Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contextualizando... Reflexões Iniciais sobre as ações de segurança pública Juvenildo dos Santos Carneiro Antes de iniciar os estudos desses módulos, é oportuno lhe fazer um convite para refletir sobre alguns pontos que dizem respeito às ações de segurança. A ideia é buscar um caminho adequado para responder algumas questões que sempre incomodam e causam dúvidas aos profissionais de segurança pública e à sociedade em geral. Você sabe que o convívio harmonioso em comunidade reclama aos indivíduos a observância a certas regras, costumes e hábitos construídos para regular o comportamento, a fim de atingir o bem de todos. Empregando o mesmo método, na evolução do ser humano ao longo dos séculos, o Estado aparece como uma forma de organizar melhor a tarefa de garantir a sobrevivência das pessoas. Dentro desse ambiente, as instituições policiais assumem papel de grande importância, sendo considerada por alguns estudiosos como base para evolução da sociedade atual. Para tanto, como policial, agente aplicador da lei, você recebe algumas prerrogativas, parcela de poder, para interferir na vida cotidiana das pessoas. Daí porque é necessário, por exemplo, realizar abordagens. Para proteger a sociedade. Mas, aí surgem algumas perguntas: o policial pode abordar qualquer pessoa e quando quiser? Quem define quando o policial deve abordar? A abordagem policial somente pode ser realizada diante de uma fundada suspeita? É certo dizer que as pessoas não podem ficar nas esquinas sem fazer nada até tarde da noite? Para garantir a segurança de todos, o policial pode fazer o que quiser? Essas são algumas das questões mais frequentes que são feitas por policiais ou por cidadãos e que merecem sua atenção, em especial no ambiente vivenciado atualmente, cujo domínio do poder pertence ao povo brasileiro. Daí porque se fala em Estado Democrático. Tanto isso é verdade que os cidadãos estão mais conscientes de seus direitos e atentos às suas obrigações. Sabem qual sua posição perante as ações do Poder Público, em especial, dos órgãos de segurança. Então, mais questões são feitas: está certo o policial interferir no trânsito? Ou deveria somente agir para prender bandido? Segurança pública é coisa de polícia e não caberia ao cidadão dar sua opinião? O rol de “Direitos Humanos” acabou com a autoridade policial? Como se vê, essa nova relação entre Estado e cidadão exige do profissional de segurança pública maior envolvimento com o serviço que presta. Vai além do desenvolvimento e emprego de boas técnicas de abordagem, de realizar patrulhamento, de quebrar recordes na apreensão de armas, de reduzir homicídios, de solucionar crimes e planejar ações de segurança. É preciso conhecer a comunidade onde se realiza as tarefas de proteção de pessoas e bens e nesse ambiente, efetivamente conquistar espaço, respeito, legitimidade e confiança. É nessa linha de concepção que se busca lhe motivar. Então, confirma-se esse convite para uma breve jornada de estudos, debates, discussões, partilha sobre suas atividades e suas experiências. Dedicando esse tempo, bons frutos serão colhidos. Tudo com o fim de lhe proporcionar um momento de reflexão, de aprendizagem, de aperfeiçoamento e consolidação sobre os aspectos jurídicos que envolvem a atuação policial, seus fundamentos, motivação, sua razão de ser. Ao lado disso, compreender que as limitações ao exercício do dever-poder de polícia constituem verdadeiros mecanismos de legitimação de seus atos e não a deterioração da autoridade, confirmando a relação de respeito, legitimidade e confiança entre você e a comunidade em que atua. Diante disso, e antes de iniciar seus estudos, é importante que você saiba que o curso não irá esgotar todos os temas sobre os aspectos jurídicos da atuação policial, em razão da riqueza e da complexidade nas relações que existem entre a sociedade e o papel que você realiza. Vale dizer, o compromisso desse trabalho de ensino é criar condições para que você desenvolva habilidades para solucionar os problemas do dia a dia.
Compartilhar