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FAMÍLIA E ESCOLA

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PEDAGOGIA
 Sistema de Ensino Presencial Conectado
 CURSO DE PEDAGOGIA 8º SEMESTRE
sheila reis de almeida ribeiro
 
 FAMÍLIA E ESCOLA
 Uma parceria importante
	
 (
BELO HORIZONTE 
2020
)
 
 
 SHEILA REIS DE ALMEIDA RIBEIRO
Família e escola
 Uma parceria importante
		
 
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogia.
Orientador: Profª. Natalia Gomes dos Santos.
Tutor à Distância: Ana Maria Martins. 
Tutor Presencial: Cláudia 
BELO HORIZONTE
2020
RIBEIRO, Sheila Reis de Almeida, Família e Escola: Uma parceria importante. 2020. Números de total de folhas 30. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Belo Horizonte - MG, 2020.
 RESUMO 
 O projeto visa resgatar a importância da parceria da família com a escola, 
 Buscando uma construção de uma educação de qualidade e conscientização dos pais e dos educadores, para que ambos caminhem juntos em busca de uma melhor aprendizagem para os alunos. A metodologia usada foi pesquisa bibliográfica, na presente pesquisa ficou clara que a família tem um papel extrema importância no incentivo em crianças interessadas pelo ambiente escolar. A problematização da pesquisa é qual a real importância destas duas instituições e como elas se tornam fundamentais na educação. Como objetivos específicos pretenderam-se conceituar a família e seu papel na sociedade; verificar o papel dos pais a educação dos seus filhos; a ação da escola inserindo a família propiciando um ambiente agradável aos pais e profissionais da educação.
Apresentam-se dentro deste o cotidiano escolar a influência da escola na família ocorrendo uma ligação ente os dois mundos e trilha o mesmo sentido; dar as crianças amparo necessários a formação do indivíduo. Defendem dois modelos sistêmicos numa perspectiva de integração funcional, e que a flexibilidade, a mudança do conflito são elementos que coexistentes. Os contatos são importantes por diversas razões: permitem um conhecimento progressivo do educador, ajudam os pais a tranquilizar e verem com segurança o desempenho do seu filho na escola. 
Palavras-chave: Participação, Família, Escola, Educação.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	6
3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO	22
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS	28
5. REFERÊNCIA	29
 
1. INTRODUÇÃO
Este projeto tem como justificativa mostrar que a família tem sido apontada como parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar. A busca de uma harmonia entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. Essa harmonia entre escola baseia-se na divisão do trabalho de educação de crianças, jovens e adultos, envolvendo expectativas recíprocas. Levando em consideração que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais diversos interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família é essencial, pois é ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender, quais são as instituições que devem frequentar o que é necessário saberem para tomarem as decisões que os beneficiem no futuro.
	Com o passar do tempo, parecem não ter o mesmo objetivo em relação à educação da criança. O objetivo deste projeto é compreender se é possível à escola caminhar sem a participação da família e analisar quais são os fatores que contribuem e influenciam participação e que, de certa forma, influenciam na educação da criança.
	É possível observar sem muitos estudos, em famílias de classe média, as mães que acompanham assiduamente o aprendizado e o rendimento escolar do filho, que organizam seus horários de estudo, verificam o dever de casa diariamente, conhecem a professora e frequentam as reuniões escolares. No estágio realizado, foi possível também observar o discurso frequente no âmbito da escola pública que atende às famílias de baixa renda, as reclamações das professoras insatisfeitas com as dificuldades de aprendizagem e que reclamam da falta de participação dos pais.
	Durante as observações de campo realizadas durante o estágio pude ver que as coordenações sentem falta do acompanhamento dos pais nas atividades escolares de seus filhos/ dependentes. Por isso, nasceu o interesse de entender qual é a participação que a escola espera da família e o que a família espera da escola. Que participação é essa tão almejada por ambas?
	Esse tema estudado é relevante devido à necessidade que a sociedade contemporânea está passando, percebem-se os apelos que uma boa parte da sociedade faz para as autoridades e comunidades, numa tentativa de resgatar a família e seus valores. Participação familiar é uma necessidade contemporânea e almejada por todos que fazem parte do contexto escolar. Daí a importância voltada para identificar essa possível falta de participação da família no contexto escolar. Porque educar é uma função de todos nós e quando a família participa da educação da criança, elas podem sair-se muito melhor na escola e na vida. 
	O projeto visa resgatar esta imagem prejudicada da escola pública, revitalizando valores que tornem todos os envolvidos no processo educacionais mais conscientes, responsáveis e atuantes para que o processo ensino – aprendizagem ocorra efetivamente. O princípio fundamental da escola é o de formar cidadãos críticos.
	 É importante resgatar a participação dos alunos e dos pais na escola. Acredita-se ser este um fator muito importante no que se refere à educação brasileira: conscientizar os pais e também os professores sobre a importância de caminharem juntos em busca de uma melhor aprendizagem para as crianças. Estes devem ser aliados e não adversários neste processo.
