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MBA Gestão Financeira e Econômica de Tributos MBA em Gestão Financeira e Econômica de Tributos – GET ABC 02 Coordenador Acadêmico Arnaldo Marques de Oliveira Neto amarques@fgvmail.br Coordenador Local Maria Elisa B. Scarpelli mariaelisa@strong.com.br Local de Realização STRONG - Santo André Santo André/SP Marcello Silva Barreto, Prof. marcello.silva@fgv.br GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO ESTRATÉGICA DE PREÇOS SUMÁRIO 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 1 1.1 EMENTA ........................................................................................................ 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .................................................................................. 1 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................... 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................ 1 1.5 METODOLOGIA ............................................................................................... 2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .............................................................................. 2 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ......................................................................... 2 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ...................................................................... 2 2. MATERIAL COMPLEMENTAR ............................................................................ 3 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 3 2.2 CASES E EXERCÍCIOS ................................................................................... 36 1 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa Os objetivos da Gestão de Custos, As Terminologias e Classificações da Gestão de Custos. Custeio por Absorção. Custeio Variável. Custeio ABC – Activity Based Costing. Análise da Relação Custo-Volume-Lucro. Margem de Contribuição. Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro. Margem de Segurança. Grau de Alavancagem Operacional. Decisão de Preço considerando Metas de Vendas com Objetivo de Lucro. Decisão de Preço quando Varia o Preço do Insumo. Decisão de Aceitar ou Rejeitar uma Proposta. Decisão de Preço Considerando o Retorno sobre o Investimento. Retirar ou Adicionar um Produto de Linha. Decisão de Comprar ou Fazer. Formação de Preços. 1.2 Carga horária total 24 horas/aula 1.3 Objetivos Apresentar a terminologia da Gestão de Custos; Apresentar a classificação dos Custos e das Despesas; Apresentar os Métodos de Custeio; Identificar a Margem de Contribuição; Identificar o Ponto de Equilíbrio Contábil; Identificar o Ponto de Equilíbrio Econômico; Identificar o Ponto de Equilíbrio Financeiro; Identificar a Margem de Segurança; Identificar o Grau de Alavancagem Operacional; Decisão de Preço considerando Metas de Vendas com Objetivo de Lucro; Decisão de Preço quando Varia o Preço do Insumo; Decisão de Aceitar ou Rejeitar uma Proposta; Decisão de Preço Considerando o Retorno sobre o Investimento; Retirar ou Adicionar um Produto de Linha; Decisão de Comprar ou Fazer; Analisar o Mark-up para determinação do Preço de Venda. 1.4 Conteúdo programático Objetivos da Contabilidade de Custos – Terminologias de Custos. Classificação de Custos. Sistema de Acumulação. Custos Fabris. Métodos de Custeio – Apresentação aos Métodos. Método de Custeio por Absorção ou Funcional. Método de Custeio Variável ou Direto. Método de Custeio por Atividades (ABC). Tomada de Decisão Baseada em Custeio Variável – Premissas. A Relação Custo- Volume-Lucro. Análise do Ponto de Equilíbrio. Margem de Segurança. Grau de Alavancagem Operacional. Decisões Estratégicas. 2 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Formação de Preços – Abordagens quanto à formação de preços. Formação de Preços Baseada em Gastos. 1.5 Metodologia Aulas teórico-expositivas, discussão dos conceitos, exercícios e estudo de casos. 1.6 Critérios de avaliação 100% - Atividade Individual, sob a forma de prova. 1.7 Bibliografia recomendada ALVES, Revson; Contabilidade Gerencial. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. BERNARDI, Luiz. Manual de Formação de Preços. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. COGAN, Samuel. Custos e Formação de Preços. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. DUBOIS, Alexy; et al. Gestão de Custos e Formação de Preços. São Paulo: Atlas, 2009. MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Contabilidade de Custos. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEGLIORINI, Evandir. Custos Análise e Gestão. 3ª ed. São Paulo: Editora Pearson, 2012. PINTO, Alfredo; et al. Gestão de Custos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. SANTOS, Joel José. Contabilidade e Análise de Custos. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2011. SILVA, Raimundo; Lins Luiz. Gestão de Custos, Contabilidade, Controle e Análise. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério. Contabilidade de Custos. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Curriculum vitae do professor Marcello Silva Barreto é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas - FGV. Pós-graduado em Contabilidade - International Financial Reporting Standards – IFRS pela Universidade de São Paulo - USP e em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getulio Vargas - FGV. Contador pela Faculdade Moraes Junior – Instituto Brasileiro de Contabilidade. Possui 22 anos de experiência profissional nas áreas de controladoria, contabilidade e financeira, tendo atuado como executivo em diversas instituições brasileiras e estrangeiras. Atualmente é consultor de diversas instituições no Brasil. É professor da Fundação Getulio Vargas – FGV dos programas de MBA nas disciplinas de Contabilidade Avançada, Contabilidade de Ativos Relevantes, Contabilidade de Receitas, Contingências e Grupos Empresariais, Contabilidade Financeira, Contabilidade para Executivos, Contabilidade Empresarial, Gestão Contábil Financeira, Gestão de Custos, Gestão Estratégica de Custos e Gestão de Custos Industriais. 3 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 2. MATERIAL COMPLEMENTAR 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO HISTÓRIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, mais especificamente com o início da Revolução industrial. Anteriormente a esse período, os produtos eram fabricados por artesãos que, vias de regra, não constituiam pessoas jurídicas e pouco se preocupavam com o cálculo de custos. Contabilidade de custos é uma disciplina técnica para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e serviços aos usuários da contabilidade: administradores, investidores, fornecedores etc. A contabilidade de custos tem como objetivo auxiliar a administração da empresa, apresentando as seguintes qualidades: a) ajudar a determinar o preço normal ou satisfatório para os produtos vendidos; b) determina os produtos mais rentáveis e os não rentáveis; c) controla os estoques – matéria prima, em elaboração e produtos acabados; d) apresenta a eficiência dos processos de fabricação; e) detecta as perdas e desperdícios; f) separa custo com ociosidade do custo de produção. FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos custos, sendo que os custos coletados servem a três finalidades principais: a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques. b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa. c) Fornecer informaçõespara o planejamento da direção e a tomada de decisões. Em resumo, a Contabilidade de custos, fornece informações para: a) A determinação dos custos dos fatores de produção; b) A determinação dos custos de qualquer natureza; c) A determinação dos custos dos setores de uma organização; d) A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa; e) À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar problemas especiais; 4 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços f) O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia dos produtos; g) A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos da utilização do equipamento; h) A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra; i) O estabelecimento dos orçamentos; j) A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços. CONCEITOS APLICADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS Gasto Sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer. Sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). É o ato primeiro, antevêem a despesa, ao custo, a imobilização etc. Esse conceito é amplo e se aplica a todas as variações monetárias (saídas) ocorridas na entidade, sendo aplicável também a aquisições a prazo. Assim, temos gasto com a compra de matéria-prima, gastos com mão-de-obra, tanto na produção como na distribuição, gastos com honorários da diretoria, gastos na compra de um bem imobilizado etc. Investimentos São os gastos que têm como contrapartida um ativo. Custos São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Despesas Representam os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. A diferenciação entre custos e despesas é importante para a contabilidade financeira, pois os custos são incorporados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas são levadas diretamente ao resultado do exercício. Entretanto, no enfoque gerencial essa diferenciação não muito relevante. Os contadores de custos devem dispensar a mesma atenção aos custos e as despesas. Se a eficiência é importante no setor de produção, ela deve ser considerada da mesma forma na área administrativa. 