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PUERPÉRIO E LACTAÇÃO

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@resumosdamed_ 
 
1 
 
PUERPÉRIO E LACTAÇÃO 
 
PUERPÉRIO: 
O puerpério ou pós-parto é o período que sucede o parto e, do ponto 
de vista fisiológico, é caracterizado por uma série de processos 
involutivos e de recuperação do organismo materno. Ele se inicia após 
a dequitação e se estende por um período cuja duração ainda é 
bastante discutida na literatura. Embora a maioria considere que se 
estenda por 4 a 6 semanas a partir do parto, muitos consideram uma 
duração de 12 meses, pois nem todos os sistemas maternos voltam para 
o estado primitivo até a sexta semana – à exceção das mamas, que 
não retornam ao estado pré-gravídico. 
Existem algumas divisões propostas para o período do puerpério: 
• Puerpério imediato: vai do 1º ao 10º dia; 
• Puerpério tardio: vai do 10º ao 45º dia; e 
• Puerpério remoto: vai além do 45º dia. 
De uma forma ou de outra, é ainda mais importante entender o que 
ocorre nesse período com os diversos sistemas maternos, atentando-se 
para as possíveis consequências causadas pela gravidez e trabalho de 
parto. 
Além da relevância desses mecanismos fisiológicos para o 
restabelecimento do estado pré-gravídico da mulher, o puerpério é 
também caracterizado por marcantes mudanças em diversos outros 
aspectos da vida feminina, sejam eles conjugais, familiares, sociais ou 
profissionais. Nesse sentido, há de se compreender a importância de 
uma assistência materno-infantil multidisciplinar e integrada, projetada 
no sentido de favorecer uma experiência materna efetivamente 
saudável e de bem-estar 
MUDANÇAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS: 
SISTEMA REPRODUTOR: 
Os complexos fenômenos regenerativos que ocorrem no sistema 
reprodutor feminino após o parto desenrolam-se especialmente ao 
longo do pós-parto imediato e do pós-parto tardio. 
Enquanto, no pós-parto imediato, prevalece a crise genital, 
caracterizada por eventos catabólicos e involutivos das estruturas 
hiperplasiadas e/ou hipertrofiadas pela gravidez, no pós-parto tardio 
evidenciam-se mais claramente a transição e a recuperação genital, 
com progressiva influência da lactação. 
Em relação à involução uterina, ressalte-se a atuação conjunta de 
diversos mecanismos fisiológicos, que, em última instância, garantem a 
involução da matriz uterina e evitam quadros de hemorragia pós-parto. 
Dentre eles, assumem maior importância: miotamponamento, 
trombotamponamento e loquiação. 
• Miotamponamento: a retração e contração uterinas estão associadas 
a trombose e obliteração de vasos parietais formados ao longo da 
gestação. Imediatamente após o parto, mais especificamente com a 
saída da placenta, esses fenômenos de retração e contração são os 
principais responsáveis pela hemostasia da ferida placentária e por 
evitar os quadros de hemorragia pós-parto. É o denominado globo de 
segurança, o qual permite que as ligaduras vivas de Pinard causem 
acentuada constrição dos vasos miometriais parietais. 
@resumosdamed_ 
 
2 
 
O reflexo uteromamário, o qual permite que esses eventos involutivos 
uterinos ocorram mais intensamente nas mulheres que amamentam, 
devido a estimulação dos mamilos e da árvore galactófora, que 
acarreta contrações uterinas, identificadas pelas mulheres como cólicas 
(tortos), em virtude da liberação de ocitocina na circulação sanguínea. 
O remodelamento dos vasos pélvicos, representados pela circulação 
uterina e ovariana, cujos calibres retornam progressivamente ao pré-
gravídico e contribuem para um estado de isquemia do tecido 
miometrial hipertrofiado. Esse processo é influenciado significativamente 
tanto pela contração e retração miometrial quanto pelo 
desaparecimento da fístula arteriovenosa, representada pela 
circulação uteroplacentária. 
• Trombotamponamento: leva a um aumento dos fatores de 
coagulação, principalmente ao aumento do fibrinogênio, que, 
consequentemente, aumenta o risco de trombose. 
• Loquiação: a involução e a regeneração do leito placentário, de toda 
a decídua e das demais superfícies genitais ocorrem, inicialmente, por 
meio da eliminação de grande quantidade de elementos deciduais e 
células epiteliais descamados, que, associados a eritrócitos e bactérias, 
compõem, então, o que denominamos lóquios. 
Ao longo dos três ou quatro primeiros dias pós-parto, temos os lóquios 
sanguíneos (lochia rubra), em função da considerável presença de 
sangue. A partir de então, a diminuição do conteúdo sanguíneo leva a 
lóquios progressivamente serossanguíneos (lochia fusca) – de coloração 
acastanhada – e, posteriormente, serosos (lochia flava). Por volta do 10º 
dia, os lóquios apresentam conteúdo líquido reduzido e significativa 
quantidade de leucócitos, assumem coloração esbranquiçada ou 
discretamente amarelada (lochia alba) e mantêm-se dessa forma por 4 
a 8 semanas. 
 
SISTEMA ENDÓCRINO: 
No fim da gestação, os níveis de estrogênio e progesterona estão muito 
elevados, assim como os de prolactina (PRL). Com a saída da placenta, 
ocorre queda imediata dos esteroides placentários a níveis muito baixos 
e leve diminuição dos valores de PRL, que permanecem ainda bastante 
elevados. 
As gonadotrofinas e os esteroides sexuais atingem seus menores valores 
nas primeiras 2 a 3 semanas pós-parto. Já os níveis de gonadotrofina 
coriônica humana (hCG) retornam ao normal 4 a 6 semanas após o 
parto. 
Na ausência da lactação, nas primeiras semanas pós-parto, tanto o 
hormônio luteinizante (LH) como o hormônio folículo-estimulante (FSH) 
mantêm-se com valores muito baixos, para logo começarem a se elevar 
@resumosdamed_ 
 
