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0 FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM FARMÁCIA LAURENÇO MENDES DOS SANTOS ANALISES DE BULAS E RÓTULOS DE MEDICAMENTOS FITOTERAPICOS Á BASE DE Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e Tamarindus indica L. GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018 1 LAURENÇO MENDES DOS SANTOS ANALISES DE BULAS E ROTULOS DE MEDICAMENTOS FITOTERAPICOS Á BASE DE Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e Tamarindus indica L. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Farmácia, da Faculdade Maria Milza- FAMAM, como requisito para obtenção do título de graduação. Orientadora: Prof.ª Drª. Noelma Miranda de Brito GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018 2 Dados Internacionais de Catalogação Santos, Laurenço Mendes dos S237a Analise de bulas e rótulos de medicamentos fitoterápicos à base de Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e Tamarindus indica L. / Laurenço Mendes dos Santos. – Governador Mangabeira – Ba, 2018. 63 f. Orientadora: Profª. Drº Noelma Miranda de Brito Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia ) – Faculdade Maria Milza, 2018. 1. Castanha-da-índia 2. Tamarindo. 3 Ginkgoaceae 4. Embalagem. 5. Legislação I. Brito, Noelma Miranda de II. Título. CDD 659.19 3 LAURENÇO MENDES DOS SANTOS ANALISES DE BULAS E ROTULOS DE MEDICAMENTOS FITOTERAPICOS Á BASE DE Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e Tamarindus indica L. Aprovado em ____/____/_____ BANCA DE APRESENTAÇÃO ______________________________________ ProfªDr.ª Noelma Miranda de Brito Faculdade Maria Milza – FAMAM Orientadora ______________________________________ ProfªDr.ª Vânia de Jesus dos Santos de Oliveira Faculdade Maria Milza - FAMAM ______________________________________ ProfªDr.ª Vanessa de Oliveira Almeida Faculdade Maria Milza - FAMAM GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018 4 Para nós os grandes homens não são aqueles que resolveram os problemas, mas aqueles que os descobriram”. (Albert Schweitzer) 5 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradecer a Deus, que me ajuda e me dá forças pra seguir persistentemente em busca dos meus sonhos. A minha família, pelo apoio e dedicação a todos os mementos dessa caminhada. A professora e orientadora Noelma Miranda de Brito, que me apoiou e acreditou na realização deste trabalho. Aos colegas e amigos pelas contribuições por toda essa trajetória. 6 RESUMO Os medicamentos fitoterápicos são elaborados exclusivamente empregando matérias-primas de origem vegetais como constituintes ativos, caracterizados pelo conhecimento da eficácia e do risco de uso, assim como pela constância de sua qualidade. Todos os medicamentos, inclusive os fitoterápicos, tem a bula como principal fonte de informação impressa, e estas informações devem ser apresentadas de forma objetiva, completa e atualizada, alertando sobre os riscos de automedicação, principalmente no uso de medicamentos sujeitos a prescrição médica e passando todas as informações para os usuários. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar as bulas e rótulos dos medicamentos contendo Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e Tamarindus indica L. se estão de acordo com as exigências da legislação brasileira vigente. Foi realizado um estudo quantitativo observacional em doze farmácias do centro comercial de Santo Antônio de Jesus, Bahia, para a análise de bulas e rótulos de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L., frente as normas exigidas pela a RDC 47/2009 e a RDC 71/2009. Foram analisados 23 medicamentos fitoterápicos, onde 43% não possuíam bulas e em 51% não traziam a parte da planta usada. Das bulas analisadas, em 57% algumas frases de informação ao paciente estavam incompletas; 52.6% as frases obrigatórias estavam ausentes. Todas as bulas apresentavam as informações referentes ao tópico Dizeres Legais de forma completa. O item mais ausente nos rótulos foi a nomenclatura botânica apresentando 61,2% dos rótulos analisados. A frase “MEDICAMENTO FITOTERÁPICO” estava ausente em 17,2% e a restrição de uso por faixa etária também estava ausente em 17,2% dos rótulos. Mesmo diante de uma legislação específica ainda existem medicamentos fitoterápicos com suas bulas e rótulos fora dos padrões estabelecidos. Palavras-chave: Castanha-da-índia. Tamarindo. Ginkgoaceae. Embalagem. Legislação. 7 ABSTRACT Herbal medicines are exclusively made using raw materials of vegetable origin as active constituents, characterized by the knowledge of the efficacy and the risk of use, as well as by the constancy of their quality. All medicines, including herbal medicines, have the package leaflet as the main source of printed information, and this information must be presented in an objective, complete and up-to-date manner, warning about the risks of self-medication, especially in the use of prescription drugs and passing all information for users. Thus, the objective of this study was to analyze the package inserts and labels of Aesculus hippocastanum L., Ginkgo biloba L. and Tamarindus indica L. if they meet the requirements of current Brazilian legislation.A quantitative observational study was carried out in twelve pharmacies in the shopping center of Santo Antônio de Jesus, Bahia, for the analysis of the package inserts and labels of herbal medicines containing A. hippocastanum L., G. biloba L. and T. indica L., the standards required by DRC 47/2009 and DRC 71/2009. Twenty- three herbal medicines were analyzed, where 43% did not have package inserts and in 51% did not bring the part of the plant used. Of the package inserts analyzed, in 57% some sentences of information to the patient were incomplete; 52.6% the mandatory phrases were absent. All package inserts presented information related to the topic Legal Dictionaries completely. The most absent item in the labels was the botanical nomenclature presenting 61.2% of the labels analyzed. The phrase "PHYTOTHERAPIC MEDICATION" was absent in 17.2% and the restriction of use by age group was also absent in 17.2% of the labels. Even under specific legislation, there are still herbal medicines with their package inserts and labels out of the established standards. Keywords: Horse-chestnut. Tamarind. Ginkgoaceae. Packaging. Legislation. 8 LISTA DE SIGLAS ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária CATS: Centros de Informação e Assistência Toxicológica CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CRF: Conselho Regional de Farmácia DOU: Diário Oficial da União EGB: Extrato de Ginkgo Biloba FNFM: Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia MF: Medicamentos Fitoterápicos MS: Ministério da Saúde OMS: Organização Mundial de Saúde PNPIC: Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares PTF: Produtos Fitoterápicos Tradicionais RDC: Resolução da Diretoria Colegiada RE: Resolução SAC: Telefone de Atendimento ao Consumidor SINITOX: Sistema Nacional de Informações Toxico-farmacológicas SNVS: Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária SVS: Secretaria de Vigilância Sanitária 9 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Regulamento técnico para a produção de medicamentos fitoterápicos........................................................................................................29QUADRO 2 - Dispositivos jurídicos publicados no Diário Oficial da União sobre a bula de medicamentos fitoterápicos...............................................................32 10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Percentual de conformidade das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L. analisadas em relação ao tópico “Identificação do medicamento”....................40 TABELA 2 - Percentual de conformidades das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação a análise do tópico “Informação ao paciente.”......................................42 TABELA 3 - Percentual de conformidades das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação a análise do tópico “Dizeres Legais”.....................................................44 TABELA 4 - Percentual de conformidades das bulas dos medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação ao tópico “Frases Obrigatórias"............................................................46 TABELA 5 - Análise dos rótulos dos medicamentos fitoterápicos avaliados, por composição, categoria terapêutica e de venda.................................................48 TABELA 6 - Planilha de verificação de itens de rotulagem de medicamentos fitoterápicos de acordo com a RDC no 71/09 e respectivos resultados verificados no rótulo dos medicamentos fitoterápicos avaliados (n = 23).........50 11 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - A disposição das folhas e frutos da castanha da índia (A. hiposcastanum L.) em condições de campo....................................................21 FIGURA 2 - Disposição da distribuição das folhas e frutos da G. biloba L. no campo................................................................................................................22 FIGURA 3 Imagem da vagem indeiscente do tamarindeiro (T. indica L.) no campo...............................................................................................................26 FIGURA 4 - Etapas exigidas pela ANVISA para a aprovação do registro de medicamentos fitoterápicos..............................................................................30 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 16 2.1 USO DE FITOTERÁPICOS NO BRASIL ....................................................... 