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Puerpério Normal e Patológico

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Daniela Carvalho - TLVI 
PUERPÉRIO NORMAL 
PUERPÉRIO OU PÓS PARTO 
• Definição: Período do ciclo grávido-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas 
pela gravidez e parto retornam à situação do estado pré-gravídico, durando em média 6 semanas – 
42 dias. 
o Se inicia imediatamente após o parto. 
• Princípios básicos de orientação: 
o Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; 
o Orientar e apoiar a família para a amamentação; 
o Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido; 
o Avaliar interação da mãe com o recém-nascido; 
▪ Se precisamos nos preocupar com depressão pós parto ou blues puerperal. 
o Identificar situações de risco ou intercorrências; 
o Orientar o planejamento familiar. 
PUERPÉRIO – CLASSIFICAÇÕES 
• Neme et. al. -> mais usada. 
o Imediato: corresponde ao quarto período de Greenberg até 1- 2 horas. 
o Mediato: até o 10º dia pós-parto, quando ocorre a regressão dos órgãos genitais na região 
pélvica – enfermarias. 
o Tardio: do 11º dia até o retorno das menstruações nas que não amamentam. 
• Ministério da Saúde: 
o Imediato (1 ° ao 10° dia) 
o Tardio (11 ° ao 42° dia) 
o Remoto (a partir do 43° dia) 
ASSISTÊNCIA NO PÓS-PARTO 
• Verificar dados vitais; 
o Avaliar a presença de choque ou sangramentos pós parto. 
• Exame geral: pele, mucosas, presença de edema e membros inferiores; 
• Examinar mamas: ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos que dificultem a amamentação; 
o Sempre devem ser avaliadas. 
o As mamas da paciente no pós parto imediato é diferente da no pos parto tardio. 
▪ PI -> ainda não tem a apojadura e inicia a amamentação com o colostro. 
• Examinar abdômen: globo de segurança de Pinard, dor a palpação uterina e pélvica; cicatriz de 
cesariana; 
• Examinar períneo, genitais externos e lóquios; sangramento em excesso, presença de corrimento com 
odor fétido, cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração -> avaliar a presença de hematoma 
ou sinais flogísticos); 
• Sinais de hipertensão, febre, infecções, dispneia, edema; 
o Hipertensão, infecção e sangramento -> são as 3 principais causas de morte materna no pós 
parto. 
• Calafrios: reflexos nervosos e reação imunológica; elevação de temperatura por bacteremia. 
o Presença de calafrios e/ ou febre -> avaliar se é apenas reação imunológica do pós parto 
imediato ou se pode estar indicando presença de infecção. 
• Bradicardia: neuronal. 
Daniela Carvalho - TLVI 
o Avaliar se é só da evolução de pós parto por hipervolemia. 
• Estado geral: indiferente, cansada, sonolenta, esperançosa, sentimentos de insegurança e alterações 
do humor. 
o Avaliar se a paciente está realmente indiferente ao RN ou se apenas se trata de um cansaço 
para averiguar a presença ou não de depressão pós parto. 
▪ A depressão pós parto é diagnosticada e tratada pelo próprio obstetra, porém se 
houver necessidade pode – se encaminhar para o psiquiatra. 
▪ O blues puerperal é uma condição mais comum e com menor duração. 
• Alta: 48 a 72 hs e após a evacuação de preferência. 
• Retirada de pontos entre 7 a 10 dias. 
o Nos casos de parto cesaria, nos casos de episiotomia é usado fio absorvível. 
o O indicado é que retornem no hospital em que fez o pré natal. 
• Revisão de parto: após 6-8 semanas → contracepção (iniciada 42 pós parto) 
o Grande parte das pacientes não comparecem, porém é de grande importância para a avaliação 
da paciente (se há presença de hipoinvolução uterina e evolução). 
o Deve ser feita no local em que foi feito o pré natal. 
MODIFICAÇÕES LOCAIS NO PUERPÉRIO 
• ÚTERO: 
o Riscos de sangramento: laceração, retenção, atonia, ruptura e inversão uterina. 
o Útero contrai-se até a cicatriz umbilical (de 36 cm para 20 cm) no 4º período ➔ Globo de 
Pinard. 
o A altura uterina reduz 1 cm até o 3º dia e após 0,5 cm até o 12º dia. 
o No 10º dia: útero intrapélvico e colo impérvio. 
o Peso uterino passa de 1 kg a 50g após 40 dias. 
▪ Hoje em dia não é recomendado o uso de cinta pois atrapalha a evolução da 
musculatura do reto abdominal (que pode desencadear insuficiência para o 
fechamento da diástase). 
▪ Em geral as pacientes queixam – se de uma sensação de vazio na barriga (como se 
estivesse tudo solto) -> devemos explicar que é normal, e inicialmente deve – se 
orientar repouso relativo (ajuda com esta percepção de vazio). 
Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15334/mod_resource/content/3/un01/img_content/imagem01.png 
 
