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Fratura de Monteggia em canino

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1
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ALESSANDRA LEÃO DE AZEVEDO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Porto Alegre
2020
ALESSANDRA LEÃO DE AZEVEDO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Relatório Estágio Curricular entregue ao Supervisor da Instituição como parte da avaliação da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado.
Supervisora IES: Bruna Zafalon da Silva
Supervisor local: Leandro Gaiga
Porto Alegre
2020
AGRADECIMENTOS
Enfim chegou a hora de encerrar um ciclo e recomeçar um novo, chegou o momento que tanto sonhei, lutei e esperei, mas que não estaria se concretizando se não tivesse o total apoio e confiança de pessoas que muitas vezes acreditarammais do que eu que tudo isso seria possível. 
Agradeço a fidelidade de Deus em cada passo dado até aqui. Eu nunca estive sozinha, pois sóTua presença me basta.
Agradeço a minha família e amigos que entenderam as minhas ausências e não mediram esforços para me ajudar a chegar até aqui. 
Agradeço ao meu trio inseparável (aqui que caem as lágrimas): Renatinha, Thamires e Bruna. Foram aproximadamente 1.200 dias letivos, 4.800 horas, 288.000 minutos que estivemos juntas, fazendo trabalhos, estudando madrugadas juntas para as provas teóricas, treinando habilidades para as práticas do grupo, tomando um café e fumando um cigarrinho, fomos para o campo e expointer, brigamos e nos acertamos muitas vezes e eu faria tudo de novo, vocês foram a melhor parte dessa longa jornada, vocês são a minha saudade diária, vocês são as minhas amigas que a veterinária me deu pra toda a vida. Obrigada, obrigada e obrigada mil vezes. Eu amo nosso quarteto.
Agradeço aos meus professores que foram fundamentais para a conclusão do curso, concederam anos de parceria, empenho e dedicação, me proveram o bem mais valioso e que não tem preço, mas um descomunal valor: O conhecimento.
Agradeço especialmente aos meus orientadores Bruna Zafalon da Silva e Leandro Gaiga pela generosidade e empenho na conclusão do presente trabalho, á vocês oferto minha especial gratidão e amizade.
Gratidão a todos que de alguma maneira me ajudaram e participaram na realização desse projeto.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fachada da Clínica Veterinária 24hs Bicho Mania - POA/RS.	8
Figura 2 - Fachada da Clínica Veterinária Bichos do Sul - Guaíba/RS.	8
Figura 3 - Fachada da Clínica Synthese Veterinária Especializada - POA/RS	9
Figura 4 - Fachada do Centro Clínico Veterinário (CCV) - POA/RS.	9
Figura 5 - Aluna auxiliando em procedimento cirúrgico.	10
Figura 6 - Materiais cirúrgicos especiais para ortopedia veterinária.	11
Figura 7 -Demonstrativo dos atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos ortopédicos.	11
Figura 8 - Demonstrativo dos procedimentos cirúrgicos separados por espécie.	12
Figura 9 - Demonstrativo dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos e gerais acompanhados.	12
Figura 10 - Radiografia de membro torácico direito de canino, apresentando fratura obliqua completa da região proximal da ulna com esquírola e bordos desalinhados, luxação de rádio, com deslocamento cranial em relação ao úmero, caracterizando assim, uma fratura de Monteggia tipo I. A - Vista craniocaudal; B - Vista médio-lateral.	17
Figura 11 - Osteossíntese com fixação rádio-ulnar, mediante o uso de placa óssea bloqueada e parafusos em canino com lesão de Monteggia tipo I.	18
Figura 12 - Radiografia pós-operatória, projeções médio-lateral e craniocaudal respectivamente, evidenciando a estabilização adequada para fratura de Monteggia tipo I em canino. A. Vista médio-lateral; B. Vista craniocaudal.	19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos de osteossíntese acompanhados.	13
Tabela 2 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos acompanhados.	13
Tabela 3 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos gerais acompanhados.	13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BID - Duas vezes por dia (a cada 12 horas)	