5 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Desembolso Representa o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Não se confunde com o gasto, uma vez que podem ocorrer em momentos distintos. Exemplo: Em uma compra a prazo, o gasto se dá quando da transferência da propriedade do bem, ocorrendo o desembolso no momento do pagamento. Perda As perdas correspondem a gastos não intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos (perdas anormais) ou da atividade normal da empresa (perdas normais). Todo processo produtivo pode gerar restos decorrentes da atividade desenvolvida (previsionais), que são considerados normais à atividade, e, por conseqüência englobam o custo do produto fabricado. As perdas normais com matérias-primas integram o custo de produção do período. Contudo, as perdas anormais, como as provenientes de erros de produção, incêndios, obsolescência, erros humanos etc., são consideradas despesas do período, sendo contabilizadas como tal, incidindo diretamente no resultado do exercício, não sendo ativadas (não compõem os custos dos produtos, simplesmente reduzem o resultado do período). Exemplos: O gasto de mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda (despesa). O material deteriorado por um defeito anormal de um equipamento provoca uma perda (despesa). ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 1º Passo - A separação entre custos e despesas 2º Passo - A apropriação dos custos diretos 3º Passo - A apropriação (rateio) dos custos indiretos 6 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços FLUXO DOS CUSTOS E DESPESAS 7 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Todos os custos efetuados em uma linha de produção devem ser classificados em relação aos produtos fabricados e em relação aos níveis de produção. A correta classificação dos custos facilita a administração da empresa na tomada de decisão quanto ao uso de material e a departamentalização dos custos por produtos. Classificação em Relação aos Produtos Fabricados: Custo Direto São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado, sem a necessidade de rateios. Estes custos podem ser identificados na composição do produto, e variam de acordo com a quantidade produzida. São eles: a) Matérias primas; b) Embalagens; CUSTOS DIRETOS INDIRETOS FIXOS VARIÁVEIS 8 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços c) mão de obra direta; e c) outros materiais diretos. Exemplos: a) Em uma fábrica de móveis, a madeira é um material essencial para a produção e pode-se medir quanto será utilizado de madeira para fabricar cada peça, portanto os gastos com esse produto utilizado na fabricação de móveis é um custo direto. b) Em uma fábrica de automóveis, alguns materiais são essenciais para sua fabricação, como o aço para os pneus, bancos etc. e são facilmente identificáveis em cada veículo produzido, podendo seus gastos ser medidos em cada veículo, portanto são custos diretos do veículo produzido. Custo Indireto São gastos necessários à produção, mas nem sempre podem ser identificados e mensurados em cada unidade do produto. Para se chegar ao custo de produção, é necessário fazer um rateio desses custos para determinar o quanto cabe a cada produto. Exemplos: a) Para produzir os móveis, a fábrica precisa de máquinas. Essas máquinas sofrem um desgaste com o tempo (depreciação) e precisam de manutenção, mas você não vê, no produto, depreciação nem gastos com manutenção, e nem sequer pode medir quanto há de depreciação em cada unidade produzida, portanto os gastos com depreciação e manutenção são custos indiretos. b) O mesmo acontece com a indústria automobilística. Existem gastos com a supervisão da fábrica, com a supervisão das linhas de produção, mas não conseguimos identificar gastos com supervisão em um automóvel qualquer. Esses gastos são rateados à produção dos automóveis para se chegar ao custo final do produto, portanto são custos indiretos de fabricação. Exemplos: a) aluguel da fábrica; b) imposto predial da fábrica; c) seguro da fábrica; d) manutenção da fábrica; e) depreciação; f) materiais indiretos; g) mão de obra indireta; h) energia elétrica da fábrica. 9 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Observações Importantes: a) Quando a empresa produz somente um produto, todos os seus custos são diretos. b) Há determinadas situações em que o custo é direto, mas, é de tão pequeno valor que não compensa o trabalho de associá-lo a cada produto. Neste caso, estes custos, apesar de serem diretos, são considerados custos indiretos. Exemplo: gastos com cola e graxa na fabricação de sapatos. Classificação dos Custos em Relação aos Níveis de Produção Custo Fixo São os custos cujos valores gastos são os mesmos independentemente da quantidade produzida, ou seja, não sofrem variações em razão do volume de produção. Exemplos: a) seguro da fábrica; b) aluguel da fábrica; c) IPTU da fábrica; d) manutenção da fábrica; e) mão de obra indireta (chefia, supervisão). Características dos custosfixos: a) o valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção; b) o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; c) sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pelo contador de custos; d) a variação dos valores totais pode ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento/redução significativa do volume de produção. 10 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços CUSTOS E DESPESAS FIXAS POR UNIDADE E CUSTOS E DESPESAS FIXAS TOTAIS Custos e despesas fixas por unidade Custos e despesas fixas por unidade 11 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Custos Fixos Unitários São os custos fixos divididos pela quantidade de produtos fabricados. Os CUSTOS FIXOS não variam com a quantidade produzida, enquanto que os CUSTOS FIXOS UNITÁRIOS variam na razão inversa da quantidade de unidades produzidas. Observações: a) Os custos fixos não apresentam necessariamente o mesmo valor em dois períodos diferentes. b) Podemos classificar os custos fixos em Repetitivos e Não repetitivos em valor. c) Os Custos Fixos não são, mesmos os repetitivos, eternamente do mesmo valor. d) A depreciação pode ser custo fixo ou custo variável, dependendo do método de depreciação utilizado. Custo Variável São os custos cujos valores alteram de acordo com a quantidade produzida. Exemplos: a) matéria prima; b) embalagens; c) mão de obra direta; d) energia elétrica consumida na fábrica; e) materiais indiretos. Características dos custos variáveis: a) seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; b) o valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; c) a alocação aos produtos ou centros de custos é, normalmente, feita de forma direta, se a necessidade de utilização de critérios de rateios. Custos Variáveis Unitários Correspondem aos Custos Variáveis Totais divididos pela quantidade produzida. Enquanto os custos variáveis totais variam em relação à quantidade produzida, os custos variáveis unitários não se alteram. 12 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS TOTAIS E CUSTOS E DESEPESAS VARIÁVEIS POR UNIDADE Custos e despesas variáveis (CDV) totais Custos e despesas variáveis (CDV) por unidade 13 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Custo Misto São os custos que variam de acordo com a produção, mas possuem uma parte fixa mesmo que nada seja produzido. Também são denominados semifixos e semivariáveis. Exemplos: a) energia elétrica; b) aluguel de máquinas de xerox etc. Semifixos São os custos fixos que podem variar de tempo em tempo, como aluguel reajustado, depreciação pela soma de dígitos. Semivariáveis São os custos variáveis que não acompanham linearmente a produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de estreitos limites. Exemplo: Contratação de supervisores. Porém, é comum encontrar estudiosos que refletem a posição de que não existem custos precedidos da expressão “semi”, ou seja, o custo é ou não é variável/fixo. CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS DESPESAS FIXAS VARIÁVEIS 14 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Despesas Fixas São gastos cuja variação não está vinculada ao volume de vendas da empresa. Despesas Variáveis São gastos cuja variação está vinculada ao volume de vendas da empresa. Por exemplo: comissão sobre vendas. TRATAMENTO DOS CUSTOS E DAS DESPESAS Componentes Básicos dos Custos a) Material direto b) Mão-de-obra direta c) Custos indiretos de fabricação Material direto Compreende materiais comprados pela empresa com a intenção de incorporá-los fisicamente ao produto final por meio e processo de produção, sendo assim, parte integrante e essencial do produto. Exemplos: a) Matérias-primas b) Materiais secundários c) Material de embalagem d) Entre outros. 15 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Mão-de-obra direta É composta por todo o trabalho aplicado diretamente na execução do produto, ou de suas partes e componentes, seja esse especializado ou não. Todo o salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está sendo produzida. Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Representa todos os demais custos industriais que não podem ser identificados com um produto específico, devendo ser alocados ou distribuídos aos produtos na base de rateios. Exemplos: a) Aluguel da fábrica b) Materiais indiretos c) Seguro d) Impostos e) Depreciação f) Entre outros. Outras terminologias Custo Direto Estão associados diretamente à produção. MD + MOD Custo Primário MP + MOD Custo de Transformação Representam o esforço da empresa para transformar o material adquirido do fornecedor. Custos das Mercadorias Vendidas Representam a saída dos estoques da entidade para o comprador. CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO Corresponde ao total dos custos incorridos no período (Materiais Diretos + Mão-de-Obra Direta + Custos Indiretos de Fabricação), independentemente dos produtos que foram concluídos. MD + MOD + CIF CUSTO DOS PRODUTOS ACABADOS ou CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA Corresponde ao total dos custos aplicados na produção acabada, independentemente de quantos períodos foram necessários para a conclusão. Custo da Produção Acabada Custo de Produção (+) Estoque Inicial de produtos em elaboração (-) Estoque final de Produtos em elaboração 16 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços CUSTO DOS PRODUTOS EM ELABORAÇÃO Corresponde aos custos apropriados aos produtos que estão em fase intermediária de produção. CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS É o valor correspondente aos gastos incorridos, como Materiais Diretos (Matérias-Primas, Insumos e Embalagens), Mão-de-Obra, Custos Indiretos de Fabricação (ou Gastos Gerais de Fabricação), aplicados na fabricação dos produtos que foram vendidos. Custo da Produção Vendida Custo da Produção Acabada (+) Estoque Inicial de produtos acabados (-) Estoque Final de produtos CUSTEIO POR ABSORÇÃO, CUSTEIO VARIÁVEL E ABC O sistema de custeio consiste no critério por meio do qual os custos são apropriados na produção, ou seja, como será dividido o total dos custos na produção dos bens. Custeio por Absorção Neste sistema de custeio é feito o rateio de todos os custos na produção, sejam fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, em cada fase da produção. Assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo. O custeio por absorção é uma imposição do Regulamento do Imposto de Renda, que determina que os produtos em fabricação e os produtos acabados serão avaliados pelo custo de produção. A Auditoria Externa tem-no como básico. Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas vezes falhar como instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o próprio balanço). Vantagens custeio por absorção a) Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos preceitos contábeis geralmente aceitos, principalmente aos fundamentos do regime de competência. b) É aceito para fins de relatórios externos. c) Alocação de todos os custos pode melhorar a utilização dos recursos escassos de uma empresa reduzindo consumos excessivos. Esquema básico do custeio por absorção 1º - Separação de custos e despesas. 2º - Apropriação dos custos diretos e indiretos na produção do período. 3º -Apuração do custo da produção acabada. 4º - Apuração do custo dos produtos vendidos. 5º - Apuração do resultado. 17 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Custeio Variável ou Direto É o sistema de custeio que considera como custo da produção somente os custos variáveis. Os custos fixos pelo fato de existirem mesmo que não exista produção não são considerados como custo de produção e sim alocados como despesas. Neste sistema os custos dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e acabados só conterão custos variáveis. Vantagens da utilização deste método a) Impede que aumentos de produção que não correspondam a aumento de vendas distorção o resultado. b) É uma boa ferramenta para a tomada de decisões dos administradores. Desvantagens do custeio direto a) No caso dos custos mistos nem sempre é possível separar a parcela fixa da parcela variável. b) O custeio variável não é aceito pelas auditorias externas e nem pela legislação do Imposto de renda 18 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços CUSTEIO ABC – Custeio Baseado nas Atividades O chamado Custeio ABC é um método de custeio que, como o próprio nome indica, está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. A origem do método de Custeio ABC proveio do significativo aumento dos chamados Custos Indiretos de Fabricação na produção industrial nas últimas décadas. No início da atividade industrial no mundo contemporâneo, os elementos mais importantes do custo de produção de uma empresa eram os Materiais Diretos e a Mão- de-obra Direta, cuja apropriação se faz diretamente aos produtos. As distorções nos custos dos produtos provocadas pelo rateio dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) em base de estimativas tinham pequena influência na determinação do custo do produto vendido e, portanto, na apuração da sua margem de lucratividade. À medida que a atividade industrial foi ficando mais complexa, principalmente com o maior grau de mecanização e automação dos processos produtivos, houve um aumento considerável dos Custos Indiretos de Fabricação e, por esse motivo, eles passaram a representar, em muitos casos, a maior parcela dos custos de produção de uma empresa. Assim, caso fossem cometidos erros no rateio dos CIF aos produtos fabricados pela empresa – uma vez que todo rateio parte de uma base arbitrária – os gerentes poderiam cometer erros no processo de tomada de decisões, já que os cálculos de lucratividade dos produtos poderiam estar incorretos. Nesse cenário, surgiu o Custeio ABC como forma de tentar alocar os recursos produtivos da empresa de uma forma mais eficiente. No Custeio ABC, o objetivo é rastrear quais atividades da empresa que estão consumindo de forma mais significativa seus recursos. Os custos são direcionados para essas atividades e destas para os bens fabricados. O rastreamento de custos que está implícito no método de custeio ABC é um processo muito mais complexo e sofisticado do que o simples rateio dos CIF aos produtos. É necessário elencar as atividades que a empresa efetua no processo de fabricação, verificar quais os recursos que estão sendo consumidos por elas, direcionar os custos para essas atividades e delas para os produtos. A atribuição dos custos às atividades, quando não puder ser efetuada diretamente, deve ser feita através da utilização dos direcionamentos de recursos, que são indicadores da forma como as atividades consomem os recursos produtivos. Já a atribuição dos custos, alocados inicialmente às atividades da maneira descrita no parágrafo anterior, aos produtos é efetuada com o uso dos direcionadores de atividades, que são indicadores de quanto os produtos consomem das atividades. 19 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Tanto os direcionadores de recursos quanto os direcionadores de atividades, embora tenham finalidades diferentes, são denominados direcionadores de custos. Pode-se caracterizar que em primeiro os custos são apropriados aos departamentos responsáveis, em seguida os custos de cada departamento são distribuídos para as atividades correspondentes e por fim são alocados nos produtos. Exemplo simplificado Como foi visto o custeamento por atividades ABC é um processo bastante complexo, pois envolve os seguintes procedimentos: 1º - Identificação das atividades exercidas por cada departamento da empresa; 2º - Mensuração da quantidade de recursos que são consumidos por uma atividade – essa etapa é feita através da atribuição direta do custo ou, quando possível esta, através da utilização dos direcionamentos de recursos; 3º - Atribuições dos custos das atividades aos produtos através da utilização dos direcionamentos de atividades. Então podemos caracterizar que o custeio baseado em atividades procura reduzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos, o ABC pode ser utilizado nos custos diretos, mas não apresentará uma diferença significativa, pois os custos diretos são alocados diretamente em cada produto. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA SISTEMA Custeio por Absorção Baseia-se em dividir todos os custos de modo que os produtos recebam a sua participação na fabricação. No custeio por absorção se aloca todos os custos fixos e variáveis aos produtos, fazendo- se necessário a divisão entre custos fixos e custos variáveis. Custeio Variável ou Direto Neste tipo de processo se exclui o custo fixo, sendo que na apuração dos custos de produção são colocados somente os custos variáveis. Os custos fixos por existirem mesmo que nada seja produzido serão registrados na apuração do resultado, como despesas, reduzindo assim diretamente o resultado final do exercício, devido a isto este método não é aceito pelo Imposto de Renda. Custeio Baseado em Atividade - ABC Caracteriza-se pela analise profunda nos custos indiretos de fabricação, pois determina as atividades dentro de cada departamento. Este método busca diminuir as deficiências na apropriação de custos indiretos, diversificando as bases de rateios, segregando os custos de cada atividade no processo de fabricação. 