 
 
Daniela Carvalho - TLVI 
• LÓQUIOS: São produtos de descamação do útero: exsudatos, transudados e sangue. 
o Rubros ou vermelhos: até 4 dias, rica em sangue, decídua, muco e céls. Epiteliais. 
▪ Nos 2 primeiros é em grande quantidade e após isto se assemelha a quantidade da 
mestruação. 
o Fosca ou serossangüinolentos: do 4º dia até o 10º dia, hemoglobinas e leucócitos. 
▪ Mais amarronzada. 
o Flava ou amarela: após o 10º dia pós - parto até o fim do puerpério, rica em leucócitos. 
▪ Devemos orientar a paciente que pode ocorrer alteração desta loquiação nos 42 dias 
do pós parto, porém em quantidade muito menor (ex: paciente pode após já 
apresentar loquiação flava, ter novamente um pouco de loquiação mais avermelhada). 
o O endométrio se refaz em torno de 25 dias após o parto. 
▪ A partir daí, a depender da função ovariana e da amamentação, a paciente pode ter 
uma mestruação normal. 
 
Fonte: https://i1.wp.com/enfermagemcomamor.com.br/wp-content/uploads/2018/10/loquios-enfcomamor.jpg?resize=274%2C184 
MODIFICAÇÕES GERAIS NO PUERPÉRIO 
• SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
o Sobrecarga cardíaca por invasão sanguínea (aumento da pré-carga). 
o Aumento do débito cardíaco. 
o Sopro sistólico por hiperfluxo -> presente em grande parte das puérperas. 
▪ Não é motivo de preocupação, o hiperfluxo vai diminuindo e o sopro desaparece. 
o PA elevada, por reajuste hemodinâmico. 
o Aumento dos riscos em cardiopatas. 
▪ As cardiopatas têm risco aumentado e por este motivo, devem ter internação 
prolongada até o 5º dia devido ao risco de desestabilização hemodinâmica pelo 
hiperfluxo. 
▪ Para estas pacientes o mais recomendado é o parto vaginal, para diminuir a velocidade 
com que ocorre o refluxo (na cesaria, ao retirar o bebê “de uma vez” ocorre um retorno 
venoso importante muito rápido). 
• OUTRAS MODIFICAÇÕES: 
o Retorno gástrico a posição epigástrica – melhora a digestão. 
▪ Redução das queixas de epigastralgia. 
o Alteração hematimétrica: leucocitose e ↓ Hb/ Ht/ ↑↑↑Pqt → risco trombogênico. 
▪ Queda Hb não só pelo sangramento, mas também pela diluição que ocorre. 
▪ Aumento de plaquetas pelo próprio processo inflamatório do pós parto. 
o ↓ proteínas ➔ edema em membros 
 1º ao 3º 3º ao 10º 10º ao 20º a partir 21º 
Daniela Carvalho - TLVI 
▪ Grande parte das pacientes evoluem com piora do edema de MMII (geralmente a partir 
do 5º regride e começa a melhorar). 
o Aumento do fluxo urinário e retenção urinária. Disúria traumática. 
▪ Tanto pelo trauma do polo cefálico na bexiga do paciente, quanto pela sonda utilizada 
no parto cesaria. 
▪ Tem relação com evolução para infecção urinária no puerpério. 
o Respiração costoabdominal. 
▪ Se a paciente se queixar de dispnéia devemos nos atentar à possibilidade de TEP devido 
ao aumento do risco trombogênico (ou se trata – se apenas de uma dificuldade 
fisiológica). 
o Volta do sistema osteomuscular ao estado pré-gravídico. 
▪ Reduz a lordose e a postura muda devido à redução do peso abdominal. 
o Pele: desaparecimento da pele acetinada - > rugas. 
