelecendo dessa forma uma a relação contínua e duradoura entre família/escola.
Referências
BENCINI, Roberta. Como atrair os pais para a escola. In Revista Nova Escola. p.38. Ano XVIII , nº 166, Outubro de 2003.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho d’ Água: 1997.
MARANHÃO, Magno de Aguiar. Educação brasileira: resgate, universalização e revolução. Brasília, Plano: 2004.
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Publicado por: Rejane Nubia Gossler Lima
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do Brasil Escola, através do canal colaborativo Meu Artigo. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.
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A importância da participação da família na escola
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Muito se discute sobre a evidente necessidade de diálogo entre escola e família, assim como a usual dificuldade enfrentada para que essa comunicação seja estabelecida de forma eficiente. Sabemos que ambas as instituições, educacional e familiar, possuem um objetivo em comum: a formação de indivíduos bem-sucedidos e preparados para enfrentar as complexidades da vida em sociedade de forma crítica e reflexiva.
 
Pensando nisso, é preciso focar em estratégias para aproximar pais e responsáveis dos gestores das escolas, a fim de modificar essa realidade que tem se mostrado tão burocrática e prejudicial ao processo de crescimento e aprendizado dos estudantes.
 
Uma situação muito comum é a transferência de responsabilidades entre família e escola. O ideal é que haja um entendimento de que as duas são parceiras nessa caminhada e se complementam, cada uma com um papel fundamental no cotidiano dos jovens.
 
É essencial que a família confie na proposta da instituição à qual submete seus filhos todos dias, assim como a escola deve cumprir as diretrizes pedagógicas estabelecidas, cobrando envolvimento e participação dos responsáveis.
 
O envolvimento dos pais no ambiente escolar proporciona segurança aos educandos, que se sentem acolhidos, encorajados e responsáveis por seus atos, que são observados e valorizados de perto. Sabemos, porém, que a rotina e as longas jornadas de trabalho podem comprometer a presença e a atuação dos pais na rotina estudantil dos filhos. Mas a organização e o planejamento são esforços necessários que trarão benefícios no futuro.
 
Ao observar que os pais e os familiares estão interessados em sua rotina de aprendizado e nas experiências que adquire na escola, o estudante se sente protagonista da sua história, ainda em construção, o que, de fato, melhora sua autoestima e estimula seu desenvolvimento.
 
Acompanhamento não significa cobrança. Para evoluir de forma prática e agradável em seu contexto de aprendizagem, o aluno deve se sentir estimulado, motivado, ouvido e prestigiado também. Para incentivar essa parceria tão importante, entre família e escola, separamos algumas dicas que podem modificar de forma fácil essa relação:
 
· A escola deve trabalhar para que a parceria seja eficaz, e acolher pais e responsáveis no ambiente educacional é uma das chaves mais importantes desse processo de relacionamento.
 
· Canais eficientes de comunicação entre ambas as partes devem ser estabelecidos, e hoje, graças às tecnologias, essa demanda está cada vez mais acessível.
 
· Focar no desenvolvimento do aluno é um trabalho e um desafio que depende dessa parceria. Quando a família entende seu papel e acredita na proposta da escola, ela contribui garantindo, por exemplo, que os estudantes cumpram regras e orientações do plano de ensino.
 
· Os pais valorizam o fato de as escolas buscarem alternativas para cativar os alunos, como com propostas educacionais diferentes. Portanto, é interessante que gestores, professores e pais estejam sempre em diálogo para a promoção de soluções de ensino inovadoras.
 
· As críticas são bem-vindas dos dois lados, mas sempre com o objetivo de colaboração. Portanto, é importante abordá-las de um jeito construtivo.
 
A escola tem uma percepção diferente sobre as necessidades do estudante, assim como a família tem um olhar particular graças à convivência próxima com esse mesmo estudante. A junção dessas duas visões é o que promove uma formação educacional eficiente e enriquecedora para todos que participam do processo.
 
