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Nutrição e Envelhecimento Saudável Milena Maffei Volpini São Paulo, 2019 Sumário 2 Tipos de envelhecimento; Transição Demográfica e expectativa de vista no Brasil; Perfil do Idoso no Brasil; Envelhecimento Ativo x Patológico; Fatores que afetam a alimentação do idoso; Papel da Nutrição; Etapas da Avaliação Nutricional; Medidas não convencionais na Avaliação Nutricional do Idoso; Recomendações Nutricionais; Orientações gerais na alimentação do Idoso ENVELHECIMENTO Definição: “Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros da espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS) ■ OPAS* - Organização PanAmericana de Saúde ■ 1948 – Incorporada a OMS ■ Objetivo Principal: Medicina Preventiva 3 4 Envelhecimento Processo Velhice Fase da Vida 5 Envelhecimento Cronológico O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos, o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. Velhice Senescência ■ Indivíduos com 65 anos e mais – Países Desenvolvidos ■ Indivíduos com 60 anos e mais – Países em desenvolvimento (Brasil) Velhice – última fase da vida ■ Caracteriza-se pela: ▫ Diminuição da Capacidade Funcional; ▫ Diminuição da Capacidade física; ▫ Diminuição da capacidade de trabalho; ▫ Mudanças no papel na Sociedade; ▫ Solidão ▫ Perdas psicológicas e afetivas 6 Envelhecimento Envelhecimento Primário Envelhecimento Secundário Envelhecimento Terciário 7 Envelhecimento Primário ■ Também conhecido como envelhecimento normal ou senescente ■ Atinge de forma gradual e progressiva o indivíduo, possuindo efeito cumulativo ■ Sujeito a influência de fatores determinantes para o envelhecimento: 8 DietaExercícios Estilo de vida Exposição á eventos Posição Social Educação Envelhecimento Secundário ■ Também conhecido por envelhecimento patológico ou senilidade ■ Referem-se as doenças que não se confundem ao processo natural do envelhecimento ■ Enfermidades variam desde lesões cardiovasculares, cerebrais, fatores ambientes, mecanismos genéticos; ■ Envelhecimento Secundário refere-se a sintomas clínicos, incluindo os efeitos da doença e do ambiente; ■ Podem acelerar os processos básicos do envelhecimento, podendo aumentar a vulnerabilidade do indivíduo. 9 Fechine e Trompieri, 2012 Envelhecimento Terciário ■ Também conhecido por terminal; ■ Caracterizado por profundas perdas físicas e cognitivas ■ Ocasionadas por acumular os efeitos da envelhecimento como também por patologias. Fechine e Trompieri, 2012 11 Envelhecimento Saudável Envelhecimento bem sucedido: Succesful aging; Ainda sem definição consensual Comporta 3 componentes: Evitamento de doença e incapacidade; Maximização das funções cognitivas e físicas Envolvimento/compromisso com a vida Almeida, 2007 GERIATRA OU GERONTÓLOGO ?? 12 13 Como atua? Prevenção: propõe intervenções que se antecipem aos problemas mais comuns que afetam os idosos; Na ambientação: Orienta a criação de condições ambientais para a vida com qualidade na velhice; Na reabilitação: Propõe intervenções quando ocorrem perdas que são resgatáveis; Nos cuidados Paliativos: Propõe intervenções quando ocorrem doenças progressivas e irreversíveis abrangendo aspectos físicos. Site SBGG Processo de Envelhecimento Transição Demográfica 15 Transição Demográfica • O processo de envelhecimento populacional resulta do declínio da fecundidade e da mortalidade; • A transição demográfica originou-se na Europa e seu primeira fenômeno foi a diminuição da fecundidade, observada na Revolução Industrial; • O aumento da expectava de vida ocorreu de modo insidioso e lento, e foi possível graças as melhores condições sociais, de saneamento, além do uso de antibióticos e vacinas. Transição Demográfica ■ O processo de envelhecimento populacional resulta do declínio da fecundidade e da mortalidade; ■ A transição demográfica originou-se na Europa e seu primeira fenômeno foi a diminuição da fecundidade, observada na Revolução Industrial; ■ O aumento da expectava de vida ocorreu de modo insidioso e lento, e foi possível graças as melhores condições sociais, de saneamento, além do uso de antibióticos e vacinas. 