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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENFERMAGEM ANA REBECA SIMPLICIO SPER N51819-7 BEATRIZ RODRIGUES QUEIROZ N4999J8 GABRIELLA ABENANTE N455JE-3 GIOVANA VARELA RANGEL N4854D1 JULIA MENDES MAYARA CARDOSO LOPES NICOLLE MAGNO DA SILVA F03487-9 POLIANA SANTOS SOUZA N505FC-5 TAMNA IANA GASPAR DE OLIVEIRA N45094-0 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS AO PACIENTE SUBMETIDOS A CIRURGIA DE ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto SÃO PAULO 2020 ANA REBECA SIMPLICIO SPER BEATRIZ RODRIGUES QUEIROZ GABRIELLA ABENANTE GIOVANA VARELA RANGEL JULIA MENDES MAYARA CARDOSO LOPES NICOLLE MAGNO DA SILVA POLIANA SANTOS SOUZA TAMNA IANA GASPAR DE OLIVEIRA CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS AO PACIENTE SUBMETIDOS A CIRURGIA DE ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto Trabalho de Atividade Prática Supervisionada da Universidade Paulista - UNIP do terceiro e quarto semestre do curso de Enfermagem. Orientadora: Maria Luiza Mazzieri. SÃO PAULO 2020 1 ANA REBECA SIMPLICIO SPER BEATRIZ RODRIGUES QUEIROZ GABRIELLA ABENANTE GIOVANA VARELA RANGEL JULIA MENDES MAYARA CARDOSO LOPES NICOLLE MAGNO DA SILVA POLIANA SANTOS SOUZA TAMNA IANA GASPAR DE OLIVEIRA CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS AO PACIENTE SUBMETIDOS A CIRURGIA DE ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto Trabalho de Atividade Prática Supervisionada da Universidade Paulista - UNIP do terceiro e quarto semestre do curso de Enfermagem. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _____________________________/__/__ Prof. Maria Luiza Mazzieri Universidade Paulista - UNIP 2 RESUMO Palavras-chave: 3 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - 4 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Contraindicações para artroplastia tipo resurfacing do quadril segundo a FDA. 12 Tabela 2 - Dados demográficos e tipo de artroplastia. 15 Tabela 3 - Doença articular antes da artroplastia e tipo de prótese. 16 Tabela 4 - Variáveis relacionadas ao procedimento e comorbidades no período perioperatório e pós-operatório. 5 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AE - Aspectos Emocionais AF - Aspectos Físicos AS - Aspectos Sociais ATQ - Artroplastia Total de Quadril AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente CC - Centro Cirúrgico CF - Capacidade Funcional EGS - Estado Geral de Saúde FDA - United State Food and Drug Administration HAQ - Hemi Artroplastia do Quadril HSPE - Hospital do Serviço Público Estadual de São Paulo SM - Saúde Mental SO - Sala de Operação SAE - Sistematização da Assistência de enfermagem SAEP - Sistematização da Assistência de enfermagem Perioperatória SRPA - Sala de Recuperação Pós- Anestésica TVP - Trombose Venosa Profunda VIT - Vitalidade 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO - BEATRIZ 8 OBJETIVO - Gabriella 9 MÉTODO - Gabriella 9 CONTEXTUALIZAÇÃO - Nicolle 10 O que é Artroplastia Total de Quadril - Mayara 10 Quando é indicado o processo - GEOVANA 11 Curiosidade: Uma Nova Prática 15 Sinais e Sintomas 18 Para que Serve - Mayara 18 Tipos de abordagens - BECA 19 Abordagem Posterior ou Moore 19 Abordagem Anterior Clássica de Smith-Petersen e O’Brien 20 Abordagem Anterior Direta 20 Abordagem Lateral ou de Hardinge 21 Eventos adversos - Nicolle 21 Tipos de Próteses - Giovana 23 Duração das próteses - GIOVANA 24 PRÉ - OPERATÓRIO 25 Preparo do Paciente - Iana 25 Preparo do Ambiente e Sítio Cirúrgico - Iana 25 TRANSOPERATÓRIO - Nicolle 27 Porte da Cirurgia - Poliana 27 Duração da Cirurgia - Poliana 27 Potencial de Contaminação - Beatriz 28 Momento da Cirurgia - Rebeca 29 Finalidade e Expectativa do Processo - Nicolle 36 PÓS - OPERATÓRIO 39 Diagnóstico de Enfermagem - Gabriella 39 Cuidados de Enfermagem - Gabriella 41 Fisioterapia - Julia 42 Duração de Recuperação - Julia 42 FOLDER 43 RELATÓRIO COPYSPIDER 44 CONCLUSÃO 45 7 REFERÊNCIAS 46 8 INTRODUÇÃO - BEATRIZ 9 1. OBJETIVO - Gabriella Este trabalho tem como objetivo descrever os cuidados de enfermagem em todas as fases do período perioperatório da cirurgia de artroplastia total de quadril e usar o conhecimento adquirido para orientar o paciente em todas as etapas desse processo. 2. MÉTODO - Gabriella Foi realizada uma revisão da literatura. Foram utilizados livros, artigos, resumos, google acadêmico, manuais e cartilhas do ministério da saúde. 3. CONTEXTUALIZAÇÃO - Nicolle 10 A contextualização é um tópico introdutório, sendo abordado os aspectos gerais da artroplastia total de quadril, discorrendo sobre o que é, quando é indicada, para que serve, os tipos de abordagens, de próteses e a duração das mesmas. 3.1. O que é Artroplastia Total de Quadril - Mayara A Artroplastia Total de Quadril (ATQ) é um dos maiores avanços no tratamento de doenças ortopédicas e uma das mais feitas no mundo. Sua realização consiste na restituição da articulação coxo femoral pela substituição de prótese. É considerada uma das cirurgias com melhor resultado e benefício para o paciente, possibilitando sua volta a atividades de vida diária, alívio das dores intensas e restauração e melhora da função (ROBERTO, CARLOS; et al, 2017). A tentativa de substituição articular surgiu a mais de 100 anos. Estudiosos desenvolveram diversos ensaios clínicos empíricos buscando melhorias quanto ao material utilizado para recriar o fêmur que era o grande desafio. Utilizaram pele e fascia, folha de ouro, vidro, fascia lata, marfim e até momento submucosa de bexiga de suínos, porém, todos estes resultavam em rejeição, desgaste, desconforto, necrose dos vasos femorais, deslocamento de prótese, dificuldade de fixação do implante ao osso, infecções e principalmente falhas no design. Foi quando na década de 60 Sir John Charnley desenvolveu uma haste femoral