	Através deste projeto, será possível resgatar um pouco a participação da família e principalmente dos pais na vida escolar dos filhos. Este trabalho visa relatar e analisar os dados obtidos como as sensações, percepções, falas e aprendizagem por parte dos alunos, dos pais e dos educadores.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo a LDB de 1996, a educação passou a ser um direito da criança assegurado legalmente. Até os seis anos de idade, a frequência às creches e pré-escolas é uma opção dos pais, cabendo ao Estado o dever de oferecer vagas nestes espaços. No ensino fundamental, por volta dos sete anos de idade, a educação torna-se obrigatória. O Estado não pode deixar de atender à demanda por vagas de toda a população infantil que nele ingressa e nem os pais devem deixar os filhos sem frequentar a escola, estando ambos os sujeitos à penalidade legal. Fica claro então que crianças, jovens devem ter seus direitos assegurados não só pela família como também pela sociedade e pelo Estado. Conceituar educação não é nada fácil, já que ela envolve uma série de conceitos e amplia as diversas áreas como antropologia, sociologia, economia, psicologia, biologia, história e pedagogia. Libâneo (2002, p.70), “especifica essa amplitude quando diz que ―” para uns importa mais a educação como instituição social; para outros, a educação como processo de escolarização”. Portanto, é possível dizer que cada um conceitua educação de acordo com sua área de atuação. Libâneo (2002) enfatiza ainda que: 
Talvez seja útil partirmos do sentido etimológico. Alguns autores que se ocupam em esclarecer o conceito apontam a origem latina de dois termos: educar (alimentar, educar, criar, referindo tanto às plantas, aos animais, como às crianças); educar (tirar para fora de, conduzir para, modificar um estado). (LIBÂNIO, 2002, P.72) 
De acordo com Brandão (1978, p.8-9), “educação são todos os processos sociais da aprendizagem, não há uma forma nem único modelo de educação, a escolanão é um o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor (...)”, para ele, a educação existe onde não há escola, pois, a educação é um fragmento do modo de vida dos grupos sociais que criam e recriam entre tantas outras invenções de sua cultura em sociedade, a educação é dinâmica. A educação participa do processo de criação e ideias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que em conjunto constroem tipos de sociedades. Brandão (1982) refere-se também ao pensamento que o educador tem sobre a educação, afirmando que o educador acredita que entre homens, a educação é o que dá a forma e o polimento para que, a partir daí a pessoa possa se construir. A saber:
“Na medida em que se transforma, pelo desafio que aceita e que lhe vem do meio para o qual volta sua ação, o homem se educa. E, na medida em que se comunicam os resultados de sua experiência, ele ajuda os outros homens a se educarem, tornando-se solidário”. (ROMANELLI 2007, p. 23). 
No entanto, a educação tem a possibilidade de nos dar um norte para chegar onde queremos, pois já nascemos inclinados a aprender, com uma potencialidade enorme, só precisamos de motivação, estímulos. Estímulos estes que podem vir de professores, pais e amigos. Educação é um processo que se inicia com o nascimento e nos acompanha em todos os momentos da nossa vida. É vivência. É aprender a ser, no convívio com o outro, nas relações entre seus conhecimentos e na vida cotidiana. Alguns autores acreditam que Acontece de modos diferentes, nos mais diferentes lugares e ainda assim, todos participam dela, como afirma Moraes (1997): 
Para tanto, a educação deverá oferecer instrumentos e condições que ajudem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar, a conviver e a amar. Uma educação que ajuda a formular hipóteses, construir caminhos, tomar decisões, tanto no plano individual quanto no plano coletivo. (MORAES, 1997, p. 211) 
A educação associa-se, pois, a processos de comunicação e interação pelos quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio culturalmente preparado e, com isso, ganham o patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas e valores. 
Segundo Falcão (2007, p.07), “(...) a Família foi perdendo seus principais atributos, de tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim. Atualmente, observa-se que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de serem alfabetizados, o que dificulta a participação desejada no desenvolvimento escolar do filho.
 A participação da família é uma necessidade contemporânea, almejada por todos que fazem parte do contexto escolar, independentemente de ser ensino fundamental ou educação infantil. Lidar com famílias hoje, é lidar com a diversidade. Famílias intactas, famílias em processos de separação e muitas outras. Pode-se observar que existe, sem dúvida, uma alteração radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o único provedor, ficando evidente a mudança do papel da mulher na família. 
A família tem um papel imprescindível na vida de seus filhos; é onde acontece o desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos através da educação doméstica na qual o filho aprende a respeitar os outros, a conviver com regras que foram criadas e reformuladas no decorrer da formação da sociedade. E a escola, ela vem para reforçar esses valores primeiros, acrescentando, mas não assumindo para si o papel inicial da família. Dessa forma, podemos dizer que: 
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam. (TIBA, 1996, p. 111). 
Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, é marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares e é importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano sem cair no julgamento “culpado x inocente”, porém buscando compreender as nuances de cada situação. 
Percebe-se que alguns pais usam desculpas, dizem que tem pouco tempo para os filhos e não tem tempo para educá-los, usando essa desculpa como argumento. E para recompensar o tempo que não estão disponíveis, os pais usam da lei da compensação, quando estão juntos, no pouco tempo que tem, deixam os filhos fazerem tudo o que querem, sem nenhuma cobrança. Tiba (2007) ressalta que o tempo deveria ser usado para reforçar a educação dos filhos e não deseducá-los.
 	Conforme Brandão (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e é praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível”. Fazendo-nos entender que a vida é essencialmente educativa.
Uma criança que vive num ambiente familiar harmonioso, com pais compreensivos, certamente desenvolverá atitudes positivas em relação a ela e aos outros que estão ao seu redor. Mas se isso não acontece, existe uma grande probabilidade dela se tornar uma criança sem personalidade e insegura, o que poderá afetar a sua vida social. Com isso o cabe ao professor um olhar atento, para perceber quando uma criança está sendo pressionada ou passando por algum problema familiar. 
Hoje, a presença dos pais e da comunidade está sendo considerada como uma ampliação das possibilidades de uma boa relação, tanto da escola quanto das famílias. O papel da escola, assim como o da família é ajudar no desenvolvimento e formação da criança. A escola em todos os lugares representa o saber, a cultura e às vezes se confunde com a própria educação. No conceito de muitas pessoas, a escola é o lugar onde nasce a educação. Para Heidrich (2009, p.25), “a escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar conta de seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos”, mas não é apenas a escola que educa. A sociedade também tem uma parcela de contribuição nesse processo, com as mais variadas manifestações culturais que exercem, de algum modo, influência sobre o ser humano e segundo Tiba (1996, p. 121) “Cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas pessoais.
