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28/11/2020 Business Trends
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BUSINESS TRENDS
Capítulo 4 - O profissional do futuro
José Carlos Junqueira
INICIAR
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Introdução
Olá, estudante!
Neste capítulo você estudará as consequências trazidas pela Quarta Revolução
Industrial, pela Economia Circular e pelas mudanças no mercado de trabalho – entre as
quais, a valorização de algumas competências e habilidades – e, em decorrência, a
necessidade de um planejamento profissional e pessoal para estar preparado para
essas transformações.
Neste sentido, reflita sobre as questões: de que forma devemos nos preparar para esse
novo momento? Quais competências e habilidades serão necessárias? Como
desenvolvê-las? Durante a leitura, você encontrará respostas e entenderá como
interpretar e se antecipar às mudanças, elaborando, de forma mais eficaz, um
planejamento profissional.
Ao concluir este estudo, você será capaz de relacionar as mudanças na economia e no
mercado de trabalho com as habilidades e competências necessárias a um novo cenário
de profissões – a partir da compreensão de como desenvolver estas competências – e
evoluir de acordo com as exigências para tornar-se um profissional do futuro.
4.1 Mudanças nas áreas do conhecimento
Por volta dos anos 1990, antes da globalização promovida pela internet, quando se
concluía um curso de graduação e se recebia um diploma, as pessoas não voltavam
mais à escola para estudar. Como as áreas de conhecimento – as ciências –, mesmo com
os avanços tecnológicos e de pesquisas, permaneciam estáveis por um ciclo geracional,
a falta de preocupação com a atualização acadêmica era considerada natural, já que o
conteúdo estudado nas faculdades correspondia ao suficiente para uma vida
profissional. Atualmente, porém, uma característica forte no mercado de trabalho é que
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todas as áreas de conhecimento estão passando por uma fase de volatilidade e
mudanças, ou seja, já não são tão estáticas como eram anteriormente, mas, sim, muito
dinâmicas.
Com os direcionadores e impulsionadores deflagrados pela Quarta Revolução Industrial
e pelo fortalecimento dos conceitos da Economia Circular, serão necessárias novas
competências e habilidades. Podemos citar a aplicação maciça da tecnologia no
relacionamento de negócio entre as indústrias e o mercado, incorporando os processos
de reciclagem e remanufatura.
Figura 1 – A formação acadêmica para o mercado de trabalho é dinâmica, e muda constantemente. 
Fonte: davooda, Shutterstock.
VOCÊ QUER VER?
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O vídeo Borracha de pneu velho vira piso ecológico demonstra um exemplo de reciclagem e remanufatura. Além
de apresentar objetos decorativos criados com madeira reciclada, mostra como construir um piso com restos
de pneus. Anualmente, o Brasil produz cerca de 50 milhões de pneus, dos quais 22 milhões são trocados após
12 meses de uso. O problema é que 55% desses pneus não têm conserto, não servem mais para rodar em
automóveis – a cada 30 dias, 1 milhão de pneus são despejados em aterros sanitários. A boa notícia é que essa
realidade está mudando: uma pequena fábrica em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, utiliza boa
parte desses pneus para produzir, de maneira artesanal, placas de borracha que servem para piso de calçada,
revestimentos acústicos e até como garantia de segurança em playgrounds. Para assistir, acesse o endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12U (https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12U).
Estas atividades possibilitam lucros concretos, além dos benefícios ecológicos. E como
se preparar, navegar, sobreviver, enfim, neste mercado de trabalho? Veja as respostas na
sequência.
4.2 Direcionadores
Iniciada em 2010, a Quarta Revolução Industrial trouxe alguns avanços importantes, os
quais são inquestionáveis e já amplamente perceptíveis no nosso dia a dia. As pessoas
estão vivendo mais, as tecnologias se renovam a cada momento, a conexão global é
uma realidade inapelável – mesmo que a percepção desta conexão e comunicação
através da Internet seja dependente dos conceitos de censura e liberdade de cada povo,
pois são características socioculturais. Para onde estas mudanças levam o mercado de
trabalho em si? Quais são os direcionadores socioeconômicos, além dos tecnológicos
(vistos nos capítulos anteriores), que, em princípio, moldarão as competências e
habilidades para o novo mercado de trabalho?
A figura a seguir apresenta uma série de direcionadores que são consenso em alguns
centros de pesquisa sobre este possível futuro. Para entender melhor os direcionadores,
clique em cada um deles e observe as respectivas descrições (DAVIES; FIDLER: GORBIS,
2011):
https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12U
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Figura 2 – Direcionadores de mudanças no mercado de trabalho, conforme o relatório do IFTF. 
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em DAVIES; FIDLER; GORBIS, 2011.
VOCÊ SABIA?
