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UNIDADE II GUIA DE ESTUDO Padronização e Controle de Documentos e Registros 1 PaRa iníCio De ConveRsa Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a II unidade da nossa disciplina. Espero que esteja preparado(a) para dar continuidade a nossa jornada de estudos. Vimos na unidade 1 o controle de documentos e registros. Estudamos a definição de documentos e sua elaboração, aprovação e alteração, incluindo os documentos de origem externa. Estudamos também, o controle de registros à luz da norma ISO 9001:2008. Nesta unidade, você aprenderá sobre métodos de padronização. Para melhor compreensão desse assunto, você estudará o histórico da padronização, o conceito, os procedimentos para padronização e sua utilização pelas organizações. Lembre-se! Não deixe de fazer a leitura de seu livro-texto. É de extrema importância para sua melhor compreensão do assunto que vamos estudar. Ao final da unidade, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA e responda as atividades! Bons estudos! 2 HisTÓRiCo Da PaDRoniZaÇÃo Há milhares de anos o ser humano vem adotando as padronizações nas suas diversas tarefas diárias; inclusive as relacionadas à sua própria sobrevivência, como por exemplo, a atividade de pescar. Nessa época se padronizou o método de pesca com rede para se conseguir pegar uma quantidade maior de peixes com menor esforço possível. Todavia, inicialmente ninguém era obrigado a padronizar o método de pesca, nem havia necessidade de registrar o método padronizado, pois se aprendia naturalmente o novo método e o utilizavam somente porque se conseguia um melhor resultado. Os homens da caverna padronizavam determinados sons, a fim de associá-los a determinados objetivos ou ações. Essa padronização supria a sua necessidade de comunicação oral. No antigo Egito, para se construir uma pirâmide era necessário que os blocos de pedra tivessem dimensões padronizadas. No comércio, para que as trocas funcionassem, foi necessário padronizar as medidas de peso e comprimento, bem como estabelecer um padrão de valor com moedas em metais nobres, como ouro e prata. Porém, foi apenas no início da revolução industrial e, em especial, com o surgimento da máquina a vapor, que os aspectos de medição passaram a ser mais importantes, surgindo à necessidade de se estabelecer tolerâncias para as medições. Todavia, a diversidade de critérios para medições fez surgir à necessidade de padronização, surgindo o metro e o quilograma, por exemplo. Com a Revolução Francesa passou-se a adotar o sistema métrico decimal. A industrialização levantou questões relativas à padronização e à qualidade de processos e produtos, destacando-se, no início do século XX, os estudos de Frederick Taylor que visava racionalizar as 8 etapas de produção. A padronização do trabalho defendida por Taylor, era uma maneira de otimizar a produção nas indústrias e tinha o objetivo de acelerar o processo produtivo, ou seja, produzir mais em menos tempo e com qualidade. Você deve entender que a padronização é o meio. O objetivo é conseguir melhores resultados! Henry Ford aproveitou com sucesso esse estudo para implantar a linha de montagem. Na Segunda Guerra Mundial foi necessário investir mais em padronização de medidas e tolerâncias para que a indústria mecânica e metalúrgica passasse a produzir armas, aviões e navios; uma vez que as peças eram produzidas em locais distantes geograficamente de onde eram montadas e, portanto, precisava-se garantir que essas peças seriam encaixadas perfeitamente umas nas outras. 3 voCê sabia? A padronização das atividades é uma técnica adotada a milhares de anos e que visa reduzir a variabilidade dos resultados, o que leva a uma redução de retrabalhos e refugo e aumento da previsibilidade do processo. Padronizar não significa perder criatividade e flexibilidade para atender as demandas, nem sujeitar os trabalhadores a rotinas cansativas, monótonas e normas rígidas, como ainda pensam alguns trabalhadores. A padronização internacional começou pela área electrotécnica em 1906 com a criação da International Electrotechnical Commission (IEC). Em 1926, foi criada a International Federation of the National Standardizing Associations (ISA), com ênfase na engenharia mecânica. Nesta época foi criada a norma “BS 5750”, que ficou conhecida como norma de gestão, uma vez que não apenas especificava como se produzir, mas também como organizar o processo de produção. As atividades da ISA cessaram em 1942 e em 1947 foi criada a ISO, que é o nome usual da Organização Internacional para Padronização (em inglês: International Organization for