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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – CAEN 
 
 
 
 
 
GEOVANI MAIA DAMASCENO 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DEMANDA DE ENERGIA: 
UMA APLICAÇÃO DE MODELO VAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2009 
 
 
1
 
GEOVANI MAIA DAMASCENO 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DEMANDA DE ENERGIA: 
UMA APLICAÇÃO DE MODELO VAR 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de 
Pós-Graduação em Economia, da universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial para 
obtenção do título de Mestre em Economia. 
 
Orientador: Prof. Luiz Ivan de Melo Castelar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2009 
 
 
2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D162r Damasceno, Geovani Maia 
 Relações de curto prazo entre consumo de energia e produção industrial: 
 uma aplicação do modelo VAR / Geovani Maia Damasceno. 2009 
 38 f. 
 Orientador: Prof. Dr. Luiz Ivan de melo Castelar 
 Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Curso de Pós- 
 Graduação em Economia, CAEN, Fortaleza – CE, 2009. 
1. Energia – Consumo. 2. Econometria. I – Título 
 
 CDD 330.015195 
 
 
3
 
GEOVANI MAIA DAMASCENO 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DEMANDA DE ENERGIA: 
UMA APLICAÇÃO DE MODELO VAR 
 
 
 
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia, da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de 
Mestre em Economia. 
 
 
Dissertação aprovada em 26 de agosto de 2009. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Luiz Ivan de Melo Castelar (orientador) 
Universidade Federal do Ceará – CAEN/UFC 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Roberto Tatiwa Ferreira 
Universidade Federal do Ceará – CAEN/UFC 
 
 
 
 
 
____________________________________________________________ 
Prof. Fabrício Carneiro Linhares 
Universidade Federal do Ceará – CAEN/UFC 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus pais e irmãos, pelo amor, dedicação 
e apoio incondicional em todos os momentos de minha vida. 
 
Aos professores e pesquisadores do CAEN que, de uma forma geral, contribuíram para 
a minha formação. Em especial, aos professores Ronaldo Arraes, Flavio Ataliba, 
Emerson Marinho, Maurício Benegas, Paulo Jorge Neto e Edinaldo Tebaldi. 
 
Ao Prof. Roberto Tatiwa, pelos ensinamentos em sala de aula, pela participação na 
banca e por estar sempre disposto a ajudar. 
 
Ao Prof. Fabrício Linhares, por aceitar o convite para participar da banca examinadora e 
pelas sugestões para a melhoria do trabalho. 
 
Ao Prof. Ivan Castelar, pela atenção, paciência, correções, motivação e por todo tipo de 
colaboração sem as quais a conclusão desse trabalho não teria sido possível. Seus 
ensinamentos, tanto acadêmicos quanto pessoais, não serão por mim esquecidos. 
 
Aos funcionários da biblioteca e da secretaria, em especial a Sra. Carmem Rodrigues. 
 
Ao Sr. Cléber, pelo companheirismo, atenção e amizade. 
 
Aos grandes amigos Isaac Ricarte, Guaracyane Campelo e Guilherme Irffi. 
 
Aos colegas de minha primeira turma no CAEN, 2005, Zilah Ribeiro, Hélio Berni, 
Carlos Daniel, Pablo Castelar, Christiano Penna, Rosendo Fernandes e, principalmente, 
ao Luciano Bauermann (in memorian). 
 
Aos colegas da turma de 2007, Cecília Macedo, Rogério Moreira, Lincoln Cesar, Jayme 
Andrade, Denis Veríssimo e, em especial, Vitor Hugo Miro, Guilherme Cavalcanti e 
Sávio Zachis. 
 
 
 
5
 
Aos colegas de turmas anteriores e posteriores, Jimmy Oliveira, Leandro Oliveira e 
Daniel de Pádua (2004); Felipe Gordin, Rodolfo Alves e Leandro Rocco (2006); Pedro 
Ivo (2008). E aos até então doutorandos Carlos Manso, Dílson Sena, Jair Araújo, 
Nicolino Trompieri, Vitor Borges. 
 
A todos os demais que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 
RESUMO 
 
Esse estudo tem como objetivo analisar a relação entre produção industrial e demanda 
de energia no Estado do Ceará. Para tanto buscou-se, a princípio, analisar o 
comportamento das séries utilizadas no estudo, verificando se eram estacionárias ou 
processos integrados. Em seguida, procedeu-se ao teste de co-integração, cujo intuito 
era determinar se as séries apresentavam alguma tendência comum ao longo do tempo. 
Por fim, através da estimação de um VAR, procurou-se analisar o efeito da variação ao 
longo do tempo da produção industrial sobre as demais variáveis. Os resultados obtidos 
indicaram que choques na produção industrial fazem aumentar a produção de energia, 
sobretudo dos derivados de petróleo. O efeito mais significativo ocorreu sobre a 
variável óleo diesel. Em relação à energia elétrica, os resultados indicaram uma variação 
pouco significante dessa fonte para explicar o aumento da produção industrial. Em 
virtude da indústria cearense ser mais sensível a choques nos derivados de petróleo que 
na energia elétrica, parece ser mais razoável ao Estado adotar políticas que incentivem a 
expansão da oferta dos primeiros, caso tenha como pretensão estimular seu crescimento 
industrial . 
 
 
Palavras-chave: produção industrial, demanda por energia, Estado do Ceará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
ABSTRACT 
 
 
The objective of this research is to analyze the relationship between industrial 
production and demand for electric energy in the Ceará state. First, it analyzed the 
behavior of the series used in the study, verifying if they were stationary or integrated 
processes. Second, Cointegrating tests were utilized to verify of the long-run 
relationship among economic variables. Finally, through VAR estimation, it was 
possible to analyze the effect of the variation a long of the time of the industrial 
production on the others variables. The results obtained indicated that shocks in the 
industrial production make to increase the energy production, over all of the oil 
derivatives. The effect most significant occurred on the variable oil diesel. In relation to 
the electric energy, the results had little indicated a significant variation of this source to 
explain the increase of the industrial production. In virtue of Ceará industry to be more 
sensible the shocks in the oil derivatives that in the electric energy, seem to be more 
reasonable to the State to adopt politics that stimulate the expansion of offer of the first 
ones, in case that it has as pretension to stimulate its industrial growth. 
 