o Cloasma: se intensificam e depois desaparece (pode demorar meses). 
▪ Se intensificam até o 20º dia, mas depois tendem a desaparecer. 
▪ O ideal é que a paciente continue usando protetor e evite exposição solar. 
o Estrias: violáceas➔ brancas. 
▪ Não possuem tratamento, e o ideal é que durante a gestação a paciente seja orientada 
a fazer hidratação intensa da pele. 
o Retirada da placenta: ↓ hormônios➔↑ PRL e ocitocina. 
▪ A progesterona inibe a prolactina, e a partir do momento que é retirada aumenta – se 
o nível de prolactina -> lactação. 
MODIFICAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS – PROLACTINA E OCITOCINA: 
o Ocitocina é estimulada assim que se retira a placenta. 
o O aumento da prolactina aumenta a produção do leite. 
• Ocitocina: contração uterina e a contração das células mioepiteliais da mama (auxilia na saída do leite). 
o Hormônio hipotalâmico armazenado na neuro-hipófise: liberado após a sucção do mamilo → 
estímulos neuro-sensoriais → estímulos no trato genital inferior. 
• PRL: produção láctea. É um hormônio da adenohipófise, cuja liberação é mediado pela dopamina (PIF). 
• O que estimula o aumento da prolactina e da ocitocina após no pós parto é a sucção mamária, caso 
não ocorra amamentação, não haverá produção de leite. 
ASSISTÊNCIA NO PÓS PARTO > 42 DIAS 
• Realizar avaliação clínico-ginecológica, incluindo exame das mamas; 
o Avaliação das mamas: avaliar se há saída de leite à expressão mamária ou não, se há fissuras 
ou sinais de infecção/ mastite. 
• Avaliar o aleitamento; 
o Questionar se a mãe está conseguindo amentar adequadamente ou não. 
o O ideal é que seja livre demanda e tenha amamentação exclusiva. 
• Orientar sobre: higiene, alimentação, atividades físicas; atividade sexual, direitos da mulher (direitos 
reprodutivos, sociais e trabalhistas). 
o O recomendado é repouso sexual até esta consulta, porém deve – se perguntar se houve 
relação. 
o Avisar sobres as restrições alimentares por riscos para o RN. 
Daniela Carvalho - TLVI 
o No Brasil é uma licença de 120 dias -> pode ser dada partir da 36º semana de gestação; mães 
que amamentam tem direito de 15 dias a mais de licença e dispensa no período de trabalho 
para amamentar. 
• Orientar sobre planejamento familiar e disponibilização do método contraceptivo. 
o Explicação de como funciona o método da LAM (amenorréia da lactação) → até o 6º mês, se 
a mulher tiver com amamentação exclusiva, ela está protegida contra a gestação (amenorreia 
da lactação). 
o Avaliar se há indicação para laqueadura ou não. 
LACTAÇÃO 
• É dividida em: mamogênese, lactogênese, galactopoiese e galactocinese. 
• MAMOGÊNESE: 
o É o desenvolvimento da glândula mamária que se inicia na puberdade e se completa no 
período gestacional. 
o A placenta é responsável pela produção dos estrógenos, progesterona e HLP ➔ ↑ glândula 
mamária ➔ estimulando a deposição de gordura e o crescimento de ductos e alvéolos. 
▪ Aumento da glândula mamária tanto por hipertrofia quanto por deposição de tecido 
adiposo 
 