Standardization). Essa entidade com sede na Suíça congrega os organismos de diversos países e, tem como principal atividade elaborar padrões para especificações e métodos de trabalho em diversas áreas da sociedade. Tem como objetivo principal buscar uma padronização de processos e produtos a nível mundial. A ISO foi criada para objetivo de facilitar a coordenação internacional e unificação dos padrões industriais. No Brasil é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Com a acentuação da globalização na década de 1980, aumentou a necessidade de normas internacionais, especialmente a partir da criação da União Europeia. Em 1987, o governo britânico persuadiu a ISO a adotar a BS 5750 como uma norma padrão internacional. Mais tarde a BS 5750 tornou-se a norma ISO 9000. A ISO desenvolve até hoje diversas normas técnicas em diversas áreas, incluindo a área de gestão da qualidade. ConCeiTo De PaDRoniZaÇÃo Para as empresas modernas, a padronização é considerada a mais essencial das ferramentas gerenciais, pois é compreendida como algo que trará melhorias no cumprimento de prazos, custos, qualidade, segurança, saúde do trabalhador, etc. ??? 4 GuaRDe essa iDeia! Uma organização que não padroniza suas atividades não poderá garantir a qualidade do que faz. Joseph Juran, um dos principais autores ou “gurus” da qualidade, afirma que “não existe controle sem padronização”. Foi Juran o idealizador da conhecida “trilogia da qualidade” (planejamento, controle da qualidade e aperfeiçoamento). Pelo princípio do planejamento teríamos de identificar as necessidades dos clientes; projetar produtos adequados a esses clientes e planejar processos adequados a esses mesmos produtos. No controle da qualidade buscaríamos avaliar o desempenho real da qualidade na organização; comparar esse desempenho com as metas e propor medidas corretivas, quando necessário. E no aperfeiçoamento determinaríamos o que é necessário para melhorar continuamente a qualidade; definir os projetos de melhoria e detalhar os seus responsáveis, além de treinar, motivar e apoiar as equipes. Na qualidade total a padronização é a base para o gerenciamento da rotina. voCê sabia? A padronização facilita a comunicação e compreensão das atividades e procedimentos a serem seguidos e pode ser uma boa base para o treinamento de funcionários, facilitando, assim, a prática da melhoria contínua. Assim, sempre que a padronização das atividades não for algo comum, deve-se estabelecer um Procedimento Operacional Padrão documentado (POP). O POP (do inglês Standard Operating Procedure) é um formulário que contem uma descrição detalhada de todas as operações necessárias para a realização de uma atividade, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma atividade. Perceba que padronização está intimamente relacionada aos assuntos vistos na unidade 1. Sem a exigência de documentação de todos os procedimentos do sistema de qualidade, as organizações podem utilizar a padronização como critério para a necessidade de documentação das atividades. A padronização é uma das atividades mais importantes da gestão da qualidade total - GQT, e, é considerada fase preparatória para certificação na norma ISO 9001. ??? 5 PaRa ResumiR Você sabe agora qual a definição de padronização e o qual papel da padronização no gerenciamento de umaempresa? Padronizar significa fazer determinada tarefa sempre da mesma maneira com o intuito de obter sempre o mesmo resultado. Resumidamente, padronização é a atividade sistemática de estabelecer e utilizar padrões. É a unificação do comportamento dos indivíduos segundo modelos aceitos por um grupo. Mas o que são padrões? De acordo com a perspectiva japonesa e americana, padrão é um documento consensado estabelecido para um objeto, desempenho, capacidade, ordenamento, estado, movimento, sequência, método, procedimento, responsabilidade, dever, autoridade, maneira de pensar, conceito, etc., com o objetivo de unificar e simplificar de tal modo que, de forma honesta, seja conveniente e lucrativo para as pessoas envolvidas. Ao longo dessa unidade você compreenderá melhor a definição de padrão, mas é importante que você saiba que a padronização não se limita ao estabelecimento do padrão, mas também a sua utilização. Enquanto o estabelecimento do padrão envolve consenso, redação e registro; a utilização do padrão envolve treinamento e verificação contínua da sua observação. Mais importante do que estabelecer padrões é treinar os envolvidos de forma a garantir o seu uso com êxito. Isso significa que a padronização só termina quando a execução do trabalho, conforme o padrão estiver assegurada. Além disso, o método