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Resumo CRIMES HEDIONDOS

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DIREITO PENAL V 
CRIMES HEDIONDOS
1. NOÇÕES GERAIS
1.1. PREVISÃO (LEI N° 8.072/90)
• Atende a um mandado constitucional de criminalização (art. 5°, XLIII, da CF). A criação da lei dos crimes hediondos é um mandado constitucional, ou seja, a constituição trouxe uma ordem para que fosse criada uma lei que dispusesse sobre crimes hediondos 
1.2. SISTEMAS
a) Sistema legal (art. 5°, XLIII, da CF): art. 1° da Lei n° 8.072/90. Sistema adotado pelo Brasil – é aquele que a própria lei vai definir de forma taxativa as hipóteses de crime hediondo, e não o juiz 
b) Sistema judicial: nesse sistema o juiz defini o que é crime hediondo, gera certa insegurança jurídica, já que cada juiz tem um posicionamento diverso 
c) Sistema misto: a lei prevê algumas hipóteses de maneira exemplificativa, e a partir desses exemplos o juiz pode acrescentar algumas hipóteses. 
2. QUAIS SÃO OS CRIMES HEDIONDOS?
• Previsão: artigo 1° da Lei n. 8.072/90.
• Rol taxativo. Todos os crimes hediondos estão previstos no CP. Exceções: estão nos parágrafos do artigo 1º (genocídio, armas e organização criminosa). 
• Alcança crimes consumados ou tentados.
• Os crimes de tráfico, terrorismo e tortura são considerados hediondos? Tecnicamente tem que utilizar a expressão “equiparados” a hediondos, pois não constam no artigo primeiro, tem um tratamento bem semelhantes ao do crime hediondo, mas não estão no artigo 1. O tráfego privilegiado (traficante de primeira viagem, com bons antecedentes) conforme o pacote anticrime no artigo 112, não se considera hediondo a fins de progressão, antes era equiparado a hediondo (súmula do STJ anulada), mas hoje em dia não mais equiparado a hediondo, entendimento do supremo. 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, consumados ou tentados
I - Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); - homicídio simples em regra não é hediondo, só vai ser considerado hediondo excepcionalmente quando for praticado em atividade típica de grupo de extermínio 
II - roubo:      
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);    
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);     
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); 
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); - antes era o parágrafo 2º, revogou e agora é o 3º, isso foi negativo, pois todos aqueles que estavam respondendo por crime hediondo responderam por crime simples. 
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). – roubo com emprego de explosivo não foi qualificado como hediondo, mas furto sim, foi um erro do legislador, não dá pra fazer analogia. 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:     
I - o crime de genocídio
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido – antigamente era uso restrito, a doutrina antigamente tratava tudo do mesmo jeito, mas o atual governo manipulou essa definição, hoje para alguém ser condenado por esse crime deve ser encontrado com arma de uso proibido, que conforme o decreto é a arma de fogo classificada como proibido em acordos internacionais (não uma simples pistola de policial), e arma de fogo dissimulada com aparência de objeto inofensivo. 
3. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO (ART. 2°, I)
Graça e indulto são muito parecidos, graça é um benefício individual e indulto é um benefício coletivo, ambos concedidos pelo presidente. Já anistia é concedido pelo congresso federal. Aparentemente há uma divergência entre a constituição federal e a lei de crimes hediondos no que se refere a esses assuntos. A constituição não proíbe o indulto aos crimes hediondos, em contrapartida, a lei de crimes hediondos proíbe – isso não seria algo inconstitucional? Prevalece o entendimento que não se admite a aplicação de indulto a quem praticou crime hediondo, pois o indulto é a graça coletiva, graça e indulto tem a mesma natureza, então se a constituição proibiu a graça automaticamente proibiu o indulto
• Admite-se a aplicação do indulto ao condenado que praticou crime hediondo? Em regra, não, embora a constituição não preveja essa proibia o, o indulto nada mais é que a graça coletiva, proibiu um proibiu outro. 
• Existe algum conflito entre o art. 2°, I, da Lei n° 8.072/90 e o art. 5°, XLIII, da CF? sim, conforme foi dito acima. 
4. FIANÇA (ART. 2°, II)
• Crimes inafiançáveis: art. 5°, XLII, XLIII e XLIV, da CF.