com cabeça de aço inox, sua articulação era possibilitada por um implante acetabular de polietileno fixados ao osso com cimento ortopédico (SCHWARTSMANN, CARLOS; et al, 2012). John Charnley desenvolveu e introduziu as artroplastias cimentadas, criou o primeiro implante realmente seguro e confiável e uma metodologia que tornou o procedimento sólido, trazendo avanços significativos e alavancando para a substituição total do quadril, iniciando assim a Era Moderna, ficando mundialmente conhecido como “Pai da artroplastia”. Foi John quem deu o pontapé inicial na ATQ como a conhecemos hoje (CARBONERA, LEONARDO; et al, 2012). Sendo assim, a ATQ é uma cirurgia eletiva, programada e segura que consiste na substituição da superfície articular degenerada por patologia no quadril 11 por prótese, com objetivo restabelecer a capacidade funcional do paciente (BARBOSA, ALINE; et al, 2013). 3.2. Quando é indicadoo processo - GEOVANA Originária da medicina moderna, a artroplastia total do quadril é uma das mais sucedidas e reparadoras para os pacientes que buscam melhora na qualidade de vida, sem dores, por consequência de um aumento da artrite, obesidade e envelhecimento. A cirurgia se baseia na substituição da superfície articular, no mercado temos variações para esse procedimento como de design, fixação (cimentados, não cimentados e hídricos) e pares tribológicos (flexibilidade de momento). É necessário um planejamento no pré-operatório para que o paciente tenha um implante adequado às suas estruturas, já que cada paciente tem sua própria variação, visando restaurar a biomecânica e função do quadril (BUSATO, 2019). Esse planejamento ocorre de acordo com gênero, idade, tipo de fixação e modelo utilizado, pois cada fabricante tem sua nomenclatura para os tamanhos de hastes femorais. No mercado temos materiais nacionais e internacionais a disposição, o uso dos nacionais de 70 a 80% são das hastes menores, independente do tipo de implantes que se adequam à população brasileira, partindo do pressuposto que somos um país miscigenado (BUSATO, 2019). Uma pesquisa realizada no Hospital Abreu Sodré da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) durante o período de 2008-2009, com aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa, avalia as artroplastias de joelho e quadril, com base nela, podemos identificar aqueles que melhor se encaixam na artroplastia total de quadril (ATQ). De 323 paciente 98 são ATQ. Foi avaliado que nos sexos femininos a idade era mais elevada ao masculinos, e no masculino o peso é superior ao feminino (PIANO, 2010). Tabela 2. Dados demográficos e tipo de artroplastia 12 Fonte: PIANO (2010, p.350-353) Tabela 3. Doença articular antes da artroplastia e tipo de prótese Fonte: PIANO (2010, p.350-353) Tabela 4. Variáveis relacionadas ao procedimento e comorbidades no período perioperatório e pós-operatório. 13 Fonte: PIANO (2010, p.350-353) Nessa cirurgia notasse que o grupo feminino é o maior em realização do procedimento, por mais que pacientes do gênero masculino sejam mais pesadas, o feminino apresenta diagnóstico de osteoporose (PIANO, 2010). Aqueles que talvez mais tarde sejam afetados e precisem desse procedimento são o grupo da terceira idade, contudo, deve se levar em consideração que ao submeter um idoso ao procedimento cirúrgico necessita saber se estará sendo favorável ou não a ele, ou seja, uma ATQ em idoso estaria elevando a qualidade de vida deles? Já que consideramos que para chegar nessa opção, provavelmente o nível de dor e mobilidade já devem estar comprometidos. Então uma pesquisa que acompanha 10 idosos após 30 dias desse procedimento pelo hospital filantrópico da região nordeste do Rio Grande do Sul, nos indica como esta qualidade de vida (LORENZINI, 2013). Foram 80% do sexo masculino e 20% do sexo feminino, com idade variando de 64 a 83 anos.Foi entregue um questionário para eles preencherem: Tabela 5. Média, desvio-padrão, mediana e amplitude para idade. Fonte: LORENZINI (2013, p. 68-70) 14 Notou-se melhora na qualidade de vida nos domínios SM (Saúde Mental), VIT (Vitalidade), EGS (Estado Geral de Saúde) e AS (Aspectos Sociais), e comprometimento nos AF (Aspectos Físicos), AE (Aspectos Emocionais) e CF (Capacidade Funcional). O que nos faz entender que esse procedimento afeta a qualidade de vida desses idosos de alguma forma, principalmente nos aspectos emocionais onde podemos levar em consideração o estresse pré-operatório e pós-operatório (LORENZINI, 2013). Em outro estudo foi enviado um questionário a médicos especialistas e generalistas, com imagens de fraturas no fêmur em uma pessoa com idade superior a 60 anos, partindo disto, pediram suas condutas diante daquele caso. Na ATQ, foi mais considerada pelos especialistas e se mostrou ser uma cirurgia superior ao Hemi Artroplastia do quadril (HAQ) na fratura do colo do fêmur desviada (alias, melhor caso que a ATQ foi considerada). Esses pacientes submetidos a ATQ apresenta menos dor e melhor escore funcional além de um menor risco de reoperação (GIORDANO, 2019). 