• LACTOGÊNESE: 
o É o início da produção de leite pela mama por estímulo da prolactina. 
▪ Algumas pacientes referem produção de leite já durante a gestação, porém não é 
comum (mais comum em multíparas). 
o A prolactina começa a aumentar com 8 semanas estimulado pelos estrogênios -> porém sua 
ação fica inibida, e começa a ter expressividade após o parto. 
o É responsável pelo crescimento mamário e produção de caseína. 
o Durante a gravidez sua ação é inibida pelos estrógeno e progesterona. 
o PRL: reduz no pós parto (1ª semana) e aumenta se houver estímulo. 
• GALACTOPOIESE: 
o É a manutenção da secreção láctea, sendo necessária uma produção hormonal estimulante, 
sucção periódica e remoção do leite produzido. 
o O principal hormônio responsável é a PRL Sucção➔ Impulsos aferentes ➔ SNC ➔Ocitocina ➔ 
Céls mioepiteliais ➔ Contração alveolar ➔ Ejeção de leite. 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/87449/1/images/7/Fisiologia+da+lacta%C3%A7%C3%A3o.jpg 
Daniela Carvalho - TLVI 
GALACTOCINESE 
• É a saída do leite durante a sucção. 
• Somente o leite localizado nos seios lactíferos, sob a aréola, pode ser removida por forças mecânicas. 
o O leite que está sendo produzido não é o leite que o bebê está mamando (leite fica estocado) 
-> mas a sucção é importante pois a produção do leite depende dela (estímulo para a produção 
de prolactina e ocitocina). 
▪ Prolactina -> estimula a produção do leite. 
▪ Ocitocina -> estimula a ejeção do leite. 
• O leite acumulado nos alvéolos flui pelos os ductos lactíferos devido a contração das células 
mioepiteliais e é estimulado pela ocitocina. 
• O colostro já está presente no momento do parto. A descida do leite, no entanto, ocorre entre o 1° e 
3° dia pós-parto. 
 
Fonte: https://4.bp.blogspot.com/-3BMS9jlLvJQ/Ugmlzmcb_vI/AAAAAAAAACs/iDBHJHBkFwU/s1600/Mamilos.jpg 
TIPOS DE AMAMENTAÇÃO (WHO 2007) 
• Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou 
ordenhado, ou leite humano de outra fonte; 
• Aleitamento materno predominante: além do leite materno, recebe água ou bebidas à base de água 
(água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas. 
• Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), 
independentemente de receber ou não outros alimentos. 
• Aleitamento materno complementado: além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-
sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. 
• Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. 
CARACTERÍSTICAS DO LEITE 
• COLOSTRO: 
o Secretado até 7 dias após o parto; 
o Espesso de coloração amarelada e alta densidade. 
o Em média 20 ml por mamada, totalizando 100-200 ml/dia. 
Daniela Carvalho - TLVI 
o Pobre em vitaminas, gordura e lactose. É rico em proteínas, IgA , lactoferrina, linfócitos e 
macrófagos (ação protetora), lactobacillus bifidus (↑ flora intestinal) → facilita eliminação de 
mecônio. 
• LEITE DE TRANSIÇÃO: 
o É o leite do 7° ao 14° dia, com queda gradativa na concentração proteica, é mais diluída com 
volume de 500 ml/dia. ↑ Vitaminas, lipídios e lactose. 
• LEITE MADURO: 
o Produzido após o 14° dia de cor branca e opaca, é rica em água (85%), gordura, proteínas, 
lactose, carboidratos, lipídeos, minerais e vitaminas. Volume de 700 a 900 ml/dia até o 6° mês. 
OBS: leite pré-termo (parto prematuro): rico em proteína, lipídeo e calorias - estimula crescimento; pobre 
em lactose → dificuldade de digestão pelo feto. 
 