 A formação do caráter e personalidade do indivíduo ocorre ainda na infância e as principais instituições responsáveis por este desenvolvimento são, sem dúvida, a escola e a família. 
Segundo Morin (2006, p.24), ”a escola, em sua singularidade, contém em si a presença da sociedade como um todo”. É um local que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquele grupo familiar, no sentido de proporciona um contato com o conhecimento sistematizado e com um universo de interações com pessoas e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e formação. Tiba (2007, p. 189), ainda complementa dizendo que “a escola oferece também atividades especificas conforme a idade das crianças, o que geralmente não acontece em casa”. 
A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da escola com esse aluno.Libâneo (2002) coloca que as práticas educativas é que, verdadeiramente, podem determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a transformação. E o professor é fonte de informação, dentre outras tantas que estão discutidas atualmente, é também transmissor de ideologia e o seu papel na sociedade é fundamental.
 O papel do professor na sociedade seria o de um profissional que pode colaborar para que os alunos tenham uma visão crítica do mundo, levando-os a ter uma postura autônoma. E para um bom funcionamento desse papel, é conveniente que haja uma ligação direta dessa instância com o educando.
 Ter consciência da importância da educação é estabelecer um canal de comunicação com as famílias, para criar confiança entre pais e escola. Segundo Moraes (1997, p. 209), “a paz e a solidariedade, harmonia é alguma coisa que se aprende sim na escola, e a escola é profundamente responsável por isso, não através dos conteúdos que ela cria para pessoas e principalmente para as crianças”. A escola é importante para o convívio em sociedade, mas é necessário também estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas. E Gadotti (1997, 160) vem ressaltar que: 
“A educação hoje está se repensando a partir de outra concepção que os educadores estão tendo dela: longe de ser um lugar imutável, ela está sendo descoberta como um lugar provisório, inacabado, precário, prolongamento de uma sociedade. E descobrindo sua precariedade abre-se para o profissional do ensino uma situação extremamente desconfortante, conflitante”.
A precariedade está por toda parte. Ajudando ao aluno adquirir a entender e participar socialmente e politicamente dos problemas de sua comunidade. Hoje o atual desejo da escola como instituição seja ter a família mais próxima dela, para enfrentar as atuais dificuldades, as obrigações decorrentes para efetivar a parceria desejada. Essa relação não diz respeito apenas aos filhos/alunos, mas a todos, familiares, professores e comunidade em geral. A escola, com certeza, não quer que a família seja responsável pelos conteúdos dados, mas que estimule ao filho em suas atividades. É uma parceria entre instituições distintas. O papel da família seria o de estimular seu filho o comportamento de estudante e cidadão e o da escola seria orientar aos pais nos objetivos que a escola espera que o aluno atinja e de criar momentos para que essa integração aconteça.
 Embora Perrenoud (2000, p.104) afirme que não seria possível essa cooperação dos que fazem parte do contexto escolar se não houvesse uma facilitação do diretor. Para Içami Tiba (2007, p.63), “as crianças precisam ser protegidas e cobradas de acordo com suas necessidades e capacidades, protegidas nas situações das quais não seguem se defender, e cobradas naquilo que estão aptas a fazer”. Por essa razão, escola e família possuem funções que se assemelham e se aproximam, funções estas que poderiam se resumir, sinteticamente, em como proteger e educar, dar autonomia à criança, pode permanecer no espaço da troca. Por esses motivos, a parceria entre essas duas instituições é fundamental para que o processo de aprendizagem tenha sucesso. Se as desejamos o melhor temos de reconhecer as características de cada uma e descobrir as pontes possíveis existentes para essa parceria. Ambas estão em “crise”, sendo criticadas pelo que “não” fazem e deveriam fazer uma realidade de grandes transformações, embora em meio de tantas críticas, ambas ainda sejam instituições valorizadas. 
Podem ser compreendidas a escola e a família ou consideradas como sistemas humanos em constantes interações que possuem como elemento de união o filho-aluno. O aluno chega à escola com seus modelos, seus medos, dificuldades e desejos, tendo que aprender os valores da instituição e conviver com a diversidade. É um momento rico e delicado para ele, sua família e para a escola. 
A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para que família e escola, em colaboração mútua, possam promover uma educação integral da criança. 
Os professores da rede pública que trabalham com crianças das classes populares têm reclamado muito do acúmulo de funções que estão tendo que exercer. As questões sociais atingem diretamente a escola: crianças com fome, guardando a hora da merenda para comerem, pois muitas das vezes vão para escola com fome, crianças doentes ou com piolho, que sofrem maus tratos, que revezam cadernos e materiais escolares com os irmãos, junto com crianças arrumadas, penteadas, falantes, bem alimentadas. 
Com o art.18 do Estatuto da Criança e do adolescente (E.C. A) rege que, ”é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor” (2004, p.13).
Dessa forma, quando a escola básica é concebida como um campo em que estão em jogo as conjunturas políticas, sociais e econômicas sobrepostas na produção e disseminação dos códigos culturais e hegemônicos. Significa envolver com o dado ampliador em que estão implicados o poder e suas múltiplas dependências com o saber.
A participação tão desejada possui características de ser um processo, de ter um meio e um fim. É um caminho para alcançar seus objetivos. Segundo Demo (2001), “dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, no sentido legítimo do termo: infindável, em constante vir a ser, sempre se fazendo”. (DEMO, 2001, p.18). No entanto, é possível acabar com esse jogo de culpado e inocente se a família e a escola buscarem ações coordenadas, o que poderia garantir a ela que os problemas seriam resolvidos ou, pelo menos, teriam uma parceria, mas para que isso aconteça é necessário que os professores sejam conscientizados em relação às novas formações familiares e qual é o papel da família. E em contrapartida, a família deveria conhecer melhor a escola na qual o seu filho será inserido e procurar a melhor forma para ajudá-lo no seu desenvolvimento. 
