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MÚSICA Uma das definições mais comuns adotadas é a do mestre e compositor brasileiro João Sacramento Neto, o qual diz que “a Música é a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma, mediante o som”. Podemos afirmar então, que a música é uma arte com a qual é possível expressar nossos mais variados sentimentos por meio do som. Outra definição mais técnica e objetiva (extraída do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira), diz que “a Música é a Arte e Ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido”. Elementos Fundamentais da Música A Música é composta fundamentalmente por três elementos: I. RITMO – É o elemento primordial, proveniente da noção de duração. O ritmo é uma forma ordenada de medir o tempo, é o movimento de sons que pode ser regulado por sua maior ou menor duração. Em nosso hinário, o ritmo é a própria sucessão dos sons dentro do tempo, ou seja, é determinado pela fórmula de compasso, a qual iremos estudar mais adiante. II. MELODIA – É formada por uma sucessão de sons que variam de acordo com a duração, altura e intensidade. Ela é subordinada ao ritmo e tem sua origem nas inflexões da palavra, nas exclamações, no silêncio ou no próprio sentimento que se procura exprimir. Basicamente, é o ato de combinar os sons de maneira sucessiva, ou seja, um após o outro. III. HARMONIA – É o resultado da execução dos sons expressos simultaneamente, ou seja, de uma só vez, de acordo com as leis que regem os agrupamentos sonoros. NOTAS MUSICAIS As notas são símbolos utilizados para dividir e registrar os sons musicais, dando-lhes uma denominação específica. As notas musicais principais, denominadas naturais, são sete: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Nos países de língua inglesa e germânica, as notas são representadas por letras: A B C D E F G Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol O que originou o sistema de cifras, usado para resumir o comportamento harmônico. Essas notas, quando ouvidas sucessivamente, formam uma série de sons a qual se dá o nome de ESCALA. Representação Gráfica do Som A escrita musical recebe o nome de notação musical, que é um conjunto de sinais que compõe a música. Os sons musicais, ou seja, as notas, são representados graficamente sobre uma pauta composta por cinco linhas horizontais, paralelas e equidistantes, que denominamos PENTAGRAMA ou PAUTA. Pentagrama, do grego: penta = cinco e grama = linha. Essas linhas e, os respectivos espaços por elas originados, são contadas de baixo para cima. Linhas Espaços Linhas e Espaços Suplementares Muita das vezes, ao se compor uma melodia, a Pauta pode não ser suficiente para conter a altura de todos os sons em determinados momentos musicais. Então o compositor necessita de utilizar o recurso das linhas e espaços suplementares, que podem ser acrescentadas tanto na parte superior, quanto inferior do pentagrama, como veremos na ilustração a seguir: As linhas suplementares, bem como seus respectivos espaços, são contadas sempre partindo do pentagrama, ou seja, na parte superior conta-se de baixo para cima e, na parte inferior, conta-se de cima para baixo. CLAVE A CLAVE é um símbolo colocado no início do pentagrama ou, em alguns casos, colocado no decorrer do discurso musical antecedendo algum trecho específico. Este símbolo exerce um papel importantíssimo na prática musical, pois é o responsável por atribuir nome às notas musicais e sua altura na escala. Segundo o compositor Paschoal Bona, cada Clave dá o seu nome à nota que se assina sobre a mesma linha e, consequentemente, determina o nome de todas as outras que se assentam sobre as demais linhas e espaços, conforme a ordem da escala. Atualmente existem 3 sinais de clave: de Sol, de Fá e de Dó, originadas a partir das letras G, F e C. A ilustração a seguir exemplifica estes símbolos: Notas Musicais e o Seu Valor Se pensar na música como uma linguagem, então as notas são como letras do alfabeto – Elas são básicas para a construção de uma peça musical. Estudar como o valor das notas se encaixam umas nas outras numa peça musical é ainda mais importante que as suas alturas(pitch) musicais, porque se mudar-mos o valor das notas numa peça de música, acabaremos com uma música completamente diferente. As Figuras (ou Valores) foram criadas devido a necessidade de se representar as diversas durações dos sons musicais. Figuras de Notas A figura de nota pode ser dividida em três partes, conforme a ilustração a seguir: Quando dizemos que ela “pode” ser dividida, é porque nem todas as figuras irão conter todas estas partes, como veremos mais adiante. As figuras possuem