O significado do termo em inglês Big Data é bem mais abrangente do que sugere a
tradução – grandes dados – em português. Para saber quais são os passos para aplicar o
Big Data na sua empresa, acesse matéria publicada na revista Exame (TARIFA, 2014),
disponível no endereço: https://exame.abril.com.br/pme/o-que-e-big-data-e-como-usar-
na-sua-pequena-empresa (https://exame.abril.com.br/pme/o-que-e-big-data-e-como-
usar-na-sua-pequena-empresa).
Baseados nestes direcionadores, foram elencadas pelo IFTF – Institute for the Future
(DAVIES; FIDLER; GORBIS, 2011) – 10 competências essenciais para o profissional do
futuro que, mais adiante, serão relacionadas com o relatório The Future of Jobs (WEF,
2016).
https://exame.abril.com.br/pme/o-que-e-big-data-e-como-usar-na-sua-pequena-empresa
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4.3 Visões sobre as competências
Os robôs assumirão as tarefas repetitivas, padronizadas e essencialmente manuais, e a
inteligência artificial, por sua vez, assumirá atividades que exigem grande capacidade
computacional. Sob esta perspectiva, levanta-se a questão: o que o homem irá fazer? O
que sobrou? É preciso admitir que novas competências e habilidades serão necessárias
para o futuro do trabalho.
Analisando em conjunto o relatório da The Future of Jobs (WEF, 2016) com o relatório do
IFTF, é possível mapear algumas destas necessidades para o trabalhador do futuro
(DAVIES; FIDLER; GORBIS, 2011, s. p.):
Além das profissões avaliadas com menor e maior risco de extinção ou
substituição, o relatório aponta outras atividades que deverão ser automatizadas
– motoristas e colaboradores de varejo em geral, e ocupações que tendem a
crescer com os avanços tecnológicos – professores, psicólogos, médicos,
pesquisadores, etc. Fazendo um cruzamento das habilidades mais comuns entre
estas ocupações, o relatório aponta quais seriam as habilidades mais imunes a
estes riscos de substituição:
1. Bom senso, discernimento e tomada de decisão: equacionar a relação
custo/benefício dentre possíveis cenários, ter argumentos para defender a
escolha e métricas para acompanhar o desenvolvimento.
Figura 3 – Fábrica utiliza robôs nas atividades repetitivas da linha de produção. 
Fonte: Sasin Tipchai, Shutterstock.
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2. Capacidade de brainstorm: propor e relacionar ideias sobre diversos
assuntos e áreas do conhecimento.
3. Aprendizagem ativa – estratégias de aprendizagem: a escolha de melhores
metodologias para aprendizagem e para transmitir novos conhecimentos.
4. Estratégias de aprendizagem: compreender as implicações de novas
informações para a resolução de problemas atuais e futuros e para a
tomada de decisões.
5. Originalidade: capacidade de apresentar ideias incomuns ou inteligentes
sobre um determinado tópico ou situação, ou desenvolver formas criativas
de resolver um problema.
Estas competências, a priori, estão mais imunes à automação por serem tipicamente
características da inteligência humanas. A combinação delas pode trazer um benefício
maior frente às novas perspectivas profissionais. Um ponto importante,porém, é que
além de uma superespecialização, que era uma das propostas profissionais para
acompanhar o mercado de trabalho nas revoluções industriais anteriores, para a Quarta
Revolução Industrial é necessário ter visão transdisciplinar e dedicação constante ao
estudo.
A partir dos direcionadores, o relatório do IFTF destaca 10 competências essenciais
para se manter no mercado de trabalho no futuro. Clique em cada uma delas e confira:
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Figura 4 – Competências necessárias para o profissional do futuro, conforme relatório do IFTF. 
Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em DAVIES; FIDLER; GORBIS, 2011.
Considerando estas competências, manter-se atualizado e não ser excluído do mercado
de trabalho torna-se um desafio. Saiba como agir, acompanhando o tópico a seguir.
4.4 Enfim, o que fazer
Como se preparar, navegar, sobreviver enfim, neste mercado de trabalho? A resposta é:
estudar constantemente.
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Para evitar a exclusão do mercado de trabalho, mantendo-se
profissionalmente, a graduação será apenas o primeiro passo. Hoje e no
futuro, como vimos na ponderação de Peter Drucker (2000), será a vez do
trabalhador do conhecimento, ele deverá buscar atualização constantemente,
tanto nas competências da própria área de conhecimento, quanto em áreas
correlatas, e conseguir fazer uma ponte destes saberes com outras áreas – este
será o caminho para um planejamento profissional eficaz. Trabalhar e estudar
estão intrinsecamente associados – não são mais ações sequenciais.
Uma das características essenciais no mercado de trabalho – hoje e no futuro – é a
especialização em uma área de conhecimento. Porém, esta especialização deverá ser
multidisciplinar, não somente na área específica: o profissional deverá fazer relações de
sua especialização com outras áreas de conhecimento, já que nenhum saber é isolado.