3 
 
lentamente. No início do puerpério, os níveis de estrogênio mantêm-se 
baixos, e a progesterona não é detectável. 
A recuperação das gonadotrofinas até os níveis prévios da gravidez 
depende da ocorrência ou não da amamentação. A amamentação 
pode inibir a fertilidade pela ação direta do estímulo do mamilo sobre o 
hipotálamo por via neuroendócrina, elevando a PRL e inibindo o FSH e 
o LH. 
SISTEMA SANGUÍNEO: 
Ao longo do parto e puerpério imediato, é comum a leucocitose 
acentuada, a qual pode alcançar 30.000/μℓ e caracteriza-se por um 
predomínio de granulócitos, relativa linfopenia e eosinofilia absoluta. Em 
geral, esses parâmetros normalizam-se por volta de 5 a 6 dias pós-parto. 
Em relação à série vermelha, durante os primeiros dias após o parto, os 
níveis de hemoglobina (Hb de 10 g/dℓ) costumam flutuar 
moderadamente. Uma queda acentuada de seus valores costuma 
estar relacionada a perdas sanguíneas excessivas, e, por volta de 6 
semanas pós-parto, a hemoglobina encontra-se em níveis pré- 
gravídicos. 
As alterações induzidas pela gravidez nos fatores de coagulação 
sanguíneos persistem por períodos variados do puerpério, mantendo, 
então, o estado de relativa hipercoagulabilidade. Por exemplo, os 
elevados níveis de fibrinogênio plasmático persistem ao menos na 1ª 
semana pós-parto, enquanto a velocidade de hemossedimentação 
pode vir a se regularizar apenas entre a 5ª e a 7ª semana puerperal. 
 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
A gestação, normalmente, evolui com acentuado aumento do 
conteúdo líquido extracelular, e a diurese pós-parto responde pela 
reversão fisiológica desse processo. Porém, nas primeiras horas após o 
parto, é comum nos depararmos com uma diurese escassa, resultante 
da desidratação relacionada ao trabalho de parto. A partir do 2º dia, 
inicia-se o processo de eliminação dessa hipervolemia característica da 
gestação, fenômeno geralmente completo por volta do 6º dia pós-
parto. 
As alterações na função cardíaca e vascular observadas após o parto 
acompanham o padrão detectado em relação à redistribuição hídrica. 
A frequência e o débito cardíacos mantêm-se elevados por 24 a 48h 
após o parto e retornam aos valores pré-gravídicos por volta do 10º dia 
puerperal. Já a resistência vascular permanece reduzida ao longo das 
primeiras 48h pós-natais, e, então, progressivamente retorna aos níveisprévios à gestação 
ASSISTÊNCIA PÓS-NATAL: 
CUIDADOS HOSPITALARES: 
O período de internação hospitalar após o parto é muito importante 
para a saúde da mãe e do recém-nascido. Além dos cuidados médicos, 
a equipe de saúde é também responsável por instruir a mulher sobre 
alterações evolutivas e fisiológicas esperadas ao longo do puerpério 
imediato e tardio, especialmente a característica dos lóquios, a perda 
de peso, a diurese e a apojadura. 
Além disso, a mulher deve receber informação sobre os principais sinais 
e sintomas que sugerem a presença de complicações, incluindo febre, 
sangramento vaginal excessivo ou fétido, cefaleia acompanhada de 
@resumosdamed_ 
 
4 
 
distúrbios visuais e/ou náuseas e vômitos, dor, edema ou hiperemia dos 
membros inferiores. Este também é o momento ideal para promover o 
aleitamento materno e dar suporte para que ele ocorra de forma 
exclusiva pelos 6 meses seguintes. Dessa forma, a puérpera deve ser 
informada dos benefícios do aleitamento, do colostro, evitando a 
separação de mãe e bebê, encorajando o contato pele a pele e 
restringindo ao máximo o uso de fórmulas lácteas. 
Outra questão a ser abordada já na internação hospitalar é a retomada 
da atividade sexual. Embora não haja orientações cientificamente 
embasadas sobre o tema, é senso comum que, após 2 semanas pós-
parto, pode-se reassumir a atividade sexual conforme o desejo e o 
conforto do casal. De qualquer maneira, a mulher deve ser orientada 
sobre eventuais dificuldades no ato sexual. Além de sensações 
dolorosas relacionadas ao processo de cicatrização da episiotomia ou 
de eventuais lacerações de trajeto, o estado de hipoestrogenismo 
característico do pós-parto está associado a um epitélio vaginal fino e 
à lubrificação vaginal reduzida. 
A OMS recomenda que a puérpera e seu bebê devam permanecer 
internados por pelo menos 24h. De qualquer maneira, esses prazos 
mostram-se razoáveis e servem de orientação para a maioria dos casos, 
ainda que a alta após a cesárea, em geral, não exceda 72h de pós-
parto em nosso meio. Períodos maiores ou menores de internação 
podem ser adotados em situações específicas. 
MEDIDAS GERAIS: 
Durante a primeira hora após o parto, a mulher deve ser monitorada 
com cuidado, especialmente no intuito de se diagnosticarem 
precocemente eventuais hemorragias, decorrentes ou não de quadros 
de hipotonia uterina. Assim, a cada 15 min, a equipe de saúde deve 
aferir a pressão arterial e a frequência cardíaca materna, bem como se 
assegurar de que o sangramento vaginal esteja dentro da normalidade 
e o útero se encontre firmemente contraído. 
Quando o parto ocorreu com anestesia, a mulher deve ser 
acompanhada em ambiente adequado e por profissional 
especializado. Na ausência de complicações maternas e neonatais, a 
interação precoce entre mãe e filho (contato pele a pele) precisa ser 
estimulada, ainda na sala de parto. Nesse momento, a amamentação 
também deve ser encorajada. 
Em relação à dieta, mulheres que tiveram parto vaginal eutócico não 
requerem qualquer restrição alimentar. Na amamentação, as 
demandas calóricas, proteicas e hídricas são aumentadas; do contrário, 
são equivalentes àquelas do período pré-gestacional. 
Conforme os valores de hemoglobina (Hb < 10 g/dℓ), no momento da 
consulta de revisão pós-parto poderá haver necessidade de 
administração de ferro oral. 
DEAMBULAÇÃO: 
A mobilização e o caminhar precoce reduzem a incidência de 
retenção urinária, constipação intestinal e fenômenos tromboembólicos 
pós-natais. Após o parto normal, mesmo quando utilizado o bloqueio 
regional, a paciente poderá deambular tão logo se sinta em condições 
para tal. Contudo, ao menos a primeira deambulação após o parto 
deve acontecer sob vigilância (não necessariamente profissional de 
saúde), devido ao risco de síncope. 
CUIDADOS GENITAIS: 
Em relação ao cuidado da região perineal, a mulher deve ser orientada 
a fazer a higiene vulvar no sentido anterior-posterior, e o uso de gelo no 
primeiro dia pode reduzir o desconforto local, especialmente por 
@resumosdamed_ 
 
