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Daniela Carvalho - TLVI PUERPÉRIO NORMAL PUERPÉRIO OU PÓS PARTO • Definição: Período do ciclo grávido-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto retornam à situação do estado pré-gravídico, durando em média 6 semanas – 42 dias. o Se inicia imediatamente após o parto. • Princípios básicos de orientação: o Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; o Orientar e apoiar a família para a amamentação; o Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido; o Avaliar interação da mãe com o recém-nascido; ▪ Se precisamos nos preocupar com depressão pós parto ou blues puerperal. o Identificar situações de risco ou intercorrências; o Orientar o planejamento familiar. PUERPÉRIO – CLASSIFICAÇÕES • Neme et. al. -> mais usada. o Imediato: corresponde ao quarto período de Greenberg até 1- 2 horas. o Mediato: até o 10º dia pós-parto, quando ocorre a regressão dos órgãos genitais na região pélvica – enfermarias. o Tardio: do 11º dia até o retorno das menstruações nas que não amamentam. • Ministério da Saúde: o Imediato (1 ° ao 10° dia) o Tardio (11 ° ao 42° dia) o Remoto (a partir do 43° dia) ASSISTÊNCIA NO PÓS-PARTO • Verificar dados vitais; o Avaliar a presença de choque ou sangramentos pós parto. • Exame geral: pele, mucosas, presença de edema e membros inferiores; • Examinar mamas: ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos que dificultem a amamentação; o Sempre devem ser avaliadas. o As mamas da paciente no pós parto imediato é diferente da no pos parto tardio. ▪ PI -> ainda não tem a apojadura e inicia a amamentação com o colostro. • Examinar abdômen: globo de segurança de Pinard, dor a palpação uterina e pélvica; cicatriz de cesariana; • Examinar períneo, genitais externos e lóquios; sangramento em excesso, presença de corrimento com odor fétido, cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração -> avaliar a presença de hematoma ou sinais flogísticos); • Sinais de hipertensão, febre, infecções, dispneia, edema; o Hipertensão, infecção e sangramento -> são as 3 principais causas de morte materna no pós parto. • Calafrios: reflexos nervosos e reação imunológica; elevação de temperatura por bacteremia. o Presença de calafrios e/ ou febre -> avaliar se é apenas reação imunológica do pós parto imediato ou se pode estar indicando presença de infecção. • Bradicardia: neuronal. Daniela Carvalho - TLVI o Avaliar se é só da evolução de pós parto por hipervolemia. • Estado geral: indiferente, cansada, sonolenta, esperançosa, sentimentos de insegurança e alterações do humor. o Avaliar se a paciente está realmente indiferente ao RN ou se apenas se trata de um cansaço para averiguar a presença ou não de depressão pós parto. ▪ A depressão pós parto é diagnosticada e tratada pelo próprio obstetra, porém se houver necessidade pode – se encaminhar para o psiquiatra. ▪ O blues puerperal é uma condição mais comum e com menor duração. • Alta: 48 a 72 hs e após a evacuação de preferência. • Retirada de pontos entre 7 a 10 dias. o Nos casos de parto cesaria, nos casos de episiotomia é usado fio absorvível. o O indicado é que retornem no hospital em que fez o pré natal. • Revisão de parto: após 6-8 semanas → contracepção (iniciada 42 pós parto) o Grande parte das pacientes não comparecem, porém é de grande importância para a avaliação da paciente (se há presença de hipoinvolução uterina e evolução). o Deve ser feita no local em que foi feito o pré natal. MODIFICAÇÕES LOCAIS NO PUERPÉRIO • ÚTERO: o Riscos de sangramento: laceração, retenção, atonia, ruptura e inversão uterina. o Útero contrai-se até a cicatriz umbilical (de 36 cm para 20 cm) no 4º período ➔ Globo de Pinard. o A altura uterina reduz 1 cm até o 3º dia e após 0,5 cm até o 12º dia. o No 10º dia: útero intrapélvico e colo impérvio. o Peso uterino passa de 1 kg a 50g após 40 dias. ▪ Hoje em dia não é recomendado o uso de cinta pois atrapalha a evolução da musculatura do reto abdominal (que pode desencadear insuficiência para o fechamento da diástase). ▪ Em geral as pacientes queixam – se de uma sensação de vazio na barriga (como se estivesse tudo solto) -> devemos explicar que é normal, e inicialmente deve – se orientar repouso relativo (ajuda com esta percepção de vazio). Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15334/mod_resource/content/3/un01/img_content/imagem01.png Daniela Carvalho - TLVI • LÓQUIOS: São produtos de descamação do útero: exsudatos, transudados e sangue. o Rubros ou vermelhos: até 4 dias, rica em sangue, decídua, muco e céls. Epiteliais. ▪ Nos 2 primeiros é em grande quantidade e após isto se assemelha a quantidade da mestruação. o Fosca ou serossangüinolentos: do 4º dia até o 10º dia, hemoglobinas e leucócitos. ▪ Mais amarronzada. o Flava ou amarela: após o 10º dia pós - parto até o fim do puerpério, rica em leucócitos. ▪ Devemos orientar a paciente que pode ocorrer alteração desta loquiação nos 42 dias do pós parto, porém em quantidade muito menor (ex: paciente pode após já apresentar loquiação flava, ter novamente um pouco de loquiação mais avermelhada). o O endométrio se refaz em torno de 25 dias após o parto. ▪ A partir daí, a depender da função ovariana e da amamentação, a paciente pode ter uma mestruação normal. Fonte: https://i1.wp.com/enfermagemcomamor.com.br/wp-content/uploads/2018/10/loquios-enfcomamor.jpg?resize=274%2C184 MODIFICAÇÕES GERAIS NO PUERPÉRIO • SISTEMA CARDIOVASCULAR: o Sobrecarga cardíaca por invasão sanguínea (aumento da pré-carga). o Aumento do débito cardíaco. o Sopro sistólico por hiperfluxo -> presente em grande parte das puérperas. ▪ Não é motivo de preocupação, o hiperfluxo vai diminuindo e o sopro desaparece. o PA elevada, por reajuste hemodinâmico. o Aumento dos riscos em cardiopatas. ▪ As cardiopatas têm risco aumentado e por este motivo, devem ter internação prolongada até o 5º dia devido ao risco de desestabilização hemodinâmica pelo hiperfluxo. ▪ Para estas pacientes o mais recomendado é o parto vaginal, para diminuir a velocidade com que ocorre o refluxo (na cesaria, ao retirar o bebê “de uma vez” ocorre um retorno venoso importante muito rápido). • OUTRAS MODIFICAÇÕES: o Retorno gástrico a posição epigástrica – melhora a digestão. ▪ Redução das queixas de epigastralgia. o Alteração hematimétrica: leucocitose e ↓ Hb/ Ht/ ↑↑↑Pqt → risco trombogênico. ▪ Queda Hb não só pelo sangramento, mas também pela diluição que ocorre. ▪ Aumento de plaquetas pelo próprio processo inflamatório do pós parto. o ↓ proteínas ➔ edema em membros 1º ao 3º 3º ao 10º 10º ao 20º a partir 21º Daniela Carvalho - TLVI ▪ Grande parte das pacientes evoluem com piora do edema de MMII (geralmente a partir do 5º regride e começa a melhorar). o Aumento do fluxo urinário e retenção urinária. Disúria traumática. ▪ Tanto pelo trauma do polo cefálico na bexiga do paciente, quanto pela sonda utilizada no parto cesaria. ▪ Tem relação com evolução para infecção urinária no puerpério. o Respiração costoabdominal. ▪ Se a paciente se queixar de dispnéia devemos nos atentar à possibilidade de TEP devido ao aumento do risco trombogênico (ou se trata – se apenas de uma dificuldade fisiológica). o Volta do sistema osteomuscular ao estado pré-gravídico. ▪ Reduz a lordose e a postura muda devido à redução do peso abdominal. o Pele: desaparecimento da pele acetinada - > rugas. o Cloasma: se intensificam e depois desaparece (pode demorar meses). ▪ Se intensificam até o 20º dia, mas depois tendem a desaparecer. ▪ O ideal é que a paciente continue usando protetor e evite exposição solar. o Estrias: violáceas➔ brancas. ▪ Não possuem tratamento, e o ideal é que durante a gestação a paciente seja orientada a fazer hidratação intensa da pele. o Retirada da placenta: ↓ hormônios➔↑ PRL e ocitocina. ▪ A progesterona inibe a prolactina, e a partir do momento que é retirada aumenta – se o nível de prolactina -> lactação. MODIFICAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS – PROLACTINA E OCITOCINA: o Ocitocina é estimulada assim que se retira a placenta. o O aumento da prolactina aumenta a produção do leite. • Ocitocina: contração uterina e a contração das células mioepiteliais da mama (auxilia na saída do leite). o Hormônio hipotalâmico armazenado na neuro-hipófise: liberado após a sucção do mamilo → estímulos neuro-sensoriais → estímulos no trato genital inferior. • PRL: produção láctea. É um hormônio da adenohipófise, cuja liberação é mediado pela dopamina (PIF). • O que estimula o aumento da prolactina e da ocitocina após no pós parto é a sucção mamária, caso não ocorra amamentação, não haverá produção de leite. ASSISTÊNCIA NO PÓS PARTO > 42 DIAS • Realizar avaliação clínico-ginecológica, incluindo exame das mamas; o Avaliação das mamas: avaliar se há saída de leite à expressão mamária ou não, se há fissuras ou sinais de infecção/ mastite. • Avaliar o aleitamento; o Questionar se a mãe está conseguindo amentar adequadamente ou não. o O ideal é que seja livre demanda e tenha amamentação exclusiva. • Orientar sobre: higiene, alimentação, atividades físicas; atividade sexual, direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas). o O recomendado é repouso sexual até esta consulta, porém deve – se perguntar se houve relação. o Avisar sobres as restrições alimentares por riscos para o RN. Daniela Carvalho - TLVI o No Brasil é uma licença de 120 dias -> pode ser dada partir da 36º semana de gestação; mães que amamentam tem direito de 15 dias a mais de licença e dispensa no período de trabalho para amamentar. • Orientar sobre planejamento familiar e disponibilização do método contraceptivo. o Explicação de como funciona o método da LAM (amenorréia da lactação) → até o 6º mês, se a mulher tiver com amamentação exclusiva, ela está protegida contra a gestação (amenorreia da lactação). o Avaliar se há indicação para laqueadura ou não. LACTAÇÃO • É dividida em: mamogênese, lactogênese, galactopoiese e galactocinese. • MAMOGÊNESE: o É o desenvolvimento da glândula mamária que se inicia na puberdade e se completa no período gestacional. o A placenta é responsável pela produção dos estrógenos, progesterona e HLP ➔ ↑ glândula mamária ➔ estimulando a deposição de gordura e o crescimento de ductos e alvéolos. ▪ Aumento da glândula mamária tanto por hipertrofia quanto por deposição de tecido adiposo • LACTOGÊNESE: o É o início da produção de leite pela mama por estímulo da prolactina. ▪ Algumas pacientes referem produção de leite já durante a gestação, porém não é comum (mais comum em multíparas). o A prolactina começa a aumentar com 8 semanas estimulado pelos estrogênios -> porém sua ação fica inibida, e começa a ter expressividade após o parto. o É responsável pelo crescimento mamário e produção de caseína. o Durante a gravidez sua ação é inibida pelos estrógeno e progesterona. o PRL: reduz no pós parto (1ª semana) e aumenta se houver estímulo. • GALACTOPOIESE: o É a manutenção da secreção láctea, sendo necessária uma produção hormonal estimulante, sucção periódica e remoção do leite produzido. o O principal hormônio responsável é a PRL Sucção➔ Impulsos aferentes ➔ SNC ➔Ocitocina ➔ Céls mioepiteliais ➔ Contração alveolar ➔ Ejeção de leite. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/87449/1/images/7/Fisiologia+da+lacta%C3%A7%C3%A3o.jpg Daniela Carvalho - TLVI GALACTOCINESE • É a saída do leite durante a sucção. • Somente o leite localizado nos seios lactíferos, sob a aréola, pode ser removida por forças mecânicas. o O leite que está sendo produzido não é o leite que o bebê está mamando (leite fica estocado) -> mas a sucção é importante pois a produção do leite depende dela (estímulo para a produção de prolactina e ocitocina). ▪ Prolactina -> estimula a produção do leite. ▪ Ocitocina -> estimula a ejeção do leite. • O leite acumulado nos alvéolos flui pelos os ductos lactíferos devido a contração das células mioepiteliais e é estimulado pela ocitocina. • O colostro já está presente no momento do parto. A descida do leite, no entanto, ocorre entre o 1° e 3° dia pós-parto. Fonte: https://4.bp.blogspot.com/-3BMS9jlLvJQ/Ugmlzmcb_vI/AAAAAAAAACs/iDBHJHBkFwU/s1600/Mamilos.jpg TIPOS DE AMAMENTAÇÃO (WHO 2007) • Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte; • Aleitamento materno predominante: além do leite materno, recebe água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas. • Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. • Aleitamento