CBLO - Osteotomia baseada no centro de rotação angular
CCV - Centro Clínico Veterinário
DCP - Placas de compressão dinâmica
EST - Estrada
Hs - Horas
IM - Intramuscular 
Kg - Quilograma
L - Litro
LCP - Placa de compressão de bloqueio
Lot. - Loteamento
Mg - Miligrama
MP - Membro pélvico
MPA- Medicação pré-anestésica
Min. –Minuto
MSc. – Master of Science
POA - Porto Alegre
POB - Placa óssea bloqueada
R - Rua
Raios-x - Radiografia
RS - Rio Grande do Sul
SID - Uma vez ao dia (a cada 24 horas)
SRD - Sem raça definida
TID - Três vezes ao dia (a cada 8 horas)
TPLO - Osteotomia e Nivelamento do Platô Tibial 
TTO - Osteotomia tripla da tíbia
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSM - Universidade Federal de Santa Maria
UniRitter - Centro Universitário Ritter dos Reis
VO - Via oral
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	7
2	ATIVIDADES DESENVOLVIDAS	7
2.1	Caracterização do local de estágio	7
2.2 Atividades realizadas durante o estágio	10
2.3 Casuística acompanhada	11
3	FACILITADORES E ENTRAVES ENCONTRADOS	14
4	RESULTADOS ALCANÇADOS	14
5	RELATO DE CASO	15
5.1	Introdução	15
5.2 Relato de caso	16
5. 3 Discussão	20
5.4 Conclusão	22
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS	22
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	23
ANEXOS	25
1 INTRODUÇÃO
O estágio curricular obrigatório foi realizado sob supervisão local domédico veterinário especialista em ortopedia MSc. Leandro Gaiga, onde a acadêmica o acompanhou em consultas e cirurgias, em diferentes clínicas particulares de Porto Alegre e região metropolitana,nas quais o profissional atuacomo ortopedista volante, realizando atendimento especializado. O cumprimento do estágio obrigatório teve início no dia 15 de fevereiro com término em 10 de julho de 2020, sendo exercidas seis horas diárias e perfazendo um total de 440 horas.
As atividades foram realizadas conforme a demanda solicitada pelas clínicas parceiras. Durante os procedimentos foram passados fundamentos e práticas, em cada situação e diante da necessidade de cada paciente, o que motivou a aluna cada dia mais e aumentando o interesse em cirurgias além de suprir a carência de aulas práticas ministradas durante a graduação.
Partindo desse contexto, o objetivo do presente relatório é descrever as atividades acompanhadas durante o estágio e relatar o caso de realização de osteossíntese para tratamento de uma Fratura de Monteggia em um paciente canino, a fim de cumprir o requisito parcial para conclusão do curso de Medicina Veterinária no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter).
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
2.1 Caracterização do local de estágio
A acadêmica acompanhou a rotina de atendimentos do médico veterinário autônomo Leandro Gaiga, graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre em cirurgia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com ênfase em ortopedia. Atualmente atua como médico veterinário cirurgião em diferentes clínicas do estado do Rio Grande do Sul, de forma autônoma e volante, atendendo a demanda solicitada em ortopedia (clínica e cirúrgica), e cirurgia geral.A rotina acompanhada contemplou diversa clínicas, dentre as mais visitadas podem-se citar:
- Clínica Veterinária Bicho Mania, localizada na R. Dom Pedro II, 1241, Bairro Higienópolis, Porto Alegre/RS (Figura 1);
Figura 1 - Fachada da Clínica Veterinária 24hs Bicho Mania - POA/RS.
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
- Clínica Veterinária Bichos do Sul, localizada na Estr. Ismael Chaves Barcelos, 401 - Lot. Engenho, Guaíba/RS(Figura 2);
Figura 2 -Fachada da Clínica Veterinária Bichos do Sul - Guaíba/RS.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.
- Synthese Veterinária Especializada localizada na R. Comendador Rheingantz, 860, Bairro Auxiliadora, Porto Alegre/RS (Figura 3);
Figura 3 - Fachada da Clínica Synthese Veterinária Especializada - POA/RS
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
- Centro Clinico Veterinário, localizado na Rua João XXIII, 293- Bairro São Sebastião, Porto Alegre- RS (Figura 4).
Figura 4 - Fachada do Centro Clínico Veterinário (CCV) - POA/RS.