5 
 
ocasião da realização de episiotomia ou presença de laceração 
extensa. 
A utilização de antissépticos com anestésicos locais em solução 
aerossol, bem como de anti-inflamatórios (VO ou retal), nos dias 
subsequentes ao parto, também pode ser interessante nesses casos. 
Quando a mulher relata dor excessiva na região perineal, vaginal ou 
retal, cuidadoso exame físico faz-se necessário para excluir a presença 
de hematoma ou processo infeccioso. 
TEMPERATURA: 
A temperatura no pós-parto não deve ser interpretada pelos critérios 
normativos estabelecidos para condições extra-puerperais. Exceto para 
as primeiras 24h, quando pode haver certa pirexia, o normal é a 
ausência de febre, caracterizada aqui pela temperatura abaixo de 
38°C. 
A chamada “febre do leite”, concomitantemente à apojadura, no 3º 
dia, é considerada por alguns um evento fisiológico, embora outros a 
encarem como resultante da ascensão de germes vaginais à cavidade 
uterina, comum nessa época. 
AVALIAÇÃO DA INVOLUÇÃO UTERINA: 
O útero puerperal tem consistência firme, é 
indolor e altamente móvel em decorrência da 
flacidez dos seus elementos de fixação. Ao 
examiná-lo, é habitual palpar a bexiga. Em razão 
de suas conexões anatômicas com o útero, a 
bexiga cheia pode deslocar o útero para cima, 
falseando o resultado de suas medidas. 
A subinvolução uterina, com redução da consistência e da mobilidade 
do órgão, requer pronta atenção. Quando associada a dor, 
taquiesfigmia e febre, sugere processo infeccioso. Contudo, quando 
essa subinvolução conjuga-se apenas ao amolecimento da víscera, a 
hemorragia e a retenção de coágulos ou restos ovulares são os 
comemorativos mais habituais. 
MONITORAMENTO DA FUNÇÃO VESICAL: 
A ocorrência de retenção urinária e sobre distensão vesical podem 
acometer até 5% dos partos vaginais. Dentre os potenciais fatores de 
risco, ressaltam-se a primiparidade, doses elevadas de ocitocina, 
lacerações perineais, parto instrumental, cateterismo vesical durante o 
trabalho de parto, trabalho de parto com duração maior que 10h e 
realização de analgesia peridural ou raquidiana. Assim, mulheres com 
um mais desses fatores de risco devem ter seu débito urinário 
monitorado. 
Algumas mulheres podem apresentar também incontinência urinária 
e/ou fecal no puerpério. Ainda não está claro se programas de exercício 
do assoalho pélvico no pós-parto previnem a ocorrência dessas 
disfunções; porém, mulheres de alto risco, como aquelas que tiveram 
parto com fórceps ou de bebês macrossômicos, podem beneficiar-se 
dessa estratégia. 
CUIDADO COM AS MAMAS: 
Recomenda-se o uso de sutiãs apropriados, o que previne 
acotovelamentos vasculares responsáveis pela congestão sanguínea e 
pela galactoestase. Nos primeiros dias, observa-se apenas a saída de 
colostro e, no 3º dia do pós-parto, é comum ocorrer a apojadura, que 
pode levar a desconforto considerável às pacientes. É de fundamental 
@resumosdamed_ 
 
6 
 
importância orientar a pega adequada, a fim de prevenir fissuras 
mamilares. 
MORBIDADE MATERNA GRAVE E NEAR MISS: 
Em consonância aos esforços mundiais para a redução da 
morbimortalidade materna (e perinatal), a Organização Mundial da 
Saúde tem proposto que as complicações graves do ciclo grávido 
puerperal sejam sistematicamente identificadas. 
Dentre os diversos benefícios do monitoramento rotineiro dessas 
intercorrências, é importante ressaltar que tais informações possibilitam 
o reconhecimento, por parte de todos os profissionais envolvidos na 
assistência materno-infantil, de eventuais lacunas e falhas no cuidado 
obstétrico. 
Em geral, o momento mais oportuno para a identificação sistemática 
dos casos de morbidade materna grave e near miss é o puerpério. As 
condições a serem rastreadas incluem as complicações maternas 
graves (hemorragia pós-partograve, pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia, 
sepse grave, ruptura uterina e complicações graves do abortamento); 
as intervenções críticas mais empregadas (admissão em unidade 
intensiva, intervenção radiológica, laparotomia e transfusão sanguínea), 
bem como todas as situações que caracterizam o near miss materno. 
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS: 
Em virtude da relação próxima estabelecida entre a equipe de saúde e 
a mulher durante o parto e os primeiros dias pós-natais, essa parece uma 
boa oportunidade para que médicos e demais profissionais de saúde 
identifiquem potenciais características da mulher que favorecem a 
ocorrência de eventos ominosos à saúde materno-infantil durante o 
primeiro ano de vida do recém-nascido. 
Mulheres com histórico de agravos psiquiátricos pessoais ou familiares, 
de classes socioeconômicas desfavorecidas, sem um companheiro fixo 
e com pouco suporte social estão mais propensas a desenvolver 
depressão pós-parto, uma das principais causas de morbidade 
materna, associada a consequências deletérias não só para a mulher, 
mas também para seus filhos e sua família. 
CUIDADOS DOMICILIARES: 
Encerrado o período de internação hospitalar, os meses que se seguem 
trazem à mulher uma complexa gama de sensações e emoções. 
Embora a chegada de um filho, em geral, represente grande alegria, 
também impõe uma série de mudanças ao núcleo familiar, 
especialmente à mulher. 
Além do cuidado com a própria saúde e da experiência relacionada 
com as mudanças físicas e hormonais impostas pelo ciclo grávido-
puerperal, a mulher se depara com novas e crescentes 
responsabilidades, medos e interrogações em relação ao cuidado e à 
saúde de seu(s) filho(s). Frente a esse quadro, a puérpera e toda a 
família devem ser orientadas sobre todo esse processo, as principais 
dificuldades e as condutas a serem adotadas. 
CONSULTAS PÓS-PARTO: 
Em relação ao retorno da mulher aos serviços de saúde para o 
acompanhamento de sua evolução após o parto, recomenda-se que 
essas consultas ocorram entre 7 e 10 dias pós-natais e por volta de 6 
semanas puerperais, quando o pós-parto tardio se encerra. A OMS 
recomenda que as puérperas devem ser contactadas no 3º dia (48 a 
72h), entre 7 e 14 dias e com 6 semanas de pós-parto. 
@resumosdamed_ 
 
