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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE TEATRO DIDÁTICA E PRÁXIS PEDAGÓGICA DE TEATRO III NAYARA MACEDO BARBOSA DE BRITO DA PESQUISA À SALA DE AULA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM TORNO DA IDEIA DE REGIME FIGURAL SALVADOR 2020 1 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 2 2. OBEJTIVOS .................................................................................................................................. 5 2.1 Geral ............................................................................................................................................ 5 2.2 Específicos .................................................................................................................................. 5 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIAS................. 6 4. ABORDAGEM METODOLÓGICA ........................................................................................... 11 4.1 Recursos didáticos .................................................................................................................. 11 4.2 Avaliação ................................................................................................................................... 12 4.3 Cronograma .............................................................................................................................. 12 4.4 Planos de aula .......................................................................................................................... 13 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 19 Obras: ............................................................................................................................................... 19 Teoria e crítica: ............................................................................................................................... 19 2 1. APRESENTAÇÃO Propomos a realização deste estágio junto à turma 04 de Ação Artística I (HACA37), componente da matriz curricular do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Artes do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, onde, atualmente, a autora deste projeto trabalha na qualidade de professora temporária. As atividades com a referida turma – que totalizarão 68h/aula, das quais 52 serão computadas para o estágio – tiveram início já no último dia 09 de março e suas aulas acontecem sempre às segundas-feiras à noite, das 18:30h às 22:10h, na sala 103 do Pavilhão de aulas da Federação de nº V, no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia. A título de conhecimento, a ementa deste componente prevê: Estudos e reflexão analítica sobre temas culturais relevantes para a formação acadêmica na área de Artes. Aprofundamento e integração de percursos exploratórios a partir de quatro eixos: palavra, imagem, som e corpo. Realizações de ações artísticas em torno da elaboração de produtos. (UFBA/IHAC, 2020) Nossa proposta para este semestre de 2020.1 é que os eixos acima indicados sejam explorados da perspectiva das Artes Cênicas, notadamente do Teatro, que é a nossa área de conhecimento por excelência. Particularmente, interessa-nos desenvolver um processo criativo e de ensino-aprendizagem dessa linguagem artística tomando como referência central a tese intitulada Da personagem fragmentada a um regime de atuação figural (BRITO, 2019), defendida em novembro de 2019 também pela autora deste projeto, junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Tal escolha justifica-se pela oportunidade que se apresenta tanto para a divulgação do estudo produzido quanto para a aplicação das conclusões alcançadas e, mais ainda, para seguir-se desenvolvendo e testando as hipóteses levantadas. Por sua vez, o público-alvo escolhido para trabalhar, uma turma de granduandos calouros de um Curso de Artes, prevê a frequência aos encontros e atividades propostas, bem como um interesse pelo aprendizado na área e uma disponibilidade para o contato com