padronizado não é fixo, uma vez que ele pode e deve ser melhorado para a obtenção de melhores resultados. As pessoas passarão a adotar o método revisto quando percebem que os resultados são melhores. Assim, podemos dizer que os princípios básicos da padronização são o consenso, a linguagem apropriada e a flexibilidade. O padrão deve ser elaborado no modelo participativo para que todos estejam de acordo (princípio do consenso); deve ser escrito na linguagem dos usuários para que seja seguido corretamente (princípio da linguagem apropriada) e o padrão deve ser sensível a mudanças constantes, permitindo continuamente sua melhoria (princípio da flexibilidade). Os padrões tanto podem ser aplicados às atividades de rotina, quanto às atividades eventuais. Além dos ganhos já mencionados com a padronização, destacamos os seguintes benefícios para as organizações no quadro a seguir: 6 benefícios Descrição Uniformização do trabalho. O trabalho será executado sempre da mesma forma, garantindo um padrão de qualidade do produto e/ou serviço. Melhor utilização dos recursos (mão de obra, material, tecnológicos, financeiros). Com quantidades e qualidade especificadas no padrão, os recursos serão mais bem aproveitados no processo. Menor desperdício de tempo. A padronização melhora a produtividade, pois não há necessidade de muitos improvisos. Melhoria do nível técnico do profissional. Pessoas treinadas nos padrões estarão ganhando conhecimento e com isso, melhorando sua performance no trabalho. Registro do conhecimento tecnológico da organização. Ao elaborar padrões a organização registrando o conhecimento daqueles funcionários mais experientes. Algumas vezes a padronização é uma questão de segurança. Um exemplo é a indústria nuclear e a indústria de material bélico (armas e produtos químicos). Os procedimentos dessas indústrias envolvem riscos e por isso, precisam ser padronizados e os padrões rigorosamente seguidos. Dois conceitos são muito utilizados quando se estuda padronização: • A definição de sistema. • O conceito de domínio tecnológico. Sistema pode ser entendido como a composição de uma série de elementos (hardware, software e elemento humano) que são selecionados e alinhados para operar, relacionando-se mutuamente para cumprir uma determinada missão. Missão é a tarefa definida que o sistema deve cumprir. Vejamos a definição desses itens: • Hardware: é o conjunto de equipamentos, materiais, produtos, etc. • software: não é apenas um programa de computador, manuais, ou especificações, mas, sobretudo procedimentos, instruções de trabalho, técnicas, etc. • elemento humano: diz respeito às habilidades, conhecimento técnico, aspectos comportamentais, motivação, etc. • Para que se possam alinhar esses elementos são necessários à padronização, da qual decorrem o treinamento, a liderança, a delegação, etc. 7 Logo, todo chefe, gerente, diretor e, em última instância, o presidente da companhia, são responsáveis pela padronização de sua área de atuação (ou sistema). Assim, toda pessoa que ocupa um cargo gerencial deverá perguntar, a si mesma, se ela tem todos os fatores do processo (sistema) padronizados, e, se ela mantém o domínio tecnológico do seu sistema. Ter domínio tecnológico não é apenas ser capaz de estabelecer sistemas, ou seja, de especificar e projetar produtos e processos, hardware, software, etc. É também: • Assegurar-se de que o que está sendo executado pelas pessoas corresponde ao que está registrado no sistema por meio de treinamentos e auditoria. • Assegurar os objetivos de qualidade, custo, atendimento ou entrega (prazo certo, local certo e quantidade certa), moral e segurança. Isso se refere ao gerenciamento da qualidade total de produtos ou serviços. • Ser capaz de analisar o sistema para garantir o atendimento das metas. Ou seja, manter o controle de qualidade. Além disso, o gerente deve fazer as seguintes perguntas: · Quem são os meus clientes interno e externo? · O que o meu cliente deseja? · Como fazer com que minha equipe faça exatamente aquilo que foi projetado para a satisfação do meu cliente? · O que devo fazer para satisfazer o meu cliente, atendendo aos meus objetivos de qualidade, custo, atendimento, moral e segurança? Para que um produto ou serviço tenha “qualidade total” ou “qualidade grande” é necessário observar cinco aspectos já mencionados anteriormente e explicados abaixo: 1. Qualidade: características da qualidade do produto ou serviço que atendam o cliente interno e externo. 2. Custo do produto ou serviço. 3. atendimento ou entrega. 4. moral: características que indicam o nível médio de satisfação das pessoas do sistema. 