16 2.2 TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS ................................................. 17 2.2.1 Os e aplicações do Aecuslus hippocastanum L .................................... 20 2.2.2 Os e aplicações do Ginkgo biloba L ........................................................ 22 2.2.3 Os e aplicações do Tamarindus indica L ................................................ 24 2.3 A LEGISLAÇÃO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NO BRASIL ...... 27 2.3.1 A Regulamentação das Bulas ................................................................. 30 2.4 CONTROLE DE QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS .. 37 3 METODOLOGIA .............................................................................................. 38 3.1 COLETA DAS AMOSTRAS .......................................................................... 38 3.2 ANÁLISES DE BULAS .................................................................................. 39 3.3 ANÁLISES DE RÓTULOS .............................................................................. 39 4 RESULTADOS E DISCURSÕES ...................................................................... 40 4.1 ANÁLISES DE BULAS............ ....................................................................... 40 4.2 ANÁLISES DE RÓTULOS............ .................................................................. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............ ................................................................. 52 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 53 ANEXO A... .......................................................................................................... 60 ANEXO B ............................................................................................................. 63 13 1 INTRODUÇÃO Os fitoterápicos são medicamentos obtidos através do emprego exclusivamente de material de origem vegetal, como constituintes ativos, caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela constância de sua qualidade (BRASIL, 2010). As bulas são as principais fontes de informações fornecidas aos usuários de medicamentos. Elas são de fundamental importância na promoção do uso racional das formulações farmacêuticas, alertando sobre os riscos de automedicação e sobre a orientação para o tratamento, principalmente no uso de medicamentos sujeitos a prescrição médica (VOLPATO; MARTINS; MIALHE, 2010). De acordo com a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a RDC nº 26 de 13 de maio de 2014, que propõe o registro de medicamentos fitoterápicos e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Os fitoterápicos são classificados em duas categorias: os medicamentos fitoterápicos, que apresentam segurança e eficácia com base em evidências clínicas; e os produtos tradicionais fitoterápicos, cuja segurança e efetividade são baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica (BRASIL, 2014). A espécie Aesculus hippocastanum L., denominação botânica para a conhecida castanha da índia, como o nome de A. hippocastanum se designava antigamente certos carvalhos que teriam semelhanças com esta árvore. Por sua vez, o agregado “da Índia” se referiria a uma modalidade de diferenciação da árvore de castanha comestível: Castanea sativa. A castanha-da-índia recebeu este nome por acreditar-se ser oriunda da Índia, mas na verdade é originária dos Bálcãs (mais especificamente do norte da Grécia, onde existe em estado silvestre), hoje apresenta distribuição cosmopolita e é usada também como planta ornamental. Foi introduzida na França em 1651 e difundiu-se intensamente no século XVIII em parques e avenidas de toda a Europa. Na Ásia, era utilizada no tratamento de cavalos asmáticos e no século XVIII, além de árvore ornamental, foi usada em substituição a quinina no tratamento da febre (ALONSO, 2012). A Ginkgo biloba é a espécie mais antigas da terra, sendo chamado de “fóssil vivo”, é o único representante da família Ginkgoaceae (OLIVEIRA, 14 2010). Esta espécie florescia em grandes florestas há mais de 150 milhões de anos atrás se tornando quase extinta na última era do gelo. Os poucos exemplares que sobreviveram foram encontrados na China, e em parte da Ásia, sendo que devido ao desmatamento, o Ginkgo biloba L. novamente quase se tornou extinto. Atualmente esta espécie encontra-se preservada pelo cultivo humano devido ao seu valor ornamental e comercial (CUNHA et al., 2010). Já o Tamarindus indica L. possui componentes bioativos importantes que auxiliam no combate contra doenças, também possuem características tecnológicas e nutricionais importantes para a indústria de alimentos. Quimicamente, na sua composição existem relatos de ácido tartárico, carboidratos, pirazinas e tiazóis, e ainda valores expressivos de pectina, um espessante natural bastante empregado na fabricação dedoces e geleias (COSTA et al., 2015). De acordo com o mesmo autor, o consumo dos frutos de Tamarindus indica L., na forma de xarope, extrato, balas, cápsulas e geleias é uma prática pouco frequente, provavelmente pela carência de informações de suas riquezas nutricionais. Entretanto, na medicina popular esses frutos são comumente usados como laxativo, no combate a infecções estomacais, inflamações no fígado e vesícula biliar. Estas espécies vêm sendo usadas na formulação de medicamentos fitoterápicos. Assim, todo e qualquer medicamento, incluindo os fitoterápicos, antes de serem lançados para comercialização, devem apresentar garantias de qualidade, mediante o controle da matéria-prima utilizada, dos materiais das embalagens, incluindo a bula e todas as informações contidas nela, estudos de estabilidade e sua formulação farmacêutica (FUJITA; MACHADO; TEXEIRA, 2014). A bula é o único material informativo que disponibiliza para o paciente as informações sobre o medicamento. Como é utilizada por pacientes leigos e sem conhecimentos técnicos, é necessário que ela apresente linguagem clara e contenha todas as informações possíveis (BELLO; MONTANHA; SHENKEL, 2002; FUJITA; KOROLKOVAS; FRANÇA, 2014; FUJITA; MACHADO; TEXEIRA, 2014). Branco (2010) em análise de bulas de medicamentos, incluindo fitoterápicos, observou resultados discordantes entre as bulas brasileiras. Os 15 erros mais frequentes encontrados foram erros de ortografia, erros de tradução, uso de termos em inglês sem necessidade e também a presença de indicações terapêuticas indevidas. Tendo em vista, a importância da bula para o paciente e para o profissional de saúde, bem como sua fiscalização e atualização pela ANVISA, fornecendo ao usuário segurança e eficácia, descrevemos neste trabalho uma análise das bulas presentes em fitoterápicos a base de A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L. comercializados no município de Santo Antônio de Jesus, Bahia. Despertando-me o interesse em fazer a monografia com esta temática ao observar que as bulas de alguns medicamentos, dentre eles os dos fitoterápicos não apresentavam algumas informações que seriam essenciais para que os pacientes usassem o medicamento de forma adequada. Pesquisas desta natureza podem servir de alerta para os profissionais farmacêuticos, para que estes deem mais atenção aos consumidores com relação à observação e a utilização das bulas e rótulos dos medicamentos fitoterápicos. Além disso, as bulas e os rótulos de medicamentos fitoterápicos precisam ser analisados, pois, omitir as informações exigidas pela legislação podem ser prejudiciais ao consumidor. Em consequência destas informações apresentadas, surgiu o seguinte problema: Será que as bulas e rótulos dos medicamentos fitoterápicos á base de A. hippocastanum L., Ginkgo biloba L. e T. indica L. seguem as especificações exigidas pela legislação brasileira? Em resposta a esta problemática, tem-se como objetivo geral, analisar as conformidades das bulas e rótulos de fitoterápicos á base de A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L. se estão de acordo com as exigências da legislação brasileira vigente. E como objetivos específicos, verificar se as informações das bulas e rótulos dos fitoterápicos a base de A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L.. estão de acordo com as RDC nº 47 de 8 de setembro de 2009, observar se as bulas dos fitoterápicos a base de A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L. encontram-se dentro das normas das bulas padrões de fitoterápicos e registrar as inadequações destas bulas de acordo com a legislação vigente. 