conteúdos novos que é própria ao perfil do alunado do IHAC. 3 Na tese referida, partimos da percepção de que a personagem teatral, tal como construída pela tradição dramática aristotélico-hegeliana, já há muito deixou de ser a única configuração de ser ficcional encontrada sobre os palcos. Seu ideal de unidade, sempre buscado e igualmente frustrado ao longo da história do Teatro ocidental, como mostra Maria Lúcia Levy-Candeias (2012), é condenado pelas dramaturgas e dramaturgos modernos, que deram cabo da personagem tanto no plano ficcional quanto no plano estrutural-dramatúrgico (SARRAZAC, 2017). Embora ela ainda possa se manifestar contemporaneamente, as intervenções realizadas sobre sua configuração tradicional se desdobraram ao longo do século XX, chegando a se apresentar, em peças de autoras como Gertrude Stein, Peter Handke, Valère Novarina, Marcio Abreu, Grace Passô, etc., como “Figuras”, nos termos de Jean- François Lyotard (1979) e Gilles Deleuze (1981). Diante da ausência das bases de apoio que, na tradição dramática, asseguravam uma rede semântica com a qual atrizes1 (leia-se, atrizes e atores) e espectadoras (leia-se também espectadores) poderiam se orientar – a saber, a personagem enquanto uma totalidade acabada, nos termos de Hegel (2004), e a ação dramática organizada enquanto narrativa linear –, que outras bases de atuação cênica são demandadas por essas Figuras? Que desafios elas trouxeram/trazem para o trabalho das atrizes? É a essa investigação, bem como à análise da passagem da personagem aristotélico-hegeliana para a Figura, que dedicaremos nossas aulas. Para tanto, alternaremos exposições teóricas com atividades práticas, de modo a vermos em ambos os planos histórico-conceitual e da práxis cênica as mutações pelas quais tanto a noção de personagem quanto a relação texto-atriz-cena passaram no Teatro ocidental, com ênfase nas poéticas moderna e contemporânea. Ao chegarmos à discussão sobre o assim pensado “regime figural”, base do processo criativo que iremos propor, guiaremos nossos encontros a partir da perspectiva de trabalho atoral que, remontando às pesquisas de Vsevolod Meyerhold (PICON- VALLIN, 2013), legou para as artistas da cena contemporânea técnicas e 1 A partir daqui, como forma de provocação política à linguagem, sempre que nos referirmos ao trabalho atoral utilizaremos o substantivo no feminino, embora tratando, sempre, do trabalho de ambos atrizes e atores. Nas citações diretas, quando for o caso, manteremos o substantivo no original masculino. O mesmo tratamento será dado às estudantes, leitoras/es, espectadoras/es, pesquisadoras/es. 4 metodologias de criação que servem de base para a composição do que entendemos por Figuras (conforme se verá no tópico 4, sobre a Abordagem Metodológica). Um primeiro resultado desse processo criativo deverá ser apresentado no dia 06 de junho, no Teatro Martim Gonçalves, juntamente com os resultados dos processos conduzidos pelas demais colegas que estão cursando este componente de Didática e Práxis Pedagógica de Teatro III. 5 2. OBEJTIVOS Ao final deste estágio, espera-se que as estudantes sejam capazes de: 2.1 Geral A partir de um processo de ensino-aprendizagem em Teatro, desenvolver uma performance cênica com base na ideia de regime figural, com vistas à apresentação pública da ação artística criada. 2.2 Específicos • Refletir diacronicamente acerca dos diferentes regimes de formalização estética da realidade; • Discutir acerca da noção de mimesis, no contexto dos diferentes regimes estéticos;• Compreender o processo de mutação da personagem aristotélico-hegeliana na relação com as formulações mais recentes de ser ficcional teatral; • Desenvolver sua (pré-)expressividade corporal, no sentido de um regime de atuação figural; • Desenvolver e apresentar uma breve performance cênica (máximo 10 minutos), como resultado do processo criativo conduzido ao longo das oficinas práticas. 