20 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços RELAÇÃO CUSTO/ VOLUME/ LUCRO Margem de Contribuição As empresas incorrem em gastos variáveis e fixos na execução de suas inúmeras atividades operacionais, comerciais e administrativas. Os gastos fixos normalmente representam aquelas parcelas de despesas e custos sobre as quais os gerentes responsáveis pelos diversos departamentos não têm autonomia de gestão, ou seja, os executivos não podem ser responsabilizados por tais gastos, visto que foram decisões tomadas pela alta direção quando da implantação da empresa ou criação de uma infraestrutura operacional. Ao contrário, os gastos variáveis, por sua vez, representam parcelas de despesas e custos sobre as quais os gerentes podem ser responsabilizados. Portanto, para a adequada atribuição de responsabilidades na avaliação de desempenho torna-se, para a administração de uma empresa, de fundamental importância à segregação dos gastos entre variáveis e fixos. A correta identificação e segregação dos gastos permitirão a obtenção e a análise da margem de contribuição dos produtos e/ou dos departamentos, que é uma das mais importantes ferramentas da contabilidade gerencial, para as tomadas de decisões nas organizações. A margem de contribuição é, em outras palavras, a “sobra financeira” de cada produto ou divisão de uma empresa para a recuperação – ou amortização – das despesas e dos custos fixos de uma entidade e para a obtenção do lucro esperado pelos empresários. Margem de Contribuição Unitária Corresponde à Receita de Venda Unitária (RVU) ou Preço de Venda Unitário (PVU), diminuída dos Custos Variáveis Unitários (CVU) e das Despesas Variáveis Unitárias (DVU).MCU= PVU – (CVU + DVU) A Margem de Contribuição Unitária é um índice importante para fundamentar decisões relativas ao aumento da produção de determinado produto dentro da capacidade produtiva da empresa. PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC) É o ponto que revela a quantidade de unidades produzidas e vendidas em que a receita de vendas é igual ao custo total do produto, incluindo as despesas, ou seja, em que não há lucro ou prejuízo. PEC (Qt) = (Custo Fixo + Despesas Fixas)/MCU = PEC (em reais) = PEC (Quantidade) x PVU 21 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Imaginemos uma empresa que apresente os seguintes dados (em reais): a) Custos Variáveis Unitários (CVU) 50,00 b) Despesas Variáveis Unitárias 40,00 c) Custos Fixos 30.000,00 d) Despesas Fixas 10.000,00 e) Preço de Venda Unitário 100,00 O ponto de equilíbrio contábil em unidades dessa empresa é: PEC = (CF + DF) MCU Sabemos que MCU = PVU – (DVU + CVU) = 100 – (40+50) = 10,00 PEC = 40.000/10 = 4.000 unidades Já o ponto de equilíbrio em valor é: PEC (em reais) = 4.000 unidades X R$ 100 = R$ 400.000,00 Vejamos a representação gráfica: No presente gráfico, foi adicionada a representação das Receitas de Vendas. Observem que a inclinação da reta das Receitas é superior à dos Custos Variáveis somados às Despesas Variáveis, tento em vista que o Preço de Venda Unitário é superior aos Custos Variáveis somados às Despesas Variáveis Unitários. 22 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Legenda: CT + DT (Custos Totais + Despesas Totais) CF + DF (Custos Fixos + Despesas Fixas) CVT + DVT (Custos Variáveis Totais + Despesas Variáveis Totais) Q (Quantidade) PEC (Ponto de Equilíbrio) PEC (R$) (Ponto de Equilíbrio em Reais) Observem que, em qualquer ponto da reta de Receitas totais, anterior ao PEC (à esquerda do PEC), a empresa estará operando com prejuízo (área vermelha do gráfico), tendo em vista que a reta de Custos e Despesas totais (CT+DT) estará acima da reta de Receitas. Já a partir do ponto de equilíbrio, área azul do gráfico, as Receitas totais serão superiores aos Custos e Despesas totais. Neste caso, a empresa estará operando com lucro (qualquer ponto à direita do PEC). Custo de Oportunidade É o rendimento que a sociedade teria caso optasse por outro tipo de investimento, normalmente, no mercado financeiro. Ponto de Equilíbrio Econômico Representa a quantidade que produzida e vendida com a qual a sociedade obteria um lucro igual ao que teria caso optasse por outro empreendimento, normalmente, no mercado financeiro. Ponto de Equilíbrio Financeiro Representa o Ponto de Equilíbrio Contábil sem ser computado nos Custos Fixos os valores que não serão desembolsados no período, no caso, a Depreciação. Margem de Segurança Percentual máximo da produção vendida que pode ser reduzido sem que a sociedade tenha prejuízo. Alavancagem Operacional Significa a possibilidade de acréscimo do lucro total pelo incremento da quantidade produzida e vendida, buscando a maximização do uso dos custos e despesas fixas. É dependente da margem de contribuição, ou seja, do impacto dos custos e despesas variáveis sobre o preço de venda unitário, e dos valores dos custos e despesas fixas. Alguns produtos têm alavancagem maior que outros, em virtude dessas variáveis. Alavancagem operacional é a medida do volume de quanto os custos fixos estão sendo usados dentro da organização. O termo alavancagem vem da possibilidade de levantar lucros líquidos em proporções maiores do que o normalmente esperado, por meio da alteração correta da proporção dos custos fixos na estrutura de custos da empresa. 23 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Este índice relaciona a variação percentual do lucro operacional líquido com a variação percentual das vendas. Grau de Alavancagem Operacional = Variação % no LOL Variação % nas Vendas PREÇO É a expressão monetária do valor de um produto ou serviço, podendo ser amplamente definido como o elemento mais flexível do composto de marketing. Para a empresa, o preço é a quantidade de dinheiro que está disposta a aceitar em troca de um produto. Para os consumidores, preço é algo que estão dispostos a pagar em troca de um produto. Existem três abordagens quanto à formação de preços, baseada em custos, em percepção de valor e na concorrência. Formação de Preços Baseada em Custos Há a intenção de que o investidor obtenha lucro compatível com seus investimentos e, portanto, a receita deve cobrir os custos operacionais e gerar um lucro. Percebe-se que o produto gera o custo e, a partir de uma margem de lucro, estabelece-se o preço meta a ser cobrado ao público. O elemento custo dentro do processo de precificação é um dos fatores mais importantes para a escolha da estratégia mais acertada. Conhecer como os custos se comportam quais recursos são consumidos na produção de um serviço ou produto é fundamental para a adoção de algumas estratégias de preço. Para o cálculo do preço de venda baseado no custo, é preciso determinar o custo do produto e adicionar a este o lucro desejado. A principal limitação dessa metodologia é que o preço estipulado pode ficar muito acima daquele que o cliente se dispõe a pagar. Formação de Preços Baseada em Percepção de Valor Neste método de formação de preços, independentemente dos custos dos produtos, a tomada de decisão dos clientes está em sua percepção de valor. Dessa maneira, as empresas buscam mensurar quanto os clientes estão dispostos a pagar em troca de um bem ou serviço. Com base no preço que os clientes desejam pagar e considerando o lucro esperado pelos acionistas, estima-se o custo-meta, isto é, o custo que o produto deve ter. A análise do valor percebido gera uma nova forma de pensar o preço praticado, pois a relação entre preço e custo fica em segundo plano. Em alguns casos, um preço superior resulta da capacidade de entender as necessidades dos clientes e transformá-las em uma solução adequada, o que não implica necessariamente custos maiores. Valor é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios que receberá por usar um produto ou serviço e os custos em que incorrerá para recebê-los. O desafio das equipes de marketing e vendas passa a ser descobrir quais benefícios o cliente deseja e quanto está disposto a pagar por eles. 24 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços A partir dessa avaliação, todo o processo de desenvolvimento de produtos e precificação será orientado pelo valor. Nessa nova forma de pensamento temos um preço definido pelo mercado a partir de quanto o cliente está disposto a pagar por um produto ou serviço. Por isso, esse modelo também é conhecido por preço-meta. O objetivo é aprender o que os clientes valorizam e com isso reorganizar toda a empresa para ofertar apenas esses aspectos. Formação de Preços Baseada na Concorrência Muitas vezes, a tomada de decisão dos consumidores está intimamente ligada à simples comparação do preço de um produto com outro do concorrente. Tal julgamento tem como premissa a força das marcas das empresas e a percepção das diferenças existentes entre os produtos. Se forem semelhantes e proporcionarem os mesmos benefícios, a decisão se fundamentará na variável preço. Assim, a empresa estabelece seu preço em um patamar acima, igual ou inferior ao preço de seus competidores. Qual a influência dos preços praticados pelos concorrentes na decisão de preço de uma empresa? Para algumas, a resposta a essa questão estratégica é seguir o preço médio do mercado; para outras, é estabelecer um preço médio inferior ao dos concorrentes. Essas respostas demonstram a influência que o mercado exerce sobre a definição do preço de venda; contudo, o preço do concorrente é apenas uma