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O USO DE FITOTERÁPICOS NO BRASIL A fitoterapia ganhou mais relevância no país com a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), enfatizando a necessidade de conhecer, apoiar e implementar práticas naturais de terapia. Houve então a criação do decreto nº 5813 de 22 de junho de 2006 com a aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, cujo objetivo é “garantir à população brasileira o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional (SILVA; RIBEIRO; RIBEIRO, 2017). Os fitoterápicos são medicamentos elaborados a partir de drogas vegetais, utilizada terapeuticamente na forma de extrato fluido, tintura e comprimidos. São regulamentados no Brasil e têm que apresentar critérios similares de qualidade, segurança e eficácia requeridos pela ANVISA para todos os medicamentos (VIEIRA; SILVA; RIBEIRO, 2014). De acordo com Branco (2010), o mercado mundial de fitoterápicos movimenta aproximadamente 14 bilhões de dólares, e somente a Alemanha é responsável por 50% do mercado europeu, demonstrando que este mercado cresce em taxas superiores quando comparado aos medicamentos à base de fármacos sintéticos. Este aumento de consumo varia de acordo com as particularidades de cada país, contudo de um modo geral, este crescimento é sempre superior aos demais medicamentos. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM) projeta para o setor de fitoterápicos o movimento de aproximadamente 500 milhões de dólares para os fitomedicamentos, crescendo a uma taxa duas vezes superior em relação aos fármacos sintéticos. Segundo Santos et al. (2011), com o crescimento da utilização e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem demonstrado crescente interesse em melhorar as condições que garantam qualidade, segurança e eficácia destes produtos, focando especialmente o seu uso em países em vias de desenvolvimento. Com o objetivo de evitar efeitos irracionais e danos que possam ser causados pelo 17 mau uso desta modalidade terapêutica, o Ministério da Saúde tem estabelecido políticas que encorajam o desenvolvimento de estudos com plantas medicinais objetivando colocar em prática os benefícios advindos destas pesquisas. 2.2 TOXICIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS Segundo Campos (2016), a utilização de plantas medicinais como recurso terapêutico é uma tendência generalizada na medicina popular brasileira. Esta tendência tem contribuído significativamente para o consumo não só de plantas medicinais, como também de medicamentos fitoterápicos. Os conhecimentos acumulados ao longo do tempo mostram que tais produtos podem causar efeitos nocivos e provam que o mito “O que é natural não faz mal” é uma verdade insustentável. A fitoterapia é um recurso terapêutico muito utilizado na automedicação e, devido à facilidade do acesso, pode agravar seus riscos potenciais. Além disso, há uma grande lacuna que deve ser preenchida através de ações que busquem melhorar a difusão do conhecimento sobre o uso seguro e racional de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, entre elas, a disponibilização de informações que devem ser transmitidas aos prescritores (médicos), dispensadores (farmacêuticos) e aos usuários da fitoterapia (CAMPOS, 2016). As plantas produzem uma grande variedade de substâncias químicas que podem apresentar diversas atividades biológicas e constituem ainda hoje um recurso terapêutico relevante para uma parcela significativa da população mundial que, não tem acesso aos medicamentos industrializados. Existe uma percepção na população que o uso de plantas no tratamento de doenças é natural, seguro, barato e eficaz, sendo essas, muitas vezes, utilizadas no tratamento de doenças crônicas associadas com medicamentos convencionais. No entanto, a utilização de plantas na terapêutica e na alimentação deve ser restrita a plantas conhecidas e/ou corretamente identificadas (COLOMBO et al., 2010). Apesar do uso de plantas medicinais para tratamento, cura e prevenção de determinadasdoenças ser uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade e estar apoiada em um conhecimento consolidado por séculos de observação, planta medicinal não é sinônimo de inocuidade. Ao 18 contrário do senso comum de que “medicamento natural se não fizer bem, mal não faz” a planta medicinal é um xenobiótico, ou seja, um produto estranho ao organismo com finalidades terapêuticas, que ao ser introduzido no organismo humano sofre biotransformação e desta forma, gerar produtos tóxicos (OZÓRIO, 2016). Espécies consideradas tóxicas produzem metabólitos secundários que pela inalação, ingestão ou contato podem causar alterações patológicas em homens e animais e, em alguns casos, pode levar a sérios distúrbios no organismo e até mesmo o óbito (VASCONCELOS et al., 2009; JESUS; SUCHARA, 2013). Desde épocas remotas as plantas tóxicas são utilizadas pelo homem, seja para uso em casos de envenenamentos intencionais, indígena para caça ou ainda, como recurso terapêutico e desenvolvimento de novos fármacos. Embora, exista um número considerável de registros de intoxicações envolvendo animais, o envenenamento humano ocasionado por plantas é menos documentado. Em muitos dos casos os sintomas observados não são associados à utilização ou exposição a uma determinada planta (MONSENY et al., 2015). É importante levar em conta que os fitoterápicos são em muitos casos misturas complexa de várias plantas das quais se conhece pouco sobre a toxicidade e particularmente sobre o perfil de reações adversas, além da dificuldade de distinguir reações adversas de eventos relacionados à qualidade do produto fitoterápico, adulteração, contaminação, preparação incorreta ou estocagem inadequada ou uso inapropriado, prolongado ou irracional (LEAL; TELLIS, 2014). Com o objetivo de controlar e documentar a ocorrência de intoxicações por plantas, foi criado em 1998 o Programa Nacional de Informações sobre Plantas Tóxicas, inserido no Sistema Nacional de Informações Toxico- farmacológicas (SINITOX). Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CAT) são responsáveis pelo registro das ocorrências de intoxicação (SINITOX, 2012). O número de intoxicações causadas por plantas no Brasil em 2012 foi de 1026 casos, o que correspondente a 1,2% dos casos de intoxicação humana ocorridos. As plantas ocupam o 13° lugar, em número de casos de intoxicação com 1185 casos registrados (SINITOX, 2012). Apesar de intoxicações 19 humanas fatais causadas por plantas serem raras e o número total de ocorrências registradas serem baixo, os dados estatísticos devem ser analisados com cautela, pois muitos casos não são registrados ou são notificados como exposição a agente tóxico desconhecido (MONSENY et al., 2015). O diagnóstico e a identificação da espécie vegetal que levou a intoxicação podem ser difíceis. Entre os fatores causadores de reações adversas, podemos citar o não relato pelo paciente do consumo ou contato com determinada planta, a escassez de informações a respeito do potencial tóxico das espécies, e a ausência de profissional adequado para a identificação correta da planta nos pontos de atendimento (MONSENY et al., 2015; PEACOK et al, 2009). Desta forma, o diagnóstico deve ser baseado na maior quantidade possível de dados, sobretudo naqueles obtidos nos exames clínicos. As análises toxicológicas e os dados epidemiológicos também podem ajudar o diagnóstico de intoxicação ou na identificação de casos de abuso de espécies vegetais. O tratamento nos casos de intoxicação, geralmente é sintomático e de suporte, e o conhecimento das plantas tóxicas da região, em particular as ornamentais, pode ser de grande auxílio (POPPENGA, 2010). Os efeitos adversos associados ao uso de fitoterápicos e plantas medicinais podem ser classificados em intrínsecos e extrínsecos. As reações intrínsecas são aquelas relacionadas à ação farmacológica do fitoterápico. Podem ser do tipo A, quando houver toxicidade previsível, superdose ou interação com outros fármacos ou tipo B, no caso de reações idiossincráticas. Estas reações ocorrem quando o paciente reage em excesso ou de forma deficiente a uma substância, sendo geralmente de base genética (CAMPOS, 2016). Nas reações intrínsecas do tipo B, a relação entre a administração de fármacos e a reação idiossincrática é geralmente difícil de reconhecer, especialmente em casos de pacientes tratados com múltiplos medicamentos (FERREIRA et al., 2014). Apesar da maioria das plantas terem propriedades benéficas, muitas podem apresentar propriedades tóxicas ou genotóxicas. Por essa razão, antes de fazer uso das plantas como forma medicinal é essencial que se conheça bem o tipo de planta, a parte utilizada da mesma, sua indicação, dose adequada, toxicidade, para atender as necessidades básicas, conhecer os 20 riscos aos quais está sujeita e alguns cuidados para a preservação da saúde. É preciso ter conhecimento sobre as características de cada planta para utilizá-la como medicação, pois algumas dessas plantas produzem substancias tóxicas e genotóxicas. As plantas são capazes de produzir diferentes substâncias tóxicas em grandes quantidades, aparentemente para sua defesa contra vírus, bactérias, fungos e animais predadores (MOTTA; LIMA; VALE, 2016). 2.2.1 Uso e Aplicação do A. hippocastanum L. Dentre os medicamentos fitoterápicos comercializados no Brasil destaca-se por suas atividades farmacológicas a castanha da índia (A. hippocastanum L.), pertencente à família Hippocastanaceae (Figura 2). É uma árvore nativa do oeste da Ásia, sendo grandemente cultivados em parques, jardins e ao longo de avenidas metropolitanas de vários países de todo o mundo (ARNILLAS, 2015). A planta castanha da índia (10%) é indicada pelos prescritores para problemas do aparelho circulatório. A ação da castanha da índia é antiinflamatório, tônico circulatório, adstringente, anti-hemorrágico e vasoconstritor. Suas indicações são para o tratamento de perturbações da circulação venosa, como preventivo de varizes e hemorroidas e como fitocosmético na queda do cabelo e cabelos fracos. A castanha da índia está indicada na prevenção e no tratamento de todos os casos que apresentem insuficiência venosa crônica, varizes, cansaço nas pernas, edemas de distintas origens, sequelas de flebites, hemorroidas, e como tratamento coadjuvante em celulites e processos reumáticos, acompanhados de edema (PERTY; ROMAN JÚNIOR, 2012). 