6 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIAS TREPLEV – Todos para os seus lugares. Está na hora. A Lua já está a subir? YAKOV – Está sim, senhor. TREPLEV – Tens o metanol? E o enxofre? Quando aparecem os dois olhos vermelhos, tem de se sentir ao mesmo tempo o cheiro a enxofre. (para NINA) Pode ir lá para cima. Está tudo em ordem. Nervosa? NINA – Muito, muito. [...] NINA – É tão difícil de representar, a sua peça. Não tem personagens vivas, nenhuma. TREPLEV – Personagens vivas! A vida não tem de ser reproduzida como é, nem como deveria ser. É a vida que vemos em sonho que nós temos de reproduzir. NINA – A sua peça tem tão pouca acção. São frases, escritas só para serem lidas. E acho que uma peça tem de incluir sempre o amor… (TCHEKOV, 1992, p. 10-11) Nina, personagem d’A Gaivota (1895), de Anton Tchekhov, apresenta uma queixa. A ausência do que ela chama de “personagens vivas” e a raridade de ações têm sido uma recorrente no teatro desde então, e o comentário feito pela personagem encontra eco, ainda, em muitas das atrizes2 que, na atualidade, vêm se debruçando sobre certas dramaturgias. Nelas, os elementos de uma dada tradição de escrita para a cena se fazem ausentes ou, quando não tanto, são transformados, funcionando de acordo com outras convenções. Diante desse quadro, uma série de dúvidas e de possibilidades se abrem no caminho do texto à cena, das palavras do papel ao corpo das atrizes. A questão que nos interessa tratar aqui se refere aos desafios que o advento dessas configurações dramatúrgicas, e seus desdobramentos no século seguinte, acarretou para o trabalho das atrizes. Essa formatação de “personagem”, ou “ser ficcional” (BONFITTO, 2017; 2006), ou “Figura” (RYNGAERT; SERMON, 2006), colocou em questão, em última instância, a própria presença viva/materialidade da atriz em cena, frequentemente condenada por pensadores e artistas do início do século XX, até o ponto de almejarem a substituição do corpo humano em cena pelo de uma “supermarionete” (CRAIG, 2012) – imagem que, segundo observa a professora Lúcia Romano (2005, p. 20), retorna com frequência ao pensamento sobre 2 A título de exemplo, podemos citar, aqui no Brasil, o trabalho de Ana Kfouri sobre os textos de Samuel Beckett e Valère Novarina (cf. Kfouri in Lopes, 2011; 2014) e o da companhia brasileira de teatro, tanto a partir das dramaturgias autorais do grupo quanto nas encenações de dramaturgos franceses (principalmente) contemporâneos. 7 teatro, nos “momentos em que [ele] tenta afirmar-se como arte autônoma, livre da imitação da natureza e das ambições de realismo e psicologismo.” O que a modernidade estética promoveu, em síntese, foi uma emancipação/autonomia da cena em relação a um ideal mimético (RYNGAERT; SERMON, 2006) – entendido como o da identificação absoluta entre o real e o representado, que reflete, por sua vez, outro ideal, o de unidade da personagem (CANDEIAS, 2012). Tal processo de emancipação é muito importante para compreendermos o funcionamento das “personagens” contemporâneas, que se apresentam não mais como representações de um indivíduo ou tipo (BONFITTO, 2017, p. 96) ou como “vetores [ou espelhos] do imaginário, mas [...] [que são] produtor[a]s de formas e imagens entre outras formas e outras imagens”, operadoras e reveladoras “privilegiad[as] das tensões entre realidade e teatralidade, figuração e imaginário”3 (RYNGAERT; SERMON, 2006, p. 110 – tradução nossa). Outro processo emancipatório importante nessa conjuntura e que também gerou implicações no trabalho da atriz é o que Raymond Williams (2010) se refere em Drama em cena, ao discutir a gradual autonomia que cena – e, portanto, atriz – e texto ganham entre si, pelo menos desde a montagem d’A Gaivota por Constantin Stanislavski, em 1898. Na leitura que Hans-Thies Lehmann (2007) apresenta em Teatro pós-dramático, a partir daquele momento os dramaturgos começam a escrever para um teatro – e, acrescentamos, para uma forma (ou formas) de atuação – ainda “por ser inventado”. Dessas formas de atuação ainda por serem inventadas, encontramos em Meyerhold um precursor. O ex-aluno de Stanislavski se separa do mestre para investigar possibilidades cênicas e expressivas