materno complementado: além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi- sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. • Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. CARACTERÍSTICAS DO LEITE • COLOSTRO: o Secretado até 7 dias após o parto; o Espesso de coloração amarelada e alta densidade. o Em média 20 ml por mamada, totalizando 100-200 ml/dia. Daniela Carvalho - TLVI o Pobre em vitaminas, gordura e lactose. É rico em proteínas, IgA , lactoferrina, linfócitos e macrófagos (ação protetora), lactobacillus bifidus (↑ flora intestinal) → facilita eliminação de mecônio. • LEITE DE TRANSIÇÃO: o É o leite do 7° ao 14° dia, com queda gradativa na concentração proteica, é mais diluída com volume de 500 ml/dia. ↑ Vitaminas, lipídios e lactose. • LEITE MADURO: o Produzido após o 14° dia de cor branca e opaca, é rica em água (85%), gordura, proteínas, lactose, carboidratos, lipídeos, minerais e vitaminas. Volume de 700 a 900 ml/dia até o 6° mês. OBS: leite pré-termo (parto prematuro): rico em proteína, lipídeo e calorias - estimula crescimento; pobre em lactose → dificuldade de digestão pelo feto. Fonte: https://www.help-sc.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Infograficos_Amamentacao-02-1.png FASES DO LEITE MADURO • O leite materno tem composição diferente em uma mesma mamada. Iniciar a mamada pela última mama: o 1ª fase – Leite anterior: no início das mamadas (azulado): leite é mais “aguado”, transparente e tem maior concentração de água e lactose, para que possa saciar a sede do bebê. Não sacia a fome, pois é pobre em proteínas (caseína) e lipídeos. ▪ Que está nos ductos ainda o 2ª fase – Leite intermediário: o leite começa a ter uma aparência mais esbranquiçada e há predominância de proteínas, necessárias para o desenvolvimento do organismo do bebê. o 3ª fase – Leite posterior: o leite é mais “forte”, branco e há predominância de gordura e proteína, necessária para a saciedade e ganho de peso. Aparece ao final da mamada. Daniela Carvalho - TLVI • Importante: esvaziar toda mama a cada mamada. o É importante que o bebê fique 15 min em cada mama (a mãe sente que a mama estará vazia - > bebe mamou o leite das 3 fases). o Mamadas devem ser intercaladas entre as mamas para diminuir o risco de infecções (leite não ficará estagnado na mama). PREPARO PARA AMAMENTAÇÃO • Inicia-se no Pré-natal • Estímulo à amamentação: ver fatores psicossociais • Exame mamário➔ ver mamilos: semi-protruso e invertidos • Banhos de sol e cuidados gerais. o Banhos de sol antes do parto para diminuir as fissuras. • Iniciar a amamentação na sala de parto. • Cuidados com as mamas: corrigir a pega (mamilo-areolar), fissuras, ingurgitamento e mastites. • O mamilo e a aréola devem ser colocadas no pálato do RN. TÉCNICA • Posição da Mãe: deitada ou sentada confortavelmente com as costas e os pés bem apoiados. Recém- nascido:alinhado a mãe. • Pega: o recém-nascido deve abocanhar a maior parte da aréola, nunca somente o bico. A ponta do nariz deve tocar a mama assim como o queixo. Durante a mamada os lábios devem estar voltados para fora. o Pega correta diminui a chances de fissura ou qualquer complicação. o Mamilo deve encostar no palato duro no bebê. • Frequências: 8 a 12 mamadas (3/3 hs), durante 15 min em cada mama. o Se passar das 3 horas deve – se recomendar a mãe de acordar o bebê para mamar. • Ideal é a livre demanda até o esvaziamento completo da primeira mama; após oferecer a segunda mama; nesta, o esvaziamento será incompleto (RN já estará saciado). o O ideal é a livre demanda (sempre que o bebê quiser). • A próxima mamada deverá ser feito pela última mama → permite ao feto mamar as 3 fases ( leite anterior, intermediário e posterior). Fonte: https://amarepediatria.com.br/wp-content/uploads/2018/06/pega-correta-amamentacao.png Daniela Carvalho - TLVI VANTAGENS PARA O RN • Alimento completo até 6 meses. • Protege contra infecções e processos alérgicos. • Aumenta o laço afetivo entre a mãe e a criança, promovendo a segurança. • ↓ taxa de desnutrição protéico-calórica. VANTAGENS PARA MÃE • Facilita o estabelecimento