Buscar

O PROCESSO DO LEGISLATIVO E A FORMAÇÃO DE LEIS ORDINÁRIAS NO BRASIL

Prévia do material em texto

1. INTRODUÇÃO
Processo legislativo é o conjunto de atos realizados pelos órgãos do Poder Legislativo, de acordo com regras previamente fixadas, para elaborar normas jurídicas (emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias e outros tipos normativos dispostos no art. 59 da Constituição Federal (CÂMARA DOS DEPUTADOS).
O chamado processo legislativo, compreendendo o ato de proceder, o curso, a sucessão de atos realizados, de acordo com regras previamente fixadas, para a produção das leis no âmbito do Poder Legislativo. Essas regras, no Brasil, derivam diretamente da Constituição Federal. É nela que se define quem está autorizado a apresentar ao Congresso Nacional as propostas e projetos de lei; qual o quórum, ou número mínimo de parlamentares, necessário para aprovar ou rejeitar uma proposta; por qual Casa Legislativa, Câmara ou Senado, deve ser iniciada a tramitação de um projeto; qual o destino daqueles já aprovados numa delas, entre outras (PACHECO, LUCIANA, 2013).
O Brasil possui um processo de legislar bastante refinado, sendo fundamental compreender que, embora o Poder Legislativo tenha outras atribuições, a feitura de leis é o que a sociedade vê como primordial em suas atividades. Assim como aponto o Filósofo Aristóteles, o homem é 
O trabalho tem por objetivo apresentar, com base no Direito Constitucional, como se dá o processo de formação das Legislação Ordinária no país, englobando desde sua proposta, até a tramitação nas Casas e subsequente Publicação. 
2. DESENVOLVIMENTO
 No Poder Legislativo, o processo legislativo é "um conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de direito. “É, portanto, o conjunto de atos e decisões necessários para a elaboração das leis em geral, definidas pela constituição de um país, especificados conforme o nível de competência normativa.
	Dado exposto, serão apresentadas etapas para a elaboração da legislação vigente, como segue abaixo.
2.1. PROPOSTA
A apresentação de projetos de lei ao Legislativo, segue os termos do Artigo 61 da Constituição Federal, em que é atribuído a alguém ou a algum órgão a proposta de tal, podendo ser estes: qualquer deputado ou senador, qualquer comissão da Câmara, do Senado ou do Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Superiores, o Procurador-Geral da República e os Cidadãos (iniciativa popular).
O projeto de lei de iniciativa popular deve ser proposto por pelo menos 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados. Em cada estado, é preciso haver a assinatura de pelo menos 0,3% dos eleitores. 
Todos os projetos de lei começam a tramitar na Câmara dos Deputados, exceto quando são apresentados por senador ou comissão do Senado. Nesses dois casos, começam pelo Senado.
2.2. COMISSÕES
Os trabalhos de elaboração de leis se desenvolvem, basicamente, em duas fases distintas em cada Casa Legislativa: a das comissões e a do Plenário. 
As comissões são órgãos compostos por um número de parlamentares – no mínimo 3,5% e no máximo 12% do total de deputados, no caso da Câmara de determinada Casa Legislativa – onde realizam-se a discussão e votação de determinadas matérias sobre o seu campo de atuação, examinando mais detidamente os projetos, aprofundando-se em detalhes técnicos e jurídicos, analisando mérito e falhas de cada, como educação, segurança pública etc. A Câmara tem 25 comissões permanentes. Em cada comissão, o projeto é analisado por um relator, que recebe e analisa as sugestões (emendas) dos deputados.
Se as comissões que analisarão o mérito de determinado projeto forem mais de três, a Câmara dos Deputados cria uma comissão especial para analisar a proposta, para evitar que a tramitação seja muito longa.
2.3. ANALISE DE ADMISSIBILIDADE E ORÇAMENTÁRIA
Se aprovado pelas comissões de mérito, segue para a análise de admissibilidade, com a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), para verificar a Constitucionalidade. Se for o caso, passa pela Comissão que trata sobre a questão financeira e orçamentária (Comissão de Finanças e Tributação – CFT), que analisam as propostas que criam gastos ou tratam de finanças públicas e avalia se estão adequadas ao Orçamento federal.
2.4. PODER CONCLUSIVO DE DELIBERAÇÃO DAS COMISSÕES
A Constituição de 1988 introduziu a possibilidade da aprovação de alguns projetos lei, sem a necessidade de passar pelo Plenário na Casa. Esse mecanismo foi batizado de Poder Conclusivo de Deliberação das comissões e objetiva-se em facilitar e tornar mais ágil o processo legislativo. Porém, se ocorrer o apoio de menos de dez por cento do total de membros da Casa, pode-se requerer a apreciação do Plenário. 