Que as escolas e as famílias caminhem juntas em prol do sucesso dos jovens estudantes de nosso país.
https://www.clipescola.com/participacao-da-familia-na-escola/
A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MENTAL JUNTAMENTE COM A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR
RESUMO:
A educação especial sofreu inúmeras transformações ao longo dos anos e se tornou parte integrante da educação de ensino regular como garantia constitucional. A família precisa participar de forma ativa na educação de seus filhos orientando as tarefas de casa, impondo limites e regras e ensinado valores como respeito e reconhecimento da autoridade da escola, enquanto instituição de ensino e aprendizagem. A escola precisa orientar aos pais quanto ao seu papel no processo educacional da criança, buscando fortalecer a parceria família/escola. A criança com deficiência mental não pode ser superprotegida, pois isso pode torná-la extremamente frágil dificultando sua autonomia. A pessoa com deficiência mental não se adequa facilmente a mudanças seja no ambiente, na rotina quanto aos seus relacionamentos interpessoais que costumam ser duradouros. É preciso que sejam trabalhadas atividades de raciocínio lógico, de forma mais exaustiva e especializada considerando suas especificidades. O grau de inteligência é utilizado para diagnosticar a deficiência mental, ou seja, a capacidade intelectual da pessoa de processar informação e a necessidade de condições mais completas de instrução. É preciso trabalhar a auto-estima da criança para que possa reconhecer a autoridade dos pais e da escola.
Palavras chave: Educação especial. Deficiência Mental. Pais. Escola.
1 INTRODUÇÃO
A educação pública brasileira foi objeto de várias pesquisas, levantamentos e leis nos últimos anos, com o intuito de avaliar, melhorar e proporcionar a mudança e a busca pela qualidade do ensino no âmbito de promover a inclusão social na sua amplitude, com uma educação de qualidade para todos os cidadãos.
A legislação brasileira passou a garantir o acesso à educação a todas as crianças em idade certa, promover políticas públicas de práticas inclusivas, de educaçãode jovens e adultos que não freqüentaram a escola em idade certa, o aumento do número de acesso ao ensino superior por pessoas de baixa renda, negros e índios e como não poderia ser diferente, dentro desse processo inclusivo, facilitar o acesso à pessoa com deficiência à Instituição escolar de ensino regular.
A educação especial antes restrita à responsabilidade de um determinado grupo da sociedade como APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais se tornou responsabilidade do estado, passou a ser reconhecida com direito legal em que todos os cidadãos brasileiros podem ter acesso à educação em sua plenitude, não como um processo mecânico de aprendizagem e sim uma educação para a cidadania que estimula a busca pela construção do conhecimento através do raciocínio lógico. Uma educação em sua plenitude formando cidadãos críticos capazes de intervir na sociedade brasileira, um ato político, que permite ao indivíduo crescer e promover sua independência assim como participar da economia do país, através de seu trabalho.
É importante considerar na educação especial a importância efetiva de atuação dos pais, pois ao reforçar o trabalho do professor garante o crescimento individual da criança. Em especial a criança com deficiência mental precisa que sejam estabelecidas parcerias entre os pais e a escola a fim limitar as ações e comportamentos de seus filhos, aumentando a autonomia da criança, sem excesso de proteção.
A falta de limite disciplinar e o excesso de dependência da criança muitas vezes atrapalham o seu desenvolvimento cognitivo. À família, cabe o papel de ensinar valores como: limite, respeito, compromisso com as tarefas e deveres e orientar a criança para reconhecer e respeitar a autoridade da escola. Quando superprotegidas por seus pais, a criança deficiente mental se torna altamente dependente emocionalmente, muitas vezes se recusa a realizar as atividades pedagógicas dificultando o trabalho da escola. É necessário conscientizar a comunidade escolar de que toda a criança tem a capacidade de aprender, a diferença está no processo que precisa ser especializado de acordo com as necessidades educativas especiais da criança.
Educar é um ato de amor e político que proporciona o crescimento e a independência do indivíduo na sociedade que para se estabelecer e viver nela precisa receber de seus pais conceitos ao qual esse sistema exige. Isso não é uma tarefa fácil e não existe um manual a ser seguido, mas sem essas informações o indivíduo poderá apresentar dificuldades para se adequar e se sobressair dessa ou daquela situação, ou problema. Os indivíduos nascem com características próprias o que pode resultar em reações adversas de acordo com meio ao qual fazem parte e das relações que estabelecem.
A criança com deficiência mental possui uma condição permanente que precisa de alguns ajustes para melhorar seu crescimento. Ao analisar a capacidade intelectual da criança é possível identificar a deficiência mental, pois a mesma precisa de informações mais completas para a sua instrução, associados à sua limitação.
Mesmo com dificuldade em mudança é preciso que sejam introduzidas aos poucos novas informações e atividades na vida criança com deficiência mental a fim de promover seu crescimento individual enquanto cidadão sem causar transtornos que perturbem seu equilíbrio emocional. As relações interpessoais também são importantes e os pais precisam se atentar para isso estimulando-as, essas relações que são longas e duradouras devido suas dependências afetivas e comportamentais.
2 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR
A educação inclusiva se consolidou em 2008 com a criação da Política nacional de Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, desta época até a atualidade, o número de alunos com deficiência presentes no cotidiano da escola de ensino regular mais do que dobrou o que passou a demandar mudanças de âmbito pedagógico e estrutural.
Segundo a legislação brasileira Lei 13.146 de 2015 Art. 2. Considera-se pessoa com deficiência: “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.
A educação especial sofreu profundas transformações ao longo dos anos, impulsionada com as reivindicações dos movimentos sociais que buscavam igualdade entre as pessoas, aos poucos as pessoas com deficiência foram incorporadas ao sistema educacional de ensino regular e procurou-se promover mudanças de paradigmas e buscar possibilidades de novos procedimentos que facilitariam de alguma forma a sua incorporação ao sistema.
