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Saúde, Trabalho e Meio Ambiente Unidade 4 Objetivos - Conhecer as Conferências Mundiais sobre o Meio Ambiente; - Conhecer a lei sobre educação ambiental; - Refletir sobre a relação das condições de trabalho com o meio ambiente; - Discutir sustentabilidade; - Conhecer a Carta da Terra; - Reconhecer os tipos de responsabilidade social. Meio Ambiente Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 2 Introdução Olá! Como estão os estudos? Estamos iniciando a última unidade da nossa disciplina. A partir de agora discutiremos a temática do meio ambiente sob diversas perspectivas. Iniciaremos apresentando as conferências mundiais sobre o meio ambiente, o conceito de educação ambiental, sua legislação e como proceder, além de refl etir sobre a relação entre o meio ambiente e o espaço de trabalho. 4 T1 Meio ambiente e saúde Desde os primórdios existe uma consciência humana sobre a relação entre condições ambientais e saúde. O homem sempre relacionou sua vida aos movimentos da natureza, como: clima, fases da lua, chuvas e ventos. Existem relatos de fi lósofos desde a Antiguidade sobre a relação de enfermidades e as forças ambientais. Porém, como vimos na unidade 2 quando tratamos de saúde do trabalhador, percebemos que essa preocupação se acentuou na modernidade, mais especifi cadamente na época da industrialização e de urbanização, e os problemas ambientais, visivelmente, começaram a ser associados à saúde, às condições de vida e ao trabalho. Nesse período da história de grande desenvolvimento industrial, as intervenções sanitárias tinham como fundamental a Teoria dos Miasmas. Nela, sujeiras externas e odores de putrefação deveriam ser eliminados para não espalharem doenças. Infecç ã o e higiene antes da teoria microbiana: a história dos miasmas Fonte: http://www.ghtc.usp.br/server/pdf/ram- Miasmas-Sci-Am.PDF saiba mais? Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 3 Relações entre ambiente e saúde O tema ambiental foi apontado pela primeira vez na Agenda Mundial em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente, em Estocolmo. Nessa ocasião nasceu a expressão ecodesenvolvimento. Dessa reunião surgiram as primeiras discussões para a preparação da Rio-92 e o relatório Brundtland, denominado Nosso Futuro Comum. Nesse documento foi apresentado o conceito de desenvolvimento sustentável atendendo às necessidades do presente sem prejudicar ou comprometer as gerações futuras. É possível perceber o papel dos seres humanos em relação ao ambiente. A ONU e o Meio Ambiente Fonte: https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/ saiba mais? http://brasilescola.uol.com.br/geografi a/eco-92.htm saiba mais? A menina que calou o mundo por 6 minutos Vídeo YouTube: h t tps: / /www.youtube.com/ watch?v=J0qM8oFeFY0 saiba mais? Já na Rio-92 foi proposta a Agenda 21, termo usado para designar um plano de ação para o desenvolvimento sustentável. A agenda 21 foi um pacto internacional assinado por 178 chefes de Estado e de governo, em que se comprometem a criar estratégias de desenvolvimento, principalmente no que tange às questões ambientais. Na Agenda 21 está explícita a visão de que é difícil atribuir causa a apenas um elemento no caso de qualquer doença, pois a saúde humana é infl uenciada não apenas por fatores específi cos, mas pela interação entre eles: físicas, biológicas, químicas e sociais (MINAYO, 2009, p.86). Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 4 http://sna.agr.br/sna-participa-da-rio-20/ saiba mais? Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente e Documentos Resultantes Fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/ fe_e_meio_ambiente/principais_conferencias_ internacionais_sobre_o_meio_ambiente_e_ documentos_resultantes.html saiba mais? Continuando... Em 2002 aconteceu em Johanesburgo (África do Sul) a cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, comemorando 10 anos da Rio-92. Nesse evento a saúde foi uma das cinco prioridades. A Organização Mundial de Saúde assumiu a responsabilidade por um plano de ação sobre saúde e ambiente, no qual as temáticas no foco versavam sobre o manejo de substâncias tóxicas, contaminação do ar, da água e do solo. A Rio+20 aconteceu em 2002, novamente na cidade do Rio de Janeiro, e reuniu um total de 193 representantes de países e uma das maiores coberturas jornalísticas mundiais de toda a história, sendo acompanhada dia a dia em todo o planeta. O resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas e a produção de um documento fi nal intitulado “O futuro que queremos”, onde foi reafi rmada uma série de compromissos. Refl etindo Como podemos ver, muito se tem discutido sobre o meio ambiente. Mas será que estão sendo tomadas medidas efi cientes para protegê-lo? O que você pensa sobre esse assunto? Qual é a sua opinião sobre a charge a seguir??? Discuta esse assunto com seus colegas, no trabalho e em casa. Fonte: http://agoranahistoria.blogspot.com.br/2015/06/eco-92-nova-era-que-nao-aconteceu.html Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 5 T2 Educação AmbientalA educação ambiental tenta despertar, em todos, a consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente, tentando superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo, esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante. No Brasil, a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, sobre educação ambiental, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidência da República, dispõe no artigo 1º: Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm saiba mais? http://teabrasil.blogspot.pt/2013/03/principios-basicos- da-educacao-ambiental.html saiba mais? Princípios e Objetivos O Art. 5o da Lei no 9795/99 enumera os princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. São objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científi cos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 6 Como de fato essa lei se transforma em realidade? Você já parou para pensar nisso? Os Ministérios da Educação e do Meio Ambiente, em parceria com a UNESCO, criaram uma cartilha em 2007 com o Título: “Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola”, que aborda desde conceitos sobre educação ambiental a práticas de sucesso nas escolas. Dentre os assuntos abordados, o manual apresenta propostas de atuação desde a educação infantil até o ensino superior, que podemos ver a seguir: Na educaç ã o infantil e no iní cio doensino fundamental é importante enfatizar a sensibilizaç ã o com a percepç ã o, interaç ã o, cuidado e respeito das crianç as para com a natureza e a cultura, destacando a diversidade dessa relaç ã o. Nos anos fi nais do ensino fundamental, convé m desenvolver o raciocí nio crí tico, prospectivo e interpretativo das questõ es socioambientais, bem como a cidadania ambiental. No ensino mé dio e na educaç ã o de jovens e adultos, o pensamento crí tico, contextualizado e polí tico e a cidadania ambiental devem ser ainda mais aprofundados, podendo ser incentivada a atuaç ã o de grupos nã o apenas para a melhoria da qualidade de vida, mas especialmente para a busca de justiç a socioambiental, frente à s desigualdades sociais que expõ em grupos sociais economicamente vulnerá veis em condiç õ es de risco ambiental. Quanto ao ensino té cnico, no â mbito do ensino mé dio e educaç ã o superior, é fundamental o conhecimento de legislaç ã o e gestã o ambiental aplicá veis à s atividades profi ssionais, enfatizando a responsabilidade social e ambiental dos profi ssionais. Na educaç ã o superior, seria vantajosa a criaç ã o de disciplina ou atividade que trate da educaç ã o ambiental, de legislaç ã o e gestã o ambiental, incluindo o enfoque da sustentabilidade na formaç ã o dos profi ssionais que atuam nas diferentes á reas. Alé m disso, no ensino mé dio, no ensino té cnico e na educaç ã o superior é preciso incentivar projetos de pesquisa voltados à construç ã o de metodologias para a abordagem da temá tica socioambiental; e a melhoria do ní vel té cnico das prá ticas de produç ã o, uso e ocupaç ã o, recuperaç ã o e conservaç ã o ambientais. IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf saiba mais? Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 7 O que você achou dessa temática? Na sua análise, a educação ambiental tem estado em pauta na formação do cidadão? Discuta essa conscientização com sua família e amigos! Vamos juntos fazer um mundo melhor! Até mais! T3 Meio ambiente e trabalho Olá! Você se lembra que desde o início da nossa disciplina temos falado sobre a importância da saúde para o indivíduo e a sociedade, além de enfatizar a manutenção da saúde no espaço de trabalho? Então, nesse tópico vamos resgatar algumas dessas ideias a fim de reforçar a relação do trabalho com o meio ambiente. Pronto??? O meio ambiente do trabalho, dentro da conceituação de meio ambiente, está inserido no meio ambiente artificial. É o local onde o trabalhador exerce suas funções laborativas e onde passa grande parte de sua vida. Não necessariamente o ambiente de uma empresa ou fábrica, mas o local onde se trabalha, que pode ser externo, como o caso dos agricultores, ou em máquinas, como carros e ônibus. Proteger o meio ambiente do trabalho significa proteção aos trabalhadores, mas também à saúde das populações externas aos estabelecimentos de labor, posto que um meio ambiente poluído por indústrias, por exemplo, afeta o meio ambiente interno e externo (VIEIRA, s/ano). Alvarenga (2013) ressalta que a Lei no 6.938/81, ao inaugurar a política nacional do meio ambiente, define no art. 3o, inciso I, que meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. É composto, ainda, por diversos aspectos – natural, artificial, cultural, entre eles - o meio ambiente do trabalho. Meio ambiente natural ou físico é aquele formado por elementos integrantes da natureza, como a água, o solo, o ar atmosférico, a flora e a fauna e todos os demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os seres vivos. Meio ambiente cultural é composto pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico e científico. Meio ambiente artificial, por sua vez, é o constituído pelo conjunto de edificações, equipamentos públicos, ruas, praças, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano construído. O direito ao meio ambiente é pressuposto de exercício lógico dos demais direitos fundamentais do homem, vez que, em sendo o direito à vida o objeto do direito ambiental, somente aqueles que possuírem vida e, mais ainda, vida com qualidade e saúde, terão condições de exercitarem os demais direitos humanos, nestes compreendidos os direitos sociais, da personalidade e políticos do ser humano (FIORILLO, 1997, p. 32). O meio ambiente do trabalho, assim, está inserido no ambiente geral (art. 200, VIII, CF/88), na medida em que “não há como se falar em qualidade de vida se não houver qualidade de trabalho, nem se pode atingir o meio ambiente equilibrado e sustentável, ignorando-se o aspecto do meio ambiente do trabalho.” (SANTOS, 2010, p. 28). Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 8 é necessário refletir sobre as condições de trabalho a que os profissionais estão sendo expostos e oferecer as melhores condições Prevenção e Precaução O princípio da prevenção é tomado como aquele que impõe a adoção das medidas mitigatórias de danos ambientais passíveis de precisa previsão. Como bem defi ne Antunes (2008, p. 45): O princípio da prevenção aplica-se a impactos ambientais já conhecidos e dos quais se possa, com segurança, estabelecer um conjunto de nexos de causalidade que seja suficiente para identificação de impactos futuros. Com base no princípio da prevenção, o licenciamento ambiental e, até mesmo, os estudos de impacto ambiental podem ser realizados e são solicitados pelas autoridades públicas. (..) O licenciamento ambiental, na qualidade de principal instrumento apto a prevenir danos ambientais, age de forma a evitar e, especialmente, minimizar e mitigar os danos que uma determinada atividade causaria ao meio ambiente, caso não fosse submetida ao licenciamento ambiental. Já o princípio da precaução determina que não deve ser postergada a utilização de medidas eficazes e economicamente viáveis de prevenção da degradação ambiental, nas hipóteses em que não se tiver absoluta certeza científi ca de que a ação não implicará danos sérios ou irreversíveis ao meio ambiente. Com propriedade, ao comentar acerca desse princípio, Milaré (2005, p. 167) afi rma que “a incerteza científi ca milita em favor do meio ambiente, carregando-se ao interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas não trarão consequências indesejadas para o meio ambiente”. Rodrigues (2002, p. 150), por sua vez, destaca que “tem- se utilizado o postulado da precaução quando se pretende evitar risco mínimo ao meio ambiente, nos casos de incerteza científi ca acerca de sua degradação”. Dessa forma, podemos concluir que é necessário refl etir sobre as condições de trabalho a que os profi ssionais estão sendo expostos e oferecer as melhores condições possíveis. E você, o que pensa sobre esse assunto? Até breve! F o n t e : h t t p : / / w w w. f e e b p r. o r g . b r / i m a g e s / meioambientetrabalho/Meio%20Ambiente%20do%20 Trabalho.jpg saiba mais? Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 9 T4 Desenvolvimento sustentável O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de supriras necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa defi nição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Não podemos pensar nessa temática sem falar da "Carta da Terra". A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífi ca. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28588-o- que-e-desenvolvimento-sustentavel/ saiba mais? http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_ arquivos/folder_carta_da_terra.pdf saiba mais? A D T EA RT RR AAC Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 10 Preâ mbulo Estamos diante de um momento crí tico na histó ria da Terra, numa é poca em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida em que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frá gil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magní fi ca diversidade de culturas e formas de vida, somos uma famí lia humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forç as para gerar uma sociedade sustentá vel global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiç a econô mica e numa cultura da paz. Para chegar a este propó sito, é imperativo que nó s, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras geraç õ es. Terra, Nosso Lar A humanidade é parte de um vasto universo em evoluç ã o. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida ú nica. As forç as da natureza fazem da existê ncia uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condiç õ es essenciais para a evoluç ã o da vida. A capacidade de recuperaç ã o da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservaç ã o de uma biosfera saudá vel com todos seus sistemas ecoló gicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos fé rteis, á guas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos fi nitos é uma preocupaç ã o comum de todas as pessoas. A proteç ã o da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 11 A Situaç ã o Global Os padrõ es dominantes de produç ã o e consumo estã o causando devastaç ã o ambiental, reduç ã o dos recursos e uma massiva extinç ã o