De acordo com Palato (2009, p. 102-104), seria positivo se a família em conversas com professores e coordenadores explicasse sua situação e qual seria a melhor forma de participação para a educação de seu filho, com certeza tudo poderia ser bem melhor. Ela relata que alguns mitos deveriam ser revistos ou deixarem de existir. Neste trabalho, serão citados apenas três dos mitos considerados mais importantes. 
O primeiro seria conceber a família desestruturada como problema, quando não é formada por pai, mãe e filhos; a dinâmica familiar mudou muito, hoje existe uma diversidade familiar muito grande. É homossexual, mono parental, união livre, mas isso não quer dizer que o filho não esteja bem e que a família independente de qualquer formação, não seja capaz de dar um suporte para a escola, acredito que essa postura é uma questão de escolha. 
O segundo mito seria a responsabilidade da família no aprendizado escolar dos filhos. É do conhecimento que a família é responsável por boa parte da educação e a escola ficaria com a menor parte. A família e a escola compartilham da educação só que ambas com focos diferentes. A escola se responsabiliza pela formação e a família compartilha da educação informal. 
O terceiro mito seria dizer que os pais nunca estão presentes em atividades escolares, mas como contar com pais se os horários não são adequados para o seu comparecimento e não são promovidos trabalhos pedagógicos. É essa participação que se faz necessária, uma participação coerente e consistente. É o poder que se tem nas mãos. (DEMO, 2001, p. 20) aponta a problemática entre participação e envolvimento:
Muitas desculpas são justificativas do comodismo, já que participação supõe compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até temerárias. Por ser um processo, não pode também ser totalmente controlada, pois jánão seria participativa a participação tutelar, cujo espaço de movimento fosse previamente delimitado. (DEMO, 2001, p.19-20). 
Quando Demo (2001) fala em participação, ele mostra uma realidade que a maioria das escolas, pais, professores e coordenadores não enxergam, ou acham melhor não perceber para não ter que tomar uma decisão que muitas vezes é trabalhosa. 
A escola deveria trabalhar a participação como proposta que oriente os caminhos que possam ser construídos e percorridos pela comunidade escolar, juntamente com a família e com outros grupos que podem apoiar o trabalho realizado por todos os envolvidos no desenvolvimento cognitivo, psicológico, afetivo do filho/aluno. Não é tarefa fácil mudar uma cultura, leva tempo, mas deve-se tentar, afinal. Como foi dito anteriormente, “participação é um processo”. Essa participação deve ser vista como uma ampliação das possibilidades de acertos na educação do filho/aluno sendo uma esperança de fazer ficar visível à criança com seus problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquela do grupo familiar, no sentido, em que proporciona um universo de interações pessoais e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e na formação do indivíduo. A escola utilizada na pesquisa tem como missão assegurar uma educação de qualidade para formação dos cidadãos críticos, solidários, conscientes e preparados para os desafios do mundo moderno. 
	A família tem uma forte influência no processo de aperfeiçoamento da criança dentro da sociedade, pois é com ela que acontecem os primeiros contatos da criança. Os pais têm uma sobrecarga adicional em vários aspectos de sua vida individual e familiar, especialmente no que tratam dos aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades de cuidado da criança (SHAPIRO; BLACHER; LOPEZ, 1998).
 	A educação que a criança recebe é primordial para a sua formação de personalidade, sendo a família essencial nesse processo de adaptação social e cultural, não se limitando a participação ao vínculo estabelecido entre pais e filhos e sim por meio de uma interação escolar que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na formação das crianças como indivíduos. (WEBER, 2007). O autor propõe quatro padrões de interação entre pais e filhos: O estilo autoritário, o estilo permissivo, o estilo negligente, e o estilo participativo. O estilo autoritário se caracteriza por pais altamente exigentes, impõem regras e limites rígidos e inflexíveis, com o objetivo de conseguirem obediência e controle. Os negligentes são aqueles que permitem tudo a seus filhos, mas não possuem papel de educadores, estabelecem poucos limites e oferece pouco afeto e com seus filhos desenvolvem baixo desempenho, e uma maior probabilidade de depressão, pessimismo, baixa autoestima e estresse. Por fim, o estilo mais adequado que é o participativo, que se caracteriza por pais com alto nível de exigência, porém, estão sempre acessíveis para conversas e trocas. Este estilo de pais impõe bastantes limites, contudo, compensam com muito afeto. (WEBER, 2007, p. 21). Observa-se que no padrão de pais autoritários em geral as crianças se tornam submissas, mas com baixa autoestima, causando casos de ansiedade, depressão e estresse. Quando os pais são permissivos, as crianças tendem a ser anti-sociais e apresentar desenvolvimento atrasado. Por último quando os pais são participativos, os filhos são crianças com boa autoestima, sabem respeitar os outros e se sentem amados e valorizados. Desta forma, entende-se que a participação dos pais no contexto escolar influência na construção do comportamento da criança.
Toda e qualquer instituição de ensino tem por objetivo a aprendizagem do aluno, pois é nele que as práticas escolares se realizam de forma positiva ou negativa. Assim sendo, a família também desenvolve um importante papel, podendo ou não contribuir para a aprendizagem de seus filhos. Tanto o contexto familiar como o escolar têm o papel de desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem-esta físico dos indivíduos. Por isso é interessante realizar um estudo de como se dá ou não a articulação entre família/escola, já que para a formação integral do sujeito, para que este possa ter uma educação de qualidade à família também deve contribuir. 
