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Embriologia Desenvolvimento Embrionário – 3º Semana · Na 3º semana é quando a mulher normalmente descobre a gravidez por conta da falta da menstruação. · A primeira característica marcante desse período é o aparecimento da linha primitiva. · A segunda característica marcante é o desenvolvimento da notocorda. · A terceira característica marcante é porque na 3ª semana surge a terceira camada germinativa, e o disco embrionário de bilaminar passa a ser um disco trilaminar no processo da gastrulação. · Em uma gravidez normal, já pode ser visto por ultrassonografia. · Ocorre o início da morfogênese, quando o embrião começa a ganhar forma. Isso porque um dos marcos da terceira semana é a gastrulação, e a partir dela começa a organogênese. · É importante para a morfogênese, porque quando é formada a linha primitiva, já podemos ter uma noção de extremidade cefálica e caudal e lado direito e esquerdo. 1- Formação da Linha Primitiva · O epiblasto, visto por cima tem duas extremidades, uma extremidade encefálica (onde há a membrana orofaríngea) e outra extremidade caudal (mais fina que possui a membrana cloacal). · Ela surge no início da terceira semana e aparece no epiblasto, camada superior do disco embrionário bilaminar. · É um espessamento do epiblasto, sendo uma derivação de suas células. Ocorre a migração de células específicas do epliblasto, as HMK1+ fazendo um espessamento em forma de linha. Há uma ordem genética para que haja o espessamento. · Ela acontece da membrana cloacal para a membrana orofaríngea. · Mais células são adicionadas e a linha vai se alongando. · Na extremidade da linha, as células embrionárias vão se proliferar, aumentando o seu volume, formando uma área boleada, o nó primitivo. · Nesse alongamento surge uma invaginação, o sulco primitivo. Essa invaginação chega até o nó primitivo, mas lá ela é chamada de fosseta primitiva. · Até o final da terceira semana, a linha primitiva formará ativamente o mesoderma. Depois disso, esse surgimento vai desacelerar se tornando cada vez mais lento, até que o tamanho da linha primitiva diminui e torna-se uma estrutura insignificante, muito pequena na região sacro-coccigeana do embrião. Ele deve desaparecer até a 4ª semana. · Se a linha primitiva não desaparecer pode causar Teratoma Sacrococcígeo, que é um tumor benigno de células germinativas, que pode ser detectado na ultrassonografia e ser operado. Há riscos de obstrução intestinal ou urinária, mas também pode ser que o bebê viva normalmente após a cirurgia. Afeta mais o sexo feminino. 2- Gastrulação · Processo através do qual o disco embrionário deixa de ser bilaminar para ser trilaminar, formando: - Ectoderma: Forma epiderme, SNC e SNP, retina, orelhas internas, células da cristal neural e tecidos conjuntivos da cabeça. - Mesoderma: Músculos esqueléticos, capas de músculo liso, tecidos conjuntivos, maior parte do sistema cardiovascular e células sanguíneas e da medula óssea. - Endoderma: Revestimentos epiteliais das via respiratória e gastrointestinal incluindo as glândulas e órgãos do sistema digestório. - Células Mesenquimais: Forma os tecidos de sustentação do embrião. Diferenciação entre fibroblastos, controblastos e osteoblastos. · Essas camadas são formadas por células pluripotentes, que podem dar origem a qualquer tecido. · A gastrulação é um processo muito importante para o desenvolvimento embrionário, porque consiste na formação do disco trilaminar e só depois da formação dessas três camadas germinativas que podem ser formados os órgãos a partir da quarta semana. · O evento que dá início à gastrulação é a formação da linha primitiva. A partir do momento em que a linha primitiva se forma há a possibilidade da transformação do disco bilaminar em trilaminar. Se não houver formação da linha primitiva, não há gastrulação. · Há a proliferação de células mesenquimais, que são derivadas das células epiblásticas e que darão origem ao mesoderma. O mesoderma dará origem o mesênquima, que depois se tornará o tecido de sustentação. · Além das células da linha primitiva darem origem ao mesoblasto que se tornará mesoderma, elas também deslocam (empurram) o hipoblasto (segunda camada do DE bilaminar), formando a terceira camada. · Através da gastrulação, células do epiblasto darão origem às três camadas germinativas do embrião. 3- Formação do Processo Notocordal · Células do epiblasto proliferam e se invaginam pelo nó primitivo formando uma espécie de “cano”, crescendo da extremidade caudal para a extremidade cefálica, formando o canal notocordal ou processo notocordal. · É importante na formação na formação da placa neural, que é o primórdio do sistema nervoso central. · O processo notocordal se funde com o endoderma gerando o canal neuro entérico, que se comunicará com o saco vitelínico. 