das informações necessárias à definição do preço de venda, e não a principalou, nem muitas vezes, a única informação. IMPACTO DOS CUSTOS TRIBUTÁRIOS NOS PREÇOS Um componente a mais ganha grande destaque na hora da formulação dos preços de venda no Brasil: os impostos. Aqui nos referimos aos vários tributos que incidem na cadeia produtiva e refletem-se nos preços finais praticados com o consumidor. Tributo é gênero, compreendendo três espécies distintas, que são os impostos, taxas e contribuições, segundo o CTN – Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66). Segundo Bruni e Famá (2010, p. 231), os preços praticados nos mercados devem ser suficientemente capazes de remunerar os custos plenos, gerar margem razoável de lucro e cobrir todos os impostos incidentes, que podem ser de três diferentes esferas – federal, estadual e municipal – e de dois regimes de incidência básicos – cumulativos e não cumulativos. Ademais, podemos distinguir as várias espécies de tributos de acordo com o fato gerador de cada um. Nesse material, trataremos brevemente dos principais tributos que têm impacto direto na formação de preços de venda para uma empresa, sendo: ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços É de competência estadual e tem uma alíquota que varia de acordo com a essencialidade do produto, podendo ser de 7%, 12%, 17%, 18% e até 25% da mercadoria vendida; 25 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados É de competência federal e, assim como o ICMS, tem caráter seletivo, ou seja, sua alíquota depende da essencialidade do produto, sendo fixado através de tabelas do governo. PIS – Programa de Integração Social Contribuição com destinação específica, que compete ao governo federal, e tem sua alíquota definida de acordo com o tipo. Para o regime cumulativo, alíquota de 0,65%; para o regime não cumulativo, alíquota de 1,65%. Nas entidades sem fins lucrativos, é calculado sobre a folha de pagamento. COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Contribuição com as mesmas características do PIS. Sua alíquota para o regime cumativo é de 3,0%; no regime não cumulativo é de 7,6%. ISS – Imposto Sobre Serviços Compete aos municípios e seu fato gerador é a prestação de serviços. As alíquotas incidentes sobre cada tipo de serviço dependem de município, não podendo ultrapassar a alíquota máxima de 5%. Apesar de não serem aplicáveis diretamente sobre os preços de venda, abordaremos também o IRPJ e a CSLL. IRPJ – Impostos de Rendas das Pessoas Jurídicas De esfera federal, incide sobre o lucro, sendo este lucro apurado de três formas diferentes: Real, Presumido ou Arbitrado. Lucro Presumido É aplicado um percentual sobre o faturamento, através do qual se presumirá o lucro, conforme quadro a seguir: Quadro 1. Atividades Percentuais (%) Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8% Revenda de combustíveis 1,6% Serviços de transporte (exceto o de carga) 16% Serviços de transporte de cargas 8% Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32% Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatológica, medicina nuclear e análises e patologias clínicas 8% Intermediação de negócios 32% Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 32% 26 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Lucro Arbitrado É uma penalidade que algumas empresas sofrem em razão do não cumprimento da legislação, como a falta de escrituração contábil, e que é aplicada pela fiscalização federal. O lucro é apurado com os mesmo percentuais do lucro presumido, acrescidos de um percentual de 20%. Lucro Real Aqui, o lucro líquido contábil do período é ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas pela lei, e será apurado no ℮LALUR – Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real. A alíquota do IRPJ é de 15%. Mas a parcela de lucro que exceder R$ 60.000,00 no trimestre estará sejeita a uma alíquota adicional de 10%. CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido De forma similar ao IRPJ, sua base de cálculo é o lucro real, presumido ou arbitrado. A alíquota aplicável sobre uma das formas de lucro é de 9%. SIMPLES Nacional - Sistema Integrado de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Desde 1996, com a edição da Lei 9.317/96, foi facultado às microempresas e empresas de peque porte (MPEs) um regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições, chamado na época de Simples Federal. A antiga legislação foi revogada pela Lei Complementar nº 123/2006, que ampliou os limites para que as MPEs pudessem adotar o regime, além de englobar mais tributos a serem recolhidos de forma simplificada. O agora chamado Supersimples, ou Simples Nacional, permite o recolhimento de forma unificada de oito tributos. São eles: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Contribuição para o PIS/PASEP (PIS) Contribuição para a Seguridade Social da Pessoa Jurídica (INSS) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Imposto sobre Serviços (ISS) O cálculo do Simples Nacional é feito através dos cinco anexos da Lei, onde as MPEs fazem o enquadramento de sua atividade e de acordo com alíquotas de recolhimento que variam conforme a faixa de receita bruta anual auferida pela empresa. Como embutir os tributos nos preços dos produtos Alguns tributos particularmente, até pela sua sistemática de registro e incidência, ficam difíceis de serem incorporados aos preços de venda. É o caso do IRPJ e da CSLL apurados pelo Lucro Real. É somente com a escrituração contábil, através da DRE – Demonstração 27 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços do Resultado do Exercício, e os ajustes necessários realizados atráves do ℮LALUR, que é possível obter a base de cálculo desses tributos. Portanto, nesse caso, como os mesmos não têm como fato gerador o faturamento, é que dificilmente eles acabam sendo embutidos nos preços praticados diretamente com o cliente. Isso não acontece quando a empresa é optante pelo Lucro Presumido, como veremos logo abaixo. Nos demais casos é possível embutir nos preços de venda o valor dos tributos incidentes na operação realizando o que chamamos de cálculo por dentro. No cálculo por dentro, o tributo já é calculado como próprio tributo fazendo parte do preço de venda. Assim, tributos incidentes diretamente sobre o faturamento podem facilmente ser incorporados aos preços de venda dos produtos. Tributos com o ICMS, PIS, COFINS e o ISS são calculados adotando-se o cálculo por dentro. Na opção pelo Lucro Presumido também podemos embutir o IRPJ e a CSLL no preço multiplicando o percentual de presunção do lucro previsto para a respectiva atividade pela alíquota do tributo. Para que o valor desses tributos possa ser embutido no preço de venda final, devemos tomar conhecimento primeiramente das alíquotas incidentes em cada operação de uma empresa. Buscamos exemplificar no quadro abaixo: Quadro 2 Tributo Base de Cálculo Alíquota Subtotal ICMS - 18,00% 18,00% IRPJ 8,00% 15,00% 1,20% CSLL 12,00% 9,00% 1,08% PIS - 0,65% 0,65% COFINS - 3,00% 3,00% 23,93%Subtotal Uma vez conhecidas as alíquotas de todos os tributos incidentes sobre a venda, basta subtrair esses valores, transformados de percentuais para decimais, da seguinte forma: (1 – alíquotas). Este número será o divisor do custo do produto, para que assim cheguemos ao preço de venda final. Vale lembrar que os dados acima foram supostos para uma indústria optante pelo Lucro Presumido. Cada empresa deve, por conseguinte, fazer um estudo sobre aqueles impostos que vão ter impacto direto sobre seus preços de acordo com seu enquadramento tributário.Há também tributos sobre os produtos utilizando o cálculo por fora, como é o caso do IPI. Nesses casos, a alíquota do tributo é somada ao custo do produto, sem necessariamente estar inclusa no preço. Ou seja, para obtermos o preço de venda final, nesses casos, basta multiplicar o custo do produto por (1 + alíquota). Assim, podemos chegar a uma fórmula para cálculo dos preços de venda finais de um produto, senda esta: 28 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços P.V. VISTA = x (1 + TF) Onde: P.V. VISTA = Preço de venda a vista CPA = Custo do Produto Acabado, por unidade TD = Alíquota dos Tributos calculados por Dentro TF = Alíquota dos Tribustos calculados por Fora Exemplo 1 Vamos calcular o preço de venda das geladeiras produzidas pela “Indústria de Eletrodomésticos “Do Lar’ Ltda.”, que produz geladeiras a um custo de R$ 953,95 por unidade, considerando que a empresa é optante pelo Lucro Presumido (Quadro 2), e que o produto geladeira é enquadrado pelo governo a uma alíquota de IPI de 5% e ICMS de 18%. P.V. VISTA = x (1 + 0,05) = R$ 1.316,74 Considerações sobre a fórmula proposta A fórmula proposta tem o intuito de oferecer aos gestores uma base para a formulação de seus preços para vendas a vista. Portanto, não consideramos pontos relevantes como prazos de compra, entrega, produção, venda e crédito a clientes, nem outros de caráter temporal, em qua formulação dos preços para vendas a prazo deve ser observado com a inclusão de custos financeiros, como os juros praticados no mercado. Esses pontos são estudados logo adiante. Além disso, observaremos outros pontos: Custo do produto acabado e os tributos cumulativos e não cumulativos O CPA da fórmula é obtido pela some dos três elementos que perfazem os custos de produção, sendo material direto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação, que devem ser calculados e expressos por unidade de produto fabricado. Essa mesma medida pode ser adotada para empresas comerciais e de prestação de serviço, cada qual com suas particularidades na apuração de custos, onde o valor expresso por unidade vendida corresponderá respectivamente ao Custo da Mercadoria Vendida e ao Custo do Serviço Prestado. Independentemente do setor de atuação da empresa ou de qualquer terminologia adotada em razão disso, no cálculo do elemento material direto deverá ser refletido o custo efetivo de aquisição, o que importa dizer que os tributos incidentes sobre o faturamento serão descontados do custo de compra quando a empresa for optante pela apuração desses tributos no regime não cumulativo. Impostos como ICMS e IPI sempre serão calculados no regime não cumulativo. As contribuições para o PIS e a COFINS serão não cumulativos dependendo da opção que a empresa fizer pela tributação do IRPJ com base no Lucro Real; a tributação com base no Lucro Presumido implica na apuração do PIS e da COFINS no regime cumulativo. 