7 
 
O risco relativo de doença tromboembólica venosa (DTV) no puerpério 
está muito aumentado. Isso tem implicações no que diz respeito à 
duração da terapêutica anticoagulante no pós-parto e ao uso de 
anticoncepcional. 
ANTICONCEPÇÃO: 
O início da anticoncepção no pós-parto é importante para prevenir a 
gravidez indesejada e o pequeno intervalo interpartal e suas 
conhecidas implicações (recém-nascido pequeno para a idade 
gestacional, parto pré-termo). 
Mulheres que não amamentam podem ovular com 25 dias do pós-
parto. Por outro lado, o risco de DTV nos primeiros 42 dias do pós-parto 
está aumentado de 22 a 84 vezes em relação a não grávidas. O risco é 
máximo logo após o parto, decresce nos primeiros 21 dias, mas só 
desaparece após 42 dias do pós-parto. Assim, as normas referendadas 
pela OMS em relação ao uso do anticoncepcional combinado são: 
• Não usar até 21 dias (OMS3); 
• Entre 21 e 42 dias – utilizar (OMS2); 
• Após 42 dias – utilizar (OMS1). 
Sabe-se que os anticoncepcionais combinados elevam o risco de DTV 
e, além disso, nas puérperas que amamentam, interferem na lactação. 
No pós-parto, tanto em lactantes como em não lactantes, a preferência 
é pelas pílulas de progesterona, que não prejudicam a amamentação 
nem elevam o risco de DTV. O DIU de cobre ou de progesterona 
também tem sido utilizado no pós-parto, exceto na infecção puerperal, 
quando está formalmente contraindicado. 
PRIMEIRA CONSULTA (7 A 10 DIAS PÓS-PARTO): 
Embora não seja habitualmente adotada, a consulta por profissional 
especializado entre 7 e 10 dias puerperais é importante no sentido de 
assegurar a saúde da mulher e do recém-nascido, uma vez que boa 
parte das situações de morbidade e mortalidade materna e neonatal 
acontece na primeira semana após o parto. 
A realização do hemograma dirigido, visando especialmente avaliar a 
possibilidade de anemia pela dosagem da hemoglobina, resulta em 
menos transfusões, custos mais baixos e melhor qualidade de assistência 
pré-natal à paciente do que o exame rotineiro. O hemograma dirigido 
é proposto a partir do quadro clínico exibido pela paciente 
caracterizado por taquicardia, oligúria e tontura. 
Nessa consulta, recomenda-se avaliar o estado de saúde da mulher e 
do recém-nascido; apoiar a família para a amamentação; orientar 
sobre os cuidados básicos com o recém-nascido; avaliar a interação da 
mãe com o recém-nascido; identificar situações de risco ou 
intercorrências e conduzi-las, bem como recomendar o planejamento 
familiar. 
SEGUNDA CONSULTA (6 SEMANAS PÓS-PARTO): 
Ações semelhantes àquelas realizadas na primeira consulta pós-parto 
devem ser adotadas quando a mulher retorna ao serviço de saúde. 
Então, recomendam-se: 
• Investigar as condições gerais de saúde da mulher e do recém-
nascido, registrando e conduzindo adequadamente eventuais 
alterações; 
• Caracterizar o padrão de amamentação, reafirmando as boas 
práticas no sentido de garantir o aleitamento materno exclusivo 
até 6 meses de vida do recém-nascido; 
• Avaliar o retorno do fluxo menstrual e da atividade sexual; 
@resumosdamed_ 
 
8 
 
• Oferecer adequada orientação sobre os diferentes métodos 
anticonceptivos, estimulando a adoção daquele que mais se 
adapte às características e preferências maternas. 
Além disso, a consulta de revisão pós-parto é o espaço ideal para que 
as complicações eventualmente vivenciadas ao longo do ciclo 
grávido-puerperal sejam revistas em relação às suas causas, ao risco de 
recorrência e às medidas preventivas, quando possível. 
Mulheres que cursaram com diabetes melito gestacional (DMG), por 
exemplo, devem realizar novo teste de tolerância oral à glicose e ser 
encaminhadas à assistência clínica especializada, se necessário. 
Aquelas que apresentaram distúrbios hipertensivos na gestação 
também merecem atenção redobrada. Por fim, a ingesta de ácido 
fólico peri-concepcional deve ser estimulada visando gestações futuras, 
especialmente entre aquelas cujos bebês apresentaram algum defeito 
do tubo neural (DTN). 
PUERPÉRIO PATOLÓGICO: 
FEBRE PUERPERAL: 
Alguns fatores podem causar febre – temperatura igual ou maior que 
38º C – no puerpério. A maioria dos casos de febre persistente depois do 
parto é causada por infecções do trato genital. É importante enfatizar 
que os picos febris de 39ºC ou mais que ocorrem nas primeiras 24 horas 
depois do parto podem estar associados à infecção pélvica grave 
causada por estreptococos do grupo A. Outras causas de febre 
puerperal são ingurgitação mamária, infecções urinárias, episiotomia e 
incisões abdominais, lacerações perineais e complicações respiratórias 
depois da cesariana. 
Cerca de 15% das mulheres que não amamentam apresentam febre 
puerperal associada à ingurgitação mamária. A incidência de febre é 
menor entre as mulheres que amamentam. A “febre do leite” raramente 
passa de 39ºC nos primeiros dias depois do parto e, em geral, dura 
menos de 24 horas. 
INFECÇÃO PUERPERAL: 
Classifica-se como infecção puerperal qualquer infecção bacteriana 
que se origina no aparelho genital, após parto recente. Junto com a 
pré-eclâmpsia e a hemorragia obstétrica, constitui uma das principais 
causas de mortalidade materna, sendo a terceira maior causa no Brasil. 
Devido à dificuldade de caracterizar a infecção que ocorre após o 
parto, parece melhor conceituar a morbidade febril puerperal: 
temperatura de, pelo menos, 38ºC, durante 2 dias quaisquer dos 10 
primeiros dias pós-parto, com exceção das primeiras 24h. A principal 
causa é a infecção puerperal, sendo que a sua presença indica 
presença de endometrite, miometrire ou endoparametrite.Existem alguns fatores de risco relacionados à elas: tipo de parto – o fator 
mais importante, com aumento substancial do risco nas cesáreas; 
menor nível socioeconômico; colonização bacteriana do trato genital 
inferior por bactérias como: Streptococcus grupo B, Chlamydia 
trachomatis, Mycoplasma hominis; Ureaplasma urealyticum e 
Gardenerella vaginalis; cesariana para gestações multifetais; pouca 
idade materna; nuliparidade; indução prolongada de trabalho de 
parto; amniorrexe prolongada; rotura prematura de membranas 
ovulares (RPMO); exames cervicais repetidos, monitoração fetal interna; 
obesidade; e líquido amniótico tinto de mecônio. 
O uso de antibiótico profilático antes da cesárea tem constituído uma 
ótima medida de prevenção da infecção puerperal. A maioria das 
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9 
 