21 Figura 1 - A disposição das folhas e frutos da castanha da índia (A. hiposcastanum L.) em condições de campo. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=castanha+da+india&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjkzdi- 4uLZAhUBHJAKHTtlBf0Q_AUICygC&biw=1242&bih=579#imgrc=j49ICP0_9LTPDM: A espécie A. hippocastanum L. apresenta interações medicamentosas, podendo interferir com tratamentos coagulantes ou anticoagulantes, devido a presença de cumarinas. A capacidade de união com proteínas plasmáticas pode interferir com o metabolismo de outras drogas, por este motivo não se recomenda associar com sais alcalinos, ferro, iodo e taninos (PETRY; ROMAN JÚNIOR, 2012). Em pacientes suscetíveis pode ocasionar dermatite de contato, alergia, náuseas, distúrbios gástricos, diminuição da função hepática e renal em portadores de insuficiência hepática e renal pré-existentes. Em estudos baseados em animais, a castanha da índia poderá intensificar o efeito hipoglicemiante de usuários de medicamentos para diabetes por via oral ou, ainda, insulina. A eficácia de fármacos com ação antiácida ou antiúlcera poderá ser afetada, quando utilizada com sene poderá ocorrer potencialização do efeito laxativo (ARNILLAS, 2015). 22 2.2.3 Uso e Aplicação de G. biloba L. Nativa da região asiática (China, Japão e Coréia), G. biloba é uma espécie pertencenteà família Ginkgoaceae e ao Filo Ginkgophyta, sendo a única espécie deste Filo. A espécie possui dimorfismo na ramificação do caule, padrão que se repete nas nervuras foliares (Figura 3). As estruturas reprodutivas se desenvolvem nas axilas das folhas dos ramos curtos (SANTOS et al., 2015). Figura 2 - Disposição da distribuição das folhas e frutos da G. biloba L. no campo. Fonte: https://ww.google.com.br/search?q=ginkgo+biloba&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiExfzWm97ZAhVLiJA KHUqOC40Q_AUICygC&biw=1242&bih=579#imgrc=Cm0BlzW_PKMD5M: A G. biloba L. é a mais antiga espécie viva na terra, que remota ao período Paleozóico (mais de 225 milhões de anos atrás). Existente em praticamente todos os continentes e na cultura medicinal brasileira, sendo umas das plantas medicinais mais conhecida na composição de fitoterápicos e amplamente utilizada na atualidade. É frequentemente encontrada na forma de composição de fitoterápicos industrializados, na forma de comprimidos e cápsulas do extrato seco, além de serem comercializados em feiras livres em todo território nacional (SILVA, 2013). A espécie possui efeitos preventivos sobre as patologias relacionadas à circulação sanguínea, sendo ação eficaz na proteção do organismo contra os 23 radicais livres. O extrato de G. biloba L., através da combinação de seus princípios ativos, garante uma vasodilatação com concomitante redução na viscosidade sanguínea promovendo um aumento no suprimento de sangue no cérebro, a partir da ação sobre os radicais livres que resulta em uma maior oxigenação dos tecidos nervosos (CAIEIRO; MARCUCCI, 2010). O Extrato de G. biloba L., é atualmente um dos fitoterápicos mais consumidos no mundo, usado principalmente para quadros de demência, melhoria da circulação sanguínea periférica e doença de Alzheimer (OSHIO 2014; SILVA, 2013). Os efeitos farmacológicos do extrato da espécie e seus componentes são amplamente descritos, dados estes que comprovam evidências e apoiam o uso clínico moderno do extrato padronizado de suas folhas. Os princípios ativos mais importantes do extrato incluem os glicosídeos de flavonóides e as lactonas terpênicas. Foi descrito que ele realiza uma atividade polivalente, é provável que a atividade combinada de vários de seus componentes seja responsável por seu efeito. Desde a aplicação de compressas das folhas, a ingestão de chás, tinturas, extratos espessos e secos, até a incorporação de produtos otimizados na obtenção de formas farmacêuticas sólidas, esse vegetal é um dos exemplos mais consistentes do aprimoramento do conceito de produto fitoterápico e de estratégia terapêutica (MOSCHEN, 2013). O extrato de G. biloba L. pode potencializar os efeitos de drogas inibidoras da monoamina oxidase, de droga antiplaquetárias como aspirinas e a varfarina e os efeitos de diuréticos, no entanto, os verdadeiros ricos dessas interações são um tanto especulativos e difíceis de caracterizar (SILVA, 2013). Adicionalmente, a utilização de G. biloba com omeprazol diminui a concentração plasmática e do efeito terapêutico deste fármaco. No caso da associação deste fitoterápico com os antipsicóticos haloperidol e olanzapina ocorre o inverso, aumentando o efeito terapêutico destes dois fármacos. Altas doses de G. biloba podem diminuir a eficácia da terapia com anticonvulsivantes, como a carbamazepina e o ácido valpróico, no controle das convulsões (SILVA; MARCELINO; GOMES, 2010). 24 2.2.5 Os Usos e Aplicações do T. indica L. É uma planta frutífera que pertence à família das Leguminosas, nativo da África Equatorial, Índia e Sudeste Asiático e que se desenvolve em regiões tropicais e subtropicais, com temperatura média ideal de 25 ºC. É considerada uma árvore ideal para regiões semiáridas, tolerando de 5 a 6 meses de condições de seca, mas não sobrevive em baixas temperaturas (QUEIROZ, 2010). O fruto é uma vagem indeiscente, achatada, oblonga nas extremidades, reta ou curva, com 5 a 15 cm de comprimento, com casca pardo-escura, lenhosa e quebradiça e cor castanho escura (Figura 3). As sementes, em números de 3 a 8, estão envolvidas por uma polpa parda e ácida, a qual contém açúcares (33%), ácido tartárico (11%), ácido acético e ácido cítrico (PEREIRA, 2014). O tamarindeiro (T. indica L.) é uma espécie com substâncias bioativas, a casca, folhas, frutos, sementes e raízes são utilizadas como matéria-prima farmacêutica, alimentos, forragem animal e muito utilizada para proteção do solo contra erosões, evapotranspiração excessiva e radiação solar direta. Sendo amplamente utilizado como cultura de subsistência e cultivado comercialmente em vários países asiáticos (AJIBOYE; AGBOOLA; ATAYESE, 2010; AJIBOYE; AGBOOLA, 2011). Por possuir grande potencial para uso industrial na produção de sucos, em projetos paisagísticos, urbanização, arborização e ornamentação e devido ao elevado valor nutritivo do fruto e características farmacêuticas, o tamarindeiro vem justificando sua potencialidade como uma cultura promissora (PEREIRA et al., 2010a; PEREIRA et al., 2010b). O tamarindeiro é uma planta versátil e vários produtos obtidos servem para subsistência da população rural. O sabor doce/azedo do mesocarpo é único e muito utilizado popularmente na culinária, além das suas várias partes (raízes, madeira, casca, folhas e frutos) possuírem características nutricionais e farmacêuticas (BUYINZA; SENJONGA; LUSIBA, 2010; AJIBOYE; AGBOOLA, 2011; AZMAN et al., 2012; AMADO et al., 2011). Sua madeira possui dureza e resistência elevada, sendo usada para vários fins, desde madeira para construção até na fabricação de móveis. As folhas e ramos são utilizados para fins medicinais em vários países do 25 continente africano, inclusive no tratamento de meningite bacteriana. Os frutos são utilizados como matéria-prima para vários produtos como: ácido tartárico, farinha, suco concentrado, geleias, xaropes, doces e vinhos artesanais. A farinha de arroz e de batata pode ser substituída no preparo de alimentos pela farinha das sementes (BUYINZA; SENJONGA; LUSIBA, 2010). Por séculos o tamarindeiro vem sendo utilizado como uma planta medicinal, relatado como curativo em várias farmacopeias e com propriedades valiosas (AZMAN et al., 2012). O mesocarpo dos frutos possuem altos níveis de proteínas e carboidratos do que qualquer fruta e é uma ótima fonte de sais minerais (por exemplo: fósforo, potássio e cálcio) e vitaminas (por exemplo: tiamina e niacina) (FERREIRA, 2014). O tamarindeiro é utilizado pela população rural africana no tratamento de infecções bacterianas, distúrbios gastrointestinais, icterícia, febre além de possuírem outras atividades farmacológicas como antifúngicas, antiinflamatórias, antiespamódica e antidiabéticas (HAVINGA et al., 2010; FANDOHAN et al., 2010; AMADO et al., 2011). Além de ajudar a prevenir, o tamarindo ajuda a combater a anemia ferropriva, que é a doença causada pela deficiência de ferro no organismo. Como essa fruta é rica em ferro, ela é eficiente no controle dessa doença junto com o consumo de outros alimentos ricos em ferro. Também contem grande potencial para tratamento da pele, onde esse benefício ocorre por causa das vitaminas C e A. Essas vitaminas ajudam a manter a saúde da pele, além dos cabelos e das unhas. A vitamina C em especial, é a responsável por sempre manter a pele lisa e jovem, pois ela estimula a produção de colágeno e elastina, fibras que mantêm a estrutura da pele e evita o aparecimento de estrias, celulites e o envelhecimento da pele. Além disso, o lupeol presente em flores, a acetona e o extrato metanoico extraídos de sementes possuem efeitos antimicrobianos (FERREIRA, 2014). Estudos realizados por Amado, Prada e Arranz (2011), Amado et al. (2011) vem desenvolvendo e testando diferentes partes da planta do tamarindeiro na produção de comprimidoshepático-protetores. 