17 Transição Demográfica no Brasil ?????? 18 Transição Demográfica no Brasil 19 Fenômeno semelhante ao ocorrido na Europa, porém com implicações diferentes: Momento histórico; ➢ Brasil: 1940 – 1960 – declínio significativo da mortalidade, mantendo a fecundidade em níveis bastante ➢ 1960 – redução da fecundidade (grupos privilegiados e regiões mais desenvolvidas) Anos 80 Consolidada a transição demográfica Aumento da expectativa de vida sem melhores condições Momento Histórico Tempo decorrido entre as quedas das taxas de natalidade e mortalidade Transição Demográfica 20 Envelhecimento no Brasil 1970 Grupo de pessoas acima de 65 anos 3,5% para 5,5% 2050 Grupo de pessoas acima de 65 anos 19% da população Envelhecimento dentro da própria população idosa 1980 Maior proporção de idosos – 60 – 69 anos 2000 Maior proporção de idosos – 70 a 74 anos Pirâmide Etária no Brasil IBGE 23 Boom de idosos Veras, 2009 Expectativa de Vida 1. A expectativa de vida muda significativamente de acordo com a região onde ocorre o nascimento; 2. A maior expectativa é no Sul – Média de 74,7 anos para Homens e 78,2 para mulheres 3. No sudeste a média de vida é de 74,1 anos, com 70,1 anos para homens e 78,2 para as mulheres 25 IBGE 26 IBGE Feminização da População Idosa ■ 56% idosos – são mulheres Menor consumo de álcool e tabaco Uso constante de serviços de saúde Atendimento médico e obstétrico Baixa mortalidade materna Diferentes exposições à riscos Suicídios 4x mais frequentes em homens Perfil do idoso no Brasil • Residentes em áreas urbanas • Baixo escolaridade • viúvas • 18% vivem sozinhos • + dependentes 27 Maltemphi, 2012 Envelhecimento Ativo X Patológico 28 29 Envelhecimento Ativo X Patológico Conceito adequado – ausência de doenças é um privilégio de poucos e o completo bem estar pode ser atingido por muitos, independente ou não da presença de doenças Saúde: “Um estado de completo bem estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doença ou enfermidade: (OMS) Capacidade de determinar e executar seus próprios desígnios Ramos, 2003 Envelhecimento Ativo X Patológico 30 Idosa • 80 anos • capaz de gerir sua própria vida • determinar suas atividades de lazer • ter convívio social e trabalho •DM, HAS, cardíaca controlada Idosa •80 anos •Tendência ao sedentarismo •Reclusão social • perda de auto estima • abandono de autocuidados •DM, HAS, Doença cardíaca sem controle Saudável Doente Capacida de Funcional Ramos, 2003 Envelhecimento Saudável 31 Bem estar na velhice Envelhecimento Saudável: Resultado da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência de vida diária, integração social, suporte familiar, e independência econômica. Equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as dimensões. Perda de um ente querido; Falência econômica; Doença incapacitante; Distúrbio Mental Acidente Fatores que podem comprometer a capacidade funcional do idoso Ramos, 2003 Avaliação Multidimensional do Idoso 32 Desenvolvido instrumentos para atuar preventivamente nos fatores de risco da saúde do Idoso Com base no conceito de idoso como capacidade funcional Grau de Dependência. 35 36 Grau de Dependência: Grau de Dependência III- Idososcom dependência que requeiram assistência em todas as atividades de auto cuidado para todas as atividades de vida diária e ou com comprometimento cognitivo Grau de Dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda; Grau de Dependência II - idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; BRASIL. ANVISA. RDC n.