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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA EM PEQUENOS ANIMAIS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA Nome: Kássia Martins Machado Professora: Natália Horstmann Risso Alegrete 2022 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 3 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 6 2 INTRODUÇÃO O sistema locomotor de pequenos animais é composto por músculos e sua inervação, tendões, ligamentos, ossos e associados a estas estruturas, as articulações que são compostas principalmente por cartilagens e sinóvia. Estas estruturas, além de desempenharem a função de sustentação e locomoção do corpo, é responsável por manter a homeostase de minerais sanguíneos e hematopoiese, através da medula óssea (ANDERSON, 1994; BANKS, 1996). Assim como em afecções de outros sistemas, o exame ortopédico consiste na avaliação geral do paciente, iniciando pela identificação/resenha do paciente, nos trazendo informações relevantes de raça, sexo e idade que nos auxiliarão a descartar diagnósticos diferenciais. Na sequência, temos a obtenção de informações na anamnese/história clínica sobre alterações locomotoras em relação ao ambiente em que o animal vive, frequência de exercícios realizados, tipo de alimentação, questionamentos sobre alterações sistêmicas que culminem com alteração locomotora e se o animal passou por algum tratamento prévio (EUGÊNIO, 2020; FEITOSA, 2020). A queixa principal do paciente ortopédico está principalmente relacionado a visualização de claudicação, impotência funcional de membros ou decúbito prolongado pelo tutor. Na sequência, faz-se a inspeção visual do animal, buscando alterações compatíveis com trauma (como edema, hematoma ou descontinuidade de tecidos), assimetria de membros, desvios ortostáticos, alterações posturais, alterações de marcha ou de locomoção. Na palpação, avalia-se se há tumefações, aumento de temperatura local, proeminências ósseas (ETTINGER; 1992; FEITOSA, 2020). No exame físico específico, realiza-se os testes ortopédicos e neurológicos (hiperextensão, compressão trocantérica, gaveta, compressão tibial, propriocepção, entre outros), buscando identificar a origem das alterações ou alterações associadas. Após, solicitam-se exames complementares (ultrassom, radiografia, hemograma e bioquímico) que auxiliem no processo de diagnóstico e tratamento das alterações (BRAUND, 1990; BRINKER, 1999). Este trabalho tem por objetivo relatar a abordagem do paciente ortopédico e os procedimentos técnicos ortopédicos realizados em aula prática do componente de Ortopedia e Traumatologia em Pequenos Animais referente ao Módulo VIII, do curso superior de bacharelado em Medicina Veterinária do Centro Universitário da Região da Campanha – URCAMP. 3 MATERIAIS E MÉTODOS No dia 10/04, foi realizada uma aula prática de avaliação ortopédica no Hospital Veterinário URCAMP – Campus Alegrete, localizado no município de Alegrete/RS, onde foram abordadas as principais técnicas aplicadas no exame clínico do paciente ortopédico em canino apresentando alterações ortopédicas. O primeiro paciente era um canino, macho, SRD, fértil, com 5 anos de idade, pesando 23kg, apresentando trauma de membro pélvico esquerdo com exposição óssea dos metatarsos, descontinuidade do membro (ausência de falanges no membro lesionado) e miíase no membro torácico esquerdo na região da articulação úmero- radio-ulnar. O tutor que o animal era utilizado para serviços rurais, no entanto, havia desaparecido cerca de 2 semanas antes, e após 1 semana do desaparecimento, foi encontrado com a lesão estabelecida. Foi realizado então, o exame físico geral do paciente, apresentando frequência cardíaca de 84bpm, aumento da frequência respiratória, com 56 mpm. TPC de 3 segundos, e mucosa gengival e peniana pálidas. Na ausculta, não houveram alterações de ruídos ou arritmia. Na inspeção da lesão, foi visualizado bordos arredondados, indicando presença de tecido cicatricial, podendo revelar isquemia do local. A temperatura do local estava um pouco elevada, revelando reação inflamatória ativa. Foram solicitados exames complementares de hemograma e bioquímico (ALF, FA, Creatinina e Ureia). Foi realizada a classificação da fratura em aberta grau III, completa, transversa, estável. Após a avaliação geral do paciente, foram discutidas as possíveis condutas de tratamento para o paciente, sendo a amputação parcial do membro, amputação total do membro ou utilização de prótese, levando em consideração o ambiente em que o animal vive, condições financeiras do tutor e sua disponibilidade para fornecer cuidados ao animal. Foi então realizada a limpeza do local da lesão com solução a base de cloreto de sódio 0,9% e curativo oclusivo com a utilização de compressas e ataduras e, com o auxílio de esparadrapo, foi realizada a impermeabilização do curativo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Optou-se pela realização da amputação total do membro do paciente, tendo em vista que, uma amputação parcial poderia resultar em lesão do membro por apoio 4 constante da base remanescente. O uso de prótese foi descartado devido ao alto custo e por necessitar de disponibilidade de tempo para cuidados por parte do tutor. Nos exames complementares, o animal apresentou anemia e leucocitose por neutrofilia, sem alterações em funções renais e hepáticas. No entanto, decidiu-se pela realização da cirurgia, visando remover o foco de infecção que poderia estar causando as alterações em hemograma. 5 CONCLUSÃO Conclui-se que se faz necessário o conhecimento do exame ortopédico por parte do médico veterinário, bem como o conhecimento de anatomia, visando identificar alterações e a sua origem. É importante entender as fontes das alterações ortopédicas e locomotoras, para uma realização eficiente da anamnese, exame físico geral e específico, que auxiliarão no diagnóstico e tratamento destas afecções. 6 REFERÊNCIAS ANDERSON, W.D.; ANDERSON, B.G.; Atlas of Canine Anatomy, Philadelphia: Lea & Febiger, p. 1230, 1994. BANKS, W.J.; Histologia Veterinária Aplicada. 2. ed. São Paulo: Manole, p. 629. BRAUND, K.G.; SHORES, A.; BRAWNER JR. W.R.; Symposium on acute spinal cord trauma. Veterinary Medicine, n. 7, p. 68343, 1990. BRINKER, W.O.; PIERMATTEI, D.L.; FLO, G.L.; Manual de Ortopedia e Tratamento de Fraturas em Pequenos Animais. 3. ed. São Paulo: Manole, p. 694, 1999 ETTINGER, S.J.; Tratado de Medicina Interna Veterinária. 3. ed. São Paulo: Manole, v. 1, p. 170-73, 1992. EUGÊNIO, F. R.; Seção C: Cães e Gatos; In: FEITOSA, F.L.F.; Semiologia Veterinária – A Arte do Diagnóstico; 4ª ed., Rio de Janeiro: Roca, p. 704; 2020. FEITOSA, F.L.F.; Semiologia Veterinária – A Arte do Diagnóstico; 4ª ed., Rio de Janeiro: Roca, p. 704; 2020.
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