2.5. CASA REVISORA E INICIADORA
Após a apreciação em todas as Comissões, caso não possa ser deliberado via poder conclusivo, é encaminhado ao Plenário. O regime bicameral, é a instância de decisão final sobre a maior parte das matérias, sendo que as decisões têm caráter definitivo e irrecorrível. 
A responsabilidade de revisão é da casa que não apresentou o projeto. Sendo assim, uma vez apreciado e aprovado um projeto ou proposta numa delas (chamada Casa iniciadora), será ele remetido à outra (Casa revisora), devendo, lá, passar também pelas fases de comissão e de Plenário.
O quórum (presença mínima) para votar um projeto de lei ordinária é de maioria absoluta, ou seja, 257 deputados, sendo de maioria simples dos votos, em turno único.
Precisam ser votados no Plenário, entre outros: projetos de lei complementar; de código; de iniciativa popular; de comissão; projetos aprovados pelo Plenário do Senado; projetos em regime de urgência; e projetos que tramitam em caráter conclusivo, mas que tenham recebido pareceres divergentes nas comissões (pela aprovação e rejeição) ou que que tenham sido alvo de recurso para votação em Plenário (CAMARA DOS DEPUTADOS).
Sendo o projeto aprovado pela Casa revisora com alguma alteração no texto original, deverá ainda retornar à Casa iniciadora, para apreciação das modificações propostas, seguindo, mais uma vez, o rito de apreciação comissões-plenário, ou só comissões, conforme o caso.
Caso aprovado é encaminhado ao executivo, se houver algumas alterações (emendas) volta à casa de origem (10 dias para apreciação), caso for reprovado é arquivado. 
Fluxograma 1. Processo Legislativo no Âmbito da União 
Fonte: MENDES, TANIA. CICLO BÁSICO DO PROCESSO LEGISLATIVO. 
2.6. PRESIDENTE DA REPUBLICA
Em seguida, vai para sanção ou veto do presidente da República. Se o presidente sancionar (ratificar) o projeto, ele se torna lei e é publicado no Diário Oficial da União. Mas o presidente pode vetar uma parte do projeto ou todo ele.
Se vetar alguns trechos, a parte sancionada torna-se lei, e os vetos voltam para análise do Congresso Nacional para nova apreciação em sessão conjunta, oportunidade em que o veto será aceito ou rejeitado.
Se esses vetos forem mantidos, a lei fica como está
2.7. PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA LEI 
A promulgação cabe ao presidente, em que há uma enunciação solene, feita ao público, da existência da lei. É a partir dela que a lei passa a existir (toma a data da promulgação). Prazo: 48h. 
A publicação é o ato de comunicação da lei. Finalidade: torná-la de todos conhecida. Com ela a lei ganha obrigatoriedade (tem que ser por todos obedecida). Assim, a promulgação torna a lei executável. Mas é a publicação que a torna obrigatória para todos.
3. CONCLUSÃO
Dado o exposto ao decorrer do trabalho, nota-se que o processo de criação da legislação, previsto na Constituição Federal de 1988, passa por uma série de processos em que devem seguir a sua forma e a sequência obedecendo a regras próprias de formulação. 
Esse processo legislativo é que acontece a sucessão de ações que são elaboradas para que as leis, de forma geral, sejam produzidas. 
No âmbito da importância da aplicação do processo legislativo, vale ressaltar o que fora mencionado por Lopes (2009), em que o processo legislativo quando bem conduzido, tem a incumbência de determinar os procedimentos pautados nalisura. 
Ademais, é de fundamental relevância o conjunto de ações para elaboração das leis, a serem observados pelos órgãos legislativos, atendendo assim, a função essencial de legislar, e cumprindo para uma melhor convivência em sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂMARA DOS DEPUTADOS. ENTENDA O PROCESSO LEGISLATIVO. Disponível em <https://www2.camara.leg.br>. Acesso em 21 de Abril de 2020.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. PROCESSO LEGISLATIVO. Disponível em <https://www2.camara.leg.br>. Acesso em 21 de Abril de 2020.
LOPES, FABIO. PRINCÍPIOS DO PROCESSO LEGISLATIVO: UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR E SISTÊMICA. Disponível em <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/3638/principios_processo_legislativo.
lopes.pdf?sequence=5>. Acesso em 21 de Abril de 2020.
MENDES, TANIA. CICLO BÁSICO DO PROCESSO LEGISLATIVO. Disponível em <https://www3.al.sp.gov.br/repositorio>. Acesso em 21 de Abril de 2020.
NOVO, BENIGNO. PROCESSO LEGISLATIVO. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/70252/processo-legislativo>. Acesso em 21 de Abril de 2020.
PACHECO, LUCIANA. COMO SE FAZEM AS LEIS. Disponível em <http://bd.camara.leg.br/bd/>. Aceso em 21 de Abril de 2020.
PROCESSO LEGISLATIVO. Disponível em < http://www.raul.pro.br/>. Acesso em 21 de
Abril de 2020.
3

Continue navegando