 
Fonte: https://www.help-sc.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Infograficos_Amamentacao-02-1.png 
FASES DO LEITE MADURO 
• O leite materno tem composição diferente em uma mesma mamada. Iniciar a mamada pela última 
mama: 
o 1ª fase – Leite anterior: no início das mamadas (azulado): leite é mais “aguado”, transparente 
e tem maior concentração de água e lactose, para que possa saciar a sede do bebê. Não sacia 
a fome, pois é pobre em proteínas (caseína) e lipídeos. 
▪ Que está nos ductos ainda 
o 2ª fase – Leite intermediário: o leite começa a ter uma aparência mais esbranquiçada e há 
predominância de proteínas, necessárias para o desenvolvimento do organismo do bebê. 
o 3ª fase – Leite posterior: o leite é mais “forte”, branco e há predominância de gordura e 
proteína, necessária para a saciedade e ganho de peso. Aparece ao final da mamada. 
Daniela Carvalho - TLVI 
• Importante: esvaziar toda mama a cada mamada. 
o É importante que o bebê fique 15 min em cada mama (a mãe sente que a mama estará vazia -
> bebe mamou o leite das 3 fases). 
o Mamadas devem ser intercaladas entre as mamas para diminuir o risco de infecções (leite não 
ficará estagnado na mama). 
PREPARO PARA AMAMENTAÇÃO 
• Inicia-se no Pré-natal 
• Estímulo à amamentação: ver fatores psicossociais 
• Exame mamário➔ ver mamilos: semi-protruso e invertidos 
• Banhos de sol e cuidados gerais. 
o Banhos de sol antes do parto para diminuir as fissuras. 
• Iniciar a amamentação na sala de parto. 
• Cuidados com as mamas: corrigir a pega (mamilo-areolar), fissuras, ingurgitamento e mastites. 
• O mamilo e a aréola devem ser colocadas no pálato do RN. 
TÉCNICA 
• Posição da Mãe: deitada ou sentada confortavelmente com as costas e os pés bem apoiados. Recém-
nascido:alinhado a mãe. 
• Pega: o recém-nascido deve abocanhar a maior parte da aréola, nunca somente o bico. A ponta do 
nariz deve tocar a mama assim como o queixo. Durante a mamada os lábios devem estar voltados para 
fora. 
o Pega correta diminui a chances de fissura ou qualquer complicação. 
o Mamilo deve encostar no palato duro no bebê. 
• Frequências: 8 a 12 mamadas (3/3 hs), durante 15 min em cada mama. 
o Se passar das 3 horas deve – se recomendar a mãe de acordar o bebê para mamar. 
• Ideal é a livre demanda até o esvaziamento completo da primeira mama; após oferecer a segunda 
mama; nesta, o esvaziamento será incompleto (RN já estará saciado). 
o O ideal é a livre demanda (sempre que o bebê quiser). 
• A próxima mamada deverá ser feito pela última mama → permite ao feto mamar as 3 fases ( leite 
anterior, intermediário e posterior). 
 
Fonte: https://amarepediatria.com.br/wp-content/uploads/2018/06/pega-correta-amamentacao.png 
Daniela Carvalho - TLVI 
VANTAGENS PARA O RN 
• Alimento completo até 6 meses. 
• Protege contra infecções e processos 
alérgicos. 
• Aumenta o laço afetivo entre a mãe e a 
criança, promovendo a segurança. 
• ↓ taxa de desnutrição protéico-calórica. 
 
 
 
 
 
 
VANTAGENS PARA MÃE 
• Facilita o estabelecimento do vínculo mãe-
filho. 
• Previne hemorragias e melhora regressão 
uterina. 
o Pois aumenta a ocitocina, que 
estimula a contração uterina. 
• Diminui risco de câncer mamário 
(hipoestrogenismo) em 4,3% a cada 12 
meses de amamentação. ↓ Peso materno. 
• LAM – lactação e amenorreia como método 
– 98% de eficácia contraceptiva, se 
amamentação exclusiva e livre por 6 meses 
– amenorreia. 
 
Fonte: https://mamamiaamamentar.files.wordpress.com/2011/09/lam2.gif?w=640 
VANTAGENS SOCIAIS 
• Não custa nada 
• Já vem pronto na temperatura ideal 
• ↓ Custos de internações por problemas gastrintestinais e respiratório 
• Economia doméstica. 
• Contra indicações - raras: HIV +, baixo peso com prematuridade, distúrbios psiquiátricos, fenda 
palatina, uso de drogas. 
 
 
 
