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AULA 4 
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Profª Simone Schemberg 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Agora que você já conhece o atual conceito da educação especial, é 
importante saber de seus serviços, relacionando o papel das tecnologias 
assistivas (TAs). São os serviços da educação especial, enquanto rede de apoio 
ao ensino regular, que contemplam práticas pedagógicas que visam 
complementar e suplementar a sala de aula comum. Assim, esses serviços não 
devem se dar dissociados do que se passa em sala de aula, mas deve haver um 
trabalho em rede, em conjunto, em parceria, para que haja sucesso no processo 
inclusivo. Tanto o ensino comum deve conhecer o trabalho da educação especial 
quanto vice-versa. 
Um dos serviços da educação especial é o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), que tem hoje caráter pedagógico e ocorre prioritariamente 
no espaço da Sala de Recursos Multifuncionais, local privilegiado para o uso das 
tecnologias assistivas. O profissional que atua nesse espaço deve ser conhecedor 
desses artefatos, já que é por meio dele que o aluno terá acesso à aprendizagem 
acerca do uso e da autonomia dessas tecnologias, podendo estender seu uso 
para a sala de aula comum. 
Desse modo, é imprescindível conhecer o papel do AEE e das Salas de 
Recursos Multifuncionais no contexto das TAs. 
CONTEXTUALIZANDO 
Ao pensar no contexto inclusivo, logo nos vem à tona as dificuldades e os 
obstáculos que se fazem presentes, e sobretudo se pensa nos alunos com 
deficiência, embora a inclusão não esteja relacionada apenas a esse público. 
Vamos, então, refletir sobre os seguintes questionamentos: 
Observe a Figura 1: vamos pensar em um aluno com uma limitação visual 
inserido numa sala de aula regular. Quais seriam as dificuldades? 
 
 
3 
Figura 1 – Reflexão 
 
Crédito: Lorelyn Medina/Shutterstock. 
Agora que tal mudarmos nosso ponto de partida e refletirmos a partir de 
outro questionamento: Vamos pensar em um aluno com uma limitação visual 
inserido numa sala de aula regular. Quais seriam as possibilidades? 
Figura 2 – Reflexão (2) 
 
Créditos: Florian Augustin/Shutterstock; Lorelyn Medina/Shutterstock; Mykola 
Komarovskyy/Shutterstock; wavebreakmedia/Shutterstock. 
Quando mudamos nosso ponto de partida para os questionamentos, 
pensamos nas possibilidades e não nas limitações, mas é preciso que 
conheçamos os recursos e artefatos disponíveis ou que podemos produzir a favor 
dessas possibilidades. Luand e Mendes (2008, p. 131) dizem que “muitas vezes 
os serviços de educação especial desconhecem ou subutilizam os recursos e 
equipamentos de tecnologia assistiva, o que pode ter um impacto significativo na 
possibilidade de inclusão, seja escolar ou social, desses alunos.”. Além disso, os 
 