do vínculo mãe- filho. • Previne hemorragias e melhora regressão uterina. o Pois aumenta a ocitocina, que estimula a contração uterina. • Diminui risco de câncer mamário (hipoestrogenismo) em 4,3% a cada 12 meses de amamentação. ↓ Peso materno. • LAM – lactação e amenorreia como método – 98% de eficácia contraceptiva, se amamentação exclusiva e livre por 6 meses – amenorreia. Fonte: https://mamamiaamamentar.files.wordpress.com/2011/09/lam2.gif?w=640 VANTAGENS SOCIAIS • Não custa nada • Já vem pronto na temperatura ideal • ↓ Custos de internações por problemas gastrintestinais e respiratório • Economia doméstica. • Contra indicações - raras: HIV +, baixo peso com prematuridade, distúrbios psiquiátricos, fenda palatina, uso de drogas. Daniela Carvalho - TLVI PUERPERIO PATOLOGICO 3 principais causas no brasil de morte materna no Brasil -> HG, hemorragia e aborto (nos países desenvolvidos a hemorragia é mais comum que a HG). HEMORRAGIA • > 500 ml no pós-parto ou sinais clínicos descompensatório de hipotensão, taquicardia e/ou queda de 10% do Ht. • Incluem-se na perda: o 3º e o 4º períodos e as primeiras 24 h. • É primeira causa de morte materna em países em desenvolvimento – 4 a 18%. EUA→ 13% das causas de óbitos. • Tríade da morte materna puerperal: hipertensão, sangramento e infecção. • Causas: o 3º período: retenção placentária, acretismo placentário e inversão uterina. ▪ Acretismo placentário -> placenta se fixa muito profundamente na parede uterina. o 4º período: atonia uterina, lacerações de parto, rotura uterina e restos placentários. • Fatores de risco: o Antecedentes hemorrágicos, gemelaridade, polidrâmino, macrossomia fetal, parto prolongado, uso de ocitocina, multiparidade, corioamnionite, cesariana prévia, obesidade e idade > 35 anos. ▪ Causas de útero aumentado como macrossomia fetal e gemelaridade ▪ Uso de ocitocina durante o trabalho de parto -> pois pode saturar os receptores e ao usa – la no puerpério imediato não promoverá contração uterina efetiva. • Tratamento: o Reposição volêmica (líquidos e transfusão), ocitocina ou ergotamina ou misoprostol ou histerectomia ou ligadura das aa. Hipogásticas. ▪ Ergometrina -> 1 ampola intramuscular; não deve ser usado em pacientes hipertensas devido ao risco de pico pressórico. ▪ Misoprostol -> usado para estimular a contração uterina. ▪ Ligadura das artérias hipogatricas caso as medidas anteriores não resolvam e o obstetra tenha habilidade/ experiência, e por fim a histerectomia. o Ponto de B Lynch -> utilizado durante a cesária, quando percebe – se que a paciente evoluirá com hemorragia; é usado antes da tentativa da ligadura das artérias hipogástricas e da histerectomia, quando as opções anteriores não foram resolutivas. Promove uma pressão mecânica sobre o útero para auxiliar na sua contração. Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/83/88361420/images/14-1.jpg Daniela Carvalho - TLVI o Balão de Bakri -> também é utilizado antes da tentativa da ligadura das artérias hipogástricas e da histerectomia, quando as opções anteriores não foram resolutivas .É introduzido pelo colo uterino e insuflado com soro fisiológico, e deixado por algumas horas para promover um tamponamento mecânico nos vasos. É mais utilizado em partos vaginais, para que não seja necessário abrir e se aplique um B Lynch (mas também pode ser utilizado em cesaria). Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/c5IaynIpHiih405pXg8Q07uwDeMgg-yKsWF474MzffY4TKqWozhf2q- Io6rpUTpvQrktF_4s08btvVAEjAPY4_mSU9bezkIlgPcsVuNdE8yx18jmGAIufiMUhLaGvuwzZjFAjx-Wn44EB4ZRgMJT8-pktdcyGCw0CE-uEyhw9xOaMF8 INFECÇÃO • É a infecção que se manifesta no trato genital após o parto recente. Acomete 0,5% a 10%. o T > 38ºC em quatro tomadas diárias, exceto nas primeiras 24 hs. o Hipertermia durante 2 dias nos primeiros 10 dias de parto. ▪ Que não melhora com o uso de antitérmicos. o Presença de loquiação fétida que continua rubra mesmo após os primeiros dias do pós parto. o Hipoinvolução uterina o Se a paciente passou por cesaria é necessário avaliar se havia evoluído com bolsa rota antes do parto e para aquelas que passaram por parto normal, precisamos