Keywords: industrial production, demand for electric energy, Ceará state 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
SUMÁRIO: 
 
 
1- INTRODUÇÃO.........................................................................................................11 
2- REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................13 
3- DADOS......................................................................................................................15 
4- METODOLOGIA......................................................................................................19 
4.1- O Modelo Var ........................................................................................................19 
4.2- Modelos Vetoriais de Correções de Erros (MCE) .................................................20 
4.3- Especificação do modelo ........................................................................................214.4- Testes de raiz unitária .............................................................................................23 
4.4.1- Teste ADF ............................................................................................................23 
4.5- Teste de co-integração ............................................................................................25 
4.6 – O modelo VEC ......................................................................................................27 
5- RESULTADOS...........................................................................................................30 
5.1- Decomposição da variância......................................................................................32 
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................34 
Referências Bibliográficas...............................................................................................35 
ANEXO I.........................................................................................................................37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
LISTA DE TABELAS 
 
01 – Testes de Raiz Unitária ADF - Dickey-Fuller Aumentado....................................23 
02 – Testes de Raiz Unitária ADF – em primeira diferença..........................................24 
03 – Teste de raiz unitária com quebra estrutural em nível – GLP................................25 
04 – Teste de raiz unitária com quebra estrutural em primeira diferença – GLP..........25 
05 – Resultado do teste do traço para os vetores IPICE, EE, DIESEL, GASOL, GLP.....26 
06 – Vetor de correção de erros do IPI..........................................................................29 
07 – Resultado do teste de causalidade de Granger no formato MCE..........................31 
08 – Decomposição da variância...................................................................................33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
01 – Consumo industrial de GLP – janeiro de 2000 a março de 2009............................16 
02 – Consumo industrial de gasolina – janeiro de 2000 a março de 2009......................16 
03 – Consumo industrial de energia elétrica – janeiro de 2000 a março de 2009...........17 
04 – Consumo industrial de óleo diesel – janeiro de 2000 a março de 2009..................17 
05 – Índice de Prod. Industrial do Estado do Ceará - jan. de 2000 a mar de 2009.........18 
06 – Comportamento das séries ao longo do tempo (jan.2000 a mar. 2009)..................27 
07 – Função impulso-resposta.........................................................................................37 
08 – Séries em primeira diferença...................................................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
 
1- INTRODUÇÃO 
 Eventos ocorridos na economia mundial nas últimas décadas mostram a 
relevância da variação no preço dos insumos energéticos como uma importante fonte de 
flutuação econômica. As crises do petróleo ocorridas nas décadas de 1970, 1980 e 1990 
e seus conseqüentes impactos sobre o produto mundial impulsionaram o surgimento de 
um número expressivo de trabalhos teóricos e empíricos, cujos resultados mais 
expressivos apontam para uma correlação negativa entre preço de energia e produto. 
 Em relação a outras fontes energéticas a literatura disponível ainda não apresenta 
em âmbito global uma quantidade de estudos suficientes que permita concluir a direção 
e intensidade da variação no produto decorrente de alterações no preço e/ou oferta de 
energia. Uma das possíveis razões para esse fato é a variação da composição dos 
insumos energéticos entre países e o peso que cada uma dessas fontes exerce sobre o 
produto. 
 Entre os trabalhos mais expressivos nesta área, merecem destaque os 
desenvolvidos por Hope e Singh (1995) e por Soytras e Sári (2006). Hope e Singh, 
utilizando uma amostra de seis países, cuja escolha foi baseada em fatores como nível 
de renda, estrutura econômica, dispersão geográfica, exportação e importação de 
petróleo, analisaram o impacto de um aumento no preço da energia elétrica sobre a 
produção industrial. Os resultados obtidos indicaram a presença de efeitos modestos 
sobre o produto final; ou seja, o aumento dos preços de energia elétrica não afetou de 
maneira significativa o produto dos países analisados em virtude da flexibilidade em 
utilizar fontes substitutas quando ocorre elevação de tarifas elétricas. 
 Soytras e Sári, por sua vez, analisaram a relação entre consumo de energia e 
produção na indústria manufatureira da Turquia. Utilizando um modelo VEC, 
encontraram um resultado diferente do obtido por Hope e Singh, uma vez que para a 
indústria manufatureira da Turquia, variações nas tarifas energéticas causam efeitos 
sobre o produto industrial. 
 Para o Brasil, Ferreira e Castelar (working paper) analisaram a relação entre 
consumo de energia e atividade industrial e concluíram que choques na produção 
industrial conduziram a uma resposta positiva na demanda por energia, sobretudo em 
 