a partir de uma perspectiva distinta da do realismo que marcou o Teatro de Arte de Moscou. Partindo da dramaturgia de Maeterlinck, ampliando seu espectro, depois, para a de outros simbolistas, o diretor alça “o movimento ao estatuto de um meio de expressão essencial destinado a manifestar o ‘diálogo interior’, mais importante [naquele dramaturgo] que o ‘diálogo exterior necessário’” (PICON-VALLIN, 2013, p. 9) aos dramas naturalistas encenados no TAM. 3 “[...] personnages non plus seulement comme des vecteurs d’imaginaire, mais aussi comme des producteurs de formes et d’images parmi d’autres formes et d’autres images. […] Le personnage […] devient alors l’opérateur et le révélateur privilégié des tensions entre réalité et théâtralité, figuration et imaginaire […].” 8 Segundo Beatrice Picon-Vallin (2013, p. 25-6), a partir da experiência com o Teatro-Estúdio que criara para desenvolver suas próprias pesquisas, o diretor e pedagogo retira a lição de que era “‘preciso primeiro formar um ator novo, [para só] depois propor-lhe novos objetivos.’” Nessa empreitada pedagógica, Meyerhold recusa a rejeição à intérprete e sua materialidade corporal. Em seu teatro, não se trata de fazer atuarem marionetes [...], ‘seres privados de vida’ que substituiriam o ator de carne e osso, esse intermediário desajeitado entre o poeta e o espectador [...] [Apesar disso,] ele chega a propor ao ator as técnicas “deslumbrantes” e complexas que depreende do funcionamento do teatrinho de marionetes – o controle do gesto e do som pela suspensão plástica e vocal, a mistura da rigidez com o excêntrico, da humanidade delicada e do monstruoso, da abstração e da materialidade. (PICON-VALLIN, 2013, p. 27) A recusa à rejeição, pelos simbolistas, da atriz “de carne e osso” e a ênfase na corporeidade observadas em Meyerhold são compartilhadas décadas depois pelo chamado Teatro Físico. Surgido na Inglaterra nos anos 1970 e tendo como os seus principais mestres Étienne Decroux, Jacques Lecoq e Philippe Gaulier, a ênfase na corporeidade retoma, também aqui, considerações a respeito da relação do corpo com o texto dramatúrgico que interessam à problemática abordada neste projeto e que resulta em características como uma “nova disposição no papel do ator”, que participa diferentemente do processo de criação, e a “transformação no emprego dos recursos expressivos e na sua relação com a personagem dramática” (ROMANO, 2005, p. 32). Prescindindo do (ao menos exclusivo) uso de personagens para apoiar a sua atuação ou de uma construção mental do papel que só fisicalizaria posteriormente, a atriz oferece simplesmente (?!) a sua presença, expondo seu corpo em ação na qualidade do estar-em-cena a que Eugenio Barba (1994) chamou de extracotidiana. Valendo-se do que Romano (2005) chama de um modo “auto-expressivo” de atuação, o Teatro Físico desloca seu interesse do cosmos ficcional dado pelo texto dramático para a “percepção da materialidade, temporariamente estável, da ‘experiência humana em fluxo’, [...] representada na existência [...] e nas ações do corpo, compartilhando com o espectador um assunto comum, que é o humano” (ROMANO, 2005, p. 200). Nesse sentido, são incorporados uma série de recursosque vão desde o uso de máscaras de diversas tradições, passando pela aplicação de 9 princípios da dança contemporânea e da mímica até o que se podia apreender da performance e das artes plásticas, ampliando o repertório expressivo da atuante. Essa estratégia, a contar pelas considerações realizadas por Daniel Silva (2013) e Matteo Bonfitto (2006; 2017), parece ter se tornado a chave da/para a reconfiguração do ofício da atriz no teatro dito contemporâneo. No ensaio intitulado “O ator pós-dramático: um catalisador de aporias?”, Bonfitto (2017, p. 96) defende que “os processos e procedimentos que [...] comportam [...] um grau significativo de auto-referencialidade” – isto é, não de uma referencialidade externa, baseada em códigos e convenções socioculturais –, “considerados como constitutivos da esfera da presentação”4 (2017, p. 