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
2.2 Atividades realizadasdurante o estágio
Durante o estágio curricular, a acadêmica teve a oportunidade de acompanhar a rotina de consultas ortopédicas além de auxiliar na realização de exames ortopédicos. Além disso, a estudante acompanhou a rotina de avaliação pré-cirúrgica, analisando resultados de exames solicitados, como hematológicos, de imagem comoraios-x, entre outros, conforme o solicitado pelo médico veterinário responsável pelo caso no pré-operatório.
Durante as consultas a acadêmica acompanhava o médico veterinário no exame físico geral, como ausculta cardíaca, aferição de temperatura, e na realização exames específicos ortopédicos, como, para verificação de ruptura do ligamento cruzado cranial e luxação de patela em cães, com os testes de gaveta e compressão tibial; observação dos animais deambulando para identificação da ocorrência ou não de claudicação; e auxiliando na elaboração de receitas medicamentosas e solicitações de exames pré-operatórios.
Ainda, durante as atividades dentro da clínica cirúrgica, a aluna acompanhou e realizou a preparação do paciente para os procedimentos cirúrgicos, tais como tricotomia e antissepsia, além de auxiliar o médico veterinário durante as cirurgias(Figura 5), bem como auxiliar na realização de radiografias pós-cirúrgicas quando disponíveis no local do atendimento, além de manter todos os materiais utilizados nos procedimentos limpos e organizados(Figura6).
Figura 5 - Aluna auxiliando em procedimento cirúrgico.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.
Figura 6 - Materiais cirúrgicos especiais para ortopedia veterinária.
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
2.3 Casuística acompanhada
Durante o estágio, a aluna acompanhou atendimentos clínicos e cirúrgicos especializados em ortopedia veterinária e procedimentos cirúrgicos ortopédicos. As espécies domésticas assistidas foram a canina e felina.Foram atendidos 72 pacientes, dentre eles 56 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos (Figura 7), sendo 48 caninos e oito felinos (Figura 8).
Figura 7 - Demonstrativo dos atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos ortopédicos.
 (
Cirurgia
)
Figura 8 - Demonstrativo dos procedimentos cirúrgicos separados por espécie.
No período de estágio, a discente acompanhou o total de 56 procedimentos cirúrgicos, sendo eles 49 ortopédicos e sete cirurgias gerais (Figura 9).
Figura 9 - Demonstrativo dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos e gerais acompanhados.
Dentre os procedimentos ortopédicos, 19 foram osteossínteses regionais, descritas na Tabela 1, e as demais técnicas ortopédicas estão representadas na Tabela 2.
Tabela 1 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos de osteossíntese acompanhados.
	FRATURAS
	Número de Animais
	%
	Maxilar
	1
	5,3%
	Mandibular
	2
	10,5%
	Fêmur
	7
	36,8%
	Úmero
	1
	5,3%
	Pelve
	2
	10,5%
	Rádio-ulna
	1
	5,3%
	Tíbia-fíbula
	2
	10,5%
	Coluna
	3
	15,8%
	Total
	19
	100%
Tabela 2 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos acompanhados.
	Cirurgia ortopédica
	Número de Animais
	%
	TPLO
	13
	43,3%
	CBLO
	2
	6,7%
	TTO
	1
	3,3%
	Trocleoplastia
	1
	3,3%
	Osteotomia da cabeça do fêmur
	2
	6,7%
	Amputação MP
	2
	6,7%
	Denervação capsular
	3
	10,0%
	Tenorrafia do tendão
	1
	3,3%
	Remoção de placas
	5
	16,7%
	Total
	30
	100,0%
Já os procedimentos da rotinacirúrgica geral, estão indicados na Tabela 3.
Tabela 3 - Descrição dos procedimentos cirúrgicos gerais acompanhados.
	Cirurgia geral
	Número de Animais
	%
	Hérnia perineal
	1
	14,3%
	Estafilectomia
	2
	28,6%
	Colecistectomia
	1
	14,3%
	Ovariohisterectomia
	2
	28,6%
	Orquiectomia
	1
	14,3%
	Total
	7
	100,0%
3 FACILITADORES E ENTRAVES ENCONTRADOS
Como facilitador, foi fundamental a importância de exercitar e complementar o conhecimento adquirido durante a graduação, acompanhando na prática procedimentos cirúrgicos os quais foram vistos anteriormente apenas em teoria, aprofundar o conhecimento sobre ortopedia e clínica cirúrgica em pequenos animais, além de praticar a pesquisa constante dos casos acompanhados.