 
12
 
óleo diesel e gasolina. Os resultados do trabalho indicaram que choques negativos no 
diesel e nos demais produtos derivados de petróleo podem ser mais prejudiciais para a 
produção industrial brasileira do que choques negativos na oferta de energia elétrica. 
 Duas questões emergem desses resultados: será que eles se repetem quando se 
restringe a área de estudo a uma região ou Estado do país? Além disso, dada a 
diversificação energética existente no Brasil, a utilização de outras fontes pode 
influenciar na variação do produto final? 
 Buscando responder a essas questões, este trabalho tem como objetivo analisar a 
natureza da relação existente entre produção industrial e consumo de energia no Estado 
do Ceará e verificar se choques de oferta em determinada fonte podem ser absorvidas, 
através de substituição por outra fonte de energia, de forma a não comprometer o 
produto final. 
 Além dessa introdução, o trabalho é composto por mais quatro capítulos. O 
segundo apresenta uma revisão da literatura nacional e internacional. Os capítulo três e 
quatro explicam a metodologia e os dados utilizados na estimação. O quinto capítulo 
mostra os resultados obtidos e, o sexto, as conclusões do estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
 Definir a natureza da relação entre produção industrial e consumo de energia, 
dada sua importância para o desenvolvimento econômico, é um tema que motiva a 
realização de um amplo número de pesquisas empíricas e teóricas em todo o mundo. 
Finn (1996), por exemplo, afirma que “mais insumos são necessários para aumentar o 
produto, significando que mais energia deve ser demandada para o crescimento do 
produto, em virtude da energia ser um importante item para a utilização do capital”. 
Embora correta, os trabalhos desenvolvidos recentemente mostram que a relação entre 
insumo energético e produção industrial vão bem além dessa afirmativa. Eles 
compreendem a aplicação de conceitos de eficiência econômica, substituição de alguns 
tipos de fontes energéticas, efeitos de políticas macroeconômicas sobre o consumo 
energético e produção industrial e, além disso, examinam o peso dos choques 
energéticos frente às alterações ocorridas nas estruturas econômica e política em 
diferentes períodos de tempo. 
 No âmbito empírico, Hamilton apresenta duas contribuições (1983 e 1996) ao 
tentar explicar os períodos recentes de recessão americana com o aumento dos preços 
do petróleo, sugerindo que a elevação do preço dessa fonte é uma das causas da 
recessão. 
 Do lado teórico, muitos trabalhos têm avaliado a eficácia dos modelos 
tradicionais para descrevero tamanho e a natureza dos efeitos observados de choques 
nos preços dos insumos energéticos sobre a economia. Alguns modelos baseiam-se na 
competição de mercados para explicar a queda no produto em virtude do aumento no 
preço do petróleo. Rotemberg e Woodford (1997), estudando o efeito dos choques de 
petróleo sobre a economia americana, em um ambiente de competição imperfeita, 
argumentam que é difícil explicar o tamanho dos efeitos do choque nos anos 1970. 
Ademais, recorrem a aumentos endógenos no markup das firmas para justificar a 
diminuição no produto da economia. Hamilton (1998) mostra que pequenas 
interrupções na oferta de mercadorias primárias, como energia, podem provocar grandes 
flutuações no produto. 
 A literatura mais atual busca avaliar se a redução da volatilidade do produto em 
anos mais recentes decorre de um fator aleatório, em virtude da ocorrência de pequenos 
 
 
14
 
choques na oferta de energia nos últimos anos, ou das mudanças na estrutura econômica 
e política, como investigaram Blanchard e Simon (2001) e Stock e Watson (2003). 
 A maioria dos trabalhos publicados até e então, contudo, pouco consideram o 
impacto que outras fontes energéticas além do petróleo exercem sobre o produto. Dentre 
os que investigaram a questão três deles, tendo em comum o fato de terem sido 
desenvolvidos para economias emergentes, analisaram a relação entre consumo 
energético e produção industrial. 
 Hope e Sing (1995) realizam um estudo sobre o aumento dos preços energéticos 
em um grupo de seis países em desenvolvimento, incluindo Colômbia, Gana, Indonésia, 
Malásia, Turquia e Zimbábue. Estes autores concluíram que, em virtude de muitas 
indústrias serem capazes de encontrar fontes substitutas quando o preço da energia se 
eleva, os efeitos negativos sobre o produto industrial, embora existam, são modestos. A 
exceção, como é previsível, são as indústrias intensivas em energia, que apresentam 
uma possibilidade limitada de substituição. 
 Soytras e Sári (2006) examinam a relação entre energia e produto industrial para 
a Turquia considerando como fixos os fatores investimento e emprego. Utilizando um 
modelo VEC, os resultados obtidos indicaram uma relação de causalidade unidirecional 
entre consumo de eletricidade e valor adicionado na produção, o que foi confirmado 
pela análise de impulso-resposta e decomposição da variância. 
 Ferreira e Castelar buscaram mensurar a relação existente entre produção 
industrial e consumo de energia no Brasil. Com o auxílio de um modelo VAR, 
obtiveram resultados semelhantes aos de Hope e Singh; ou seja, que choques na oferta 
de energia elétrica não afetam significativamente a produção industrial, em virtude do 
efeito substituição. Além disso, encontraram que choques na demanda por Diesel 
afetam a produção industrial em virtude tanto de sua utilização como fator de produção 
na indústria, quando de sua importância para o transporte de bens finais. 
 
 
 
 
 
 
15
 
3 – DADOS 
 A base de dados utilizada para a estimação do modelo tem periodicidade mensal 
e compreende o período que vai de janeiro de 2000 a março de 2009. Foram utilizados a 
produção industrial do Estado do Ceará, medida pelo Índice de Produção Industrial (IPI 
– com ajuste sazonal), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE); o consumo industrial de energia elétrica (EE), em MWh, fornecido pela 
Companhia Energética do Ceará – COELCE; e o consumo de produtos derivados de 
petróleo (em barris equivalentes de petróleo – Bep), que incluem gasolina (gasol), óleo 
diesel (diesel), e gás natural (glp), fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). 
As variáveis gasolina, gás natural e diesel foram ajustadas sazonalmente e 
logaritmizadas. 
 O comportamento temporal destas séries são mostrados nos gráficos 1 a 5, a 
seguir. Em relação à série de gás natural, vale observar que em dezembro de 2002 a 
Petrobrás autorizou um aumento de 27% no preço do gás natural produzido no País, o 
que provocou alguns reflexos em sua demanda. A partir do gráfico 1, a seguir, é 
possível notar a ocorrência de uma quebra estrutural da série no início do ano de 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16
 
Gráfico 1 - Consumo industrial de GLP – janeiro de 2000 a março de 2009 
11.60
11.65
11.70
11.75
11.80
11.85
11.90
11.95
12.00
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LGLP
 
 
 
 
Gráfico 2 - Consumo industrial de gasolina – janeiro de 2000 a março de 2009 
12.0
12.1
12.2
12.3
12.4
12.5
12.6
12.7
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LGASOL
 
 
 
 
 
 
 
 
17
 
Gráfico 3 - Consumo industrial de energia elétrica – janeiro de 2000 a março de 2009 
11.6
11.7
11.8
11.9
12.0
12.1
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LEE
 
