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DIREITOS FUNDAMENTAL A MORADIA DIGNA E A POLITICA HABITACIONAL NO BRASIL

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DIREITOS FUNDAMENTAL A 
MORADIA DIGNA E A POLITICA 
HABITACIONAL NO BRASIL 
 
Nome: Teofanes Antonio Sales Junior MAT. 201403409, 9° período, Curso: 
Direito. 
 
Título: Direitos Fundamental a Moradia Digna e a Política Habitacional No 
Brasil. 
Autores: Leopoldo Sellmann Souza Filho. 
 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO 
1.1 Habitação como direito humano 
A Declaração Universal dos Direitos do Humanos de 1948, o Pacto 
Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações 
Unidas (PIDESC) de 1966 e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e 
Políticos das Nações Unidas de 1966 são os três instrumentos que 
compõem a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos. 
Contudo há diversos instrumentos internacionais, mais citamos os três 
principais que regem os direitos universal do homem como ser humano, com 
direito a vida, saúde, alimentação digna, o vestuário e a moradia. Igual 
reconhecimento é realizado pelos Estados Partes no art. 11 do Pacto 
Internacional sobre os direitos econômicos, sociais e culturais das Nações 
Unidas, promulgado no Brasil através do Decreto nº 591 de 1992 (BRASIL, 
1992). 
Tema que vem merecendo tornar um direito humano uma vez que um local 
adequado de moradia possibilita a própria dignidade, como por exemplo a 
água potável e o saneamento diretamente ligado a uma habitação digna. 
O pacto internacional cada Estado membro usa seus próprios recursos para 
que tenha medidas concretas como administrativas, judiciais, econômicas, 
sociais e educativas todas com o objetivo de cumprir as obrigações 
assumidas no pacto. A formulação de políticas públicas compatíveis no 
pacto é obrigatória, para moradia digna. Sendo assim os Estados devem 
adotar uma estratégia nacional que defina objetivos para melhoria do setor, 
identificando recursos disponíveis e a maneira mais eficiente de sua 
utilização (ONU – Habitat, 2010). 
 
https://www.direitonet.com.br/artigos/perfil/exibir/323748/Leopoldo-Sellmann-Souza-Filho
1.2.1 O conteúdo do direito à habitação digna 
Elemento que constituem o direito a habitação digna: 
Economicidade: a moradia não é adequada, se o seu custo ameaça ou 
compromete o exercício de outros direitos humanos dos ocupantes. 
Habitabilidade: a moradia não é adequada se não garantir a segurança 
física e estrutural, proporcionando um espaço adequado, bem como 
proteção contra o frio, umidade, calor, chuva, vento, outras ameaças à 
saúde. 
Acessibilidade: a moradia não é adequada se as necessidades específicas 
dos grupos desfavorecidos e marginalizados não são levadas em conta. 
Localização: a moradia não é adequada se for isolada de oportunidades de 
emprego, serviços de saúde, escolas, creches e outras instalações sociais 
ou, se localizados em áreas poluídas ou perigosas. 
Adequação cultural: a moradia não é adequada se não respeitar e levar 
em conta a expressão da identidade cultural (ONU, 1991 apud BRASIL, 
2013, p. 13). 
Cada um deste elementos não cumpridos são considerados um desrespeito 
ao direito nos termos em que ele foi fixado nos instrumentos internacionais 
de direitos humanos. 
1.2.2 Equívocos comuns quanto à compreensão do direito à moradia 
Deixaremos bem claro que o estado não está obrigado a dar habitação para 
todos e sim prover meios e mesmo facilitar a habitação aos mais 
necessitados como no caso de desastres naturais. Outro erro é confundir o 
direito a moradia com direito de propriedade, como sendo um direito mais 
amplo, um lugar digno de viver e que pode adquirir formas como aluguel, 
arrendamento, habitação de emergência, cooperativa de habitação, entre 
outras que não somente de propriedade. 
 