A educação especial viveu profundas transformações durante o século XX. Impulsionada pelos movimentos sociais que reivindicavam mais igualdade entre todos os cidadãos e a superação de qualquer tipo de discriminação. Incorporou-se aos poucos, ao sistema educacional regular e buscou formulas que facilitassem a integração dos alunos com alguma deficiência. Ao mesmo tempo produziu-se uma profunda reflexão no campo educativo fazendo com que os problemas desses alunos fossem encarados a partir de um enfoque mais interativo, no qual a própria escola deveria assumir sua responsabilidade diante dos problemas de aprendizagem que eles manifestavam. O conceito de necessidades educativas especiais e a ênfase na importância de que a escola se adapte à diversidade de seus alunos foi expressão dessas novas realidades. (COLL, PALACIOS e MARCHESI, 2004, p.15)
Diante desse processo foram levantadas questões reflexivas fazendo com que situações que envolvem as necessidades educativas especiais, fossem encaradas de forma mais dinâmica, viva e interativa de acordo com as necessidades individuais. Tornando a escola responsável pelas situações adversas de aprendizagem que lhes eram manifestadas, fazendo com que a instituição se adapte ao indivíduo e não ao contrário.
Existem necessidades educativas comuns, compartilhadas por todos os alunos, relacionadas às aprendizagens essenciais para o seu desenvolvimento pessoal e sua socialização, que se expressam no currículo escolar. Nem todos os alunos, porém, enfrentam com a mesma bagagem e da mesma forma as aprendizagens estabelecidas nele, visto que têm capacidades, interesses, ritmos, motivações e experiências diferentes que medeiam seu processo de aprendizagem. O conceito de diversidade remete-nos ao fato de que todos os alunos têm necessidades educativas individuais próprias e específicas para ter acesso às experiências de aprendizagem necessárias à sua socialização [...]. Nem toda necessidade individual, porém, é especial. Algumas necessidades individuais podem ser atendidas pelo trabalho individual que o professor realiza na sala de aula: dar mais tempo ao aluno para a aprendizagem de determinados conteúdos, utilizar outras estratégias ou materiais educativos, planejar atividades complementares, etc. (COLL; MARCHESI; PALACIOS E COLs apud BLANCO, 2004, p. 290).
Segundo a legislação brasileira Lei 13.146 de 2015 Art. 27 Toda pessoa com deficiência tem o direito a educação garantida no sistema educacional inclusivo em todos os níveis, ou seja até o ensino superior “e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem”.
As escolas inclusivas são necessariamente instituições que precisam entender a necessidade especial educacional do aluno, garantir uma educação de qualidade para todos e promover respostas sem nenhum processo de exclusão. Para isso, foram necessárias transformações no Sistema educacional de ensino.
O movimento no sentido das escolas inclusivas precede, em grande medida, do campo da educação especial e se propôs a atingir uma mudança profunda na educação que seja capaz de integrar todos os alunos. É preciso, todavia destacar que existem, ao mesmo tempo, outrasiniciativas que convergem para o objetivo de atingir uma educação inclusiva e não segregadora. (COLL, PALACIOS e MARCHESI, 2004, p. 27)
O principio da inclusão precisa proporcionar igualdade de acesso em todas as modalidades de ensino com respeito à cultura e á bagagem cultural do aluno para a construção conjunta do conhecimento. Um grande desafio educacional é gerenciar as diferenças que convivem dentro da instituição escolar.
Na perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em modalidades de ensino especial e ensino regular. As escolas atendem as diferenças sem discriminar, sem trabalhar a parte com alguns alunos, sem estabelecer regras especificas para se planeja, para aprender, para avaliar (currículos, atividades, avaliação da aprendizagem para alunos com deficiências e necessidades educativas especiais). (MANTOAN, 2003, p.25)
A educação especial atualmente é parte integrante da escola de ensino regular da educação pública brasileira. Os alunos com necessidades educativas especiais precisam ter suas atividades adaptadas de acordo com suas especificidades. Os Parâmetros Curriculares Nacionais possibilitam à escola realizar a adaptação curricular de acordo com as necessidades dos alunos. Há uma grande dificuldade dos professores em estabelecer parcerias com as famílias para a efetivação do trabalho diferenciado.
(...) dentro de uma estrutura educacional que oferece ao aluno a oportunidade de transitar dentro do sistema escolar- da classe regular ao ensino especial- em todos os seus tipos de atendimento- escolas especiais, classes especiais em escolas comuns, ensino itinerante, salas de recursos, classes hospitalares, ensino domiciliar e outros. Trata-se de uma concepção de inserção parcial, porque o sistema prevê serviços educacionais segregados. (MANTOAN, 2003, p.22)
A LDB especifica o se entende por Educação Especial e suas modalidades de atuação dentro da rede de ensino regular focando valores de superação e adaptação de espaços e modalidades curriculares. No Capítulo V art. 58. Conceitua o que se entende por educação especial para os efeitos legislativos como sendo “a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Especifica que quando necessário esse serviço deve ser incorporado aos “serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial”. A LDB também prevê o local do atendimento especializado: “O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. (BRASIL, 1996, p.21).
O Atendimento Educacional especializado – AEE precisa promover apoio às atividades pedagógicas assim como mediar o ensino regular de forma colaborativa. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB criada em 1996 Art. 4º. III (BRASIL, 1996, p.2) define e conceitua a educação especial como sendo “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. Garantindo a efetiva atuação do AEE dentro da escola de ensino regular com a finalidade de atender as peculiaridades do aluno com necessidades educativas especiais garantindo efetivamente o atendimento especializado nas Instituições de ensino regular do país.
3 O PAPEL DA FAMÍLIA EM PARCERIA COM A ESCOLA NA FORMAÇÃO EDUCACIONAL DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA
Tendo em vista que a família dos alunos com deficiência muitas vezes não estabelecem limites necessários para a promoção da aprendizagem. Essa permissividade dos pais dificulta uma maior cobrança a alguns alunos da educação especial, não lhes sendo exigido um maior esforço reflexivo. A superproteção pode-se manifestar de diversas maneiras e uma delas é impedir o crescimento do outro. Os pais ao superproteger podem impedir mesmo sem saber o desenvolvimento intelectual e a autonomia do seu filho. É preciso que haja favorecimento da família estabelecendo limites e cobranças para um mínimo de cumprimento das tarefas escolares. É dever de toda comunidade escolar promover uma educação de qualidade à pessoa com deficiência.
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Segundo Paro (2000) é de suma importância a contribuição efetiva dos pais junto aos filhos de forma qualitativa, na educação especial não é diferente, pois é em casa junto à família que a criança recebe e engloba o desenvolvimento de estímulos para estudar, pelo gosto em aprender coisas novas.
Um aspecto importante a considerar quando se procura averiguar a presença da participação em casa com vistas a um melhor desempenho dos filhos é o conceito que se tem dessa participação ou “ajuda”.(...) à ajuda dos pais em casa estão querendo se referir desde a um carinho ou afeto que pode parecer, em princípio, não relacionado com a vida escolar do aluno, até uma intervenção mais ostensiva, ajudando nas lições de casa. (PARO·, 2000, p.38-39).
Os pais da educação especial precisam se conscientizar que o mínimo precisa ser feito por eles, mesmo com todas as dificuldades é imprescindível o seu auxílio pais na aprendizagem dos alunos, seja impondo limites, criando regras, colocando afirmações positivas a respeito do ambiente escolar em questão nas discussões em casa, reforçando a autoestima da criança dizendo que são capazes e o que esperam delas levando-as a perceber a real importância da aprendizagem e do conhecimento.
A posição da maioria do pessoal da escola a respeito da viabilidade ou não de os pais ajudarem em casa pode parecer, à primeira vista, contraditória, já que, ao mesmo tempo em que acreditam na impossibilidade da ajuda, em vistas das condições de vida dos pais, reclamam da ausência dessa ajuda. Mas o fato é que, se reconhecem as dificuldades advindas de suas condições materiais de existência, consideram que há um mínimo a ser feito que independe dessas condições. (PARO·, 2000, p.48).
A função da escola é ensinar e a participação dos pais juntos a seus filhos na escola com vistas a um melhor desempenho escolar às vezes levanta questionamentos arbitrários do que pode ser feito pelos pais em uma relação fundamentada na continuidade do trabalho de ambas as partes.           É preciso integrar a parceria entre pais e escola em uma concepção bem elaborada e definida, pois a família é crucial para desenvolver hábitos de estudos onde a criança precisa ser motivada com estímulos que a fazem quererem aprender, ir à escola e ter um bom desempenho, além da necessidade de um reforço na auto-estima do aluno.
Principalmente na educação especial é importante não apenas solicitar a ajuda dos pais, mas também orientá-los de como realizar a parceria sem comparti mentalizar as ações ao contrário compactar ações de forma unânime usando uma mesma linguagem, a natureza da educação é uma atividade social que configura a relação família/ escola.
Na verdade, a disponibilidade de boas condições para o estudo nas casas das camadas mais pobres da população parece ser heterogênea, havendo desde situações de extrema precariedade até situações em que os pais põem à disposição de seus filhos boas condições de trabalho. Dada à situação de vida dessas populações, é mais provável, entretanto, que predominem os casos em que faltam condições adequadas de estudo. Assim, a precariedade dos recursos e dos espaços para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma realidade que dificulta os trabalhos estudantis das crianças e jovens. (PARO·, 2000, p.48).
É unânime entre professores a opinião de que um mínimo, precisa ser feito pelos pais para auxiliarem na solução dos problemas de aprendizagem apresentados pelos alunos. A escola exerce diversas funções com relação a preparar seu aluno para a sociedade, seja para o mercado de trabalho, seja para o exercício da cidadania, para o acesso e busca pela informação e conhecimento ou até mesmo para retirar a criança da rua no momentoem que os pais estão trabalhando.
O ser humano precisa ser educado por seus pais para viver em sociedade é através das informações e limites impostos pelos pais que a criança chega à fase adulta com certa polidez para conviver com os demais e saber se sobressair dessa ou daquela situação, não é uma tarefa fácil e muito menos existe um manual pronto a ser seguido. É preciso que os pais entendam que seus filhos possuem características próprias e poderão ter reações adversas que vão depender do meio ao qual está inserido e das relações que estabelecem.
A deficiência mental considerando que é uma condição ao qual o indivíduo precisa se adaptar o mesmo não pode se considerar inferior ou protegido por essa condição ao contrário a criança mesmo deficiente precisa entender que precisa ser amigável, saber conviver com os colegas, a respeitar os educadores e as normas e disciplinas da escola.
A criança com deficiência mental não pode ser tida como coitadinha, pois isso além de deixá-la aquém de sua condição humana pode muitas vezes fazer com que se sinta no direito de “vantagem” com relação aos demais se recusando a realizar as tarefas, querendo brincar durante todo o período que permanece na escola. Não é torná-los submissos e sim ensiná-los a estabelecer relações dos contextos, interpessoais e do meio estrutural, dos tempos entre outros.
A sociedade brasileira ainda engatinha no que se refere à inclusão. Devido à falta de informação e ao preconceito, todos os indivíduos passam por dificuldades. O deficiente sente-se excluído porque o tratam como incapaz. Os pais, por sua vez, infantilizam ou superprotegem os filhos. E o professor que recebe um aluno com esse histórico teme fracassar na tentativa de integrá-lo à sociedade, principalmente se não tiver orientação sistematizada. (CAVALCANTE, 2004, p.32)
Se os pais encaram essa criança como um ser extremamente frágil, instigam a crença de que não podem enfrentar situações mais difíceis, procuram protegê-la ou poupá-la excessivamente dos infortúnios da vida, estarão propiciando a formação de um ser alienado da realidade em que está inserido o que pode gerar insegurança, medo e instabilidade. O papel da escola e da família é educar para a autonomia. É preciso que haja a cultura do respeito mútuo para que aconteça o reconhecimento da autoridade dos pais e da escola.