 
4 
demais envolvidos no processo educacional devem ter conhecimento acerca 
desses artefatos. 
TEMA 1 – A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS 
ASSISTIVAS 
Dentre os serviços da educação especial está o Atendimento Educacional 
Especializado, entretanto, como você já pôde refletir até aqui, é necessário um 
trabalho em parceria, ou seja, a inclusão dos alunos com deficiência tem de ser 
percebida como responsabilidade de todos, abrangendo desde a organização dos 
espaços até a efetivação coerente dos serviços. Ou seja, assim como referido no 
documento que trata da educação especial na perspectiva da inclusão escolar 
(Brasil, 2010a, p. 10), ao dizer que: 
A organização de uma sala de aula é atravessada por decisões da 
escola que afetam os processos de ensino e de aprendizagem. Os 
horários e rotinas escolares não dependem apenas de uma única sala 
de aula; o uso dos espaços da escola para atividades a serem realizadas 
fora da classe precisa ser combinado e sistematizado para o bom 
aproveitamento de todos; as horas de estudo dos professores devem 
coincidir para que a formação continuada seja uma aprendizagem 
colaborativa; a organização do Atendimento Educacional Especializado 
– AEE não pode ser um mero apêndice na vida escolar ou da 
competência do professor que nele atua. 
Nesse sentido, o trabalho em rede é que ditará o sucesso no processo de 
ensino-aprendizagem. Ainda, as tecnologias assistivas só terão funcionalidade se, 
além de estarem disponíveis, forem ofertados meios para que os usuários as 
utilizem; devem ter objetivos e diversos fatores devem ser levados em 
consideração. 
Leitura complementar 
“As TA têm excelentes hipóteses de êxito se forem apropriadas, ou seja, 
eficazes (em relação às tarefas previstas, realizam o que delas se espera), 
contextuais (bem adaptadas ao meio e contexto de utilização) e consonantes 
(consistentes com o modo de vida e personalidade do utilizador).” (Eustat, citado 
por Galvão Filho, 2012, p. 19) 
Ou seja, é preciso pensar no uso funcional das TAs no contexto inclusivo. 
Outro elemento importante na efetivação da inclusão é o envolvimento da família 
tanto nos aspectos afetivos quanto no que diz respeito ao uso das TAs, já que 
algumas poderão ser estendidas ao contexto domiciliar. 
 
 
5 
Figura 3 – Contexto inclusivo 
 
 
Leia o texto a seguir, com atenção aos trechos destacados, a fim de refletir 
sobre o papel das Tecnologias Assistivas no atual contexto inclusivo. 
Leitura complementar 
“[...] Ao abordar o assunto da TA na educação, Bersch (2008, p. 2) defende que a 
tecnologia assistiva precisa ser entendida como ‘[…]um auxílio que promoverá a ampliação de 
uma habilidade funcional ou deficitária, ou ainda, que possibilitará a realização de uma função 
desejada e que se encontra impedida’, devido a uma limitação em termos fisiológicos e 
psicológicos, inatos ou adquiridos pelos sujeitos. O acesso à TA na escola permite aos 
participantes até então destoantes dos padrões normais e àqueles atingidos por estigmas sociais 
a possibilidade de assumir um papel mais ativo na própria dinâmica de aprendizagem e no 
processo conjunto de interações sociais. A TA na educação vai além do mero auxílio ao 
estudante para realizar as tarefas escolares, abrindo possibilidades para novas 
perspectivas formativas do processo de desenvolvimento humano, para que o sujeito 
possa atuar de forma solidária, sensível, construtiva e dialética com o outro e com o mundo 
alicerçado na metamorfose do aprender. Recentemente, verifica-se uma grande diversidade de 
recursos tecnológicos para assegurar condições de acesso e reabilitação de pessoas com 
limitações em termos de incapacidades sensoriais, motoras, cognitivas e de aprendizagem, de 
linguagem e oralidade, de mobilidade e autonomia, do relacionamento interpessoal e da 
participação social, abrindo para outras sensibilidades e para a melhor expressão e 
contextualização dos problemas educativos e de uma cidadania crítica. De modo geral, os 
dispositivos de inclusão lidam com as diferenças e o respeito às diversidades dos sujeitos, 
que não se faz na invisibilidade ou na ausência de diálogo em relação às resistências, mas 
reconhecendo o outro como um ser diferente e politicamente legítimo, cuja relação baseia-
se no respeito mútuo, na confiança solidária e na colaboração. A TA apresenta um potencial 
humanista de valor social diante dos eventuais desajustes no ritmo de aprendizado (como um 
processo que é plural, complexo e múltiplo de sentido), uma vez que pode auxiliar e criar estímulos 
à capacidade de percepção, linguagem e compreensão ontológica, pois articula diferentes formas 
de estar juntos e uma multiplicidade de saberes. Trata-se de reivindicar o direito de 
reconhecimento social na experiência com a TA socialmente validada, que repercute em todas as 
dimensões da vida, como um meio pelo qual as pessoas compartilham suas experiências e 
aprendem com o outro, ou seja, é um exercício de cidadania e de vivência cultural. O conhecimento 
integrado da TA abrangendo recursos e relacionamentos físicos, humanos e sociais 
complementares aos processos cognitivos de aprendizagens abre para outras sensibilidades 
sobre a presençae o reconhecimento do outro em sua humanidade, combinando com uma 
formação recíproca e plural que resulta em transformação do pensamento e passa pela dinâmica 
da linguagem”. (Conte; Ourique; Basegio, 2017, p. 12-13. Grifo nosso.) 
Sobre a garantia do AEE, o Decreto n. 7.611/ 2011, no seu art. 2.º refere-
se ao papel da educação especial quanto à garantia de “serviços de apoio 
especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de 
escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (Brasil, 2011). 
 
