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1 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 DADOS DO REQUERENTE ..................................................................................................................... 3 DADOS DO PROCESSO ........................................................................................................................... 3 IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO ................................................................................ 3 1.1 – DESCRIÇÃO DA ÁREA .............................................................................................................. 4 2 – LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO .............................................................. 4 3 – LEGISLAÇÃO ................................................................................................... 4 3.1 – LEGISLAÇÃO FEDERAL ................................................................................................................ 4 3.2 – LEGISLAÇÃO ESTADUAL ............................................................................................................. 7 3.3 – DIAGNOSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE IFLUËNCIA ......................................................... 7 4 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .......................................................................... 9 4.1 – GEOMORFOLOGIA ......................................................................................................................... 9 4.2 - HIDROGRAFIA ................................................................................................................................. 9 4.3 - CLIMA ................................................................................................................................................ 9 4.4 - SOLOS ................................................................................................................................................ 9 4.5 - VEGETAÇÃO .................................................................................................................................. 10 5 – GEOLOGIA REGIONAL .................................................................................. 11 6 – GEOLOGIA LOCAL ........................................................................................ 12 7 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................. 12 7.1 – PRODUÇÃO PREVISTA ................................................................................................................ 12 7.2 – MÉTODO DE LAVRA .................................................................................................................... 12 7.2.1 – Remoção do capeamento da jazida ........................................................................................... 13 7.2.2 – Preparação das frentes de lavra ................................................................................................. 13 7.2.3 - Desmonte Do Minério ................................................................................................................ 14 7.3 – MEDIDAS ADOTADAS PARA SUPRIMIR E MINIMIZAR OS EFEITOS ADVINDOS DA ATIVIDADE MINEIRA ........................................................................................................................... 16 8 – BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO .................................................................. 16 9 – CONSTRUÇÕES, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS AUXILIARES ......... 19 10 – PLANO DE RECUPERAÇÃO DO SOLO ...................................................... 19 10.1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 19 10.2 – REMOÇÃO DO ESTÉRIL ............................................................................................................ 19 10.3 – LAVRA DO MINÉRIO ................................................................................................................. 20 10.4 – ESTABILIDADE DOS TALUDES E RECUPERAÇÃO DO SOLO ........................................... 20 10.5 – COBERTURA VEGETAL ............................................................................................................ 20 10.6 – ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS ........................................................................... 20 10.7 – PAISAGEM.................................................................................................................................... 21 10.8 – SEGURANÇA PÚBLICA ............................................................................................................. 21 11 – PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA E MEDIDAS MITIGADORAS 21 11.1 – OBJETIVOS E USOS DE ÁREAS RECUPERADAS .................................................................. 22 11.2 – MEDIDAS MITIGADORAS E DE RECUPERAÇÃO ................................................................. 23 11.2.1 – Armazenagem do solo orgânico .............................................................................................. 23 11.2.3 – Formação do bota fora ............................................................................................................. 23 11.2.4 – Revegetação............................................................................................................................. 25 11.2.5 – Revegetação na fase de operação ............................................................................................ 25 11.2.6 – Taludes do bota fora ................................................................................................................ 25 2 11.2.7 – Entorno industrial .................................................................................................................... 26 11.2.8 – Revegetação na fase de desativação ........................................................................................ 26 11.2.9 – Espécies vegetais a serem utilizadas e técnicas de plantio ...................................................... 26 11.2.10 – Sistema de Drenagem ............................................................................................................ 28 11.2.11 – Sistema de Tratamento de Efluentes ..................................................................................... 29 11.2.12 – Controle de Emissão de Material Particulado ....................................................................... 29 11.2.13 – Desmonte Controlado ............................................................................................................ 29 11.2.14 – Acerto Topográfico ............................................................................................................... 29 11.3 – MONITORAMENTO .................................................................................................................... 29 12 – CRONOGRAMA ............................................................................................ 30 13 – CONCLUSÕES .............................................................................................. 33 14 – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................... 34 INDÍCE DE FIGURAS Figura 1 - Delimitação das áreas de influencia. ...................................................................................... 8 Figura 2 - Foto com caracterização da vegetação existene na área ....................................................... 11 Figura 3 - Forma das bermas do bota-fora ............................................................................................ 24 Figura 4 – Esquema dos taludes ............................................................................................................ 24 Figura 5 - Recomposição das bancadas no fim da pedreira ..................................................................32 INDÍCE DE TABELAS Tabela 1 – Produção do minério............................................................................................................ 12 Tabela 2 – Tabela de Impactos e Medidas Mitigadoras ....................................................................... 16 Tabela 3 - Nomes científicos X nomes populares das espécies. ........................................................... 27 Tabela 4 - Cronograma físico das atividades disposição imediata. ....................................................... 30 Tabela 5 - Cronograma físico das atividades. ....................................................................................... 