Libâneo define educação como:
Conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. (LIBÂNEO, 2000, p.22)
 	
Nesse sentido, o que muitas vezes acontece é a família atribuir responsabilidades que sobrecarregam a escola e os professores, dificultando assim o processo de aprendizagem das crianças. As responsabilidades ao invés de ser transferidas devem ser compartilhadas, pois ambas devem ser parceiras, e a escola por mais esforços que faça nunca dará conta de substituir a família. A organização familiar é constituída em dois tipos básicos: família nuclear e extensa. A primeira reúne pai, mãe e filhos, já à família extensa é aquela que reúne além dos pais e dos filhos outros parentes próximos. Para compreender o conceito de família Chinoy define como:
Uma instituição formada por pais e filhos que moram ou não juntos na mesma casa, ou um grupo de pessoas ligadas pelos laços de sangue podendo incluir tios, tias e primos, como também todos os indivíduos que procedem de um progenitor comum. (CHINOY, 2008, p.545)
Para que haja uma articulação entre a família e a escola, é preciso antes de mais saber sobre o que pensam os pais sobre seu papel no processo de escolarização dos seus filhos, e assim tentar sensibilizá-los da sua importância no processo de aprendizado. Pois essa participação poderá auxiliar na prática pedagógica dos professores, e juntos família-escola serão responsáveis pela inserção do sujeito na sociedade, fazendo com que o mesmo seja autônomo e crítico em relação ao contexto em que está inserido. É fundamental refletir sobre as diferentes configurações e dinâmicas familiares, para desta forma compreender os discursos de participação dos pais na vida escolar dos filhos. As famílias se constituem e existem de diferentes maneiras, portanto para pensar a relação família/escola, também é preciso aprofundar um pouco sobre as funções e etapas ou ciclos das famílias. O modelo de família patriarcal, com o pai no comando financeiro da casa, definindo e direcionando o rumo dos sujeitos, não é mais predominante, há muitas famílias que a mulher muitas vezes assuma as duas funções a paterna e materna. Atualmente é muito comum encontrar famílias que não possuem a figura materna ou paterna. 
[...] função psíquica da família é servir de continente para as ansiedades existenciais dos seres humanos durante seu processo evolutivo. A superação das chamadas ‘crises vitais’ ao longo do périplo existencial de cada indivíduo é indubitavelmente favorecida por um adequado suporte familiar à desestabilização que tais crises acarretam. (OSÓRIO, 1996, p. 21).
 A criança aprende a falar, a selecionar o que gosta de comer, as regras, os valores e as crenças religiosas por meio da educação não formal que é transmitida pela família, e esta por sua vez acontece a partir das vivencias e é baseada no bom senso familiar. 
Segundo Chinoy: 
A família tem como função social transmitir a criança normas e condutas, valores e crenças, requisitos da reprodução humana para a manutenção e continuidade da vida humana na terra. (CHINOY, 2008, p.223)
 Dessa forma, não se pode atribuir somente para a escola a responsabilidade pela formação da personalidade da criança, esta deve apenas complementar o papel da família, assim o encargo de ambas no processo de aprendizagem da criança é fundamental. Osório define os papéis de ambas na educação dos educandos/filhos como: 
Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família cabe oferecer à criançae ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e à escola instruí-los, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo na luta pela sobrevivência. Talvez essa seja uma concepção por demais simplista para equacionar as relações entre a família e a escola em nossos dias, mas qualquer avanço na discussão de até aonde vai o papel da família e onde começa o da escola nos conduziria a outro patamar de considerações que extrapolam os limites da contestação à pergunta formulada. (OSÓRIO, 1996, p.82) 
A substituição da família por outra instituição pode provocar uma insegurança emocional na criança. Na escola, por ser um ambiente diferente da família a criança estabelece relações com outras crianças e com adultos, é aí que ela recebe o auxílio dos professores na busca de conhecimentos, assim cabe aos professores além de agregar suportes teóricos à formação do indivíduo, a função de apoiar as dificuldades apresentadas pelos educandos através da afetividade, função está também fundamental no convívio familiar.
 Nesse sentido Freddo diz que: 
Apego, família e educação constituem os pilares sobre os quais a criança configura sua estrutura emocional, bem como características e peculiaridades importantes de sua personalidade e de seu modo pessoal de estar no mundo. É muito provável que se de certa continuidade entre o apego, o estilo educativo e as estruturas que caracterizam as respectivas famílias. Isso quer dizer que o modo como se configuram as estruturas familiares possivelmente depende do estilo de apego existente entre pais e filhos e do modo como a criança e o adulto se relacionam. (FREDDO, 2004, p.56) 
Em relação à afetividade e ao respeito às crianças, o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, no capitulo III, do direito a convivência familiar e comunitária, na seção I, em suas disposições gerais, art. 19 consta que: 
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência família e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. (E.C. A, 1990, p.5) 
 Toda a criança precisa de um suporte de uma base para formar seus conceitos e a família é a principal responsável por isso, assim 
A certeza de ser amada e respeitada constrói o sentimento de segurança que irá influenciar a sua criatividade, integridade, estabilidade e, até mesmo, a possibilidade de ser um líder ou apenas um seguidor. (HUMPHREYS apud FREDDO, 2004, p.57). 
Na mesma linha, a influência da família sobre a criança representará o seu desempenho escolar mais tarde. Se por exemplo, a família valoriza programas de TV, filmes, passeios e shoppings ao invés de ler livros, revistas, jornais e conhecer lugares que agreguem algum tipo de cultura como museus e bibliotecas, a criança adotará também em determinada medida, esses valores para a sua conduta. Lembrando que as famílias de baixa renda não estão sendo excluídas por não ter condições de fornecer uma qualidade de vida satisfatória (alimentação, cinema, teatro, passeios), mas sim que as mesmas podem oferecer e facilitar a boa convivência procedendo assim em resultados também satisfatórios, mesmo não tendo condições econômicas tão favoráveis. A importância agregada pelos pais à educação dos filhos, o tempo gasto ao incentivar as crianças a estudar, a valorização de seus trabalhos e a participação ativa da família na escola motiva muito o educando para que este melhore o seu rendimento escolar. A literatura defende que as crianças que tem o acompanhamento familiar – boa convivência, relacionamento, regras, limites, entre outros – têm bom rendimento, não apresentando dificuldades quanto às normas e rotinas escolares. Assim sendo considera-se que a família na relação com a escola participa do sucesso escolar de diferentes maneiras, suas ações podem contribuir ou não para que seu filho dê continuidade aos estudos, goste disso, outros já apresentam comportamento de resistência à escola. Os responsáveis deveriam ter a compreensão de que para a formação tanto formal quanto não formal dos sujeitos os mesmos precisam estar presentes e incentivá-los nesse processo tão delicado na vida das pessoas, por que não visitar a instituição de ensino e saber como está o comportamento de seus filhos, seu rendimento escolar, ouvir sugestões para saber no que podem ajudar.