º 283, de 26 de setembro de 2005. Dispõe sobre o regulamento Técnico que define normas de funcionamentopara as Instituições de Longa Permanência para Idosos, de caráter residencial. Diário Oficial da União, Brasília, 27 set. 2005. Seção 1, p. 58. Fatores que afetam a alimentação e nutrição de idoso 37 Fatores Socioeconômi cos Fatores Psicossociais Fatores Fisiológicos Fatores Patológicos Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Socioeconômicos 38 ■ FATORES ECONÔMICOS □ Aposentadoria □ Baixa renda ■ FATORES SOCIAIS □ Solidão □ Isolamento Social e familiar □ Viuvez □ Perda de produtividade e do papel social Uma característica marcante no Brasil é o baixo poder aquisitivo dos idosos, agravado com a exclusão dos idosos no mercado de trabalho Resulta na aquisição de alimentos com custos mais acessíveis e contribui para a monotonia da alimentação. Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos 39 ■ FATORES PSICOLÓGICOS □ Perda do cônjuge; □ Depressão; □ Conflitos familiares □ Baixa auto estima □ Ansiedade Estima-se que mais de 15% dos idosos ingerem até 1000kcal/dia. % aumenta nas populações menos favorecidas economicamente. Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Psicossociais 40 Redução da sensibilidade por gostos primários (doce, salgado, amargo, ácido) + perda da acuidade visual, audição e olfato Fatores mais relevantes da diminuição do consumo alimentar de idosos; Disfunções tendem a começar ao redor dos 60 anos e se tornam mais graves nas pessoas acima de 70 anos; Redução do paladar Alterações metabólicas Da ingestão de alimentos Ageusia: perda quase total do sabor Disgeusia: distorção dos sabores Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos ■ Número de papilas gustativas em jovens: 250 para cada papila ■ Número de papilas gustativas em idosos acima de 70 anos: menor que 100 para cada papila ■ Olfato: da percepção com redução na habilidade de detectar odores e identificar tipos de alimentos ingeridos 41 Podem contribuir para a ingestão inadequada de alimentos, levando a má nutrição e perda de peso Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos 42 ■ Aparecimento frequente de cáries e doenças periodontais; ■ Próteses mal adaptadas; ■ Ausência de dentes; ■ Xerostomia – afeta 70% dos idosos (principal causa: uso de medicamentos) ■ Atrofia das papilas gustativas; ■ Diminuição na espessura do epitélio na cavidade oral Sensação de ardor quando ingere alimentos quentes ou frios Pessoas com dentaduras: mastigam 75% a 85% menos eficientemente Brasil: alta prevalência de indivíduos desdentados ou com número reduzido de dentes – escolha de alimentos associados a maior conforto mastigatório Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos 1. Boca: atrofia da mucosa oral e gengival; 2. Redução das células das glândulas salivares; 3. Presbiesôfago: diminuição na amplitude das contrações e do número de ondas peristálticas após a deglutição. 43 Menor eficiência da deglutição – engasgos e maios risco de bronco aspiração. Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos 1.ESTÔMAGO Atrofia da mucosa gástrica redução do número de células parietais (secretam ácido gástrico) diminuição na produção de secreção de suco gástrico, pepsina e enzimas aumento de ph; Aumento do tempo de esvaziamento gástrico 123 minutos em idosos 50 minutos em jovens 44 Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Redução na absorção de Cálcio, devido alterações no processos de transporte; Deficiência da absorção de vitamina B12 Fatores Fisiológicos 1.INTESTINO ■ Atrofia na mucosa intestinal □ Favorece uma diverticulose; □ Favorece constipação; □ Deficiência na absorção de nutrientes; □ Diminuição da função motora do colón; □ Enfraquecimento do esfíncter retal 45 Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Quadros de obstipação, distensão abdominal, flatulência, náuseas e vômitos – podem interferir no consumo alimentar Fatores Fisiológicos 1. ALTERAÇÕES NO FÍGADO E VIAS BILIARES: □ Redução no peso e número de hepatócitos □ Aumento de tecido fibroso ▫ Diminuição no metabolismo de drogas ▫ Diminuição da síntese proteica (fígado sintetiza albumina, ferritina e trasferrina) 2. VESÍCULA