31 ANEXOS ANEXO 1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ANEXO 2 – MAPA DETALHE ANEXO 3 – MAPA CONTROLE AMBIENTAL ANEXO 4 – DOCUMENTO FOTOGRÁFICO COMPLEMENTAR ANEXO 5 – ART – anotação de responsabilidade técnica 3 1 – INTRODUÇÃO DADOS DO REQUERENTE Nome ou Razão Social: Delta Sul Comércio de Concreto Brita Areia Industrial e Asfalto Nome Fantasia: Delta Sul Inscrição CPF/ CNPJ: 10.246.086/0001-90 Endereço / nº: Rua Capitão João Ribas De Oliveira, nº 81 CEP: 81510-350 Bairro: Guabirutuba Município/UF: Curitiba - PR DADOS DO PROCESSO Número ANM: 826.101/2020 alvará: no 2.818 de 15/07/2020 Inscrição CPF/ CNPJ: 10.246.086/0001-90 Endereço / nº: PR 364, nº 3650, KM 173 CEP: 85950-000 Município: Palotina Área total de pesquisa: 49,78 hectares Área de Lavra 10 hectares Objetivo do Relatório: Relatório Ambiental Simplificado IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO Responsável técnica: Letícia de Mattos Santiago Formação: Engenheira Ambienta CREA-PR l147.414/D Responsável técnico: Davi Reis Messaggi Formação: Geólogo CREA-PR 75356/D O presente relatório vem apresentar o Plano de Controle Ambiental referente ao processo DNPM 826.101/2020, localizado no Município de Palotina, com uma área de 49,78 Ha. O estudo ambiental para fins de licenciamento ambiental é referente ao processo de lavra a céu aberto, para brita com desmonte por explosivo, para emprego direto na construção civil. O empreendimento é de Baixo Impacto Ambiental com produção anual de ROM (m³/ano) <120.000 (Resolução SEMA 31, de 24 de agosto de 1998) O presente estudo visa fornecer informações sobre a situação ambiental da área pretendida para a exploração mineral para fins de obtenção da respectiva licença Ambiental. 4 1.1 – DESCRIÇÃO DA ÁREA A área a ser licenciada é uma pequena pedreira já explorada na década de 1980 e 1990, hoje se encontra abandonada, e transformada em área agrícola. Devido a obras do governo estadual na região, se torna necessário a retomada da pedriara para atividade de exploração mineral. Por se tratar de uma área já explorada, e que foi apenas abandonada, onde não foram feitos os cuidados ambientais adequados para paralisazação ideial, a retomada da atividade, para posteriormente serem feitos os trabalhos ambientais adequados para o fechamento da mina. Também é necessário resaltar que um área já explorada e em sua grande maioria de agricultura o impacto ambiental sem muito menor do que a abertura de novas áreas para exploração mineral. A área de lavra possui forma de semi ferradura, sua praça apresentam bancadas com altura variando entre 12 e 15 metros de altura. Apresenta abertura NE/SW com cerca de 150 metros de frente e possui extensão de 90 metros. Cabe ressaltar que a espessura do solo na área da pedreira não passa de 2 metros, sendo a maioria da área cerca de 0,5 metro assim diminuindo ainda mais os problemas provenientes de bota-fora. Já existem parte das construções remanescentes da pedreira antiga, o que diminui ainda mais as ações necessárias para instalação assim diminuindo o impacto ambiental da mesma. O rio Pioneiro encontra-se a cerca de 100 metros da frente de lavra, a APP encontra-se preservada e será mantida. 2 – LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO A área deste requerimento situa-se no Município de Palotina, Estado do Paraná. O acesso até à área, do município de Palotina, toma-se a rodovia PR-182 (Av. Pres Kennedy), sentido norte, município de Franciso Alves, até a Av.Shirley Lorandi Saulin, onde se toma a direita por cerca de 2 quilômetros, então pega-se a estrada municipal macadamizada, a esqueda por cerca de 500 metros até o início da área. 3 – LEGISLAÇÃO 3.1 – LEGISLAÇÃO FEDERAL Constituição Federal de 05.10.88 A constituição Federal estabelece a exigência de estudo prévio de impacto ambiental para “instalação de obras potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente” (art.225., parágrafo 1º, IV). Para as atividades de mineração fica determinado que “aquele que explorar minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei “, (artigo 225, parágrafo 2º). 5 Decreto nº 97.635 de 10.04.1989 Determina que os empreendimentos que se destinam á exploração de recursos naturais deverão apresentar plano de recuperação de área degradada. Lei nº 12.651 de 25.05.12, que dispõem sobre as áreas de preservação permanente: Determina, nos artigos 4º, as áreas de preservação permanente: Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.Artigo 3º - Consideram-se ainda, de preservação permanente, quando assim declaramos por ato do Poder Público,as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras b) a fixar as dunas; 6 c) a formar faixas de proteção de rodovias e ferrovias; d) auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares de fauna ou flora ameaçados de extinção; h) a assegurar condições de bem estar público. Parágrafo 1º - A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo ou projetos de utilização pública ou interesse social. O Artigo 12, da referida lei, estabelece a obrigatoriedade da reserva legal, “I - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento). Decreto Nº 99.174 de 06.06.90 Regulamentada a lei nº 6.938 de 1981, que dispõe sobre a Polítíca Nacional do meio Ambiente e dá outras providências. Resolução Conama nº04 de 18.09.1985 Dispõe sobre reservas ecológicas e dá definições. São consideradas reservas ecológicas, as florestas e demais formas de vegetação situadas (Artigo 3º): I – ao longo dos rios ou de qualquer outro corpo d’água, em faixa marginal além do leito maior sazonal medida horizontalmente, cuja largura mínima será: 5 (cinco) metros para os rios com menos de 10 (dez) metros de largura; igual à metade da largura dos corpos d’água que meçam de 10 (dez) a 200 (duzentos) metros; II – ao redor das lagoas ou reservatórios d’água naturais ou artificiais , desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima será: 30 (trinta) metros para os que estejam situados em áreas urbanas; de 100 (cem) metros para os que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinqüenta) metros; de 100 (cem) metros para as represas hidrelétricas; III – nas nascentes permanentes ou temporárias, incluídos olhos d’água e veredas, seja qual for a sua situação topográfica, com uma faixa mínima de 50 (cinqüenta) metros e a partir de sua margem, de tal forma que proteja, em cada, a bacia de drenagem contribuinte; IV – no topo de morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da evolução em relação á base); V – nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura em relação à base, do pico mais baixo da cumeada, fixando-0se a curva de nível para cada segmento da linha de cumeada equivalente a 1.000 (mil) metros; VI – nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 100% (cem por cento) ou 45º (quarenta e cinco graus) na sua linha de maior declive; VII – nas restingas, em faixa mínima de 300 (trezentos) metros a contar da linha de preamar máxima; VIII – nos manguezais, em toda a sua extensão; IX – nas dunas, como vegetação fixadora; X – nas bordas de tabuleiros ou chapadas em faixa com largura mínima de 100 (cem) metros; XI – em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a sua revegetação; 7 XII – nas áreas metropolitanas definidas por lei, quando a vegetação natural se encontra em clímax ou em estágios avançados de regeneração. 3.2 – LEGISLAÇÃO ESTADUAL A nível estadual a nova Constituição do Estado do Paraná, em seu capítulo V, que trata do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais apresentam vários artigos que tratam sobre a preservação e conservação, defesa, recuperação e melhoria do Meio Ambiente. Dentre os artigos do referido capítulo podemos citar: Artigo 207 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Estado, aos Municípios e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as gerações presente e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e uso racional dos recursos ambientais. 1º Cabe ao Poder Público, na forma da lei, para assegurar a efetividades deste direito: V – exigir a realização de estudo prévio de impacto ambiental para construção, instalação, reforma, recuperação, ampliação e operação de atividades ou obras potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, do qual se dará publicidade; VI – determinar aquele que explorar recursos minerais a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pela órgão público competente; 2º As condutas e atividades poluidoras ou consideradas lesivas ao meio ambiente, na forma da lei, sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas: I – à obrigação de, além de outras sanções cabíveis, reparar danos causados; II – a medidas definidas em relação aos resíduos por ela produzidos; III – a cumprir diretrizes estabelecidas por órgão competente. 