uma proporção sequencial regular, na qual cada uma vale exatamente a metade da anterior. Na música moderna, tomamos como referência a figura da “semibreve”, que atualmente é a figura de maior valor. O quadro a seguir mostra as figuras musicais utilizadas na música atual e seus respectivos nomes: Se pensarmos numa pizza com 4 fatias, por exemplo, a semibreve seria a pizza inteira, a mínima seria a metade, a semínima seria o equivalente a 1 fatia apenas e assim sucessivamente. Antigamente existiam outras figuras que, com o passar do tempo, aos poucos deixaram de ser utilizadas, as quais possuíam os mesmos princípios de proporcionalidade. Estas figuras estão dispostas no quadro a seguir para efeito de curiosidade: Figuras de Pausas Em meio à organização musical, seria impossível existir uma sucessão infinita de som, sem que houvesse períodos de silêncio. E este silêncio, tão expressivo quanto o som, também necessita de uma simbologia específica para representa-lo, símbolo o qual denominamos “pausa”. Semelhante às figuras das notas, as pausas possuem uma correspondência uniforme e de igual proporção. O quadro a seguir demonstra cada uma das figuras de pausas e seus respectivos valores utilizados na música contemporânea. Como já mencionado, tomamos a semibreve como referência para determinar os demais valores das figuras musicais e, com isto, podemos montar o chamado “Quadro Comparativo dos Valores”, como veremos na ilustração a seguir. DIVISÃO PROPORCIONAL DOS VALORES E para compreendermos melhor o quadro anterior, foi criado outro quadro mais interativo, o qual não exclui a utilização do anterior, apenas o completa. QUADRO MODERNO COMPASSO Simplificadamente, o compasso é definido como um agrupamento ordenado de figuras musicais que se repetem de maneira regular no decorrer do discurso musical. Em outras palavras, seria como dividir uma música em vários “pedacinhos” com valores iguais. BARRA DE COMPASSO Como já vimos anteriormente, a música possui uma linguagem única, a qual é representada por símbolos denominados figuras musicais. E estas figuras são dispostas graficamente em uma pauta. No entanto, para podermos realizar uma leitura compreensível de determinada música, necessitamos de algum recurso que possa ordenar as figuras musicais de maneira organizada e é exatamente para isto que utilizamos os compassos. Os compassos são divididos por barras perpendiculares às linhas da pauta, ou seja, por linhas dispostas verticalmente ao longo do trecho musical, dividindo a música em “pequenos grupinhos de figuras” como ilustrado na imagem a seguir. Na música contemporânea são comumente empregadas 4 tipos de barras, como veremos a seguir: Barra Simples – Utilizada para separar cada compasso de uma música Barra Dupla – Utilizada para indicar a separação de um trecho ou de uma seção. Barra Final – Utilizada para indicar o fim de uma música ou de um trecho musical. Barra de Repetição – Utilizada para indicar que determinado trecho deverá ser executado novamente. Tambémrecebe o nome de Ritornello. TEMPO Quando precisamos mensurar alguma coisa, se faz necessário utilizarmos uma unidade. Por exemplo, quando subimos em uma balança, nosso “peso” é dado em quilograma; para nos referirmos à nossa altura, habitualmente utilizamos o metro; para saber a distância que percorremos em uma estrada utilizamos o quilômetro. Enfim, para cada medida existe uma referência e na música não é diferente. O Tempo, também conhecido como Pulso, é a unidade de medida da música, o qual pode ser definido como um valor determinado na duração do som ou do silêncio. O tempo pode ser agrupado de diferentes maneiras, no entanto, ao se determinar este agrupamento, ele irá se repetir regularmente durante o discurso musical. Quem vai organizar os tempos serão os compassos, que poderão se agrupar dos seguintes modos, constituindo unidades métricas: ♫ Binário (cada compasso possui 2 tempos) ♫ Ternário (cada compasso possui 3 tempos) ♫ Quaternário (cada compasso possui 4 tempos) ♫ Quinário (cada compasso possui 5 tempos) ♫ Setenário (cada compasso possui 7 tempos) Unidade de Tempo e de Compasso ♫ A unidade de tempo (que costumamos abreviar como U.T.) é a figura que preenche 1 (um) tempo dentro do compasso; ♫ A unidade de compasso (que costumamos abreviar como U.C.) é a figura que preenche todo o compasso ou, em outras palavras, é a soma de todas as unidades de tempo do compasso. FÓRMULA DE COMPASSO Na notação musical existem certos padrões a serem obedecidos. Logo no início da pauta (ou pentagrama se preferirem) encontramos informações importantíssimas para a execução daquela composição. Primeiramente observamos o símbolo da clave, que