 
6 
TEMA 2 – O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) 
O AEE enquanto lócus privilegiado para o uso das TAs tem uma função 
muito importante no que se trata do acesso ao ensino e a formação integral do 
público-alvo, que são os alunos da educação especial. Assim, cabe a todos os 
profissionais envolvidos conhecer suas práticas e perceber de que forma o 
trabalho em conjunto colaborará para o desenvolvimento da aprendizagem dos 
alunos. 
2.1 Conceito e objetivos do AEE 
O AEE tem caráter pedagógico, ocorrendo em horário contraturno ao do 
ensino regular, como parte da escolaridade. Deve ocorrer, prioritariamente, nos 
espaços das Salas de Recursos Multifuncionais. Segundo o Decreto n. 7.611 de 
2011 (Brasil, 2011), o AEE refere-se a um: 
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos 
organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes 
formas: 
I – complementar à formação dos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento, como apoio permanente e 
limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos 
multifuncionais; ou 
II – suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou 
superdotação. 
Deve, ainda, estar articulado com a escola e com a família, ao passo que a 
formação de professores, pedagogos e gestores é de fundamental importância 
para a efetivação desse contexto. Além disso, deve ainda ser garantido desde a 
educação infantil, para que, a partir da primeira infância, a criança possa usufruir 
“da acessibilidade física e pedagógica aos brinquedos, aos mobiliários, às 
comunicações e informações, utilizando-se da tecnologia assistiva como uma 
área que agrega recursos e estratégias de acessibilidade” (Brasil, 2015, p. 4). 
Sobre os objetivos do AEE, o Decreto n. 7.611/2011, no art. 3.º (Brasil, 
2011, grifo nosso), informa que são os seguintes: 
I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino 
regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as 
necessidades individuais dos estudantes; 
II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no 
ensino regular; 
III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e 
pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e 
aprendizagem; e 
 