3.3 – DIAGNOSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE IFLUËNCIA A elaboração do presente plano contou, sobretudo na caracterização física, com os resultados obtidos durante os trabalhos desenvolvidos na pesquisa mineral destinada ao DNPM/AMN. Já o levantamento florístico foi desenvolvido exclusivamente para este trabalho. Os trabalhos realizados são descritos sucintamente abaixo e mais detalhadamente ao longo deste Plano. Caracterização Física: Reconhecimento do contexto geológico da área total do empreendimento e delimitação do depósito mineral, através da descrição das frentes de lavra existentes, afloramentos naturais, sondagens. Caracterização Florística: Neste item contemplou-se o reconhecimento das unidades de vegetação ocorrentes na área, através de trabalhos de campo e fotointerpretação prévia. Além destes, contou-se ainda com o levantamento bibliográfico sobre trabalhos anteriormente desenvolvidos na região. Para a delimitação das áreas de influência, tanto direta quanto indireta, foram consideradas as seguintes premissas: 8 • Área de Influência Indireta (AII) - corresponde aos locais que serão atingidos secundariamente pelas atividades. Foi considerada a estrada local que liga ao Município de Pitanga, também a BR 466, assim como o município de Pitanga e a localidade rural do município como Área de Influência Indireta. • Área de Influência Direta (AID) - corresponde a área da propriedade onde se localiza o empreendimento que sofrerá influência direta por ruídos, vibração, pó, poeiras, e efluentes decorrentes da mineração e do beneficiamento, ou seja, 48,13 ha. • Área Diretamente Afetada (ADA) - compreende o local do empreendimento propriamente dito, ou seja, área de lavra, bota foras, bacias de contenção e acessos internos, onde a atividade se desenvolve. A área inicial da lavra será de, aproximadamente, 21,15 ha (área da jazida). A partir deste ponto serão gerados os impactos ambientais que devem ser mitigados, quando forem negativos, ou potencializados, em caso de impactos positivos. Caracterização Sócio Econômica: O empreendimento está situado na localidade rural, no município de Pitanga • A Área Diretamente Afetada e Área de influência Direta: Localizam-se totalmente dentro de propriedade da empresa responsável pelo empreendimento. As pessoas identificadas no entorno imediato e na Área de Abrangência Ambiental (Área Diretamente Afetada e Área de Influência Direta) estão ligadas ao superficiário por meio de vínculo empregatício e continuarão exercendo as mesmas funções já executadas. • Área de influência indireta: O empreendimento se localiza integralmente no município de Pitanga. A AII compreende a região da futura implantação do empreendimento e corresponde aos espaços, pessoas e bens situados no entorno, e localidades próximas que poderão ser afetados pela operação do empreendimento. Figura 1 - Delimitação das áreas de influencia. 9 4 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS A área pesquisada fica inserida na região norte do 3o. Planalto paranaense, comaltitudes entre 300 e 450 metros sobre o nível do mar. A proximidade da área com as regiões fortemente urbanizadas no entorno da cidade de Palotina, conferem-lhe um grau de forte antropisação. Predominantemente, a área é ocupada por áreas de agricultura, principalmente soja, em propriedades rurais de diversos tamanhos. A existencia de uma pedriera abandonada na área confere grande vantagem na área, sendo o dano ambiental minimizado, com abertura de novo empreendimento. São raras as áreas sem ocupação agropecuária definida, com exceção de locais com grandes áreas de afloramentos de rochas ou campos de matacões, onde se desenvolvem capoeiras. 4.1 – GEOMORFOLOGIA Geomorfologicamente a região apresenta relevo suavemente ondulado, com declividades pouco acentuadas. É freqüente observar-se nas paisagens a existência de degraus escalonados delineando topograficamente a sucessão de derrames basálticos. Os solos apresentam-se bastante espessos. As drenagens se encaixam nas principais estruturas, resultando em um padrão aproximadamente retangular. 4.2 - HIDROGRAFIA A área é banhada à leste pelo rio Pineiro, que drena para o rio Piquiri, à norte. A grande bacia que drena a região de Palotina norte, é a do rio Piquiri. Esta rede de drenagem é constituída de rios e afluentes perenes e formam uma distribuição densa na forma dendrítica. Localmente a área objeto dos trabalhos de pesquisa é drenada por afluente da margem direita pelo Rio Pioneiros. 4.3 - CLIMA Palotina está situada praticamente sobre a linha do Trópico de Capricórnio, a 555 m.s.n.m., apresentando um clima subtropical úmido, mesotérmico, com verões quentes, temperatura média superior a 22ºC, sem estação seca definida, mas havendo concentração de chuvas nos meses de verão. Os invernos, com temperatura média inferior a 18ºC, apresentam geadas com pouca freqüência. 4.4 - SOLOS Palotina, dotada de uma cobertura edáfica espessa, superior, em média, a 10 m, declividade média dos terrenos variando entre 0% e 10%, tem seu território de 490,27 km² integralmente contido dentro da sub-bacia do rio Pirapó. 10 Os solos de natureza laterítica, Terra Roxa Estruturada e Latossolo Roxo, tem uso potencial classificado como Bom com Restrição por Erosão. A cobertura florestal original era a Floresta Estacional Semi-Decidual, cujos remanescentes só são encontrados, hoje, em áreas reduzidas de bosques e hortos de preservação privada ou pública. A espessa cobertura de solos lateríticos, com boa fertilidade natural, que foi o principal fator de desenvolvimento da economia regional é, também, um condicionante favorável à implantação das obras em projeto, uma vez que possuem profundidade suficiente para absorver o gabarito ferroviário e, por sua porosidade, mantém o lençol freático ao nível do contato solo- rocha, sem interferir diretamente com a execução das obras. 4.5 - VEGETAÇÃO A área de explotação trata-se de uma pequena pedreira abandonada, com entorno agrícola, poucos remanescentes de vegetação. Originalmente a vegetação da região em foco enquadrava-se no tipo Floresta Tropical Subperenifólia, caracterizada pela perda parcial das folhas no estrato superior durante a estação mais seca (inverno). Era uma vegetação compacta, de ciclo biológico contínuo e com multiplicidade de espécies. Apresentava normalmente árvores altas, com 30 a 40 metros de altura, de troncos cilíndricos e grandes diâmetros, copas em pára-sol, abundantes cipós, árvores médias, de copas mais fechadas, árvores pequenas, ervas e arbustos. Dentre as espécies de maior porte, destacavam-se a peroba, o pau-d’alho, a canela, a guajuvira, a figueira-branca, o jerivá, etc. Como Florestas Secundárias Naturais, apareciam as capoeiras ou capões de mato, onde espécies de pequeno a médio porte, de troncos médios a finos se desenvolvem. Nestas formações ocorriam taquara, sapé, assa-peixe, capim-amargoso, mamona, capim colonião, capim estrela, espinheiro, unha-de-gato, vassourão, vassourinha (maria-mole), trepadeiras, pata- de-vaca, carqueja, dentre outros. Atualmente, devido à impulsão provocada pela indústria madeireira, pelo ciclo da soja e pelo comércio da região, muito pouco da cobertura vegetal primitiva resta intocado. Os remanescentes encontram-se ao longo de rios ou em pequenas porções, em reservas indígenas. De resto, a região encontra-se ocupada pela urbanização, pastagens, culturas, capoeiras e florestas secundárias. A área do empreendimento é em sua grande maioria ocupada por culturas. A região mostra reduzida diversidade e número de indivíduos. A ocupação antrópica contribuiu significativamente para afugentar os animais. Observam-se, dentre as aves, espécies generalistas, adaptadas às culturas, como pomba-do-mato, rolinha, tico-tico. De outros animais, observam-se vestígios, entre os répteis, de teiú, jararaca, urutu e cobra-d’água, e dentre os mamíferos, de preá, furão, rato silvestre, graxaim e tatu. A proximidade da área em disponibilidade, com regiões fortemente urbanizadas no entorno da cidade de Palotina, conferem-lhe um grau de forte antropisação. Predominantemente, a área é ocupada por áreas de pecuária leiteira e cultivos de roças, em pequenas propriedades rurais. São raras as áreas sem ocupação agropecuária definida, com exceção de locais com grandes áreas de afloramentos de rochas ou campos de matacões, onde se desenvolvem capoeiras. 11 Figura 2 - Foto com caracterização da vegetação existene na área 5 – GEOLOGIA REGIONAL A Formação Serra Geral, é representada por um espesso pacote de lavas basálticas continentais, com variações químicas e texturais importantes, resultantes de um dos mais volumosos processos vulcânicos dos continentes. A Formação Serra Geral cobre mais de 1,2 milhão de km2, correspondentes a 75% da extensão da Bacia do Paraná, com variedades mais ricas em sílica, representadas por basaltos pórfiros, dacitos, riodacitos e riolitos, reunidos sob a denominação de Membro Nova Prata. A Formação Serra Geral aflora em todo o território do município e é responsável pela conformação topográfica em mesetas e platôs elevados do seu relevo. Apresenta forma alongada na direção NE-SW por cerca de 1750 km, com largura média de 900 Km. A espessura máxima de preenchimento é de aproximadamente 6000 metros no centro geométrico da bacia (Rocha 1997). Intimamente, relacionado com a reativação Waldeniana ou mesozóica, o vulcanismo foi alimentado por extensas fendas de tensão, hoje preenchidas por diques que em alguns casos exibem dezenas de quilômetros de comprimento e mais de cem metros de espessura (CORDANI, 1974 in: SCHOBBENHAUS et al 1984). Derrames individuais medem uma espessura de 50 a 100 metros em determinados lugares de 650 a 1500 metros de espessura para todos os lençóis. As idades radiométricas das citadas lavas vão do Jurássico Superior à parte média do Cretáceo inferior. Dados apresentados por SANFORD & LANG (1960 in: SCHOBBENHAUS et al. 1984) afirmam que o 12 volume total dos derrames, que atingem o Uruguai e a Argentina ao sul, e Goiás e Mato Grosso ao norte, é da ordem de 350.000 Km2 . 