 
 
 
Gráfico 4 - Consumo industrial de óleo diesel – janeiro de 2000 a março de 2009 
12.3
12.4
12.5
12.6
12.7
12.8
12.9
13.0
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LDIESEL
 
 
 
 
 
 
 
 
18
 
Gráfico 5 – Índice de Prod. Industrial do Est. do Ceará – jan. de 2000 a março de 2009 
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LIPICE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19
 
4 – METODOLOGIA 
 
4.1 – O MODELO VAR 
 A utilização de modelos de equações simultâneas, em virtude das limitações 
verificadas na crítica de Lucas (1976) e Sims (1980), deixou de ser o centro das 
atenções no que tange à metodologia utilizada para a resolução de problemas 
econométricos e cedeu espaço a novos modelos. 
 Lucas (1976) notou que a ocorrência de alterações nas políticas econômicas 
influenciava profundamente os resultados dos modelos estruturais. Com isso, ocorriam 
modificações nos coeficientes analisados, o que implicava na quebra estrutural da série. 
Outra crítica aos modelos estruturados partiu de Sims (1980). Para ele, na tentativa de 
tornar os modelos identificáveis, muitas vezes utilizavam-se restrições demasiadamente 
fortes, o que diminuía a qualidade e a eficácia da previsão. 
 Através do Modelo Vetorial Auto-Regressivo (VAR), introduzido por Sims 
(1980), tornou-se possível expressar modelos econômicos completos, bem como estimar 
seus parâmetros. Nesse modelo as variáveis são conjuntamente determinadas, ou seja, 
são explicadas por suas defasagens e pelas defasagens das demais variáveis. A 
vantagem dessa forma de especificação é que ela torna possível analisar o efeito da 
variação ao longo do tempo de determinada variável sobre as demais. Outros aspectos 
positivos da metodologia VAR são a não necessidade de impor qualquer restrição 
inicial de causalidade entre as variáveis – uma vez que isso pode ser verificado pelo 
teste de Granger -, bem como o fato de não ser preciso assumir alguma relação de longo 
prazo entre as variáveis – o que também pode ser testado pelo método proposto por 
Johansen. 
 A metodologia VAR, pelas razões acima mencionadas, mostrou-se superior em 
muitos testes de previsão aos modelos estruturados. De uma forma geral, é possível 
expressar um modelo VAR estrutural por: 
 
 
 
tptpttt exAxAxAxA ++++= −−− ...22110
 
 
20
 
onde: 
 
• A j são matrizes nxn para qualquer j; 
• 0A é a matriz de relações contemporâneas; 
• tx é um vetor com as variáveis de interesse; 
• te é um vetor (nx1) de choques ortogonais e seus componentes não são 
correlacionados serialmente. 
 
 
4.2 – MODELOS VETORIAIS DE CORREÇÕES DE ERROS (MCE) 
 Para a especificação correta do modelo acima, o primeiro passo é testar se as 
variáveis são estacionárias ou processos integrados. O teste utilizado para analisar a 
presença ou não de raiz unitária foi o de Dickey-Fuller Aumentado (ADF). Através 
desse teste é possível verificar o comportamento da série, identificando a presença de 
não-estacionariedade pela incidência de tendências estocástica, determinísticas ou pela 
junção de ambas. 
 Caso asvariáveis analisadas sejam não-estacionárias, I(1) por exemplo, o VAR 
deve ser estimado em primeiras diferenças. Contudo, o resultado obtido por meio de 
primeiras diferenças nem sempre é razoável (HARVEY, 1987) uma vez que existem 
informações nos níveis que são desconsideradas. 
 Ao optar por trabalhar com variáveis em nível, duas dificuldades podem 
aparecer: o aparecimento de regressões espúrias em séries não estacionárias e o fato de 
que as estimações e testes para regressões não estacionárias não serem padronizados. 
 Um caso particular surge quando as séries em nível são co-integradas. Nessa 
situação é possível mostrar que os estimadores são superconsistentes, isto é, convergem 
mais rapidamente que o usual, e as informações sobre os níveis continuam mantidas 
(HOLLAUER, BAHIA, ISSLER, 2006). Na presença de co-integração Engle e Granger 
(1987) recomendam utilizar uma representação MCE, que explicita a utilização do 
modelo de correção de erro, o qual representa o comportamento de longo prazo. 
 
 
 
21
 
 O Modelo de Correção de Erros (MCE) pode ser escrito da maneira a seguir. 
∑
−
=
−− +ΔΓ++=Δ
1
1
1'
p
i
tititt uYYuY αβ (2) 
Em que: 
• α e β são matrizes com posto r, r== )()( βραρ . Ambas especificam o termo 
de longo prazo do modelo. Nessa situação α representa os coeficientes de 
ajustamento e β contém as relações de co-integração; 
• jΓ (j=1,..., p-1) são matrizes (kxk) e contém os parâmetros de curto prazo. 
 
4.3 – ESPECIFICAÇÃO DO MODELO 
 Usualmente, como no caso univariado, utilizam-se critérios de informação para 
determinar a ordem de defasagens de um modelo VAR. O argumento para a utilização 
do critério de informação consiste no seguinte fato: cada regressor que é adicionado ao 
modelo faz com que a soma dos resíduos não aumente e, muitas vezes, diminua. Isso 
implica que a redução da soma dos resíduos ocorre devido ao aumento do número de 
regressores. Para balancear a redução dos erros e o aumento do número de regressores, é 
associada uma penalidade a esse aumento. Quando a penalidade decorrente da 
incorporação de um regressor adicional for menor que a diminuição da soma de 
resíduos, deve-se adicioná-lo ao modelo. Caso contrário, o regressor não deve ser 
utilizado. 
 Dado um modelo VAR(m), onde m = 0,1,2,...pmax, deve-se escolher a ordem p 
que minimiza a seguinte fórmula geral do critério de informação: 
 ),(ln)( mCmCr Tϕ+Σ=
∧
 (3) 
 
 
 
 
 
22
 
onde: 
• 
T
ee
T
t
tt∑
∑ =
∧∧
∧
= 1
'
 
• CT é uma seqüência vinculada ao tamanho da amostra; 
• )(mϕ é uma função que penaliza VAR de grandes ordens. 
 Os critérios de informação mais utilizados na literatura são os de Akaike (AIC), 
Hannan-Quinn (HQ) e Schwartz (SC ou BIC). Sendo c o tamanho da amostra, p a 
ordem do defasamento, os critérios acima podem ser definidos como descrito abaixo. 
AIC = pc
T
p 22)(ln +Σ ; 
HQ = pc
T
Tp 2))ln(ln(2)(ln +Σ ; 
BIC = pc
T
Tp 2)ln(2)(ln +Σ . 
 