26 Figura 3- Imagem da vagem indeiscente do tamarindeiro (T. indica L.) no campo. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=p%C3%A9+de+tamarindo&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=whEf50lNfNPpaM%2 53A%252CdBFDt5t_6btEYM%252C_&usg=__KEIP5QDCLORHRsmcOQ3nOq8YHow%3D&sa=X&ved=0ahUKEwipqM GCksHZAhUBOZAKHc-xCSkQ9QEIKTAA#imgrc=whEf50lNfNPpaM: Quando se trata de cuidar das nossas papilas gustativas com algum sabor doce-e-azedo, o tamarindo pode ser a escolha mais deliciosa. Sendo delicioso, é usado como um condimento versátil em uma variedade de pratos. Além de uma grande quantidade de nutrientes, é também uma cura benéfica. Mesmo apresentando todos esses benefícios, o tamarindo é conhecido por causar muito efeitos colaterais (RIBEIRO, 2013). O tamarindo pode aumentar os riscos de hemorragia e acaba sendo extremamente perigoso quando tomado com certos medicamentos, não- esteroides, anti-inflamatórios ou aines, anticoagulantes e fármacos antiplaquetários (DORNAS, 2009). Caso o tamarindo seja usado com frequência com qualquer um destes medicamentos, sua taxa de absorção em seu corpo vai subir consideravelmente. Como resultado, as ações ou efeitos dos remédios são amplificados, que irá, eventualmente, levar a hemorragia excessiva. 27 2.3 A LEGISLAÇÃO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NO BRASIL. Quanto ao registro dos fitoterápicos e sua liberação para venda, devem ser tomados uma série de procedimentos, que incluem estudos microscópicos do vegetal, toxicidade, análise farmacológica, entre outras. Para todas as etapas descritas existe uma legislação específica que define e regulamentam passo a passo, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (SILVA; RIBEIRO; RIBEIRO, 2017). De acordo com os autores Balbino e Dias (2011) a toxicidade de medicamentos preparados com plantas pode parecer trivial, quando comparada com os tratamentos convencionais, entretanto é um problema sério de saúde pública. Plantas medicinais podem desencadear reações adversas pelos seus próprios constituintes, devido a interações com outros medicamentos ou alimentos, ou ainda relacionados a características do paciente (idade, sexo, condições fisiológicas, características genéticas, entre outras). De acordo com a Portaria n 22, de 30 de outubro de 1967, publicada pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e da Farmácia sob a influência dos eventos adversos promovidos pela talidomida, foi o primeiro ato normativo a estabelecer normas para o emprego de preparações fitoterápicas no Brasil, além de conceituar Produto Fitoterápico como “preparação obtida de droga de origem vegetal” (OLIVEIRA et al., 2016). A primeira atualização da legislação para registro de fitoterápicos no Brasil ocorreu em 1995, com a Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, que introduziu, para comprovação de eficácia e segurança, a apresentação de estudos de toxicologia e farmacologia pré-clínica e clínica. Previa também a isenção de registro para os fitoterápicos que estivessem incluídos em monografias farmacopeicas ou códigos oficiais, desde que apresentadas informações referentes à ausência de toxicidade, indicações terapêuticas e controle de qualidade. A isenção do registro era concedida por meio do cadastramento do fitoterápico junto ao Ministério da Saúde. Entretanto, antes do período estipulado para apresentação dos referidos estudos, a comunidade científica, juntamente com os órgãos reguladores, lançaram a Resolução nº 17, de 24 de fevereiro de 2000, demonstrando haver empenho na regularização de 28 fitoterápicos tanto do ponto de vista técnico-científico quanto legal (PERFEITO, 2012). As seguintes normas: RDC n° 17/2000, n° 48/2004, n° 14/2010 e n° 26/2014, mantiveram a mesma linha técnica usual aos demais medicamentos. A nacionalização dos conceitos de validação analítica, consolidados inicialmente na norma RE n° 475, de 19 de março de 2002, posteriormente substituída pela RE nº 899, de 29 de maio de 2003, ampliou os requisitos de qualidade (OLIVEIRA et al., 2016). Segundo o mesmo autor, o quadro regulatório para registro de fitoterápicos continuou sua evolução com a revogação da RDC n° 10/2010 e da RDC n° 14/2010, substituídas pela RDC nº 26, de 13 de maio de 2014, que definiu Fitoterápico em duas categorias: Medicamentos Fitoterápicos (MF) obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade; e Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTF) obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. Os requisitos inseridos na seção principal da norma explicitam que condições os produtos fitoterápicos devem cumprir para ter seus registros aceitos, condição para a permissão de produção e venda. Os requisitos podem ser divididos em requisitos tecnológicos, relacionados à produção e ao controle da qualidade; e requisitos terapêuticos, relacionados à segurança e eficácia do uso do medicamento (BRASIL, 2010b). Os requisitos dos primeiros abordam o produto de cada etapa da produção do fitoterápico como definidas a seguir (Quadro1). 29 Quadro 1 - Regulamento técnico para a produção de medicamentos fitoterápicos. Marcador Componente ou classe de compostos químicos, presente na matéria-prima vegetal, idealmente o próprio princípio ativo, e preferencialmente que tenha correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no controle de qualidade da matéria-prima vegetal e dos medicamentos fitoterápicos. Matéria prima vegetal Planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivados de droga vegetal. Nomenclatura botânica oficial completa Gênero, espécie, variedade, autor do binômio, família. Nomenclatura botânica Gênero e espécie. Princípio ativo de medicamento fitoterápico Substância, ou classes de compostos químicos, quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento fitoterápico. Fonte: Consulta Pública nº 94, de 6 de novembro de 2003 (ANVISA, 2003). Antes de serem utilizados os fitoterápicos passam por um processo de industrialização, o qual irá evitar contaminações por microrganismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada (Figura 4). Todos esses procedimentos permitem uma maior segurança de uso (SILVA et al. 2017). 30 Figura 4 - Etapas exigidas pela ANVISA para a aprovação do registro de medicamentos fitoterápicos. Essas etapas são exigidas pela Anvisa para garantir a segurança da saúde da população, ou seja, os mesmos são avaliados quanto a sua segurança, eficácia e qualidade antes de serem expostos a venda para utilização pela população (CARVALHO et al., 2008). 2.3.1 A Regulamentação das Bulas A importância das bulas é servir como fonte de informação rápida para profissionais da saúde, para com isso sanar dúvidas de pacientes relacionadas à prescrição. Sua importância está relacionada a dados que mostram que mesmo após consulta médica e dispensa dos medicamentos em estabelecimentos farmacêuticos muitos pacientes continuam com dúvidas relacionadas aos medicamentos (OENNING; OLIVEIRA; BLATT, 2011). Em contrapartida com sua importância, as bulas de medicamentos possuem deficiências na apresentação gráfica da informação que podem afetar negativamente sua compreensão e consequentemente a realizaçãoda tarefa (SPINILLO; PADOVANI; LANZONI, 2011). A bula é dirigida a dois tipos de leitores, o profissional de saúde como os médicos, enfermeiros, farmacêuticos e o paciente, considerado como leigo. Para os cidadãos com pouco estudo que sentem dificuldades no momento de Estudos Microscópicos do Vegetal Toxicidade Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA Análise Farmacológica Registro de Fitoterápicos Liberação pra Venda 31 uma leitura e de interpretar o que é lido, ou por um idoso, algumas bulas são consideradas difíceis de entender. Mas a escolaridade em grau maior não significa que o paciente compreenderá o conteúdo das bulas, sendo informação segundo o Índice de Letramento Científico (VIEIRA, 2015). Muitas vezes ocorrem problemas com a leitura, compreensão do texto, tamanho da letra na maioria das vezes muito pequena, o exagero de informações em termos desconhecidos pelos pacientes, frases longas e complicadas e uso de normas em excesso apresenta-se como uma bula com problemas de interpretação (PIRES, 2015). Além disso, as informações direcionadas como científicas, geralmente são consideradas como complicadas e de difícil interpretação. Um documento que acompanha os medicamentos definido como bula e considerado como legítimo, para ser lido e entendido, mesmo com anotações técnico-científica deve ser de fácil compreensão e com uma linguagem simplificada para os leigos (PIRES, 2014). O conteúdo da bula de medicamentos, no Brasil, baseia-se nas informações dos registros de aprovação dos medicamentos previamente submetidas à ANVISA, responsável por sua regulação, análise e aprovação (Quadro2). As informações de registro são de natureza técnico-científica, provenientes dos resultados obtidos no desenvolvimento de um medicamento por meio de pesquisas clínicas. Isso caracteriza a bula como um documento descritor do medicamento, assim como um produto da Ciência e Tecnologia e resultante da atividade de Pesquisa e Desenvolvimento. Mesmo que sua leitura seja informativa, ela é essencial no acesso à informação sobre medicamentos (FUGITA; MACHADO; TEIXEIRA, 2014). 