29 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços O que faremos agora é calcular o IPI, ICMS, PIS e COFINS, que será devido por uma empresa nos dois regimes de apuração: cumulativo e não cumulativo. Exemplo 2. Uma indústria que fabrica peça de metal para outras fábricas aplicarem em seus produtos adquiriu no mês de outubro R$ 20.000,00 em máterias-primas, especialmente aço beneficiado. No mesmo mês, efetuou venda de peças que somaram R$ 39.000,00. Primeiramente, vejamos pelo regime não cumulativo: Quadro 3 Valor total da Nota Fiscal de Entrada R$ 22.000,00 Valor total dos produtos R$ 20.000,00 (-) IPI embutido na compra -10% R$ 2.000,00 (-) ICMS embutido na compra -18% R$ 3.600,00 (-) PIS embutido na compra -1,65% R$ 330,00 (-) COFINS embutido na compra -7,60% R$ 1.520,00 Custo Líquida da compra = R$ 14.550,00 Quadro 4 Valor total da Nota Fiscal de Saída R$ 42.900,00 Valor total dos produtos R$ 39.000,00 (-) IPI embutido na venda -10% R$ 3.900,00 (-) ICMS embutido na venda -18% R$ 7.020,00 (-) PIS embutido na venda -1,65% R$ 643,50 (-) COFINS embutido na venda -7,60% R$ 2.964,00 Receits Líquida da Vendas = R$ 28.372,50 Chama-se de ‘crédito’ o imposto pago pela empresa em razão da compra do material, As receitas obtidas com as vendas geram ‘débito’ de imposto. A apuração do que é devido pela empresa é resultado do confronto entre ‘débitos’ e ‘créditos’ de impostos gerados nas operações fiscais. Quadro 5 Débito do Imposto Crédito do Imposto Tributo devido pela Venda (A) pela Compra (B) (A - B) IPI R$ 3.900,00 R$ 2.000,00 R$ 1.900,00 ICMS R$ 7.020,00 R$ 3.600,00 R$ 3.420,00 PIS R$ 643,50 R$ 330,00 R$ 313,50 COFINS R$ 2.964,00 R$ 1.520,00 R$ 1.444,00 Total R$ 14.527,50 R$ 7.450,00 R$ 7.077,50 Tributo Apuração dos Tributos a serem recolhidos O tributo devido é o mesmo quando aplicada a respectiva alíquota somente sobre o valor agregado pela empresa. Por isso, muito tributaristas e profissionais da área defendem a 30 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços criação no Brasil do chamado IVA – Impostos sobre Valor Agregado, para reunir todos os esses tributos não cumulativos em um único, com alíquotas reduzidas. Produtos Vendidos = R$ 39.000,00 Produtos Comprados = -R$ 20.000,00 Valor Agregado = R$ 19.000,00 Quadro 6 Tributos Valor agregado Alíquota Tributo devido IPI R$ 19.000,00 10,00% R$ 1.900,00 ICMS R$ 19.000,00 18,00% R$ 3.420,00 PIS R$ 19.000,00 1,65% R$ 313,50 COFINS R$ 19.000,00 7,60% R$ 1.444,00 R$ 7.077,50Total Já no regime cumulativo, a empresa não tem direito a nenhum crédito do PIS e da COFINS, apesar de recolher essas contribuições por uma alíquota menor. Quadro 7 Valor total da Nota Fiscal de Entrada R$ 22.000,00 Valor total dos produtos R$ 20.000,00 (-) IPI embutido na compra -10% R$ 2.000,00 (-) ICMS embutido na compra -18% R$ 3.600,00 (-) PIS embutido na compra 0,00% R$ 0,00 (-) COFINS embutido na compra 0,00% R$ 0,00 Custo Líquida da compra = R$ 16.400,00 Quadro 8 Valor total da Nota Fiscal de Saída R$ 42.900,00 Valor total dos produtos R$ 39.000,00 (-) IPI embutido na venda -10% R$ 3.900,00 (-) ICMS embutido na venda -18% R$ 7.020,00 (-) PIS embutido na venda -0,65% R$ 253,50 (-) COFINS embutido na venda -3,00% R$ 1.170,00 Receits Líquida da Vendas = R$ 30.556,50 31 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Quadro 9 Débito do Imposto Crédito do Imposto Tributo devido pela Venda (A) pela Compra (B) (A - B) IPI R$ 3.900,00 R$ 2.000,00 R$ 1.900,00 ICMS R$ 7.020,00 R$ 3.600,00 R$ 3.420,00 PIS R$ 253,50 R$ 0,00 R$ 253,50 COFINS R$ 1.170,00 R$ 0,00 R$ 1.170,00 Total R$ 12.343,50 R$ 5.600,00 R$ 6.743,50 Tributo Apuração dos Tributos a serem recolhidos Ressaltamos que os créditos de PIS e COFINS no regime não cumulativo também podem ser obtidos através de outros encargos suportados pela empresa, como pela depreciação calculada sobre bens do Ativo Imobilizado, despesas com energia elétrica e aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos. Por isso, é impossível afirmar qual regime (cumulativo ou não cumulativo) é mais interessante para a empresa antes de um planejamento tributário mais profundo. Por exemplo, este planejamento tributário, focando especialmente os tributos sobre vendas, deve levar em consideração se o volume de compras é próximo ao volume de vendas, pois assim, pelo regime não cumulativo, o total de ‘créditos’ de tributos será muito próximo ao total de ‘débitos’, levando a empresa a arcar com uma carga tributária menor. IPI na base de cálculo do ICMS Muito embora o ICMS seja um tributo que deve ser calculado por dentro, sobre o preço dos produtos vendidos, e o IPI deva ser calculado por fora, há casos em que o segundo imposto deve fazer parte da base de cálculo do primeiro. Isso acontece quando a empresa em análise está efetuando uma venda para um cliente que não é contribuinte de IPI ou de ICMS, como nas vendas para consumidor final ou a empresas exclusivamenteprestadoras de serviço, quando os produtos vendidos serão destinados a uso ou consumo próprio. Quando isso acontecer, adaptar-se-á a fórmula a seguir. Exemplo 3 Se a “Indústria de Eletrodomésticos ‘Do Lar’ Ltda.”, do Exemplo 1 efetuar suas vendas diretamente para o consumidor final ou para um conglomerado hoteleiro que utilizará suas geladeiras nos restaurantes da rede, deverá ser calculado o preço de venda com o ICMS incidindo sobre o produto mais o IPI. Para isso, basta multiplicar a alíquota do ICMS pela alíquota do IPI. ICMS = %ICMS x (1 + %IPI) ICMS = 0,18 x (1+0,05) = 18,90% 32 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços As alíquotas extraídas do Quadro 2 da fórmula para cálculo do preço de venda a vista serão alteradas, haja visto que a alíquota que adotaremos para o ICMS é calculada acima. P.V. VISTA = x (1 + 0,05) = R$ 1.332,51 O uso do mark-up Por último, salientamos também que a fórmula deriva do já difundido conceito de mark- up – que significa remarcação para cima, em uma tradução livre -, um índice que, uma vez aplicado sobre os custos diretos de um determinado bem ou serviço, permite a obtenção do seu preço de venda. O mark-up pode então ser definido como um índice ou percentual que irá adicionar-se aos custos e despesas, podendo ser utilizado em duas versões: Mark-up divisor = 1 - ∑ Taxas percentuais Mark-up multiplicador = 1___________ 1 - ∑ Taxas percentuais Não obstante, a soma das taxas percentuais deve ser a expressão de todos os elementos que compõem a estrutura de custos da empresa, para os quais o preço final do produto deve ser o suficiente para supri-los, tais como o custo dos produtos propriamente, despesas de caráter administrativo e comercial, impostos e, obviamente, o lucro. Não se deve, portanto, confundir o mark-up com a margem de lucro que se pretende alcançar com a venda do produto, posto que, além da lucratividade pretendida, o mark- up traz consigo também outros gastos que foram adicionados ao custo para a formação do índice e por conseguinte o preço de venda final do produto. Segundo Bernardi (1998), um mark-up multiplicador de ‘2’ é por vezes entendido erroneamente como o mesmo que obter uma lucratividade de 100% sobre o custo de um produto. Se existem embutidos nesse índice de ‘2’ impostos e outras despesas que precisam ser pagos com o resultado da venda, é certo que não restará um lucro de 100% sobre os custos. Como forma de auxiliar os gestores na estruturação das taxas percentuais utilizadas na fórmula, apresenta-se abaixo um modelo de planilha. Exemplo 4 A Indústria de Eletrodomésticos ‘Do Lar’ Ltda. possui uma planilha para o cálculo de seus preços de venda onde descreve cada um dos itens que devem ser embutidos no preço de seus produtos a fim de que estes sejam suficientemente capazes de suprir os valores ali listados. Para o produto geladeira, por exemplo, existe a seguinte discriminação procedida para o mês de novembro do ano corrente, com base nas demonstrações contábeis nos meses anteriores: 33 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Quadro 10 Mês: Novembro Unidade (R$) 1 Custo do Produto R$ 953,95 2 Custo do Serviço - 3 Custo da Mercadoria - 4 Despesas Fixas de Vendas - 5 Despesas Fixas Administrativas - 6 Lucro Desejado - 7 Total R$ 953,95 