BILIAR: ■ Diminuição na ação dos sais biliares ■ Má absorção de gorduras – maior ocorrência de litíase biliar 46 Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Fatores Fisiológicos 1. ALTERAÇÕES RENAIS Diminuição da função renal em 50% até os 80 anos; Atrofia da uretra com enfraquecimento na musculatura pélvica; 2. ALTERAÇÕES METABÓLICAS E ENDÓCRINAS Aumento da resistência periférica á insulina Intolerância a glicose Diminuição da taxa de metabolismo basal de até 20% entre 30 e 90 anos 47 Cardoso, 2009 Insuficiência renal; Aumento na frequência e urgência urinária; Incontinência urinária Maior propensão ao ganho de peso e DM Fatores Fisiológicos 1. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES ■ Diminuição da força dos batimentos cardíacos e aumento da resistência periférica – aumento da P.A ■ Paredes do ventrículo aumentam de espessura e ocorrem depósito de colágeno; ■ Aorta se torna mais rígida; ■ Nas artérias: acúmulo de gordura (aterosclerose) , perda de fibra elástica e aumento de colágeno 2. ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS ■ Enfraquecimento dos músculos esqueléticos; ■ Enrijecimento da parede torácica; ■ redução da forca dos músculos respiratórios; ■ Diminuição da área da superfície alveolar; ■ Diminuição da quantidade de capilares. 48 Cardoso, 2009 Ocorre maior prevalência de Hipertensão arterial sistólica isolada com maior risco de eventos cardiovasculares Pasi, 2006 Maior dificuldade respiratória, maior esforço cardíaco, aumento do cansaço para mastigar, maior chance de broncoaspiração. Fatores Fisiológicos ■ Atrofia (diminuição de peso e volume)cerebral; ■ Redução do volume do córtex; ■ Redução do número de neurônios; ■ Diminuição de neurotransmissores. 49 Déficit cognitivo; Mal de Parkinson e demências Fatores Fisiológicos 1. ALTERAÇÕES NO SISTEMA IMUNOLÓGICO Diminuição gradual as funções do sistema imunológico Deterioração da função imunitária associada ao processo de envelhecimento = IMUNOSENESCÊNCIA 2. ALTERAÇÕES SISTEMA MÚSCULO - ESQUELÉTICO ■ Diminuição no comprimento, elasticidade e número de fibras (20% maior em adultos); ■ Perda de massa muscular e elasticidade nos tendões e ligamentos; ■ Ganho de gordura em substituição a massa muscular; ■ Diminuição de força muscular; ■ Perda de tecido ósseo ( a partir de 50 anos) 50 Suscetíveis a doenças infecciosas, câncer e doenças auto imunes Maior risco para sarcopenia, osteoporose, fraturas, quedas e hospitalizações Fatores Fisiológicos 51 Desidratação : frequente e apresenta-se com um quadro de delirium; Idosos não solicitam líquidos Alteração da sede Disfunção cerebral Da sensibilidade dos osmoreceptores Fatores Patológicos 52 Presença de Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNTs) Aumento das hospitalizações aumento de infecções de traumas Desnutrição Proteico-calórica e obesidade Estima-se 85% - 1 DCNT 30% - pelo menos 2 associadas Efeitos Secundários dos Fármacos Consequências Sofrem com mais frequência os efeitos adversos dos medicamentos: Queda das suas funções vitais Uso de múltiplos medicamentos Estado Nutricional Polifarmácia usode 5 ou mais medicamentos Estudo SABE polifarmácia em 31,5% da amostra 53 Efeitos Nutricionais dos Medicamentos Classificação Efeitos Nutricionais Analgésicos Agressão à mucosa gástrica, com presença de hemorragias; Favorecem gastrite e úlceras Redução dos Níveis plasmáticos de ácido fólico e ascórbico Antiácidos Redução na absorção de vitamina A Náuseas, diarreia e desidratação Antibióticos Alteram a absorção intestinal por destruição da flora. Provocam má absorção de carboidratos, vitamina B12, cálcio, ferro, magnésio e cobre e inibem a síntese proteica; Antieméticos Xerostomia e ressecamento de garganta Diuréticos e laxantes Ocasionam desidratação e depleção de eletrólitos como magnésio, potássio e zinco; Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Efeitos Nutricionais dos Medicamentos Classificação Efeitos