 
7 
IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais 
níveis, etapas e modalidades de ensino. 
Cabe considerar que o AEE deve ser parte integrante do projeto político-
pedagógico da escola, atendo-se à cada área de atendimento. Para isso, algumas 
observações devem ser consideradas na sua organização, sendo que, para cada 
área, há orientações específicas, bem como tecnologias e recursos a serem 
utilizados de acordo com cada contexto, que devem levar em conta as 
necessidades do aluno. Além disso, esses atendimentos devem ser organizados 
por cronograma. 
Assim, tem-se algumas orientações para o trabalho em cada área. Vamos 
observar, então, alguns exemplos e orientações determinadas pelo Ministério da 
Educação, relacionando que forma atuarão nesse contexto. 
Leitura complementar 
• Deficiência intelectual 
“Em relação aos aspectos motores, é importante que o professor observe se o aluno é capaz de 
manipular objetos de diferentes texturas, formas e tamanho, se ele é capaz de pegar no lápis para 
pintar, desenhar, bem como para fazer o traçado das letras. [...] O fato de apresentar dificuldade 
motora não impede o aluno de participar de atividades de escrita ou de pintura, pois são muitas as 
possibilidades que o aluno pode ter para expressar sua representação do mundo. O computador 
se constitui em um recurso importante para expressão do aluno, além de outros recursos 
que o professor pode lançar mão para permitir a manifestação do conhecimento da criança. 
Estes recursos podem ser utilizados por ocasião da avaliação do aluno. [...] Para potencializar o 
desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual, o professor poderá usar 
recursos de baixa e alta tecnologia, selecionar e produzir materiais” (Gomes et al., 2010, p. 9-10). 
• Deficiência visual 
Há uma diversidade de recursos e tecnologias assistivas que poderão ser 
utilizadas pelos alunos com deficiência visual, por exemplo: 
“O professor pode usar luminária portátil, localizada próxima ao aluno, quando a 
iluminação não for suficiente. Para aqueles que apresentam fotofobia, uma cortina 
pode evitar a incidência ou o excesso de luz”. (Gomes et al., 2010, p. 13) 
Quanto ao uso do computador, este “possui aplicativos e recursos que 
permitem atender às necessidades de cada pessoa no que se refere à ampliação, 
ao contraste, à edição de texto e à leitura via áudio.” (Gomes et al., 2010, p. 15). 
Também são sugeridos livros em formato acessível, recursos de áudio-
descrição, TV e teatro. (Domingues et al., 2010) 
Cabe destacar que, como há nesta área uma infinidade de recursos de 
Tecnologias Assistivas, ao professor que atuará nessa área, cabe conhecer e 
 
 
8 
saber utilizar esses recursos, pois terá grande responsabilidade na mediação do 
conhecimento e da aplicabilidade desses recursos para o aluno. 
• Surdez 
O AEE nessa área deve promover o acesso a duas línguas: Libras (Língua 
Brasileira de Sinais) e língua portuguesa, constituindo-se a partir de uma proposta 
bilíngue (Libras como primeira língua e língua portuguesa como segunda). Por 
isso, o uso das tecnologias nesse contexto deverá priorizar essa proposta. Por 
isso, deve ser promovido: 
“Identificação, organização e produção de recursos didáticos acessíveis a serem utilizados para 
ilustrar as aulas na sala de aula comum e no AEE, além de estratégias de dramatização, 
pantomima e outras que contribuem com construção de diferentes conceitos. Os recursos visuais 
são essenciais, uma vez que a língua de instrução do AEE é Libras. Portanto, as salas de recursos 
multifuncionais devem ter muitos materiais visuais dispostos em murais, livros, painéis, fotos sobre 
os conteúdos e outros. A produção desses recursos, pelos professores e alunos, é primordial para 
a compreensão dos conteúdos curriculares em Libras, enriquecendo a aula e tornando-a mais 
atraente e representativa”. (Alvez, 2010, p. 14) 
• Altas habilidades/superdotação 
No AEE para altas habilidades/superdotação devem ser promovidas 
atividades de enriquecimento curricular. Por isso, o uso das tecnologias nesse 
contexto é primordial, devendo-se: “Expandir o acesso do aluno a recursos de 
tecnologia, materiais pedagógicos e bibliográficos de sua área de interesse”. Além 
disso, os professores, “em atuação conjunta deverão investir em condições 
acessíveis para favorecimento de habilidades, propiciando um espaço plural para 
sugestões, exercício da criticidade, participação com autonomia e criatividade”. 
(Delpretto, 2010, p. 23). 
TEMA 3 – O QUE SÃO AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS 
As salas de recursos multifuncionais (SRM) estão relacionadas ao espaço 
físico em que serão, prioritariamente, realizados os Atendimentos Educacionais 
Especializados (AEE). Dizemos prioritariamente porque, ao se tratar do contexto 
inclusivo, já sabemos que o AEE deve obrigatoriamente ser oferecido no espaço 
do ensino regular, ainda que não haja disponibilidade das SRM. Segundo Alves 
et al. (2006), ao propor a implementação das SRM, o Ministério da Educação 
pressupõeo apoio aos “sistemas de ensino na oferta do atendimento educacional 
especializado de forma complementar ou suplementar ao processo de 
escolarização” (Alves et al., p. 12), constituindo-se como espaço privilegiado para 
o uso das tecnologias assistivas. 
 