90), “desencadeiam um deslocamento necessário em termos de atuação”. Nesses casos, a atriz deve se apoiar “sobre qualidades expressivas que podem ser produzidas a partir da sua relação pragmática com os materiais de atuação” (2017, p. 97 – grifo nosso) e, dentre esses, o texto dramatúrgico previamente escrito não necessariamente é excluído. Além de “qualidade”, o termo “estado” é referido por uma série de pesquisadoras e artistas que articulam reflexões sobre as dramaturgias e as cenas ligadas ao aqui entendido regime figural. Das perspectivas de Kfouri (2011), Ryngaert e Sermon (2006) e Elias (2012), diante dessas dramaturgias a atriz deve ser tomada como “um lugar de expressão neutralizada”, a ser “atravessad[a] pelos e a manifestar 4 Em 1994, Luís Otávio Burnier já distinguira, na tese de doutoramento intitulada A arte do ator: da técnica à representação, duas formas de atuação que, mesmo não tratando das questões ligadas à cena pós-dramática (o livro de Lehmann só seria lançado em 1999), como o fazem Silva e Bonfitto em seus estudos, apontam para compreensões muito semelhantes às apresentadas por esses pesquisadores. A forma a que eles chamam de representativa e a qual ligam ao domínio do dramático, Burnier chama de “interpretativa”. Intimamente relacionado ao aspecto textocêntrico que é parte da tradição dramática, na qual o trabalho da atriz está necessariamente vinculado a um texto literário, “interpretar” significa, nessa compreensão, realizar “uma tradução de uma linguagem literária [dramática] para a linguagem cênica”, de modo que a atriz funcione como um intermediário, colocando-se entre a personagem, com quem efetiva uma identificação psíquica, e o espectador, “entre algo, que é ficção, e alguém real e material” (BURNIER,1994, p. 27). Filiada às pesquisas desenvolvidas por Grotowski e continuadas por Eugenio Barba, a segunda forma de atuação que Burnier distingue é a “representação”, que, independendo de um texto dramático e/ou literário, apoia-se no que a atriz cria a partir de si mesma e que toma a forma de ações físicas e vocais. Nesse sentido, apesar do conflito lexical, a representação conforme entendida por esse pesquisador teria uma clara relação (embora não possam ser tomadas como sinônimos) com a ideia de presentação oriunda da cena pós-dramática e performativa. Toda a pesquisa desenvolvida posteriormente no LUME Teatro, grupo formado originalmente por Burnier, Denise Garcia e Carlos Simioni em 1985, toma como base essa ideia de uma atuação representativa (ou não interpretativa) que busca na própria atriz e seu trabalho sobre si mesma – ecoando Stanislavski – a sua matéria-prima. 10 os sucessivos estados de fala, que lhe escapam totalmente ou em parte”5 (RYNGAERT; SERMON, 2006, p. 117 – tradução nossa). Refletindo, no âmbito da estética, a concepção do sujeito pós-moderno que Stuart Hall (2015) apresenta em A identidade cultural na pós-modernidade, na lide com as Figuras modernas e contemporâneas, a atriz se vê às voltas com a necessidade de “ser menos e estar mais, desenraizar o verbo ‘ser’ e gerenciar estados” na medida em que o “sujeito essencialista [é diluído] e nós não somos, mas estamos: estamos processos de sujeitos” (ELIAS, 2012, p. 1-2 – grifos da autora). 5 “[...] un lieu d’expression neutralisé, [...] traversé par et manifestant des états de parole succcessifs, lui échappant tout ou partir.” 11 4. ABORDAGEM METODOLÓGICA Como já mencionado, o que vem sendo apontado desde Meyerhold em relação ao trabalho da atriz é a necessidade de ampliação e diversificação de seu repertório técnico, incorporando recursos das mais distintas tradições cênicas. Dentre essas tradições, para a condução do processo criativo da turma em questão nos valeremos daquelas práticas reunidas sob a ideia de um Teatro Físico, apoiando o nosso plano de ensino nas pedagogias desenvolvidas no âmbito dos laboratórios e estúdios de artistas como o próprio Meyerhold, assim como de Decroux, Barba (1994) e de grupos como o LUME Teatro (BURNIER, 1994; FERRACINI, 2003), pedagogias que, como observa