3.2.1. Curiosidade: Uma Nova Prática Quando comparada a resurfacing e a ATQ convencional, em grupos semelhantes de pacientes e a cirurgia executada por um médico experiente, em curto prazo vemos que há diferenças entre as duas práticas. (Sandinford et al) revela que ao comparar o grupo de jovens não há insatisfações com funcionalidade e pós-operatório, portanto não há diferenças entre ambas cirurgias. (Fowble et al) também faz essa comparação e conclui que não existe diferenças significativas nos resultados clínicos, só que o tempo de cirurgia da ATQ é inferior (média de 148 minutos contra 174 minutos) e o alívio da dor por completo foi 80% na ATQ e 48% n ARQ. Entretanto a ARQ apresenta menor sangramento no intraoperatório e no pós-operatório imediato (QUEIROZ et al, 2012). Analisando a pesquisa que fizeram no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE) entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010, um total de 592 artroplastias sendo 41% do sexo masculino e 59% do sexo feminino, com media de idade 60,3 anos, variação de 27 a 98 anos, quais são as idealmente indicadas para 15 a artroplastia de resurfancing (recapeamento metal-metal). Em primeira etapa foi excluídos aqueles que não foram susceptíveis a artroplastia como: 23% (139) fraturas do colo de fÊmur e 7% (40) revisão do quadril (QUEIROZ et al, 2012). Na segunda etapa foi realizada uma avaliação clínica, relendo informações dos prontuários, radiografias (exame anteroposterior e perfil) dos quadris operados, nessa revisão buscavam dados como: patologias prévias, doenças neuromusculares e vasculares, osteoporose (diagnóstico ou histórico familiar), insuficiência renal, obesidade, imunodeficiência, uso de corticóides ou imunossupressores ou doenças no quadril na infância. Restando 413 pacientes, foi feito uma avaliação acima dos critérios de contraindicação da United State Food and Drug Administration (FDA), onde são: infecção ativa, imaturidade esquelética, situações clínicas que comprometeriam essa estabilidade do implante, mulheres em idade fértil (até 45 anos), insuficiência renal, obesidade severa (maior que 40kg/m2), depressão imunológica e sensibilidade ao metal. Fazendo assim 292 pacientes se enquadrar nessas contraindicações do FDA. Onde o sexo feminino (predominante) por osteoporose, imunossupressor e idade fértil. E sexo masculino por comprometimento da cabeça do fêmur em mais de 50% e osteoporose. Na tabela 1 vemos essas contraindicações segundo a FDA (QUEIROZ; FARIA, et al, 2012). Tabela 1. Contraindicações para artroplastia tipo resurfacing do quadril segundo a FDA. 16 Fonte: QUEIROZ (2012, p. 460-466). Restando 121 pacientes, foi feito um algoritmo, o Seyler. Com intuito de ajudar cirurgiões inexperientes e experientes em diminuir possíveis complicações e assim obter melhores resultadosclínicos. Semelhante ao FDA (indicação de contraindicação), ele enfatizou contraindicações: nos extremos de idade (<35 e >65 anos para homens; <35 e >55 anos para mulheres), artrite inflamatória, displasia, impacto femoroacetabular, doenças do metabolismo ósseo e acometimento da cabeça femoral maior que 35% (ligado a Perthes ou osteonecrose) (QUEIROZ et al, 2012). Na figura 2 mostra um mapa, com a intenção de ajudar a verificar aqueles que são aptos à artroplastia do quadril : Figura 2. Algoritmo de Seyler. 17 Fonte: QUEIROZ (2012, p. 460-466). Na figura 3 podemos visualizar como foi feito os processos de avaliação e exclusão de cada etapa. Figura 3. Pacientes submetidos às três fases do estudo e candidatos finais à resurfacing. 18 Fonte: QUEIROZ (2012, p. 460-466). Na tabela 4 vemos que das 592 pessoas, apenas 5,74% do total das artroplastias realizadas no HSPE, seriam candidatos ideais para resurfacing no período de janeiro de 2009 à dezembro de 2010 (QUEIROZ et al, 2012). Figura 4. Pacientes elegíveis à ARQ dentro do total de pacientes submetidos à artroplastia de substituição no HSPE entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010. Fonte: QUEIROZ (2012, p. 460-466). 3.3. Sinais e Sintomas 19 3.4. Para que Serve - Mayara Uma vez que a artroplastia total de quadril consiste na restituição da articulação, tem como objetivo principal aliviar as dores intensas e proporcionar ao paciente novamente a capacidade funcional podendo assim voltar a realidade suas atividades comuns do dia-dia. A ATQ é um procedimento muito bem sucedido, os bons resultados estão entre 90 e 95% (ZILLES, RAMIRO; et al, 2012). O paciente acometido pela degeneração da cartilagem articular sofre com dores intensas na região da virilha, na face interna da coxa podendo descer para os joelhos. As dores são frequentes e privam o indivíduo de movimentos amplos, qualquer posição torna-se desconfortável o que consequentemente ocasiona alterações no sono. A depender do nível da patologia que o assola os sintomas podem ser perturbadores. A cirurgia consiste em substituir toda a parte lesada por uma prótese, dando assim, um fim a sensação de raspagem e desconforto, trazendo ao paciente de volta a aptidão para realizar movimentos sem dor (DUARTE, VANDERLANE; et al, 2013). 3.5. Tipos de abordagens - BECA Uma das preocupações do enfermeiro é o posicionamento do paciente, para que a equipe cirúrgica obtenha uma melhor visibilidade do alvo (campo cirúrgico/local), visando a capacidade de tolerância e manipulação de forma segura para o processo anestésico-cirúrgico, onde será determinada a imobilidade do cliente. Diante disso, é necessário uma equipe capacitada, além de dispositivos para um posicionamento adequado (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). Os tipos de abordagens usados na ATQ são determinados pelo fator de via de acesso que o cirurgião decide usar, sendo elas: 20 3.5.1. Abordagem Posterior ou Moore Suas vantagens são a não interferência no aparelho abdutor, que seria o músculo glúteo, também a facilidade na exposição do acetábulo e canal femoral, além de ter um menor incidência de TVP (Trombose Venosa Profunda) e, menor possibilidade de claudicação (mancar) após cirurgia, seus contras são que o risco de luxação teoricamente é maior do que nas outras abordagens. Mesmo com os contras as vantagens se sobressaem, o que faz esse tipo de abordagem ser mais usada atualmente (GALIA, 2017). Nessa abordagem o paciente é operado em decúbito lateral, ao lado do operado, sendo que a incisão se inicia na coxa e se estende até a região glútea (GALIA, 2017). Figura 1. Abordagem Posterior em Posicionamento de Decúbito Lateral. Fonte: HATEM (Acessado em: 12 de Setembro de 2020. Disponível em: https://www.quadrilcirurgia.com.br/cirurgia-passo-a-passo.html) 3.5.2. Abordagem Anterior Clássica de Smith-Petersen e O’Brien Sua vantagem é que não lesiona os músculos, principalmente os do aparelho abdutor, mas pelo fato de ter muitos pacientes com variações anatômicas que se submetem a essa cirurgia, esse tipo de abordagem se torna mais complexa, essa abordagem foi adaptada para a chamada “abordagem anterior direita” (GALIA, 2017). 