A prática clínica e cirúrgica possibilitou o melhor entendimento da sequência de fatos e quais as melhores opções técnicas para os casos acompanhados no dia-a-dia da medicina veterinária ortopédica, colaborando para uma melhor formação pessoal, acadêmica e profissional.
Como entrave, no caso relatado, teve a dificuldade de realizar um melhor acompanhamento pós-cirúrgico do paciente devidoà insuficiência financeira da pessoa queo resgatou.O recomendado para uma cirurgia de osteossíntese seriam revisões e radiografias mensais até os três meses subsequentes ao procedimento, fator importante para considerar a consolidação óssea e definitiva avaliação do procedimento realizado.
Ainda, não há como não mencionar a difícil situação mundial em que nos encontramos na atualidade, devido a pandemia de corona vírus humano, que atrasou a rotina de acompanhamento do estágio. Certamente esta foi a maior dificuldade em atingir e cumprir 100% dos objetivos propostos.
4 RESULTADOS ALCANÇADOS
Tanto o aluno como o médico veterinário especialista acompanhado são beneficiados com o cumprimento do estágio curricular, o qualpermite que ambos os lados se aperfeiçoem como equipe, frente ao avanço da Medicina Veterinária. Além do cuidado aos animais a profissão tem um importante papel social, já que o médico veterinário está qualificado e apto para diagnosticar e prevenir zoonoses, as quais podem causar sérios prejuízos à saúde do homem. 
De qualquer maneira um dos objetivos desta profissão é possibilitar o convívio sadio entre os animais e o homem, permitindo que sua relação seja de ajuda mutua e respeito. Vivenciando casos reais e se relacionando com proprietários e colegas de profissão, assim, foi possível amadurecer pessoal e profissionalmente. Confiança, respeito, coparticipação e segurança foram consequências positivas adquiridas destas relações em equipe. 
A relação entre teoria e prática foi estabelecida com êxito através do trabalho diário, a qual exigia o estudo para resolução de cada caso atendido. E é com este pensamento que pretendo seguir na medicina veterinária, pois o conhecimento básico adquirido na graduação merece ser complementado e inovado constantemente.
5 RELATO DE CASO
Fratura de Monteggia Tipo I em canino- Relato de caso
5.1 Introdução
Em 1814, Giovanni Battista Monteggia descreveu dois casos de fratura do terço proximal da ulna e deslocamento anterior da epífise proximal do rádio. Esta combinação tem, desde então, a denominação de fratura de Monteggia (SCHWARZ & SCHRADER, 1984).A lesão de Monteggia é uma luxação que ocorre no rádio e fratura de ulna com deslocamento da cabeça radial. Esse dano, embora raro em cães, é normalmente decorrente de atropelamentos. A lesão é classificada em quatro tipos, sendo o tipo I o de maior ocorrência, caracterizado pela presença de luxação anterior da cabeça do rádio e fratura da ulna (PIERMATTEI& FLO, 1999).
Os quatro tipos são, tipo I: caracteriza-se pelo deslocamento cranial da cabeça do rádio e fratura da diáfise ulnar em qualquer nível com angulação cranial; tipo II: apresenta deslocamento caudal da cabeça do rádio e fratura da diáfise ulnar com angulação caudal; tipo III: demonstra deslocamento craniolateral ou lateral da cabeça do rádio e fratura da diáfise ulnar; tipo IV: revela deslocamento cranial da cabeça do rádio, fratura do terço proximal do rádio e fratura da diáfise ulnar (SCHWARZ & SCHRADER, 1984).
No tipo I, a articulação rádio-ulnar proximal pode estar intacta ou os ossos podem estar separados devido a ruptura do ligamento anular do rádio e ramo caudal do ligamento contralateral lateral. A dificuldade, entretanto, é que a luxação da cabeça do rádio pode não estar aparente e pode passar despercebida se o cotovelo não estiver bem posicionado na radiografia(PIERMATTEI& FLO, 1999).