4- Desenvolvimento da Notocorda · A abertura que ligava o epiblasto ao endoderma se fecha formando a placa notocordal, e surge uma invaginação nessa placa. · Quando essa invaginação se fecha, forma-se então a notocorda. · Com a formação da notocorda, o mesoderma se divide em: mesoderma axial, mesoderma intermediário e mesoderma lateral. 5- Formação do Alantóide · É um divertículo que cresce na extremidade caudal do saco vitelino em direção ao pedículo do embrião. · É responsável pela formação dos vasos sanguíneos (artérias e veias umbilicais) e forma o úraco que faz o ligamento umbilical mediano 6- Neurulação · A notocorda e o mesoderma induzem o espessamento do ectoderma para formar a placa neural. · A placa neural se forma aproximadamente no 18º dia. · Começa com a formação do sulco neural, que é uma invaginação no ectoderma logo acima da notocorda. A formação dessa invaginação forma pregas, chamadas pregas neurais, que são como as pontas de uma letra U. Para que o sulco neural se feche, e necessária a aproximação e posteriormente a fusão dessas duas pregas neurais. · Quando o sulco neural se fecha, passa a se chamar tubo neural e se solta do ectoderma. · Com a separação do tubo neural e do ectoderma, células das pregas neurais se soltam formando a crista neural, que dá origem a gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos, meninges, células adrenais e células pigmentares. · Se o tubo neural não se fecha, pode causar: - Meroencefalia (ausência de cérebro) que é letal. - Espinha bífida, na região caudal. Causa perda de funções neurológicas em diferentes níveis. · O ácido fólico auxilia no fechamento do tubo neural, prevenindo a meroencefalia e a espinha bífida. · O ácido valproico é um anti convulsivante, ele pode fazer com que as pregas neurais não se fechem. 7- Somitos · Se desenvolvem a partir do mesoderma paraxial. · Células do nó primitivo produzem meosderma paraxial que se desenvolve em corpos cubóides pareados, os somitos. · São importantes na determinação da idade do embrião, pois são bastante visíveis no embrião. A contagem dos somitos determina a idade do embrião. Por volta da 5ª semana serão por volta de 43 a 44 pares. · São também importantes porque formarão o esqueleto axial com a musculatura associada e também a derme da pele adjacente. 8- Celoma · Dá origem às cavidades do corpo. · Cavidade que cresce dentro do mesoderma separando o mesoderma lateral em: - Mesoderma somático intra-embrionário ou parietal. - Mesoderma esplânico intra-embrionário ou visceral. · O mesoderma parietal se desenvolve em somatopleura que dá origem à parede do corpo e o visceral será esplancnopleura e dará origem ao intestino. 9- Desenvolvimento Inicial do sistema cardiovascular · Surge pela necessidade do embrião de vasos sanguíneos para transportar oxigênio e nutrientes do sangue materno pela circulação útero-placentária. · Formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical, acontecendo por vasculogênese ou angiogênese. · O saco vitelínico se enche de ilhotas sanguíneas. Há comunicação entre o pedúnculo do embrião e a parede do saco coriônico. 9.1- Formação de Vasos Sanguíneos 9.1.1- Vasculogênese · Formação de canais vasculares porassociação de angioblastos. · As células mesenquimais dão origem aos angioblastos que vão se agrupar formando ilhotas sanguíneas. · Os angioblastos se achatam dando origem ao endotélio. 9.1.2- Angiogênese · Formação de vasos a partir de vasos pré-existentes. · Ocorre quando há ramificação de vasos formados pela vasculogênese. · A angiogênese é um processo fisiológico e não está presente só no desenvolvimento do embrião, fazendo parte da reconstrução do endométrio no ciclo menstrual, durante a reparação tecidual na cicatrização e também em tumores porque para tumores se desenvolverem precisam de vasos sanguíneos. 9.2- Sistema Cardiovascular Primitivo · O coração é formado a partir das células mesenquimais na área cardiogênica. · É o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional no embrião. · As veias cardinais se fundem formando o tubo cardíaco primitivo. · O coração tubular se une com os vasos sanguíneos do embrião e com o pendículo (do embrião). Também se liga ao córion e à vesícula umbilical para formar um sistema cardiovascular primitivo. · O sangue circula e o coração começa a bater no 21º ou 22º dia. 9.3- Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas · No fim na segunda semana as vilosidades coriônicas são chamadas secundárias e começa a ramificação. Elas recobrem toda a superfície do saco coriônico. · No início da terceira semana, capilares e células sanguíneas penetram no sangue do embrião. · Quando os vasos são visíveis nas vilosidades, podemos chamá-las de vilosidades terciárias. · No espaço interviloso ocorrem as trocas entre sangue fetal e materno. CO2 e produtos residuais voltam para o sangue materno. · Ocorre uma proliferação de células citotrofoblásticas, que formam uma capa que se prende ao endométrio. Essa capa citotrofoblástica se prende por meio das vilosidades coriônicas tronco.
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