21 3.5.3. Abordagem Anterior Direta Essa abordagem aprimorada permite que haja um menor risco de luxação, e no seu método mais complexo há o uso de fresas femorais e instrumentos angulados com curvas (com offset). Nessa abordagem o paciente é operado em decúbito dorsal (GALIA, 2017). Figura 2. Abordagem Anterior em Posicionamento de Decúbito Dorsal. Fonte: HATEM (Acessado em: 12 de Setembro de 2020. Disponível em: https://www.quadrilcirurgia.com.br/cirurgia-passo-a-passo.html) 3.5.4. Abordagem Lateral ou de Hardinge Suas vantagens são a facilidade de colocar a prótese por meio deste método é a menor incidência de deslocamento da mesma, seus pontos negativos são de que esse método promove uma maior incidência de claudicação(mancar) no pós operatório e uma maior possibilidade de danificar a musculatura abdutora. Nessa abordagem há muitos pacientes com claudicação por causa de uma deficiência nessa musculatura, o que é muito comum, já que grande parte dos pacientes submetidos ao processo são idosos (GALIA, 2017). Nessa abordagem o paciente é operado em decúbito dorsal ou lateral. O tipo de abordagem escolhido para cada paciente varia avaliando diversos fatores como, altura, peso, forma óssea do paciente e principalmente por qual motivo está sendo realizada a cirurgia, isso cabe a uma avaliação e determinação médica e não do enfermeiro (GALIA, 2017). 22 https://www.quadrilcirurgia.com.br/cirurgia-passo-a-passo.html 3.5.5. Eventos adversos - Nicolle Nestas abordagens podem ocorrer eventos adversos, podendo ser resolvidos em curto ou longo período de tratamento até sua recuperação, com ou sem chances de sequelas permanentes. Além dos eventos mais comuns que podem ser ocorrer em uma cirurgia deste porte, os mais específicos da ATQ são: a síndrome do comportamento, que é causada pela perfuração inadequada de extremidade, a rabdomiólise e embora raras, lesões do plexo braquial, onde durante o procedimento o paciente permaneceu com o membro superior na posição de hiperabdução e rotação externa, seu tratamento foi a imobilização inicial e, consequentemente, fisioterapia (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). Em pacientes obesos, podem haver lesão por esmagamento de compartimento do músculo, sendo sugeridos cuidados na utilização do suporte superior, assim como também o uso de dispositivos que alterne a pressão da superfície de apoio (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). Podem ocorrer também o aparecimento de úlceras por pressão, as intervenções são de cuidados para prevenção e almofadas especiais durante permanência na mesa cirúrgica, pois, além do aumento do conforto e bem-estar, o mesmo demonstra utilidade na redução de incidência de úlceras por pressão (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). Contudo, os cuidados referentes aos posicionamentos devem começar antes mesmo da transferência do pacientepara a mesa cirúrgica, sendo monitoradas a segurança, limpeza e organização da equipe. Todos os procedimentos deverão ser anotados no prontuário do paciente (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). Para prevenir tais eventos, algumas orientações são sugeridas como: verificar fatores de riscos pré existentes, discutir os fatores com a equipe, investigar capacidade de mobilidade, condições neuro vasculares e circulatórias, transportar o paciente para a mesa cirúrgica, manter abdução máxima de 80 graus, verificar posicionamento correto, proteger olhos e ouvidos entre outras (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). E sempre fazer a verificação de segurança cirúrgica para a minimização de eventos adversos. 23 3.6. Tipos de Próteses - Giovana Próteses para tribológico são o local de encontro onde ocorre o movimento da cabeça femoral protética (GALIA et al, 2017). ● Metal-polietileno: Mais usado, sua preocupação era o desgastes com os anos deixando a funcionalidade reduzida. Uma reação biológica pela soltura de partículas que geravam a necessidade de uma nova cirurgia. Há um novo tipo de polietileno chamado de crosslinked, resistente e duro, mais durável do que o comum (GALIA et al, 2017). ● Cerâmica-polietileno (crosslinked): Não libera íons metálicos, sem riscos de ruídos, resistente com pouco desgaste volumétrico, com uma superfície maior. Pouco risco de fratura na estrutura da cabeça de cerâmica, ideal para jovens que tenham possíveis complicações com os outros tipos de próteses (GALIA et al, 2017). ● Cerâmica-cerâmica: Mais recente ao desgaste volumétrico. Riscos de fraturas nas superfícies e produção de ruídos (esses riscos de fraturas são relacionados ao mau posicionamento, os design e tipo do material utilizado). Indica-se para pacientes muito jovens com nível relativamente alto para atividades, não há problemas para mulheres em idade fértil (GALIA et al, 2017). ● Metal-metal: Desgaste volumétrico, em relação aos outros, extremamente baixo. Porém sua complicação se dá pelo fato da liberação íons de cromo e cobalto com possíveis efeitos sistêmicos e locais, como os pseudotumores. Esses efeitos podem ser neurológicos e cardíacos, contraindicada em mulheres em idade fértil e pessoas com alergia a metal (GALIA et al, 2017). 