Em cães deve-se realizar a redução e a estabilização da fratura através de cerclagem, de parafusos ou pinos transfixando o rádio e a ulna, ou por extensão dos parafusos, utilizados para fixação da fratura da ulna, em direção ao rádio(PROBST, 1990; LEIGHTON, 1994). Partindo deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo descrever uma fratura de Monteggia, tipo I em canino doméstico, submetido a osteossíntese corretiva. 
5.2 Relato de caso
Foi atendido um canino, sem raça definida (SRD), macho, errante, com aproximadamente cinco anos de idade, pesando 23,7 kg, com histórico de atropelamento há 10 dias, apresentando claudicação de membro torácico direito e dor severa. Como o animal estava estável clinicamente, foimedicadocom cloridrato de tramadol 5mg/kg pela via IM para controle da dor, e foi encaminhado para exame radiológico.
A radiografia foi realizada em duas projeções: médio lateral e craniocaudal, que evidenciou fratura obliqua completa da região proximal da ulna com esquírola e bordos desalinhados,luxação de rádio, com deslocamento cranial em relação ao úmero, caracterizando assim, uma fratura de Monteggiatipo I em membro torácico direito (Figura 10). Dessa forma, foi indicado tratamento cirúrgicopara o paciente. Ainda, para realização do procedimento cirúrgico, o clínico geral solicitou exames de sangue, como hemograma completo (PPT e Plaquetas) e bioquímica sérica (creatinina e ALT), e encontraram-se dentro da normalidade para espécie (Anexo 1).
Figura 10 - Radiografia de membro torácico direito de canino, apresentando fratura obliqua completa da região proximal da ulna com esquírola e bordos desalinhados, luxação de rádio, com deslocamento cranial em relação ao úmero, caracterizando assim, uma fratura de Monteggia tipo I. A – Vista craniocaudal; B – Vista médio-lateral.
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
Decorridos 10 dias do trauma, com o animal mantido com bandagem de Robert Jones modificada, o paciente foi avaliado pelo ortopedista que indicou a realização do procedimento cirúrgico de osteossíntese da ulna com placae parafusos e redução da luxação do rádio, mediante a utilização de fixação com parafuso corticalradio-ulnar.
No pré-operatório o paciente foi submetido a jejum prévio de 8 horas de sólidos e 2 horas de líquido. Após a medicação pré-anestésica, com associaçãode acepromazina 0,03mg/kg e metadona 0,2mg/kg ambas pela via IM, foi realizada a tricotomia ampla do membro direito a ser operado.Na indução anestésica foi utilizado o agente propofol (cerca de 4 mg/kg, ao efeito) e cetamina 0,2mg/kg ambas pela via IV, e manutençãocom o agente inalatório Isoflurano com oxigênio 100%, fluxo de oxigênio 1L/min e com sistema semi-fechado.
No bloco cirúrgico, com o paciente em plano anestésico adequado, em decúbito lateral esquerdo, foi realizada a antissepsia com álcool 70% e iodo; o membro direito foi isolado com atadura estéril em sua porção distal. O procedimento inicioucom a incisão de pelee subcutâneo, longitudinal na face crânio-lateral da diáfise radial, realizando a divulsão delicada da musculatura, a fim de preservar os vasos. Depois de afastados os músculos extensores digitais e visualizada a linha de fratura, afastou-se os fragmentos musculares aderidos ao periósteo com auxílio de um elevador de periósteo. Após debridamento de fibrose local, foi exposta a fratura, sendo assim realizada a redução da luxação e fratura, estabilizada e fixada, utilizando placa de aço inoxidável cirúrgico bloqueada (POB ou LCP)associado a nove parafusoscorticais 2.7. Além disso, foi implantado um parafuso de forma Lag, transversal na ulna proximal, para a fixação da fratura da ulna ao rádio(Figura11).
Figura 11 - Osteossíntese com fixação rádio-ulnar, mediante o uso de placa óssea bloqueada e parafusos em canino com lesão de Monteggia tipo I.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2020.
Após a implantação de placa e parafusos, foi realizada a lavagem da região com solução de cloreto de sódio 0,9%, e realizada a rafia da fáscia muscularcom fio de poliglecaprone (2.0) em padrão de sutura Sultan. O espaço subcutâneo foi reduzido com foi poliglecaprone (3.0) em sutura isolada simples e a rafia da pele com fio mononailon (3.0), igualmente em padrão isolado simples.