32 Quadro 2 - Dispositivos jurídicos publicados no Diário Oficial da União sobre a bula de medicamentos fitoterápicos. Ano Tipo de instrumento jurídico Órgão regulador Descrição 1946 Decreto n. 20.391, 14 de janeiro de 1946. Diário Oficial da União 1946; 19 jan. Ministério da Saúde – MS. Aprova por decreto o regulamento da Indústria Farmacêutica no Brasil. 1959 Portaria n. 49, 10 de agosto de 1959. Diário Oficial da União 1959; 17 ago. Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia – SNFM. Regula a apresentação e o exame de rótulos e bulas de produtos farmacêuticos, produtos oficinais, dietéticos, cosméticos, de higiene, toucador. 1984 Portaria n. 65, 28 de dezembro de 1984. Diário Oficial da União, Brasília, 31 Dez.1984. seção 1. p. 19931. Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária – SNV. Institui roteiro de bula a ser seguindo em todas as bulas de medicamentos registrados no Brasil. 1997 Consulta pública n. 95, 19 de novembro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 nov. 2001. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Realizou consulta pública para que sejam apresentadas críticas e sugestões à proposta publicada, considerando que os textos da bula de medicamentos, dispostos no mercado, possam ser reavaliados em face da heterogeneidade das informações para o consumidor e profissionais 2001 Consulta pública n. 95, 19 de novembro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 nov. 33 2001. de saúde. 2003 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), n. 140, 29 de maio de 2003. Diário Oficial da União 2003; 24 set. ANVISA Institui roteiro para texto de bula de medicamentos quanto à forma e ao conteúdo e publica a lista de medicamentos padrão para texto de bula. 2009 Consulta pública n.1, 23 de janeiro de 2009. Diário Oficial da União 2009; 26 de jan. ANVISA Realizou consulta pública para que sejam apresentadas críticas e sugestões relativas à proposta de Resolução que aprova regras de elaboração, de publicação, de atualização e de harmonização das bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. 2009 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), n. 47, 8 de setembro de 2009. Diário Oficial da União DOU. No 172, de 9-9-2009, Seção 1, p. 31. ANVISA Estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Fonte: Brasil, 1946, 1959, 1984, 1997, 2001, 2002, 2003, 2009b; Anvisa, 2010. De acordo com o quadro 2, as bulas de medicamentos começaram a ser regularizadas pelo órgão responsável brasileiro no inicio de 1946, após o Continuação. 34 Ministério da Saúde (MS) editar o decreto nº 20.337 instituindo a regulação das Indústrias Farmacêuticas. Quanto ao conteúdo das bulas, segundo as exigências do decreto nº 20.337, poderiam “apenas fazer referência à ação dos seus componentes, sendo as indicações terapêuticas rigorosamente limitadas aos termos do licenciamento.” Nos rótulos dos medicamentos fitoterápicos, deveriam constar “obrigatoriamente: a denominação do que as caracteriza, a fórmula, o modo de usar, o local de fabricação, o nome do técnico responsável, o número e data da licença, a declaração de ‘venda sob receita médica’, quando exigida pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia - SNFM (FUGITA; MACHADO; TEIXEIRA, 2014). Os medicamentos produzidos no Brasil e, também, os importados, segundo a legislação vigente, tem a obrigatoriedade de incluir a bula na embalagem dos medicamentos. O roteiro de normatização para a construção dos textos das bulas de medicamentos foi introduzido, pela Portaria nº 65, da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de 28 de dezembro de 1984, em vigor até março de 1997, que foi substituída pela Portaria nº 110, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), de 18 de março de 1997. Esta última portaria foi substituída, recentemente, pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 140, de 29 de maio de 2003, publicada no Diário Oficial da União (DOU), a qual determina, atualmente, o conteúdo e organização das bulas de medicamento para pacientes e profissionais de saúde (SANTOS JUNIOR et. al., 2014). A bula constitui no principal material informativo sobre o medicamento em relação ao paciente-usuário. No que diz respeito à normatização das bulas no Brasil, a ANVISA publicou a RDC 137, 138 e 140, todas de 29 de maio de 2003. Estas resoluções tratam do registro e renovação e sua autorização pertinente ao atendimento das advertências presentes em bulas e rótulos; do enquadramento na categoria de venda de medicamentos; e estabelece regras das bulas de medicamentos para pacientes e profissionais da saúde (BRANCO, 2010; SILVA et al., 2016). A RDC nº 95 de 11 de dezembro de 2008, regulamenta o texto de bula de medicamentos fitoterápicos considerando que a padronização de bulas de medicamentos configura a ação essencial para promoção do uso racional, pois informações incorretas ou não atualizadas na bula podem induzir a prescrição 35 e ao uso incorreto do medicamento. Além do efeito direto na saúde pública, a padronização irá diminuir o tempo de análise técnica para o registro de medicamentos, além de diminuir as possíveis diferenças de tratamento. Portanto, adota-se esta resolução devido à observação de que as bulas encontradas no mercado não são uniformes e trazem informações distintas e, às vezes, até conflitantes, fazendo com que o medicamento registrado com base no mesmo derivado de drogavegetal apresente indicações diferentes de acordo com a empresa que o comercializa (FREIRAS; TIUMAN, 2012). Dentre outras inovações, a indústria farmacêutica passou a ser responsável pela elaboração de uma bula específica para o usuário, com termos de mais fácil compreensão e escritos em letras maiores, com o objetivo de melhorar o entendimento e alertar para os riscos da automedicação. Entretanto, na prática, notam-se ainda erros informacionais nos textos de bula publicados no país, embora uma nova resolução publicada em 2009, a RDC nº 47, tenha surgido com o propósito de aperfeiçoar aspectos mais críticos para o entendimento textual (PAULA, 2009). As bulas devem seguir uma formatação, na forma de perguntas e respostas, com informações em linguagem simples e completas, buscando realmente informar e esclarecer dúvidas de acordo com a Resolução - RDC Nº 47, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009 (RDC Nº 47, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009). É importante ressaltar que existem dois formatos diferentes de bulas, uma destinada ao paciente e outra ao profissional da saúde (BRASIL, 2010a). No registro, renovação e pós-registro, as bulas são analisadas, cabendo ao especialista da ANVISA avaliar sua veracidade e adequação à legislação. As informações disponibilizadas na bula pelas empresas devem ser submetidas à análise criteriosa, pois são estes dados que estarão disponíveis para informar usuários e profissionais de saúde, além de fazer parte em anúncios e campanhas publicitárias. Nenhuma informação não aprovada no processo de registro pode ser veiculada em publicidade de medicamentos (FREIRAS; TIUMAN, 2012; BRANCO, 2010; SILVA et al., 2016). Em decorrência destas situações no Brasil, de 1946 até 2009, foram divulgados dispositivos legislativos reeditados pela ANVISA, sobre o desenvolvimento das normas que regulamentam a bula de medicamentos, sendo que os nove dispositivos eram relacionados aos obstáculos referentes 36 ao entendimento das bulas por pessoas que usam aquele tipo de remédio ou simplesmente por pessoas que lêem a bula (BRASIL, 2014). A RDC nº 47 publicada pela ANVISA, em 2009, estabeleceu regras para as bulas de medicamentos regulamentando alguns itens como: tamanho da fonte, conhecimento sobre os remédios genéricos e equivalentes, acesso às recomendações da bula para os deficientes visuais e precisão para os usuários e capacitados na área de saúde, além da disponibilidade eletrônica por mais conhecimentos e com mais facilidade (ALMEIDA, 2015). Tudo isso para facilitar a leitura da bula de medicamento, assim como a mudança do tamanho de letra houve a mudança no espaçamento que separa uma linha da outra entre os parágrafos (ARAGÃO, 2009). No Brasil quem utiliza o sistema de saúde tem o direito garantido pela Lei Orgânica da Saúde às informações da bula. Mas todo esse conhecimento do conteúdo disponibilizado e da noção de acesso e direito apenas contribuirá positivamente através da clareza da leitura adequada às precisões da informação e o nível de conhecimento das pessoas que utilizam o sistema (FUJITA et al., 2015). Ler e interpretar um texto é essencial para o entendimento; e com a bula não seria diferente já que ela traz relatos sobre a apresentação técnica do medicamento, noções necessárias ao usuário e situações legais competentes. (ARAGÃO, 2009). Portanto, a ANVISA, estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde (ANVISA, 2009). A ANVISA é a entidade responsável pela regulação de medicamentos e de outros produtos e serviços relacionados à saúde no Brasil. Antes de ser disponibilizado à população, todo medicamento deve ter seu registro sanitário aprovado pela ANVISA. No processo de registro, são analisados dados sobre a produção, o controle de qualidade, ensaios de segurança e eficácia, dados legais da empresa farmacêutica, textos informativos de bula e de rótulo, entre outras informações (SILVA et al., 2016). 