6 – GEOLOGIA LOCAL A geologia local é bastante simples, caracterizada por certa monotonia; toda extensão pesquisada é de rochas basálticas, tendo-se definido a existência de pelo menos dois derrames. Como características dos basaltos os derrames apresentam zoneamento estrutural vertical, onde a base se caracteriza por fraturamento horizontalizado, a porção intermediária por uma zona de basalto denso com fraturamento vertical em colunas prismáticas, predominando seções hexagonais e quadrilaterais, chegando a apresentar extensas zonas de basalto maciço, isento de fraturas. Finalmente a porção de topo de derrame se caracteriza pela zona vesicular amigdalóide. A rocha apresenta cor predominante cinza, com textura granular fina, com diferentes graus de alteração.7 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Este capítulo vem descrever os métodos de lavra e beneficiamento do minério, produção de estéril e rejeitos e as possíveis interferências destas atividades com o meio e uma análise e avaliação dos principais efeitos ambientais. 7.1 – PRODUÇÃO PREVISTA A escala de produção prevista será da ordem de 10.000 m3/mês de basalto. Para uma produção desta ordem. Tabela 1 – Produção do minério Produção de minério beneficiado Tipo Quantidade (ton) Diário Mensal Brita 2 106 2.150 Brita 1 80 2.000 Pó + Pedrisco 40 1.000 Brita graduada 249 4.240 7.2 – MÉTODO DE LAVRA O método de lavra a ser utilizado para o basalto é o a céu aberto, o qual apresenta várias vantagens, tais como: custo mais baixo, utilização racional, facilita a vigilância e aplicação de métodos de arranque mecânico, melhores condições de trabalho no que se refere à iluminação e ventilação, menores riscos de acidentes, não existe escoamento, maior produção, 13 melhor aproveitamento da mão-de-obra, etc. Porém apresenta algumas desvantagens, tais como: remoção de grandes quantidades de rejeito, exposição de pessoal e máquinas às chuvas, poeiras e sol e ainda limitar o trabalho a profundidades moderadas. Será utilizado o desmonte por bancos ou bancadas, durante toda operação de lavra, que se concluiu ser o ideal e intensamente empregado na maioria das minerações semelhantes em operação. Este método exige também, além de um perfeito conhecimento da jazida, um planejamento seguro onde será estudado o equipamento para a operação prevista, a altura e a largura das bancadas, as vias de acesso, o local para colocação de rejeito e o local das instalações dos equipamentos de beneficiamento e demais condições importantes empreendimento. Este método de lavra a céu aberto por bancadas consiste na combinação de escavação, carregamento e transporte de estéril e minério. Todas as operações neste plano de lavra serão definidas pelos itens abaixo: Remoção do capeamento da jazida Preparação das frentes de lavra (desenvolvimento) Desmonte do minério Carregamento do minério Transporte do minério 7.2.1 – Remoção do capeamento da jazida A remoção do manto estéril da jazida será intensificada nas laterais da frente de lavra, a fim de lavrar o basalto que se encontra em cotas superiores da ocorrência na área, através de uma lavra contínua em vários níveis (bancadas), com maior controle dos taludes, com menores espessuras de estéril e menores distâncias, de transporte. Vale a pena ressaltar, que este capeamento da jazida no local acima descrito possui espessura média de 50 cm a 1 m que é um fator positivo. 7.2.2 – Preparação das frentes de lavra Para justificar a escolha da utilização deste método de formação de bancadas, nesta lavra a céu aberto, descreveremos todas as vantagens e motivos que levam a isto. Denomina-se bancada a forma dada aos maciços rochosos pelos desmontes sucessivos. Uma bancada consta essencialmente de três planos. Dois planos são horizontais, formando o mais elevado, o topo da bancada, e o mais baixo, o pé da bancada, também conhecido por praça. O terceiro plano é vertical ou levemente inclinado, em relação à vertical e forma a face da bancada. A razão desta constituição dada ao terreno reside na necessidade de se obter o máximo possível de superfícies livres na direção das quais o desmonte propriamente dito pode agir com a máxima intensidade e máximo efeito. Todos os trabalhos preparatórios devem conduzir a uma rápida formação de bancada projetada e o serviço, posteriormente, deve- se desenvolver no sentido da manutenção desta forma. Nesta fase de preparo das frentes de lavras são desenvolvidas as estradas, com um traçado conveniente para os caminhões possuírem o menor ciclo entre a frente de lavra e o beneficiamento ou os estoques homogeneizados. 14 7.2.3 - Desmonte Do Minério Esta fase de desmonte do minério constituí, sem dúvida a fase mais importante da lavra, pois em muito influi nos custos e rendimentos, tanto do próprio desmonte, como no de carga, transporte, rebritagem do granito. O desmonte é executado por empresa terceirizada. O desmonte do granito é realizado em bancadas, após o decapeamento terá a altura de 25 metros. O sucesso da chamada detonação primária ou principal é a chave mestra para o êxito de uma operação de alta rentabilidade. Dependendo do tamanho do britador primário e do equipamento de carga e de transporte disponível chega-se, às vezes, a quase total eliminação da detonação secundária. Desta forma, a eficiência da britagem fica sensivelmente aumentada. Os fogos secundários não são realizados, pois existe um rompedor hidráulico para as rochas maiores das bancadas. Tentaremos definir o DESMONTE IDEAL como sendo resultado da aplicação do conjunto de fatores tecnológicos que permitirão uma fragmentação de tal ordem que se atinja ao mínimo custo unitário possível. Este valor será obtido pela combinação harmoniosa dos fatores abaixo mencionados: - Furação – diâmetro dos furos, posição (vertical ou inclinada) Equipamento a ser usado - Escolha dos acessórios de detonação mais indicados. - Escolha dos explosivos mais econômicos. - Sequência de detonação. - Carregamento correto dos furos. - Equipamentos de carga. - Equipamento de transporte ou material desmontado. - Instalação de britagem. A fragmentação inadequada (grandes matacões) traz sensíveis prejuízos à operação, apresentando os seguintes inconvenientes: - Dificuldade no carregamento do material desmontado. - Dificuldade de transporte do material da praça ao britador. - Deficiência da alimentação da estação de britagem. - Aumento sensível nos custos de manutenção, principalmente nos equipamentos de carregamento e transporte (desgaste de pneus). - Perda de produção diária de todo o conjunto, tanto no setor de desmonte como de britagem. - Redução na disponibilidade de ar comprimido – o consumo de ar comprimido destinado aos marteletes usados no fogacho poderia ser utilizado para acionar os equipamentos de fração do fogo principal. - Aumento do consumo de brocas, mangueiras, peças sobressalentes para os marteletes destinados ao fogacho. - Necessidade de se ter marteleteiros destinados exclusivamente ao Fogo Secundário. - Em muitos casos, os matacões ao caírem na praça, bloqueiam áreas consideráveis, atrapalhando e reduzindo a eficiência das carregadeiras. 15 Todo plano de fogo ao ser feito pela primeira vez, precisa ser experimentado e ajustado até se conseguir o resultado que mais se convém ao seu idealizador. Lembramos que a rocha além de ser quebrada, precisa ser projetada e convenientemente espalhada na praça de maneira a formar uma pilha uniforme e bem distribuída para facilitar o serviço dos equipamentos de carga. Uma pequena diminuição na fragmentação aumenta de muito a eficiência das carregadeiras, diminuindo o seu ciclo de trabalho. Isto traz como conseqüência uma diminuição nos custos de manutenção e baixa no custo da tonelada removida. Um aspecto também importante e que diz respeito ao ciclo de trabalho das características e boa localização dos caminhões a serem carregados em relação às posições de movimentação das carregadeira. Este naturalmente, não depende tanto da fragmentação, mas sim da boa distribuição do equipamento que deve ser controlado pelo “Supervisor da praça”. Uma boa fragmentação (material miúdo) aumenta muito a vida útil dos pneus das carregadeiras de rodas e não força o equipamento. Estes fatos baixam o custo do material removido, pois diminuem despesas de manutenção. Se a fragmentação é ruim torna-se necessário o uso de escavadeira com Shovel, o que além de ser um equipamento muito caro, apresenta o inconveniente de possuir baixa flexibilidade e mobilidade. O custo de transporte (da praça até o britador) é diretamente afetado pela fragmentação.O caminho passa a ser mais bem carregado com o material mais uniforme, pois o carregamento na praça e descarga no britador são mais rápidos e assim o seu ciclo de trabalho diminui. Teremos redução no custo da manutenção do equipamento, nunca vai se carregar demais e teremos também uma redução total no custo da tonelada transportada. Como os equipamentos de britagem estão ficando cada vez mais sofisticados e, consequentemente, mais caros, é preciso, portanto, que eles trabalhem com a máxima eficiência possível. Quanto menos esforços os britadores fizerem, mais barato é o custo de britagem. A alimentação dos britadores primários é mais contínua, não haverá necessidade de paradas para os marroeiros quebrarem as pedras maiores, que não passam pela boca do britador. É preciso muito cuidados ao se planejar um conjunto de mineração pois vários assuntos diferentes estão interligados cada um envolvendo uma técnica específica. A seguir são apresentados os principais elementos que constituirão a fase de desmonte, tentando-se definir um desmonte ideal, como resultado de aplicação do conjunto de fatores tecnológicos, associado a um mínimo custo unitário possível. Altura das bancadas – 12 metros Espaçamento entre furos – 4,50 metros Afastamento entre linhas – 2,00 metros Tipo de malha – pé de galinha Profundidade média dos furos – 14 metros Subfuração – 1,0 metros Tampão – 2,0 metros Diâmetros dos furos – 3” Tipo de explosivo – Powergel coluna única – Explo Densidade média do Basalto “in situ” – 2,82 Ton/m3 Razão de carregamento – 0,480 Kg/m3 Espoleta de retardo – 25 MS (milisegundos) Para comunuição dos matacos será usado um martelete hidráulico para que não haja fogachos durante a operação. 