5. segurança: características de segurança que o produto ou serviço deve ter em relação ao usuário e para o empregado da empresa. voCê sabia? O controle da qualidade consiste em eliminar a causa fundamental de qualquer problema relacionado aos cinco aspectos acima. Para descobrir a(s) causa(s) fundamental(is) deve-se analisar o processo, atuar na causa e observar o resultado, a fim de se padronizar, ou seja, adotar o novo procedimento. ??? 8 Por último, é necessário estabelecer item de controle para garantir que o resultado indesejável (problema) não volte a ocorrer. Assim, o controle de qualidade consiste na análise do processo, na padronização e no estabelecimento de itens de controle. Para descobrir a causa fundamental de qualquer problema, você pode utilizar o diagrama de Ishikawa (ou Diagrama Espinha de Peixe ou de Causa e Efeito). Esse diagrama expressa, de modo simples e fácil, a série de causas e efeitos de um processo ou um problema. Parte-se dos efeitos dos problemas para a identificação das causas que o provocaram, colocando-as em grau de importância da esquerda para a direita. A principal utilização dessa ferramenta é para identificar as causas que geram os feitos. A metodologia se baseia em seis categorias de problemas situados na parte operacional de produção, os chamados 6M: método, mão de obra, material e máquina, matéria-prima e meio ambiente. Modelo gráfico do Diagrama de Ishikawa Já o PDCA é uma das técnicas de análise e solução de problemas mais utilizados pelas organizações. É uma técnica simples para o controle de processos, que também pode ser utilizada para o gerenciamento contínuo das atividades de uma organização. É um método usado para controlar e melhorar as atividades de um processo. O PDCA é uma ferramenta oficial da qualidade e também é chamado de ciclo de melhoria Contínua, pois é utilizado em processos de trabalho com vistas a maximizar a eficiência e alcançar a excelênciade produtos e serviços. Em regra, quando aplicado na melhoria de processos, significa estabelecer uma nova diretriz de controle, da qual decorre um novo nível de controle. O PDCA é composto das seguintes etapas: 1. Planejamento (Plan): estabelecer objetivos, metas e os meios para alcançá-los; 2. Execução (Do): executar as atividades propostas no planejamento; 3. Controle/Verificação (Check/Control): monitora/controla a execução e verifica o grau de cumprimento do que foi planejado; 9 4. Ação Avaliativa/Corretiva (Action to corret): identifica eventuais falhas e corrige-as, a fim de melhorar a execução das atividades. Ciclo PDCA de controle É importante também explicar o que significa o método 5W1H para que você possa compreender melhor os próximos tópicos. O 5W1H é um check-list utilizado para garantir que a operação seja conduzida sem nenhuma dúvida pelos operadores, gerentes e diretores. É um documento composto de 6 (seis) perguntas: 1. What (o que?): Refere-se ao assunto. Ou seja, que operação é esta? 2. Who (quem?): Quem conduz essa operação ou qual o departamento responsável? 3. Where (onde?): Onde a operação será conduzida? Em que lugar? 4. When (quando?): Quando esta operação será conduzida? A que horas? Com que periodicidade? 5. Why (Por que?): Por que esta operação é necessária? 6. How (Como?): Como conduzir esta operação? De que maneira? É o método! veja o víDeo! Assista ao vídeo “Os passos para padronizar as atividades do seu negócio” com o depoimento de João Roncati, diretor da People+strategy que fala sobre padronização. Duração: (7:10). Clique aqui para assistir. O conteúdo desse vídeo não será abordado nas nossas atividades. https://www.youtube.com/watch?v=2UzdtOp1AP0 10 PRoCeDimenTos PaRa PaDRoniZaÇÃo A padronização é responsabilidade da mais alta autoridade da organização, mas é uma tarefa de todos e não apenas de um setor especializado em padronização. Deve ser organizado um sistema de padronização da empresa e suas funções devem ser gerenciadas por uma organização interna (Comitê de Direção da qualidade total ou Comitê de Implementação da Qualidade total, incluindo seu subcomitê denominado Comitê de Direção da Padronização, ou simplesmente, Comitê de Padronização). Fases da padronização • Preparatória; • Organização para padronização; • Implementação da padronização. A padronização inicia-se com a fase preparatória. Nesta fase, é estabelecido um clima propício à padronização por meio da conscientização dos diretores, gerentes e operadores para a necessidade de utilizar os padrões. Neste momento são estabelecidas as diretrizes de padronização e divulgado um plano para atingir as metas. Em seguida, as pessoas são treinadas de acordo com o nível que ocupam