Onde p representa o lag, T o tamanho da amostra, Σ a matriz de variância-covariância 
dos resíduos e n a dimensão do sistema. 
 Quanto mais regressores são incorporados no mesmo período da amostra, menor 
será o erro estimado. Por outro lado, esse maior número de regressores sofrerá uma 
penalidade na segunda parte da estatística, o que confirma que a escolha de um modelo 
mais parcimonioso – no sentido da utilização de menos parâmetros – produz menos 
imprecisão das estimativas. 
 Em relação ao comportamento entre si dos critérios mencionados tem-se que 
para grandes amostras o critério BIC é o mais consistente, tendendo a escolher um 
modelo mais parcimonioso que o AIC. Por outro lado, para pequenas amostras, o AIC 
funciona melhor que o BIC e o HQ. 
 
 
23
 
4.4 – TESTES DE RAIZ UNITÁRIA 
 Um processo estocástico é estacionário, ou possui estacionariedade fraca, 
quando preenche três requisitos. Primeiro, tem média constante ao longo do tempo; 
segundo, tem variância constante ao longo do tempo; e terceiro, sua covariância deve 
indicar que a autocorrelação entre dois valores de uma variável y qualquer tomados a 
partir de dois períodos de tempo distintos deve depender apenas do intervalo de tempo 
entre esses dois valores e não do tempo em si. 
Com o objetivo de determinar se as variáveis analisadas são estacionárias ou 
processos integrados foi realizado, como mencionado anteriormente, o teste de Dickey-
Fuller Aumentado. 
4.4.1- Teste ADF 
 O teste de raiz unitária ADF utiliza a auto-regressão abaixo. 
 ∑
=
−−= +Δ++Δ
p
i
tititt yyy
1
 1 ελαμ 
 
Nesse trabalho, foi utilizado o critério de informação de Akaike para selecionar 
o número de defasagens e incluído no processo auto-regressivo de cada variável 
tendência e intercepto. Como citado antes, as variáveis foram dessazonalizadas antes da 
estimação. A tabela 1 abaixo apresenta os resultados obtidos. Como pode ser observado, 
o teste ADF não rejeita a hipótese nula de raiz unitária para nenhuma das séries 
analisadas. 
 
Tabela 1 – Testes de Raiz Unitária ADF - Dickey-Fuller Aumentado 
Séries Região Crítica Lags Teste Estatístico Conclusão 
 5% 10% 
 
IPI -3.45 -3.15 1 -3.18 Não Rejeita 
EE -3.45 -3.15 2 -3.19 Não Rejeita 
GASOL -3.45 -3.15 2 -2.95 Não Rejeita 
DIESEL -3.45 -3.15 2 -1.89 Não Rejeita 
GLP -3.45 -3.15 5 -1.18 Não Rejeita 
Fonte: Elaboração do autor. 
 
 
24
 
 Uma vez que todas as variáveis do modelo indicaram a presença de raiz unitária 
em nível, buscou-se determinar a ordem de integração de cada variável. Para tanto, 
diferenciou-se cada série o número de vezes necessárias até que a hipótese nula de raiz 
unitária tivesse sido rejeitada. Os resultados obtidos indicam que todas as séries são 
integradas de ordem 1, conforme exposto na tabela 2. 
 
 
 
Tabela 2 – Testes de Raiz Unitária ADF – em primeira diferença 
Séries Região Crítica Lags Teste Estatístico Conclusão 
 5% 10% 
 
IPI -3.45 -3.15 0 -16.23 Rejeita 
EE -3.45 -3.15 1 -12.35 Rejeita 
GASOL -3.45 -3.15 12 -3.77 Rejeita 
DIESEL -3.45 -3.15 1 -10.47 Rejeita 
Fonte: Elaboração do autor. 
 
Para a série GLP, além do teste ADF, foi realizado um teste de quebra estrutural. 
De acordo com esse teste é possível separar eventos discrepantes de uma série da função 
de ruído e modelá-los como mudanças na parte determinística do modelo. Dessa forma, 
é possível separar o que pode ser explicado pelo modelo de ruído, desde que as 
mudanças sejam exógenas e tenham ocorrido em datas conhecidas. Para realização 
desse teste foi utilizado o software JMulti. 
 Os procedimentos para verificar a presença de raiz unitária nessa situação 
consistem em eliminar a função tendência da série original; ou seja, estimar os modelos 
e reter seus resíduos. Em seguida, deve-se realizar um teste de raiz unitária ADF sobre o 
parâmetro α. Os resultados obtidos em relação à série GLP estão sintetizados na tabela 
abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25
 
Tabela 3 – Teste de raiz unitária com quebra estrutural em nível - GLP 
Série Região Crítica Lags Teste Estatístico Conclusão 
 5% 10% 
 
GLP -3.45 -3.15 5 -1.39 Não Rejeita 
Fonte: Elaboração do autor. 
Resultados obtidos utilizando-se o software JMulti. 
 
Em virtude da ocorrência do reajuste de preços do GLP ocorrido no mês de 
dezembro de 2002, a série analisada apresentou uma quebra estrutural em janeiro de 
2003. Para verificar a ordem de integração da série, realizou-se o teste de quebra 
estrutural em primeira diferença. Os resultados são mostrados a seguir. 
 