 
Daniela Carvalho - TLVI 
PUERPERIO PATOLOGICO 
3 principais causas no brasil de morte materna no Brasil -> HG, hemorragia e aborto (nos países desenvolvidos 
a hemorragia é mais comum que a HG). 
HEMORRAGIA 
• > 500 ml no pós-parto ou sinais clínicos descompensatório de hipotensão, taquicardia e/ou queda de 
10% do Ht. 
• Incluem-se na perda: o 3º e o 4º períodos e as primeiras 24 h. 
• É primeira causa de morte materna em países em desenvolvimento – 4 a 18%. EUA→ 13% das causas 
de óbitos. 
• Tríade da morte materna puerperal: hipertensão, sangramento e infecção. 
• Causas: 
o 3º período: retenção placentária, acretismo placentário e inversão uterina. 
▪ Acretismo placentário -> placenta se fixa muito profundamente na parede uterina. 
o 4º período: atonia uterina, lacerações de parto, rotura uterina e restos placentários. 
• Fatores de risco: 
o Antecedentes hemorrágicos, gemelaridade, polidrâmino, macrossomia fetal, parto 
prolongado, uso de ocitocina, multiparidade, corioamnionite, cesariana prévia, obesidade e 
idade > 35 anos. 
▪ Causas de útero aumentado como macrossomia fetal e gemelaridade 
▪ Uso de ocitocina durante o trabalho de parto -> pois pode saturar os receptores e ao 
usa – la no puerpério imediato não promoverá contração uterina efetiva. 
 
• Tratamento: 
o Reposição volêmica (líquidos e transfusão), ocitocina ou ergotamina ou misoprostol ou 
histerectomia ou ligadura das aa. Hipogásticas. 
▪ Ergometrina -> 1 ampola intramuscular; não deve ser usado em pacientes hipertensas 
devido ao risco de pico pressórico. 
▪ Misoprostol -> usado para estimular a contração uterina. 
▪ Ligadura das artérias hipogatricas caso as medidas anteriores não resolvam e o obstetra 
tenha habilidade/ experiência, e por fim a histerectomia. 
o Ponto de B Lynch -> utilizado durante a cesária, quando percebe – se que a paciente evoluirá 
com hemorragia; é usado antes da tentativa da ligadura das artérias hipogástricas e da 
histerectomia, quando as opções anteriores não foram resolutivas. Promove uma pressão 
mecânica sobre o útero para auxiliar na sua contração. 
 
Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/83/88361420/images/14-1.jpg 
Daniela Carvalho - TLVI 
o Balão de Bakri -> também é utilizado antes da tentativa da ligadura das artérias hipogástricas 
e da histerectomia, quando as opções anteriores não foram resolutivas .É introduzido pelo colo 
uterino e insuflado com soro fisiológico, e deixado por algumas horas para promover um 
tamponamento mecânico nos vasos. É mais utilizado em partos vaginais, para que não seja 
necessário abrir e se aplique um B Lynch (mas também pode ser utilizado em cesaria). 
 
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/c5IaynIpHiih405pXg8Q07uwDeMgg-yKsWF474MzffY4TKqWozhf2q-
Io6rpUTpvQrktF_4s08btvVAEjAPY4_mSU9bezkIlgPcsVuNdE8yx18jmGAIufiMUhLaGvuwzZjFAjx-Wn44EB4ZRgMJT8-pktdcyGCw0CE-uEyhw9xOaMF8 
 
INFECÇÃO 
• É a infecção que se manifesta no trato genital após o parto recente. Acomete 0,5% a 10%. 
o T > 38ºC em quatro tomadas diárias, exceto nas primeiras 24 hs. 
o Hipertermia durante 2 dias nos primeiros 10 dias de parto. 
▪ Que não melhora com o uso de antitérmicos. 
o Presença de loquiação fétida que continua rubra mesmo após os primeiros dias do pós parto. 
o Hipoinvolução uterina 
o Se a paciente passou por cesaria é necessário avaliar se havia evoluído com bolsa rota antes 
do parto e para aquelas que passaram por parto normal, precisamos avaliar se ficou alguma 
coisa dentro do útero (como parte da membrana ou cotilédones). 
• Causas: 
o Cesariana: principal causa → contaminação cirúrgica, perda de sangue, hematomas e 
contaminação abdominal por líquido amniótico infectado → polimicrobiana. 
o Endometrite: febre, excluindo-se outras causas. 
▪ Agente: Estreptococos β hemolítico. 
▪ Fatores associados: retenção de restos, leucorréias e corioamnionite. 
o Rotura prematura das membranas – Contaminação em 12 a 18 horas. 
o Parto prolongado. 
o Hemorragias. 
o Condições socioeconômicas. 
o Atividade sexual. 
o Leucorréias. 
o Cerclagem -> sutura feita sobre o colo do útero para evitar sua dilatação prematura. 
• Quadro clínico: 
o Febre 
o Dor pélvica 
o Hipoinvolução uterina 
o Colo pérvio (deveria já estar 
impérvio). 
o Saída de secreção fétida e 
purulenta. 
 