16 7.3 – MEDIDAS ADOTADAS PARA SUPRIMIR E MINIMIZAR OS EFEITOS ADVINDOS DA ATIVIDADE MINEIRA Tabela 2 – Tabela de Impactos e Medidas Mitigadoras FASE MEIO IMPACTOS MEDIDAS MONITORAMENTO Instalação Fisico Movimento de drenagens Programa de planejamento e fiscalização Solo, erosão, taludes, drenos Instalação e Operação Edáfico e aéreo Resíduos sólidos, emissão de gases poluição sonora, poeiras de veículos Separação do lixo, regulagem dos filtros e escape, umedecimento das vias de acesso Solo, erosão, taludes, drenos, qualidade do ar Instalação e Operação Detonação da topografia e paisagem natual Recomposição periódica com mudas e gramíneas Solo, erosão, taludes e drenos Operação Hidrico Derrame de óleo e graxa e água de retorno Dispositivo de terenção e coleta tanque de decantação Água, solo, erosão, taludes, drenos Instalação Biótico flora Área já degradada ocupada Proteção do entorno cm gramíneas e arbustivas Solo, vegetação Operação Fauna Resíduos humanos e operacionais Espaço específico para disposição de resíduos humanos e de máquinas Solo, vegetação, resíduos Encerramento da atividade Exaustão Físico Recomposição paisagística de construções civis e obras, descompactação do solo 8 – BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO A empresa pretnede fazer uma instalação de britagem com capacidade de 15.000 m3 /mês ou 43.200,00 t. Esta unidade será instalada a aproximadamente 200 metros das frentes atuais de lavra. A empresa pretenda explorar 10.000 m3 /mês, porém instalara um equipamento maior, para possível aumento de demanda, assim se o aumenta acontecer o mesmo será comunicado ao IAT . 17 O R.O.M. (Rum of Mine) proveniente das frentes de lavra da área em questão e transportado (por caminhões) até as instalações de cominuição e classificação, onde passa pelos processos necessários a obtenção dos produtos anteriormente citados. As instalações da unidade de Beneficiamento atualmente em operação na empresa são compostas por: • 1 britador de mandíbulas primário de 1 eixo modelo 100/60; • 1 britador de cone secundário, modelo 9026; • 1 britador de cone terciário, modelo 90 RF; • 1 grelha vibratória com malha de 1” de abertura; • 1 peneira vibratória de 3 “decks” com malhas de 1 oitavo, ¾, 3/8; • 9 transportadores de correia; • 1 alimentado vibratório. A britagem é definida com a fase grosseira da cominuição de minerais. O processo mais empregado na britagem consiste na fragmentação do minério através, principalmente, da ação da força de compressão, aplicada pelo movimento periódico de aproximação e afastamento de uma superfície móvel contra outra fixa. Em uma instalação de britagem, os tipos de equipamentos e seu arranjo podem variar, mas, de uma maneira geral o fluxo do produto segue uma trajetória mais ou menos definida, caracterizando-se a natureza do equipamento em cada uma das etapas do processo. As instalações de britagem apresentam o seguinte arranjo: O minério após ser descarregado no silo, passa por uma alimentador vibratório com abertura de 11/2”. O material acima de 11/2” vai para o britador de mandíbulas primário, modelo 100/60 que reduz o minério a 7 polegadas. O passante em 11/2” vai para a pilha de brita 4 – A. O produto do britador de mandíbulas (abaixo de 7”) é transportado por correia transportadora para a pilha pulmão I (rachão). Desta pilha o minério e retomado por calha vibratória e transportado por correia transportadora até uma grelha vibratória com abertura de 1”. A fração acima de 1” alimenta um britador cônico secundário. O produto desta britagem é transportado por correia para a pilha pulmão intermediária (rachãozinho), onde é retomado por calha vibratória e transportado juntamente como passante na grelha abaixo de 1”) para uma peneira vibratória de 3 decks (11/8”, 3/4" e 3/8). O material retido no primeiro deck (acima de 11/8”) alimenta o britador conico terciário que opera em circuito fechado com a peneira vibratória. O minério passante em 11/8” e retido em 3/4" segue para a pilha de brita 2. O passante em 3/4" e retido em 3/8” segue para a pilha de brita 1. O minério abaixo de 3/8” constitui a pilha de pedrisco e pó. Todos os produtos são armazenados em pilhas de conformação cônica ao ar livre. Encontram-se na página seguinte o fluxograma da unidade de beneficiamento, onde estão definidas as instalações de britagem e classificação de R.O.M. 18 SILO AIMENTADOR VIBRATÓRIO GRELHA 11/2” PILHA BRITA 4-A < 11/2” BRITADOR MANDÍBULAS PRIMÁRIO > 11/2” < 7” PILHA PULMÃO (RACHÃO) < 7” CALHA VIBRATÓRIA > 1” GRELHA VIBRATÓRIA ABERTURA 1” < 1” BRITADOR CÔNICO SECUNDÁRIO PILHA INTERMEDIÁRIA (RACHÃOZINHO PENEIRA VIBRATÓRIA 3DECKS 11/8”,3/4” E 3/8” CALHA VIBRATÓRIA - 1/8” + 3/4” PILHA BRITA 1 -3/4” + 3/8” > 11/8” PILHA PEDRISCO E PÓ < 3/8” BRITADOR CÔNICO TERCIARIO PILHA BRITA 2 19 No processo de beneficiamento para produção de rocha britada, a geração de poeira pode originar problemas de saúde, não apenas para os trabalhadores envolvidos no processo, como também para a população que ocupa o entorno desses empreendimentos, ocasionando conflitos entre esta comunidade e a atividade de extração mineral. As instalações de britagem de um modo geral representam um desafio para técnicos em controle ambiental. Como o processo de britagem tem como objetivo a cominuição da rocha, é normal a grande formação e emissão de materiais finos particulados, agravados pela necessidade de transporte por etapas e estocagem em pilhas intermediárias. Para a diminuição da poeira durante a britagem serão utilizados aspersores de águas nas esteiras rolantes e nos britadores, para manter o material úmido e com isto evitando a dispersão de pó. 9 – CONSTRUÇÕES, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS AUXILIARES Dentre as diversas construções auxiliares na área de lavra teremos: - escritório; - refeitórios com áreas suficiente para atendimento dos operários; - fossas sépticas apropriadas para disposição dos dejetos e águas servidas; - coleta dos resíduos recicláveis e retornopara coleta municipal; - balança para pesagem das cargas. - Oficina de manutenção 10 – PLANO DE RECUPERAÇÃO DO SOLO 10.1 – INTRODUÇÃO Pela análise do relatório de pesquisa na área em questão que se pretende lavrar, há um capeamento médio de 50 cm a 1 m, isto é, cerca de no máximo 1 m de material estéril (solo) sobre a superfície do minério. Basicamente o plano de recuperação do solo se dará pela extração do minério até a cota mínima da lavra, fazendo-se posteriormente a cobertura desta praça com uma camada de 1,5m de terra vegetal, formando uma área que atualmente possui topografia irregular em uma área plana, possibilitando assim a valorização do terreno e sua utilização na agropecuária, pois a mesma estará ao nível superior às barragens de água de proteção ao meio ambiente do minério que formam e serão construídas. 10.2 – REMOÇÃO DO ESTÉRIL Todo estéril constituído por solo de alteração será retirado de uma área de aproximadamente 346.407 m2 em toda extensão da área e depositado nas encostas do terreno. Estas operações serão realizadas através de equipamentos de escavação, carga e transporte. 20 10.3 – LAVRA DO MINÉRIO Pelos estudos geológicos realizados no corpo mineral que será lavrado inicialmente, este deverá ser rebaixado continuamente por bancadas (“open-pit”). O preparo das frentes de lavra para a área do processo ANM 826.101/2020, constituirá na abertura da face oeste da jazida, em um piso de bancada (praça) na cota 285m, com avanço planejado para direção EW. O avanço planejado para a lavra seguirá a direção noroeste com uma abertura na face norte da jazida em uma piso de bancada (praça). 10.4 – ESTABILIDADE DOS TALUDES E RECUPERAÇÃO DO SOLO Após a realização dos serviços de lavra acima descritos, o terreno que foi lavrado constará de uma área plana de rocha cercada por taludes com altura variável de 5 a 10 metros, com inclinação destes taludes estáveis na relação 1:3 e bermas de 5 metros. Serão realizados trabalhos de terraplanagem com a finalidade de aterrar 1,5 m de terra desta praça e acertar os taludes da encaixante para que fiquem estáveis (de 1:3 até 1:6). Devemos observar que os serviços serão realizados com parte do estéril, que inicialmente foi retirado de cima do basalto (solo de alteração do minério). 10.5 – COBERTURA VEGETAL Com o desenvolvimento dos serviços de preparação para lavra, os serviços de remoção do solo serão realizados das cotas superiores para as inferiores, e à medida que se vai terminando os patamares de lavra (bancadas) de cima para baixo será implantado um sistema de reflorestamento com eucalipto salígna ou pinus taeda, malha 1,00 X 1,50m nas encostas e bermas laterais do “open-pit”, visando não só aproveitar o terreno inclinado como também promover maior estabilidade dos taludes. Associado aos eucaliptos e pinus, deverá ser implantado, também, um revestimento vegetal rasteiro, através de vegetação herbácea, que irá contribuir na estabilidade e evitar erosão das áreas trabalhadas. 