Segundo Rodrigues (2003) “Aquilo que difere o autoritarismo do comportamento de autoridade, adotado pelos pais ou professores para que filhos ou alunos tornem-se mais educados ou disciplinados, é o respeito que eles demonstram pela autoestima da criança ou do adolescente”.
Uma criança sem os limites construídos pelos pais é emocionalmente frágil, com baixa autoestima que não pode ser contrariada pelo não, e quando isso acontece se vitimiza. Não consegue enfrentar situações difíceis tendo dificuldade em se relacionar com as outras pessoas.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA MENTAL
A criança com deficiência mental é uma condição permanente, mas que pode ser melhorada através de tratamentos e atividades pedagógicas de acordo com suas limitações, porém com respeito e expectativa de crescimento.
A deficiência mental constitui uma condição permanente embora imutável. (...) alude a limitações muito generalizadas em capacidades ou aptidões da pessoa, relativas a processos básicos de pensamento, de conhecimento e/ou de aprendizagem, capacidades que não se resumem mal no termo clássico inteligência. (COLL,, PALACIOS e MARCHESI, 2004, p. 196- 197)
A deficiência mental parte de pressupostos científicos embasados na capacidade intelectual da pessoa de processar informação. A psicologia estuda essa capacidade cognitiva e através dela analisa as deficiências mentais. Segundo Cool, Palacios e Marchesi (2004) “inteligência é capacidade de aprender em condições de instrução incompleta, enquanto que atraso é resistência à instrução, portanto, necessidade de uma instrução mais completa (...)”. Portanto, aquele indivíduo que necessita de uma instrução mais minuciosa pode ser relacionado ao deficiente mental, devido à relação de deficiência e inteligência e as condições em que são produzidas.
E é ai que entra o papel do educador de como proceder com as crianças com menos capacidade de aprendizagem e proporciona - las condições mais completas de instrução. Cool, Palacios e Marchesi (2004) consideram que “as pessoas com deficiência mental apresentam tipicamente outros traços, além de – mas associados com- sua limitação intelectual”.
A pessoa com deficiência apresenta dificuldades em mudança de rotina, em adaptação a situações novas e muitas vezes apresentam insegurança e ansiedade diante de uma nova tarefa. Por isso, o educador e a família precisam colocar a criança em uma situação de rotina e ir aos poucos introduzindo novidades de forma considerável, tendo o cuidado de não causar transtornos que perturbem o equilíbrio emocional do indivíduo. Os postos de trabalho rotineiros são indicados para atuação de pessoas com deficiência, mas é preciso avaliar até que ponto isso é proveitoso para o rendimento do indivíduo enquanto pessoa, ser pensante.
As relações interpessoais que uma pessoa com deficiência estabelece também causa insegurança por isso são mais longas e duradouras, costumam ter uma grande dependência afetiva e comportamental com relação a outras pessoas. Tal dependência é herdeira ou, mais do que isso ou, mais do que isso, a forma duradoura do apego. As emoções de afeto são diversificadas e na maioria das vezes de idade cronológica inferior à sua idade física da criança que pode chegar a idade adulta apresentando essas características.
É característica do indivíduo com déficit cognitivo a dificuldade do reconhecimento e da referencia do “EU” o que resulta em comportamentos que não condizem com o meio social. Essas disfunções e bloqueios que interferem nas decisões do indivíduo, a percepção de sua própria capacidade, os resultados que se deve almejar e lutar para conquistar, assim como as conseqüências dos próprios atos. A deficiência Mental segundo Cool, Palacios e Marchesi (2004) pode ocorrer por diversos fatores biológicos ou psicossociais.
CONSIDERAÇÕES
As práticas inclusivas passaram por várias mudanças buscando a melhoria da qualidade da educação pública brasileira, assim como diminuir os índices de evasão. A escola passou a ser um lugar de respeito às diferenças, com atividades adaptadas para o indivíduo com necessidades educativas especiais, não deixando de considerar as diversas peculiaridades de cada um.
A legislação brasileira passou por diversas adequações para assegurar o direito à educação a todos os cidadãos brasileiros. Para que isso acontecesse efetivamente ocorreram mudanças ideológicas, curriculares e estruturais nas escolas públicas brasileiras.
O professor precisa inovar e adaptar suas práticas possibilitando o raciocínio lógico da criança, não se deve realizar atividades meramente mecânicas e sim que estimulem o raciocínio lógico.
A responsabilidade de educar seus filhos ensinando-lhes limite, valores e respeito  de como se comportar diante da sociedade ao qual faz parte é inicialmente da família, posteriormente estabelece parceria com a escola, mas para que o processo educacional aconteça a criança precisa reconhecer a autoridade e a importância da escola e da aprendizagem para o seu crescimento enquanto pessoa.
Os pais precisam estar presentes na educação de seus filhos e em especial o pai da criança com deficiência mental precisa apoiar as diversas possibilidades de crescimento intelectual de seu filho mesmo que isso demande um esforço maior da criança. É preciso respeitar os tempos, porém ao introduzir no cotidiano novas tarefas e rotinas é possível que aja o crescimento da criança com deficiência mental sem abalar seu emocional.
A inteligência é algo próprio do indivíduo que e modificado quando o mesmo tem acesso a novas informações. A deficiência mental é observada que associada a sua limitação intelectual é possível observar outras características que permitem identificar comoinsegurança, dependência afetiva e dificuldade em adaptação na mudança de rotina.
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Publicado por: Eliana Gualberto de Araujo Brunoro
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-participacao-dos-pais-no-processo-aprendizagem-aluno-com-deficiencia-mental.htm
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A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO INTERPESSOAL NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Publicado em 18 de November de 2015 por Blunilde Brito Bernardo Brasil
		
