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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ________
Autos nº:...
FULANA DE TAL, devidamente qualificada nos autos em epígrafe da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS que move em desfavor de COMERCIAL TAL LTDA, igualmente qualificada, por meio de seu procurador subscritor vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência apresentar IMPUGNAÇÃO aos termos da contestação, pelos fatos e fundamentos adiante consignados.
Introdutoriamente cumpre arguir sobre a malograda tentativa da requerida em desvirtuar a realidade dos fatos, por meio de falácias descompassadas, com o fito de descaracterizar direito nítido e ululante do autor.
Destarte, tendo em vista as argumentações da requerida, que não passam de quimeras exaradas com o fim de ludibriar a justiça e de desconstituir direito cristalino do autor, suas afirmações não merecem prosperar.
Em que pese as alegações da parte Requerida no sentido de dizer o que o CPF da parte autora pode estar em duplicidade não afasta a responsabilidade da Requerida em indenizar por culpa totalmente desta, vejamos.
Não pode a parte ré se eximir de culpa alegando que o CPF está em duplicidade e pessoas homônimas. Cometeu ilícito civil a Requerida, pois promoveu a inserção de dado pessoal em banco de dados de proteção ao crédito, causando prejuízo na órbita extrapatrimonial.
Fernando Noronha assim dispõe:
“A responsabilidade civil subjetiva pressupõe, assim, a demonstração da culpa ou dolo do agente, do nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano, e o prejuízo que viole qualquer valor inerente à pessoa humana ou atinja coisa do mundo externo que seja juridicamente tutelada.”
Ensina também José Aguiar Dias:
“A culpa é a falta de diligência na observância da norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do agente, do esforço necessário para observá-la, com resultado, não objetivando, mas previsível, desde que o agente se detivesse na consideração das conseqüências eventuais de sua conduta.”
Entende-se que o grande fundamento da culpa está na previsibilidade, pois ela consiste na conduta involuntária que produz um resultado antijurídico, não querido, mas previsível ou excepcionalmente previsto, de tal modo que, com a devida atenção, poderia ser evitado (RT 415/242).
A pretensão indenizatória da parte autora está ligada ao abalo moral sofrido, em razão de ver incluído e mantido indevidamente em órgão de proteção ao crédito. Mesmo que se considere a coincidência dos números do CPF, fica incontestável que foi a Requerida que incluiu o nome da autora no rol de inadimplentes apenas pelo número do CPF.
Vejamos jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INSCRIÇÃO E MANUTENÇÃO INDEVIDA DO NOME DA AUTORA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES - DUPLICIDADE DE CPF - FALTA DE DILIGÊNCIA DE EMPRESA QUE APONTA O NOME DE TERCEIRA PESSOA HOMÔNIMA À DEVEDORA - CULPA CARACTERIZADA - DANOS MORAIS PRESUMIDOS - DEVER DE INDENIZAR CARACTERIZADO - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA REFORMADA - RECURSO PROVIDO 1. Comete ilícito civil indenizável quem indevidamente promove a inserção de qualquer dado pessoal ou empresarial (nome, CPF, RG, CNPJ) em bancos de dados de proteção ao crédito, tais como Serasa, SPC e Cadin, a ponto de causar prejuízos na órbita extrapatrimonial, os quais, nesta hipótese, prescindem de prova porquanto presumidos. 2. O quantum da indenização por danos morais - que tem por escopo atender, além da reparação ou compensação da dor em si, ao elemento pedagógico, no intuito de que o ofensor procure ter mais cuidado de forma a evitar a reiteração da ação ou omissão danosa - deve harmonizar-se com a intensidade da culpa do lesante, o grau de sofrimento do indenizado e a situação econômica de ambos, para não ensejar a ruína ou a impunidade daquele, bem como o enriquecimento sem causa ou a insatisfação deste.(TJ-SC, Relator: Marcus Tulio Sartorato, Data de Julgamento: 29/08/2006, Terceira Câmara de Direito Civil)