24 ● Fixação Cimentada: Implantes cimentados usam polimetilmetacrilato - PMMA, cimento ósseo, que fica entre o osso e implante. Elasticidade semelhante ao osso, longa duração dependendo da qualidade deste cimento. Alguns fatores podem interferir como: Design (hastes cimentadas são classificadas por cunha simples - Charnley, dupla cunha - Exeter, ou tripla cunha - C-Stem), hastes de tripla cunha apresenta o menor atrito nesse cimento, tendo melhor rotação posterior. Porém, atualmente, as hastes de dupla cunha é as mais usadas. Cobertura do implante (melhores são os polidos, ou seja, mais lisos) e material (fabricados em ligas de cromo-cobalto ou aço inoxidável) (GALIA et al, 2017). ● Fixação Não Cimentada: Fixa o implante ao osso. Essa fixação permanente se dá pelo crescimento ósseo para as porosidades (requisito indispensável para esse tipo de implante) dos componentes. Dois processos fixação primária um macro travamento e secundária por um micro travamento, o primeiro é realizado na inserção implante ao osso, e o segundo pela porosidade e osso (GALIA et al, 2017). ● Fixação Híbrida: Um é cimento e outro não, onde na prótese o acetábulo é não cimentado e haste femoral é cimentada. No processo inverso (acetábulo cimentado e haste não cimentada) chama-se híbrida reversa (GALIA et al, 2017). 3.7. Duração das próteses - GIOVANA 25 4. PRÉ - OPERATÓRIO 4.1. Preparo do Paciente - Iana O preparo do paciente no período pré-operatório da ATQ compreende desde a véspera da cirurgia até o momento em que o paciente é recebido no centro cirúrgico. O enfermeiro do CC (centro cirúrgico) realiza a visita pré-operatória atuando em três fases distintas: levantamento de problemas por meio do prontuário do paciente, utilizando dados da história, evolução clínica, anotações de enfermagem e resultados de exames, com o objetivo de detectar as necessidades básicas afetadas. Há esclarecimentos sobre o ato anestésico cirúrgico, havendo a elaboração do plano de assistência para o período transoperatório (SOARES et al., 2013). O paciente e seus familiares devem ser orientados sobre o que devem esperar antes, durante e após a cirurgia. Deve-se revisar com o médico as medicações que o paciente está recebendo para determinar quais delas devem ser mantidas durante a hospitalização, e também checar se o mesmo fez uso de antibióticos, tranquilizantes ou outros medicamentos antes de sua hospitalização (SOARES et al., 2013). É importante avaliar as funções cardiovasculares, respiratória, renal, hepática e também o estado neurovascular no membro que irá sofrer a substituição articular, e seus resultados serão comparados com o pós-operatório a fim de identificar alterações (SOARES et al., 2013). 26 4.2. Preparo do Ambiente e Sítio Cirúrgico - Iana A fase intraoperatória compreende desde a entrada do paciente na sala de operação até sua ida para a sala de recuperação anestésica. A equipe de enfermagem deve atentar-se também para garantir o bom funcionamento de todos os equipamentos utilizados durante a cirurgia, adotar precauções especiais na sala de cirurgia (vestimenta cirúrgica impermeável), observar o sistema de ar que deve estar limpo, a fim de diminuir o material particulado, a contagem de bactérias no ar e o risco de próteses infectadas. O enfermeiro deve preparar bisturi elétrico e placa de aterramento, assepsia da pele e delimitação do campo cirúrgico, além de transferir o paciente da maca para mesa cirúrgica com ajuda do anestesiologista e monitorar a presença de sonda vesical, acesso venoso e sinais vitais (SOARES et al., 2013). 27 5. TRANSOPERATÓRIO - Nicolle O período transoperatório é a fase que se inicia no momento da entrada do paciente no CC até a saída da Sala de Operação (SO) e encaminhamento à Sala de Recuperação Pós - Anestésica (SRPA), ou seja, compreende a recepção do paciente, a verificação do termo de autorização de cirurgia, presença do prontuário, preparos realizados, existência de exames e confirmação do jejum (CASTELLANOS et al, 1990., Brunner e Suddarth, 2015). O profissional de enfermagem deve planejar a assistência por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) com o objetivo de dar continuidade à assistência iniciada no pré-operatório e evitar possíveis complicações cirúrgicas (GRIGOLETO; AVELAR, 2012). 5.1. Porte da Cirurgia - Poliana A cirurgia de artroplastia total de quadril é classificada como uma cirurgia de grande porte, onde há uma maior probabilidade de perda de fluídos e sangue (ALMEIDA, 2016). 5.2. Duração da Cirurgia - Poliana Na cirurgia de artroplastiatotal de quadril, o período intraoperatório tem duração de 50 minutos, sendo que este tempo pode variar entre o cirurgiões. Enquanto o período transoperatório até o período pós-operatório imediato o paciente pode ficar em torno de 4 a 6 horas no centro cirúrgico (ALMEIDA, 2016). 28 5.3. Potencial de Contaminação - Beatriz Conforme as definições do grau de potencial de contaminação, a artroplastia total de quadril (ATQ) é um exemplo de uma cirurgia limpa, pois é realizada em tecidos estéreis, é um procedimento programado, sem sintomas de inflamação visíveis e ausência de manipulação do trato respiratório, gastrointestinal ou orofaríngeo. (PRADO et al., 2012) O papel da enfermagem tem grande relevância para o controle das infecções de sítio cirúrgico (ISC), pois de submetem a vários cuidados específicos para a diminuição, e na ATQ, existe um alto risco de infecção, pois são aplicados materiais de implantes não orgânicos. (MENDOZA et al., 2014) Apesar das técnicas avançadas e materiais eficazes, que se abrangem por diferentes lugares do mundo, as infecções por inserções de próteses articulares são de suma relevância e precisam ser levadas em conta, na preparação para o cuidado com esse paciente. Desse modo, podem ser acarretados muitos problemas durante todo o processo dessa inserção, sendo eles, a destruição de tecidos, a perda definitiva do implante, as deformidades que acometem o membro do paciente e a transmissão de um agente infeccioso. Além disso, as infecções de próteses apresentam três estágios, a partir do seu tempo de manifestação, segundo um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de doenças, de Atlanta, nos EUA (ECOLE, 2002): ● Estágio I: é caracterizado por infecção superficial, pode ser manifestada entre três e seis meses após a implantação da prótese. Se submete a uma contaminação direta no momento cirúrgico. Seu percentual é de 40% do total de infecções. ● Estágio II: Superficial ou profunda, pode ser acometida durante seis meses até dois anos de pós-operatório. Representa 45% de todas as infeções. ● Estágio III: São infecções profundas com percentual de 15% do total das infecções pois correm em um período em que a infecção pode aparecer até dois anos após a cirurgia. 