Do mesmo modo Freddo considera que: 
A experiência família permite ou não que a criança desenvolva um processo de aprendizagem e adquira consequentemente, um conjunto de experiências que vai utilizar no exterior, em situações que exigem que assuma um papel e estatutos semelhantes. (FREDDO, 2004, p.67) 
Mas há também de salientar que muitas famílias trabalhadoras não têm condições de acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos. Aí entra o papel da escola, em abrir as portas oportunizando possibilidades as famílias estarem presentes no processo educativo, e para isso acontecer à escola precisa conhecer um pouco das mesmas. Segundo Freddo: 
A escola precisa tornar-se sensível as histórias familiares de seus alunos, para de forma responsável, juntamente com os pais, buscar a resolução para as dificuldades cotidianas e, assim, propiciar a criança a conquista de sua autoconfiança, que lhe oportunizará, o sucesso social no futuro. (FREDDO, 2004, p.171) 
Sem dúvida, as ações educativas sejam na família ou na escola, não acontecem isoladamente, e se essas agirem de forma desarticulada poderão levar ao fracasso escolar do aluno, independentemente de classe social. Cabe ressaltar também, a importante função do professor no que diz respeito à motivação do aluno frente aos desafios encontrados, o mesmo deve estar preparado para o confronto com sujeitos heterogêneos, por isso conhecer o contexto da criança, suas origens são fundamentais nesse processo de ensino-aprendizagem. Assim, Oliveira nos coloca que:
O professor tem um papel de conhecedor da criança, de consultor, apoiador dos pais, um especialista que não compete com o papel deles. Ele deve possuir habilidade para lidar com as ansiedades da família e partilhar decisões e ações com ela. (OLIVEIRA, 2002, p.181)
 No mesmo sentido, muitos pais se sentem impotentes em relação aos problemas dos filhos na escola, por isso é fundamental que haja uma conversa franca dos professores com os mesmos, isso poderá acontecer em reuniões simples ou até mesmo em uma visita até a escola, onde é permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos os assuntos, e aos professores e direção cabe informar, ter clareza sobre as expectativas de aprendizagem e atividades previstas na proposta do currículo, para assim ajudar os pais a compreender melhor o cotidiano escolar de seus filhos e ajudá-los nas possíveis dificuldades de aprendizagem. Conforme Fernández:
A aprendizagem é um processo cuja matriz é vincular e lúdica e sua raiz corporal: seu desdobramento criativo põe-se em jogo através da articulação inteligência-desejo e do equilíbrio assimilação-acomodação (...) somente observando como aprende, como joga a criança, e em seguida qual é a originalidade de seu fracasso (a partir do qual se diferencia como sujeito), estaremos no caminho de elucidar por que ela não aprende. (FERNÁNDEZ, 2004, p.48) 
Muitos teóricos consideram que a aprendizagem da criança está inteiramente ligada ao lúdico, quando a criança tem contato com o concreto, quando vivencia experiências. Vygotsky (1998, p.74) contribui dizendo que “As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação e moralidade”. Assim, na mesma linha pode-se levar em conta que desde bebês os pais podem motivá-las para que vivenciem, experimentem, oportunizando a esse indivíduo ser alguém investigativo, curioso, capaz de resolver problemas com mais facilidade. Na aprendizagem escolar, o lúdico proporciona um meio real de aprendizagem, auxilia também os professores, que serão capazes de identificar em que nívelde aprendizagem está à criança, e isso será o ponto de partida para promover novas aprendizagens tanto cognitivas quanto afetivas.
 É relevante considerar a criança um sujeito, e essa deve ter assegurado uma infância enriquecedora no sentido de seu desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo. Considerando como principal instituição social para a criança a família, esta deve receber condições básicas para a formação dos pequenos, que é também muito influenciada pelo meio social e cultural que se situa. Outro fator importante de se considerar são os jogos com regras, para crianças a partir dos cinco anos, neles as crianças passa de atividades individuais para as atividades sociais, o que contribui muito para formação de personalidade, envolvendo também conceitos básicos de convivência, assim como valores morais honestidade, fidelidade, perseverança, respeito ao próximo e vários outros. Do mesmo modo, os pais continuam tendo fundamental importância nessa fase, dialogar com a criança sobre regras que são importantes para a vida em sociedade, bem como ensinar como devem controlar seus comportamentos, e estar dispostos a ouvir com atenção o que a criança vai argumentar sobre condutas inadequadas, e assim interferir para mudar tais comportamentos. O diálogo, muitas vezes resolve a punição, mas para isso é preciso que os pais e professores tomem conhecimento sobre o que é diálogo, não basta apenas uma pessoa conversar, o diálogo envolve mais pessoas e estas precisam estar dispostas a expor suas opiniões e aceitar a do outro. Sobre diálogo Paggi e Guareschi dizem que: 
Através da prática do diálogo, é possível se entender e se pode chegar a um acordo sobre como as coisas devem ser, isto é, do que vai ser ético nesse momento, e nessa situação. O ponto mais importante aqui é as pessoas estarem dispostas a conversar, aberta, sem querer impor posições já tomadas. Isso não quer dizer que você não possa dizer o que pensa. Não só pode como deve, pois, esse é seu ponto de vista, e ele vai enriquecer, junto com os outros, a discussão. (PAGGI & GUARESCHI, 2004, p.164)
 Assim sendo, compreender e respeitar a opinião dos filhos/alunos, muitas vezes resolve punições desnecessárias, questionar o porquê ele está agindo daquela forma, sugerir a partir disso que podem ser tomados outros caminhos para resolver seus problemas, não é através da força física que isso irá se resolver, que as pessoas podem e devem dialogar sobre suas angustias e aflições, é isso que a criança precisa compreender. Mas claro que há pais que não concordam com o que se coloca, cada um deve avaliar o que será melhor para seus filhos, mas é importante explicar, deixar claro para a criança sobre o porquê de suas punições, que elas saibam de seus erros e para não os repetir. Nas palavras de Gomide: 