infecções é causadas por microorganismos já presentes no trato genital 
feminino, que frequentemente é colonizado por bactérias do ânus e 
períneo. Em condições normais, essas bactérias não causam qualquer 
doença. No entanto, na presença de hematomas ou tecido 
desvitalizado, sua virulência pode se intensificar e torná-la patogênica. 
No geral, as infecções são polimicrobianas. As bactérias mais 
frequentemente isoladas são: Streptococcus agalactiae, Enterococcus 
spp., Escherichia coli, Bacteroides bivius e Bacteroides visiens. 
Não é recomendado fazer culturas rotineiras! Culturas do trato genital, 
além de pouca utilidade clínica, traz custos adicionais. Hemoculturas 
raramente modificam conduta. É sempre bom saber porque e quando 
usar recursos. 
Há uma transição, provavelmente na junção cervicouterina, que divide 
duas regiões: uma colonizada – abaixo dela, incluindo o cérvix e a 
vagina; e outra não-colonizada, a cavidade uterina mais 
especificamente. Durante o parto, as bactérias da cérvice e da vagina 
conseguem ter acesso ao líquido amniótico e, posteriormente, aos 
tecidos uterinos desvitalizados. Na cesariana, a infecção uterina se 
desenvolve das incisões cirúrgicas. A contração uterina, involução 
puerperal, reação leucocitária e hemóstase trombótica são 
mecanismos de defesa contra essa infecção. 
A infecção puerperal afeta principalmente o local de implantação da 
placenta, a decídua e o miométrio adjacente, além das lacerações 
cervicovaginais. Há, em seguida, celulite parametrial com infecção do 
tecido conjuntivo fibroareolar retroperitoneal pélvico. 
QUADRO CLÍNICO: 
Didaticamente, o quadro clínico pode ser subdividido conforme a 
topografia acometida pela infecção. 
• Períneo – vulvovaginite e cervicite: clinicamente se caracterizam por 
dor, rubor, edema e, eventualmente, secreção purulenta. A febre é 
moderada (38,5oC). 
• Infecção da episiotomia: grande maioria não é grave e raramente é 
letal. Pode ser uma infecção simples, limitada à pele e fáscia superficial 
adjacente, com edema e eritema e, posteriormente, deiscência da 
zona suturada; infecção de fáscia superficial: por ter continuidade com 
as fáscias da parede abdominal, glútea e das pernas, o edema e 
vermelhidão costumam se estender a esses locais; necrose da fáscia 
superficial: infecção muito grave, com manifestações cutâneas tardias. 
Edema e eritema inicialmente e, posteriormente, a pele fica mais 
azulada ou acinzentada, de aspecto gangrenoso, com vesículas e 
bolhas. Há sinais tóxicos de septicemia em todas as pacientes e o 
choque pode estar presente; e mionecrose: atinge os músculos 
perineais, geralmente como consequência da infecção por Clostridium 
perfringens, e a dor é desproporcional aos sinais físicos. 
• Endometrite: infecção puerperal mais frequente. Habitualmente, 
quadro se instala no 4º ou 5º dia do pós-parto. Condições gerais seguem 
boas a não ser que haja infecção grave. Clinicamente, há aumento da 
temperatura (38,5 a 39ºC); lóquios se tornam purulentos e fétidos em 
infecções por anaeróbios. Ao exame pélvico, o útero está amolecido, 
doloroso, aumentado, colo permeável à polpa digital, escoando 
secreção purulenta quando manipulado. No geral, a miometrite 
acompanha esta infecção, com apresentação semelhante ou mais 
intensa. 
• Parametrite: é a infecção do tecido conjuntivo fibroareolar, 
parametrial, decorrente às vezes de infecção vaginal ou da laceração 
que se dissemina por via linfática. O local de eleição é o sítio parametrial 
laterocervical, podendo haver invasão anterior ou posterior (paracistite 
ou pararretite). Temperatura elevada persistente por mais de 10 dias 
@resumosdamed_ 
 
10 
 
sugere parametrite, aumentando progressivamente e com remissões 
matutinas. Ao toque vaginal, há dor intensa, com endurecimento do 
paramétrio. Sem tratamento, progride para supuração e flutuação, 
causando abcesso. 
• Anexite (salpingite ou ovarite): é representada pela infecção ou 
inflamação das trompas ou ovários, sendo a primeira mais comum. 
Clinicamente, há dor abdominal aguda – predominando em fossas 
ilíacas, febre alta (39 a 39,5ºC) e discreta defesa abdominal. Ao toque 
genital, há grande sensibilidade dos anexos. Na evolução mais tardia 
da doença, a palpação de tumoração anexial é notada – quando a 
salpingite forma tumor inflamatório anexial. 
INFECÇÕES PERINEAIS: 
As infecções das episiotomias não são comuns porque esses 
procedimentos cirúrgicos são realizados muito menos comumente hoje 
que no passado. Quando há infecção, o risco de deiscência é 
preocupante. Nenhum dado indica que a deiscência estivesse 
relacionada com a reparação defeituosa. A infecção de uma 
laceração de quarto grau pode ser mais grave. Foram detectadas 
complicações associadas às feridas em 7,3% das mulheres com lesões 
dos esfincteres. Além disso, esses autores observaram que os antibióticos 
administrados durante o parto conferiam proteção contra infecção. 
Embora o choque séptico potencialmente fatal seja raro, isso pode 
ocorrer em consequência da infecção da episiotomia. Em alguns casos 
também pode ocorrer fasceíte necrosante. 
PATOGENIA E EVOLUÇÃO CLÍNICA: 
A deiscência da episiotomia está associada mais comumente à 
infecção. Outros fatores incluem distúrbios da coagulação, tabagismo 
e infecção por papilomavírus humano. 
Dor localizada e disúria com ou sem retenção urinária são queixas 
comuns. Nos casos extremos, toda a vulva pode tornar-se edemaciada, 
ulcerada e coberta de exsudato. As lacerações vaginais podem ser 
infectadas diretamente ou por extensão de um foco infeccioso do 
períneo. A mucosa torna-se vermelha e edemaciada e, em seguida, 
pode sofrer necrose e desprender-se. A disseminação parametrial pode 
causar linfangite. As lacerações cervicais são comuns, mas raramente 
têm infecção perceptível, o que pode se evidenciar por metrite. As 
lacerações profundas que se estendem diretamente aos tecidos 
localizados na base do ligamento largo podem ser infectadas e causar 
linfangite, parametrite e bacteriemia. 
TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA: 
Antes da era dos antibióticos, essa complicação era comum. A 
embolização séptica era comum e causou 33% dos óbitos maternos 
durante esse período. Com o advento dos antibióticos, o coeficiente de 
mortalidade e a necessidade de realizar intervenção cirúrgica nessas 
infecções diminuíram. 
A flebite séptica ocorre como extensão ao longo dos trajetos venosos e 
pode causar trombose. Em geral, também há linfangite. Em seguida, as 
veias ovarianas podem ser afetadas porque drenam a parte superior do 
útero e, desse modo, o sítio de implantação da placenta. Experiências 
sugerem que a tromboflebite séptica puerperal provavelmente afete 
um ou ambos os plexos venosos ovarianos. Em 25% das mulheres, o 
trombo estende-se até a veia cava inferior e, por vezes, até a veia renal. 
Embora algumas pacientes se queixem de dor em um ou nos dois 
quadrantes inferiores, essas mulheres geralmente são assintomáticas, 
exceto por apresentarem calafrios. 
@resumosdamed_ 
 