• 3Ts (tráfico, terrorismo e tortura) + hediondos + crimes imprescritíveis (racismo e ação de grupos armados): crimes inafiançáveis (3TH + imprescritíveis)
• Liberdade provisória sem fiança? Sim, pois são crimes inafiançáveis. 
5. REGIME PRISIONAL INICIAL FECHADO (ART. 2°, §1°)
a) Lei n. 8.072/90 (texto original): regime INTEGRAL fechado
• HC 82.959-7 do STF: declarou o regime integral fechado inconstitucional, com base na lei de progressão geral da pena. 
b) Lei n. 11.464/07: regime INICIAL fechado.
• HC 111.840 do STF (2012): declarou inconstitucional o regime inicial fechado.
• Súmulas 718 e 719 do STF: motivação idônea para a fixação do regime inicial, basear sua motivação em fatos concretos, e não abstratos. Artigo 315, §2º do CPP. 
• Súmula Vinculante 26: dispõe sobre a progressão de regime prisional e faculta a realização de exame criminológico.
• Súmula 471 do STJ: estabelece a fração de cumprimento de 1/6 da pena para os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei 11.464/07.
• Inconstitucionalidade do §1°: viola o princípio da individualização da pena.
6. PROGRESSÃO DE REGIME (ART. 2°, §2°)
a) Lei n. 8.072/90 (texto original): não admitia progressão de regime (integralmente fechado).
b) HC 82.959-7 do STF: declarou a inconstitucionalidade do “§2°”, admitindo-se a progressão do regime mediante o cumprimento de 1/6 da pena.
c) Lei n. 11.464/07: permitiu a progressão de regime diferenciada mediante o cumprimento de 2/5 pelo condenado primário e 3/5 pelo condenado reincidente.
d) Lei n. 13.769/18 (alterou o §2° do art. 2° da Lei n° 8.072/90 e os §§3° e 4°, do art. 112 da LEP): estabeleceu critérios (cumulativos) diferenciados para a progressão de regime da mulher gestante ou mãe responsável por crianças ou pessoas com deficiência.
e) Lei n. 13.964/19 (revogou o §2° do art. 2° da Lei n° 8.072/90 e criou percentuais para a progressão de regimes):
Art. 112 da Lei 7.210/84 - Institui a Lei de Execução Penal.
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. 
7. APELAR EM LIBERDADE (ART. 2°, §3°)
• Interpretação conforme a Constituição. – juiz tem que fundamentar a decisão que permite i sujeito apelar em liberdade, ele tem que fundamentar que permitiu isso. 
• Na prática:a) Réu processado preso: recorre preso (salvo se desaparecerem os fundamentos da prisão preventiva).
b) Réu processado solto: recorre solto (salvo se surgirem fundamentos da prisão preventiva).
8. PRISÃO TEMPORÁRIA POR PRAZO DIFERENCIADO (ART. 2°, §4°)
a) Prazo de prisão temporária para crimes não hediondos: 5 dias prorrogáveis por mais 5 
b) Prazo de prisão temporária para crimes hediondos: 30 dias prorrogável por mais 30
• OBS.: os crimes de tortura, estupro de vulnerável e falsificação de remédios estão previstos na Lei n. 8.072/90, mas não estão na Lei n. 7.960/89. Mesmo assim, a regra contida no art. 2°, §4°, da Lei n. 8.072/90 se aplica a eles. A doutrina observa que, segundo o Princípio da Posterioridade, a redação do §4º, do artigo 2° da Lei n. 8.072/90, ampliou não apenas o prazo, mas também o rol dos delitos passíveis de prisão temporária (crimes que admitem temporária: artigo 1º, III, da Lei 7960/89 + artigo 2º. da Lei 8072/90).
9. ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEDERAL (ART. 3°)
• Súmula 192 do STJ.
a) Estabelecimento prisional:
b) Execução penal (competência):
bandido que comete vários crimes de competência da justiça estadual, todas as condenações são frutos de um trabalho da justiça estadual, praticou crimes hediondos. Ele foi transferido para um presidio federal e agora ele tem direito de progredir de regime. Esse preso já tem direito de progressão de regime, e eu sou advogado dele – quem vai julgar seu pedido de progressão é o juiz federal ou estadual? Qual a medida/recurso que irei apresentar? E qual o tribunal que analisará esse pedido de progressão? Se for negado qual o recurso? qual é o tribunal que vai analisar esse recurso?