Nutricionais Anticoagulantes Antagonista da vitamina K Anticonvulsivantes Podem levar à deficiência de ácido fólico e alterações do metabolismo da vitamina D Glicocorticóides predispõem à gastrite, osteoporose (interferem na absorção do cálcio) e hiperglicemia Antigotosos Diminui a absorção de vitamina B 12 Tranquilizantes e psicofármacos Favorecem o relaxamento e diminuição da absorção intestinal Campos, Monteiro, Ornelas, 2000 Desafios da Geriatria e Gerontologia 56 57 1.0 Iatrogenia Exemplos: erro médico, negligência, efeitos secundários dos medicamentos, efeitos colaterais de medicações Saldanha, 2009 58 2.0 Instabilidades Posturais - Quedas ■ 6º causa de morte no idoso ■ 40% das admissões em casas de repouso Idade Prevalência 70 anos 25% 75 anos 35% > 80 anos 40% Institucionalizados 50% Saldanha, 2009 59 Saldanha, 2009 3. Imobilidade ■ Fatores Predisponentes: □ Osteoartrose □ Doenças reumáticas □ Sequelas de fratura □ DPOC, ICC, AVC e infecções □ Desnutrição e Desidratação □ Parkinson, Demência de depressão - Quantificar a Imobilidade (escala de AVD’s) - Exame clínico - Exames Complementares - Condutas e orientações 60 Saldanha, 2009 4. Incontinências Consequências: Isolamento social, institucionalização, declínio funcional, maior número de quedas 61 Saldanha, 2009 5. Insuficiência Cerebral ■ Queixas de memória □ 30% dos idosos em geral □ 75% dos idosos institucionalizados Fatores que interferem na memória: - Idade avançada - Isolamento - Ansiedade - Desconfiança - Stress - Psicofármacos Qual o papel do nutricionista ? 62 • Identificação dos indivíduos em risco para desenvolver DCNTs • Intervenção alimentar para prevenção • Controle de enfermidades • Avaliação adequada do Estado Nutricional • Educação Alimentar (individual ou grupos) Fatores que influenciam as necessidades dietéticas no envelhecimento 63 Estado Geral de Saúde Grau de atividade física Alterações fisiológicas do processo de envelhecimento Eficiência no aproveitamento dos alimentos Estado emocional e saúde mental Monteiro, 2009 Diagnóstico Nutricional 64 Monteiro, 2009 Indicadores de EN Consumo Alimentar Avaliação Subjetiva Triagem Nutricional Antropometria Exames Bioquímicos Consumo Alimentar Deriva de informações obtidas pela anamnese nutricional ou métodos prospetivos; Disponibiliza dados subjetivos – deve ser complementada por demais dados obtidos pelos demais indicadores do EN. 65 Métodos Retrospectivos Métodos Prospectivos Recordatório 24 horas (memória) Registro ou diário alimentar (3 dias) História alimentar ou dietética (não permite análise quantitativa) Questionário de Frequência alimentar Triagem Nutricional Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) □ Considera alterações da composição corporal e funcionais □ Baixo custo □ não invasivo □ pode ser realizado a beira do leito Nutrition Screening Initiative (NSI) □ Questionário com 10 questões □ Conscientizar para problemas nutricionais □ eficiência limitada, não sendo capaz de predizer mortalidade em idosos Nutrition Risk Screening (NRS 2002) Objetivo: detecção da desnutrição em ambiente hospitalar Reprodutibilidade validade em estudos na Dinamarca Validação nos estudos com boa concordância 66 Triagem Nutricional • Mini Avaliação Nutricional (MAN) • Mini Avaliação Nutricional Reduzida Ferramenta simples; Rápida; Confiável; Baixo Custo; Permite que o risco de desnutrição seja identificado antes mesmo que alterações clínicas se manifestem 68 Avaliação Subjetiva Composta pela avaliação subjetiva global e pelo exame físico. Avaliação subjetiva Global: Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) importante instrumento para auxiliar no diagnóstico nutricional de idosos; Apresenta os seguintes parâmetros de avaliação: Equilíbrio e Motricidade Deficiências Sensorias Disponibilidade e adequação de suporte familiar e social Função Cognitiva Condições emocionais e sintomas depressivos Condições ambientais Capacidade Funcional Estado