já estudamos anteriormente; em seguida percebemos outros símbolos denominados “sinais de alteração”, que estudaremos mais adiante; e, logo após estes, encontramos alguns números em forma de frações, os quais são conhecidos como Fórmula de Compasso. Esta sequência é um padrão, uma convenção musical, logo não pode ser alterada. Vamos exemplificar este conjunto de simbologia detalhadamente na imagem a seguir: Nestas frações, cada número deve ser analisado separadamente: ♫ O numerador (número de cima) – Indica a quantidade de tempos que cada compasso irá possuir; ♫ O denominador (número de baixo) – Indica o número correspondente à figura que representa a unidade de tempo. E para encontrar esta correspondência utilizamos aquele quadro demonstrado no capítulo anterior que trata da “divisão proporcional dos valores”. A tabela a seguir é pouco mais simplificada e se torna bastante objetiva na análise das fórmulas de compasso. Então, na prática, a fórmula de compasso é lida como a quantidade de determinada figura que será compreendida em cada compasso. Exemplificando: (Se lê “três por quatro”) Sabemos que 3 (número de cima) é a quantidade de figuras e, consultando a tabela anterior, temos que 4 (número de baixo) é o número que representa a figura da semínima. Portanto, três por quatro nada mais é do que três semínimas em cada compasso, ou seja, neste exemplo, em cada compasso teremos sempre o equivalente a três semínimas. É bastante comum substituir a fração que representa a fórmula de compasso por símbolos. A seguir demonstraremos os dois mais comuns: (Devemos ler “quatro por quatro”, que pode ser representado pela letra C) (Devemos Ler “dois por dois”, que pode ser representado pela letra C com uma linha vertical transposta, ou habitualmente chamado de “C cortado”) LIGADURA A ligadura é uma linha curva que colocamos acima ou abaixo das figuras das notas. Dizemos isto pois não existe ligadura nas figuras das pausas. Este é um recurso bastante comum para se aumentar o valor da figura quando se faz necessário. Existem três tipos de ligaduras: Ligadura de Valor – Indica a união de duas figuras da mesma altura, somando seus valores e, obviamente, aumentando sua duração. Ligadura de Portamento – Indica a união de duas figuras com diferentes alturas, resultando numa execução mais harmônica, mais suave. Ligadura de Fraseado – Indica a união de dois ou mais compassos dentro de um trecho musical, advertindo para que não haja interrupção na execução do som até o fim da ligadura. PONTO DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO São outros objetos de recurso na música utilizados para alterar o valor de uma figura musical. PONTO DE AUMENTO É um ponto colocado à direita da figura da nota ou da pausa indicando o aumento da metade de seu valor original. Podemos fazer uso de até três “pontinhos” subsequentes, assim sendo, o 2º ponto terá a metade do valor do 1º e o 3º ponto terá a metade do valor do 2º. Então, somando todos os valores, teremos o valor total que a figura irá possuir. É a pura e simples matemática. Vamos exemplificar com detalhes para ficar mais claro: PONTO DE DIMINUIÇÃO O ponto de diminuição, também conhecido como staccato, é uma simbologia bastante específica na música colocado acima ou abaixo da figura das notas, transformando parte de seu valor em pausa. A seguir iremos demonstrar os três tipos mais comuns. Staccato Simples – Subtrai metade do valor da figura da nota, ou seja, na execução metade do valor é som e outra metade é silêncio. Staccato Brando – Geralmente simbolizado por um ponto em conjunto com a ligadura, indicando um “fraseado” com ligeira interrupção no som; subtrai ¼ do valor da figura da nota, ou seja, na execução ¾ do valor é som e ¼ é silêncio. Staccato Martellato – Simbolizado por um “triangulozinho invertido”, indicando um som seco, semelhante ao do martelo; subtrai ¾ do valor da figura da nota, ou seja, na execução ¼ do valor é som e ¾ é silêncio. COMPASSOS SIMPLES Como já comentado anteriormente, a Unidade de Tempo é aquela figura que corresponde ao valor de 1 tempo dentro do compasso. Para ser caracterizado como COMPASSO SIMPLES, a figura que representa sua unidade de tempo deve ser divisível por 2. Para entendermos melhor esta definição veremos alguns exemplos práticos. Vamos tomar como exemplo três diferentes fórmulas de compasso simples, as quais possuem a mesma unidade de tempo: Agora vamos analisar detalhadamente: Sabemos que o número 4 representa a figura da SEMÍNIMA. Então, nas fórmulas de compasso exemplificadas acima, teremos respectivamente: E voltando à boa e velha matemática, sabemos que proporcionalmente: Bom! Dissemos a pouco que no