o professor Gilberto Icle (2009), vêm, historicamente, sendo apropriadas pelo Ensino de Teatro, em contextos diversos. Outras abordagens metodológicas, já consagradas entre as referências para o Ensino de Teatro, como os jogos teatrais de Viola Spolin (2008) e os “joguexercícios” de Augusto Boal (1982), contribuirão num primeiro momento do curso, quando trabalharemos sobre o, assim pensado, “regime figurativo” de atuação cênica/representação/formalização estética da realidade. Para a elaboração do relatório final do estágio, alguns registros coletados ao longo do percurso serão fundamentais. Entre eles, as anotações pessoais que a professora fará em seu “diário de classe”; os protocolos (JAPIASSU, 2001) que, eventualmente, serão solicitados das estudantes ao final da aula; além de fotos e vídeos realizados nas sessões de trabalho. A análise documental desses arquivos auxiliará na retomada de alguns momentos e aspectos marcantes da experiência do estágio, ampliando e aprofundando o conteúdo do relatório. 4.1 Recursos didáticos Os recursos didáticos de que nos valeremos são: • Aulas expositivas com apresentação de noções conceituais básicas e de artistas e obras relacionados aos conteúdos abordados; • Leitura e discussão com as estudantes de textos da bibliografia básica e complementar e de alguns textos dramatúrgicos elegidos; 12 • Realização de oficinas práticas direcionadas à experimentação dos distintos regimes de atuação cênica (e/ou de formalização estética da realidade) em discussão; • Orientação para a criação dos produtos artísticos; • Apresentação pública dos produtos artísticos criados; • Compartilhamento, em sala de aula, das impressões e análises críticas dos produtos criados, à guisa de avaliação final. 4.2 Avaliação A avaliação, por sua vez, se dará processualmente, acompanhando o empenho e o desempenho das estudantes em cada aula e atividade proposta, que serão computadas da seguinte forma: • Leitura dos textos, assistência dos registros audiovisuais indicados e participação nas discussões em sala de aula: 3,0 pontos. • Assiduidade e participação nas oficinas práticas: 3,0 pontos. • Apresentação pública do produto artístico criado: 2,0 pontos. • Relato crítico e analítico do produto artístico criado: 2,0 pontos. 4.3 Cronograma Março 09 – Apresentação do plano de curso e primeiras aproximações práticas ao tema abordado no componente. Indicação de leitura para a aula seguinte: A Poética, de Aristóteles. 16 – Oficina prática + Apresentação e discussão da noção de mimesis na tradição aristotélico-hegeliana. 23 – Oficina prática: regime de atuação figurativo. 30 – Oficina prática + Apresentação e discussão dos movimentos estéticos de vanguarda que marcaram a passagem para o século XX. Indicação de leitura para a aula seguinte: A Decisão, de Bertolt Brecht. Abril 13 06 – Oficina prática + Apresentaçãoe discussão do Teatro Épico Dialético de Bertolt Brecht. Indicação de leitura para a aula seguinte: Do figurativo ao figural, de India Mara Martins. 13 – Apresentação e discussão sobre a noção lyotard-deleuzeana de Figura e sobre dois distintos regimes de atuação cênica: representacional/interpretativo/figurativo e presentacional/representativo/figural. Leitura e análise de um texto dramatúrgico contemporâneo (a definir). 20 – Oficina prática: regime de atuação figural. 27 – Oficina prática de criação. Maio 04 – Oficina prática de criação. 11 – Oficina prática de criação. 18 – Desenvolvimento/criação/ensaio da cena. 25 – Desenvolvimento/criação/ensaio da cena. Junho 01 – Desenvolvimento/criação/ensaio da cena. 06 – Apresentação pública da cena. 4.4 Planos de aula AULA 1 Tema: Apresentação do plano de curso e primeiras aproximações práticas ao tema a ser abordado no estágio. Objetivos: • Reconhecer as diferenças de entendimento do que seja cena; • Perceber a diversidade das possibilidades de formalização estética (escrita e cena) sobre um mesmo universo temático (a entrada na UFBA) a partir de experiências distintas; 14 • Perceber a relação produtiva entre um estímulo textual e