na empresa. O objetivo desse treinamento é que as chefias dominem os padrões do sistema e os padrões técnicos, e, que os operadores compreendam os procedimentos operacionais. Após a fase preparatória da padronização, a próxima fase é denominada “organização para padronização”. Esta fase consiste no estabelecimento do sistema de padronização que é o momento que se determinam os procedimentos de padronização (evidentemente por meio do consenso). A terceira fase é a implementação da padronização. Nela é feito o planejamento do estabelecimento dos padrões da empresa que nada mais é do que um plano anual que deve incluir a programação das seguintes etapas: 1. Preparo das propostas dos padrões; 2. Deliberação e decisão dos padrões; 3. Edição dos padrões; 4. Distribuição e arquivamento dos padrões; 5. Conduzir o trabalho de acordo com os padrões. Evidentemente, que durante a quinta etapa a auditoria se faz presente; e, qualquer discussão do conteúdo dos padrões pode levar a revisão dos padrões e consequentemente, o retorno a primeira etapa (preparo da proposta dos padrões). 11 Uma discussão do conteúdo dos padrões pode levar também a revisão dos motivos e objetivos da padronização; retornando a primeira fase (fase preparatória da padronização). A padronização deve envolver a avaliação dos procedimentos estabelecidos. O sistema de padronização deve incluir a criação de padrões, o treinamento, disseminação, avaliação do uso e dos resultados dos padrões estabelecidos e sua atualização. Agora que você já sabe os procedimentos de padronização da empresa, que são as três fases (preparatória da padronização, organização para padronização e implementação da padronização), você conhecerá o método de padronização! O método de padronização pode ser dividido em 6 etapas básicas, conforme descrito a seguir: 1. especialização: escolhe-se o sistema a ser padronizado (por exemplo: o sistema de logística de suprimentos, de produção ou de distribuição), determinando, em seguida, a sua repetibilidade, ou seja, o que é repetitivo no sistema. Todos os procedimentos que são repetitivos podem ser padronizados. 2. simplificação: nessa etapa são reduzidos o número de componentes, materiais, produtos, procedimentos, visando reduzir custos. 3. Redação: redigir numa linguagem que as pessoas entendam. Não se deve usar linguagem rebuscada. Deve-se utilizar expressão coloquial local e podem-se utilizar inclusive gírias, se facilitar o entendimento. 4. Comunicação: comunicar a todas as pessoas afetadas pelo padrão. 5. educação e treinamento: o objetivo da padronização é conseguir que as pessoas façam exatamente o que tem que ser feito e sempre da mesma maneira. 6. verificação da conformidade aos padrões: o gerente deve dirigir ou controlar o sistema, buscando também aperfeiçoá-lo. O supervisor audita o trabalho do operador e o orienta. O objetivo é alcançar as metas de qualidade, custo, atendimento, moral e segurança. veja o víDeo! Assista ao vídeo sobre “Qualidade nas Pequenas Empresas - Padronização e Metas. Exemplos Práticos”. Duração: (12:06). Clique aqui para assistir. O conteúdo desse vídeo não será abordado nas nossas atividades. CaRaCTeRísTiCas Dos PaDRÕes e seu FoRmaTo Os padrões devem ter algumas características básicas. Ao elaborar um padrão, você deve observar alguns aspectos básicos: https://www.youtube.com/watch?v=LiXF1yvCx_s 12 1. Foco no usuário: pergunte primeiro quem é o usuário. Os padrões devem ser elaborados para serem utilizados e não colocados em arquivos. Não basta também ter o padrão no bolso. É preciso utilizá-lo. Utilizar o padrão significa gerenciar a rotina pelo método PDCA. O padrão é à base do PDCA. 2. Simplicidade: os padrões devem ser simples (ter o menor número de palavras possível) e devem ser redigidos em linguagem objetiva (sem prolixidade). 3. Facilidade de revisão: os padrões devem ser de fácil revisão, pois devem ser revistos pelo menos uma vez por ano, devido às melhorias das atividades ou a incorporação de inovações. 4. Indicação das datas de emissão e revisão do padrão, bem como o período de validade e as responsabilidades específicas. 5. Retratar a prática: os padrões não devem ser fruto de idealismos ou serem baseados somente na teoria. Ao elaborar padrões, deve-se observar a prática. Ou seja, elaborá-los de acordo com as atividades. 6. Atender as necessidades do trabalho: padrões devem ser elaborados para que não haja dificuldade em segui-los na rotina diária de trabalho. 7. Refletir o consenso: os padrões devem ser resultantes de um consenso das áreas responsáveis. Deve-se buscar a participação das pessoas que executam a tarefa, pois são elas que conhecem a melhor forma de execução. 