 
9 
As SRM são (Sartoretto; Bersch, 2017): 
Espaços físicos localizados nas escolas públicas onde se realiza o 
Atendimento Educacional Especializado – AEE. 
[...] possuem mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de 
acessibilidade e equipamentos específicos [...] 
local apropriado para o aluno aprender a utilização das ferramentas de 
tecnologia assistiva, tendo em vista o desenvolvimento da autonomia. 
Esses espaços objetivam apoiar os sistemas de ensino na 
organização e a oferta do Atendimento Educacional Especializado – 
AEE, prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas 
habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino 
regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e 
aprendizagem. (Brasil, 2018) 
Observe, a seguir, alguns exemplos de espaços destinados a salas de 
recursos multifuncionais. 
Figuras 4, 5, 6 e 7 – Exemplos de espaço destinado a sala de recursos 
multifuncionais 
 
 
 
 
É importante considerar que cada espaço é propiciado de acordo com a 
realidade da escola e com o contexto; por isso, há diferenças, como você pode 
perceber nas imagens anteriores. No entanto, é relevante levar em conta que o 
 
 
10 
Ministério de Educação oferece um Programa de Implementação de sem em que 
diversos recursos de Tecnologias Assistivas são oferecidos. Os recursos, no início 
da implementação, eram os listados a seguir. 
Figura 8 – Lista de recursos no início da implementação das SRM 
 
Fonte: Brasil, 2010a, p. 11. 
Figura 9 – Recursos específicos para deficiência visual 
 
Fonte: Brasil, 2010a, p. 11. 
É no espaço das salas de recursos multifuncionais que serão 
proporcionados serviços de acesso a recursos de acessibilidade, para que se 
possam desenvolver práticas capazes de valorizar as potencialidades, superando 
as limitações. A SRM “contribui para a maximização do desenvolvimento 
acadêmico e social do estudante e impulsiona o desenvolvimento inclusivo da 
escola” (Brasil, 2015, p. 2). 
Além disso, é indispensável o trabalho em rede, juntamente com a família 
e a sala de aula regular, já que o acesso e uso das TAs devem seguir com o aluno 
à escola comum e, quando necessário, ao seu contexto familiar. 
 
 
11 
3.1 Família, AEE e ensino regular 
As SRM priorizam, então, o trabalho com as tecnologias assistivas, tendo 
em vista: 
• TAs como educação para a autonomia; 
• TAs como conhecimento aplicado para resolução de problemas funcionais 
enfrentados pelos alunos; 
• TAs como quebra de barreiras e limitações que impedem o acesso à 
educação. 
FINALIZANDO 
Sintetizando nossa aula: 
• O AEE é um serviço da educação especial que perpassa todos os níveis 
de ensino; deve acontecer, prioritariamente, no espaço das Salas de 
Recursos Multifuncionais, que se constituem como espaços privilegiados 
para o uso das TAs. 
• A tríade educação especial, ensino comum e família são essenciais para o 
desenvolvimento e uso eficaz das TAs. 
• O uso das TAs no contexto inclusivo potencializa a aprendizagem e 
possibilita diferentes vias de acesso a ela, eliminando as barreiras. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
ALVES, D. de O. et al. Sala de recursos multifuncionais: espaços para 
atendimento educacional especializado. Brasília: Secretaria de Educação 
Especial, 2006. Disponível em: <http://www.oneesp.ufscar.br/orientacoes_ 
srm_2006.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
Texto de abordagem prática 
GALVÃO FILHO, T. Tecnologia assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a 
aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; 
POKER, R. B.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas 
 