Pelo fato de existirem dois números de CPF iguais, não desobriga a Requerida da conduta negligente, ora há outros meios de identificar seus clientes, tem se entre eles a naturalidade, data de nascimento, número de carteira de identidade, entre outros.
Destarte, devem ser verificadas todas as informações de dados pessoais antes de qualquer iniciativa que comprometa a credibilidade de alguém, visto que o CPF não é o único dado para individualização de uma pessoa.
Vejamos jurisprudência que confirmam supra descrito:
RESPONSABILIDADE CIVIL. CADASTRAMENTO INDEVIDO EM ÓRGÃOS RESTRITIVO DE CRÉDITO. CPF. DUPLICIDADE. RESPONSABILIDADE DO CREDOR EM VERIFICAR A SIMILITUDE ENTRE O CPF E A PESSOA DO DEVEDOR. DANO MORAL PURO. CONFIGURADO . MANUTENÇÃO DO QUANTUM. O fato de constar na carteira de identidade do devedor CPF de terceiro não isenta a responsabilidade do credor que promove registro em órgão restritivo de crédito em nome desse terceiro. Isso porque, quando da promoção do ato, deve ter o mínimo de diligência, verificando se o número de CPF fornecido pertence, efetivamente, à pessoa que o apresentou. Dano moral puro configurado, o que afasta a necessidade de prova dos danos sofridos, pois presumíveis. Na mensuração do dano, não havendo no sistema brasileiro critérios fixos e objetivos para tanto, mister que o juiz considere aspectos subjetivos dos envolvidos. Assim, características como a condição social, a cultural, a condição financeira, bem como o abalo psíquico suportado, hão de ser ponderadas para a adequada e justa quantificação da cifra reparatória-pedagógica. Dessarte, cotejando-se os elementos supra indicados, é de ser mantido o valor da indenização fixado pelo juízo a quo, porque em consonância ao entendimento desta Colenda Câmara em casos análogos. Honorários majorados. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DO AUTOR. DESPROVERAM O APELO DA RÉ. (Apelação Cível Nº 70018340000, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio Scarparo, Julgado em 07/03/2007)
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. CADASTRAMENTO INDEVIDO. CPF EMITIDO EM DUPLICIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PRESTADOR DE SERVIÇO (ART. 14, CDC). DEVER DE INDENIZAR. Constatado o cadastramento irregular, na medida em que a ré pretendia registrar devedora da cooperativa que tem o mesmo nome da autora e o mesmo número de CPF. Comprovada a emissão de CPF em duplicidade. Cadastramento que gera o dever indenizatório, em face dos dissabores por ela experimentados. Responsabilidade objetiva da ré. Desídia na conferência de outros dados, tais como filiação e data de nascimento que...(TJ-RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Data de Julgamento: 16/02/2012, Décima Oitava Câmara Cível)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL E, CONSEQUENTEMENTE, DE DÉBITO. DANO MORAL CARACTERIZADO. SENTENÇA MANTIDA. É de responsabilidade da demandada a verificação da autenticidade das informações pessoais que lhes são prestadas pelos consumidores, quando da concessão de crédito, a fim de poder exigir a devida cobrança. Por mais que a parte demandada demonstre que houve a duplicidade do CPF da parte autora por culpa da Receita Federal, tal ocorreu em momento bem anterior a data de concessão do crédito, bem como da inscrição do nome da parte nos cadastros restritivos, razão pela qual não há falar na excludente de responsabilidade prevista no art. 14, § 3º, II, do CDC, devendo a demandada responder pelos prejuízos causados ao consumidor, assumidos em razão do risco da atividade empreendida. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70033737271, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em 30/03/2011)
Assim, impugna-se in totum a peça contestatória, reiterando todos os termos da exordial, para o fim de julgamento procedente dos pedidos do autor.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local/data
ADVOGADO/OAB
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 35ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte/MG.PROCESSO Nº:
 