Imediatamente após o procedimento foi feita aplicação de gelo no local, visando reduzir edema, fluxo sanguíneo, hemorragia, inflamação dos tecidos moles e promover efeito analgésico. A seguir foi inserida uma bandagem de Robert-Jones modificada como suporte adicional temporário.
No pós-operatório foi recomendado como terapia de suporte antibioticoterapia com amoxicilina com ácido clavulânico, 15 mg/kg, VO, BID, durante sete dias, anti-inflamatório não esteroidalmeloxicam0,1mg/kg, VO, SID, durante cinco diase analgésico cloridrato detramadol 5 mg/kg, VO, TID, por três dias. Também foi indicada a realização de fisioterapia, porém não foi realizada, pois o tutor não tinha condições financeiras. 
Após sete dias do procedimento cirúrgico, foi realizado radiografia de controle pós-operatória(Figura 12), demonstrando a estabilidade desejada com a técnica cirúrgica realizada, estando o paciente deambulando adequadamente, sem sinais aparentes de algia.
Figura 12 - Radiografia pós-operatória, projeções médio-lateral e craniocaudal respectivamente, evidenciando a estabilização adequada para fratura de Monteggia tipo I em canino. A. Vista médio-lateral; B. Vista craniocaudal.
 (
A
B
)
Fonte: Arquivo pessoal, 2020.
5. 3 Discussão
Conforme a lesão observada no caso clínico, a fratura de Monteggia, definida como uma fratura associada em qualquer segmento da ulna, associada a uma luxação radial da cabeça radial é uma lesão grave, reconhecida, por mais rara que seja. A lesão afeta a capacidade funcional do membro do paciente, dificultando a realização das atividades do cotidiano, gerando prejuízos na qualidade de vida, causando dor severa e crônica ao animal acometido (SUAREZ; BARQUET &FRESCO, 2016).
As lesões de Monteggia em cães podem levar a resultados preocupantes, quando não diagnosticas e tratadas adequadamente, onde muitas vezes, no tratamento, pode permanecer a luxação da cabeça do rádio(BABB & CARLSON, 2005). No presente relato o animal foi diagnosticado mediante exame radiográfico, apresentando fratura oblíqua total da extremidade da ulna e luxação de rádio deslocado ao úmero (Figura 10; Anexo 2), sendo o procedimento cirúrgico realizado dez dias após o trauma. Isso levou a ocorrência do processo de cicatrização óssea, onde foi observada fibrose, dificultando a redução da fratura no transoperatório, pela formação de aderências e tecido conjuntivo. Quanto antes diagnosticada a lesão, maiores são as chances de sucesso na intervenção trans e pós-cirúrgica(COMARU; Nunes& CAMARGO, 1976).
O uso de bandagens ortopédicasno pré-operatório, como no caso descrito,é um procedimento muito bem-vindo, pois além de minimizar a formação de fibrose, corrobora com a limitação do membro, minimizando traumas a tecidos moles no local de fratura, proporcionando conforto e estabilidade do membro ao paciente. A bandagem mais utilizada para fraturas de ulna é a de Robert Jones, podendo ela apresentar modificações com estruturas rígidas (MACPHAIL, 2013)
Em relação ao tratamento das lesões de Monteggia, é essencial proporcionar redução anatômica e fixação estável das fraturas ulnares com placas de reconstrução. Tanto as placas de DCP quanto as de reconstrução, fornecem uma fixação mais estável, tornando menos provável a necessidade de uma segunda cirurgia, aumentando as chances de melhor prognóstico funcional, evitando reintervenções(SUAREZ; BARQUET &FRESCO, 2016). No caso clínico foi utilizada uma placa POB, obtendo-se sucesso cirúrgico, reduzindo a fratura da ulna e luxação do rádio conforme imagem radiográfica (Figura 11; Anexo3). Caso não ocorra a correção, o osso pode consolidar de maneira errônea, causando desvios angulares nos membros, com má aposição e prejudicando a deambulação do paciente, ou sequer irá causar o processo cicatricial ósseo. Fraturas não corrigidas também podem levar a problemas musculoesqueléticos, outro motivo fundamental para que as fraturas sejam corrigidas (XAVIER et al., 2011). No presente caso, pode-se observar no pós-operatório um bom princípio de alinhamento, aposição e aparatono paciente.