37 2.4 CONTROLE DE QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS Entende-se por qualidade o conjunto de critérios que caracterizam tanto a matéria-prima quanto o produto final. A eficácia é dada pela comprovação, através de ensaios farmacológicos pré-clínicos e clínicos, dos efeitos biológicos preconizados. A segurança é determinada pelos ensaios que comprovam a ausência de efeitos tóxicos, bem como pela inexistência de contaminantes nocivos à saúde como, por exemplo, metais pesados, agrotóxicos, microrganismos e seus produtos de degradação (KLEIN et al. 2010). Em relação à regulamentação das plantas medicinais e seus derivados, esta é feita pela a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), que tem como papel proteger e promover a saúde da população, garantindo a segurança sanitária de produtos e serviço e participando da construção de seu acesso. Um dos trabalhos realizados pela ANVISA é o registro de medicamentos, os quais são submetidos a testes que vão avaliar sua eficácia segurança e qualidade, antes de ser expostos à venda para a população (SOUZA; MACIEL, 2010). Muitas das preparações que utilizam plantas medicinais ainda necessitam de estudos científicos mais detalhados, incluindo padronização química, testes biológicos in vitro em modelos animais e avaliação clínica. Para a etapa de avaliação clínica, o controle de qualidade passa a ser uma prática totalmente indispensável. Métodos de controle de qualidade de algumas plantas medicinais já validados estão presentes em monografias encontradas, por exemplo, na farmacopeia dos Estados Unidos, farmacopeia Chinesa, monografias da OMS, farmacopeia Japonesa e farmacopeia Brasileira, que por sua vez, inclui 44 monografias de plantas medicinais na sua maioria não nativas do Brasil (MOREIRA; SALGADO; PIETRO, 2010). A RDC 17/2000, regulamenta que a matéria-prima para a produção de fitoterápicos deve ser isenta de contaminantes microbianos e biológicos, metais pesados e agrotóxicos (BEATRIZ et al. 2007). Em 2004, no Brasil, foi aprovada a Resolução nº 48, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e, entre outros pontos, abrange as etapas de controle de qualidade da droga 38 vegetal, do produto acabado e da importação de produtos fitoterápicos (MOREIRA; SALGADO; PIETRO, 2010). A necessidade do controle microbiológico desses produtos é importante, devido, principalmente, à segurança, eficácia e aceitabilidade desses produtos. A falha nas medidas preventivas e de controle do processo de fabricação pode levar ao comprometimento do desempenho do produto devido a quebra da estabilidade da formulação, a alteração das características físicas (cor, viscosidade) e químicas (inativação do princípio ativo) do produto com graves consequências à saúde do consumidor, pelo uso de produtos em desacordo com suas características de qualidade estabelecidas, ocasionando danos aos pacientes (SOUZA; MACIEL, 2010). O conhecimento sobre os fatores que influenciam a composição química de um fitoterápico e as partes da planta que possuem tais compostos em maior quantidade é fundamental e importante para a otimização da produtividade, a fim de tornar o produto final mais viável economicamente, e melhorar a qualidade dos medicamentos sem aumentar os custos na sua produção (CECHINEL-ZANCHETT, 2016). 3 METODOLOGIA 3.1 COLETA DAS AMOSTRAS Foi realizado um estudo quantitativo do tipo observacional em doze farmácias do centro comercial do município de Santo Antônio de Jesus - Bahia, durante o período de janeiro a abril de 2018. O centro comercial de Santo Antônio de Jesus foi selecionado por apresentar um maior número de farmácias do município e pelo grande fluxo de pessoas. Considerando apenas um registro por laboratório, foram encontrados 30 produtos para A. hippocastanum L., 34 paraG. biloba L. e 12 registros de produtos contendo T. indica L., com registros ativos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); destes foram encontradas na área de estudo, 9 contendo A. hippocastanum, 10 com G. biloba e 4 com T. indica nas fórmulas farmacêuticas de cápsulas ou comprimidos, totalizando 23 medicamentos 39 fitoterápicos analisados e comercializados nas farmácias do centro comercial de Santo Antônio de Jesus, Bahia. 3.2 ANÁLISES DE BULAS Os medicamentos adquiridos foram analisados de acordo com a Resolução RDC 47/2009 da ANVISA, que normatiza a elaboração do texto de bula, institui roteiro de texto, regras e padronização das bulas dos medicamentos fitoterápicos, seguindo a bula padrão. Os parâmetros analisados foram: se o produto é possuidor de bula ou não, presença de frases obrigatórias, presença das informações específicas como a denominação, nomenclatura botânica oficial, prazo de validade entre outros, presença de dizeres legais (registro do produto no Ministério da Saúde) e a existência de dizeres legalmente proibidos que induzam a automedicação ou utilização indevida (Anexo A, ANDRADE; FERREIRA, 2017). 3.2 ANÁLISES DE RÓTULOS Quanto às embalagens, foram analisadas segundo a adequabilidade de sua rotulagem de acordo com os dados gerais que constam da Resolução RDC 71/09 da ANVISA: nome comercial, nomenclatura botânica, gênero, espécie, conteúdo, logomarca da empresa, nome do fabricante, endereço completo do fabricante, CNPJ da empresa, sigla e número de registro no Ministério da Saúde, SAC, responsável técnico e número do CRF, número de lote, data de fabricação, data de vencimento, composição quantitativa e qualitativa, tinta reativa, selo lacre, código de barras e as expressões “MEDICAMENTO FITOTERÁPICO”, “USO ADULTO E/OU PEDIÁTRICO”, “INDÚSTRIA BRASILEIRA”, “Informações técnicas ao paciente: Vide bula”, “Conservar o produto em temperatura ambiente e protegido da luz e umidade”, “Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças”, “Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação médica”. (Anexo B, FREITAS; TIUMAN, 2012). Os dados foram calculados os valores percentuais no programa Microsoft Office Excel versão 2010, para a construção de quadros e tabelas. 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 ANÁLISE DAS BULAS Nas análises das bulas, constatou-se que todas apresentavam erros de ortografia e tradução. Os erros mais comuns foram o uso da palavra “dosagem” ao invés da forma correta dose, e o uso da palavra “superdosegem,” no lugar da forma correta que é superdose ou dose excessiva; erros também confirmados no estudo realizado por Andrade e Ferreira (2017) realizando o mesmo tipo de análise na cidade de Pratos de Minas, Minas Gerais. Em relação ao item “Identificação do Medicamento” todas as bulas analisadas dos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L., apresentavam o nome comercial e 43% não apresentavam bulas. Em 57% das bulas, porém apresentaram a nomenclatura botânica incompleta e em 51,6% não relataram a parte da planta utilizada (Tabela 1). Tabela 1. Percentual de conformidade das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L. e T. indica L. analisadas em relação ao tópico “Identificação do medicamento”. Identificação do medicamento Ausente (%) Em desacordo (%) Incompleto (%) Correto (%) Nome comercial - - - 100 Nomenclatura botânica 43 - 57 - Parte da planta usada 51,6 - 48,94 Fonte: Pesquisa de campo. A ausência de bulas nos medicamentos fitoterápicos analisados é um fator bastante preocupante, pois as bulas são necessárias para indicar aos pacientes de que forma o medicamente pode ser utilizado. Os consumidores ao adquirirem um medicamento industrializado, esperam encontrar, como principal método informativo, a bula; e para que as informações contidas cumpram seu propósito e sejam proficientes, devem ser apresentadas de forma objetiva, atualizada e completa (SILVA et al., 2016). 