29 Segundo Lima (2010) “Estas infecções no local das próteses podem ser infectadas por diferentes maneiras, sendo elas por via direta, hematogênica e reativação de infecção latente.” São por meio dessas vias que o agente infeccioso se instala no organismo por meio do contato ou feridas acometidas. Muitos fatores são cruciais para o aumento das infecções de sítio cirúrgico em pacientes sujeitos a ATQ. A ANVISA, em 2005 apresentou o Serviço de Atendimento Ambulatorial de Egressos Cirúrgicos (SAAEC), que trouxe estudos que evidenciam diversos controles para minimizar os casos de ISC, e em um desses estudos, foi comprovado que em 75% dos casos, as infecções são causados pela falta de vigilância durante o período em que o paciente recebe a alta. A importância desse acompanhamento trás segurança para paciente e um cuidado avançado para a diminuição de tantos casos as infecções relacionadas à saúde. (RODRIGUES et al., 2017) 5.4. Momento da Cirurgia - Rebeca Após todos os preparos no pré-cirúrgico e todas as avaliações e decisões de quais próteses e abordagens deve ser usado para cada paciente específico chega o momento em que ele é enviado para a sala operatória onde ocorre a cirurgia, porém assim que ele chega ao CC, antes de ser anestesiado deve ser feito uma verificação das informações do paciente e também verificação da equipe cirúrgica e do procedimento que será realizado, segundo o manual - Cirurgias Seguras Salvam Vidas. 30 Figura x. Antes da indução anestésica (esquerda) e Antes da incisão cirúrgica (direita). Fonte: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (2009, p. 193-194). Após essa verificação, o enfermeiro deve preparar o paciente para a cirurgia, colocando o coxim para a proteção do paciente, preparar bisturi elétrico e placa de aterramento, fazer a assepsia da pele seguindo as regras de EPI’s e demarcar o campo cirúrgico, além de colocar o paciente na mesa cirúrgica e monitorar se há presença de sonda vesical, acesso venoso e monitorar os sinais vitais (CIANCIARULLO et al, 2008). Com tudo preparado, e a identificação e confirmação mostradas acima, respondidas, de acordo com Informativo do Procedimento, publicado pelo Hospital 31 Israelita Albert Einstein, o anestesiologista seda o paciente, sendo que a anestesia geralmente usada para a ATQ é a raquianestesia ou o bloqueio peridural, juntamente com essa anestesia pode ser aplicada também uma sedação profunda ou anestesia geral, e se dá início ao procedimento fazendo a incisão na derma, para o afastamento da mesma, sendo que a região da incisão variará de acordo com a abordagem escolhida, tendo em vista que as regiões opcionais são a face lateral da coxa ou na região posterior, sobre o glúteo, após o afastamento da derme faz-se o controle rigoroso do sangramento. Até esse momento, independentemente se o processo será pela ATQ cimentada, não cimentada ou hibrida, o procedimento é igual, a partir do momento em que se inicia o procedimento interno, varia a técnica de colocação da prótese, sendo: ● Não Cimentada: É marcada o nível da osteotomia para realizar a luxação da cabeça do fêmur, ou seja, a remoção do mesmo, após isso, faz-se a fresagem acetabular, que em termos leigos seria “lixar” o acetábulo, para alcançar o tamanho de press-fit acetabular, posiciona-se o implante acetabular a 45° de abdução e 20° de anteversão, usa-se o guia para ajudar a implantar no acetábulo para pressionar com batidas na ponta dele, após essas batinas no guia, ele é retirado e o implante tem três furos onde se coloca os parafusos de fixação acetabular, após essa fixação, coloca-se um liner de polietileno, depois faz-se fresagem do canal femoral, seguindo pela marcação da osteotomia inicial e continua usando uma fresa que ajuda a modelar na região do trocânter maior, essa fresa é importante para evitar colocar a prótese em varo, melhorando o posicionamento do implante, após essa fresagem, usa a fresa modeladora, que tem o mesmo formato que a haste femoral, e assim é feita a fresagem até a linha que foi calculada no pré-operatório, coloca os outros componentes de prova como o colo curto e a cabeça do tamanho ideal para testar a estabilidade da prótese, o of-set, estando tudo certo, é retirada esses instrumentos de testes (fresa modeladora, colo curto e cabeça) e agora coloca o implante definitivo 32 seguindo o planejamento do pré-operatório, chega-se a angulação e finaliza o procedimento com sutura. Figura x. Processo de colocação da prótese. Fonte: FUKUDA (2020). ● Cimentada: É praticamente o mesmo que a não cimentada, no entanto, antes da fixação da prótese acetabular, coloca-se o cimento ósseo e, para afixação no comprimento femoral, também é utilizada o cimento; pois geralmente nesses casos que necessitam do cimento é pelo fato do osso estar bem enfraquecido, podendo quebrar no processo de fixação desta prótese, geralmente pessoas com esse problema de fragilidade no osso são pessoas em idade avançada, ou casos muito específicos. Então é feita a fresagem, passado o cimento e fixado a prótese acetabular, o procedimento no canal femoral continua sendo o mesmo que a da não cimentada. A prótese mais utilizada nesse caso é a de Charnley. 