1.3 Direito à moradia no Brasil 
O direito é assegurado no Art.° 6 da C.F./1988 que afirma que sem os 
direitos sociais como a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
a maternidade e a infância, a assistência aos desamparados na forma da 
Constituição. 
Outros artigos falam do bem estar de seus habitantes, o desenvolvimento 
de políticas de desenvolvimento urbano e pleno desenvolvimento social. 
Afim de assegurar o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da 
segurança e do bem estar dos cidadãos. 
Conhecemos o Estatuto da Cidade conforme Lei 10.257/2001, para 
assegurar estes direitos sendo conhecida como uma das leis mais 
avançadas do planeta. (MARICATO, 2009). Outro marco legal é a Lei 
11.481/2007, que prever medidas para a regulamentação fundiária de 
interesse social em imóveis da união. 
Como um importante instrumento para implementação da Política Nacional 
de Habitação, a Lei nº 11.124/2005 previu a elaboração do Plano Nacional 
de Habitação, o que foi realizado em 2009 pelo Ministério das Cidades, que 
o considera como um pacto nacional pela moradia digna. No documento é 
formulada uma estratégia de longo prazo, estruturada em quatro eixos: 
financiamento e subsídio; política urbana e fundiária; arranjos institucionais 
e cadeia produtiva da construção civil; que estão articulados a fim de 
universalizar o acesso à moradia digna para a população Brasileira 
(BRASIL, 2010). 
1.4 O Programa Minha Casa, Minha Vida 
Em 25 de março de 2009, o Governo Federal editou a medida provisória n° 
459 que posteriormente foi convertida na Lei 11.977, que explanava o 
programa Minha Casa, Minha Vida. No seu texto original destinava a criar 
mecanismos de incentivos a produção e aquisição de novas unidades 
habitacionais pelas famílias com renda mensal até 10 salários mínimos, que 
residiam em qualquer município Brasileiro (2010). 
O papel dos Estados e dos Municípios é tão somente o de organizar a 
demanda, elaborar os cadastros e encaminhá-los à CEF e o de facilitar a 
produção, o que vem ocorrendo com a desoneração tributária e 
flexibilização da legislação urbanística e edilícia quando necessário. Para 
municípios com mais de 50 mil habitantes, como o caso de Ilhéus – BA, 
pode haver ainda a contrapartida do poder público local com a doação do 
terreno para edificação do empreendimento. (ROMAGNOLI, 2012). 
As empresas do setor da construção civil têm a responsabilidade de 
elaborar os projetos de acordos com as especificações do PMCMV, 
principalmente quanto ao cálculo da unidade habitacional, de forma que se 
enquadre no perfil a ser financiado. Com esse desenho a empreiteira não 
tem como promover a especulação imobiliária. Contudo, o lucro tem sido 
produzido a partir da redução dos custos de construção e de aquisição do 
terreno em que se ergue o empreendimento. Essa lógica tem empurrado as 
construções pelo PMCMV para a periferia das cidades, regiões muitas 
vezes carentes de infraestrutura básica. (NETO; MOREIRA; SCHUSSEL, 
2011). 
Outra questão levantada é a convivência em condomínio, algo novo para a 
maioria dos moradores, com implicações no custo da moradia, mas também 
nas relações com os vizinhos. A formação de grupos rivais e o atrito entre 
eles, como noticiado acerca do espancamento de um jovem (BOCÃO, 
2014), revela uma situação preocupante. Já quanto aos custos do 
condomínio, é importante lembrar que muitos dos beneficiados pelo 
programa são oriundos de áreas de risco e de moradias precárias, onde não 
tinham despesas com água ou energia, que muitas vezes eram providas 
através de instalações irregulares. Hoje, além de arcar com o custo do 
financiamento do imóvel pelo prazo de 120 meses, possuem despesas com 
água, energia e, para aqueles que foram deslocados para longe de seu 
trabalho ou escola, com transporte. 
 
 
Avaliação Crítica 
 
Ainda em que pese que o programa minha casa minha vida foi uma jogada política, 
temos alguns pontos positivos e negativos senda assim devemos observá-los, na 
perspectiva de onde os moradores daquele complexo habitacional viviam antes de 
morar em suas unidades observamos um ponto positivo nesta perspectiva. 
 
Mas diante da ineficiência do material usado para construção das unidades, foi 
observado uma qualidadeinferior, sendo assim teve uns grandes desgastes em 
telhados, infiltrações ofendendo assim o princípio da habitabilidade. 
 
Vimos a ineficiência dos estados e municípios em colocar serviços essencial de 
saúde e educação. 
 
Mesmo sendo ofertado este teto não atendeu as normas internacionais de moradia 
digna que englobam os serviços de saúde e educação que não foram fornecidos 
pelos estados e municípios.

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