e risco nutricional Exame físico Medidas antropométricas para o idoso são as mesmas do que para a população em geral Antropometria Técnicas de medicação também são as mesmas, mas as vezes com algumas dificuldades devido: envergadura da coluna vertebral; Dificuldade de equilíbrio e deambulação; Excesso de flacidez; Desidratação; Alterações específicas nos compartimentos corporais 70 Antropometria Peso Estatura Circunferência do Braço Circunferência de abdômen, quadril e panturrilha Dobra cutânea do Tríceps e subescapular Circunferência Muscular do Braço e Área Muscular do braço ✓ Na impossibilidade de deambulação – Equações de estimativa de peso desenvolvidas por Chumlea et al; 72 Índice de Massa Corporal (IMC) - Classificação FONTE IMC (KG/m²) Classificação OPAS, 2003 23 – 28 Eutrofia (indivíduos saudáveis) NSI, 1994 22 – 27 Eutrofia (indivíduos enfermos) Padrões de referência NHANHES III • acima de 60 anos • População ativa • AMB = Corrigida • KUCSMARSKI e KUCSMARSKI, 2000. BURR and PHILLIPS (1984) • Acima de 65 anos • Indivíduos hospitalizados ou institucionalizados • AMB – não corrigida FRIZANCHO (1991) • até 74 anos • população ativa, hospitalizada, institucionalizados • AMB = Corrigida Circunferência de Panturrilha CP •OMS: medida mais sensível da massa muscular nos idosos • Recomendada para pacientes acamados • Classificação: ≥ 31 cm (homens e mulheres) • Lado Esquerdo CP •Estudo Pelotas (Silva, 2014) • Masculino – 34cm •Feminino – 33 cm • Lado Direito 75 Velocidade de perda de peso Blackburn, 1977 Medidas não convencionais na avaliação nutricional de idosos 76 EMAP – espessura do músculo adutor do polegar oTécnica para avaliar o compartimento muscular Vértice do triangulo imaginário formado entre a extensão do dedo polegar e o indicador EMAP Medida da MAP Perda da capacidade Laborativa Limitação na prática de atividade física e trabalho Doença de Base Interferindo na troficidade do músculo Redução da espessura do músculo Melo e Silva, 2014. Vantagens da EMAP • Anatomicamente definido • Plano e situado entre duas estruturas ósseas • Único músculo que permite adequada avaliação da sua espessura • Reprodutível para pesquisa; • Medida direta • Não invasiva 79 • Baixo Custo Classificação da EMAP Lameu et al, 2004 FPP – força de preensão palmar o Consiste na aferição da força máxima voluntária de preensão manual e tem como princípio estimar a função do músculo esquelético. Posição recommendada pela ASHT (American Society of Hand Therapists) Preensão palmar em um dinamômetro Dias et al, 2009; Reis e Arantes, 2011c Dinamômetro Jamar ® - Instrumento recomendado pela Sociedade Norte Americana de Terapeutas da mão (SATM) - Aparelho hidráulico, instrumento mais aceito desde 1954; - Simples, leitura rápida e direta; - Mede a força através de um sistema hidráulico fechado; - Posição 2 – maior performance da força de preensão. Martins e Moura, 2008. Individuo Redução demassa muscular e força Diminuição do músculo esquelético e de seu desempenho; redução da força de membros superiores Podem ocorrer antes do surgimento de manifestações clinicas e do prejuízo funcional Importante indicador do Estado Nutricional em curto prazo Um dos mais sensíveis testes funcionais indicadores de depleção proteica Prejuízo nas execuções das atividades diárias Martin, Nebuloni, Najas, 2012. Perda de força mais intensa Perda Muscular superior a feminina Menor proporção de massa muscular Perda de massa muscular Morte de Motoneurônios Inatividade de hormônios como testosterona e do crescimento Martins e Moura, 2008. Vantagens da FPP 85 Mensuração simples, objetiva, prática e de fácil utilização; Baixo custo; Pouco invasiva; Considerado bom indicador para força muscular global e avaliar desempenho físico. Pode auxiliar em condutas de intervenção para prevenir ou retardar futuras limitações e deficiências funcionais; O conhecimento da correlação entre EN e FPP como preditor de funcionalidade poderá