Quem vai julgar é o juiz federal, pois ele está preso em uma unidade federal e quem é responsável por sua execução é o juiz federal. O recurso cabível é o agravo de execução art. 197 da LEP. Se o juiz competente é o federal o órgão superior para o recurso é o TRF. 
10. LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 5° C.C. ART. 83 DO CP) – não confundir com progressão de regime que ainda está cumprindo pena, só está trocando de regime. 
a) Primário em crime comum: + de 1/3 da pena. Desde que seja primário
b) Reincidente em crime comum: + de 1/2 da pena.
c) Primário em crime hediondo: + de 2/3 da pena. E não resultou morte 
d) Primário em crime hediondo com resultado morte: vedado. Não tem direito a livramento condicional. (foi acrescentado)
e) Reincidente específico em crime hediondo: vedado. 
f) Reincidente específico em crime hediondo com resultado morte: vedado. (foi acrescentado)
11. PENA DIFERENCIADA PARA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (ART. 8° E PARÁGRAFO ÚNICO)
• Pena: de 3 a 6 anos.
• Associação para o fim de praticar crimes hediondos.
• OBS.: Associação Criminosa e Associação para o tráfico não são crimes hediondos – exemplo: associação criminosa que vende medicamento falsos, vender medicamentos falsos é crime hediondo, mas a associação criminosa para essa finalidade não é crime hediondo – são crimes diferentes. Não confundir com associação para o tráfico. 
• Não se aplica ao crime de associação para o tráfico previsto no artigo 35 da Lei n. 11.343/06.
• Delação premiada: causa de diminuição de pena (de 1/3 a 2/3) 
12. QUESTÕES COMPLEMENTARES
• Por que é necessário compreender as disposições da Lei n° 8.072/90? Crimes hediondos estão espalhados pelo ordenamento penal, os tratamentos dados a esses crimes são diferentes, e é importante saber.
• Como funciona a identificação genética nos crimes hediondos (Art. 9-A da LEP, acrescentado pela Lei n° 12.654)? A identificação é obrigatória (forçada)? A identificação também é aplicável aos crimes equiparados a hediondos? não é forçada, pois forçar a fornecer material genético poderia ferir os direitos. A lei não fala sobre os equiparados a hediondos, então não pode fazer analogia em prejuízo ao condenado, então não se aplica. 
• O homicídio simples (art. 121, caput, do CP) é crime hediondo? Via de regra não, somente quando for praticado na ação de grupos de extermínio. 
• O homicídio praticado por grupo de extermínio é um crime hediondo. O homicídio praticado por milícia privada (art. 121, §6°) também é? A lei não fala nada sobre milícia, então um homicídio simples praticado por milícia não está incluso no artigo. Grupo de extermínio são justiceiros pagos para matar, e milícia privada tem como justificativa a segurança. 
• Um homicídio pode ser privilegiado e qualificado ao mesmo tempo? Se puder, deve ser considerado um crime comum ou hediondo? Sim, desde que seja privilégio (circunstância subjetiva) e qualificadora (objetiva). Exemplo: filha estuprada, pai fica sabendo, e coloca fogo (objetiva – qualificadora) no bandido, circunstância subjetiva provocação – homicídio privilegiado qualificado. Há duas correntes: primeira diz que se fizer analogia com o artigo 67 consegue perceber que as circunstâncias subjetivas tem um peso maior, sendo assim, pesa mais o privilegio e diz que esse crime não é hediondo; segunda corrente diz que essa analogia não é possível no caso, e a lei diz que se o crime é qualificado basta para configura-lo como qualificado. 
• O crime de tráfico de drogas privilegiado (art. 33, §4°, da Lei n° 11.343/06) deve ser considerado equiparado a hediondo? Hoje o trafico privilegiado já está pacificado, o STJ cancelou a sumula 512, e o pacote anticrime inclui dizendo que não é crime hediondo e nem equiparado a hediondo. 
• DICA DO DIA: tente memorizar os crimes que são considerados hediondos, pois é muito frequente que a formulação de questões de concursos públicos sobre o rol taxativo trazido pela Lei n° 8.072/90.

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