11 
 
O diagnóstico pode ser confirmado por TC ou RMda pelve. Com a 
utilização dessas duas modalidades de exame, foi demonstrado que 
20% de 69 mulheres com metrite, que apresentavam febre apesar de 
cinco dias ou mais de tratamento antibiótico apropriado, tinham 
tromboflebite pélvica séptica. Nenhum estudo confirmou que o uso de 
heparina intravenosa reduza febre e flebite séptica. 
MAMAS E LACTAÇÃO: 
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO: 
A fisiologia mamária está intimamente relacionada com a esfera 
neuroendócrina e pode ser dividida, fundamentalmente, em três 
processos: 
• Mamogênese: o desenvolvimento da glândula mamária; 
• Lactogênese: o início da lactação; e 
• Lactopoese: a manutenção da lactação. 
MAMOGÊNESE: 
A unidade morfofuncional das mamas é o ácino mamário, forrado por 
camada única de células epiteliais secretoras de leite. Cada ácino está 
envolvido por células mioepiteliais e rede capilar encorpada. Células 
contráteis musculares abraçam os canais intralobulares que se 
relacionam com o lúmen dos ácinos e alcançam o mamilo pelos canais 
galactóforos. 
O desenvolvimento da glândula mamária inicia-se com a puberdade e 
termina com o climatério ou com a castração, com acelerado 
crescimento durante a gravidez. Na menacme, os esteroides sexuais 
ovarianos exercem, por meio dos estrogênios, efeitos proliferativos nos 
canais mamários, enquanto a progesterona, em atuação conjunta com 
aqueles, é responsável pelo crescimento e pela expansão dos ácinos. 
A diferenciação completa do tecido funcional da mama requer, além 
dos esteroides sexuais, a participação de diversos outros hormônios que 
constituem o complexo lactogênico: prolactina (PRL), hormônio do 
crescimento humano (hGH), cortisol e, secundariamente, tireoxina e 
insulina. 
Com a produção acentuada de estrogênios e de progesterona, 
acentua-se o crescimento das estruturas glandulares mamárias. A 
elevação dos níveis de PRL na gravidez ocorre à custa da hiperplasia e 
da hipertrofia das células lactóforas situadas na adeno-hipófise. A 
elevação dos níveis de PRL parece ter íntima relação com a menor 
produção de dopamina hipotalâmica, o fator inibidor da prolactina 
(PIF). 
LACTOGÊNESE: 
Durante os primeiros 2 dias pós-parto há poucas transformações nas 
mamas. É possível observar apenas secreção de colostro, substância 
amarelada já existente na gravidez, com grande concentração de 
proteínas, anticorpos e células tímicas, que ajudam a imunizar o bebê 
contra infecções, particularmente as gastrintestinais. 
Por volta do 3º dia pós-parto, todavia, ocorre aumento na consistência 
das mamas, que se tornam pesadas, congestas e dolorosas, levando 
algumas pacientes a relatar a sensação de parestesia (formigamento). 
Ocorre o processo de um afluxo volumoso de leite às mamas da mulher 
que amamenta, denominado apojadura. Esse fenômeno indica a 
mudança da regulação hormonal da lactação, deixando de ser 
endócrina para se tornar autócrina. O aumento do fluxo sanguíneo local 
e a intensificação dos fenômenos secretórios produzem calor na região, 
@resumosdamed_ 
 
12 
 
que pode ser confundido com elevação térmica patológica (febre do 
leite). 
O leite materno é constituído por proteínas, carboidratos, lipídios, sais 
minerais e vitaminas. 
A lactogênese é considerada o início da produção láctea, que não 
ocorre na gravidez em função da progesterona, que impede a atuação 
da PRL nos seus receptores nas células mamárias. Após o parto, com o 
declínio acentuado dos esteroides ovarianos placentários, 
desaparecem os efeitos inibidores sobre os receptores de PRL, que se 
constitui como o principal hormônio da lactogênese. A produção láctea 
adequada pressupõe que a glândula mamária esteja plenamente 
desenvolvida, sendo relevante a contribuição de outros hormônios, 
como insulina, corticoide, tireoxina. 
Os mecanismos neuroendócrinos envolvidos na lactação são 
complexos. A progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário 
humano (hPL), assim como a PRL, o cortisol, a tireoxina e a insulina, agem 
em conjunto para estimular o crescimento e o desenvolvimento do 
aparelho lácteo-secretor da glândula mamária. 
Após o parto, há queda abrupta e profunda dos níveis de progesterona 
e de estrogênio, o que anula a influência inibitória da progesterona na 
produção da lactalbumina-a pelo retículo endoplasmático, 
promovendo a ação da PRL. O aumento da lactalbumina-a estimula a 
secreção da lactose láctea. 
LACTOPOESE: 
Iniciada a lactação (lactogênese), ela é mantida (lactopoese) pela 
existência do reflexo neuroendócrino da sucção do mamilo pelo 
lactente, que age no eixo hipotalâmico-hipofisário e culmina por 
determinar a liberação de PRL (aumento dos níveis de 6 a 9 vezes) e de 
ocitocina. O ato da sucção por via medular inibe a dopamina 
hipotalâmica, também conhecida como fator inibidor da prolactina 
(PIF), promovendo a liberação da PRL. 
A PRL mantém a secreção láctea (proteínas, caseína, ácidos graxos, 
lactose) e a ocitocina age nas células mioepiteliais e musculares 
situadas, respectivamente, ao redor dos ácinos e dos canais 
intralobulares e determina a contração deles com a ejeção láctea. A 
solicitação repetida do mamilo, com o esvaziamento continuado dos 
ácinos, resulta em intensificação da produção de leite. 
A intensidade e a duração da lactação são controladas, em parte, pelo 
estímulo repetitivo da amamentação. A PRL é essencial para a 
lactação. Embora, após o parto, a PRL plasmática caia a níveis inferiores 
aos da gravidez, cada ato de sucção do mamilo estimula a sua 
produção. Provavelmente o estímulo do mamilo refreia o PIF 
hipotalâmico, possibilitando o aumento da secreção de PRL. A neuro-
hipófise também secreta ocitocina em pulsos. Isso estimula a ejeção do 
leite ao causar a contração das células mioepiteliais do alvéolo 
mamário. 
O leite é produzido no intervalo das mamadas, de modo a ficar 
armazenado na glândula mamária. A síntese do leite é um processo 
lento e não poderia completar-se no decurso da amamentação, um 
episódio fisiológico relativamente rápido. 
Na 1ª semana pós-parto forma-se o colostro e depois, um leite de 
transição por 2 a 3 semanas, para, finalmente, surgir o leite maduro, 
definitivo. Metade do elevado conteúdo proteico do colostro é 
composto de globulinas, que parecem idênticas às gamaglobulinas do 
plasma. Por esse meio, há proteção imunológica pós-natal, pois os 
anticorpos maternos assim veiculados são absorvidos no intestino sem 
@resumosdamed_ 
 