8. Possibilidade de ser cumprido: padrões que não correspondem à situação atual não podem ser cumpridos e, portanto, são inúteis. Por exemplo: podem ter sido especificados valores padrão sem considerar as tolerâncias ou estabelecidas tolerâncias sem levar em consideração o nível tecnológico da empresa. 9. Deve ser concreto: os padrões abstratos também são inúteis. O padrão está concreto quando é de fácil entendimento e não dá margem a várias interpretações. Por exemplo: ao invés de dizer que a aparência de umapedra de granito ou mármore deve ser atraente, deve-se especificar concretamente o número máximo de arranhões que a pedra de granito ou mármore pode ter. Outra maneira é ter fotografias padrão representando uma pedra de granito atraente. 10. Devem ser autorizados: os padrões devem ser autorizados pelo superior hierárquico. 11. Não contradizer outro padrão: padrão, como parte de um sistema, nunca poderão contradizer outro padrão. 12. Ter nome e forma padronizados. 13. Por último, a empresa deverá manter um controle de manutenção dos padrões e do número de revisões. Em relação ao formato, os padrões devem: • Ser feitos em folha soltas (papel ou cartolina). Geralmente se utiliza folha A4. • Possuir numeração estabelecida por um sistema de numeração previamente definido. Esse sistema deve estar de acordo com o sistema de classificação de padrões que veremos no próximo tópico. • Além do número, o padrão deve possuir título, data de emissão e da última revisão. • A redação deve ser feita de modo que o operador consiga entender o padrão. Assim, é permitida a linguagem coloquial, o uso de termos, símbolos gráficos, símbolos em letras, símbolos em unidade, números, figuras, tabelas, sinais, fórmulas, fotos, etc, desde que previamente definidos no próprio padrão ou em manual de treinamento para que gerem dúvidas. 13 sisTema De CLassiFiCaÇÃo De PaDRÕes Principais padrões utilizados pelas empresas Existem dois tipos básicos de padrões utilizados pelas empresas: os padrões de sistema e os padrões técnicos. Os padrões de sistema também são chamados de padrões gerenciais e pode ser conceituado, como: documentos consensados, criados para assuntos que dizem respeito à organização e conteúdo dos sistemas, sequência, procedimentos e métodos. Os padrões técnicos, como o próprio nome indica, são documentos consensados, criados para assuntos técnicos, relacionados direta ou indiretamente com um produto ou serviço. Os padrões de sistema estão relacionados aos procedimentos gerenciais. Eles traduzem a “maneira de trabalhar”. O objetivo dos padrões de sistema é assegurar que o sistema será conduzido sempre do mesmo jeito (mesma maneira de trabalhar) e que cada funcionário, setor ou departamento deve saber claramente o que fazer, por que fazer, como fazer, onde fazer e quando fazer. Assim, deve ser montado o sistema sob a forma de fluxograma funcional, estipulando cada passo pelo método 5W1H. Os padrões de sistema devem ser continuamente aperfeiçoados. Ou seja, devem ser introduzidas melhorias no padrão. Isso equivale a “girar o PDCA” nos sistemas empresariais e é “denominado de gerenciamento de rotina do trabalho diário”. Os padrões técnicos são todos aqueles relacionados às especificações de produto, processo, matéria- prima (ou materiais, componentes e peças) e à inspeção. Os padrões técnicos são a base para a satisfação do cliente. Exemplos de especificações são: • Dimensões e acabamento de um produto. • Condições de fabricação e armazenagem de produtos (temperatura, layout, tipos de estrutura de armazenagem, altura máxima de estocagem de uma matéria prima, etc.). • Limpeza de uma enfermaria ou UTI de hospital. Perceba que os padrões técnicos lidam com números ou critérios baseados em padrões de comparação que provêm do desdobramento da função qualidade. 14 LeiTuRa ComPLemenTaR Convido você a acessar o livro-texto da unidade 2 referente à Padronização. Esta leitura não é obrigatória para responder as atividades, mas irá ajudá-lo(a) a revisar o assunto estudado e complementar o seu conhecimento sobre o tema. aCesse o ambienTe viRTuaL Querido(a) aluno(a)! Chegamos ao término da segunda unidade da nossa disciplina. Não se esqueça de fazer as atividades que estão disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, pois elas possuem caráter avaliativo. Em caso de alguma dificuldade de entendimento, procure o seu tutor. Ele está à sua disposição para esclarecer as dúvidas e orientá-lo(a) no que for necessário. Desejo um bom progresso e aproveitamento nos estudos. Até a próxima unidade!
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