sua expressão/formalização corporal/cênica. Justificativa: Esta aula, tal como estruturada, justifica-se pela necessidade de promover um primeiro reconhecimento da turma, identificando suas experiências prévias com a linguagem artística a ser abordada, bem como suas compreensões do que seja cena/performance cênica, ao pedir que cada estudante mostre, com o corpo, o conteúdo de um pré-texto (CABRAL, 2006) construído/levantado em sala de aula, a saber: um escrito sobre uma memória referente à entrada na UFBA. A realização desta atividade prática ao final da aula visa promover, através de exemplos produzidos no próprio espaço da aula, uma melhor compreensão do tema que atravessará todo o componente e que foi introduzido num momento anterior: as diferentes possibilidades de formalização estética da realidade. Conteúdo: • Expressão corporal • Dramaturgia (textual e da atriz) Metodologia da ação pedagógica: 1. Apresentações 1.1 Dos estudantes. Quem é veterano? Quem acabou de sair do Ensino Médio? Por quê BI Artes? Qual a relação com as Artes? Quais os interesses (em termos de linguagem)? O que esperam do componente (chegaram a ler o plano?)? 1.2 Da professora e do plano de curso. Enfoque e base no Teatro, mas abertura para trabalharem com outras linguagens (“formalização estética da realidade”). 2. Prática 2.1 Material base: cada um deve escrever num papel a primeira memória que lhe vier à mente que tenha a ver com sua entrada da UFBA. Escrita livre 15 (pode, mas não precisa descrever a memória de maneira objetiva, linear. Pode encontrar uma forma de escrita que expresse os sentimentos envolvidos também). Não precisa assinar. 2.2 Aquecimento: (a) em roda, cada um propõe um exercício rápido de alongamento (adaptação da “Roda de ritmo e movimento” (BOAL, 1982, p. 70)). Ao final, (b) proponho o exercício de expressão corporal da “bolha” (adaptação da “Sequência de movimentos redondos” (BOAL, 1982, p. 66)), em que eles devem ocupar o espaço (saindo aos poucos da roda, caminhando), ampliando o corpo. Em seguida, adiciono (c) qualidades ao movimento, sugerindo a imersão de seus corpos: numa piscina; num tanque com cimento fresco; numa nuvem. 2.3 Distribuo os escritos (ninguém deve ficar com o seu próprio) e proponho que cada pessoa mostre, com o corpo (podem usar a voz, se quiserem), a cena ali impressa (BONFITTO, 2006). 2.4 Peço para que algumas pessoas repitam a cena numa segunda rodada e que leiam, ao final, o seu texto de base. Abro para se alguém que eu não tenha chamado quiser repetir e ler também. 2.5 Por último, discutimos as diferentes concepções de cena levantadas, buscando pontos de convergência e divergência, e a relação com o material textual usado como estímulo, tecendo relações com os tipos de regime de atuação cênica que serão tema do componente. 3. Encaminhamentos: Que leiam a Poética para a aula seguinte. Falo sobre o que discutiremos. Avaliação: O momento 2.5 fará às vezes de avaliação do que foi apreendido na aula. Bibliografia: BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. BONFITTO, Matteo. O ator compositor. São Paulo: Perspectiva, 2006. 16 BRITO, Nayara M. B. de. Da personagem fragmentada a um regime de atuação figural. 173 f. Tese (doutorado – Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas). Universidade Federal da Bahia, Escola de Teatro, 2019. CABRAL, Beatriz. Drama como método de ensino. São Paulo: Hucitec, 2006. ******************** AULA 2: Tema: A noção de mímesis na tradição aristotélico-hegeliana. Influência nas Artes Plásticas, Teatro e Cinema. Objetivos: • Problematizar a noção de mimesis como imitação/criação poética; • Identificar os principais elementos da tradição aristotélico-hegeliana de escrita/cena; • Reconhecer, em exemplos práticos de obras artísticas, a presença ou influência dessa tradição. Justificativa: Para entrar na discussão sobre os diferentes regimes de formalização estética da realidade, optamos por “começar pelo começo”, no intuito de facilitar a compreensão da sequência do conteúdo programático, e apresentar a tradição