Tabela 4 – Teste de raiz unitária com quebra estrutural em primeira diferença - GLP 
Série Região Crítica Lags Teste Estatístico Conclusão 
 5% 10% 
 
GLP -3.45 -3.15 1 - 11.26 Rejeita 
Fonte: Elaboração do autor 
Resultados obtidos utilizando-se o software JMulti. 
 
4.5 – TESTE DE CO-INTEGRAÇÃO 
 Ao trabalhar com dados de séries temporais existe a possibilidadede, ao estimar 
uma regressão com séries que apresentam uma mesma tendência, obter resultados que 
aparentemente sejam satisfatórios, mas que na realidade não tenham nenhum 
significado econômico. Ou seja, é possível encontrar relações econométricas entre duas 
ou mais séries, com R2 elevado e estatística t significante, sem que necessariamente 
exista alguma relação de causalidade entre elas. Neste tipo de situação, os estimadores 
obtidos por OLS são ineficientes e o desvio-padrão dos resíduos é inconsistente. 
 Fatos como esse geralmente ocorrem quando as séries utilizadas não são 
estacionárias. Uma primeira medida para resolver a questão poderia ser diferenciar as 
séries e verificar se elas se tornaram estacionárias. Ao adotar esse procedimento, 
todavia, perde-se uma valiosa relação de longo prazo entre as variáveis, uma vez que 
não será possível trabalhar com as séries em nível. 
 
 
26
 
 Quando as séries analisadas apresentam uma relação de longo prazo entre si, 
suas tendências se anulam e torna-se possível estimar um modelo de vetores auto-
regressivos, com a inclusão de um Vetor de Correção de Erros (VEC). 
 O método utilizado para testar a existência de relação de longo prazo entre as 
variáveis seguiu o método de estimação de Johansen (1988), que permite a estimação de 
um VEC simultaneamente aos vetores de cointegração. Além disso, utilizou-se a 
estatística do traço para determinar se as séries analisadas são cointegradas. 
 Através da utilização da metodologia acima descrita, os testes realizados 
indicaram a presença de um vetor de co-integração entre as variáveis, conforme a tabela 
a seguir. 
Tabela 5-Resultados do teste do Traço para os vetores IPICE, EE, DIESEL, GASOL, GLP 
Hipótese nula Hipótese 
alternativa 
Autovalor Traço Valor crítico 
(5%) 
Probabilidade 
r = 0 r ≥ 1 0.342818 99.16333 88.80380 0.0073 
r ≤ 1 r ≥ 2 0.256684 53.82556 63.87610 0.2610 
r ≤ 2 r ≥ 3 0.116587 21.78909 42.91525 0.9185 
r ≤ 3 r ≥ 4 0.043296 8.401192 25.87211 0.9750 
r ≤ 4 r = 5 0.032971 3.620940 12.51798 0.7960 
Fonte: Elaboração do autor. 
 
A hipótese nula de que não existe nenhuma relação de cointegração é rejeitada 
ao nível de 5% de significância pela estatística traço, o que sugere uma forte evidência 
em favor da existência de um vetor de cointegração. Com isso, reduz-se 
significativamente a probabilidade de que os resultados das regressões sejam espúrios. 
 
 
 
 
 
 
 
27
 
Gráfico 06 – Comportamento das séries ao longo do tempo (jan.2000 a mar. 2009) 
 
4
6
8
10
12
14
00 01 02 03 04 05 06 07 08
LIPICE
LDIESEL
LEE
LGASOL
LGLP
 
Pela observação do gráfico 6, acima, é possível perceber um comportamento 
sincronizado das séries ao longo do tempo, o que reforça a idéia de que elas são 
cointegradas. O distanciamento verificado em uma dessas séries pode ser justificado por 
uma diferença de nível, o que não compromete a hipótese de cointegração. 
 
4.6 – O MODELO VEC 
 O benefício da utilização do modelo de correção de erros para analisar a relação 
entre a produção industrial e o consumo de energia está no fato de que ele fornece 
estimativas da elasticidade entre produção e consumo de energia, tanto no curto quanto 
no longo prazo. 
 
 
 
28
 
Conforme HARRIS (1995), os valores dos coeficientes dos parâmetros α 
refletem a velocidade com que as respectivas variáveis se ajustam em direção ao 
equilíbrio de longo prazo, o que significa que diante de um desequilíbrio transitório 
(curto prazo), altos valores de α conduzem a velocidades de ajustamento mais rápidas 
em relação ao equilíbrio de longo prazo. 
Com o intuito de determinar o número de defasagens que deveriam ser incluídas 
no modelo, realizou-se o teste de seleção do número de defasagens utilizando o critério 
de informação de Akaike. A melhor especificação indicou a inclusão de duas 
defasagens das variáveis no modelo VEC. 
A equação abaixo descreve a dinâmica do modelo. 
 
16
2
1
5
2
1
4
2
1
3
2
1
2
2
1
10
−−
=
−
=
−
=
−
=
−
=
+Δ+
Δ+Δ+Δ+Δ+=Δ
∑
∑∑∑∑
tit
i
i
it
i
iit
i
iit
i
iit
i
it
ECLDIESEL
LGASOLLGLPLEELIPICELIPICE
αα
ααααα
 
As elasticidades de curto prazo, obtidas com base na estimação do vetor de 
correção de erro, estão sintetizadas na tabela 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29
 
Tabela 06 - Vetor de Correção de Erros 
Variável Coeficiente Estatística t 
 
Constante 4.226977 0.42828 
ΔLIPI-1 0.175664 1.19998 
ΔLIPI-2 0.371776 2.76893 
ΔLEE-1 - 0.083931 - 0.63638 
ΔLEE-2 - 0.170904 - 1.30643 
ΔLGASOL-1 - 0.425091 - 0.150755 
ΔLGASOL-2 - 0.542824 - 0.378712 
ΔLDIESEL-1 0.126201 0.88843 
ΔLDIESEL-2 0.226338 1.62670 
ΔLGLP-1 0.113363 0.74683 
ΔLGLP-2 0.256825 1.83313 
Vetor de cointegração - 0.620813 - 5.08691 
Fonte: Elaboração do autor. 
AIC = - 2.410400; R2 = 0.348037 
 