O castigo nunca deve produzir privações das necessidades básicas (alimento, sono, carinho) ou produzir dor. É recomendável, por exemplo, que este determine a retirada de algum “tipo de lazer” por um período curto de tempo, como ficar sem ver televisão ou jogar videogame por um ou dois dias, ficar sem comer doces, etc. privar a criança é um grave erro. A criança deve ter segurança do amor paterno ou materno sempre, mesmo quando está sendo castigada. (GOMIDE, 2004, p.20) 
Considerando isso, o diálogo pode resolver problemas que muitas vezes a punição não resolveria. As famílias, ao invés de impor regras, deveriam reservar um pouco de seu tempo para dialogar com seus filhos, uma conversa agradável em que todos tivessem espaço para a troca de ideias, sendo essa uma boa estratégia para mostrar aos filhos as atitudes que se espera dele e o que o mesmo deve procurar evitar. Como as demais instituições sociais, a família e a escola passam por mudanças que redefinem sua estrutura, seu significado e o seu papel social. No decorrer do tempo os papéis da escola foram ampliados para dar conta das novas demandas da família e da sociedade, este é um fato que não pode ser negado
3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO
3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA
O meu projeto vai falar sobre a importância da relação família e escola, como essa relação interfere no desenvolvimento do aluno. Os benefícios de uma boa integração entre família e escola relacionam-se possíveis transformações evolutivas nos níveis cognitivo, afetivo, sociais e de personalidade dos alunos. 
É importantíssimo que dois dos principais pilares da vida de uma criança e da humanidade. Família e escola estejam muito próximas. Porém cada um com seus distintos papéis e missão, objetivando o sucesso da formação integral, através de uma sólida parceria e da soma de esforços. Só assim será possível superar os grandes desafios deste nosso desvairado mundo contemporâneo. Entender a importância dessa ligação acrescenta muito na minha vida profissional, pois trabalhando como professor, supervisor ou gestor fará com que vendo essa importante comunicação entre família e escola eu venha fazer com que isso aconteça de fato, mesmo sabendo que tenha resistência de alguns, mas há que se começar a mudança.
3.2 JUSTIFICATIVA
O Projeto Interação Família X Escola destina-se a participação efetiva e colaborativa dos pais na escola. 
Através deste Projeto, esperamos promover a integração, troca de experiências, bem como atualização e discussões sobre a importância e aproveitamento do mesmo. 
Neste sentido, a relação Escola X Família é imprescindível à melhoria dos índices da qualidade da educação. A família como espaço de construção da identidade dos cidadãos firmando parceria com a escola para juntas promoverem o desenvolvimento pleno da criança e do adolescente, é através dessa participação que se desenvolve a consciência social crítica e também o sentido da cidadania para que juntos – Família X Escola – possam fazer da escola um espaço democrático. Reconhecer através deste Projeto as múltiplas relações sociais, econômicas e políticas na formação de cidadãos críticos, participativos e construtores de uma sociedade mais responsável, justa, humana e fraterna.
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO
Temos visto hoje que os pais, poucas participações exercem na determinação do que acontece na escola. Algumas vezes, teme-se a participação de certos pais que, sendo muito expressivo e de temperamento forte, tentam impor sua vontade sobre procedimentos escolares e que muitas vezes funcionariam mais para facilitar sua própria vida ou de seus filhos, do que melhorar a qualidade do ensino, conforme percebido por gestores e professores.
A Escola, no seu dia a dia, deve se abrir à participação da família e construir com ela uma relação dialógica, crítica e libertadora, estimulando a participação dos pais em seu contexto. Por outro lado, os pais devem entender que a Escola não é a única instituição responsável pela formação de seus filhos.
As perspectivas das famílias em relação às escolas e o que elas oferecem ou são de fato capazes de oferecer estão em descompasso. De um lado, há adultos cada vez menos presente nas escolas e de outro as instituições se desdobram para dar conta de uma infinidade de disciplinas regulares.
A família hoje não entende que a educação parte de casa e que a escolarização é apenas uma parte da educação. Precisamos entender plenamente o papel de ser pai, ser mãe e ser filho. Os pais, em mostrar os valores da vida e fazer com que os filhos compreendam a sua missão; os filhos, em ajudar os pais a se unirem sempre mais, fazendo cumprir dignamente sua missão.
A criança quando entra na escola precisa ser cuidada, e a escola deve promover este espaço, ainda mais quando a entrada da criança se dá cada vez mais cedo, é dentro da escola que a criança aprende a dividir, compartilhar, esperar, se frustrar. É por isso que os pais precisam buscar uma escola um ambiente que venha de encontro com o sujeito, que seja a extensão do lar, que tenha valores parecidos com os que os pais pregam em casa.
Pois quando a escola oferece esse espaço afetivo à criança cria vínculos, entendo suas habilidades, e saberá usar seu aprendizado a seu favor.3.4 OBJETIVOS GERAL
 	Desenvolver um trabalho coletivo no ambiente escolar incluindo a família no processo de ensino-aprendizagem, como parceiros e colaboradores, estimulando o crescimento do aluno, resgatando o fortalecimento da autoestima, a fim de aproximá-los dos princípios desenvolvidos na escola, como solidariedade humana, respeito, democracia, inclusão entre outros, para que possam argumentar sobre eles. Promover também a participação efetiva da comunidade escolar através de parceria com os pais e outros segmentos da sociedade, buscando criar condições para promoção de uma educação construtiva e justa através de um trabalho coletivo e educativo.