13 
 
digestão (presença de inibidor da tripsina). Os corpúsculos de Donné, 
compostos de leucócitos, histiócitos, linfócitos e células epiteliais 
descamados, são típicos do colostro. 
ENDOCRINOLOGIA DA LACTAÇÃO: 
Os mecanismos humorais e neurais exatos envolvidos na lactação são 
complexos. A progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário – 
além da prolactina, do cortisol e da insulina – parecem atuar 
conjuntamente de forma a estimular o crescimento e o 
desenvolvimento do sistema lactífero. 
Com o parto, há redução súbita e profunda dos níveis de progesterona 
e estrogênio. Essa redução anula a ação inibitória da progesterona na 
produção de a-lactalbumina e estimula a lactose-sintetase a aumentar 
a lactose do leite. A ausência da progesterona também permite que a 
prolactina atue sem oposição de forma a estimular a produção de a-
lactalbumina. A serotonina é sintetizada nas células epiteliais mamárias 
e desempenha um papel importante na manutenção da produção de 
leite. Isso pode explicar a redução da produção de leite nas mulheres 
que utilizam inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs). 
A profusão e a duração da lactação subsequente são controladas, em 
grande parte, pela estimulação repetitiva da amamentação e pelo 
esvaziamento do leite presente na mama. A prolactina é essencial à 
lactação, e as mulheres com necrose hipofisária grave – síndrome de 
Sheehan – não amamentam. Embora os níveis de prolactina plasmáticadiminuam depois do parto até níveis inferiores aos detectados durante 
a gravidez, cada episódio de amamentação aumenta suas 
concentrações. Aparentemente, um estímulo originado da mama 
suprime a secreção de dopamina (também conhecida como fator de 
inibição da prolactina) pelo hipotálamo. Por sua vez, isso aumenta 
transitoriamente a secreção de prolactina. A neuro-hipófise secreta 
ocitocina em padrão pulsátil. Isso estimula a expressão do leite da 
mama causando a contração das células mioepiteliais dos alvéolos e 
dos pequenos ductos lactíferos. A ejeção do leite, ou reflexo de descida, 
é estimulada principalmente pela sucção, que estimula a neuro-hipófise 
a secretar ocitocina. Esse reflexo também pode ser ativado pelo choro 
do bebê, mas pode ser inibido pelo medo ou estresse materno. 
ATO DA AMAMENTAÇÃO: 
O ato de amamentar institui uma das ações fundamentais da linha de 
cuidado voltada à proteção e à prevenção da saúde da criança. A 
amamentação integra a mãe, o recém-nascido, a família e a 
sociedade, além de ser um exercício de autonomia para a mulher, 
quando ela aprende a lidar com as intercorrências provenientes desse 
período e realiza o manejo da amamentação de modo a preservar o 
ato, prevenir complicações e garantir o alimento do lactente. 
Segundo a OMS e o Unicef, caso não haja contraindicações, a mãe 
deve ser estimulada a amamentar na primeira meia hora após o parto. 
Essa proposta visa estimular o contato pele a pele entre a mãe e o bebê 
“imediatamente após o parto por no mínimo uma hora e encorajar as 
mães a reconhecer quando seus recém-nascidos estão prontos para 
serem amamentados, oferecendo ajuda se necessário”. 
A amamentação na primeira meia hora de vida intensifica a formação 
de laços afetivos entre mãe e filho, viabiliza a colonização da pele do 
recém-nascido pela microbiota da mãe e promove o início do ato de 
amamentar, momento de suma importância para a mãe e o recém-
nascido. 
São inúmeras as vantagens da amamentação natural para a mãe e 
para o filho: 
@resumosdamed_ 
 
14 
 
• O leite materno é altamente nutritivo e pode suprir todas as 
necessidades alimentares do recém-nascido durante os 4 a 6 
primeiros meses de vida. De 6 a 12 meses, fornece 3/4 das 
proteínas de que carece a criança e daí em diante permanece 
como valioso suplemento proteico à dieta infantil. Além desses 
elementos, o leite materno contém açúcar, gorduras, sais 
minerais e vitaminas. Com exceção das gorduras e das 
vitaminas, sua composição é relativamente independente da 
nutrição materna. 
• Em função de sua composição e, principalmente, das 
substâncias imunológicas em seu conteúdo, o leite materno 
protege o recém-nascido contra infecções bacterianas do 
sistema gastrintestinal e infecções respiratórias. 
• O leite materno não é perecível e está isento de bactérias, 
eventos triviais na amamentação artificial em áreas tropicais, 
onde a esterilização e a refrigeração dos alimentos são 
deficientes ou inexistentes. 
• O ato de amamentar estimula o crescimento adequado da 
boca e mandíbula do recém-nascido, promovendo uma 
adequação anatômica do aparelho estomatognático, 
“diminuindo mais 50% cada um dos indicadores de maloclusões 
dentárias, que afetariam mais tarde a função dento-facial da 
criança”. 
• A amamentação cria uma ligação especial entre a mãe e o 
recém-nascido que repercute positivamente na vida da criança 
em termos de estimulação, fala, sensação de bem-estar e 
segurança e no seu modo de se relacionar com outras pessoas. 
• A amamentação diminui o risco de asma e leucemia na 
infância, além de reduzir os riscos de doenças crônicas na vida 
adulta, como obesidade, dislipidemia, hipertensão e diabetes. 
• É econômica e conveniente, desde que a mãe possa alimentar 
o filho quando queira, não havendo necessidade de preparo. 
• Ajuda a reduzir o risco de hemorragia pós-parto e é 
relativamente efetiva como método anticoncepcional, uma vez 
que as lactantes, enquanto amenorreicas, não concebem, e em 
longo prazo ajuda a reduzir o risco de diabetes tipo 2, câncer de 
mama, útero e ovários. 
O aconselhamento realizado ao casal para o ato de amamentar, não 
somente com base em técnicas para o manejo clínico da 
amamentação, mas que seja permeado, em todos os momentos, por 
uma escuta sensível e atitudes acolhedoras, considera e respeita a 
escolha da mulher por não amamentar, mesmo depois de toda 
orientação. Aconselha-se à mãe que o AME é a melhor alimentação 
para o lactente até os 6 meses de idade, não necessitando de outros 
complementos nutricionais. 
MANEJO CLÍNICO DA AMAMENTAÇÃO: 
O manejo clínico criterioso da amamentação por parte do profissional 
de saúde, junto à mãe, é crucial para assegurar o crescimento da 
prevalência do ato de amamentar na população materno-infantil. A 
atuação do profissional de saúde junto às mães de recém-nascidos é 
importante por favorecer o AME, reduzindo a mortalidade neonatal. 
O profissional de saúde deve estar habilitado para o bom manejo clínico 
da amamentação, compreendendo as bases principais a serem 
observadas, supervisionadas e orientadas: posicionamento, pega 
correta e sucção efetiva. 
A boa posição para a amamentação é aquela em que mãe e recém-
nascido estão bem estabelecidos, confortáveis e relaxados. A mãe 
pode estar sentada, em pé ou deitada (sendo esta última posição mais 
indicada para incentivo à amamentação na primeira meia hora de 
vida, pós-cirurgia materna). A mãe deve apoiar com seu braço todo o 
@resumosdamed_ 
 
