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The Philosophy of Composition de Edgar Allan Poe Para começar a analisar essa obra é necessário destacar o “como e porque” ela foi escrita. A filosofia da composição foi escrita em um momento complicado para Poe, a revista que ele editava fechou, o fazendo se mudar com a família, o Poema “O corvo”, o seu maior sucesso, estava sendo alvo de admiração mas também de muitas criticas e ataques, levando isso em consideração, Poe escreveu uma de suas mais famosas e extensas peças de crítica literária- The Philosophy of Composition onde ele conta passo a passo sobre como compôs o famoso poema “O Corvo”. Neste ensaio, podemos ver como ele compartilha a forma a qual ele constrói suas próprias narrativas, sempre pensando em qual efeito o leitor terá. Ele oferece uma exposição fundamental de sua teoria poética. E também, critica os escritores que constroem suas obras sem levar em conta os efeitos que podem causar nos leitores. “Of the innumerable effects, or impressions, of which the heart, the intellect, or (more generally) the soul is susceptible, what one shall I, on the present occasion, select?" (Dos inúmeros efeitos, ou impressões, dos quais o coração, o intelecto ou (mais geralmente) a alma é suscetível, o que devo, na ocasião presente, selecionar?) Ele afasta um pouco da visão de que ele escrevia somente quando estava inspirado, mas era um planejador. Usava todos os instrumentos para dar voz as suas ideais. Poucos leitores entenderam isso como uma transcrição literal do processo de composição que Poe tomou ao escrever seu poema mais famoso ou como uma verdadeira receita para escrever poesia. Como Poe explica em “The Philosophy of Composition”, “O corvo” segue o frenesi crescente de um jovem estudante que lamenta a morte de sua amada Lenore. Contado da perspectiva do aluno, o poema começa com seu quase sono sendo perturbado por um corvo batendo em sua janela. Depois que ele abre a janela e o pássaro voa para dentro de seu quarto, o aluno ouve o corvo coaxar "nunca mais". No início, o aluno leva a palavra do pássaro de forma leviana, descartando-a simplesmente como a única palavra que o corvo tinha aprendido por algum proprietário. Mas a palavra ressoa com seus pensamentos sobre seu amor perdido, e entregando-se ao que Poe descreve no ensaio como “the most delicious because the most intolerable of sorrow” (o mais delicioso porque o mais intolerável de tristeza) ele começa a formular perguntas às quais o corvo responde inflamando sua melancolia e tristeza. Ao longo do caminho, apesar de saber racionalmente que o corvo é simplesmente um pássaro, o aluno começa a imaginar o corvo como um mensageiro além da morte, como uma "coisa do mal", um "profeta", antes de reconhecer seu visitante como símbolo da tristeza interminável que ele sente. Poe enfatiza a importância do poeta ter cuidadosamente elaborado o poema a fim de suscitar fortes sentimentos no leitor. Em outras palavras, ao invés do poema ser uma expressão de emoção, ele requer “a precisão e a consequência rígida de um problema matemático” para capturar e transmitir estados psicológicos ao leitor. A segunda ideia que se desenvolve a partir de sua ênfase na unidade de efeito é que a poesia, em oposição à prosa, tem um efeito particular para o qual é particularmente adequada, a beleza. Ao fazer isso, Poe oferece uma nova visão sobre a Beleza, argumentando que, em vez de ser "uma qualidade" inerente a um objeto, na verdade se refere a um "efeito" no leitor, a "elevação intensa e pura da alma". Poe contrasta esse efeito com aqueles que se dirigem ao coração (Paixão) e ao intelecto (Verdade). O que é mais importante, talvez, é que essas partes da mente (ou do ser humano total) correspondem a formas específicas. No entanto, Poe permanece bastante vago aqui sobre o que ele entende por elevação da alma, no entanto, ele começa a sugerir como a elevação da alma está exatamente relacionada à Beleza. Ele descreve como esse "instinto imortal" dentro da humanidade, "uma sensação do Belo", "pertence à imortalidade do Homem". Nossa “sede insaciável” pela Beleza “Não é uma mera apreciação da Beleza diante de nós, mas um esforço selvagem para alcançar a Beleza acima.” O poema eleva a alma a uma altura em que ela pode começar a vislumbrar uma harmonia alegre que finalmente não pode alcançar nesta vida. Ao concluir seu ensaio sobre "O Corvo", Poe articula que a lenta realização do aluno de "Lembrança triste e sem fim" fornece o "subcorrente" central do poema, uma subcorrente de significado para a qual o corvo se torna "emblemático.” Para o aluno, em "O corvo", essa lembrança é de seu amor perdido, Lenore, mas como a teoria poética mais ampla de Poe deixa claro, esse estado de melancolia caracteriza a relação humana com a beleza em geral.
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