COMPASSO SIMPLES a figura que representa a unidade de tempo deve ser divisível por 2. Então, após toda esta análise, vamos demonstrar isto em termos gráficos: No compasso simples, o número de cima da fórmula de compasso SEMPRE será 2, 3, 4, 5 e 7, no entanto para nossa aula se tornar mais específica, não exemplificamos os dois últimos, os quais são comumente utilizados em outras culturas. Então, para efeito prático, sempre que observarmos os números 2, 3 ou 4 na parte de cima da fração estamos nos referindo a compassos simples. Vejamos alguns exemplos mais comuns: COMPASSOS COMPOSTOS Agora a ideia vai mudar um pouquinho, pois para ser considerado um COMPASSO COMPOSTO, a figura que representa sua unidade de tempo deve ser subdividida em três partes, ao contrário do compasso simples que, como acabamos de ver, é divisível por 2. Mas como o objetivo deste trabalho é tornar a teoria musical o mais descomplicado possível, vamos tratar deste assunto com bastante calma. Para que uma figura tenha uma subdivisão ternária, ou em outras palavras, para que ela possa ser dividida em três “pedacinhos”, é necessário que esta figura seja pontuada. Vejamos o motivo no exemplo abaixo: Utilizandonovamente a figura da semínima como exemplo, percebemos que a figura por si só, é dividida apenas em duas partes. No entanto, quando acrescida de um ponto de aumento, conseguimos subdividi-la em três. Portanto, nos compassos compostos, a figura que irá representar a unidade de tempo deverá ser uma figura pontuada. Assim sendo, esta figura NÃO APARECERÁ DIRETAMENTE na fórmula de compasso, pois naquele quadro comparativo dos valores que utilizamos anteriormente não possui nenhum número que representa uma figura pontuada. Vejamos como fica a análise mais detalhada dos compasso compostos então. Utilizaremos uma fórmula de compasso bastante comum: Sabemos que o número 6 representa a quantidade e que 8 é o número correspondente a figura da colcheia. Relembrando: Logo, para um compasso composto cuja fórmula seja “seis por oito”, em cada compasso teremos sempre o equivalente a 6 COLCHEIAS. Como dissemos no início deste assunto, a Unidade de Tempo dos compassos compostos é subdividida em três partes. Então agora, vamos definir a unidade de tempo do exemplo acima: Concluindo, para uma fórmula de compasso “seis por oito” a unidade de tempo será representada pela figura da SEMÍNIMA PONTUADA. Esta mesma análise que fizemos se aplica a qualquer outra fórmula de compasso composto. Nos COMPASSOS COMPOSTOS, o número de cima da fórmula de compasso SEMPRE será 6, 9, 12, 15 e 21, no entanto, para simplificarmos, novamente não iremos considerar os dois últimos. Então, sempre que observarmos os números 6, 9 ou 12 na parte de cima da fração estamos nos referindo a compassos compostos. Vejamos alguns exemplos mais comuns: FERMATA Esta é uma simbologia bastante específica na notação musical. Pode ser colocada abaixo ou acima de uma figura musical indicando um prolongamento na duração do som além do valor original da figura. Lembramos que a Fermata não possui um valor determinado, ou seja, ela varia em função da interpretação do executante ou do regente. No entanto, é habitual dobrar o valor da figura afetada por este símbolo. Ela também recebe outros nomes tais como coroa, infinito, calderón, entre outros, provenientes de culturas estrangeiras. Quando colocamos este símbolo em uma figura de pausa, ele passa a ser chamado de suspensão. Podemos ainda acrescentar sobre a fermata as palavras LONGA ou CURTA, indicando uma sustentação maior ou menor do som. Na música moderna alguns autores vão além e modificam o símbolo da fermata para representar uma duração mais aproximada, tornando-a quadrada, triangular e assim por diante. Porém este não é o uso habitual do símbolo. Em geral, a fermata é usada nas figuras de nota e de pausa, mas em algumas situações a fermata também pode ser utilizada sobre as barras de compasso, indicando o término de uma seção, por exemplo. INTERVALOS Simplificadamente, o intervalo pode ser definido como a diferença de altura existente entre dois sons, ou em outras palavras, a distância entre duas notas. De acordo com a quantidade de sons contidos entre a primeira e a última nota, podemos nomeá-los como intervalo de 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e assim por diante... Os intervalos são classificados da seguinte maneira: Simples – Quando ele fica contido dentro de uma oitava apenas, ou seja, se do primeiro até o último som não ultrapassar o limite de oito notas. Composto – Quando ele excede o limite de oito notas, ultrapassando a oitava. Os intervalos também podem ser chamados de: Melódico – Quando