15 
 
eixo axial do recém-nascido (porção cefálica e toda coluna vertebral). 
O recém-nascido pode estar deitado ou sentado, desde que sua 
cabeça e seu corpo estejam alinhados, de modo a não ter de virar a 
cabeça para abocanhar a mama e iniciar a sucção. O queixo do 
recém-nascido deve estar tocando a mama da mãe. 
A fim de que o recém-nascido efetue uma pega correta para o ato da 
amamentação, a mãe inicia tal prática pela mama mais cheia, 
trazendo o recém-nascido à mama, encostando o mamilo no lábio 
inferior da boca do recém-nascido, e este abre a boca e abocanha a 
papila mamária e grande parte da aréola, estabelecendo a pega 
eficaz para uma sucção nutritiva, evitando a formação de fissuras e 
lacerações por uma pega incorreta para sucção. 
Ao sugar, o recém-nascido comprime a aréola com o seu maxilar, 
forçando para o exterior o leite acumulado nos canais galactóforos 
subareolares. Nesse sentido, para verificar se está ocorrendo uma 
sucção eficaz por parte do recém-nascido, o profissional de saúde 
necessita verificar o seguinte: a boca do recém-nascido deve ter 
abocanhado toda ou quase toda a aréola; na mama materna, os lábios 
superior e inferior do recém-nascido devem estar evertidos e cobrir 
quase toda a porção areolar materna (maior proporção de cobertura 
para a porção inferior); a língua do recém-nascido deve pressionar o 
mamilo e parte da aréola contra o palato duro, engajada ao processo 
de ordenha; as bochechas do recém-nascido devem ter aparência de 
cheias, e a sucção deve ser lenta, profunda e ritmada, apresentando os 
movimentos de apreensão, deglutição e respiração com o ritmo 
adequado de 1/1/1. 
A duração da mamada varia de um recém-nascido para outro. O ideal 
é que o recém-nascido se solte espontaneamente do peito, mas, ao 
perceber que ele está realizando uma sucção ineficiente ou que já é 
hora de trocar de peito, a mãe deve colocar a ponta do dedo mínimo 
no canto da boca do bebê para desfazer a pressão e soltar o peito sem 
provocar estiramentos na pele e possíveis lacerações. O profissional de 
saúde deve orientá-la a, na próxima mamada, oferecer o último peito 
dado na mamada anterior a fim de facilitar o esvaziamento das mamas. 
LACTAÇÃO E FERTILIDADE: 
A lactação condiciona efeito contraceptivo temporário. Assim como a 
sucção do mamilo inibe a liberação do PIF hipotalâmico, com elevação 
da PRL, o hormônioliberador de gonadotrofina (GnRH) está reduzido a 
níveis não ovulatórios. 
As mães que amamentam integralmente podem se tornar 
amenorreicas no pós-parto por 8 a 12 meses, enquanto as não lactantes, 
por menos de 2 meses. A amamentação de curta duração (poucas 
semanas) ou a parcial são menos eficientes para prolongar a 
amenorreia pós-parto. 
As amenorreicas que amamentam integralmente não conceberão (3 a 
10% de falhas). Aconselha-se, a fim de evitar a gravidez, que as não 
lactantes, aos 30 a 40 dias, e as lactantes, após 3 a 6 meses, se ainda 
amenorreicas, ou indistintamente após o retorno das regras, procurem 
proteção anticoncepcional. 
Os anovulatórios orais combinados podem inibir a produção láctea e 
devem ser evitados. Têm preferência, nas nutrizes, os métodos físicos 
(DIU, diafragma, condom, esponjas), sendo permitidos os progestógenos 
em microdoses. 
Aparentemente, os hormônios elaborados pela mãe que amamenta 
não são capazes de atuar na criança através do leite. Entretanto, 
apesar de ainda não ser uma hipótese comprovada, atribuiu-se aos 
esteroides das pílulas anticoncepcionais a possibilidade de causar 
@resumosdamed_ 
 
16 
 
icterícia, e mesmo a ação inibidora sobre a própria lactação somente 
é verificada se instituída precocemente. 
CONTRAINDICAÇÕES DA AMAMENTAÇÃO: 
Existem contraindicações temporárias para a amamentação: mães 
com algumas doenças infecciosas como a varicela, herpes com lesões 
mamárias, doença de Chagas, tuberculose não tratada ou ainda 
quando tenham de fazer uso de uma medicação imprescindível 
referentes às categorias 2A e 2B, consideradas moderadamente seguras 
para uso durante a lactação, devendo ser usadas com cautela. Os 
agentes farmacológicos cruzam a membrana celular através de 
microporos, por difusão ou por transporte ativo; e, ainda, vão 
diretamente ao leite via espaços intercelulares do epitélio alveolar. Em 
sua maioria, as substâncias ingeridas aparecem no leite, em 
concentração que não costuma exceder 1% da dose, e é 
independente do volume da secreção. Durante esse período de tempo, 
os recém-nascidos devem ser alimentados com leite artificial por copo, 
e a produção de leite materno deve ser estimulada. 
As contraindicações definitivas da amamentação não são muito 
frequentes, mas existem e estão relacionadas com mães com doenças 
graves, crônicas ou debilitantes, mães infectadas pelo vírus da AIDS, ou 
pelo vírus HTLV-1, mães que fazem uso de medicamentos nocivos para 
os recém-nascidos e, ainda, bebês com doenças metabólicas raras, 
como fenilcetonúria ou galactosemia. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
1. Rezende Obstetrícia/ Carlos Antônio Barbosa Montenegro, Jorge de 
Resende Filho. – 13o ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
2. https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala 
aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/do 
mento/5deef8daa0f3de0027a06865 
3. https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-
aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/docu
mento/5deef8d6a0f3de0027a06863 
4. https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-
aula/5dab06fe4340d20011fb3133/5dab06fc4340d20011fb3131/docume
nto/5ed5251da8706e001ce35177 
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/do mento/5deef8daa0f3de0027a06865
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/do mento/5deef8daa0f3de0027a06865
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/do mento/5deef8daa0f3de0027a06865
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/documento/5deef8d6a0f3de0027a06863
4
https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5deef8e2a6bf9b0013cbeded/5deef8e2a6bf9b0013cbedec/documento/5deef8d6a0f3de0027a06863
4
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