direcionar novas estratégias de promoção e prevenção ■ Dinamometria é referenciada como preditor de mortalidade e ótimo preditor de prognóstico de complicações; 86 Fatores que influenciam a medida ■ Horário da avaliação (manhã e tarde); ■ Dominância da mão; ■ Variáveis antropométricas; ■ Sinceridade do esforço do avaliador; ■ Mão e tamanho da empunhadura. Dias et al, 2009 Procedimentos não padrão da FPP Número de medidas durante o teste; Tempo de intervalo entre as medidas; Tempo de aplicação de força para cada medida; Ordem de mensuração e alternância entre os membros durante as mensurações; Valor da força registrado para análise. Frangella et al, 2009 87 Sugestões de procedimentos básicos ■ Padronização do horário da avaliação; ■ Avaliação de ambas as mãos; ■ Realização de 3 avaliações em cada mão; ■ Adoção do procedimento corporal padrão (ASHT) ■ Ajuste da empunhadura ■ Utilização de incentivo verbal/visual (garantir máximo esforço) Dias et al, 2009 Obstáculos... amputação de membros osteoartrite, osteoatrose assimetria Doença de Parkinson Déficit cognitivo Padrão de referência Valores de referência – Adultos entre 20 – 95anos Parâmetros Bioquímicos 89 • Proteínas totais e frações; • Albumina • Hemoglobina e Hematócrito • Urina 1 • Contagem Total de linfócitos • Colesterol total • Proteína C Reativa 90 Interpretação dos valores de parâmetros bioquímicos Exame Sexo Normal Moderadamente Reduzido Gravemente Reduzido Hemoglobina g/100ml Masculino ≥14,0 13,9 – 12,0 ˂ 12,0 Feminino ≥ 12,0 11,9 – 10,0 ˂ 10,0 Hematócrito % Masculino ≥ 44 43 – 37 ˂ 37 Feminino ≥ 38 37 – 31 ˂ 31 CTL = %linfócitos X leucócitos 100 (BRICARELLO, et al., 2009, página 117). - Depleção leve: de 1.200 a 2.000/mm³ - Depleção moderada: de 800 a 1199/mm³ - Depleção grave: ˂800/mm³ Interpretação dos valores de parâmetros bioquímicos Albumina 3,5 a 5,1 g/dL (53,1 a 69,4%) α – 1 – globulinas 0,2 – 0,4g/dL (2,7 a 5,4%) Relação albumina/globulina 0,9 a 2 Fonte: Bricarello, et al., 2010, p.117. Valores de Albumina: Normal: > 3,5g/dL Depleção Leve: 3 – 3,5 g/dL Depleção Moderada: 2,4 – 2,9 g/dL Depleção grave: < 2,4g/dL (Bricarello et al., 2010, p.118). valores de colesterol sérico também são considerados como indicadores de desnutrição quando menores que 160mg/dL. Recomendações Nutricionais para Idosos 92 Recomendações Nutricionais para Idosos 94 Recomendações Nutricionais Recomendações Nutricionais 30 anos Metabolismo + lento Falta de atividade física e excesso na ingestão calórica Ganho de 4kg a cada década 70 anos Redução de 50% de massa magra + desidratação Perda de peso 96 Recomendações Energéticas ■ Perda de 2 a 3% de massa corporal magra por década; ■ Redução de 15 a 20% da Taxa Metabólica de Repouso durante a vida ■ Necessidades de energia mudam: Diminui a necessidade de energia Redução das necessidades de energia Aumento das necessidades de micronutrientes Desafio Recomendações Nutricionais Calorias: 25 – 30cal/Kg GEB: (Harris, Benedict)= -10% Proteínas – 1,0 – 1,2g/Kg/peso/dia e 1,2 – 1,5g/Kg/peso/dia (Prot Age, 2013). RDA – 56g para homens RDA – 46g para mulheres Dieta Normoproteica (12-14%) 75% PAVB Carboidratos 50 – 60% VET em casos de intolerância a glicose – 10% VET de monossacarídeos (CHO simples – glicose e sacarose) 98 Recomendações Nutricionais Fibras: 20 – 35g/dia (American Dietetic Association) Fibras Solúveis: 25% do total diário Oligossacarideos – FOS = 3g/dia 99 Recomendações Nutricionais ■ Gorduras: 25 – 30% do VET ▫ Ac Graxos Saturados: < 7% do VET ▫ Ac Graxos Poliinsaturados: < 10% do VET ▫ Ac Graxos Monoinsaturados < 20% do VET ▫ Colesterol: < 300mg (< 200mg em casos de DLP) ▫ Ômega 6 (ácido Linoléico) – 11g dia ▫ Fontes: nozes, castanhas, sementes, óleo de soja, girassol e milho ▫ Ômega 3 (ácido Linolênico) – 1,1g/dia ○ Fontes: óleos de canola. Linhaça, salmão, arenque, sardinha e algas. Recomendações Nutricionais Minerais ■ Cálcio: um dos principais micronutrientes