10.6 – ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS Um dos efeitos mais importantes relacionados à mineração a céu aberto é o problema da erosão. A ocorrência do impacto erosão é devido ao carregamento de partículas sólidas pelas águas pluviais, e que geralmente provocam alterações muito desastrosas ao meio ambiente, principalmente às águas superficiais. As causas da erosão podem ser de origens diversas, principalmente devido à exposição do solo pelo decapeamento e pela disposição de material estéril. Neste contexto, a melhor solução seria promover trabalhos de revegetação das áreas críticas, o que evitaria a ação erosiva das precipitações atmosféricas. Porém, medidas desta natureza nem sempre são possíveis, principalmente em áreas que estão sendo trabalhadas e que a curto prazo ainda estarão envolvidas com as atividades de extração. Para tais situações, a solução adotada para prevenir os possíveis contágios sobre o curso d’água de superfície á a construção de barragens de terra, com a finalidade de formar pequenos lagos para a deposição dos sólidos. 21 A médio e longo prazo a melhor solução, cujos detalhes serão dados mais adiante, é promover uma cobertura vegetal nas áreas desprovidas de vegetação, evitando a ação erosiva das precipitações atmosféricas. No que se refere às águas subterrâneas, praticamente não existem relações importantes com as atividades de lavra, visto que elas se dão em bancadas que estão bem acima do lençol freático. 10.7 – PAISAGEM A atividade desenvolvida no local vem alterando o conjunto paisagístico da área. O principal aspecto que contribui para o impacto visual é a alteração topográfica, que é decorrente de várias atividades desde a fase de implantação até as operações de lavra. O impacto visual, entretanto, é sentido principalmente por aqueles que convivem com a atividade mineira, e acabam por desenvolver um determinado ripo de percepção ambiental, onde a configuração paisagística já está incorporada. Embora o fato, a proposição de medidas que venham reduzir tal impacto reabilitando a paisagem o melhor possível, é fundamental para um convívio mais harmonioso entre a comunidade e a mineração. Na verdade, as configurações espacial e visual de uma área, e mesmo as intervenções paisagísticas ocorridas, fazem parte da experiência que o indivíduo ou a comunidade tem do local. Assim, com a execução de um plano de recuperação para áreas conturbadas, além de minimizar o efeito psicológico da agressão ambiental, há uma grande contribuição na melhoria das próprias condições do ambiente de trabalho. Todas as medidas propostas no sentido de recuperar a área e conseqüentemente a paisagem local serão analisadas no capítulo seguinte. 10.8 – SEGURANÇA PÚBLICA A prevenção de acidentes depende fundamentalmente de medidas a nível de engenharia de segurança do trabalho. Para tanto, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como óculos, luvas, botas, etc., são importantes, e nesse sentido existe uma conscientização aos funcionários para uma utilização correta dos mesmos. No que se refere à circulação de veículos, todo o trânsito é feito em área rural, e por tratar-se de estradas não pavimentadas a velocidade dos veículos é reduzia, não havendo maiores problemas quanto à segurança. 11 – PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA E MEDIDAS MITIGADORAS O conceito de recuperação pode apresentar várias interpretações tornando a expressão “recuperação de áreas degradadas” bastante controvertida. O artigo 2º do Decreto 97.632, de 10.04.89, define degradação como “os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou reduzem algumas de suas características, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais”. 22 Recursos ambientais por sua vez, foram definidos no artigo 3º, inciso V, da Lei da Política nacional do Meio Ambiente, como “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrânea, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera”. Áreas degradadas por atividades de mineração, portanto, são áreas que sofreram algum impacto ambiental decorrente destas atividades, e os processos de degradação são aqueles que causam impacto ambiental. Serão estes os conceitos utilizados neste plano de recuperação. O objetivo da recuperação e fixado no artigo 3º do citado decreto: “o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecidos para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. Esta exigência legal tem a característica de deixar em aberto o grau de recuperação requerido, isto é não obriga a uma restauração das condições originais do sítio, o que na maioria das vezes, é economicamente inviável se não impossível. Por outro lado, a exigência legal fixa as diretrizes para a elaboração do plano de recuperação:1) A área deve ser utilizável para alguma finalidade; 2) Esta deve estar de acordo com um plano pré-estabelecido; e 3) A condição final deve ser estável, ou seja, a área deve estar em equilíbrio dinâmico com o entorno. Estas exigências seguem as recomendações do “Grupo de Trabalho de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração” (1988), constituído pela antiga Secretaria Especial do Meio Ambiente. As medidas mitigadoras têm a função de minimizar a geração e propagação dos efeitos e impactos ambientais devido à operação do empreendimento, em suas diversas atividades produtivas e de apoio, como ruídos, poeira, gases, e efluentes líquidos. As medidas mitigadoras são dinâmicas, ou seja, devem ser planejadas, implantadas, e a partir do monitoramento dos indicadores de qualidade ambiental e de poluição do meio, devem ser incrementadas, adaptadas, ou reprojetadas de acordo com a sua eficiência. As medidas apresentadas a seguir são propostas de acordo com o projeto da empresa, e os possíveis danos que podem acarretar ao meio, e com a necessidade de preservar os recursos naturais. A eficiência dessas medidas podem e devem ser avaliadas a partir da implantação de um programa de monitoramento. 11.1 – OBJETIVOS E USOS DE ÁREAS RECUPERADAS Vários estudos citam a importância da elaboração de um plano global para cada projeto de recuperação, atendendo as condições e aos requisitos individuais de cada situação. Assim, o plano de recuperação para áreas mineradas deve estabelecer previamente os objetivos específicos de cada projeto, tende em vista o nível desejado com base nas características específicas do local, a demanda da região por certos tipos de usos e sua situação locacional frente à região na qual está inserida. NEPHEW (1973), numa tentativa de classificação, definiu os seguintes níveis de recuperação: a) Nível básico: prevenção dos efeitos maléficos para a área ao redor do local, porém sem medidas para reparação do local que foi minerado. 23 b) Nível parcial: recuperação da área ao ponto de habita-la para algum uso utilitário, mas deixando modificada em relação ao seu estado original. c) Recuperação completa: restauração das condições originais do local (especialmente a topografia e a vegetação). COLE et alli (1976) acrescentaram uma quarta opção ou nível: d) Recuperação: que supera o estado original da paisagem antes da mineração. Estes quatros níveis podem ser considerados como um a escala ascendente de alternativas e custos. O problema, logicamente, é decidir qual o nível correto para cada caso ou projeto individual, levando em conta todas as variáveis naturais e sociais (U.S DEPARTAMENT OF AGRICULTURE 1977). 11.2 – MEDIDAS MITIGADORAS E DE RECUPERAÇÃO 11.2.1 – Armazenagem do solo orgânico A mineração de superfície exige a retirada da vegetação e da capa superior do solo, constituindo a etapa de limpeza das operações de lavra. Quando removido, o ideal é fazê-lo e armazená-lo misturado com a vegetação do mesmo local, convertida mecanicamente em cobertura morta. O solo orgânico pode ser amontoado em camadas de terra de até 1,5 metros de altura e de 3 a 4 metros de largura, com qualquer comprimento. De preferência, o local deve ser plano e protegido das enxurradas e da erosão. A preservação do material deve utilizar basicamente um processo natural com a introdução de vegetação. Essa vegetação terá não só a função do material, mas também a função de adubação verde do solo. A função de contenção será feita por gramíneas cujo sistema radicular fasciculado facilitará a contenção superficial, evitando com isso, perdas com desbarrancamento e erosão hídrica excessiva. Já as leguminosas terão a função de fixação de nutrientes e , quando incorporada ao material, possuirão a função de complementação de adubação. Um cuidado que deve ser tomado é o de não armazenar solos muito úmidos, nem faze- lo em época de chuvas. 