 
A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO INTERPESSOAL NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Blunilde Brito Bernardo Brasil
 
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivos abordar a influências das relações interpessoais no atendimento educacional especializado, bem como investigar as contribuições que as relações interpessoais podem oferecer ao atendimento educacional especializado. Teve-se como metodologia pesquisa bibliográfica e de campo, da observação que tem como recursos: livros, sites, trabalhos acadêmicos, visita e observações in loco. Procurou-se tratar pontos imprescindíveis para a compreensão do tema, como o conceito das relações interpessoais; o atendimento educacional especializado relacionando com as relações interpessoais; a influência das relações interpessoais no atendimento educacional especializado, enfatizando o envolvimento do aluno, família e escola neste processo. Obteve-se, como resultados, proposições com contribuições para as relações interpessoais dos professores dos alunos que tem deficiência e recebem atendimento educacional especializado, sendo sugeridas ações para o desenvolvimento de atividades assim como, mudanças de atitudes entre o professor da Sala de Recursos Multifuncionais e as partes envolvidas (família e diversos profissionais da escola) no processo do atendimento ao aluno, ou seja, família e escola.
Palavras chave: Relacionamento Interpessoal, Atendimento Educacional Especializado, Inclusão.
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¹- Aluna, Técnica Pedagógica, da SEMC. Graduada em Pedagogia, pela Universidade da Amazônia – UNAMA;  Especialista em Pedagogia Empresarial, pela faculdade FACI; e em Atendimento Educacional Especializado – AEE, pela faculdade FACIBRA.
 