 Os valores estimados são significantes para a segunda defasagem da variável 
IPI. Isso significa que um choque na produção industrial no período atual será corrigido 
dois períodos à frente, com um impacto de 37% sobre o IPI corrente. 
O coeficiente do vetor de cointegração é estatisticamente significante e seu valor 
estimado (- 0.620813) indica que dado um desequilíbrio de curto prazo entre as fontes 
de energia e o IPI, seriam necessários aproximadamente dois meses para que essa 
relação de cointegração voltasse para o equilíbrio de longo prazo, uma vez que 62% dos 
desequilíbrios de curto prazo são corrigidos mensalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30
 
5 – RESULTADOS 
 A análise da função de impulso-resposta, representada no gráfico 6, indica que 
variações não antecipadas na produção industrial em relação ao consumo de diesel 
ocorrem em dois períodos distintos. Após um choque não antecipado na produção 
industrial, o consumo de diesel apresenta uma ligeira trajetória ascendente que dura, 
aproximadamente, até o terceiro período após a ocorrência do choque. Do quarto 
período em diante, o consumo de diesel oscila ao longo de uma trajetória descendente. 
Dessa forma, considerando que o óleo diesel é um importante insumo para a indústria, 
uma elevação inesperada no nível de produção industrial conduz a uma maior demanda 
por diesel. 
 Efeito semelhante ao ocorrido com o diesel também se verifica com as variáveis 
gasolina e energia elétrica. A diferença é que estas se estabilizam em um nível inferior 
ao do diesel ao final do décimo período, o que ressalta ainda mais a relevância do diesel 
como insumo energético na produção industrial. 
 Em relação à variável energia elétrica, a análise da função impulso resposta 
mostra que variações não antecipadas nessa variável são transferidas para a produção 
industrial, e para o consumo de gás natural. Em relação à primeira variável, o impacto 
se verifica a partir do período 3 e decresce gradativamente. Para a segunda, o choque 
ocorre no período 2 e oscila nesse novo nível. Assim, levando em conta a importância 
do consumo de energia elétrica para a indústria é razoável considerar que choques 
inesperados nessa variável afetam não somente a produção industrial, como também o 
consumo de gás natural. 
 Para diesel, a análise do gráfico permite inferir que variações não antecipadas 
nessa variável afetam de maneira considerável a produção industrial, já no primeiro 
período seguinte ao da ocorrência do choque e segue uma trajetória ascendente até o 
quarto, estabilizando-se nesse novo patamar. Além disso, choques em gasolina 
produzem efeitos sobre IPI e diesel, e choques não antecipados na gasolina afetam o 
consumo de IPI e gás natural. 
 Dessa forma, sintetizando os resultados acima, é possível deduzir que existe uma 
estreita relação entre produção industrial e consumo de energia, uma vez que variações 
 
 
31
 
não antecipadas em qualquer uma das variáveis analisadas provocam algum efeito sobre 
as demais, se não conjuntamente, pelo menos de forma individual. 
O teste de causalidade de Granger foirealizado para verificar se mudanças em 
uma variável ajudam a explicar as mudanças nas outras, ou, se uma causa a outra. Para 
realização do teste, foram utilizadas duas defasagens, conforme o número de defasagens 
definidos para a estimação do modelo VAR. Os resultados em negrito na tabela 7 
indicam as relações que contém probabilidades menores que 5%, o que indica a rejeição 
da hipótese nula de que a segunda variável é exógena em relação à primeira. 
Tabela 07 – Resultados do teste de causalidade de Granger no formato MCE 
Estatísitica F (probabilidade) Variável 
Dependente ΔIPICEt ΔDIESELt ΔEEt ΔGASOLt ΔGLPt ECt-1 
(estatística t) 
ΔIPICEt --- 2.814152 
{0.2449} 
1.227962 
{0.5412} 
15.80691 
{0.0004} 
3.337488 
{0.1885} 
-0.620813 
(-5.08691) 
ΔDIESELt 5.344984 
{0.0591} 
--- 0.351987 
{0.8386} 
4.839409 
{0.0889} 
3.987475 
{0.1362} 
-0.114291 
(-0.64194) 
ΔEEt 4.720424 
{0.0944} 
0.236144 
{0.8886} 
--- 2.543148 
{0.2804} 
0.310391 
{0.8562} 
-0.264355 
(-1.23758) 
ΔGASOLt 11.48532 
{0.0032} 
0.168083 
{0.9194} 
0.735285 
{0.6924} 
--- 5.252408 
{0.0724} 
-0.546208 
(-2.46329) 
ΔGLPt 10.94596 
{0.0042} 
0.333796 
{0.8463} 
5.181376 
{0.0750} 
9.793717 
{0.0075} 
--- 0.203597 
(1.14671) 
Fonte: Elaboração do autor 
Nota: os resultados entre colchetes indicam o p-valor. 
Os resultados indicam, para o curto prazo, uma relação de causalidade entre 
GASOL, IPI e GLP (a primeira causa a segunda e terceira). Uma implicação desse 
resultado é que a redução no consumo de gasolina tende a provocar uma queda na 
produção industrial do Ceará. Por outro lado, políticas que incentivem o aumento do 
consumo desse combustível conduzem ao aumento da produção final no Estado. Outra 
 
 
32
 
relação de causalidade verificada ocorre entre IPI, DIESEL, GASOL e GLP (a primeira 
causa as três últimas). 
Para o longo prazo, duas relações de causalidade são verificadas. Na primeira, as 
variáveis DIESEL, EE, GASOL e GLP causam IPI, indicando que políticas que 
conduzam ao aumento do consumo das variáveis analisadas colaboram para a elevação 
na produção industrial. Já a segunda relação de causalidade observa-se que IPI, 
DIESEL, EE e GLP causam GASOL. 
 