de espé cies. Comunidades estã o sendo arruinadas. Os benefí cios do desenvolvimento nã o estã o sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiç a, a pobreza, a ignorâ ncia e os confl itos violentos tê m aumentado e sã o causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da populaç ã o humana tem sobrecarregado os sistemas ecoló gico e social. As bases da seguranç a global estã o ameaç adas. Essas tendê ncias sã o perigosas, mas nã o inevitá veis. Desafi os para o Futuro A escolha é nossa: formar uma alianç a global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruiç ã o e a da diversidade da vida. Sã o necessá rias mudanç as fundamentais dos nossos valores, instituiç õ es e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades bá sicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente A escolha é nossa: formar uma alianç a global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar A escolha é nossa: formar uma alianç a global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruiç ã o e a da diversidade da vida. Sã o necessá rias mudanç as fundamentais a nossa destruiç ã o e a da diversidade da vida. Sã o necessá rias mudanç as fundamentais dos nossos valores, instituiç õ es e modos de vida. Devemos entender que, quando as dos nossos valores, instituiç õ es e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades bá sicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente necessidades bá sicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, nã o a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessá rios para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrá tico e humano. Nossos desafi os ambientais, econô micos, polí ticos, sociais e espirituais estã o interligados, e juntos podemos forjar soluç õ es includentes. Responsabilidade Universal Para realizar estas aspiraç õ es, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identifi cando-nos com toda a comunidade terrestre, bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadã os de naç õ es diferentes e de um mundo no qual a dimensã o local e global estã o ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem- estar da famí lia humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espí rito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverê ncia o misté rio da existê ncia, com gratidã o pelo dom da vida, e com humildade, considerando em relaç ã o ao lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgê ncia de uma visã o compartilhada de valores bá sicos para proporcionar um fundamento é tico à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperanç a, afi rmamos os seguintes princí pios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentá vel como crité rio comum, por meio dos quais a conduta de todos os indiví duos, organizaç õ es, empresas, governos, e instituiç õ es transnacionais será guiada e avaliada. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 12 Princípios I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos. b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade. 2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas. b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum. 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas. a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial. b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável. 4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações. a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras. b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra. Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário: II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida. a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural. c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados. d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos. e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas. f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 13 6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução. a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva. b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental. c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance. d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas. e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente. 7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário. a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos. b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento. c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis. d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais. e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável. f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito. 8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento. b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano. c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público. III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA 9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental. a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não- contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos. b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria. c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 14 10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável. a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações. b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas. c. Garantir que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas. d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades. 11. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas. a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas. b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias. c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família. 12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias. a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social. b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida. c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis. d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual. IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ 13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça. a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse. b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões. c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembleia pacífica, de associação e de oposição. d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos. e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 15 f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável. a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável. b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade. c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais. d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável. 15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração. a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos. b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável. c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas. 16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz. a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações. b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas. c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica. d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa. e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz. f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 16 O caminho adiante Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta. Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria. A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva. Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento. Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida. T5 Meio ambiente e a responsabilidade social Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram, no início do século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, surgiram associações de profissionais interessados em estudar o tema: American Accouting Association e American Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí que a responsabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo. A responsabilidade social revela-se, então, um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das empresas. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 17 http://meioambiente.culturamix.com/gestao-ambiental/ signifi cado-de-responsabilidade-social saiba mais? Visões de Responsabilidade Social De acordo com Melo Neto e Froes (2001), a melhor maneira de analisar o conceito de responsabilidade social empresarial é identifi cando as diversas visões existentes, apresentadas a seguir: • A responsabi l idade social como at i tude e comportamento empresarial ético e responsável: É dever e compromisso da organização assumir uma postura transparente, responsável e ética em suas relações com os seus diversos públicos (governo, clientes, fornecedores, comunidade etc.) • A responsabilidade social como um conjunto de valores: Não incorpora apenas conceitos éticos, mas uma série de outros conceitos que lhe proporcionam sustentabilidade, como por exemplo, autoestima dos funcionários, desenvolvimento social e outros. • A responsabilidade social como postura estratégica empresarial: A busca da responsabilidade social é vista como uma ação social estratégica que gera retorno positivo aos negócios, ou seja, os resultados são medidos por meio do faturamento, vendas e market share. • A responsabilidade social como estratégia de relacionamento: Voltado para a melhoria de qualidade do relacionamento com seus diversos públicos-alvo, a responsabilidade social é usada como estratégia de marketing de relacionamento, especialmente com clientes, fornecedores e distribuidores. • A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O foco está na melhoria da imagem institucional da empresa. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justifi cam os investimentos em ações sociais encetadas pela empresa. • A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da empresa (agregação de valor): Para Georgete Pereira, “a reputação de uma empresa e o valor de suas ações no mercado andam juntos” (CECATO, 2000 apud MELO NETO E FROES, 2001, p.40). Uma pesquisa feita por esta organização identifi cou que 70% do valor de mercado de uma empresa dependem de seus resultados fi nanceiros. Os outros 30% dependem da sua reputação no mercado. • A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos: As ações são focadas nos colaboradores e nos seus dependentes, com o objetivo de satisfazê-los e consequentemente reter seus principais talentos e aumentar a produtividade. • A responsabilidade social como estratégia de valorização de produtos/serviços: O objetivo não é apenas comprovar a qualidade dos produtos/serviços da empresa, mas também proporcionar-lhes o status de “socialmente corretos”. • A responsabilidade social como estratégia de inserção na comunidade: A empresa busca aprimorar suas relações com a comunidade e a sociedadee também a defi nição de novas formas de continuar nela inserida. • A responsabilidade social como estratégia social de desenvolvimento na comunidade: A responsabilidade social é vista como uma estratégia para o desenvolvimento social da comunidade. Dessa forma, a organização passa a assumir papel de agente do desenvolvimento local, junto com outras entidades comunitárias e o próprio governo. • A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva: A empresa, mediante suas ações, ajuda seus colaboradores a se tornarem verdadeiros cidadãos e contribui para a promoção da cidadania na sociedade e na comunidade. Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente| UNISUAM 18 Para que possamos encerrar essa unidade com chave de ouro assista esse último vídeo que traz uma refl exão sobre a responsabilidade social: https://www. youtube.com/watch?v=Iwq1EVfFZds saiba mais? • A responsabilidade social como exercício de consciência ecológica: A responsabilidade social é vista como responsabilidade ambiental. A empresa investe em programas de educação e preservação do meio ambiente, e consequentemente, torna-se uma difusora de valores e práticas ambientalistas. • A responsabilidade social como exercício de capacitação profi ssional: Neste caso, o exercício de responsabilidade social se dá com a capacitação profi ssional dos membros da comunidade e empregados da empresa. • A responsabilidade social como estratégia de integração social: Esse conceito parte do pressuposto de que o maior desafi o histórico da nossa sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a efetiva inclusão social no país. • Responsabilidade Social tem um conceito amplo, com muitos signifi cados e sinônimos, cidadania corporativa, desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade, capitalismo sustentável, fi lantropia empresarial, marketing social e ativismo social empresarial. Todos estes desfechos referem-se em geral ao conjunto de ações estabelecidas por empresas em relação a sociedade que transitam a esfera direta da sua atividade económica (Joana Garcia, 2004). • A responsabilidade social de uma empresa melhora a sua comunicação com a sociedade por uma simples razão: a partir do momento em que a empresa está convencida do seu papel social e se orienta para a melhoria contínua dessa sociedade, este esforço resulta apenas num constante fortalecimento, que aumenta e reforça o seu conceito junto dessa mesma sociedade. Percebe-se então que inúmeras são as interpretações e defi nições de Responsabilidade Social Empresarial, e que cada empresa acaba atuando de uma forma perante si e a sociedade. Conclusão Chegamos ao fi nal da nossa última unidade!!! Caminhamos um grande percurso juntos e espero que essa jornada tenha sido prazerosa e rica em aprendizado. Trabalhamos nessa unidade a temática do meio ambiente como foco, relacionado à saúde, ao trabalho, à sustentabilidade e à responsabilidade social. Esperamos que você refl ita sobre essas questões e que faça a diferença em sua família e comunidade enquanto cidadão e profi ssional. Até mais! Meio Ambiente Saúde, Trabalho e Meio Ambiente | UNISUAM 19 Referências ALVARENGA, RZ. Meio ambiente do trabalho saudável e equilibrado: proteção à saúde do trabalhador. Meio ambiente do Trabalho. Revista Eletrônica outubro 2013. Disponível em: http://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/1939/87246/2013_rev_trt09_v02_n023.pdf?s equence=1&isAllowed=y#page=260. Acesso em 28 de setembro de 2016. ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 11. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2008. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm. Acesso em 27 de setembro de 2016. BRASIL. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Dias, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo; Atlas; 2011. 220p. FIORILLO, Celso Antonio Pacheco; RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de direito ambiental e legislação aplicável. São Paulo: Max Limonad, 1997. MARCATTO, Celso. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002. MELO NETO, Francisco de; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania Empresarial: a administração do terceiro setor – Rio de Janeiro – Qualitymark Ed. 1999. MILARÉ, Édis. Direito do meio ambiente. 4. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Departamento de Educação Ambiental. 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