INTRODUÇÃO
          
O presente artigo tem como tema “A influência das relações interpessoais no atendimento educacional especializado” que foi desenvolvido a partir de observações realizadas no cotidiano escolar, perceber que o clima organização agradável, depende das relações existentes entre os próprios profissionais, assim como dos alunos e seus familiares, o que é chamado de relações Interpessoais, infelizmente algumas escolas ainda não compreenderam sua importância e o que a mesma exerce sobre as pessoas, influenciando diretamente a produtividade dos colaboradores em suas atividades cotidianas.
O estudo teve como objetivo geral Investigar a importância da relação Interpessoal no e para o Atendimento Educacional Especializado-AEE. E objetivos específicos - Analisar as influências da Relação Interpessoal no Atendimento Educacional Especializado – AEE. - Identificar as diversas maneiras que a Relação Interpessoal pode contribuir para a atuação do professor do AEE.
Entretanto a partir das vivencias ainda é possível ouvir relatos de insatisfação, não salarial, mas, organizacional, funcionários insatisfeitos com o ambiente de trabalho, pois possivelmente tem dificuldades no relacionamento com os colegas, familiares do aluno ou ainda, com uma pessoa em específico, o que o deixa cabisbaixo, desmotivado e/ou desconfiado, sentimentos esses gerados a partir de uma relação pouco saudável no ambiente de trabalho. Infelizmente, casos deste tipo são comuns de serem encontrados, uma vez que lidamos com pessoas diferentes umas das outras, que têm histórias, culturas, valores, crenças distintas, e com interesses diversos.
E, ao direcionar à educação especial estas diversidades se multiplicam, tanto nas perspectivas educacionais quanto familiares, aumentando as dificuldades encontradas pela escola, família, e pelo aluno. Cabendo, muitas vezes, ao professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE buscar caminhos para possíveis superações.
No entanto considera-se que, ser proativo, dinâmico e sensível às necessidades do aluno, deve ser suas características do professor do AEE.  E, encontrar meios para ajudar o aluno que atende depende, muitas vezes, das relações que mesmo tem com os demais funcionários e familiares.
Mediante as circunstancias, surgiram algumas indagações sobre a influência das relações interpessoais no Atendimento Educacional Especializado, bem como, de que maneiras que essas relações podem contribuir na atuação do professor do AEE. Desta forma, neste artigo abordarei o significado das Relações Interpessoais, o aluno e a família no atendimento educacional especializado, A escola e o Atendimento Educacional especializado, Relações interpessoais e suas contribuições para atuação do professor no atendimento educacional especializado com inclusão. E, para elaboração deste artigo utilizou-se como metodologia leituras, interpretações e produções de texto, como também observações constante durante os assessoramentos aos professores das escolas e das Salas de Recursos Multifuncionais-SRM.
RELAÇÃO INTERPESSOAL
Relacionamento interpessoal hoje é um dos temas mais abordados no cotidiano escolar e não escolar, pois atuamos diariamente com diversas pessoas, entre colegas de trabalho, alunos, familiares e sociedade como um todo. E percebi a necessidade cada vez mais desenvolver esta competência. O que Moscovici (2011) ratifica quando diz que “Pessoas convivem e trabalham com pessoas e portam-se como pessoas, isto é, reagem às outras pessoas com as quais entram em contato” (p 66).
Assim, percebe-se que o ser humano é movido não apenas pela razão, porém, por tudo que está ao se redor, e principalmente pelo que sente e percebe. Então, a partir do instante que a pessoa sente estar em um ambiente apropriado e confiável tenderá a produzir mais e melhor, uma vez que estará a vontade para isso.
A partir da compreensão da importância das relações humanas é possível perceber que melhores resultados poderão ser alcançados no desenvolvimento das atividades do cotidiano seja na vida diária, ou nas atividades profissionais.
Desta forma, passei a questionar de que forma essa relação interpessoal pode influenciar no desempenho das atividades pessoais eprofissionais? Uma vez que somos cognitivamente capazes de distinguir o que é bom do ruim. Todavia, para melhor compreendermos Antunes conceitua Relacionamento Interpessoal como sendo:
O conjunto de procedimentos que facilitando a comunicação e as linguagens estabelece laços sólidos nas relações humanas. É uma linha de ação que visa, sobre bases emocionais e psicopedagógicas, criar um ciclo favorável à empresa e garantir através de uma visão sistêmica a integração de todo pessoal envolvido por meio de uma colaboração confiante e pertinente. (ANTUNES 2007, p 9)
Portanto, esta relação gira ao redor as ações do próprio ser humano, sendo positivas haverá uma relação positiva e construtiva, porém se as atitudes forem negativas, consequentemente esta relação será negativa e carregada de frustrações.
Antunes ainda destaca que “cada pessoa é, e sempre será um verdadeiro universo de individualidade, suas ações e pensamentos constituindo paradigmas únicos” (2007, p. 09). Ratificando desta forma, a individualidade e maneira de ser de cada pessoa, a qual traz consigo além da carga genética, há também sua cultura, hábitos e visão de mundo diferente uns dos outros.
Esta individualidade além de enriquecer a diversidade tão importante na realização das atividades do cotidiano, também dificulta a comunicação interpessoal e com ela todo esquema de relações humanas que envolvem o segredo do conviver, uma vez que a não compreensão do pensamento do outro interfere e prejudica tal relação.
Para ratificar o pensamento de Antunes, pode-se analisar o ponto de vista de Carvalho, uma vez que para ela “os seres humanos são essencialmente seres sociais, instintivamente motivados por uma necessidade de se relacionar” (2009, p18), confirmando desta forma, que todos precisam uns dos outros para a própria sobrevivência da espécie humana.