	
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.
· Proporcionar aos educadores e aos pais momentos de reflexão acerca de questões relacionadas ao andamento da educação dos filhos e alunos;
· Promover a integração entre família e escola, estimulando o rendimento e o comportamento escolar dos alunos;
· Ressaltar a importância da afetividade e limites na escola e na família como fator primordial para o bom desenvolvimento do aluno;
· Promover o dia da família na escola.
3.5 CONTEÚDOS
-Relacionamento pai e filho: importância da efetividade no relacionamento pais e filhos.
- Professor e alunos: estreitando laços e conscientizando o respeito de alunos com professores e o carinho dos professores com alunos 
-Relação escola e aluno- conscientização de todo o corpo docente quanto sua participação na construção do ser humano.
-Relação escola e família: importância de um bom relacionamento entre eles para crescimento de um bom cidadão.
-Maior participação da família na escola: incentivo os pais e conscientização do quanto é importante a presença da família para desenvolvimento no ambiente escolar.
3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
	
	É mais fácil envolver os pais em qualquer trabalho quando eles sentem que suas experiências e vivencias são valorizadas pelo projeto da escola. Ao criar situações para a participação das famílias, o docente reforça a integração social e potencializa a construção coletiva de aprendizagens e saberes.
	Esse processo ajuda a transformar práticas ultrapassadas e abre perspectivas para a resolução de problemas. É preciso que fique claro que o trabalho é lento. Enquanto não ocorre um ajuste entre as estratégias dos professores e as das famílias, podem surgir alguns conflitos.
Para isso, segue algumas sugestões:
· Expor o projeto e explicar sua importância;
· Convidar os pais a participar de palestras, encontros, mutirões e oficinas nas quais vivam situações que os filhos realizam no dia-a-dia;
· Preparar um espaço em que os principais problemas da comunidade e da escola possam ser debatidos e incentivar a formação de comissões para juntos resolverem;
· Propor, sempre que possível trabalho com função social;
· Expor os trabalhos confeccionados por cada oficina.
3.7 TEMPOS PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO
O projeto pode ser enfatizado no início e término do ano letivo, bem como trabalhado durante o ano corrente. 
Durante todo o ano letivo, todas as disciplinas deverão realizar atividades de sala de aula que contemple o tema trabalhado no Projeto.
3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS.
Murais, painéis, banner, faixas, materiais didático-pedagógicos, projetos, som.
Professores, pais, alunos, coordenadores pedagógicos, diretores, orientadores, apoio escolar, secretarias municipais, ação social e cidadania, sociedade civil organizada, câmara de vereadores, entidades religiosas, assistente social e psicóloga do município, polícia militar, representantes do conselho tutelar.
3.9 Avaliação
Os alunos serão avaliados de forma diagnóstica, processual e paralela, observando-se o interesse apresentado de cada aluno. Sua participação, criatividade, cooperação, trabalhos individuais e coletivos. Através de discussões, participação, produção e socialização dos trabalhos, assim como a socialização dos alunos e familiares; A avaliação acontecerá a todo o momento.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É na família que se constroem os primeiros modelos a serem seguidos pelas crianças, por isso que está constitui um importante papel na formação do sujeito, assim também na educação do mesmo, na formação da moral, nos costumes e nas atitudes dos pequenos. Com as várias mudanças ocorridas na sociedade atual, à estrutura e o funcionamento familiar também sofreram alterações e cabe agora a escola adaptar-se a essas mudanças, procurando aproximar a família do contexto escolar. A escola é local de socialização de saberes, lugar onde as crianças apresentam a comunidade sua cultura própria e recebem o auxílio dos professores na busca incessante por conhecimentos. Assim, essa tem o importante papel de proporcionar reflexões acerca das problemáticas da sociedade, bem como auxiliar os alunos na elaboração de estratégias para resultados satisfatórios. O professor, nesse sentido desenvolve a função de respeitar e valorizar os limites intelectuais de seus alunos. A participação, o comprometimento dos pais nessa prática é de fundamental importância no desenvolvimento integral do sujeito, para isso os responsáveis, seja a família sendo na modalidade em que foi construída, tenham conhecimento de que é uma instituição social que interfere diretamente no desenvolvimento das crianças na escola, pois é a família que constitui a base de toda a educação e transformação das relações que envolvem o homem no contexto social. Para tanto, a fim de manter uma relação harmoniosa e alcançar resultados educacionais satisfatórios, faz-se necessário a parceria entre a instituição escolar e a instituição familiar, para isso a escola precisa manter um diálogo com a família, buscar informar aos pais sobre a importância da participação dos mesmos para o desenvolvimento de seu filho, e para que isso aconteça os dois lados precisam estar visando os mesmos ideais. Assim, para esse processo acontecer, a escola precisa conhecer a realidade das famílias, o contexto em que as mesmas estão inseridas, para desta forma poder intervir e acionar os pais diante de possíveis problemas. É importante também esclarecer aos pais sobre os comportamentos de seus filhos, em reuniões não apenas trazer os pontos negativos da criança, colocar os positivos para que os pais sintam motivados e motivem seus filhos.
5. REFERÊNCIA
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LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2002, Didática. São Paulo: Cortez, 1991. (Coleção Magistério 2º Grau) 
MORAES, Maria Cândida. Paradigma Educacional Emergente. -5ªedição. Campinas: Papyrus, 1997. 
NOBRE, L. F. Terapia familiar: uma visão sistêmica. In. Py, L A.et all. Grupo sobre grupo. Rio de Janeiro. Rocco, 1987.
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PALATO, Amanda. Sem culpar o outro. Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. São Paulo n.225, Abril. Set.2009, p. 102-104. 
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar/ trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. - 1ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.

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