avaliar se ficou alguma coisa dentro do útero (como parte da membrana ou cotilédones). • Causas: o Cesariana: principal causa → contaminação cirúrgica, perda de sangue, hematomas e contaminação abdominal por líquido amniótico infectado → polimicrobiana. o Endometrite: febre, excluindo-se outras causas. ▪ Agente: Estreptococos β hemolítico. ▪ Fatores associados: retenção de restos, leucorréias e corioamnionite. o Rotura prematura das membranas – Contaminação em 12 a 18 horas. o Parto prolongado. o Hemorragias. o Condições socioeconômicas. o Atividade sexual. o Leucorréias. o Cerclagem -> sutura feita sobre o colo do útero para evitar sua dilatação prematura. • Quadro clínico: o Febre o Dor pélvica o Hipoinvolução uterina o Colo pérvio (deveria já estar impérvio). o Saída de secreção fétida e purulenta. Daniela Carvalho - TLVI • Tratamento (conduta): o Antibiótico de amplo espectro. ▪ Se for internar – ceftriaxone e metronidazol. ▪ Se for para casa – esquema tríplice (ampicilina, metronidazol e penicilina/ amoxicilina). o Ocitocina (para auxiliar a contração). o Curetagem uterina (se material presente). o Histerectomia no caso de septicemia MASTITE PUERPERAL • Infecção mamária decorrente da amamentação. • Alteração de pele, com sinais flogísticos e endurecimento. • Incidência: 2 a 33% das puérperas, nas primeiras sete semanas. • Fatores de riscos: o Técnica inadequada de aleitamento (causa fissuras). o Alteração da pele, antecedente de mastite, alterações mamilares, anemia, desnutrição, má higiene, dificuldades ou redução no esvaziamento mamário etc. ▪ Obs: pacientes tabagistas tem risco para o desenvolvimento de mastite mesmo fora do puerpério, porém neste período o risco é aumentado. o Agente: Estafilococos aureus. o Tratamento (conduta): antibiótico (cefalexina ou clavulin) ou drenagem. Fonte: https://brasil.babycenter.com/ims/2016/01/SciSource_SM7325_wide.jpg ITU • Acomete nos primeiros cinco dias do pós parto. • Queixas: disúria, hematúria, febre e incontinência urinária. • Causas: sondagem vesical (casaria), trauma cefálico (parto normal) e cesariana (devido ao rebaixamento vesical que é aplicado durante o procedimento). • Pós-cesariana: denervação e edema. Daniela Carvalho - TLVI DOENÇAS SISTÊMICAS • Hipertensão: retirar a medicação sepré-eclâmpsia ou manter se HAS. • Diabetes: retirar a insulina se DMG ou voltar a níveis pré-gravídicos ou reintroduzir hipoglicemiante oral. o Se era diabética antes da gestação retoma as medicações ou para as que utilizavam insulina, metade da dose que utilizava durante a gestação (pois em geral não se recordam a dose que utilizavam antes da gestação). • Hipotiroidismo gestacional: retirar a medicação. o Se for pré gestacional, volta – se a dose que utilizava antes da gestação; caso a paciente não se lembrar, mantem – se o que ela utilizava na gestação e faz – se um TSH 6 semanas após, para avaliar a readequação da dose de levotiroxina. DEPRESSÃO PÓS-PARTO • Disforia ou blues puerperal: é uma forma leve de depressão, acomete 85% das mulheres. Inicia-se no primeiro dia do pós parto e termina em até 2 semanas → predomínio de euforia, labilidade emocional com insônia, choro fácil, depressão, ansiedade, baixa concentração e irritabilidade. o Saber diferenciar se é apenas do cansaço do pós parto. o Não há necessidade de medicação, mas deve – se ter atenção devido a possibilidade de evoluir para depressão pós parto. • Quando não melhora do quadro disfórico, é diagnosticada depressão pós-parto: Acomete 10 a 20% das mulheres. Inicia-se depois de 4 semanas → humor depressivo, choro, perda do interesse nas atividades rotineira, sentimento de culpa e incompetência; ideação suicida. o Em geral a mãe não perde interesse do cuidado com o RN. • Psicose puerperal: é a forma grave da depressão pós-parto. Atinge 0,1% das puérperas. Tem início precoce, nas primeiras 3 semanas. Caracteriza-se pelos mesmo sintomas acima, mais alucinações e delírios. o Em geral a paciente tinha alguma alteração antes, que desconhecia. o Devemos tomar mais cuidado pois os riscos para o RN são maiores.
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