Mark-up % 8 ICMS 18,00% 9 PIS 0,65% 10 COFINS 3,00% 11 ISS - 12 Comissões 2,00% 13 Embalagens 1,50% 14 Frete 2,50% 15 Publicidade 1,00% 16 Despesas Fixas de Vendas 5,52% 17 Despesas Fixas Administrativas 8,00% 18 Lucro Desejado 10,00% 19 IRPJ 1,20% 20 CSLL 1,08% 21 Total 54,45% 22 Mark-up divisor 0,4555 23 Mark-up multiplicador 2,1954 24 Preço de Venda a Vista (Linha 7 x 23) 2.094,29R$ 25 IPI = 5% (Linha 24 + Alíquota do IPI) 2.199,01R$ Planilha para cálculo do preço de venda Empresa: Ind. De Eletrodomésticos 'Do Lar' Produto/Mercadoria/Serviço: Geladeira Adaptando uma Demonstração de Resultado do Exercício, podemos checar que o resultado apurado em cada venda de geladeira pela metodologia proposta é condizente com a estrutura de custos listados na planilha, inclusive com a soma do IPI, que deve ser calculado por fora. 34 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Quadro 11 R$ (%) Receita Operacional Bruta Vendas 2.199,02 105,00% (-) Tributos por fora IPI s/vendas 104,72- -5,00% (=) Receita Líquida de Tributos por fora 2.094,30 100% (-) Tributos por dentro ICMS s/vendas -376,97 -18,00% PIS s/vendas -13,61 -0,65% COFINS s/vendas -62,83 -3,00% (=) Receita Operacional Líquida 1.640,89 78,35% (-) Custo das Vendas Custo do Produto Vendido -953,95 -45,55% (=) Lucro Operacional Bruto 686,94 32,80% (-) Despesas Operacionais Despesas Fixas de Vendas -115,61 -5,52% Despesas Fixas Administrativas -167,54 -8,00% Comissões -41,89 -2,00% Embalagens -31,41 -1,50% Fretes -52,36 -2,50% Publicidade -20,94 -1,00% (=) Lucro Operacional Líquido 257,19 12,28% (=) Lucro antes do IRPJ e CSLL 257,19 12,28% (-) Provisão para imposto de renda -25,13 -1,20% (-) Provisão para contribuição social -22,62 -1,08% (=) Lucro do Produto 209,44 10,00% Novembro Demonstração do Resultado Apurado na Venda de cada produto Produto: Geladeira Vale lembrar que os modelos acima têm a finalidade de servir como orientação, devendo ser adaptados de acordo com as peculiaridades de cada empresa e dos produtos por ela comercializados. A vantagem dessa metodologia é que no mark-up estão inclusas todas aquelas outras despesas necessárias para a manutenção das atividades da empresa, tais como comerciais e administrativas, além do percentual almejado como retorno do capital investido, que é lucro. O índice abrange assim todos os gastos fixos globais e comuns à empresa, até mesmo despesas fixas administrativas e com vendas, que sempre são um problema para o cálculo dos preços. Como não há uma forma de identificação precisa desse tipo de despesa com cada produto, requer-se que seja estimado um percentual médio desses valores sobre as vendas, que pode ser calculado com base no histórico de registros contábeis, através, por exemplo, das DREs dos últimos 12 meses. FORMAÇÃO DE PREÇOS PARA VENDAS A PRAZO Para a formação de preços de venda a prazo, ou seja, para vendas com recebimento futuro, precisamos calcular os preços adicionando um custo financeiro, com a cobrança de uma taxa de juros de mercado, tomando como referencial as instituições financeiras. 35 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Podemos, para tanto, adequar a clássica fórmula para cálculo do valor futuro de um capital. P.V. PRAZO = P.V. VISTA Exemplo 5 Repetindo os mesmos dados do exemplo anterior, calculemos qual deverá ser o preço de venda praticado pela “Indústria de Eletrodomésticos ‘Do Lar’ Ltda.” considerando que normalmente é concedido um prazo de pagamento de 90 dias aos clientes, e ainda que o custo do capital para a empresa é de 3,5% a.m.? P.V. PRAZO = R$ 2.199,02 = R$ 2.438,09 Ressalta-se que o cálculo através da supracitada fórmula é para pagamentos efetuados em uma única vez, muito comuns em alguns ramos de atividades quando a empresa necessita de um prazo para a produção, em que o cliente faz a encomenda, levando a empresa a ter que calcular os preços hoje, mas com a entrega programada para uma data futura. Para prazos de parcelamento interpolados, onde se divide a venda em um número fixo de parcelas, mais comum no varejo, aplicamos a fórmula a seguir, calculando um índice que será aplicado sobre o preço a vista. Índice = x i – 1 A “Indústria de Eletrodomésticos ‘Do Lar’ Ltda.”, ao parcelar as suas vendas em 12 vezes, praticando a mesma taxa de juros vigente de 3,5% a.m., deverá proceder ao seguinte cálculo. Índice = x 0,035 = 0,0528874030 = 0,1034839493– 1 0,5110686573 Portanto serão 12 parcelas de R$ 227,56, sendo a primeira parcela com vencimento dentro de 30 dias. Em casos de parcelamentos em que se exige uma entrada, o cálculo deve ser realizado sobre o valor remanescente. Suponhamos que a venda seja realizada com uma entrada de 20% do valor da geladeira e mais 12 parcelas. Entrada = R$ 2.199,02 – R$ 439,80 = R$ 1.759,22 P = R$ 1.759,22 x 0,1034839493 = R$ 182,05 36 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 2.2 CASES E EXERCÍCIOS 1. Identificar os itens a seguir relacionados como: I. Investimentos C. Custos D. Despesas ( ) Salários do departamento administrativo ( ) Seguros das máquinas da fábrica ( ) Salários dos operários da fábrica diretamente ligados à produção ( ) Salários dos operários da fábrica encarregados da limpeza ( ) Aquisição de Matérias-Primas ( ) Consumo das Matérias-Primas na produção ( ) Comissões de Vendas ( ) Fretes e Seguros sobre Vendas ( ) Aquisição de Equipamentos ( ) Seguros dos Equipamentos da fábrica ( ) Aquisição de Embalagens ( ) Embalagens consumidas ( ) Juros Passivos ( ) Aquisição de material de escritório ( ) Material de escritório da administração consumido no período ( ) Energia elétrica da sede da sociedade ( ) Energia elétrica da fábrica ( ) Depreciação dos móveis e utensílios do departamento administrativo ( ) Encargos sociais dos operários da fábrica 37 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 2. Indique se a informação é Verdadeira ou Falsa: ( ) Um gasto é uma contrapartida necessária à obtenção de um bem ou serviço. ( ) Um gasto pode ter como contrapartida um investimento, um custo ou uma despesa. ( ) O investimento é um gasto que tem como contrapartida um ativo. ( ) A despesa representa um investimento. ( ) Custo é a aquisição de bens e serviços que se incorporam ao patrimônio. ( ) Na compra de matéria prima temos um investimento. ( ) Custo é o gasto necessário à produção de um bem. ( ) Os gastos posteriores à produção, necessários para a venda e para a administração do produto, também são custos. ( ) A depreciação dos equipamentos industriais faz parte do custo do produto. ( ) Perda anormal é o sacrifício patrimonial involuntário. ( ) Quando da sua aquisição a matéria prima e tratada como custo. 3. Identifique a alternativa que expressa o conceito de Gasto, segundo a terminologia normalmente utilizada na Contabilidade de Custos. (a) Bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. (b) Sacrifício financeiro para obtenção de um produto ou serviço. (c) Saída de recursos com a finalidade de aumentar o ativo. (d) Bem ou serviço consumido, direta ou indiretamente, para a obtenção de receita. (e) Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. 38 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 4. Julgue as afirmações a seguir. I. Na sua aquisição, a matéria-prima é um gasto que imediatamente se transforma em investimento; no momento de sua utilização, transforma-se em custo integrante do bem fabricado; quando o produto é vendido, transforma-se em despesa. II. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas; outros passam, primeiro, pela fase de custos; outros, ainda, passam pelas fases de investimento, custo, investimento, novamente e, por fim, despesa. III. Cada componente que foi custo no processo de produção torna-se, na baixa, despesa; no Resultado, existem receitas e despesas - às vezes ganhos e perdas, mas não custos. Pode-se afirmar que: (a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. (b) Apenas a afirmação I é verdadeira. (c) Apenas a afirmação II é verdadeira. (d) Apenas a afirmação III é verdadeira. (e) Todas as afirmações são verdadeiras. 39 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 5. A Cia. Juliana apresentou os seguintes saldos em determinado período contábil: - Matéria-prima R$ 1.000 - Mão-de-obra direta R$ 500 - Salário da administração R$ 400 - Manutenção da fábrica R$ 80 - Energia elétrica das máquinas da fábrica, medida globalmente R$ 220 - Aluguel do prédio administrativo R$ 50 - Depreciação da fábrica R$ 100 - Materiais indiretos R$ 350 - Seguros da fábrica R$ 120 - Salário do setor de faturamento R$ 85 - Mão-de-obra indireta R$ 700 Pede-se: Calcular a) Os valores dos custos diretos; b) Os valores dos custos indiretos de fabricação; c) Os valores dos custos de produção. 