11.2.3 – Formação do bota fora O material estéril que compõe o capeamento da jazida deverá ser removido e armazenado criteriosamente em locais de bota fora a norte da mina. Nestes locais serão escavadas trincheiras de meio metro de profundidade, a partir de uma trincheira principal escavada no leito da encosta. As trincheiras devem ser preenchidas com pedras, configurando um sistema de drenagem em forma de “espinha de peixe”. Deve ser erguida uma pequena barreira de enroscamento para delimitar a área do bota fora e a disposição do material sempre deve ser de forma ascendente. A jusante do dique inicial será erguido um pequeno dique de 0,5 metros de altura para captação dos sólidos originados por erosão do bota fora. 24 Estes procedimentos atenuarão as alterações topográficas (bota fora concordante com a topografia), a geração de resíduos sólidos, a alteração na qualidade do solo pela redução do assoreamento e principalmente o impacto visual. Na implantação deve haver a remoção da terra preta para confecção das bancadas, em níveis de acordo com o avanço da lavra conforme a figura 3. Figura 3 - Forma das bermas do bota-fora A remoção da terra preta deve ser feita após a confecção das drenagens. A terra preta deve ser estocada em separado para posterior aproveitamento. As bancadas devem ser feitas com taludes de forma a manter a estabilidade e evitar ao máximo a erosão. Deve Ter inclinação para trás para o escoamento de água. Figura 4 – Esquema dos taludes 5m 10m i=2% i=45º Remoção solo 5a.fase 4a.fase 3a.fase 2a.fase 1a.fase 25 11.2.4 – Revegetação As atividades de revegetação desempenham um papel importante na recuperação ambiental de áreas mineradas, pois tem a capacidade de mitigar uma série de defeitos e impactos ambientais, além de auxiliar no restabelecimento de algumas características primitivas do sítio. A implantação da revegetação necessita de algumas atividades essenciais ao seu estabelecimento, tais como a regularização do terreno, disposição de uma camada de no mínimo 30cm de solo orgânico sobre locais trabalhados ou aterrados e práticas de adubação e calagem. Assim, deve-se dar atenção especial a estas atividades, assegurando sua implantação e estabelecimento já na fase de operação do empreendimento Tal procedimento minimiza os impactos gerados durante a exploração e garante o controle dos processos de degradação. Além disso, esses trabalhos iniciais servirão como indicativos e parâmetros das ações seguintes, ou seja, fornecerão subsídios para ao aprimoramento paulatino dos trabalhos. O processo de revegetação deverá seguir algumas etapas, de acordo com a idade do empreendimento, as quais serão divididas em medidas durante a fase de operação e medidas a serem tomadas na desativação do empreendimento. 11.2.5 – Revegetação na fase de operação Durante a fase de operação, as medidas de revegetação terão como objetivos principais à atenuação do impacto visual e evitar a instalação de possíveis processos erosivos. As atividades neste sentido terão início assim que possível dentro de cada objeto e condizente com os aspectos que caracterizam cada área em particular. Elas serão graduais executadas concomitantemente com os trabalhos de lavra, de maneira a permitir que ao final das operações os trabalhos estejam restritos aos locais de lavra. Desta forma, os resultados iniciais servirão como indicativos e parâmetros das ações seguintes, ou seja, fornecerão subsídios para o aprimoramento paulatino dos trabalhos. A seguir é feita uma análise dos locais e procedimentos de revegetação durante a fase de operação de mina. 11.2.6 – Taludes do bota fora A revegetação destes taludes visará evitar a erosão provocada pelo carreamento de partículas pelas águas pluviais, além de aumentar a estabilidade dos mesmos. As atividades serão direcionadas de modo a otimizar as condições de regeneração natural, tendo em vista que foram observadostaludes inativos com regeneração espontânea na área do empreendimento. Obviamente, as condições naturais devem ser aproveitadas e pode-se considerar ainda, que há uma melhoria na regeneração do ecossistema com a utilização de espécies nativas. Primeiramente, os taludes devem ser avaliados quanto à declividade e, caso necessário, redimensionados de modo a possibilitar o estabelecimento vegetal. Os pontos onde os efeitos dos processos erosivos forem mais contundentes, devem ser recortados manualmente em linhas retas e recobertos novamente em solos. 26 Assim, como preparação inicial, deve-se proceder um sulcamento das fases dos taludes em linhas a cada 20cm, com profundidade de 5cm. Este sulcamento deve ser mantido até que a própria vegetação estabelecida sirva como limitante à velocidade da chuva. Quanto à fertilidade, os substratos dos taludes apresentam-se acidificados e empobrecidos, pois ficam expostos à lixiviação pelas águas pluviais. Posteriormente descreveremos com detalhes sobre a correção de acidez e dos níveis de fertilidade. A cobertura vegetal se dará, além das espécies nativas, através da semeadura de gramíneas e leguminosas. 11.2.7 – Entorno industrial As atividades de regeneração desta área se direcionarão de modo a possibilitar a formação de cinturões de vegetação ao redor das áreas de beneficiamento do minério. Segundo a Comissão Técnica do Meio Ambiente do Instituto Brasileiro de Mineração (1987), os cinturões verdes ou florestais oferecem redução da poluição do ar por gases poeiras e energia. Reduzindo o impacto visual, minimizam o efeito psicológico da agressão ambiental O efeito do cinturão verde em termos de qualidade ambiental se dá através da absorção parcial de alguns gases como SO2, NO2, HF, da retenção física parcial do material particulado emitido e da redução da poluição sonora. Esta prática apresenta vantagens como a melhoria da visibilidade e das condições de trabalho e diminui o efeito da poeira sobre os equipamentos e instalações, uma vez que o cinturão atua como uma espécie de filtro. A revegetação desta área será executada através de mudas de espécies nativas, que poderão ser obtidas facilmente na região. 11.2.8 – Revegetação na fase de desativação Os trabalhos de revegetação durante a fase de desativação deverão estar restritos aos limites internos da cava que ainda não tiverem sido recuperadas ao longo da vida útil do empreendimento. De acordo com o item 6.4, as frentes de lavra deverão formar taludes com altura média de 5 a 10 metros, com inclinação destes taludes na relação 1:3. Estes taludes deverão ser revegetados com gramíneas, a fim de formar uma cobertura rasteira contra processos erosivos, além de um extrato formado por pinus. 11.2.9 – Espécies vegetais a serem utilizadas e técnicas de plantio 11.2.9.1 – Vegetação herbácea As áreas que compreendem os taludes de barragens, bota fora e outras áreas, citadas nos itens anteriores deverão receber uma cobertura vegetal do tipo herbácea, através de um consórcio de gramíneas e leguminosas. Dentre as gramíneas que poderão ser utilizadas citam-se as seguintes : 27 - Brachiaria decumbens (braquiária): semeada a lanço na proporção de 8kg de sementes/ha; - Melinis minutiflora (capim gordura): semeado a lanço na proporção de 14kg de sementes /ha. Dentre as leguminosas que podem ser utilizadas, citam-se as seguintes: - Callopogonium mucunoides (calopogônio): leguminosa rastejante, trepadeira, com flores azuladas e vagens de 2 a 4 cm de comprimento, coberta de pelos. Capaz de fixar até 200 Kg/ha de nitrogênio, em doze a quatorze semanas, é especialmente recomendada como adubo verde para culturas que consomem grandes quantidades daquele nutriente. Tem-se revelado excelente cobertura do solo, quando plantada entre laranjeiras e outras frutíferas, além de ser muito eficiente no controle de invasores em áreas recém desbravadas. O plantio é realizado de outubro a março, a lanço ou por meio de semeadeiras, à profundidade de 2 a 4 cm. - Stizolobium deeringianum (muçum-anã): planta anual, hervácea, semi-ereta, que atinge de 40 a 50 cm de altura. O ciclo vegetativo dura em torno de 150 dias. A muçum-anã se desenvolve bem em clima tropical e sub tropical e em quase todos os tipos de solo. A época indicada para plantio é a das chuvas, para produção de massa verde, tanto para forragem como para adubação, o espaçamento deve ser de 50cm entre as fileiras, colocando-se duas sementes a cada 10cm de distância ao longo da linha. Utiliza-se cerca de 60 Kg/ha. Para maior eficiência do plantio recomenda-se, o plantio consorciado das gramíneas e leguminosas, o que permite um recobrimento mais rápido do solo. Nesse sentido, a neutralização de acidez (calagem) deve ser anterior à adubação com espaço mínimo de 3 meses entre as duas operações, na proporção de 400g/m2 A adubação deverá ser realizada com complexo N-P-K, numa dosagem de 120 Kg/ha . Esta adubação deve ser parcelada e incorpada em duas aplicações de igual teor e realizadas com espaçamento de três meses entre cada uma. 11.2.9.2 – Vegetação arbórea Dentre as espécies arbóreas que poderão ser utilizadas nos cinturões verdes e possivelmente na futura área de reflorestamento, citam-se: Tabela 3 - Nomes científicos X nomes populares das espécies. NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Araucária angustifólia Araucária Pinus elliot Pinus Fícus sp Figueira Esiduim guaiava Goiaba Morus nigra Amoreira Eugenia uvalha Uvaia 28 O reflorestamento deverá seguir algumas etapas de implantação, as quais são apresentadas a seguir: - COMBATE AS FORMIGAS: a área deve ser percorrida na sua totalidade para destruição dos formigueiros. As formigas cortadeiras devem ser identificadas primeiramente quanto ao gênero ATTA (saúva) e ACROMYRMEX (quenquém). Para as saúvas usa-se isca granulada a base de dodecacloro e para as quenquéns a micro-isca a base do mesmo princípio ativo. - COVEAMENTO MANUAL: não tendo havido preparo prévio do terreno, dado às particularidades das áreas, as covas