 
AMANDA OLIVEIRA, representada por seu pai, PAULO DE OLIVEIRA, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado, apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO nos autos da Ação de Indenização ajuizada em desfavor da SÃO GERALDO VIAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
 
 
I - DOS FATOS
 
            A Autora Adquiriu, por intermédio de seu pai, PAULO DE OLIVEIRA, antecipadamente, os bilhetes de passagem de ônibus nº 01126431, 01126430, 01126422, em 03/12/12, para retornar da cidade de Piúma/ES, onde a  família estava passando as férias, no dia 02/01/13, no horário de 18:35h.
 
No dia e horário da viagem o ônibus somente chegou à rodoviária de Piúma às 20:30h, portanto, com 02 duas de atraso, saindo com destino a Belo Horizonte e, após meia hora de viagem, quebrou na estrada, em lugar ermo e sem iluminação, perto da cidade de Cachoeiro de Itaperimim.
 
Diante do risco de ficar a noite na beira de estrada, bem como ausência de solução por parte da Ré, os próprios pais da Autora, juntamente com os demais passageiros, às 21:40h, pararam dois ônibus que passaram no local e embarcaram para a cidade mais próxima, Cachoeiro do Itapemirim. Porém, sem as bagagens, por não caberem nos ônibus, ficando essas no veículo que quebrou para posterior transferência para o novo ônibus, “que logo chegaria para dar continuidade à viagem até Belo Horizonte”, segundo informou o motorista da Ré.
Às 22:00h, a Autora e demais passageiros chegaram à rodoviária de Cachoeiro de Itapemirim, carregando apenas os travesseiros e, apesar de tentarem contato com a Ré, não lograram êxito, ficando todos até às 03:30h sem alimentação, água ou banheiro, eis que as instalações sanitárias da rodoviária estavam danificadas, tendo todos que se acomodar nos bancos, conforme bem demonstram as fotografias de fls. 19/21.
 
Diante do descaso da Ré, os pais da Autora ligaram para a ANTT para registrar o fato, conforme documento de fls. 17/18, registrando-o, também, no boletim de ocorrências da Polícia Militar de nº 17163795, fls. 15/16.
 
Somente às 03:30h chegou o ônibus da Ré para dar continuidade à viagem. Tratava-se de um veículo muito velho, pessimamente conservado, sem cinto de segurança e muito sujo por dentro (veículo nº 4329), o que tornou a viagem de volta extremamente desconfortável e sem segurança.
 
 
II – DA ALEGAÇÃO DE CASO FORTUITO
 
A Ré alegou em contestação a existência de caso fortuito, excludente da responsabilidade civil, alegando ter ocorrido pane no ônibus por falha na injeção eletrônica do mesmo, sem, contudo, juntar qualquer documento comprobatório dessa alegação, não cumprindo seu ônus probandi, determinado pelo art. 333, II, do Código de Processo Civil, registrando que foi requerida a inversão do ônus da prova, instituto previsto no art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, como facilitadora da defesa da Autora em juízo, em face da presumida vulnerabilidade da mesma como consumidora, além de sua notória hipossuficiência.
 
O doc. 01, juntado pela Ré às fls. 70, descreve o veículo placa GPN-8096, fabricado em 1995, que complementou o trajeto contratado pela Autora e demais passageiros, tinha 18 anos de árduo uso, comprovando as alegações iniciais da Autora de que o citado veículo era velho e mal conservado, o que colocou em risco sua vida, além do desconforto na volta para casa.
 
Quanto ao doc. 03, fls. 71/73, informa a realização de um check-list pela Ré antes da viagem. Contudo, tal documento não registra em seu corpo qualquer informação de eventual veículo submetido à citada conferência, muito menos assinatura do responsável pela tarefa ou registro de data, tratando-se apenas de um formulário sem qualquer valor probatório, restando a ausência de prova da revisão do veículo antes da realização da viagem contratada.
 
Ademais, a responsabilidade por “fato do serviço” é objetiva, segundo o art. 14, do C.D.C., que somente é elidida se demonstrado a inexistência do defeito, culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, não sendo o caso dos autos – art. 14, § 3º, I e II.
 
Assim, todas essas alegações apresentadas na defesa da Ré somente reforçam a falha na sua prestação de serviços de transportes de passageiros e seu descaso com o consumidor, que culminou nos danos reclamados pela Autora.
 
Falar que “o horário descrito no bilhete de passagem se trata de uma estimativa”, demonstra o descaso recorrente da Ré para com seus consumidores, pois, não é crível que se determine o horário no bilhete passagem e, atendido este pelo consumidor, tenha o mesmo de aguardar a boa vontade da Ré para apresentar o veículo que executará a viagem. Quanta irresponsabilidade !
 