O principal objetivo da reabilitação nos pacientes com fratura de Monteggia é alcançar um grau de funcionalidade igual ou bem próximo ao anterior a lesão. O tratamento fisioterapêutico neste tipo de fratura busca a mobilidade, diminuição do quadro inflamatório, prevenção de fenômenos tromboembólicos, alívio do quadro álgico, ganho de resistência e força muscular (SCHWARTSMANN; LECH & TELÖKEN, 2003). No caso descrito, tanto no pré quanto no pós cirúrgico, o procedimento foi explicado detalhadamente, e a verdadeira importância da continuidade do tratamento com o fisioterapeuta, porém não se tem a informação, até o término deste relato, se o responsável pelo paciente havia seguido as recomendações do médico cirurgião. Ainda, cabe ressaltar que a reabilitação dessas lesões é de grande importância, a fim de restaurar as funções do membro e prevenir contra recidivas (MARTIMBIANCO et al., 2008).As complicações descritas na literatura são perda de redução (re-luxação), sinostose radioulnar, lesão nervosa, limitações da extensão flexográfica e pró-supinação (SONI et al., 2019). 
A utilização de raio-X é de suma importância no campo da ortopedia,por se tratar de uma ferramenta considerável para o diagnóstico claro e sobretudo para a reparação de fraturas, pois é através da imagem que ocorrerá a classificação da fratura e também irá auxiliar na escolha de método cirúrgico aplicado, além de avaliar o resultado da osteossíntese após o procedimento cirúrgico realizado e monitorar a atividade biológica da fratura(POLESELLO et al, 2019).
No presente caso, devido a indisponibilidade pecuniária do responsável pelo animal ficou impossibilitado do acompanhamento pós-operatório, evidenciando a evolução da consolidação. 
5.4 Conclusão
Conclui-se que a técnica instituída para correção e fixação rádio-ulnar mediante o uso de placa LCP e parafusos associado ao uso de parafuso Lag para estabilização da lesão óssea de Monteggia foi considerada adequada para o paciente descrito.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio curricular é fundamental, pois possibilita que a aplicação de toda teoria que foi adquirida em sala de aula seja aplicada na prática, possibilita com que se aprenda, nas mais diferenciadas situações, diversas formas de trabalharmos a base adquirida e obter uma experiência profissional. Após esse período pude concluir que a visão primária que tinha no início da faculdade de Medicina Veterinária vai muito além do tratar a situação de um animal, temos que também entender a situação do tutor, dos colegas e nossas próprias limitações. Sempre buscando e dando nosso melhor para atuar como um profissional exemplar e integrando como equipe para assim assegurar que estamos fazendo o melhor que for possível em cada caso, dando o máximo de conhecimento técnico e dedicação não só ao paciente, mas também a sua família humana que quando nos procura, coloca a vida de seu animal em nossas mãos, confiando que ali está uma espécie de anjo de Deus que vai salvar seu ente querido. 
O estagiário tem deveres, responsabilidades e metas a atingir, dessa forma vamos aprendendo, crescendo e nos moldando a profissão que escolhemos seguir, sempre buscando aperfeiçoamento e êxito nas escolhas de nossas condutas.
Além disso, é extremamente gratificante ter concluído esse estágio com o MSc. Leandro Gaiga, médico veterinário, cujo nome reconhecido pela excelência que desempenha como profissional, vai muito além de um insigne médico veterinário, mas também um nobre ser humano, que me inspira e me motiva, me ensinou que a medicina veterinária vai muito além de amanhar uma fratura, além da teoria e dos livros, foi um consolidador da teoria aliado a prática no exercício da práxis e principalmente um humanizador que me instiga com a evolução da profissão de médica veterinária.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
Anexo 1. Exame hematológico do paciente. Laboratório Pathos®, 2020.
Anexo 2. Laudo Radiográfico pré-cirúrgico. PortoVet Imagem, 2020.
Anexo 3. Laudo Radiográfico pós-cirúrgico. PortoVet Imagem, 2020.
Atendimentos Acompanhados
Cirúrgica	Clínica	16	56	
canino	felino	48	8	
Cirurgia ortopédica	Cirurgia geral	49	7

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