A superespecialização, mantra das revoluções industriais anteriores, deve ser mesclada
com a generalização – este equilíbrio instável e mutante é fundamental para outra
característica, também necessária tanto atualmente quanto futuramente: a capacidade
de abstração para resolução de problemas complexos.
O projeto profissional constitui mais uma importante característica, sendo necessário
refletir sobre e identificar um plano para 5 a 10 anos, o qual definirá o percurso a ser
traçado. Isso é necessário também para que sejam evitados modismos e tentações
passageiras, pois estas serão sempre avaliadas com um pano de fundo maior, um
projeto, uma meta, fazendo com que as escolhas tenham sentido e não sejam
orientadas pelo curtíssimo prazo. O risco de não se ter esta identificação é ceder a cada
novidade, não tendo um rumo previsto e, após um certo tempo, não ter uma âncora de
especialização profissional que dê significado e esteja ligada aos diversos
conhecimentos adquiridos.
Em relação à qualidade de vida, o trabalho não pode ser mais considerado uma
atividade isolada, individual, e sim coletiva, independentemente do vínculo entre os
atores. A rede de relacionamentos profissional que é construída sobre bases sólidas de
esmero e resultados garante um crescimento forte e constante.
Mesmo com esta preocupação, o trabalho não pode ser dissociado do prazer. A
realização pessoal deve estar acima dos ganhos financeiros. Em outras palavras, estar
em uma empresa pujante em resultados, mas que não nos traga prazer, tem peso
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inferior à situação contrária – estar em uma empresa que não tenha expressão
econômica, mas que nos realize profissionalmente. A fórmula de resultado é composta;
não deve ser desequilibrada, ou seja, pender para um dos lados.
A vontade de fazer, uma inspiração para realizar algo, pode mudar durante a vida
profissional; futuramente, a relação desta mesma pessoa com o prazer pode tender
para outra especialização ou profissão. Atualmente, as atividades que proporcionam
prazer e felicidade são mais valorizadas do que aquelas que, pautadas em uma única
área de conhecimento, constroem uma carreira sólida, mas executadas por obrigação.
Para ser um profissional bem-sucedido no futuro, é necessário que o estudante – desde
o início de sua carreira acadêmica – comece a avaliar o mercado de trabalho,
identificando as principais tendências na área de conhecimento que escolher trilhar.
Este mesmo pensamento também deve ser considerado pelas empresas, pois devem
estar preparadas para, no futuro, terem condições de manter um profissional que é, por
Figura 5 – O equilíbrio entre trabalho e prazer é fundamental para a realização profissional. 
Fonte: fizkes, Shutterstock.
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princípio, um desbravador. Dessa maneira, deverão alinhar o seu planejamento
estratégico para suportar os custos da inovação constante e torná-los aliados aos
ganhos que estes profissionais – caso sejam recrutados – possam trazer para a empresa.
Nesse sentido, habilidades – tais como pensamento e análise crítica,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade – e competências para enxergar soluções
construídas a partir do conhecimento adquirido em outras áreas, serão essenciais em
um mercado no qual a automatização será implacável.
Acompanhe quais serão os diferenciais para o novo profissional, para as novas
empresas e para os governos:
O importante é perceber que o mundo está em mudança constante, e para conseguir
sobreviver, competir e vencer neste cenário, é fundamental estar consciente de que o
aprendizado deve ser contínuo e ininterrupto. E, de forma indireta, é essa percepção
que nos tornará aptos para a colaboração e a construção de um futuro melhor.
 
Trabalhar e produzir em grupo, lidar com a diversidade e com
incertezas serão diferenciais neste novo mercado.
 
 
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Referências bibliográficas
ORRACHA de pneu velho vira piso ecológico. TV Cultura Digital, 16 jul. 2012, víde
4min12s. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12
https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12U). Acesso em: 27/12/2017.
Síntese do capítulo
Ao finalizarmos este estudo, compreendemos que o mercado de trabalho irá demandar
profissionais que se diferenciarão por algumas habilidades, entre as quais a capacidade
de colaboração, o pensamento crítico e a competência em lidar com as incertezas. Este
profissional surgirá a partir do aprendizado constante sobre novas tecnologias e
metodologias.
Neste capítulo você teve a oportunidade de:
compreender como a Quarta Revolução Industrial e a Economia Circular irão
alterar as competências e habilidades profissionais necessárias para o futuro;
identificar as competências que serão diferenciais por estarem menos sujeitas à
automatização;
entender como se preparar para o mercado do futuro a partir da aprendizagem
contínua.
https://www.youtube.com/watch?v=BxwveQ5u12U
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AVIES, Anna; FIDLER, Devin; GORBIS, Marina. Future Work Skills 2020. Institute for Th
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ARIFA, Alexandre. O que é big data e como usar na sua pequena empresa. Exame, 16 se
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http://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs.pdf

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