5.1 – DECOMPOSIÇÃO DA VARIÂNCIA 
 A decomposição da variância dos erros de previsão indica o percentual do erro 
da variância prevista decorrentes de um choque em determinada variável versus os 
choques ocorridos nas outras variáveis do sistema. Quando os choques ocorridos numa 
variável x são capazes de explicar a variância do erro de previsão de uma outra variável, 
y, considera-se a série como sendo endógena. De modo análogo, quando x é incapaz de 
explicar y, trata-se a série como exógena. 
 A tabela abaixo mostra que a variância da produção industrial é quase totalmente 
explicada pela própria produção industrial. Com o aumento do número de períodos, o 
DIESEL passa a exercer uma importante influência na variância da produção industrial. 
O mesmo comportamento ocorre com GASOL, mas de forma menos expressiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33
 
Tabela 08 - Decomposição da variância 
 LIPICE 
 Período Erro padrão LIPICE LEE LDIESEL LGASOL LGLP 
 1 0.069162 100.0000 0.000000 0.000000 0.000000 0.000000 
 2 0.084249 98.63879 0.022421 1.074528 0.222354 0.041903 
 3 0.098299 95.15895 0.018829 3.560906 0.879078 0.382233 
 4 0.103159 88.58346 0.570991 8.502181 1.790025 0.553340 
 5 0.106882 83.71691 0.995328 12.42051 2.297830 0.569423 
 6 0.110570 78.32567 1.463076 15.77212 3.824194 0.614935 
 7 0.113845 74.15566 1.919955 18.47205 4.864132 0.588208 
 8 0.117014 70.40131 2.249216 20.85483 5.911061 0.583574 
 9 0.119975 67.37653 2.544706 22.83657 6.672956 0.569236 
 10 0.122883 64.64830 2.803796 24.63741 7.350359 0.560136 
Fonte: Elaboração do autor. 
Os resultados acima sugerem que os combustíveis óleo diesel e gasolina são 
capazes de explicar a variância do erro de previsão da produção industrial no Ceará, 
devendo ser, portanto, considerados como endógenos nessa relação. 
Verifica-se que o consumo de diesel explica aproximadamente 25% da produção 
industrial do Ceará no décimo período. Para a mesma época, o consumo de gasolina 
explica cerca de 7% do produto da indústria. Esse resultado relativamente expressivo 
serve para ressaltar a importância dos combustíveis óleo diesel e gasolina no 
funcionamento da indústria cearense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34
 
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre produção industrial e 
consumo de energia no Estado do Ceará. Para tanto, utilizou dados mensais, de janeiro 
de 2000 a março de 2009, relativos ao índice de produção industrial (IPI), energia 
elétrica (EE), e produtos derivados de petróleo – gasolina (GASOL), óleo diesel 
(DIESEL) e gás natural (GLP). O modelo econométrico utilizado foi um VEC com as 
variáveis em primeira diferença. 
 Os resultados obtidos permitiram concluir que choques na produção industrial 
fazem aumentar o consumo de energia, como é esperado. O efeito mais significativo 
ocorreu principalmente sobre DIESEL. 
 Em relação ao teste de causalidade de Granger, os resultados obtidos indicaram a 
presença de relação causal entre GASOL, IPI e GLP (a primeira causa Granger nas duas 
últimas). Dessa forma, é possível deduzir que políticas que incentivem o aumento do 
consumo de gasolina conduzam ao aumento da produção final no Estado. Além disso, 
também foi possível constatar que a produção industrial causa, no sentido de Granger, 
GASOL, EE, GLP e DIESEL. 
Uma explicação para a importância da gasolina, gás natural e óleo diesel na 
produção industrial é que esses combustíveis são essenciais para o funcionamento de 
máquinas e equipamentos na indústria, além do fato de que o óleo diesel e gasolina 
serem elementos essenciais no transporte da produção final. Por essa razão, em virtude 
da produtividade industrial do Estado do Ceará ser mais afetada por choques nos 
derivados de petróleo do que por choques na oferta de energia elétrica, parece ser mais 
adequado ao Estado investir na expansão da oferta de derivados de petróleo. 
 
 
 
 
 
 
 
35
 
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37
 
ANEXO 1 
 
Gráfico 07 - Função impulso-resposta 
- .01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
.06
.07
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LIPICE to LIPICE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
.06
.07
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LIPICE to LEE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
.06
.07
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LIPICE to LDIESEL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
.06
.07
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LIPICE to LGASOL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
.06
.07
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LIPICE to LGLP
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LEE to LIPICE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LEE to LEE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LEE to LDIESEL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LEE to LGASOL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LEE to LGLP
-.02
.00
.02
.04
.06
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LDIESEL to LIPICE
-.02
.00
.02
.04
.06
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LDIESEL to LEE
-.02
.00
.02
.04
.06
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LDIESEL to LDIESEL
-.02
.00
.02
.04
.06
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LDIESEL to LGASOL
-.02
.00
.02
.04
.06
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LDIESEL to LGLP
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGASOL to LIPICE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGASOL to LEE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGASOL to LDIESEL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGASOL to LGASOL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGASOL to LGLP
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGLP to LIPICE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGLP to LEE
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGLP to LDIESEL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGLP to LGASOL
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
.05
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Response of LGLP to LGLP
Response to Cholesky One S.D. Innovations
 
 
 
38 
Graf. 08 - Séries em primeira diferença 
GLP 
-.16
-.12
-.08
-.04
.00
.04
.08
.12
.16
.20
00 01 02 03 04 05 06 07 08
DLGLP
 
GASOL 
-.3
-.2
-.1
.0
.1
.2
.3
00 01 02 03 04 05 06 07 08
DLGASOL
 
 
EE 
-.4
-.3
-.2
-.1
.0
.1
.2
.3
00 01 02 03 04 05 06 07 08
DLEE
 
 
 
IPI 
-.20
-.15
-.10
-.05
.00
.05
.10
.15
00 01 02 03 04 05 06 07 08
DLIPICE
 
DIESEL 
-.20
-.16
-.12
-.08
-.04
.00
.04
.08
.12
.16
00 01 02 03 04 05 06 07 08
DLDIESEL