A habilidade de lidar com situações interpessoais engloba várias outras habilidades, como: flexibilidades perceptivas e comportamentais, que significa procurar observar por vários ângulos ou aspectos da mesma situação e atuar de forma diferenciada, não rotineira, experimentando novas condutas percebidas como alternativas de ação.
Concomitantemente é desenvolvida a capacidade criativa para soluções ou propostas menos convencionais, obtendo resultados duplamente compensadores: da resolução dos problemas e da autorrealização, pelo ato de criar, o que é gratificante. Outras habilidades consistem em dar e receber feedback, sem o qual não se constrói relacionamentos humanos autênticos.
Outro ponto da competência interpessoal se refere ao relacionamento em si e compreende a dimensão emocional-afetiva, predominantemente. O equilíbrio entre cognitivo e emocional devem existir. Portanto, competência interpessoal é o resultante de situações interpessoais e de habilidades especificas comportamentais, que conduzem a um relacionamento duradouro e satisfatório para as partes envolvidas. Para Prette e Prette (2007, p. 32): “As relações interpessoais devem levar em conta a tríade pensamento, sentimento e comportamento, independente de estes se apresentarem de forma coerente no desenvolvimento do individuo...”
Desta forma, pode-se dizer que uma pessoa é coerente quando seus pensamento e sentimentos se refletem em suas ações e interações com os demais.
Também é possível atribuir outras competências a relação interpessoais, tais como: a manutenção ou melhora da autoestima, da qualidade da relação; maior equilíbrio de ganhos e perdas entre os parceiros da interação; bem como o respeito e ampliação dos direitos e deveres de forma ampla. A manutenção ou melhoria da qualidade das relações interpessoais também é um indicador de competência social.
Desta forma, afirmamos que as relações interpessoais são importantes não apenas para o desenvolvimento das tarefas profissionais, mas também na relação na sociedade e familiar. Uma vez que aprendida e desenvolvida pode e dever ser praticada em todos os momentos da vida.
Para Moscovici (2011, p.72), “competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma”. Certamente não é simples o desenvolvimento desta competência, porém é algo que deve ser trabalhado e valorizado a cada dia.
As probabilidades de aprender e transferir a aprendizagem sobre competência interpessoal aumenta quando o individuo consegue desenvolver autoconscientização e aceitação para produzir informações com o mínimo de distorção, quando passa a aceitar e confiar mais nos outros, dando e recebendo feedback útil.
Portanto, “competência interpessoal não é, pois, um dom ou talento inato da personalidade, e sim uma capacidade que se pode desenvolver por meio de treinamento próprio” (MOSCOVICI, 2011, p. 78). Sendo assim, o diferencial entre os que desenvolvem esta competência e os que não conseguem, é a disposição, o querer e o fazer.
Neste olhar de querer fazer, é que abordarei a seguir sobre o atendimento educacional especializado e as relações interpessoais, uma vez que ambos estão diretamente ligados e dependentes um do outro.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E AS RALAÇÕES INTERPESSOAIS
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas da educação, “sendo assegurado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”, conforme a LDBEN (2014) o atendimento educacional especializado.
“O atendimento educacional especializado-AEE deve integrar a proposta pedagógica da escola” (decreto, 7611/11), o qual tem o papel fundamental de transformação da escola comum, para que a mesma atenda a todos com qualidade, auxiliando no rompimento das barreiras impostas culturalmente, pela escola comum. Para isso, o atendimento educacional especializado deve se fundamentar nas habilidades e competências do aluno, considerando sua condição específica para realizar determinadas tarefas.
O professor do AEE terá o dever de conhecer a realidade do aluno a ele encaminhado, suas histórias de vida, suas preferências, limitações, dificuldades, e isso significará conversar com a família, com o professor da Sala Regular, coordenação da escola, com a comunidade escolar, para que então possa ser planejado um trabalho para desenvolver as potencialidades destes alunos.
O primeiro passo é procurar saber o que o aluno com deficiência já sabe e quais são as possibilidades que ele tem de aumentar esses conhecimentos, por isto é importante descobrir como tem sido a experiência da criança, pesquisando seu histórico escolar e trocando informações com os pais e os professores das séries anteriores. (CAMPBELL, 2009)
Todavia, para que esse professor possa obter informações satisfatórias, é importante que consiga conversar com os que são necessários, sabendo ouvir, respeitando e valorizando a cada um dos envolvidos neste processo, visto que geralmente, os mesmos já se encontram cansados pela lida diária.
 O saber lhe dar com outro é de fundamental importância, para que o trabalho possa ser desenvolvido com eficácia. “É preciso se dispor a conhecer cada um deles para auxiliá-los” (Chalita 2004, p 139). Para isso o professor do Atendimento Educacional Especializado tem grandes desafios, os quais se iniciam no próprio momento de matrícula das crianças na escola, visto que em muitos casos a família desconhece a deficiência de seus filhos e/ou escondem esta informação com o receio dos mesmos não terem o direito da educação garantido. Este pensamento pode ser ratificado por Mantoan (2011, p 19), quando diz que “o AEE... pode ser o instrumento que leva a concretização do direito a educação”.
Assim, a partir da compreensão da importância das relações humanas é possível perceber que melhores resultados poderão ser alcançados no desenvolvimento do trabalho do professor, como também das potencialidades do aluno. Cumprindo desta forma o que o decreto nº 7611/11 traz em seu art. 2º: Trata dos serviços especializados com o intuito de eliminar as barreiras para que as pessoas

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