33 Figura x. Prótese Cimentada (esquerda) e Prótese Não Cimentada (direita). Fonte: CÂMARA TÉCNICA DE MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (2010, p. 06). ● Híbrida: A técnica da ATQ híbrida junta as duas técnicas anteriores (cimentada e não cimentada) em uma só, assim sendo que na parte acetabular a prótese é colocada com parafusos sem o cimento e na parte do comprimento femoral a prótese é fixada com cimento, levando em conta que o resto do procedimento é igual o já explicado na ATQ não cimentada, somente muda a forma de fixação da prótese. Esse procedimento é usado em pacientes de no máximo 75 anos. 34 Figura x. Aspecto da radiografia do quadril com prótese híbrida. Fonte: POLESELLO (2019). Após a operação, antes do paciente ser mandado para o pós-operatório, deve ser feito um registro sobre o procedimento realizado, sendo que o mesmo deve ser assinado, obtendo o valor de um documento (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2009). 35 Figura x. Antes de o paciente sair da sala de operações. Fonte: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (2009, p. 194). 36 5.5. Finalidade e Expectativa do Processo - Nicolle Estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a qualidade de vida relacionada à saúde visa o bem-estar físico, emocional, social, material e no meio ambiente de acordo com as atividades cotidianos do indivíduo (WHOQOL, 1998) portanto, avaliação demanda de métodos especialmente elaborados (LOURES et al, 2012). Diante disto, o sucesso da cirurgia deve ser considerado o processo de acompanhar e avaliar o paciente, após cirurgia, pelos médicos, pois seus parâmetros consideram o alívio da dor e levam em conta a satisfação do paciente e de sua qualidade de vida (LIANG et al, 1991). Podemos observar através de uma pesquisa de campo, citada por Loures (2012), onde 40 indivíduos que já se submeteram a ATQ, tanto mulheres, quanto homens, com idade acima de 21 anos, respondem ao questionário Medical Outcomes Study SF-36 juntamente com o Harris Hip Score (HHS). O SF-36 corresponde a uma escala de domínios de saúde funcional e bem-estar, normalmente utilizado como referência para outros testes. Enquanto o HHS é uma forma específica de avaliação da articulação coxofemoral, avalia funcionamento, amplitude, dor e deformidade (LOURES, 2012). Os resultados do questionário SF-36 juntamente com a avaliação HHS são demonstrados na tabela x, enquanto os resultados da satisfação pessoal são demonstrados na tabela x. 37 Tabela x. Médias dos escores dos oitos domínios que constituem o SF-36 e do Harris Hip Score com significância estatística (p-valor). Fonte: LOURES (2012, p. 498-504). Tabela x. Autopercepção do estado de saúde em geral e grau de satisfação pós-cirurgia. Fonte: LOURES (2012, p. 498-504). Podemos assim observar que na primeira tabela, todos os oito domínios apresentaram melhoras significativas, enquanto na segunda, relata que mais da metade dos pacientes que foram reabilitados recentemente superestimam seu estado físico atual, comparado ao estado pré-operatório, mesmo apresentando o resultado do SF-36 melhor que os demais grupos. (LOURES et al, 2012). 38 Um outro estudo com 188 pacientes mostrou uma significante melhora na qualidade de vida atingida no terceiro mês após-cirurgia, especialmente na interação social, função física e sua saúde no geral. Porém, dentre os 188 pacientes, quatro indicaram contradição no resultado do SF-36, e aparentavam busca de compensação previdenciária (LOURES et al, 2012.) Segundo Ayers e Ring, quando os pacientes recebem suporte social e emocional, os resultados são nitidamente melhores. Portanto a cirurgia abordada até então não tem como finalidade o sucesso, a falha do implante ou prolongar a vida mas, sim, melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde do indivíduo, devendo levar em consideração as comorbidades do cliente, sendo de extrema importância quando se considera que mais da metade dos pacientes relatam alívio de dor na região (TOWHEED; HOCHBERG, 1996). 39 6. PÓS - OPERATÓRIO 6.1. Diagnóstico de Enfermagem - Gabriella As condições de saúde geram respostas e reações nos humanos. Os diagnósticos de enfermagem partem de um julgamento clínico e crítico dessas reações, buscando proporcionar o planejamento de intervenções mais adequado para o indivíduo, a família ou a comunidade (NANDA-I, 2018-2020). Cirurgias ortopédicas têm uma enorme variedade de possíveis diagnósticos de enfermagem, o que exige que a assistência prestada a esses pacientes seja capaz de atender a várias necessidades. Por isso, a importância de e discutir os diagnósticos mais relevantes para esse público (NOVAES; TORRES; OLIVIA, 2015). O NANDA-I (2018-2020) indica que é possível chegar aos seguintes diagnósticos de enfermagem aos pacientes que passaram pela cirurgia de ATQ: risco de sangramento, ansiedade, risco de infecção, integridade tissular prejudicada, risco de lesão por posicionamento perioperatório, risco de disfunção neurovascular periférica, integridade da pele prejudicada, deambulação prejudicada, risco de trauma vascular, risco de quedas, risco de termorregulação ineficaz, dor aguda. Dentre os diagnósticos de enfermagem citados, os principais são ansiedade, risco de infecção e dor aguda (SOARES et al., 2013), e estes são elucidados no quadro 1. 