aristotélico-hegeliana de escrita e de construção cênica. Os jogos iniciais foram planejados com o mesmo intuito da aula anterior, qual seja, o de facilitar a compreensão do conteúdo trabalhado, servindo como um recurso didático a mais. Sua aplicação potencializa, ainda, a compreensão da ideia de um regime figurativo de atuação cênica. Conteúdo: • Jogos teatrais (onde, quem, o quê) • Teoria teatral 17 • Dramaturgia textual Metodologia da ação pedagógica: 1. Prática: Iniciaremos com uma sequência de jogos que trabalham com os elementos “onde”, “quem” e “o quê” da cena. Esses jogos deverão facilitar a compreensão da discussão teórica que virá na sequência. São eles: 1.1 “Onde com adereços de cena” (SPOLIN, 2008, p. 133). Nesse jogo, a turma será dividida em dois grupos (jogadores e plateia). Ao grupo dos jogadores, será indicado um “onde” (biblioteca, laboratório, estação de metrô, etc.) e um de cada vez deverá adentrar o espaço cênico e ir compondo esse lugar fictício, através da manipulação de objetos imaginários. Quando o último tiver se integrado ao espaço, a plateia deverá adivinhar que lugar é aquele que está sendo representado. Depois, invertem-se os papeis. 1.2 “Jogo do Quem” (SPOLIN, 2008, p. 149). O jogo será realizado em duplas, não definidas previamente. Uma pessoa assume uma posição no espaço cênico e outra, pré-definindo mentalmente que são as duas, deverá se relacionar com ela, até o os “quens” de cada uma se revelem, tanto para a plateia como para a primeira jogadora. Seguir até que todos tenham jogado. 1.3 “O que está além: Atividade” (SPOLIN, 2008, p. 160). Um jogador entra, caminha pelo espaço cênico e sai; nesse meio tempo, mostra (a) o que esteve realizando antes de entrar ali/daquele momento ou (b) o que está para realizar. A plateia deve identificar sua ação. Seguir até que todos tenham jogado. Ao final, pedir para que recordem e identifiquem também as ações (os “o quês”) das personagens dos jogos anteriores. 2. Discussão teórica: A partir da leitura da Poética, bem como dos jogos realizados no primeiro momento, vamos discutir sobre a tradição aristotélico-hegeliana de escrita e de construção cênica, tradição essa que toma como base uma interpretação da noção aristotélica de mimesis como “imitação fotográfica 18 da realidade” (ROUBINE, 2003,p. 24), instituindo um regime figurativo de representação. Vamos problematizar essa noção a partir do artigo de Marcos Barbosa (2011). Algumas imagens/vídeos de cenas de Teatro e de obras de Artes Plásticas, especialmente, auxiliarão na exemplificação da discussão levantada. Avaliação: A avaliação da aprendizagem dos conteúdos discutidos se dará processualmente, considerando as intervenções e participações das estudantes no decorrer da aula, quando se poderá verificar, também, se realizaram ou não a leitura recomendada na aula anterior. Bibliografia: ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Sousa. 7ª edição. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003. BARBOSA, Marcos. Imitação da mímesis: questões para uma leitura da Poética de Aristóteles. In: MENDES, Cleise Furtado (org.). Dramaturgia, ainda: reconfigurações e rasuras. Salvador: ETUFBA, p. 161-174, 2011. HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Cursos de Estética, volume IV. Trad. Marco Aurélio Werle e Oliver Tolle. 2ª edição. São Paulo: EDUSP, 2004. ROUBINE, Jean Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. SPOLIN, Viola. Jogos teatrais para a sala de aula: um manual para o professor. São Paulo: Perspectiva, 2008. 19 REFERÊNCIAS Obras: BRECHT, Bertold. A Decisão. In: Bertold Brecht: teatro completo, v. 3. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2004, p. 233-266. TCHEKOV, Anton. A Gaivota. Trad. Fiama Hasse Pais Brandão. Lisboa: Ed. Relógio D’água, 1992. Teoria e crítica: ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Sousa. 7ª edição. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003. BARBA, Eugenio. A canoa de papel – Tratado de Antropologia Teatral. 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