O Decreto nº 2591/98, que dispõe sobre a exploração, mediante permissão e autorização, de serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros e dá outras providências, no art. 29, dita ser direitos dos usuários, ser transportado com pontualidade, segurança, higiene e conforto, devendo ser indenizado pelo extravio de bagagem e, no caso de atraso, providenciar acomodações, alimentação e assistência, o que foi ignorado pela Ré.
 
 
Art. 29 (...)
(...)
VI - ser transportado com pontualidade, segurança, higiene e conforto, do início ao término da viagem;
(...)
XIII - ser indenizado por extravio ou dano da bagagem transportada no bagageiro;
(...)
XV - receber, às expensas da transportadora, enquanto perdurar a situação, alimentação e pousada, nos casos de venda de mais de um bilhete de passagem para a mesma poltrona, ou interrupção ou retardamento da viagem, quando tais fatos forem imputados à transportadora;
XVI - receber da transportadora, em caso de acidente, imediata e adequada assistência;
 
 
 
III – DO DANO MORAL
 
Quanto ao dano moral denunciado, o Mestre SÉRGIO CAVALIERI FILHO ensina que:
 
"Dano moral é a lesão de um bem integrante da personalidade; violação de bem personalíssimo, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a integridade psicológica, causando dor, vexame, sofrimento, desconforto e humilhação à vítima, não bastando para configurá-lo qualquer contrariedade. Nessa linha de princípio só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar." (FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil. 5ª edição, São Paulo: Malheiros, 2004, p. 93/98).
 
 
Segundo ANTUNES VARELA:
 
 
"A gravidade do dano há de medir-se por um padrão objetivo (conquanto a apreciação deva ter em linha de conta as circunstâncias de cada caso, e não à luz de fatores subjetivos de uma sensibilidade particularmente embotada ou especialmente requintada). Por outro lado, a gravidade apreciar-se-á em função da tutela do direito: o dano deve ser de tal modo grave que justifique a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado" (VARELA, Antunes. Das Obrigações em Geral. 8ª, ed. Coimbra: Editora Almedina, 2000, p. 617).
 
 
Nem sempre se afigura possível adentrar no universo psíquico de uma pessoa para dela exigir a comprovação de que certo ato lhe causou ou não um dano dessa natureza. Assim, para a caracterização do dano moral, basta a demonstração de uma situação que conduza à presunção da existência de uma lesão a causar repercussão no universo psíquico do ofendido.
 
É o que preleciona HUMBERTO THEODORO JÚNIOR:
 
"Quanto à prova, a lesão ou dor moral é fenômeno que se passa no psiquismo da pessoa e, como tal, não pode ser concretamente pesquisado. Daí porque não se exige do autor da pretensão indenizatória que prove o dano extrapatrimonial. Cabe-lhe apenas comprovar a ocorrência do fato lesivo, de cujo contexto o juiz extrairá a idoneidade, ou não, para gerar dano grave e relevante, segundo a sensibilidade do homem médio e a experiência da vida" (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Dano Moral. 4ª ed. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2001, p.09).
 
 
In casu, é inegável ter a conduta antijurídica da Ré provocando grande sofrimentoe dor à Autora, visto evidenciado o constrangimento que passou quando foi deixada na beira da estrada, em lugar ermo, tendo ela e demais passageiros que pedir socorro a outro ônibus que passava na rodovia, ficando, ainda, várias horas na rodoviária, sem qualquer assistência, no relento, passando frio e fome, além do risco de morte e assalto, completando a viagem num ônibus fabricado em 1995, em péssimo estado de conservação, reiterando a falha na prestação do serviço, inclusive com exposição dos passageiros a risco.
 
Portanto, demonstrado a conduta da Ré, o dano sofrido pela Autora e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, deve ser imputada a responsabilidade civil objetiva à Ré, culminando em sua condenação.
 
 
IV - DOS PEDIDOS
 
Diante do exposto, a Autora requer seja rejeitada a frágil argumentação apresentada na defesa da Ré, julgando procedente o pedido inicial, condenando a Ré também no pagamento das custas e honorários advocatícios.
 
Nestes termos, pede deferimento.
 
Belo Horizonte, 29 de janeiro de 2016.
 
 
 
ADVOGADO
OAB/MG

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