40 Quadro 1 - Principais diagnósticos de enfermagem para pacientes expostos a ATQ. Ansiedade Definição: Sentimento vago e incômodo de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica (a fonte é frequentemente não específica ou desconhecida para o indivíduo); sentimento de apreensão causado pela antecipação de perigo. Sinal de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a ameaça. Característica definidora: Apreensão; medo; nervosismo; aumento da pressão sanguínea; aumento da tensão; preocupação. Fatores de risco: estressores. Risco de infecção Definição: Suscetibilidade a invasão e multiplicação de organismos patogênicos que pode comprometer a saúde. Fatores de risco: trauma e procedimento invasivo. Dor aguda Definição: Experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão (International Association for the Studyof Pain); início súbito ou lento, de intensidadeleve a intensa, com término antecipado ou previsível e com duração menor que 3 meses. Características definidoras:Expressão facial de dor; comportamento protetor; comportamento distraído. Fatores relacionados: agentes lesivos. Fontes: (NANDA-I, 2018-2020) e (SOARES et al., 2013) 41 É importante definir os diagnósticos de enfermagem para que seja possível traçar um plano de cuidados eficiente. A artroplastia total de quadril é uma cirurgia ortopédica considerada segura, mas assim como qualquer procedimento invasivo, carece de cuidados específicos em todas as etapas do período peroperatório (ALMEIDA et al., 2016) 6.2. Cuidados de Enfermagem - Gabriella No período pós operatório, os cuidados de enfermagem são essenciais para assegurar uma boa recuperação para o paciente. Deve-se monitorar os sinais vitais, a perfusão do dreno, avaliar a possibilidade do surgimento de lesão por pressão e o grau de dor referido pelo paciente (CADERNO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA, 2009). Além disso, cabe ao enfermeiro estimular e ajudar o paciente nas mudanças de decúbito, incentivando a deambulação, a princípio com um andador, assim que for autorizado pelo cirurgião (SOARES et al., 2013). O enfermeiro deve se atentar as possíveis complicações provenientes da cirurgia, e dentre as principais complicações, temos (SOARES et al., 2013): ● Luxação: situação onde acontece o deslocamento da prótese. O paciente deve ser orientado a evitar movimentos bruscos. ● Trombose venosa profunda: a artroplastia total de quadril, pode gerar uma embolia gordurosa, que pode levar a óbito caso não seja detectado antes de se agravar. ● Infecção: avaliar a ferida operatória em busca de sinais de uma possível infecção e sempre ser assertivo quantos as técnicas assépticas para a troca do curativo. Na alta hospitalar, o paciente deve sair orientado sobre os cuidados que deverá realizar em casa. A troca do curativo deve ser diária, com a utilização de 42 álcool 70%; deve ser demonstrada a técnica para a aplicação do anticoagulante (CADERNO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA, 2009). Orientar sobre o cuidado com a movimentação em casa, se possível utilizar corrimão no banheiro e tirar tapetes para facilitar a locomoção. Utilizar muletas, andador, bengalas, afim de ajudar na deambulação durante o período de recuperação (SOARES et al., 2013). 6.3. Fisioterapia - Julia 6.4. Duração de Recuperação - Julia 43 7. FOLDER 44 8. RELATÓRIO COPYSPIDER 45 CONCLUSÃO 46 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS DO CUIDADOS E DIAGNÓSTICOS DO PÓS OPERATÓRIO ALMEIDA, R.F.C et al. ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL: MANUAL DE ORIENTAÇÕES. Maranhão: [s. n.], 2016- . Disponível em: www2.ebserh.gov.br/documents/16424/0/MANUAL+DE+ATQ+DO+HU+UFMA+%28 1%29.pdf/5626497a-7560-4668-946c-fe69e2777e8e. Acesso em: 10 set. 2020. CADERNO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA. [S. l.: s. n.], 2009- . Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_enfermagem_ortopedia_v2.pdf. Acesso em: 11 set. 2020. NOVAES, E.S; TORRES, M.M.; OLIVA, A.P.V. Diagnósticos de enfermagem em clínica cirúrgica. Acta Paulista de Enfermagem, [s. l.], v. 28, ed. 1, Jan./Feb. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002015000100026&script=sci_arttext &tlng=pt. Acesso em: 9 set. 2020. SOARES, A.B. et al. A assistência de enfermagem ao paciente submetido à artroplastia total de quadril e a importância dos cuidados no período pós operatório. Revista cientifica de enfermagem, [s. l.], 2013. Disponível em: https://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/47/91. Acesso em: 12 set. 2020. DIAGNÓSTICOS de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação. Tradução: Regina Machado Garcez. 11. ed. [S. l.]: Artmed, 2018. REFERÊNCIAS POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO PRADO, Patrícia Rezende do. FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO EM UM HOSPITAL NA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA*. Revista SOBECC , [ S. l. ], v. 17, n. 3, p. 60-70, 1 set. 2012. Disponível em: http://www.sobecc.org.br/arquivos/artigos/uploads/snf/arquivos/Ano17_n3_%20jul_s et2012_(Fatores_associados_infeccao_de_sitio_cirurgico_em_um_hospital_na_ama zonia_ocidental_brasileira).pdf. Acesso em: 10 set. 2020. MENDOZA, Isabel Yovana Quispe. Artroplastia do quadril: prevenção de infecção do sítio cirúrgico. Revista SOBECC , São Paulo, v. 19, n. 4, p. 181-187, 31 out. 2014. Disponível em: 47 http://sobecc.org.br/arquivos/artigos/2015/pdfs/v19n4/SOBECC_v19n4_181-187.pdf. Acesso em: 13 set. 2020. ERCOLE, Flávia Falci. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO EM PACIENTES SUBMETIDOS A ARTROPLASTIAS DE QUADRIL. Revista Latino-Americana de Enfermagem , Ribeirão Preto, v. 10, n. 2, p. 171-89, 8 mar. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692002000200006 #back1. Acesso em: 10 set. 2020. RODRIGUES, Maria Cristina Soares. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO PÓS-ALTA: OCORRÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DE EGRESSOS DE CIRURGIA GERAL. INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO PÓS-ALTA , Brasília DF, p. 7-21, 30 out. 2017. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/12/876610/51678-220463-1-pb.pdf. Acesso em: 13 set. 2020. 48
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