relacionados ao envelhecimento; □ Metabolismo do Cálcio: relacionado a perda de massa ósseo □ Absorção de cálcio é diminuída no idoso ■ Ferro: 8 mg para Homens e Mulheres acima de 51 anos □ 1 porção de carne (150g) – atinge metade dessa recomendação □ 1/3 das anemias em idosos são de causa nutricional 100 Recomendações Nutricionais Minerais Sódio: 2000 – 4000mg (DBH, 2002) Recomendação associada a presença e controle de HAS e outras doenças (IR, IC) Zinco: 11 mg para homens/ 8 mg para mulheres (DRIS, 2001) Má absorção, stress, traumatismo, perda muscular, medicamentos podem contribuir para a inadequação de Zinco no Idoso Importante para a síntese proteica Favorece o apetite Importante antioxidante 101 Recomendações Nutricionais Minerais Cobre: 900 µg (DRIS, 2001) Melhora da resposta imunológica Síntese da hemoglobina Resistência ao Stress e doenças degenerativas Fontes: vísceras, ostras, nozes leguminosas ■ Selênio - 55µg (DRIS, 2001) Importante antioxidante Favorece resposta imunológica Fontes: Castanha do Pará, frutos da mar, aves 102 Potássio: 3 -4 g (DRIS, 2001) Equilíbrio ácido –base e hidroeletrolítico Prevenção de arritmias Favorece contrações musculares Prevenção da hipertensão Ácido Fólico - 400µg (DRIS, 2001) Menor ingestão de folato pelos idosos Deficiência leva a depressão e prejuízos na concentração e memória Fontes: Vísceras, verduras verdes, frutas secas, grãos integrais Recomendações Nutricionais 103 ■ Vitamina A ■ Proteção contra degeneração celular ■ Aumenta a resistência às infecções respiratórias • Deficiência é rara; • Hipervitaminose A é mais comum; • Importante antioxidante; • Proteção contra degeneração celular • Aumenta a resistência às infecções respiratórias Vitamina C – Homens – 90mg (DRIS, 2000) Mulheres – 75 mg Consumo diário de 2 frutas e 1 porção de verduras (que sejam fontes de vitamina C) já são suficientes para atingir a recomendação Importante antioxidante Aumenta capacidade imunológica Favorece cicatrização Recomendações Nutricionais Vitamina D – Homens – 10µg (DRIS, 1997) Mulheres – 15 mg Aumenta a absorção de cálcio Sintetizada pela exposição aos raios solares Envelhecimento reduz a capacidade de produzir vitamina D 104 Vitamina B6 – Homens 1,7 mg (DRIS, 2002) Mulheres 1.5 mg/dia Deficiência: aumenta os níveis de homocisteina (risco para DA?) Recomendações Nutricionais Vitamina B12 – 2,0 mg (DRIS, 2000) Formação de glóbulos vermelhos Evita anemia megaloblástica O consumo de 1 filé de salmão ou sardinha atende as recomendações diárias Deficiência: quadro demencial 105 106 Hidratação Água: 30 – 35ml/Kg = 55 a 65 anos25ml/kg = acima de 65 anos 1ml/cal infundida (fórmulas enterais) Suscetíveis a desidratação Distúrbios eletrolíticos Sobrecarga renal Constipação intestinal Vias de Acesso Intervenção Nutricional Via oral exclusiva Via oral Suplementada Via oral espessada Via oral + enteral Via enteral excluiva Via parenteral Planejamento Dietético Consistência, Fracionamento, Volume Consistência Depende da condição clinica do idoso Condição dentária precária Disfagia/Odinofagia Refluxo gastro - esofágico 109 Orientações Gerais na Alimentação do idoso ✓ Dieta equilibrada – rica em vitaminas e fibras ✓ Consistência branca ✓ Fracionamento: 6 ref/dia ✓ Pratos diversificados e coloridos; ✓ Água: 8 copos/dia ✓ Evitar bebida alcoólica 110 Orientações Gerais na Alimentação do idoso ✓ Comer devagar ✓ Levar pequenas porções a boca ✓ Mastigar bem antes de engolir ✓ Preservar a autonomia ✓ Horário rigoroso das refeições ✓ Lugar calmo e tranquilo; ✓ Preparações com mais molhos. 111 Orientações Gerais na Alimentação do idoso Humanização Relação de confiança – maior adesão Procurar falar pausadamente, palavras claras, movimento dos lábios; Volume da voz Iluminação Ausência de ruídos “A maior recompensa do nosso trabalho, não é o que nos pagam por ele, mas em o que ele nos transforma” (John Ruskin) 😉
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