 
12 
inclusivas. Marília/SP: Cultura Acadêmica, 2012. Disponível em: 
<http://www.galvaofilho.net/TA_educacao.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
Saiba mais 
Para pensar sobre a inclusão dos alunos com deficiência e a superação de 
barreiras enfrentadas no âmbito escolar, assista ao curta-metragem Cuerdas, que 
traz a história de um menino com paralisia cerebral, e que mostra o quanto a 
mediação do outro e o olhar do outro, demonstrados por sua colega, podem ser 
determinantes no processo de Inclusão e nos aspectos de acessibilidade. 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
ALVES, D. de O. et al. Sala de recursos multifuncionais: espaços para 
atendimento educacional especializado. Brasília: Ministério da Educação, 
Secretaria de Educação Especial, 2006. 
ALVEZ, C. B.; FERREIRA, J. de P.; DAMÁZIO, M. M. A educação especial na 
perspectiva da inclusão escolar: abordagem bilingue na escolarização de 
pessoas com surdez. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação 
Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 4. (Coleção A 
educação especial na perspectiva da inclusão escolar). Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=
7105-fasciculo-4-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
BRASIL. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 18 nov. 2011. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm>. 
Acesso em: 23 jun. 2018. 
_____. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 7 jul. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
BRASIL. Ministério da Educação. Manual de orientação: programa de implantação 
de sala de recursos multifuncionais. Brasília, 2010a. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=
9936-manual-orientacao-programa-implantacao-salas-recursos-multifuncionais&It 
emid=30192>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
_____. Marcos político-legais da educação especial na perspectiva da 
educação inclusiva. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2010b. 
_____. Programa Implantação de salas de recursos multifuncionais. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view 
=article&id=17430>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
CONTE, E.; OURIQUE, M. L. H.; BASEGIO, A. C. Tecnologia assistiva, direitos 
humanos e educação inclusiva: uma nova sensibilidade. Educ. rev., Belo 
Horizonte, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/edur/v33/1982-6621-
edur-33-e163600.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
 
 
14 
DELPRETTO, B. M. de L.; GIFFONI, F. A.; ZARDO, S. P. A educação especial na 
perspectiva da inclusão escolar: altas habilidades/superdotação. Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: 
Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 10. (Coleção A educação especial na 
perspectiva da inclusão escolar). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ 
index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-10-pdf&Ite 
mid=30192>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
DOMINGUES, C. dos A. et al. A educação especial na perspectiva da inclusão 
escolar: os alunos com deficiência visual – baixa visão e cegueira. Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade 
Federal do Ceará, 2010. v. 3. (Coleção A educação especial na perspectiva da 
inclusão escolar). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ 
index.php?option=com_docman&view=download&alias=7105-fasciculo-3-pdf&Itemi 
d=30192>. Acesso em: 23 jun. 2018. 
GALVÃO FILHO, T. Tecnologia assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a 
aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; 
POKER, R. B.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas 
inclusivas. Marília/SP: CulturaAcadêmica, 2012. 
GOMES, A. L. L. V. et al. A educação especial na perspectiva da inclusão 
escolar: O atendimento educacional especializado para alunos com deficiência 
intelectual. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial: 
Fortaleza: Universidade do Ceará, 2010. 
LAUAND, G. B. do A.; MENDES, E. G. Fontes de informação sobre tecnologia 
assistiva para indivíduos com necessidades educacionais especiais. In: MENDES, 
E. G.; ALMEIDA, M. A.; HAYASHI, M. C. P. I. (Org.). Temas em educação 
especial: conhecimentos para fundamentar a prática. Araraquara: Junqueira & 
Marin: Brasília, DF: CAPES – PROESP, 2008. 
ROPOLI, E. A. et al. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: 
a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de 
Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 1. 
(Coleção A educação especial na perspectiva da inclusão escolar). Disponível em: 
 
 
15 
<http://ramec.mec.gov.br/seesp/1826-fasc-01-a-escola-comum-inclusiva/file>. 
Acesso em: 27. jun. 2018. 
SARTORETTO, M. L.; BERSCH, R. O que é uma sala de recursos 
multifuncionais – SRMF? Disponível em: <http://www.assistiva.com.br/aee.html>. 
Acesso em: 23 jun. 2018. 
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