terão dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40m. Serão preparadas as terras de superfícies e do fundo de cada cova para adoção da “inversão” no plantio, ou seja, no momento do plantio a terra de superfície deve ser colocada no fundo da cova e o subsolo na superfície. - COROAMENTO: para evitar-se competição aérea e radicular, será realizado o coroamento para plantio ao redor das covas, com um raio mínimo de 0,60m a partir das bodas. - ADUBAÇÃO NA COVA: esta operação é realizada concomitante com o plantio. O fertilizante, na fórmula NPK 10-10-10 é aplicado em todas as covas na razão de 250g, sofrendo íntima incorporação com todo o volume de terra retido da mesma. - DISTRIBUIÇÃO MANUAL DAS MUDAS: consiste no transporte das mudas do viveiro e sua distribuição nas covas. Segue o ritmo de plantio, não sendo admitido sobras de muda não efetivamente plantadas. - PLANTIO FLORESTAL: está condicionado às condições climáticas da região. No ato do plantio é procedida a retirada total do recipiente procurando evitar o destorroamento. Preparada a muda, esta é colocada na cova, sobre uma pequena quantidade de terra misturada com fertilizante, a seguir a cova é completada com o restante da mistura. O colo da muda deve ficar em concordância com a su0perfície do terreno, ficando o substrato original recoberto por uma leve acamada de terra. A terra ao redor da muda é compacta adequadamente. O excesso de terra retirada da cova agora ocupada pela muda é disposta em “coroa” ao redor do colo, assegurando um melhor armazenamento das águas das chuvas. - REPLANTIO FLORESTAL: é feito periodicamente após o plantio e visa a substituição das mudas mortas. - TRATAMENTO FITOSSANITÄRIO: operação absolutamente imprevisível no tocante ao tipo de praga ou doença, época de ocorrência e intensidade de ataque. Realizada evidentemente quando necessária, através de pulverizadorescostais manuais ou monitorizados. 11.2.10 – Sistema de Drenagem Uma das medidas para conter a ocorrência de erosão e assoreamento, principalmente afetando áreas fora do limite da área de lavra e de bota-fora, é a implantação de sistema de drenagem das águas pluviais. O sistema consiste de dispositivos de coleta e escoamento de águas pluviais com o objetivo de direcionar a um sistema de tratamento adequado, sem afetar a qualidade das águas superficiais dos cursos naturais. O sistema consistirá em canaletas de captação em todas as áreas limítrofes de trabalho e nas bancadas em solo, que por sua vez direcionará para canaletas de escoamento. Nas bancadas em rocha as águas serão escoadas pela parte interna das bermas, com caimento para uma das bordas, e por fim, para as canaletas de escoamento. Em locais de maior declividade as canaletas de escoamento serão construidas com dissipadores de energia. 29 11.2.11 – Sistema de Tratamento de Efluentes As águas pluviais escoadas pelo sistema de drenagem serão tratadas em bacias de decantação, com o objetivo de reter as partículas sólidas, e evitar a contaminação das águas naturais. Essas bacias serão constituídas nos pontos próximos ao despejo de efluentes nos cursos d’água. 11.2.12 – Controle de Emissão de Material Particulado O controle de emissão de material particulado consiste na umectação de acessos na área de mineração, acessos, pátios, e bota-fora, com utilização de caminhão pipa. Na área de beneficiamento o controle será por jateamento de água nos pontos de descarga de minério, e de transferência dentro do processo. 11.2.13 – Desmonte Controlado O controle da detonação de explosivos é feita continuamente, com ajustes da carga por espera com a utilização de microrretardos, tamponamento dos furos, cobertura do cordel detonante com material inerte, e mudanças na malha de furação, de modo a se obter o melhor rendimento com a redução dos efeitos e impactos ambientais. O monitoramento das detonações, com medições de níveis de vibração e sobre pressão acústica é importante para esses ajustes na fase de operação do empreendimento. 11.2.14 – Acerto Topográfico A atividade de extração de minérios promove alterações na morfologia do terreno que na maioria dos casos tomam-se definitivos, por ser inviável a recomposição, mesmo que parcial à conformação original. No caso específico deste estudo, a área de lavra, após a exaustão, também apresentará um rebaixo em toda a área lavrada. O estéril gerado no decapeamento, e o rejeito gerado na frente de lavra podem minimizar parcialmente esse impacto, com o preenchimento das áreas exauridas. Inicialmente será utilizado o depósito de estéril. 11.3 – MONITORAMENTO O monitoramento será fundamentado nas variáveis ambientais analisadas neste plano. Seu objetivo será implementar todas as medidas propostas, permitindo um completo acompanhamento, detectando qualquer desconformidade ou alteração da qualidade ambiental. Deverá ser efetuado em freqüentes campanhas, com visitas sistemáticas de uma equipe técnica, que além de implementar as medidas propostas, terão a unção de recolher dados e informações para elaboração do relatório anual de execução dos trabalhos de recuperação. Dentre as atividades que deverão fazer parte do monitoramento tem-se: 30 - Avaliação da estabilidade dos taludes; - Controle de qualidade das águas; - Controle de armazenamento de solo orgânico; - Controle de disposição de rejeitos (barragens e bota fora); - Avaliação de possíveis processos erosivos; - Monitoramento do plano de recuperação vegetal; Cabe salientar que a implantação do monitoramento implicará em modificação das medidas propostas, quando observadas alterações das condições ambientais, ou qualquer fator relevante. 12 – CRONOGRAMA A seguir são feitas as apresentações dos cronograma de execução dos trabalhos relativos à lavra onde o primeiro são as medidas de caráter imediato e ao programa de recuperação para os próximos 20 anos. Tabela 4 - Cronograma físico das atividades disposição imediata. PROBLEMA OBSERVADO GRAVIDADE RESOLUÇÃO TEMPO Geração de pó durante o beneficiamento muita alta. Baixa à média Colocação de aspesores na britagem. 6 meses a 1 ano Bacia de decantação na britagem e frente de lavra. Média Construção de bacias de decantação na britagem para que a água superficial não carreta material particulado para o córrego. 6 meses Cortina Vegetal Baixa Plantação de cortina vegetal em torno da pedreira e britagem. 1 ano. 31 Tabela 5 - Cronograma físico das atividades. Atividade ANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Remoção do capeamento Preparação da frente de lavra Operações de lavra Deposição de estéril Construção e ou ampliação de barragens Acerto dos taludes finais Revegetação dos taludes das barragens Revegetação do bota fora Revegetação do entorno industrial Revegetação dos taludes finais de lavra Revegetação de outras áreas 13 – PLANO DE FECHAMENTO DA MINA Há de se considerar ainda que a atividade oferece grandes riscos ao meio ambiente, dada a pequena expressão da área envolvida, não gera resíduos tóxicos não compromete de forma definitiva a população de fauna e flora. Recentemente tem-se difundido a ideia de fechamento da mina, e por se tratar de um recurso não renovável, é natural que o tempo de seu aproveitamento por diversos motivos extinga-se. Tais motivos podem ser de caracteres econômicos, técnicos e ou ambientais, e 32 merecem um destaque especial, já que o projeto de fechamento da mina é uma tarefa relativamente particular a cada atividade e região, o que torna o seu programa de fechamento um estudo que deverá levar em consideração diversos fatores. No entanto, conforme N.R.M. 20, o fechamento, será previamente comunicado e justificado ao Ministro de Minas e Energia devidamente acompanhado dos instrumentos comprobatórios exigidos. Após o encerramento das atividades explotáveis na jazida será feita então a recuperação visual da área. O rejeito que inicialmente foi retirado para o decapeamento e armazenado ao lado da mina deverá ser usado na recuperação dos taludes afetados pela lavra. Após esta medida a vegetação provavelmente voltará naturalmente. A cava final tem seu limites projetados e seus taludes deverão ter inclinação máxima de 300 onde haverá a revegetação, com implantação de canais de drenagem. Os taludes laterais deverão ter ângulos de inclinação próximos de 500. Estes canais de drenagem tem como objetivo coletar águas pluviais e a oriundas de eventuais vertentes, que ocorrem no sopé dos taludes. As águas dos canais serão direcionados a um tanque de decantação, antes de verter para a drenagem natural existente. Figura 5 - Recomposição das bancadas no fim da pedreira 33 14 – CONCLUSÕES Pelo que foi apresentado neste plano e considerando todas as interferências ao meio ambiente provocadas pelo empreendimento, pode-se concluir que todos os efeitos gerados são comuns a todas as atividades desta natureza. As medidas propostas para atenuação dos impactos provocados são compatíveis com os objetivos e diretrizes da empresa, estando a mesma comprometida a implantar todas as medidas, estando também ciente que deverá fazer comunicação por escrito de toda e qualquer alteração no pano ao órgão ambiental. O plano prevê atividades concomitantes com a operação do empreendimento, como a formação de barreira vegetal e atividades posteriores à sua desativação. Torna-se justo
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