as duas notas são ouvidas sucessivamente, ou seja, ouve-se primeiro uma e depois a outra: ♫ É considerado Ascendente: quando a primeira nota for mais grave que a segunda ♫ É considerado Descendente: quando a primeira nota for mais aguda que a segunda Harmônico – Quando ambas as notas são ouvidas simultaneamente, ou seja, ouve-se as duas notas de uma só vez. Os intervalos ainda podem ser qualificados como Justos (J), Maiores (M), Menores (m), Aumentados (Aum) e Diminutos (dim), de acordo com a distância formada entre uma nota e outra. SINAIS DE ALTERAÇÃO Os sinais de alteração ou acidentes, como também são chamados, são pequenos símbolos na notação musical utilizados para modificar a entoação das notas, ou em outras palavras, modificam a altura dos sons. Abaixo demonstraremos quais são estes sinais e qual a função de cada um no discurso musical: No próximo capítulo estudaremos sobre os tons e semitons, portanto não iremos nos preocupar com estes termos neste momento. Tanto os sustenidos quanto os bemóis obedecem a uma sequência sistemática que NUNCA se altera. Vejamos estas sequências na ilustração abaixo: Os sinais de alteração podem se apresentar das seguintes maneiras: Acidentes Fixos – Dizemos que estes acidentes constituem a “armadura da clave”, ou seja, são colocados sempre após o sinal da clave e antes da fórmula de compasso. Indica que todas as notas constantes na armadura da clave serão alteradas do início ao fim da música. Acidentes Ocorrentes – São acidentes que aparecem no decorrer de um trecho musical. Indica que APENAS naquele compasso haverá uma modificação de altura que não foi prevista na armadura da clave. Acidentes de Precaução – Como o nome já diz, são acidentes utilizados para prevenir eventuais erros de leitura, geralmente em execuções muito rápidas em que certos trechos tendem a levar o músico a uma leitura equivocada de determinada nota. É habitual grafar estes acidentes entre parênteses. TOM E SEMITOM Como nosso trabalho aqui tem por objetivo descomplicar a teoria que envolve a música, tentamos expor os temas o mais simplificadamente possível. Então, de maneira bastante objetiva, podemos dizer que SEMITOM é o menor intervalo existente entre dois sons que nosso ouvido é capaz de perceber e classificar. O TOM, por sua vez, também é um intervalo entra dois sons, no entanto ele é formado por dois (2) semitons, ou em outras palavras, um tom é a soma de dois semitons. FORMAÇÃO DO TOM Existem duas classes de Semitons: SEMITOM CROMÁTICO – Formado por duas notas de nomes iguais e com sons diferentes (entoação distinta) SEMITOM DIATÔNICO – Formado por duas notas de nomes e sons diferentes Outro detalhe importante é que na formação do tom, sempre um dos semitons será cromático e o outro será diatônico. Podemos confirmar isto no exemplo abaixo: Como já comentado, o semitom é o menor intervalo entre dois sons possível de perceber com nossos ouvidos, todavia, teoricamente sabemos que ainda existem partes menores. Com base em cálculos matemáticos e por meio de aparelhos de acústica os físicos conseguiram provar que o TOM na verdade se divide em nove pequenas partes. Estes pequenos pedacinhos do som são denominados COMAS. E esta teoria ainda vai além, pois foi descoberto que existe uma diferença de uma coma entre o semitom cromático e o diatônico. Isto, no entanto, acabou gerando certa discordância durante algum tempo, pois os músicos e os físicos possuíam ideias diferentes no que diz respeito à quantidade de comas contidas em cada semitom. Vejamos a ilustração abaixo para entendermos melhor: Então, para extinguir esta pequena diferença, foi estabelecido um sistema que iguala os dois semitons em partes perfeitamente idênticas sem que haja qualquer deformação no som, ou seja, tanto o semitom cromático quanto o diatônico passaram a possuir 4½ Comas. Este princípio foi denominado Sistema Temperado, nome que deu origem à classificação dos instrumentos temperados, como por exemplo o piano, em que é possível executar certos bemóis e sustenidos utilizando a mesma tecla sem que haja prejuízo algum no som. Dinâmica musical A dinâmica musical é a intensidade do som (para o caso do piano) ou a sensação que determinado trecho musical poderá transmitir. Os símbolos mais usadospara registrar a intensidade do som são na partitura: Pianíssimo O pianíssimo indica: volume muito baixo, toque muito suave. Piano O piano indica: volume baixo, toque suave. Forte O forte indica: volume alto, toque pesado. Fortíssimo O fortíssimo indica: volume muito alto, toque muito pesado. Outros símbolos de dinâmica musical A título de curiosidade, a palavra “dinâmica” vem do grego dynamos, que significa força.