 
 
Daniela Carvalho - TLVI 
• Tratamento (conduta): 
o Antibiótico de amplo espectro. 
▪ Se for internar – ceftriaxone 
e metronidazol. 
▪ Se for para casa – esquema 
tríplice (ampicilina, 
metronidazol e penicilina/ 
amoxicilina). 
o Ocitocina (para auxiliar a 
contração). 
o Curetagem uterina (se material 
presente). 
o Histerectomia no caso de 
septicemia 
 
MASTITE PUERPERAL 
• Infecção mamária decorrente da amamentação. 
• Alteração de pele, com sinais flogísticos e endurecimento. 
• Incidência: 2 a 33% das puérperas, nas primeiras sete semanas. 
• Fatores de riscos: 
o Técnica inadequada de aleitamento (causa fissuras). 
o Alteração da pele, antecedente de mastite, alterações mamilares, anemia, desnutrição, má 
higiene, dificuldades ou redução no esvaziamento mamário etc. 
▪ Obs: pacientes tabagistas tem risco para o desenvolvimento de mastite mesmo fora do 
puerpério, porém neste período o risco é aumentado. 
o Agente: Estafilococos aureus. 
o Tratamento (conduta): antibiótico (cefalexina ou clavulin) ou drenagem. 
 
Fonte: https://brasil.babycenter.com/ims/2016/01/SciSource_SM7325_wide.jpg 
ITU 
• Acomete nos primeiros cinco dias do pós parto. 
• Queixas: disúria, hematúria, febre e incontinência urinária. 
• Causas: sondagem vesical (casaria), trauma cefálico (parto normal) e cesariana (devido ao 
rebaixamento vesical que é aplicado durante o procedimento). 
• Pós-cesariana: denervação e edema. 
 
 
 
Daniela Carvalho - TLVI 
DOENÇAS SISTÊMICAS 
• Hipertensão: retirar a medicação sepré-eclâmpsia ou manter se HAS. 
• Diabetes: retirar a insulina se DMG ou voltar a níveis pré-gravídicos ou reintroduzir hipoglicemiante 
oral. 
o Se era diabética antes da gestação retoma as medicações ou para as que utilizavam insulina, 
metade da dose que utilizava durante a gestação (pois em geral não se recordam a dose que 
utilizavam antes da gestação). 
• Hipotiroidismo gestacional: retirar a medicação. 
o Se for pré gestacional, volta – se a dose que utilizava antes da gestação; caso a paciente não 
se lembrar, mantem – se o que ela utilizava na gestação e faz – se um TSH 6 semanas após, 
para avaliar a readequação da dose de levotiroxina. 
DEPRESSÃO PÓS-PARTO 
• Disforia ou blues puerperal: é uma forma leve de depressão, acomete 85% das mulheres. Inicia-se no 
primeiro dia do pós parto e termina em até 2 semanas → predomínio de euforia, labilidade emocional 
com insônia, choro fácil, depressão, ansiedade, baixa concentração e irritabilidade. 
o Saber diferenciar se é apenas do cansaço do pós parto. 
o Não há necessidade de medicação, mas deve – se ter atenção devido a possibilidade de evoluir 
para depressão pós parto. 
• Quando não melhora do quadro disfórico, é diagnosticada depressão pós-parto: Acomete 10 a 20% 
das mulheres. Inicia-se depois de 4 semanas → humor depressivo, choro, perda do interesse nas 
atividades rotineira, sentimento de culpa e incompetência; ideação suicida. 
o Em geral a mãe não perde interesse do cuidado com o RN. 
• Psicose puerperal: é a forma grave da depressão pós-parto. Atinge 0,1% das puérperas. Tem início 
precoce, nas primeiras 3 semanas. Caracteriza-se pelos mesmo sintomas acima, mais alucinações e 
delírios. 
o Em geral a paciente tinha alguma alteração antes, que desconhecia. 
o Devemos tomar mais cuidado pois os riscos para o RN são maiores.

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