40 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Espaço reservado para resolução da questão 41 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 6. Dados extraídos da Contabilidade da Cia. Aline: - Matéria-prima comprada no mês R$ 400 - Devolução de parte da matéria-prima comprada no mês R$ 50 - Mão-de-Obra Direta do mês R$ 800 - Custos indiretos de fabricação incorridos no mês R$ 300 - Estoque final de produtos em elaboração R$ 200 - Estoque final de matéria-prima R$ 100 - Estoque inicial de produtos acabados R$ 150 - Estoque inicial de produtos em elaboração R$ 200 - Não havia outros estoques iniciais ou finais. Pede-se: Calcular a) Os valores dos custos de produção do mês; b) Os valores dos custos da produção acabada no mês; c) Os valores dos custos da produção vendida no mês. 42 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Espaço reservado para resolução da questão 43 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 7. Considere os saldos abaixo extraídos da Contabilidade da Cia. Gabriel, correspondentes ao mês de janeiro de 2014, e as informações adicionais sobre a posição dos estoques. Nomenclatura (valores em R$) Mão-de-obra direta 48.000 Materiais diretos 260.000 Seguros de fábrica 3.000 Mão-de-obra indireta 30.000 Depreciação administração 10.000 Vendas 461.000 Salários departamento de vendas 7.000 Materiais indiretos 4.000 Depreciação fábrica 15.000 Energia elétrica fábrica, medição global 40.000 Salários setor administrativo 4.000 Total 882.000 Posição dos estoques: Saldos no mês de janeiro Início Fim Matéria-prima 30.000 10.000 Produtos em fabricação 25.000 35.000 Produtos acabados 35.000 25.000 Pede-se: Calcular a) O valor dos custos apropriados à produção; b) Os valores do custo dos produtos fabricados; c) Os valores do custo dos produtos vendidos; d) O valor do lucro bruto. Edmar Nota MOD MD CIF Despesas Receita Despesas CIF CIF CIF Despesas 44 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Espaço reservado para resolução da questão 45 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 8. Indique se a informação é Verdadeira ou Falsa: ( ) Um custeio por absorção engloba todos os custos variáveis, tratando os custos fixos como despesas. ( ) O custeio direto fere os princípios fundamentais de contabilidade, em especial, o regime de competência. ( ) O custeio direto não é aceito pelo fisco, por antecipar o reconhecimento de despesas. ( ) O custeio por absorção nãoé aceito pelo fisco, por postergar o reconhecimento de receitas. ( ) O custeio por absorção atende aos princípios fundamentais de contabilidade, por incluir todos os custos necessários para serem confrontados com a receita, por ocasião da venda do produto. ( ) No sistema denominado de custeio variável o lucro dos produtos vendidos é formado pelo valor total das vendas, deduzido dos custos variáveis totais. ( ) O valor total dos custos com matérias-primas mais o valor total dos custos com mão-de-obra direta, aplicados em um produto, é denominado custo primário. ( ) A margem de contribuição é apurada comparando- se as receitas de vendas com a soma dos custos com matérias-primas e mão-de-obra aplicadas na produção. ( ) Na hipótese de uma economia sem inflação, isto é, sem alteração nos custos de produção, podemos afirmar que os custos totais da indústria são independentes do volume de produção. ( ) Se a inclusão de determinada matéria-prima, na produção de um produto único, for obrigatória, esse gasto constitui-se em um custo fixo. ( ) No custeio por absorção apropriam-se aos produtos elaborados todos os custos de produção, quer fixos, quer variáveis, quer diretos ou indiretos, e tão somente os custos de produção. ( ) Os custos fixos tendem a ser muito mais um encargo para que a empresa possa ter condições de produção do que sacrifício para a fabricação específica desta ou daquela unidade. Assim sendo, não há, normalmente, grande utilidade para fins gerenciais no uso de um valor onde existem custos fixos apropriados. ( ) Quando se apropriam custos fixos aos produtos, o custo de determinado produto pode variar em função não só de seu volume, mas também em função da quantidade dos outros bens fabricados. Edmar Nota F V V F V V V V F F V V 46 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços ( ) No custeio variável ou custeio direto só são alocados aos produtos os custos diretos, ficando os fixos e os indiretos variáveis separados e considerados como despesas do exercício, indo diretamente para o Resultado. ( ) A requisic ̧ão de material direto ou indireto para a produc ̧ão de determinado bem representa custos de transformação. ( ) Em uma empresa de calc ̧ados, os custos relativos a embalagens devem ser classificados como custos diretos e primários. ( ) O valor normal do desperdício ou sobra de matéria prima no processo produtivo deve ser incluído como custo do período. ( ) Os custos indiretos são aqueles gastos que necessitam de um critério de rateio, pois não são facilmente identificáveis. São exemplos de custos indiretos o aluguel da fábrica, a mão de obra indireta e a manutenção da fábrica. ( ) Os custos variáveis dependem da quantidade produzida e estão diretamente relacionados com o volume de produção. Se não houver produção, não haverá custos variáveis. ( ) Os custos diretos são aqueles gastos que independem das quantidades produzidas e permanecem constantes em determinado intervalo de volume de produção. ( ) A depreciação de uma máquina que é utilizada na produção de vários tipos de produtos deve ser classificada como custo direto de fabricação. ( ) Nos custos de transformação de estoques incluem os custos indiretos de produção variáveis, que variam conforme a quantidade produzida. Os custos indiretos de produtos fixos, que independem do volume da produção, são considerados despesas operacionais, não compondo o lucro bruto. ( ) A identificação dos custos fixos e variáveis é um fator relevante nos processos decisórios das organizações. Nesse sentido, é preciso atentar para o fato de que, em determinada faixa de produção, os custos fixos unitários decrescem com o aumento da produção, e os custos unitários variáveis são fixos. ( ) O custo total é a soma dos custos fixos com os custos variáveis da empresa ou dos custos diretos mais os custos indiretos de fabricação. ( ) Em uma empresa industrial, cuja política de pagamentos estabelece que as compras sejam pagas com trinta dias contados a partir da data da aquisição, a matéria-prima representa uma despesa, no momento em que é adquirida pela empresa, e um custo, ao ser consumida no processo produtivo. ( ) Os vencimentos do auditor responsável exclusivamente pela atividade de preparação das auditorias — levantamento de dados e de informações para subsidiar a realização dos trabalhos — são classificados como custos indiretos. Edmar Nota F F F V V V V F Edmar Nota F Edmar Nota Edmar Nota V Edmar Nota F Edmar Nota f 47 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços ( ) A empresa Seringueira S.A. produtora de mangueiras industriais efetuou o pagamento do frete relativo ao transporte de produtos acabados que estavam armazenados no porto, a caminho do cliente. Referido frete decorreu da devolução de venda, por atraso na entrega. Dessa forma, o custo do frete deverá ser lançado como despesa. ( ) Considerada a relação entre o valor total de um custo e o volume produzido em determinada unidade de tempo, os custos são classificados em fixos e diretos. ( ) A empresa Chão de Fábrica Ltda. identificou que seus maiores gastos no mês de março de 2012 foram relacionados à mão de obra direta e aos impostos sobre a venda. Esses gastos são considerados, respectivamente, como despesa direta e despesa fixa. ( ) Na terminologia de custos, são custos de conversão ou transformação: mão de obra direta e mão de obra indireta. 9. A empresa Mariana calcula os custos de seus produtos utilizando dois métodos: o método do custeio por absorção e o método do custeio variável. Os Estoques iniciais eram “zero”, a produção do mês foi de 8.000 unidades totalmente acabadas, foram vendidas no mês 6.000 unidades. No fechamento do mês foram apurados os seguintes resultados líquidos finais: Lucro de R$ 348.750,00 no custeio por absorção, e lucro de R$ 345.000,00 no custeio variável. Para atingir esses valores de resultado, a empresa manteve os custos variáveis correspondentes a 40% do preço de venda praticado. Calcule: a) Os valores correspondentes ao preço de venda unitário; b) Os valores correspondentes aos custos variáveis unitários; c) Os valores correspondentes aos custos fixos totais. Edmar Nota V Edmar Nota F Edmar Nota F Edmar Nota V Edmar Nota A = 100.000 B = 40 C = 15.000 48 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Espaço reservado para resolução da questão 49 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 10. A indústria ABC possui três departamentos: X, Y e Z. Os gastos em cada um desses departamentos totalizam $ 2.000, $ 4.000 e $ 6.000, respectivamente. Sabe-se que, no Depto. X, são consumidos 70% das horas de trabalho em função do produto A e 30% em função do produto B. O Depto. Y, responsável pela cotação de preços de matéria-prima, consome 30% de seu tempo em função do produto A e 70% em função do produto B, conforme constatado por meio do número de cotações feitas por produto. O Depto. Z presta serviços aos Departamentos X e Y, e, com base nos serviços prestados a eles, constatou-se que o Depto. X recebeu 150 atendimentos, enquanto que o Depto. Y recebeu 100 atendimentos. Pede-se: Calcule os custos a serem alocados aos produtos A e B, respectivamente, empregando o critério ABC (para rateio de custos indiretos). 50 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços Espaço reservado para resolução da questão 51 Gestão de Custos e Formação Estratégica de Preços 11. A Cia. Industrial Marize S/A fabrica e vende dois produtos: X e Y. No último mês analisado, a empresa produziu
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