41 Os erros encontrados nas bulas dos medicamentos fitoterápicos analisados, mostram a necessidade de fiscalização da comercialização destes fitoterápicos, que mesmo com as exigências dos órgãos competentes com relação a sua venda, ainda são comercializados com erros ou informações incompletas em suas bulas. No entanto, é necessário elucidar que mesmo com as inúmeras vantagens e o fato de ser produzido de matéria natural, o uso de fitoterápicos e plantas medicinais podem desencadear reações adversas. Essas reações estão relacionadas a deficiência na fabricação, que podem ocorrer por identificação incorreta da planta, levando a erro de medicação e contaminação por praguicidas (FIGUEREDO; GURGEL; GURGEL JUNIOR, 2014). A ausência de apresentação nas bulas de informações básicas, como a sua correta nomenclatura botânica e a parte da planta utilizada, pode levar o consumidor ao uso de um medicamento que o mesmo já tenha manifestado problemas de saúde, como alergias dentre outros, ao consumir a planta base do medicamento, em alguma preparação caseira e por não constar estas informações, os mesmos problemas podem ser manifestados com o uso do medicamento. A ausência ou a inadequação das informações nas bulas destes medicamentos podem ocasionar problemas até mais graves, dependendo das ações dos mesmos no organismo dos pacientes que lhe fazem uso. A bula é um item obrigatório nas embalagens dos medicamentos que são registrados e comercializados no Brasil. A ausência da bula nos medicamentos, estava sendo justificada com a RDC 267/2005 da ANVISA, que aprova o regulamento técnico de espécies vegetais para preparo de chás, e exclui as com finalidade terapêutica. O uso indiscriminado de produtos à base de plantas medicinais, sem orientações médicas, com indicações duvidosas, pode ser perigoso para a população, sendo muitas vezes, agravado pela falta de informações fidedignas (ETHUR et al., 2011). Os produtos fitoterápicos que estão isentos de registro, são aqueles de fórmula e preparação fixas, cuja conservação seja boa e relativamente longa, cujas fórmulas estejam inscritas na Farmacopeia Brasileira ou nos formulários aceitos pela Comissão de Revisão da Farmacopeia do Ministério da Saúde, bem como, as matérias-primas e insumos inscritos nos respectivos formulários. Aqueles que embora não tenham suas fórmulas inscritas na Farmacopeia 42 Brasileira, sejam aprovados pelo órgão de vigilância sanitária competente do Ministério da Saúde também estão isentos (FREITAS; TIUMAN, 2012). Na análise das bulas no tópico “Informação ao paciente”, apenas o item “Onde, como e por quanto tempo posso guardar este medicamento?” apresentou ausência em 57,0% das bulas analisadas, além de 8,6% estarem incompletas no item “Para que este medicamento é indicado?” e 25% para o item “Como devo usar este medicamento?” não estando em conformidade com a legislação brasileira vigente (Tabela 2). Tabela 2. Percentual de conformidades das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação a análise do tópico “Informação ao paciente”. Informação ao paciente Ausente (%) Em desacordo % Incompleto (%) Correto (%) Para que este medicamento é indicado? 43,0 - 8.6 48,4 Como este medicamento funciona? 43,0 - - 57,0 Quando não devo usar este medicamento? 43,0 - - 57,0 O que devo saber antes de usar este medicamento? 43,0 - - 57,0 Onde, como e por quanto tempo posso guardar este medicamento? 57,0 - - 57,0 Como devo usar este medicamento? 25,0 - 25,0 50,0 O que devo fazer quando eu me esquecer de tomar este medicamento? 43,0 - - 57,0 Quais os males que este medicamento pode causar? 43,0 - - 57,0 O que fazer se alguémusar uma quantidade maior que a indicada deste medicamento? 43,0 - - 57,0 Fonte: Pesquisa de campo. 43 Percebe-se que as quantidades de informações existentes nas bulas de medicamentos são importantes para o paciente e os profissionais da saúde. Essas informações indicam todo o processo de como usar, do que fazer ou não fazer enquanto estiver tomando o medicamento ou aplicando em alguma parte do corpo, das reações adversas que podem causar ao organismo. Faz-se entender que quando o usuário depara-se com algum obstáculo diante da leitura, é seu direito procurar ajuda, tornando neste sentido dever do farmacêutico em ajudar no processo de entendimento e interpretação da bula para que não aconteça nenhum erro prejudicial à saúde. De acordo com a bula padrão, neste item deve conter as posologias, com o limite máximo diário de administração, exposto em unidades de medida ou unidade farmacotécnica correspondente (ANDRADE; FERREIRA, 2017). Com relação as bulas do G. biloba, em 8,6% delas traziam informações incompletas no item: “Para que este medicamento é indicado”? Estas informações estavam com indicações não estabelecidas na bula padrão, como zumbidos, tinidos e câimbras. As indicações previstas na bula padrão são “desordens e sintomas decorrentes da deficiência do fluxo sanguíneo cerebral como problemas de memória, função cognitiva, tonturas, dor de cabeça, estágios iniciais de demências (como o Alzheimer e demências mistas) e problemas na retina” (ANDRADE; FERREIRA, 2017; BRANCO, 2010; MOURA; CARVALHO; FALCÃO, 2014). Visto que todas as informações contidas na bula são de extrema importância, caso o usuário não entenda o que está escrito, a sugestão é perguntar ao médico ou ao farmacêutico do que se trata, eles darão as informações necessários para que o medicamento seja consumido com segurança. A bula é considerada como um instrumento educativo que auxilia o entendimento e compreensão do medicamento que vai ser usado (MAIA et al., 2012). Além disso, existe as infrações às normas da ANVISA, que está no fato das empresas colocarem a saúde dos consumidores em alto risco, não alertando os mesmos quanto aos perigos do uso incorreto e se caso ocorra, não o informando qual atitude cabível ele deva tomar. Assim, o consumidor acaba sendo lesado, quando recorre à automedicação, uma vez que consome fármacos impróprios e de modo inadequado (FREITAS; TIUMAN, 2012). 44 As informações destinadas ao uso do medicamento, devem ser bem claros e a sua ausência ou a falta de algum item informativo, compromete a sua posologia e consequentemente a sua possível eficácia, podendo não apresentar o efeito desejado. Assim como, em uma dosagem com o limite máximo diário de administração, o mesmo pode ocasionar danos à saúde ou até a morte do paciente. Em relação ao tópico “Dizeres legais”, 43% das bulas não apresentaram nenhuma das informações relacionadas aos dizeres legais e em 57% estes dizeres estavam presentes nas bulas analisadas (Tabela 3). Neste tópico, deve ser observado se abrange o Responsável Técnico, o registro no Ministério da Saúde, o nome e endereço do fabricante e titular do registro, bem como o CNPJ e o telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da indústria. Estas informações são necessárias, pois o consumidor precisa ter ciência de que qualquer problema de ordem fisiológica, com relação a sua saúde ou de alterações físicas e organolépticas do medicamento, o mesmo pode ter a quem recorrer. Tabela 3. Percentual de conformidades das bulas de medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação a análise do tópico “Dizeres Legais”. Dizeres legais Ausente (%) Em desacordo (%) Incompleto (%) Correto (%) Registro no ministério da Saúde. 43 - - 57 Responsável técnico. 43 - - 57 Nome da empresa. 43 - - 57 Cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ). 43 - - 57 Telefone de atendimento ao consumidor (SAC) da empresa. 43 - - 57 Fonte: Pesquisa de campo. 45 No estudo de Andrade e Ferreira (2017) foi encontrado resultados semelhantes aos observados nesta pesquisa, sendo que os medicamentos que não apresentaram as bulas foram inclusos na categoria de ausentes. A preocupação, por parte do consumidor, com relação ao fabricante ou empresa responsável pelo produto é fator importante, pois demonstra que a qualidade do produto comercializado deve ser rigorosamente controlada, em um estudo realizado por (Ethur et al., (2011), sobre plantas medicinais demostraram que podem trazer riscos aos usuários por não possuir o registro no ministério da saúde, deixando de comprovar o uso seguro e eficaz do medicamento. Com relação as “Frases obrigatórias”, em 51,06% das bulas analisadas o item “Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde” estava ausente. Os itens “Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista”, “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas e em amamentação sem orientação médica ou do cirurgião-dentista” e “Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos”, estavam incompletos em 57%, 35% e 25,80% respectivamente nas bulas estudadas (Tabela 4). Estas informações são extremamente importantes nas bulas dos medicamentos, pois a ausência ou as informações incompletas compromete o uso adequado do medicamento, uma vez que, pode acarretar problemas a saúde do consumidor para o qual aquele medicamento é contraindicado. Além disso, a supressão de informações, pode causar dúvidas, se o fitoterápico pode ou não ser consumido pelo paciente. Mesmo porque este tópico abrange as precauções, contraindicações e medidas que favorecem o uso correto dos medicamentos. Devem ser escritas em negrito, para chamar a atenção e com fonte que não seja de tamanho inferior à fonte utilizada no restante da bula (ANDRADE; FERREIRA, 2017). 46 Tabela 4. Percentual de conformidades das bulas dos medicamentos fitoterápicos contendo A. hippocastanum L., G. biloba L e T. indica L., em relação ao tópico “Frases Obrigatórias”. Frases Obrigatórias Ausente (%) Em desacordo (%) Incompleto (%) Correto (%) Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos. 43,00 - 25,80 31,20 Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas e em amamentação sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. 35,00 - 35,00 30,00 Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. 43,00 - - 57,00 Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. 51.06 - - 48,94 Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. 43,00 - - 57,00 Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. 43,00 - - 57,00 Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. 43,00 - - 57,00 Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças. 43,00 - - 57,00 Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. 43,00 - - 57,00 Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião- 43,00 - 57,00 - 47 dentista. Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento. 43,00 - - 57,00 Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
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